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Documentoscopia
Criminalísticas
O
rgDomingos
sniíSÚop
T occhetto A
Colaboradores:
Carlos Magno de Souza Queiroz
Edilene Maria da Silva nova ortografia da
lín g u a Portuguesa
Marcos Passagli
Sara Lais Rahal Lenharo
E s t e l iv r o fo i d i a g r a m a d o e m f o n t e
ç >
G a r a m o n d IT C B k B t e i m p r e s s o e m
p a p e l e s p e c i a l C h a m o is D u n a s , v i s a n d o
o f e r e c e r m a is c o n fo r to a o s le ito re s
DOCUMENTOSCOPIA
M arcos P assagli
C olaboradores
3a edição
Campinas/SP
2010
M iilen n iu m
EDITORA
Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UNICAMP
Diretoria de Tratamento da Informação
Bibliotecário: Helena Joana Flipsen - CKB-8*1234/ 5283
CDD - 155.282
-4 1 1
-3 4 3
ISBN: 978-85-7625-195-8 _ 345.05
1. Grafologia
- 155.282
2. Escrita
-4 1 1
3. Falsificação de documentos -3 4 3
4. Contravenções penais
-3 4 5 .0 5
© Copyright by M illennium Editora Ltda.
© Copyright by Lam artine Bizarro Mendes
Supervisão de Editoração
Eliane Ribeiro Palumbo
Capa
Patricia M iranda Gasbarra
Editoração
P atncm M iranda Gasbarra / Simone Pereira da Silva / Alice Corbett
Revisão
Wânia M ilanez
Todos os direitos desta publicação reservados:
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Av. Senador Antônio Lacerda Franco, 1.381
Jd. do Lago - 13050-030 - Campin’as-SP
PABX/FAX: (19) 3229-5588
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N ota do O rganizador
D omingos T occhetto
Organizador
S umário
Capítulo I - D ocumentoscopia
1.1. Conceito.................................................................................................. 1
1.2. Divisão.............................................................................. 1
2. Grafotécnica.............................................................................. 2
2.1. Conceito.................................................................................................. 2
3. E scrita ..................................................................................................................................................... 2
3.1. Conceito.................................................................................................. 2
3.2. Conceito grafotécnico de escrita................................................................... 3
3.3. Análise do conceito........ ........................................................................... 3
4. AEvolução dos Sistemas Gráficos....................................................................................................4
4.1. Hieróglifos...............................................................................................4
4.2. Escrita ideográfica...................................................................................... 7
4.3. Escrita cuneiforme.................... 9
4.4. Aescrita fonética................................................ 19
4.5. Aescrita em Roma................................................................................... 12
4.6. Os sistemas gráficos do novo mundo ......................................................... 14
4.7. Os Astecas............................................................................................... 14
4.8. Os Incas............ .................................................................................... 16
4.9. Aescrita dos Maias...................................................................................17
5. O F enômeno da E scrita...................................................................................... 19
5.1. Teoria neurológica................... 19
5.2. Teoria psicológica.................................................................................... 23
VIII D ocum entoscopia - L amartine M endes
1. P rincípios F undamentais.......................................................................................................................25
1.1. P rim e iro .............. ......................................................................... .......................................... 25
1.2. S e g u n d o .................................................... ............................................................................. 25
2.2. S e g u n d a ....................................................................................................................... 26
2.3. T ereeira........................................ ....................... ....... ............................................................. 26
2.4. Q uarta........................ ............................................................. ................... 27
3. T raços Curvilíneos...................................................... 31
4. Ataques, R emates eL igações.................................... 31
4.1. L ig açõ es............................... 33
4.2. Tipos de ataques, re m ates e ligações ................................................................................. 34
5. Os G ramas.................................................................................................. 34
1. A Assinatura................................................................................................................ 50
1. Causas I nvoluntárias......................................................... 53
2. Causas Voluntárias............................................................ 55
3. Causas P atológicas............................................................ 55
2. As Falsificações................................................................... 60
. 62
2.6. Decalques........................ ......................
.6 4
2.7. Falsificação por recorte.............................
2.8. Afalsificação ideológica........................... .6 5
1.1. Rasuras............... 77
1.2. Raspagem............................................. 79
2.2. E m e n d a .....................................................................................................................................85
1. E scritas Naturais...................... 94
2. E scritas D isfarçadas......................................................................................................... 94
3. E scritas Imitadas...................................................................................................................................94
^ 2 ?y Cruzamentos de T raços....................................................................................................................... 97
2.1. C ruzam ento de traços e m descarga do m aterial corante de
fitas de p o lie tile n o .................................................................................................................. 98
2.2. C ruzam ento de traços: a m icroscopia eletrônica de v arre d u ra
aplicada à d o cu m en to sco p ia............................................................................................... 100
2.2.1. In tro d u ção .................................................................................................................. 100
2.2.2. M icroscopia E letrônica de V arredura com Feixe de
ío n s F o calizad o .........................................................................................................101
2.2.3. Metodologia: exem plos de aplicação e m d o c u m e n to s c o p ia ........................104
2.2.3- 1. Utilização do MEV em cruzamento de traços.......................................... 104
2.2.3- 2. Utilização do MEV/FIBem cruzamento de traços................................... 108
2.2.3 3. Utilização do MEV com EDS em docum entoscopia.................................119
2.2.4. Avaliação dos R esu ltad o s........................................................................................ 122
2.2.4.1. Aspectos positivos..........................................................................................123
2.2.4.2. Aspectos negativos....................................................................................... 123
2.2.5. As letras de fôrm a e os a lg a r is m o s ..................................................................... 124
2.2.5.1. Letras de fô rm a ............................................................................................ 124
2.2.5.2. A lgarism os................................................................................................... 126
2.2.6. As M o n ta g e n s ........................................................................................................... 126
130
2.1. A s s u lc a g e n s ..................
131
2.2. Falsas su lc a g e n s .........
131
2.3. R ebarbas........................
131
2.4. Falsas re b a rb a s ............
131
2.5. M eniscos........................
131
2.6. Refluxos e inundações
132
2.?: Tropeços d a p e n a . . . .
132
3. E xame das T intas de E screver
6. 263
Técnicas de P a p e l ................... ...............................................................................................
164
8.1. Tinta reagente ou solúvel.............................................
8.2. Fluorescência com troca.............................................. 165
165
9. H olografia............................................................ .................................
180
3. Matrizes de B aixo R elevo ( escavografia) .............................................
181
3.1. Feitura da matriz.....................................................
182
4. Matrizes P lanas (P lanografia) ..........................
4.1. Litografia.......... ......................................... — 183
183
4.2. Off-set.....................................................................
, 184
4.3. Eletrografia..............................................................
. 185
4.4. Xerografia......................................... ............. ........
188
5. Matrizes Vazadas (P ermeografia) ... • ...................
. 188
6. Os Computadores..............................................................
6.1. Ofuncionamento dos computadores para a impressão de
textos e gráficos..................................................... . 189
3. Cunhagem..........................................................................................................................................238
4. Nomenclatura da M o e d a ..................................................................................................................239
2. Características de I mpressão...........................................................................................................245
5.1. Primeira...............................................................................................249
5.2. Segunda...............................................................................................249
5.3. Terceira................................................................................................ 249
6. As Cédulas do N ovo P adrão M onetário Reai............................................................................... 249
1. O P apel............................................................................................................................................... 261
5. A Colorimetria Computadorizada.................................................................................................273
1. I ntrodução..........................................................................................................................................2 95
3. Conclusão.................................... ......................................................................................................303
Bibliografia.................................................................................................................................................303
Ml
^ C apítulo XXIX - D ocumentos de I dentificação M ais U tilizados
pelos C idadãos B rasileiros
D ocumentoscopia
1. C onceito e D ivisão
1.1. Conceito •
Documentoscopia é a parte da criminalística que estuda os docum en
tos para verificar se são autênticos e, em caso contrário, determ inar a sua
autoria.
A documentoscopia se distingue de outras disciplinas, que também
se preocupam com os documentos, porque ela tem um cunho nitidamen
te policial: não se satisfaz com a prova da ilegitimidade do documento,
mas procura determ inar quem foi o seu autor, os meios empregados, o
que não ocorre com outras.
1.2. Divisão
• Grafotécnica;
• Mecanografia;
• As alterações de documentos;
• Exame de moedas metálicas;
• Exame de selos;
• Exame de papel-moeda;
• Exame de papéis;
• Exame de tintas;
• Exame de instrum entos escreventes;
• Outros exames relacionados.
2 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
2. G rafotécnica
2.1. Conceito
Grafotécnica é a parte da documentoscopia que estuda as escritas
com a finalidade de verificar se são autênticas e, em caso contrário, deter
minar a sua autoria.
A grafotécnica tem recebido diferentes denominações, como grafísti-
ca, grafocinética e perícia gráfica.
Dado o espírito policial de que se reveste a documentoscopia, ela
não se satisfaz com a prova de inautenticidade de um a escrita, mas busca
também identificar o seu autor. Este aspecto a distingue de muitas outras
disciplinas relacionadas com a escrita, como a grafologia - estudo da per
sonalidade do homem através do gesto gráfico -, e a paleografia - estudo
das escritas antigas.
3. E scrita
3.1. Conceito
Grafólogos, psicólogos, pedagogos e outros especialistas definiram,
cada um sob certo ponto de vista, o fenômeno da escrita. Todavia, como
se mostrará, nenhum desses conceitos, pelo menos de forma cabal, à luz
da grafotécnica, são satisfatórios.
• Alcázar Anguita: a escrita existe p a ra perpetuar o pensam ento (este
talvez seja o conceito mais vulgar da escrita).
• Streleletzki: é a arte de traduzir palavras ou idéias p o r sinais
convencionais (conceito muito vago).
• C repieux-Jamim: é um a harm onia da q u a l grafólogo decompõe os
acordes p a ra reconstituí-los sob outra fo r m a (conceito muito li
terário e nada explícito) .
• M atilde Ras: a escrita é a representação dos sons, nas palavras,
com absoluta exatidão, d a palavra material, a p a rte do signi
ficado que contém (o conceito é apenas limitado à escrita fonéti
ca).
A grafóloga espanhola, entretanto, se esqueceu de um fato muito im
portante: a escrita não é apenas m era reprodução da fala. É um a atividade
simbólica que é transmitida p o r sinais gráficos. Esta atividade exige uma
C apítulo I - D ocumentoscopia 3
4.1. Hieróglifos
t à
T1 k a
l l í
cpj b V P j f - ni
Water Ripple
n
Mouth
' n
Court Yard
r T
Twiated Flak
Ps
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Ü «n H! H* - 1E 55 \ «n n m i*- ,<m
Figura5- Escrita cuneiforme.
Seria muito difícil alguém dom inar todos os ideogramas, por isso um
novo sistema gráfico deveria ser descoberto.
Os sumerianos resolveram a questão: atribuíram aos símbolos o som
da fala, criando a escrita fonética, que perdurou até o nosso tempo.
Em outras palavras, os sumerianos paralelaram a linguagem escrita
com a falada.
Eles não criaram um novo sistema gráfico, mas deram ao existente
um a nova concepção.
Todavia criaram, isso sim, sinais que ora eram empregados ideogra-
ficamente para representar um ou mais objetos, ora foneticamente para
uma ou várias sílabas. Constituíram classes de objetos e, cada registro, por
um ideograma, indicava a classe a que pertencia.
O princípio do alfabeto fonético foi logo adotado e usado para os
vários sistemas.
Os egípcios também passaram a usar o m étodo fonético para o seu
sistema hieroglífico.
Assim, por exemplo, crocodilo era meseh e o som da fala era repre
sentado pelos seguintes símbolos:
M coruja
Z ferrolho —
H torcida de linho 9
Eles criaram, ainda, u m sím bolo para
indicar o fim da frase — o que antes
—
não existia, facilitando a leitura.
A escrita fonética teria sido usada pela primeira vez na Coréia, por
imposição legal, cerca de 2.500 anos depois de ter sido inventada. Era o
alfabeto Hanguel.
Surge então o alfabeto Fenício, do qual se originaram os alfabetos
modernos.
Os gregos criaram seu alfabeto próprio. Este, através da Sicília, invadiu
a península itálica e lá, fundido com o fenício, resultou no alfabeto latino.
Entre os gregos, o alfabeto teve várias modificações locais. Somente
se unificou em Atenas, no ano 430 a.C., por imposição de E uclides, para
que fossem feitos os registros públicos. Para isso, foi escolhido o alfabeto
Jônico.
E squilo, o fa m o so d ra m a tu rg o h e le n o , a r e s p e ito d a e sc rita , a ssim se
m a n ife sto u :
“O atenienses, quão útil é e quanto é bom possuir arquivos. Esses es
critos n o s conservam intactos, e não variamos segu n d o o capricho da
o p in iã o .”
A pontuação, para a separação e a ordenação dos períodos da oração,
foi inventada por Aristófanes, de Bizâncio, para facilitar a leitura da obra
de H omero.
O alfabeto Esfavo foi criado por dois monges irmãos, atendendo ao pedi
do dos russos. C irilo - por isso o alfabeto também se chama cirüico - e M etó-
dio , inspirados no alfabeto latino, introduziram algumas modificações.
4.7. Os Astecas
Ao norte, na atual fronteira do México; ao sul, no antigo istmo do
Panamá, indo na direção leste-oeste de oceano a oceano, ou seja, do Atlân
tico ao Pacífico, se situava o planalto chamado Anaval, que significava ro
deado de água, floresceram vários clãs e, entre eles, o dos Astecas.
Os Astecas, entre os seus deuses, tinham um mito poderoso, o
Quetzalcôatl, a serpente de plu m a s verdes que, segundo o folclore local,
foi o inventor da escrita.
C apítulo I - D ocumentoscopia 15
Capactil Quiauitii
Ozomatli
Océloti
Esse fato dá a entender que a escrita asteca era uma mistura do hieró
glifo com representações ideográficas.
Os manuscritos astecas que existem, já seriamente afetados pelo tem
po, são conhecidos por codex, ou códices, e, na sua maioria, surgiram
após a conquista espanhola.
Existem poucos docum entos da era pré-colombiana e não são igual
mente entendidos pelos estudiosos.
4.8. Oslncas
O império dos incas ocupava a região onde hoje se encontra o Peru,
que era o centro da civilização, o norte do Chile e da Argentina, o Equador
e parte da Bolívia.
A língua falada era n in a sim i, que significava língua de gente.
Eles foram dominados por F rancisco P izarro, em 1534.
Os incas trabalhavam admiravelmente a pedra, como o Templo do
Sol, a cerâmica e a tecelagem.
Quanto ao sistema gráfico dos incas, nada se sabe.
Inscrições que foram encontradas, em vasos e em esculturas, levaram
a acreditar que se tratava de símbolos hieroglíficos.
A 290 quilômetros de Cuzco, ainda são encontradas, nas pedras de
Sauaiaco, várias inscrições, até hoje não identificadas.
Foi encontrado um sistema de fibras, de cores e tamanhos diferentes,
com nós em posições diversas, presas a um pedaço de madeira, chamado
quipo (ilustração a seguir).
Ainda não se sabe o significado dos quipos, mas alguns estudiosos
aventaram a hipótese de terem sido um a manifestação gráfica dos in
cas.
C apítulo I - D ocumentoscopia 17
5. 0 F enômeno da E scrita
L e is e P r in c íp io s
F u n d a m e n t a is d a E sc r it a
1. P rincípios F undamentais
1.1. Primeiro
A escrita é individual. A escrita é resultante de estímulos cerebrais
que determinam movimentos e estes criam as formas gráficas.
Muito embora os cérebros de todos sejam anatomicamente iguais, a
sua função varia de pessoa para pessoa. O mesmo ocorre com o sistema
somático. Vale dizer, portanto, que ambos tendem variar ao infinito. Como
a escrita resulta do concurso desses dois sistemas, evidentemente ela tam
bém varia ao infinito.
Se assim não fosse, a perícia grafotécnica, que é aceita universalmen
te, não teria o m enor valor.
1.2. Segundo
As leis da escrita independem do alfabeto utilizado. A escrita é resul
tante de estímulos cerebrais que determinam a criação de fórmulas alfa
béticas. Os estímulos são particulares a cada punho e, p o r isso, também o
são os movimentos. As formas alfabéticas variam de tipo para tipo. Nessas
condições, o que interessa ao perito é a movimentação do pun h o e não a
forma gráfica.
De outro modo, as assinaturas não integradas de caracteres definidos
nao Poderíam ser examinadas.
D ocumentoscopia —Lamartine M endes
24
L e is e P r i n c íp io s
F u n d a m e n t a is d a E sc r it a
1. P rincípios F undamentais
1.1. Primeiro
A escrita é individual. A escrita é resultante de estímulos cerebrais
que determinam movimentos e estes criam as formas gráficas.
Muito embora os cérebros de todos sejam anatomicamente iguais, a
sua função varia de pessoa para pessoa. O mesmo ocorre com o sistema
somático. Vale dizer, portanto, que ambos tendem variar ao infinito. Como
a escrita resulta do concurso desses dois sistemas, evidentemente ela tam
bém varia ao infinito.
Se assim não fosse, a perícia grafotécnica, que é aceita universalmen
te, não teria o m enor valor.
1.2. Segundo
As leis da escrita independem do alfabeto utilizado. A escrita é resul
tante de estímulos cerebrais que determinam a criação de fórmulas alfa
béticas. Os estímulos são particulares a cada punho e, p o r isso, também o
são os movimentos. As formas alfabéticas variam de tipo para tipo. Nessas
condições, o que interessa ao perito é a movimentação do p u nho e não a
forma gráfica.
De outro modo, as assinaturas não integradas de caracteres definidos
Dão poderíam ser examinadas.
26 D ocumentoscopia - Lamamine M endes
2. L eis do G rafismo
2.2. Segunda
Q uando alguém escreve, seu eu está em função. Mas o sentimento
quase inconsciente dessa ação passa por alternativas de intensidade entre
o máximo, onde existe um esforço a fazer, e o mínimo, quando este movi
m ento segue o impulso adquirido.
Como se verifica, P ellat baseou esta lei no princípio da teoria psico
lógica da escrita.
Assim, o máximo de intensidade se refere à ação do consciente e, o
mínimo, à expressão do subconsciente.
2 .3 . T e rc e ira
A escrita habitual não poderá ser modificada voluntariamente num
determ inado momento, senão pela introdução, em seus traços, do esforço
dispensado para obter essa modificação.
Como a escrita é produto do subconsciente, não pode ser controlada
pelo consciente. Q uando o escritor procura, conscientemente, alterar a
sua escrita, provocará um conflito entre as duas mentes, e esse conflito
deixará no registro a marca dessa luta, seja num pequeno desvio do traço,
seja num a hesitação, um a parada anormal do instrum ento escrevente ou
um trêmulo.
C apitulo II - Leis e P rincípios F undamentais da E scrita
27
2.4. Quarta
1. F ormação da E scrita
71 Ascendente
Descendente
4- Sinistrovolvente
4 Destrovolvente
2. F ormas do T raço
3. T raços C urvilíneos
Arco à esquerda.
Arco à direita
Em guirlanda
Em arcada
Ondulado
Espiralado
Circular
^Vlisto
Esse tipo de ataque é muito frequente na escrita senil; o escritor, não ten
do mais controle do braço e da mão, apóia a caneta no papel para depois
desenvolver a escrita. Trata-se, no caso, de uma característica que resulta
de circunstâncias do momento e é possível que, anteriormente, o escritor
não possuísse ataque desse tipo.
4.1. Ligações
1) Ascendentes
• em guirlanda;
• em arcada.
2) L aterais
• no topo;
• na base.
° s ataques descendentes são raros, pois os caracteres precisam se
situar, cada um deles, num plano inferior.
O remate é o fim do traço.
Os remates são do mesmo tipo dos ataques, portanto:
• normais;
• sulcados;
• em ponto de repouso;
• ganchoso;
• em colchete.
Todavia, existe um tipo diferente, o desvanescente: o maço vai dimi-
en s^ado a PreSSa° ’ tom and°-se cada mais fino. Não existe o remate
4 .2 . T ip o s d e a ta q u e s , r e m a te s e lig a ç õ es
Em ponto de repouso
Superior
Inferior
Em ganchos À direita ?
À esquerda /}
À esquerda
À direita \
Em colchetes
Para baixo
Para cima
Em arcada
Ligações
Em guirlanda
No topo
Laterais
Na base
Linhas de impulso
Ataques desvanescentes
(muito raros) Cetras
&
5. O s G ramas
Em laçada
Passantes su p eriores
Em haste £
Em laçada ^
Passantes inferiores
Em haste 70
D u p la p assante
t
Presilha
D upla presilha
Anel
-£
Platô i
sx.
Capítulo IV
A E s c r it a e s e u s E l e m e n t o s
Grafísmo de Napoleão em 1 7 9 1 .
A *
Assinatura em 6 de outubro de 1812 (43 anos),
rHV
Assinatura de Napoleão em Santa Elena <e„,re 4 6 e 52 anos).
gráfica é diferente.
Figura 4 - Macrografia.
Figura 5 - Micrografia.
Exemplos:
C apítulo I V - A E scrita e seus E lementos
Ummomento
Cg l A G l .
Andamentos gráficos Dois momentos
Três momentos
__________ C a ^ iC L .
Verticulada
■ t <UX*-o
Inclinada à direita ^ .
Inclinação axial c>
Interlineares
Calibre
Macrografia ^
Micrografia ,
Alteração do calibre
Gladiolagem ^
Valores angulares
Valores angulares
e curvilíneos Valores curvilíneos nvwnrvo
Misto
Ascendente
descendente x ^^ ^
- d= x r z r „“ e dc * — da -
46 D ocumentoscopia - L amaktine M endes
47
c a l v o s ou Sub-
do examinador, porquanto se não são H • CreCer CUKladosa observação
apreciável d , condusão. 4 e l ^ L ’ ™ refo^
Capítulo V
T ipos de E scrita
( jü P ííU * . /T
0f*«i ^. . /
***** </f+m.
7
** . t* m * *—/ • fA rtrvr , ( /C
1. A Assinatura
2. M aneirismos G ráficos
Atingida a plenitude do gesto gráfico, todos nós, involuntariamente,
introduzimos no grafismo aspectos de nossa individualidade. Esses aspec
tos, de caráter puram ente físico, e não padronizados nos moldes do sis
tema alfabético utilizado, podem acrescentar ou omitir alguns traços nos
modelos convencionais: constituem os m a n eirism o s ou hábitos gráficos.
C apítulo V —T ipos de E scrita
51
1. Causas I nvoluntárias
2. C ausas Voluntárias
3. C ausas P atológicas
xSS>>,V> ^ ^
v JW
Ç *^>s>áuO
^ ,Ws ^
»Vs<aà ■UsSV
N& SlK3\Í
^ ^ sW i ^
■S*.<SX-
A F r a u d e D ocum ental
1. T ipos de F alsários
2. As F alsificações
2.6. D ecalqu es
Os decalques se dividem em dois tipos: diretos e indiretos. São pro
cessos primários de falsificação, daí porque os resultados são grosseiros.
C apítulo VII —A F raude D ocumental
63
E cita um exemplo:
“Es célebre a e ste respecto, la p la n c h a d e la c o rp o ra c ió n d e m a estro s
escrib a n o s d e F rancia, q u e d eseo so s d e d e m o n s tr a r d o a n tig o d e
su s p riv ilég io s. N o tr ip id a r o n en e n s a y a r su arte, fa ls ific a n d o u n a
re a l céd u la , d e u n rey d e F rancia, q u e seg ú n la fe c h a q u e a p a recia
e n e l d o c u m e n to , n o e sta b a a ú n e n ed a d , n i e n c o n d ic io n e s d e
sebscribirlo. ”
Smart, n e s s e s c a so s, r e c o m e n d a o e s tu d o d o te x to , n a b u s c a d e e rro s,
c o m o e x p re s s õ e s q u e n a d a ta fig u ra d a n ã o e r a m u s a d a s , c o m o d e fato s
n a r ra d o s q u e n ã o o c o r r e r a m n a q u e la o ca siã o .
O rlando S ivieri, no Lindagine grafica, atentou para outro aspecto:
“A n c h e la f i r m a d e v e essere e x a m in a ta te n d o p r e s e n te e ls u o p a r tic o la r e
carattere, le s u e p e c u lia r ita , il su o s tilo . ”
Os anacronismos são os antigos meios de revelação de falsidade do
cumental. Â lei rom ana já a ele se referia. B ertillon cita o exemplo de pro
fessores de caligrafia, a que se referiu Smart, que colocaram no documento
a assinatura de C arlos IX, em 1956, quando dataram a peça de onze anos
antes da ascensão do príncipe ao trono.
B enthaM e n u m e r o u o s d e z in d íc io s d e in v e n ç ã o d e u m a to e sc rito , a
q u e c h a m o u d e provas anorm ais:
1. Menção de fatos posteriores;
2. Emprego de palavras somente usadas depois da data escrita;
3 Asserção de fatos falsos e reconhecidos como tais por quem es
creveu;
4. Discordância de um ato de outros precedentes;
5. Silêncio ou segredo acerca de contrato em questão no tem po em
que deveria ter dado ou tido conhecimento dele;
6. Diversidade de caráter no que diz respeito ao saber, à inteligên
cia e à moralidade;
7. Oposição de afeições, dos gostos e das opiniões;
8. Omissão de fatos que o autor deveria ter mencionado;
9. Diversidade de estilo e de construção de frases;
C apítulo VII - A F raude D ocumental
67
2.9. A s s in a tu ra à m ã o g u ia d a
S ÍÍS H S H S
m o , p o u c o im p o r ta n d o a h ab U td ad e d o fa lsifica d o . .,
V eja m o s ag o ra , p ara c o n c lu ir , c o m o , s o b r e o a s s u n to , ,a s e m a n ifesta
ram a u to r e s d e n o m e a d a n a g r a fo té c n ic a .
Siviebi na obra já citada, teceu alguns comentários so b r e a q u e s ta ■
■í o p in io n e « v a i * , n e i p i u (no
le v a tu r a inteletuale)che suo tpc h m n q u e p o
Ta p r ó p r ia g r a fia «r che, per nuigatra le
sfo rzo d i v o lu n ta . C io n o n é esatto.
te rm in a d a p o r flu x o s c e re b ra is.
N ã o p o d e n d o o e sc r ito r m o d ific a r s e u s im p u ls o s c ereb ra is, c o m o
deria alterar a dinâmica da sua escrita? habilidade
O fa lsá rio p o d e im ita r b e m a s fo rm a s. Ii u m a
ZZZZZZTaen,
Novamente S ivieri é invocado: scopo:
lim o Io studio di chi falsifica tende,meffet, a «“
uguagltari Portginate. Cio non stgmfica amorna che d f a m f
C apítulo VII - A F raude D ocumental 71
3. As A utenticidades
Labora em crasso erro quem acredita que a fraude documental só se
processa por um dos meios de falsificações ou de alterações.
Na verdade, existem golpes que pelo menos são tentados, com docu
mentos portadores de assinaturas legítimas. São as fra u d es de autentici
dade.
São elas de quatro tipos:
• autofalsificação;
• simulação de falso;
• transplante de escrita;
• negativa de autenticidade.
3.1. A utofalsificação
A fim de lesar sua vítima, o falsário exara sua assinatura modifican
do a sua fisionomia. Para tanto, ele reduz a velocidade do lançamento,
deforma os caracteres, m uda a inclinação do eixo gramatical habitual,
introduz trêmulos, para, depois, com base nesses vícios, acoimá-la de
falsa.
Como se sabe, os elem entos formais objetivos e alguns subjetivos
realmente são passíveis de modificações, que podem ser provocadas pelo
próprio escritor, como o calibre das letras, seu desenho, a inclinação axial,
C apítulo VII - A F raude D ocumental
73
A l t e r a ç õ e s D o c u m e n t a is :
P r á t ic a s A n t ig a s e M o d e r n a s
1. A lterações po r S upressão
1.1. Rasuras
As rasuras consistem na remoção de dizeres de um texto, com o em
prego de uma borracha ou instrum ento similar.
Tendo-se em vista os vestígios deixados pela utilização da borracha, as
rasuras podem ser de três tipos:
• superficiais;
• rasas;
• profundas.
Nas rasuras superficiais, a borracha é aplicada sem exercer grande
pressão contra o suporte.
É claro que, na operação desse tipo, só podem ser removidos traços
feitos também com leveza de punho, sobretudo a lápis.
O papel, na fase final do seu preparo, sofre um a operação de alisa-
mento de sua superfície, o que lhe empresta discreto brilho. A ação da
borracha, então, provoca uma solução de continuidade nesse brilho, o
que é facilmente percebido com luz jogada num ângulo de 45 graus.
78 D ocumentoscopia - Lamabtine M endes
1.2. Raspagem
I f ra » rT s. r . r , r ; , „ . r
^ F*F SftO'0'Q
OÍ (1
-------------------------- ... • _ T.
BANCO R E A L
S w w asran u r
(03»)2737325 ClftNTíOft(BK^S^~
1.3. Amputações
T Pane d° « ° ™ P°D
Choqu*FmmxtMCla.nc
0 Banco do Brasil
01 M3I3IÍ0 fiSPMQ
1.4. L avagens q u ím ic a s
A fraude é feita por meio da aplicação de um reagente químico para
retirar o lançamento exarado no documento. Qualquer produto à base de
cloro ou éter se presta a esse fim. Atualmente, com a difusão das canetas
esferográficas, a lavagem pode ser feita com a utilização de álcool, aceto-
na, água sanitária, etc.
Observando-se um documento sob os efeitos dos raios ultravioleta fil
trados, ele oferece fluorescência homogênea no seu todo. Depois de aplica
do nele qualquer reagente, ao exame com ultravioleta, aparecem manchas,
ou seja, zonas de fluorescência diversa do todo, pois o trecho afetado reage
de forma diferente à fonte de luz. Em certas ocasiões, é até possível a leitura
do texto lavado e, quando não, parte do seu lançamento.
Como nas rasuras, os papéis de segurança não comportam lavagens,
porque a ação do reagente provocará descoramento do suporte, resultan
do manchas perceptíveis à vista desarmada e à luz natural.
Lavagens quím icas: são alterações diminutivas, pelo emprego de re-
agentes químicos sobre manuscritos à tinta de escrever à base de ferro ou
esferográfica. Usam-se, frequentemente, corretores à base de hipossulfito,
água clorada, água sanitária e acetona.
Modernamente, os papéis de segurança, especialmente aqueles utiliza
dos na fabricação de cheques, apresentam inúmeros componentes que rea
gem de forma diferenciada, para cada tipo de reagente químico utilizado.
A utilização de éter ou seus derivados não propiciam a retirada dos
lançamentos primitivos produzidos com esferográfica, ocasionando a mi
gração desses lançamentos para a massa do papel, atingindo inclusive o
verso. Essa ocorrência é perfeitamente visualizada a olho nu.
-- .-- —-- —
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BARRO PRETO MG
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ROA PAR ACATU 3 1 3 SARRO 01 M 2 6 3 1 C 0 S S P *G
CUEW TE D E S o l 5 2 /1 9 M
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2 .2 . E m enda
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ra rm r„ r, ^ ^ r. i nr™ r «r 5,000,00
2.4 . T ra n c a m e n to
Designa-se assim a ocultação parcial ou total de um texto, por meio
de risco, manchas, escrito superposto ou uso de corretivos. Nesta hipóte
se, o uso adequado de luzes poderá revelar os lançamentos primitivos.
C apítulo V III - Alterações D ocumentais: P ráticas Antigas e M odernas 89
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C onta Desde 03/2000 CP7 94S 9 I7 8 4 W 9 D! M5330255 SSPMS
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CAIXA ECONÔMICA
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A A u t o r ia G r á fic a
♦ escritas disfarçadas;
• escritas imitadas.
1. E scritas N aturais
As escritas naturais são aquelas exaradas normal e espontaneamente,
sem qualquer artifício, para mascarar o gesto gráfico habitual do seu autor.
O exame de escritas desse tipo, no confronto de padrões do suspeito,
não oferece qualquer dificuldade, pois nas duas peças estarão bem marca
das as características genéticas do punho.
Casos dessa natureza podem ocorrer nas falsificações sem imitação,
quando o falsário, com o seu próprio grafismo, registra o nome de terceiros.
Fora isso, são raros.
2. E scritas D isfarçadas
As escritas disfarçadas, por terem os seus elementos gerais afetados
pelo escritor, com o intuito de ocultar o seu grafismo natural, obrigam o
examinador a proceder um estudo mais aprofundado e cuidadoso.
Na comparação da escrita disfarçada com o padrão da pessoa hom ô
nima, as diferenças formais serão desprezadas e toda a atenção se voltará
para o estudo da gênese gráfica, ou seja, da movimentação do punho para
concretizar as formas registradas.
Nas perícias desse gênero, os padrões de confronto deverão ser abun
dantes, para dar oportunidade ao suspeito de registrar as peculiaridades
gráficas de seu punho.
3. E scritas I mitadas
As escritas im itadas são aquelas em que o autor, fugindo do seu gra
fismo habitual, imita a forma gráfica de terceiros. Assim, nas imitações, o
muito que se pode fazer é reproduzir a forma de uma assinatura alheia, pois
a gênese gráfica nunca poderá ser reproduzida.
Nas imitações, geralmente existe, em face dos padrões, semelhança dos
elementos gerais, mas a operação de cópia será lenta, gerando um traçado
menos veloz do que o do modelo.
Os elementos objetivos poderão ser imitados até certo ponto.
Assim, como regra, o andamento da escrita é modificado, aparecendo,
no lançamento apócrifo, maior núm ero de momentos gráficos, com para
das anormais do traço e sua subsequente retomada.
Disse Pauijer, op. cit. :
“Ce so n tp r é c is é m e n t les fo r m e s q u e le fo r g e u r cherche a im iter... ”
(São precisamente as formas que o falsário procura imitar...)'
Capítulo X
P r o b l e m a s em D o c u m e n t o s c o p ia
S ara L aís R a h al L e n h a r o
1. D e te r m in a ç ã o da I d ad e do D o c u m e n to
2. C r u za m e n to s de T raços
98
de farpas fle
usadas canetas com penas metálicas
possível: quando eram
xíveis e tinta aquosa.
tratado quando se focali-
Este problema, com maiores detalhes, sera
zar o estudo dos traços feitos à tinta.
pena“ rd Í° I^
— - —
2 .1 . C ru z a m e n to d e tra ç o s e m d e s c a r g a do m a te r ia l c o ra n te d e fita s d e
p o lie tile n o
2 .2 . C ru z a m e n to d e tra ç o s : a m ic ro sc o p ia e le trô n ic a d e v a r r e d u r a
a p lic a d a à d o c u m e n to s c o p ia
2.2.1. Introdução
Apesar da evolução nos tipos de equipam entos utilizados em docu
mentoscopia, bem como o desenvolvimento das mais diversas técnicas
de análise de documentos, ainda hoje existem problemas que desafiam a
competência e a capacidade dos peritos documentoscópicos, tais como a
determinação da prioridade de lançamentos com base no cruzamento dos
traços.
Em documentoscopia, quando dois traços se cruzam ou se tocam,
eventualmente, pode haver a necessidade de se verificar qual dos dois foi
lançado por último (ordem de aposição). Trata-se de um exame relativa-
mente frequente, geralmente controverso e de difícil solução.
Nestes casos, tanto da área civil como da área penal, e principalmen
te da área trabalhista, uma das partes reconhece a assinatura, rubrica ou
manuscrito apostado no docum ento como autêntico. No entanto, nao re
conhece o docum ento tal como se apresenta, negando tê-lo assinado. Em
geral, a referida parte alega que assinou o docum ento (recibo, etc.), ou a
folha de papel, em branco. Desta forma, o docum ento questionado tena
sido, então, produzido posteriorm ente e sem a autorização e conhecimen
to da respectiva parte.
Assim, quando houver um cruzamento de traços entre a assinatura,
rubrica ou manuscrito e outro texto (independentem ente de ter sido pro
duzido mecanográfica ou manualmente), existe a possibilidade de se de
term inar a ordem cronológica de aposição dos escritos e determ inar se o
docum ento questionado expressa a verdade.
O presente subcapítulo tem como objetivo apresentar a possibilida
de de determ inar com relativa precisão a aposição de lançamentos <-nl
C apítulo X —P roblemas em D ocumentoscopia
101
102
cução de análises
uma infinidade de materiais. ’ focalizado, que permite
do ao equ i p a m e n t o u m s « d e A r m a ç õ e s bidimensionais
“cortar” e analisar a amostra ae muuu *
através de imagens e análises. .
rrliíil do MEV é a formação de imagens
A função primordial d ~n auando comparada ao mi-
su p e rfic ie . constituído p o r u m a c o l u n a ( c o m p o s ta p o r
B a s ic a m e n te o MEV e c o ,f. ~n v a r r e d u r a e o b je -
u m c a n h ã o d e e lé t r o n s , sistema e emag ^ detectores e um s is te m a
- — •
fe ix e .
Fonte de elétrons
A n odo
Condensadoias
C o lu n a e m
a lto v á c u o
Bobinas de
varredura
O b je d v a
C â m a ra e m
a lto o u baixo
A m o stra
vácuo
B o m b a s de
vácuo
&r S ~ = ~
caneta e s f e r o ^ a Job rfo^ raçT d e ^^íoner^ tem ^e' “ ^ u 0 **** ^
Figuras 11 e 12 - Detalhe de dois cruzamentos de traços com ordem de aposição distinta. I\la Figura
11 tem-se “toner” sobre caneta esferográfica e na Figura 12, caneta esferográfica sobre “toner” .
w
Figura 19 - Superfície de limpeza na frente do corte.
Figuras 21, 22, 23, 24, 25 e 26. Verifica-se uma espessura de deposição de
tinta em torno de 6,7 jxm.
114
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ilfíV 18 1<
I t tf***’*'
1 p e S ite f W & b )
I C reií», 1**
p-tÇPbtítrh
_ _
2.2.5.2. Algarismos
A identificação de algarismos e a determinação de sua autoria nem
sempre é possível.
Os algarismos são lançamentos sincopados e representam um campo
gráfico muito exíguo para registrar as características do punho que os exa
rou. Q uando eles, por modismo do escritor, se interligam, ou seja, o rem a
te projetado de um dá o ataque do subsequente, a tarefa fica facilitada.
No registro de zeros consecutivos, os modismos se apresentam com
maior frequência: ou bem são eles interligados pelo topo, ou vão dimi
nuindo gradativamente seu calibre (gladiolagem).
Embora a prova da autenticidade ou da autoria de algarismos não
sejam inexequíveis, na prática, nem sempre se logra êxito.
2.2.6. As Montagens
O aparecimento dos processos de reprodução, de vários tipos, mas
todos chamados de cópias xerox, deu margem ao aparecimento de uma
nova fraude docum ental - a montagem.
Assim é feito o embuste: o falsário possui um docum ento subscrito
com uma assinatura legítima, que pode até estar reconhecida por um car
tório de notas, o que é importante, porque dá cunho de legitimidade à
assinatura. Retira parte do suporte contendo esses lançamentos. Prepara,
então, um novo texto, em seu benefício. Cola a parte tirada do docum ento
verdadeiro. Tira então uma cópia xerox. Em razão de haver diferença de
nível na parte acrescida, em relação ao suporte, pode aparecer na cópia
o vestígio da montagem. Esse vestígio é então removido com a aplicação
de um a borracha. Na nova cópia, se ainda houver qualquer vestígio, este
é novamente apagado. Faz outra copia, até não aparecer o m enor indício
da fraude.
Em um docum ento assim preparado, dificilmente se prova que resul
tou de uma montagem. É por essa razão, principalmente, que toda e qual
quer cópia xerox de documento, antes de ser examinada, deve, necessa
riamente, ser conferida com o seu original. O exame, segundo as normas
da perícia, só pode ser feito nos originais dos documentos.
Todavia, se indispensável for a realização da perícia, o examinador
deve ter cautela de condicionar a exatidão da solução ao confronto da
cópia com o original.
Temos um ponto de vista pessoal sobre o problema do exame de
reprografias: quando o resultado do exame contrariar a versão de quem
C apítulo X —P roblemas em D ocumentoscopia 127
1. H istórico
2.5. Meniscos
Os meniscos constituíam na invasão da tinta ao se realizar traços circula
res, formando na base uma pequena meia lua, em razão da tensão do líquido.
2.6. Refluxos e inundações
Os refluxos ocorriam quando o traço à tinta cruzava com mecanogra-
ha. O material graxo do corante da fita repelia o líquido da tinta.
As inundações aconteciam quando um traço cruzava outro. A tinta fluía
e invadia o traço cruzado. A presença desse detalhe constitui um vestígio
valioso no estudo da prioridade de dois lançamentos que se cruzavam.
2 .7 . T ro p eço s d a p e n a
Quando os traços feitos a tinta cruzavam uma mecanografia, provoca
da pela diferença de nível, a pena sofria um diminuto tropeço, desviando
o traço e, ainda, ocasionando o desprendim ento de gotículas de tinta, que
manchavam o suporte em volta do sítio onde o fenômeno ocorria.
I n s t r u m e n t o s E sc r e v e n t e s
1. As C a n etas - T in t e ir o s
Muitas invenções ocorreram por obra do mero acaso, como a desco
berta do Raio-X e a da caneta-tinteiro.
Lewis Edson Waterman, em Nova Iorque, nos fins do século XIX, era
agente de seguros.
D o ci MHVroscopiA —Lamartine M endes
136
2. As C anetas E sferográficas
2 .1 . E x am e d a m a s s a c o ra n te d a s c a n e ta s e s fe ro g rá fic a s
2 a prova D65
R(%) 0.99 1.12 1.09
400 nm: 29-82 dE*
420 nm: 62.45 -0.66m.
dL* -0.59m. -0.66m.
440 nm: 73.37 escuro
escuro escuro
460 nm: 73.29 -0.02
da* -0.08 -0.12
480 nm: 72.72
500 nm: 71.51
520 nm: 69.74
-0.79m. 0.90m. -0.87m.
540 nm: 68.54 db*
azul azul azul
560 nm: 67.55
580 nm: 67.57 -0.86m.
~dC * 0.77m. 0.90m.
600 nm: 67.76 limpo
limpo limpo
620 nm: 6916
640 nm: 70.15 -0.11
dH* , 0.18 -0.15
660 nm: 71.19
680 nm: 70.52
700 nm: 72.24 ■ J--------------------
*1
da*
*3
*4
*2
*5
-2
E volução d o S u po rte
1. E volução H is t ó r ic a
1.1. 0 p a p ir o
O papiro, usado pelos egípcios desde o ano 2400 antes de Cristo, era
feito da camada de um a planta aquática abundante no Rio Nilo, cyperus
papyrus.
A técnica usada era muito simples: a m edula do talo da planta era
cortada em tiras longas e finas. A seguir eram feitas camadas, em núm ero
adequado à espessura que se pretendia dar à folha. O conjunto era forte
mente batido com martelos de madeira. Com isso, o suco que impregnava
as tiras era libertado e, ao mesmo tempo, servia para colá-las entre si, com
pactando as camadas. Seca, a folha estava pronta para ser usada.
Os papiros são muito duráveis, pois já foram encontrados exemplares
de até 3000 anos antes de nossa era.
Quando surgiu a escrita no Egito, os papiros sofreram m elhor pre
paro, com a utilização de óleo de cedro e, posteriormente, polidos, para
ficarem perfeitamente lisos e permitirem a escrituração.
O papiro continuou a ser usado para a escrituração, na Itália, até o
século XI. O material, é claro, era importado.
No Egito, o papiro floresceu e foi usado como papel por três mil e
quinhentos anos.
D ocumentoscopia —Lamartine M endes
144
1.2. 0 p e r g a m in h o
Segundo Ú rsula E. Katzenstein, no livro A origem do livro, é de se
admitir que ele tenha se originado na cidade de Pérgamo, na Ásia Menor,
no século II a.C., daí sua denominação.
O pergaminho é feito de pele de animal. Existe muita confusão a res
peito, pois muitos historiadores confundem o pergaminho com o couro.
Mas existe um a diferença fundamental.
A pele é composta de três camadas superpostas:
• epiderme;
• derme;
• hipoderme.
O pergaminho é feito da camada intermediária da pele, isto é, da
derme.
A pele do animal é limpa e seca. Depois vem o curtimento.
1.3. 0 c o u ro
Na feitura do pergaminho, as peles são secas e esticadas.
Outra diferença entre o pergaminho e o couro consiste no esticamen-
to da pele, o que não ocorre com aquele.
2. 0 P apel
2.1. R á p id o h is tó ric o
Antes da invenção do papel, o hom em esculpia suas mensagens na
pedra ou na argila.
No ano 2400 antes de Cristo, os egípcios se valiam do papiro, feito da
planta aquática de igual nome, muito abundante no rio Nilo.
Outro suporte m uito usado era o pergam inho, feito da derme da pele
de animais, de preferência a cabra.
A China, segundo a maioria dos estudiosos, foi o berço do papel. No ano
105 da nossa era, Ts’Ai Lun, oficial da guarda imperial, foi o seu inventor.
Esta era a sua técnica:
1. colocava, num tonel cheio de água, folhas e cascas de amoreira, pe
daços de bambu, rami, trapos velhos, e os deixava em maceração;
C apítulo XIII —E volução do S uporte
145
Entrada
da massa
Feltros Cilindros aquecidos a vapor
2.6. E x am e d o p a p e l
2.7. E x am e d a p a s ta
Herzberg Lofton
Natureza da pasta
Amarelo Azul-verde
Pasta mecânica
Azul-violeta Incolor
Pasta química
Vermelho Incolor
Pasta de trapo
C apítulo X III - E volução do Suporte 155
P apel d e S e g u r a n ç a
1. T écnicas de F o t o l it o , de I m pressão e de T in t a
1.1. Talho-doce
O talho-doce é uma técnica de impressão pastosa, obtida no ato de
sua deposição sobre o papel, sob pressão direta de quarenta toneladas por
centímetro quadrado, a uma tem peratura de cerca de cento e quarenta
graus centígrados.
A deposição da tinta resulta na grande nitidez das linhas e no seu rele
vo, que pode variar de traço para traço, dependendo da profundidade da
gravação da chapa e, ainda, diferentes tonalidades de uma mesma cor.
A secagem da tinta depositada, pouco im portando o tem po passa
do após a impressão, ocorre apenas na superfície. Equivale dizer que a
impressão continua úmida no seu interior. Esta é a razão pela qual, ao
se atritar um a impressão em talho-doce contra um papel, ocorrerá uma
descarga da tinta.
158 D ocumentoscopia - Lamaetine M endes
1.5. Guilhochê
O guilhochê é uma técnica de desenho de alto nível de complexida
de, apresentando partes negativas e positivas.
A impressão é feita em talho-doce e a trama, as diferenças de espes
sura e o conjunto, visto como um todo, ao ser fotografado, perde muitos
detalhes.
1.6. Delachrome
Trata-se de uma impressão feita com tintas especiais, e, quando justa
postas, uma ocultará o conteúdo da outra.
C apítulo XTV - P apel de S egtoança 159
1.7. Microtexto
A técnica se constitui na impressão de um texto, em tamanho super-
reduzido, sempre com efeito secundário.
Assim, pode-se aplicar o microtexto como se fosse uma linha, um tra
ço, ou até em substituição de linhas de cercadura.
2. T écnicas de F o t o l it o e de T in tas
2.1. Microletras
E o fundo composto por letras de tamanho ultrareduzidos, cuja fina
lidade é meramente decorativa.
A associação dessa composição, ao uso de tintas puras e derivadas
para a impressão, emprestará um grau de expressiva confiabilidade e se
gurança ao processo.
3. T écnicas de F o t o l it o e de I m pressão
3.1. See-through
Trata-se de um a dupla impressão, um a no anverso e outra no reverso,
feitas simultaneamente, num mesmo sítio do formulário, de maneira que,
na observação por transparência resulte um registro perfeito de superpo
sição, completando e formando um desenho predeterminado.
4. T éc nica de F o t o l it o , de T in t a e de P apel
5. T écnica d e T in t a e de I m pressão
Trata-se de impressão com uso de tinta especial, que desaparece à
medida em que vai sendo depositada no papel.
C apítulo XTV - Papel de S egurança
161
LAVAGEM COM
"CLCRXT
6. T écnicas de P apel
7. T écnica de F o t o l it o
8. T écnica d e T in t a
É a utilização de tintas de determinado tipo na impressão de papéis
de superfície lisa.
A tinta depositada adere à superfície do papel e não resiste à ações
mecânicas, como a aplicação de lixas ou borrachas, que provocam o desa
parecimento da impressão, evitando a fraude p o r rasura.
9. H o lo g r a f ia
A A rte d e I m p r im ir
2. M a t r iz e s e m A l t o R ele vo ( R e le vo g r afia )
2.1. A tipografia
Na China, no ano de 1041, Pi C h in g , em blocos de argila, talhou carac
teres alfabéticos, que eram fixados num suporte, formando uma página.
Mergulhados os blocos em tinta, eles eram pressionados contra a
seda, imprimindo.
Mas as matrizes, em razão de se constituírem em pequenos blocos de
argila, não só tinham curta duração, como também se danificavam ou não
fixavam a tinta. Com isso, esse sistema m orreu no nascedouro.
Entretanto, não resta a m enor dúvida de que foi na China, com a in
venção de Pi C hing , que se criou o prim eiro sistema de impressão de tipos
móveis.
No século Xy surgiram os tipos móveis de metal (chumbo), com os
trabalhos de G utemberg, em 1440, oferecendo ao m undo a primeira prensa
de imprimir.
Em 1445, G utemberg imprimiu a Bíblia latina, com quarenta e duas
linhas por folha e com 1.282 páginas.
Na mesma época, na Holanda, foram criados tipos móveis, mas de
madeira.
Como o sistema que se espalhou p o r todo o m undo era o de tipos
móveis de metal, de G utemberg, a ele foi creditada a invenção da impren
sa.
Na prática, a identificação de um texto tipografado se faz tendo em
conta o desenho, o tamanho dos tipos e, sobretudo, a constataçao o
seus defeitos, como fraturas, amolgamentos, etc.
C apítulo XV - A Arte de I mprimir
167
2.2. A datilografia
Segundo registros da época, fato que é defendido pelo Prof. Dr. J osé
Carlos Ataliba Nogueira - além de professor de direito era membro do Ins
tituto Histórico e Geográfico - no seu livro Um inventor brasileiro, os
planos do padre Azevedo lhe foram furtados.
Na Inglaterra, em Londres, em 1862, houve um a exposição mundial.
A máquina do padre foi enviada, mas não exibida, sob a alegação de falta
de espaço. Há docum entos a esse respeito.
A máquina de escrever, apresentada p or uma firma estrangeira, outra
coisa não era senão a cópia da máquina do padre Azevedo.
Assim como a invenção do aeroplano é, para nós, do brasileiro Alber
to Santos Dumont, em que pesem os protestos dos americanos, também a
da máquina de escrever é nossa, do padre pernam bucano Francisco João
Azevedo. Proteste quem quiser.
2.2.2. Exames datilográfícos
As escritas datilográficas comportam três tipos de exame:
• identificação da máquina;
• identificação do datilografo;
• verificação de acréscimos.
2.2.3. Identificação da máquina
Como é sabido, de um mesmo tipo de teclado são fabricadas milhares
de máquinas de escrever. Se a sua montagem for precisa, a datilografia
produzida em duas máquinas distintas praticamente se confundem.
O uso constante da máquina de escrever, todavia, com o correr do
tem po ou por imperícia do datilografo, introduz no seu teclado defeitos,
sejam eles resultantes do desajuste das hastes, sejam determinados pelo
amolgamento e até pela fratura dos tipos.
O desajuste das hastes, deslocando-se mais para a direita ou para a es
querda, mais para cima ou para baixo, ou dois desses defeitos concomitan
tes, faz com que a letra impressa saia de seu espaço mecânico e, com isso, vá
se juntar ao tipo anterior ou ao subsequente, abaixo ou acima dele.
Ao se confrontar duas mecanografias - evidentemente de tipos da
mesma forma e tamanho - a verificação desses defeitos dá ao examinador
elementos seguros para a identificação da máquina. Mas é preciso muito
cuidado em se certificar, na peça de exame, como nos padrões, que são
batidos na máquina suspeita, que esses defeitos se repetem em toda a me-
canografia e que, por isso, não foram fruto de um acidente, de imperícia
do operador, e sim resultantes de um defeito do próprio teclado.
C apítulo XV - A Akte de I mprimir
16 9
d^r —- ™
FLáV IO M O N TIEL DA ROí-Ha
JOMF ABIDIRr* i
RABELO
C A T tG O R IA |U N C
livicaicilop OLIVETTI
Nas máquinas IBM outra é a situação. As fitas são mais largas do que
as da Olivetti e os tipos são batidos, alternadamente, em tres faixas da fita
- junto à base, no centro e na parte superior.
Ao se datilografar, a esfera caminha um a casa e o dispositivo da fita
sobe de nível. Assim, na sucessão das batidas, a esfera registra os tipos em
três níveis diferentes; o registro pode se dar:
• na faixa da base da escrita;
• na faixa central da fita;
• na faixa superior da fita.
Na primeira situação, feito o registro, ao se acionar a segunda tecla, o
mecanismo da esfera se posiciona de sorte a imprimir no centro da fita e
esta recua um espaço mecânico. No terceiro registro, da-se novo recuo e
ele feito pela elevação da esfera, na faixa superior da fita. Prosseguindo
quarto registro ficará na base da fita e tudo volta a ocorrer como fo. descri-
% para as duas situações anteriores. Após cada recuo, a fita se movimenta
em um a casa da esquerda para a direita.
Assim, os tipos são dispostos em três níveis diferentes, mas eles não
formam colunas verticais como na datilografia feita com as maquinas tradi-
cionais, pois ficam elas ligeiramente inclinadas para a esquerda.
Em razão disso, a leitura é feita da direita para a esquerda em zigue-
zague, como apontado na gravura.
leitura
POLICIA CIVIL - IBM C 6 C «' o , 2
L ’2 I9 I*, L9 V " A -1 T 4 *
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L>* 19 2> L*
Figura 5 - Leitura da fita de máquina IBM.
C apítulo XV - A Arte de I mprimir 177
Para realizar a leitura, a fita deve ser tirada aos poucos do cartu
cho, com cautela, a fim de evitar o seu atrito contra as suas paredes,
pois isto provocaria a rem oção do m aterial corante, o que dificultaria
o exame.
O trecho retirado deve ser colocado num dispositivo para observação
p o r transparência ou sobre um fiando branco.
A leitura, feita da direita para a esquerda, será facilitada com a locali
zação de um ponto. Este sinal indica, à esquerda, o fim de um período e,
à direita, início do subsequente.
A leitura tanto pode ser direta, registrando-se os trechos lidos, como
pela transcrição de todos os caracteres, separando-se as palavras, para,
posteriorm ente, tudo ser passado a limpo.
2.2.7. Máquinas de escrever elétricas
No início da década de 60, a IBM passou a desenvolver a máquina
elétrica de escrever.
A nova máquina de escrever tem como diferença principal das con
vencionais, além de ser acionada por corrente elétrica alternada, o fato
de seu carro perm anecer parado, enquanto o dispositivo de impressão se
movimenta ao longo da linha, a cada toque do teclado.
O elem ento de impressão dos tipos é uma esfera pequena, contendo
44 caracteres minúsculos e outro tanto de maiúsculos, além de sinais de
pontuação e de acentos.
As máquinas de elem ento único, ou seja, de esfera, com um ente
chamada de bola de golfe, têm a vantagem de seus tipos poderem ser
m udados rapidam ente, pela substituição da esfera. Além disso, evitam o
desalinham ento dos caracteres, o que ocorre nas máquinas convencio
nais quando da colisão das barras que sustentam os tipos com o rolo da
máquina.
Os caracteres, nos modelos de plástico niquelado, formam um total
de vinte e duas colunas verticais, com quatro sinais em cada uma.
Para se datilografar, acionando o teclado, a esfera gira, oferecendo o
tipo correspondente para o suporte, e depois se inclina, para atingir a fita
e provocar a impressão.
Um delgado fio de metal provoca a rotação transmitida pelo mecanis
mo correspondente, enquanto a inclinação é feita por um a fita.
O mecanismo de rotação é acionado por um conjunto de cames. O
controle do movimento é transmitido à cabeça de cada tipo p o r um con
junto de alavancas e travas.
D ocumentoscopia - Lamartine M endes
178
2 .3 . F le x o g ra fia
1 - entintador
2, 3 - cilindros limpadores
4 - cilindro porta-matriz
4 .1 . L ito g ra fia
A descoberta da litografia se deve a A loys S enefelder , que, na Baviera,
em 1793, com um a tinta espessa, copiou, num a folha de papel, um texto.
Para evitar que o vento carregasse a folha, enquanto a tinta secava, cobriu-a
com uma placa de pedra. Os dizeres escritos na folha se transferiram para
a pedra e de maneira indelével.
Ocorrera uma reação química entre a tinta e o carbonato de cálcio,
que constituía o material da pedra.
Estava descoberto o processo da litografia (lithos - pedra; e graphé -
escrita, no grego).
Deste processo surgiram outros mais tarde.
4 .2 . O ff-set
O sistema off-set de impressão surgiu na Alemanha, em 1880. Uma
gráfica recebeu a encom enda para imprimir o nome da firma em telhas de
folhas de flandres.
Naquela época, o único processo de impressão disponível era o tipo
gráfico. Ele não poderia ser usado, porquanto as telhas não eram planas,
mas onduladas.
O dono da gráfica, cujo nome é desconhecido, inventou um processo
de impressão indireta: fez uma matriz em alto relevo. Os motivos criados
eram entintados e transferidos para um rolo de borracha e este os passava
para a telha.
Posteriormente, o processo sofreu várias modificações e aperfeiçoa
mentos nos Estados Unidos, aparecendo, então, as máquinas de off-set em
cores e simultâneo.
A impressão off-set é, pois, plana e indireta, como mostra o esquema
adiante.
As partes da matriz não impressionadas pela luz na feitura repelem a
tinta, não imprimindo - OFF - e as que foram sensibilizadas são as que vão
imprimir - SET (origem do termo).
Papel C
Figura 7 - 0 processo.
D ocumentoscopia —Lamartine M endes
184
4.3- Eletrografia
Existe outro processo do tipo off-set, muito mais simples do que o
tradicional - é a cópia eletrostática ou eletrografia.
C apítulo XV - A Arte de I mprimir
385
A seguir, é ele exposto à luz para que a parte restante da carga positiva
seja anulada.
Com isso a máquina está pronta para fazer nova cópia. Tal foi a evolu
ção das máquinas xerográficas que hoje já são possíveis cópias em cores.
A velocidade do processo também foi acelerada, podendo-se tirar até
duas cópias por segundo.
5. M a t r iz e s V azadas ( P e r m eo g r afia )
6. Os C om putado res
Em 1879, nos Estados Unidos, foi posta no mercado a primeira má
quina de escrever - a Remington n° 1.
A sua utilização logo se generalizou e os escribas e os amanuenses
foram relegados a segundo plano.
C apítulo XV - A A rte de I mprimir
189
6 .1 . 0 fu n c io n a m e n to d o s c o m p u ta d o re s p a r a a im p re s s ã o d e te x to s e
g rá fic o s
Cada faixa de cor cobre uma área ampla, que corresponde ao compri
m ento e à extensão da folha de papel.
Quando o papel passa pelo alimentador, primeiramente, é pressiona
do contra a faixa ciano do filme.
Nessa ocasião, um ou mais elem entos de aquecimento, que se encon
tram em linha na cabeça térmica de impressão, do lado oposto do filme,
são acionados e derretem os pequenos pontos daquela cor. Os pontos
derretidos são pressionados contra o formulário.
O papel continua a se mover pelo alimentador até ser expelido da im
pressora. Ao papel se afastar do filme, a tinta ciano, que não foi derretida,
fica no filme, e a derretida, na superfície do papel.
A seguir, o filme colorido se movimenta, exibindo a faixa magenta e o
papel retoma à impressora, sendo, então, pressionado contra a faixa e o pro
cesso térmico se repete, até que a impressora tenha utilizado todas as faixas co
loridas do filme, e só então o papel é expelido por completo da impressora.
6 .3 . Id e n tific a ç ã o d e te x to s im p re s s o s p o r m ic ro c o m p u ta d o re s
6.3.1. Pré-requisitos
• Coincidências preliminares:
- tipo da impressão: matricial; a jato de tinta; a laser;
- números de pinos ou agulhas;
- tipo dos caracteres;
- tamanho dos caracteres;
- núm ero de pontos por polegada quadrada.
• Elementos para a identificação:
- coincidência do mesmo núm ero de pontos nas hastes verticais
das letras;
- ausência de um determ inado pino em todos os caracteres;
- desalinhamento, para a esquerda ou para a direita, de determi
nado pino;
- o uso de acentos gráficos;
- conformação dos algarismos;
- outros que forem observados.
6.3.2. As fraudes por com putador
Com a vulgarização dos microcomputadores e de suas impressoras,
dos vários tipos, as máquinas de escrever passaram a ocupar um segundo
C apítulo XV - A Arte de I mprimir
197
6 .4 . A id e n tific a ç ã o d a im p r e s s o r a
e « , hemat or,v
í. a ç o e s , ® *m° s
u m e n tos 1 i z ados na
►i c a d o s | t:s,...a n f..l o \ j o exaree
ps i nu. i ca tr
;n c ; a pode ! s e r
Figura 8.
Figura 9.
C apítulo XV - A A rte de I mprimir 199
A F a l s if ic a ç ã o d e S e l o s
1. Selos de Controle
Constituem selos de controle os que são aplicados na aguardente,
bebidas alcoólicas e ainda os de controle do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados).
C apítulo XVI - A F alsificação de S elos
203
A P eça d e E xam e
Deixou ele bem clara a precariedade das reproduções para efeito pe
ricial. Disse ele:
»For a s tu d y o f th e c o n te n t o f th e d o c u m e n t, a p h o to s ta tic is
in o b je c tio n a b le , b u t i f th e re is d o u b t o n its g en u in ess, a p h o to s ta tic
s h o u ld n e v e r b e d e p e n d e n t upo n . The p ro c e ss a im s to m a k e every
s tr o k e legible a n d d is tin c t a n d th is excessive c o n tra st o fte n h id e s
evid e n c es o ffo rg e ry . ”
(Para o estudo do conteúdo de um documento, uma fotostática é ques
tionável, mas, se houver dúvida quanto à sua autenticidade, uma fo
tostática nunca será hábil. O processo objetiva fazer todos os traços
legíveis e distintos e esse excessivo contraste frequentemente esconde
os vestígios da falsificação.)
Vale registrar que o autor se refere à fotostática, porque esse era o
único processo de reprodução à sua época.
O sborn n ã o a b re m ã o d a c o n fe rê n c ia d o o rig in a l c o m a s u a r e p r o d u
ção :
“P h o to g ra p h s m a y be d is to r te d a n d m a y be d ish o n est; a n d is th ey
c a n n o t be p r o p e r ly p ro v e d , o r v e r ifie d b y c o m p a riso n w ith o rig in a l
th e y s h o u ld b e e x c lu d e d . ”
(Fotografias podem ser distorcidas ou desonestas; e se isto não puder
ser propriamente provado ou constatado mediante sua comparação
com o original, elas deverão ser rejeitadas.)
Edmond Locard não confiava nas fotografias apresentadas pelas partes
em substituição ao original do documento. No M anuel de technique
policère, registrou essa circunstância:
“Les p h o to g ra p h ie s. Les p a r tie s p r o p o s e n t p a r fo is à T exp sert d e lu i
rem ettre, a u lie u d e s o rig in a u x , d e s épreu ves p h o to g ra p h iq u e s. Cela
est à p e u p r é s c o n s ta m m e n t in a cceptable. ”
(Às vezes, as partes propõem de enviar, em lugar dos originais, as pro
vas fotográficas. Isto é quase constantemente inaceitável.)
“D e sp h o to g r a p h ie s q u e q u e V o n n 'a p a s f a i t e s so i-m êm e n e r e d e n t n u l
c o m p te d e s a lté r a tio n s d u d o c u m e n t: d ’a u tr e aprt, elles p e u v e n t être
tru q u és. ”
(As fotografias que não tenham sido feitas pelo próprio perito não
apresentam provas das alterações do documento. Por outro lado, elas
podem ter sido falsificadas.)
Na obra Suspect docum ents, de W ilson H arrison, o assunto também
foi focalizado:
“W h ilst e x c e lle n t f o r p ro p o se s o f record, p h o to s ta tic co p ies u su a lly
su jfe r f r o m excessive co n tra st, a n d a lso la c k th e f i n e d e la ils a n d
C apítulo XVII - A P eça de E xame
209
dade de que, com a quebra da atenção, ele venha exarar, traído pelo seu
subconsciente, a sua escrita normal.
Devem os padrões serem contem porâneos, pois o passar do tempo
pode acarretar certas modificações formais, próprias da evolução ou invo-
lução do gesto gráfico.
Se o lançamento tiver sido exarado em época distante do exame, além
dos padrões atuais devem ser procurados documentos com grafismos pro
duzidos naquela época.
A adequabilidade do termo de comparação é de suma importância: as
sinaturas confrontam-se com assinaturas e lançamentos de texto com os de
mesma natureza. O padrão deve reproduzir, entre outras, as mesmas palavras
a serem examinadas. O suporte deve ser de mesmo tipo: se a peça de exame
tiver sido exarada em papel pautado, o do padrão deve ser do mesmo tipo.
Isso para se estudar o alinhamento da escrita em relação à linha de pauta.
Lançamentos feitos a tinta devem ser examinados com padrões tam
bém exarados a tinta e assim por diante.
A adequação dos padrões à peça de exame deve, também, atender às
dimensões do campo gráfico. Assim, ao preencher um cheque, o escritor,
necessariamente, tem de acomodar a sua escrita às dimensões dadas a
cada um dos lançamentos, incluindo-se as da assinatura.
Finalmente, os padrões devem ser numerosos, para dar ao escritor a
possibilidade de exarar o seu grafismo habitual e também as diferenças for
mais resultantes do polimorfismo gráfico, como mostra o modelo a seguir.
Na colheita de padrões mecanográficos, sempre que possível, essas
mesmas circunstâncias devem ser atendidas.
Figura 1.
C apítulo XVIII —P adrões de C onfronto
213
• A peça de exame nunca deve ser exibida à pessoa que está forne
cendo os padrões de confronto.
Essa medida não só evita que o escritor veja o grafismo da peça de exa
me e procure modificá-la na sua forma, como também, e sobretudo, que ele
dela se apodere e a destrua, engolindo-a, por exemplo, como já ocorreu.
• Os padrões de confronto devem ser colhidos mediante ditado.
Muitas vezes interessa ao examinador a verificação da coincidência
ou não de erros gramaticais. Se o texto for adrede preparado, as analogias
serão destituídas de qualquer valor.
Finalmente, o escritor, ao fornecer os padrões, deve ser m antido bem
calmo, sem qualquer pressão, para que a modificação do seu sistema ner
voso não acarrete alterações na qualidade do traçado do texto que está
escrevendo.
WiixiAM D ienstein, no livro Technics fo r the crime investigator, fez a
seguinte observação:
S a tisfa c to ry re q u e st s ta n d a r d s a r e o b ta in e s m o re f r o m d ic ta tio n . I f
a n y o th e r m e th o d is used, lh e o p p o r tu n ity f o r c o n sc io u s c h a n g e o r
d isg u ise o f th e w r itin g is greater. I f th e su b ject is a llo w e d to co p y the
text, h e h a s a n e x c e lle n t o p p o r tu n ity to a tte m p t a disguise. ”
(Padrões de confronto, com muita frequência, são obtidos mediante di
tado. Se qualquer outro método for usado, a oportunidade consciente
de mudar ou disfarçar será maior. Se o escritor for autorizado a copiar
o texto, ele terá uma excelente oportunidade em tentar o disfarce.)
Segundo o autor citado, deve-se fazer o ditado da seguinte maneira:
‘The m a te r ia l is d ic ta te d w ith o u t a n y su ggestion a s to a rra n g e m e n t,
spelling, p u n c tu a tio n , a n d c a p ita liz a tio n . N o th in g is su g g ested th a t
m a y c a u se to su b je c t to v a r y fr o m h is n a tu r a l w ritin g h a b its. ”
(O material é ditado sem se fazer qualquer sugestão quanto à sua dis
posição, à ortografia, à pontuação e ao uso das maiusculas. Nada é
sugerido que possa levar o indivíduo a modificar seus hábitos naturais
de escrever.)
Padrões colhidos obedecendo todas essas normas e peculiaridades
estão fadados a permitir um exame de resultado seguro, sem obrigar o
examinador a maiores esforços de inteligência.
2. T écnica de C oleta
3. Arquivo de P adrões
Existe uma falha no Instituto de Criminalística de São Paulo que, p ro
vavelmente, também ocorre nos demais congêneres do país: a falta de um
arquivo de padrões de confronto.
Passam pela seção técnica de documentoscopia do Instituto centenas
de inquéritos sobre falsificações. Os exames são realizados. Os laudos são
expedidos com os autos de inquérito. E com estes seguem os padrões de
confronto colhidos do falsário. Pode ocorrer —e certamente já tem acon
tecido - que o setor receba um inquérito sobre falsificação cujo autor é
desconhecido. Mas pode acontecer que, desse mesmo falsário, outras for-
jaduras já tenham sido examinadas. No arquivo de padrões seria encontra
do material necessário para elucidar mais um caso, que continuará como
sendo de autoria desconhecida em caso contrário.
De certa forma, a inexistência de um arquivo dessa natureza favorece
os falsários, pois ficam na impunidade em razão da falta de provas.
Seria de bom alvitre que o titular do Instituto de Criminalística pleite
asse junto ao Departamento Estadual de Polícia Científica um expediente
obrigando que todos os padrões colhidos em todas as delegacias do es
tado fossem feitos em duas vias. Uma delas ficaria no processo e a outra,
com todos os dados, seria enviada ao Instituto de Criminalística e lá arqui
vada para consultas futuras.
Todavia, se tal procedim ento não for adotado - o que seria absurdo -,
a direção do Instituto de Criminalística poderia determ inar que todos os
padrões de confronto que instruíssem os inquéritos fossem fotografados
e arquivados.
Seria um a medida louvável e que possibilitaria o esclarecimento de
casos em que o autor da falsificação não fosse localizado para colheita de
216 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
padrões, pois nenhum falsário opera um a só vez. Com essa medida, fácil
de ser posta em prática, o Instituto de Criminalística estaria colaborando
com a justiça e servindo à sociedade de forma efetiva.
O padrão de confronto é de tal significação que o legislador patrício
dele se ocupou no Código de Processo Penal. Efetivamente, o art. 174 as
sim normatizou a questão:
“No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de le
tra, observar-se-á o seguinte:
• a pessoa a quem se atribui ou possa se atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
• para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a
dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos
como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
• a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os docu
mentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou
nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
• quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficien
tes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que for
ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última
diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as
palavras que a pessoa será intimada a escrever.”
A lei adjetiva civil também focalizou o problem a dos padrões de con
fronto:
‘Art. 433. (...)
Parágrafo único - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade
da letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de compara
ção, documentos existentes em repartições públicas; na falta desses,
poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribui a autoria do
documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres
diferentes, para fins de comparação.”
Com a devida vênia e com todo o respeito, uma observação deve ser
feita com referência à parte final do parágrafo: a colheita dos padrões, se
gundo as normas da perícia, deve constituir exatamente os termos da peça
de exame - adequabilidade - e, além disso, nunca se deve dar ao suspeito
um texto para ele copiar. O padrão sempre será tomado sob ditado.
Capítulo XIX
Q u e s it o s
A P e r íc ia G r a f o t é c n ic a
2. Do Exame G rafotécnico
O L a u d o G r a f o t é c n ic o
de sua própria perícia, demonstrando com isso não ter ele próprio
certeza, não pode inspirar aos outros a certeza das coisas afirmadas; o
testemunho pericial, quando é em si contraditório, perderá, portanto,
mais ou menos fé, segundo a natureza das afirmações, entre as quais
tem lugar a contradição.”
No Repertório Enciclopédico, já aludido, a questão foi assim focali
zada:
“O que se reclama é a clareza nas respostas, que devem ser sempre mo
tivadas, com uma exposição sincera e franca dos fundamentos apoia
dos, necessariamente, em bases científicas.”
Assim, não basta a resposta ao quesito por si só: é indispensável que
as causas que a determinam sejam expostas, tendo-se em vista os postula
dos científicos da perícia.
Francisco D’Auria, para concluir, também se manifestou sobre a res
posta aos quesitos, afirmando:
“A redação das respostas deve ser em linguagem clara e precisa, tendo
como norma a repetição das mesmas expressões das proposições e
perguntas, quando a elas tenha de referir-se, transcrever ipsis verbis
as partes examinadas que interessarem, e nada omitir ou aditar àquilo
que é limitado nos quesitos.”
Sem ter a pretensão de criticar a lição do grande jurista patrício, por
vezes, quando o quesito não atinge o fulcro da questão, p o r ter sido for
mulado por um leigo, e tendo encontrado o ponto crítico do problema, o
perito tem o dever moral de expor à Justiça a sua observação, pois, caso
contrário, estará ocultando a verdade que se procura e que ele conhece.
Antonio Dellepiene, na obra Nova Teoria da Prova, teceu estas consi
derações sobre a perícia:
“Toda prova, por plena e perfeita que seja, de um fato inverossímil,
torna-se, por esta circunstância, suspeita e, mais do que isso, presumi
velmente falsa, e, por tal razão, judicialmente inaceitável.”
Alguns estudiosos fazem distinção entre laudos e relatórios: os pri
meiros são instruídos com quesitos, o que não ocorre com os segundos.
Mas, na verdade, todo exame procura responder a uma indagação,
seja explícita ou não; assim, não há por que se fazer aquela distinção. Afi
nal de contas, o laudo é o resultado de um exame de natureza técnica e
outra coisa não é o relatório.
Seja como for, laudo ou relatório não passam do estabelecimento da
verdade de um a disputa técnica ou a exposição de um fato ocorrido, em
que, na sua dinâmica, seus resultados são esclarecidos, consubstanciando-
se, assim, a infração penal.
C apítulo XXI - O Laudo G rafotécnico
231
O laudo grafotécnico possui uma característica que nem sem pre re
veste os relacionados com exames de outras especialidades: no que diz
respeito às falsidades, depois de comprovar o fato, ele determ ina a sua
autoria, ou seja, aponta nominalmente o seu autor.
As conclusões, para a perícia grafotécnica, sempre são expostas ca
tegoricamente, seja para afirmar ou negar. Com isso, o examinador não
pode usar verbos no condicional e nem apresentar alternativas.
Outra peculiaridade dos laudos grafotécnicos: nas questões que en
volvem indagações sobre a legitimidade de um lançamento, sempre com
portam um a solução, seja ela de autenticidade, seja de falsidade.. Disso
não há como fugir: ou uma assinatura é legítima ou é apócrifa. Não há
meio termo.
Nas questões que versam sobre a autoria gráfica, entretanto, depen
dendo de condições particulares da peça de exame ou dos padrões de
confronto, é possível que o perito não possa chegar a uma conclusão. Nes
sa oportunidade, as circunstâncias que impediram a solução do problema,
necessariamente, devem ser expostas. Confessar que não chegou a um a
conclusão, fundam entando com dados técnicos, não serve de argum ento
para se alegar a incompetência do examinador. Ao contrário, ele dá prova
de coragem e de lealdade.
Finalmente, nas questões mais complexas, pode o perito, para robustecer
sua fundamentação, transcrever citações de autores de renome, tendo o cui
dado de citar o nome da obra, a página e a edição, sempre que possível for.
1. R oteiro do L audo
2. 0 Valor da P erícia
2.1. Considerações
A perícia documentoscópica é aceita universalmente, em todos os
tribunais, em razão dos seus foros científicos.
A despeito disso, ainda existem aqueles que lhe fazem algumas res
trições.
Em 1962, o autor teve a oportunidade de estagiar no CrimeLaboratory
da Polícia Municipal de Filadélfia, nos Estados Unidos. Essa repartição
técnico-policial, no entanto, no campo da documentoscopia, apenas
procedia a exames mecanográficos. Os exames grafotécnicos eram p o r
eles encaminhados ao Federal Bureau o f Investigation, DC. A alegação
era de que os técnicos julgavam muito difícil a materialização da prova, o
que não ocorre com a dos exames mecanográficos.
Na verdade, houve época em que a perícia era desacreditada. Nessa
ocasião, os m étodos de exame eram inaceitáveis, como a grafometria - a
medição das curvas e dos ângulos da escrita.
D ocumentoscopia —Lamartine M endes
234
1. 0 P reparo do Disco
A cunhagem das moedas pode ser dividida em três fases.
A primeira fase tem início no preparo da liga, atendendo às especifica
ções técnicas determinadas pela lei. A composição da liga é rigorosamente
D ocumentoscopia - Lamartine M endes
238
controlada. Esse controle tanto pode ser feito por análises químicas como
por meio do espectrofotômetro, com iluminação de raio X.
Obtida a liga, é esta transformada em lingotes, que serão posterior
mente reduzidos a lâminas, com a espessura que a moeda deverá ter. A
laminação do lingote é processada a quente e, depois de a lâmina estar
pronta, sofre ela novo tratamento a frio. A lâmina é, então, submetida a um
processo de recozimento para corrigir a perda de maleabilidade causada
pelo encruamento, este provocado pela própria laminação. Já recozida e na
espessura desejada, a lâmina é levada a uma máquina com ferramentas de
corte, onde são feitos os discos no tamanho determinado para a moeda.
O uso de lubrificantes e o recozimento do metal acarretam manchas
no disco e eles podem oxidar, por isso passam por um processo de limpe
za, polim ento e desoxidação, mergulhados num tam bor rotativo contendo
ácido diluído. Girando o tambor, o simples atrito dos discos, uns contra
os outros e todos contra as paredes do tambor, deixa-os completamente
limpos, polidos e desoxidados. A seguir os discos são lavados e depois
secados.
Feitos os discos, eles sofrem um a operação de recalque, isto é, são
comprimidos para repuxar o metal em direção à orla, para que esta fique
mais espessa do que o campo, ou seja, o centro do disco.
2. F eitura da Matriz
Enquanto se processa o preparo do disco, concomitantemente inicia-
se a feitura dos cunhos, ou seja, das matrizes, uma para o anverso e outra
para o reverso da moeda.
O primeiro passo para a confecção das matrizes é o do desenhista. Ele
desenha em tamanho grande, em escala, todos os motivos a serem cunha
dos no anverso e reverso da moeda.
Aprovado o desenho, eles são reproduzidos em relevo, numa peça de
resina dura, de diâmetro muito maior que o da moeda a ser feita. Dessa
peça, onde os motivos se encontram em relevo, por um pantógrafo, eles são
transportados para uma peça de aço rápido, reduzidos no tamanho exato
do relevo original. A seguir, essa peça de aço rápido é resfriada num banho
especial e endurecida por tratamento térmico. Está pronto o cunho.
3. Cunhagem
A máquina de cunhagem, em princípio, consiste num bloco de aço
perfurado, com a dimensão exata da m oeda a ser feita. Essa máquina é
chamada de colar
C apítulo XXII - As M oedas M etálicas
239
4. Nomenclatura da Moeda
• Disco: o suporte metálico.
• Anverso: face principal da moeda, onde se encontra a efígie do
homenageado, uma alegoria ou brasões.
• Reverso-, lado oposto ao anverso, onde se encontra o dístico do
valor.
• Campo-, parte central do disco da moeda, onde se encontram
gravados os motivos decorativos.
• Orla-, faixa da moeda que contorna o campo e que, geralmente,
traz inscrições.
• Rebordo-, parte externa, em relevo, do disco da moeda, para im
pedir o seu desgaste. Serve para medir a espessura da moeda.
• Bordo: superfície curva da moeda, que pode ser lisa, serrilhada,
cinescópica ou conter dísticos.
• Enxergo-, parte inferior da orla, onde se inscreve a data (era) e o
local da emissão.
• Módulo: diâmetro do disco da moeda.
com redução de cinco por cento do seu valor. Era o único meio para se
tirar de circulação as moedas falsas.
Correndo mais no tempo, aqui em São Paulo, nos idos de 1930, na
Penha, um ãlemão fabricava moedas de um mil réis e inundou com elas a
praça. Bem mais tarde, foram reproduzidas moedas de cinco mil réis, com
a efígie de S anto s D um m ont .
Hoje em dia, a falsificação de moedas metálicas foi abandonada, não
só porque elas representam valores pequenos, como porque o seu valor
intrínseco seria maior do que o extrínseco.
Atualmente, toda a atenção dos moedeiros falsos está voltada para o
papel-moeda nacional e estrangeiro.
tando o seu diâmetro. Se a batida não for com muita força, os motivos ficam
mal impressos. Além disso, a cunhagem é feita em duas etapas: pronta a
primeira é feita a segunda. Novamente o disco pode aumentar de diâmetro.
O serrilhado é também todo imperfeito, posto que é feito por limagem.
Galvanoplastia é o processo usado para dar banho de prata ou de
ouro às moedas falsas quando as legítimas foram cunhadas com esses me
tais nobres. É o processo pelo qual se deposita sobre a moeda, que serve
de molde, um a camada de metal - ouro ou prata - previamente dissolvido
num líquido, submetendo-se essa solução à ação de uma corrente elétrica
- galvanômetro.
7. E x a m e das M oedas
Para diferenciar a moeda falsa da legítima, seja ela qual for, deverão
ser feitas, tendo em vista um padrão, as seguintes verificações:
• análise quantitativa e qualitativa do disco;
• diâmetro;
• espessura;
• nitidez dos motivos impressos;
• o serrilhado.
No passado, foi grande o núm ero de moedas que foram falsificadas,
tanto nacionais como estrangeiras. Entre outras, a partir das moedas de
cobre, foram falsificadas as seguintes moedas:
• moedas de prata no valor de $ 1000 réis, de 1913;
• moedas de bronze e alumínio de $ 1000 réis, de 1927;
C apítulo XXII - As M oedas M etálicas
243
8. As M oedas d o R eal
Trata-se de moeda forte, com lastro em dólares e com ele tendo pari
dade, de grande poder aquisitivo, objetivando dar estabilidade econômica
ao país e para debelar a inflação.
Posto em circulação no dia I o de julho de 1994, impôs-se como m oe
da forte e estável. Decorridos 20 anos, apesar das desvalorizações sofridas
desde então, revela-se a sua criação como o principal fator responsável
pelo fantástico desenvolvimento econômico e social verificado nas duas
últimas décadas.
8 .1 . As a tu a is m o e d a s d o p a d r ã o r e a l
• T iradentes - c i n c o c e n t a v o s ;
8.1.2. Os bordos
• As moedas de 1, 5 e 10 centavos possuem os bordos lisos;
• As de 25 centavos possuem bordo serrilhado;
• As de 50 centavos, em baixo relevo, entre duas pequenas estrelas
“Brasil” e “Ordem e Progresso”;
• As moedas de 1 real, trecos são lisos seguidos de serrilhados em
toda a volta.
O P a p e l - M o e d a N a c io n a l
1. Nomenclatura
2. Características de I mpressão
2 .1 . E fígie
Figura 1 - Reprodução do anverso e reverso da cédula de vinte mil réis, contendo, ainda, a efígie da
concubina do Ministro da Fazenda, como as emitidas em 1909.
3. E lementos A cessórios
4. Máquinas Impressoras
A Casa da Moeda, só para a impressão das cédulas, está equipada com
o seguinte maquinário:
4.1. Impressão off-set
Impressora de off-set a seco, em cinco cores, com quatro matrizes, da
marca Simultan;
Impressora a seco, a seis cores, da marca Super Simultan.
4.2. Calcografia
Impressora calcográfica, com quatro matrizes, em três cores, marca
Intagliocolor;
Impressora calcográfica Super Intalglio.
C apítulo X X III - O Papel-M oeda N acional 249
4.3. Tipografia
Para as impressões tipográficas, possui a máquina num eradora Super
Numerota.
Além disso, possui toda um a inffaestrutura, como guilhotinas, bem
como m oderno maquinário para cunhagem de moedas.
5. A M archa da Impressão
A impressão de nossas cédulas é feita em três etapas distintas:
5.1. Primeira
Impressão em off-set simultânea do anverso e reverso na máquina Si
multan. São três ou duas impressões no anverso e duas ou três no reverso.
As matrizes são feitas pelo processo fotom ecânico. São várias ma
trizes justapostas, para im prim ir um a carreira de cédula ao m esm o
tem po. Em cada folha de papel, são impressas, no todo, trinta e cinco
cédulas.
Nesta fase, é impresso o fu n d o de segurança, com preendendo o re
gistro de superposição.
5.2. S e g u n d a
lementos de segurança
do Real
S E VOCE O W AR BEM, VAI VE» QUE O NOSSO WNHETRO ESTÃ AINDA MAIS CONFIÁVEL
E le m e n to s d e S e g u ra n ça
Melhorias já adotadas na cédula de R$ 2.00.
çom numera. 2
Elementos de Segurança
Elemento de segurança opticamente variável
Figura 6 - Acima, fotografia de uma cédula falsa de cem reais, impressa em cédula lavada de um
real. Abaixo, uma cédula de um real sem o fio de segurança.
256 D ocumentoscopia - Lamaxtine M endes
f,
9. P a p e l - m o ed a Im p r e s s o e m P lástico
1. 0 P apel
1.1. Características
O papel usado para a impressão das cédulas de dólar possui, com
pequenas modificações, as mesmas características do usado pela Casa da
Moeda do Brasil para a impressão das cédulas brasileiras.
262 D ocumentoscopia - Lamartjne M endes
2. A T inta
Na impressão em cor preta do anverso, a tinta é magnetizada.
3. T écnica de I mpressão
3.1. Calcografia
3.1.1. Anverso
• toda a m oldura da cédula e a linha de cercadura;
• a efígie;
• o valor literal sob o selo do Departamento do Tesouro;
• os dísticos sob as chancelas do secretário do Tesouro e do tesou
reiro dos Estados Unidos;
• o microtexto que ladeia a efígie.
3.1.2. Reverso
• toda a m oldura do painel e a linha de cercadura;
• o painel.
3.2. Tipografia
3.2.1. Anverso
• os selos do Banco da Reserva Federal e do Departamento do Te
souro dos Estados Unidos;
• a letra de controle e o respectivo algarismo;
• o núm ero do distrito do banco emissor;
• as chancelas do tesoureiro dos Estados Unidos e do secretário do
Tesouro;
C apítulo XXIV - O Papel-M oeda N orte-Americano - O D ólar 263
• a sequência alfanumérica;
• a letra e o núm ero da matriz do anverso;
• a data da emissão;
• os dizeres This Note is Legal Tenderfo r M l Debts, Public and Private.
3.2.2. Reverso
• o núm ero da matriz.
4. A Emissão
No Brasil, a impressão do papel-moeda é delegada ao Banco Central.
Nos Estados Unidos é do Banco da Reserva Federal que, por sua vez, dele
ga poderes a doze bancos estatais, a saber:
1o Distrito Boston A
2o Distrito New York B
3o Distrito Filadélfia C
4° Distrito Cleveland D
5o Distrito Richmond E
6o Distrito Atlanta F
T Distrito Chicago G
8o Distrito St. Louis H
9o Distrito Minneapolis I
10° Distrito Kansas City J
11° Distrito Dallas K
12° Distrito San Francisco L
O algarismo correspondente ao distrito está impresso nos quatro
quadrantes do anverso da cédula, e a letra, correspondente à cidade, no
centro do Selo da Reserva Federal com o núm ero na sua base.
6. 0 D ólar
SERIES
1969 ^
Figura 1 - Fotografia da era de cédula falsa.
Observar que existe nitidez no contorno dos algarismos.
E x a m e d o P a pel - M o e d a
1. Q uanto ao S uporte
Verificar:
• a natureza da polpa;
• o grau de alcalinidade;
• o grau de acidez;
• a fluorescência;
• a resistência à dobragem;
• a resistência à tração;
• a gramatura;
• a espessura;
• os filetes fluorescentes.
2. Q uanto à I mpressão
Verificar:
• o processo de impressão;
• a nitidez das linhas de contorno;
• a presença de falhas;
• a presença de empastamentos;
• as cores e suas tonalidades;
• a presença de microletras;
• a presença de microtextos;
• a presença de imagem latente;
• a exata superposição do registro.
270 D ocumentoscopia - Lamaktine M endes
A
3. Q uanto aos Í ndices de S egurança
Verificar:
• a presença dos filetes coloridos;
• a presença de filigrana;
• a presença do fio plástico magnetizado;
• a presença de filetes fluorescentes em algumas cédulas.
• p a p e l 1 0 0 % ce lu lo se • p a p e l com ercial c o m u m
• relev o n o s m o tiv o s principais • im p ressão plana
• filigrana só visível p o r transparência • filigrana visível o u inexistente
• filetes azuis, verd es e ve rm e lh o s • filetes in existentes o u im p re sso s
Além disso, pode haver diferença na tonalidade das cores e nas di
mensões da cédula.
Departamento tecnológico
DPDT/Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico
Laboratório de Perícia e Desenvolvimento de Valores
C apítulo XXV - E xame do P apel-M oeda 271
Introdução
Os motivos e detalhes de uma cédula ou qualquer outro impresso de
valor que incorporem impressão calcográfíca e/ou filigrana, quando sub
metidos a um poderoso feixe de raios-X, utilizando-se um filme apropria
do, propiciam a geração de imagens pelas diferentes densidades de massa,
correspondentes às características inerentes ao processo calcográfico e à
filigrana.
Na calcografia, a diferença de densidade de massa é resultante da
espessura do filme de tinta transportado da chapa impressora ao papel
e pelos constituintes especiais da tinta. Quanto à filigrana, a diferença de
densidade de massa é resultante das áreas diferenciadas onde há maior ou
m enor deposição das fibras com ponentes do papel, conforme sua acomo
dação no cilinder m ould, de acordo com a técnica da fabricação do papel-
moeda, em que é empregada uma máquina especial denom inada cilinder
m ould machine.
Normalmente uma impressão em off-set ou tipografia não dá origem
a imagens em um filme, quando submetidas aos raios-X, pois a constitui
ção das fitas e a ausência nos impressos são bem diferenciados, compara
tivamente ao processo calcográfico.
Interpretação dos resultados
Tendo em vista que o raio-X gera imagens em um filme fotográfico
especial com uma densidade ótica proporcional à densidade de massa do
impresso examinado e/ou a da filigrana, esse procedim ento pode ser utili
zado em exames periciais, considerando-se as seguintes possibilidades:
• provar, diretamente, se uma cédula (ou outro impresso de valor) é
falsa, desde que a impressão calcográfica e/ou filigrana tenha sido
imitada por impressão tipográfica ou off-set. Neste caso, a cédula
suspeita, quando radiografada, não propicia a geração da imagem
correspondente aos motivos em calcografia e/ou filigrana;
• determ inar se um impresso de valor, objeto da perícia, é falso ou
legítimo, pela análise comparativa entre os detalhes das imagens
reproduzidas pelas radiografias do impresso, objeto a perícia, e do
272 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
Método de operação
O impresso a ser radiografado é colocado diretamente sobre o filme,
dentro da cabine, e, posteriormente, é seguida a seguinte sequência de
operações:
• Voltagem utilizada: 10 a 11 KVp.
• Tempo de exposição: 40 a 50seg.
• Tempo de revelação: 90 a 120seg.
• Tempo de fixação: 30 a 60 seg.
C apítulo XXV - E xame do Papel-M oeda 273
5. A COLORIMETRIA COMPUTADORIZADA
O com putador já invadiu todos os setores da atividade humana, de tal
sorte que, segundo se diz, quem não o souber manipular é considerado
analfabeto.
O emprego do com putador nos exames de documentos não é um
sonho atrevido, mas uma realidade promissora, como aqui será dem ons
trado.
O autor, com a colaboração do perito criminal M anoel Antonio F ernan
des Rei, realizou a primeira perícia utilizando-se de um computador.
Como se trata de uma nova aplicação da colorimetria com putadori
z a d a , seria de bom alvitre, ainda que de passagem, fazer-se uma pequena
digressão sobre os fenômenos da luz e da cor.
Para encontrar um conceito de luz, vários cientistas, no passado, gas
taram muita tinta, e numerosos trabalhos foram escritos. Várias teorias
foram apresentadas até se chegar ao conceito definitivo.
Voltemos, pois, aos idos do século XVII. A primeira manifestação so
bre a teoria da luz foi do cientista inglês I saac N ewton, entre 1675 e 1704.
Acreditava ele ser a luz constituída de pequenas partículas, emitidas
pela fonte luminosa, que viajavam no espaço com enorme velocidade.
N ewton chegou bem perto da verdade, pois as partículas a que se referia
hoje são chamadas fótons.
Os fótons têm a propriedade de atravessar o vácuo e os meios trans
parentes, de refletir nas superfícies sólidas, para depois atingir o órgão
visual - a retina - e produzir a sensação de luz.
A retina, cujo nome deriva do latim - diminutivo do latim rete (rede)
-, significa reter, é composta de dez camadas, das quais vão nos interessar
apenas três:
• a camada de células visuais - cones e bastonetes - que são os ele
mentos sensíveis aos raios luminosos;
• a camada de células bipolares, ou células de ligação, que transmi
tem a excitação luminosa às células ganglionares;
• a camada de células ganglionares, de onde partem as fibras nervo
sas que, reunidas, constituem o nervo ótico.
N ewton c rio u a te o ria c o r p u s c u la r d a lu z q u e , m ais ta rd e , fo i d e r r u b a
d a p o r C hristian H uygens, c o m a te o ria o n d u la tó ria .
Durante muito tempo, os adeptos de N ewton lutaram contra os de
H uygens, até que o físico Augustin J ean F resnel terminou a polêmica cientí-
274 DOCUMENTOSCOPIA - l.AMAKTINE M END ES
Este foi o processo usado para se exam inar duas notas de dólares,
tidas como falsas, em função de dois padrões de confronto, sendo um a
cédula de m uito m anuseio e outra de m enos circulação. Esse cuidado
foi tom ado para controlar a variante provocada pelo resultado do m a
nuseio. Foram subm etidas ao exame colorim étrico com putadorizado
as cédulas de cem dólares, de núm eros 340A e 958A, inquinadas de
falsas.
Para a análise comparativa, serviram de padrão de confronto duas
cédulas de cem dólares, de números 767A e 343B, um a delas com aspecto
de manuseio intenso. O exame foi feito com a utilização de um microcom
putador, conjugado a um espectrofotômetro e a uma impressora. Foram
examinados o anverso e o reverso das cédulas: quanto ao fundo (o supor
te) para o exame do papel; quanto aos pigmentos da tinta de impressão;
quanto à reflexão ou remissão.
AM OSTRA
R (% ) l s PROVA D 65 A TL84
PADRÃO
400nm 2 9 .5 2 3 0 .3 1 dE* 1 .2 6 1.11 1 .1 5
420nm 6 2 .9 2 6 4 .2 7
440nm 7 8 .8 0 7 5 .4 6 dL* 1 .0 9 m . 1 .0 4 m . 1 .0 5 m .
4 6 0 nm 7 2 .4 1 7 5 .6 3 claro claro claro
480nm 7 2 .8 9 7 5 .4 9
500nm 7 1 .9 6 7 4 .9 2 da* 0 .5 9 m . 0 .3 6 m . 0 .4 l m .
520nm 7 0 .6 9 7 2 .5 0 verd e verde verd e
540nm 6986 7 2 .2 0
560nm 6916 7 1 .3 3 db* 0 .2 3 m . 0 .0 6 — 0 .2 3 m .
580nm 6919 7 0 .9 0 amar. apag.
6 0 0 nm 6933 7 1 .1 4
620nm 7 0 .5 8 7 2 .5 3 dC* 0 .2 0 m . 0 .0 5 0 .2 2 m .
640nm 7 1 .6 7 7 3 .6 0 lim p o amar.
660nm 7 2 .2 5 7 4 .5 7
680nm 7 1 .8 2 7 5 .5 6 dH -0 .6 0 -0 .3 7 0 .4 1
700nm 7 3 .1 4 7 7 .0 2
R (% > 3 - P ro v a D 65 A TL84
400nm 2 9 .2 3 dE* 0 .3 2 0 .4 3 0 .3 1
420nm 6 2 .3 6
440nm 7 2 .8 4 dL* - 0 . 0 9 -------- _0.1 3 -------- -0 .1 1 --------
460nm 7 3 .8 4
480nm 7 2 .1 9 da* - 0 .l 6 m . 0 .1 9 m . - 0 . 0 1 --------
500nm 7 2 .0 1 verde verd e
520nm 7 0 .6 0
540nm 6 9 .6 7 db* -0 .2 6 m . -3 6 m . 0 .2 7 m .
560nm 6 8 .9 2 lim p o azul azul
580nm 6 8 .8 3
600nm 6 8 .9 7 dC* 0 .3 1 m . o .3 5 m . -0 .2 6 m .
620nm 7 0 .2 2 lim p o lim p o lim p o
6 4 0 nm 7 1 .0 4
660nm 7 1 .4 1 dH 0 .0 4 -0 .2 0 -0 .1 4
6 8 0 nm 7 1 .3 6
700nm 7 2 .0 1
5.3. I n te r p r e ta ç ã o d o s g rá fic o s q u a n to a o b ra n c o (e x a m e d o p a p e l)
O papel, sem dúvida, é um elem ento valioso para a diferenciação das
cédulas.
Na composição dos papéis, usam-se fibras de várias fontes, processa
das com métodos e fórmulas diferentes, com produtos químicos os mais
diversos, de conformidade com o procedim ento adotado pelo fabricante.
Assim, os papéis adquirem características próprias, reflexões diferentes sob
a excitação de uma fonte luminosa, propriedades estas, às vezes, imperceptíveis
à vista humana, mas que não escapam às células do espectrofotômetro.
Uma outra situação deve ser considerada. Já se disse que a polpa do
papel é feita de fibras. Tanto a pasta mecânica - fibras de madeira - como
a de fibras de algodão ou linho, ou de ambas associadas, passam por um
processo alcalino, para a separação da celulose da lignina. Depois, segue-
se o processo de branqueam ento, com peróxido de hidrogênio - H 202.
Ao padrão do branco adquirido se adiciona, em maior ou m enor
quantidade, um branqueador. A mistura dos dois vai dar o branco final.
Este é diretamente proporcional ao branco da fibra mais o branco óptico.
Nessas condições, as cores de duas folhas de papel branco, na ob
servação óptica normal, podem parecer iguais. Entretanto, o espectrofo
tôm etro consegue detectar a diferença entre elas quanto à cor, porque o
branco óptico reflete sob a excitação dos raios ultravioleta, dando, assim,
a somatória da reflexão do branco das fibras com o óptico, diferenciando
as duas folhas de papel.
Antes de mais nada, serão oferecidos aqui apenas os resultados obtidos
com a luz natural, designada pela sigla D65, e pela luz fluorescente, TL84.
Uma cédula verdadeira foi colocada no centro do gráfico, a fim de
servir de parâmetro para a comparação com as peças questionadas.
Os gráficos a seguir reproduzem os gráficos que representam a compa
ração feita entre as duas peças de exame e os dois padrões de confronto.
O com putador deu informes nos eixos do amarelo, no do verde, do
vermelho e do azul e, ainda, a variação de luminosidade, num eixo chama
do dL, isto é, natural, e a porcentagem -R % - de reflexão.
A cédula padrão mais manuseada apresenta um a certa variação de
tonalidade - é algo mais amarelada e avermelhada -, variação esta insigni
ficante, quando comparada com a das notas submetidas a exame.
C apítulo XXV - E xame do Papel-M oeda 281
5
*3
*2
m. verde
2 da*
1
3 -5 m. verm.
m. azul
Gráfico representando a comparação das amostras sob a luz do dia (D65). 0 centro do gráfico (+) é
a amostra (nota 767A). Os números representam as provas 1,2 e 3, respectivamente.
5 5
*3 V
+
*2 V
m. verde *1 5
2 da*
1
3 -5 m. verm.
m. azul
Gráfico representando a comparação das amostras sob luz fluorescente (TL84). 0 centro do gráfico
(+) é a amostra-padrão. 0 deslocamento dos números 2 e 3 se deve à metameria existente. 0 n. 1
representa uma nota verdadeira e sua posição não é alterada.
282 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
Amostra: Prova:
R(%)
Nota 100 US$ 7 6 7 <’ > Nota 100 \ J S $ 3438^
íOOnm 46.68 45.14
420nm 47.05 45.18
440nm 47.95 45.81
460nm 50.42 48.10
480nm 53.66 51.18
500nm 57.83 55.13
520nm 61.93 5908
540nm 64.00 61.65
560nm 64.87 63.17
580nm 64.30 62.49
óOOnm 64.04 62.06
620nm 64.14 62.03
640nm 65.04 62.77
660nm 66.85 64.49
680nm 67.92 65.58
700nm 68.89 66.78
767A
340A
5.5. E x a m e s d o re v e rs o
Amostra: Prova:
R(%)
Nota 100 USS 767° Nota 100 USS 3438
400nm 46.68 39-98
420nm 47.05 42.50
440nm 47-95 45.24
460nm 50.42 48.95
480nm 53.66 52.27
500nm 57.83 58.52
520nm 61.93 62.19
540nm 64.00 62.75
560nm 64.87 63.49
580nm 64.30 63.97
600nm 64.04 64.09
620nm 64.14 64.46
640nm 6504 65.05
660nm 66.85 65.88
680nm 67.92 66.13
700nm 68.89 65.95
Amostra: Prova:
R(%) Nota 100 US« 9
Nota ÍOO US$ 767^ 5 8 A m
767A
958A
A m o s tr a
R (% ) I a P ro v a D 65 A TL84
Padrão
400nm 1 8 .8 7 1 9 .3 2 dE* 1 .6 8 1 .6 9 1 .8 0
420nm 1 9 .0 9 1 9 .5 7 dL* 1 .3 2 m . 1 .3 6 m . 1 .3 7 m .
440nm 1988 2 0 .4 3 claro claro claro
460nm 2 1 .5 8 22. 27 da* -0 .2 1 m . 0 .1 2 - - - 0 .2 3 m .
480nm 2 2 .9 6 23 90 verd e verde
500nm 2 6 .6 9 2 7 .9 0 db* l.O l m . l.OOOm. 1 .14m .
520nm 3 1 .2 0 3 2 .9 4 amar. amar. amar.
540nm 3 1 .6 7 3 3 .5 5 dC* 0 .9 6 m . 0 .8 9 m . l.l O m .
560nm 2 8 .2 1 2 9 .6 1 lim p o lim p o lim p o
580nm 2 6 .0 7 2 7 .4 2 dH - 0 .3 7 -0 .4 6 -0 .3 6
600nm 2 5 .7 1 2 7 .1 0
620nm 2 5 .8 3 2 7 .3 3
640nm 2 8 .0 5 3 0 .0 3
660nm 3 0 .4 7 3 2 .8 7
680nm 2 9 .7 0 3 1 .9 5
700nm 2 9 .4 7 3 1 .9 5
R (% ) 2 a P ro v a 065 A T I.8 4
400nm 1 7 .0 6 dE* 4 .6 1 5 .1 8 6 .0 1
420nm 1 7 .9 7
4 4 Onm 1 9 .2 6 dL* -2 .8 7 m . -3 .13m . -3 -5 0 m .
460nm 2 1 .0 2 esc u ro e sc u ro e sc u ro
480nm 2 2 .3 8
500nm 2 6 .2 2 da* -0 .1 l m . -------- -0 .8 3 m . 1 .1 7 m .
520nm 2 7 .9 4 ve rd e verm .
540nm 2 6 .4 7
560nm 2 4 .8 1 db* - 3 .6 l m . -4 .0 4 m . -4 .7 5 m .
580nm 2 3 .8 6 azul azul azul
600nm 2 2 .8 3
620nm 2 2 .1 8 dC* -2 .7 6 m . -3 -llm . -4 .5 8 m .
640nm 2 2 .6 8 apag. apag. apag.
660nm 2 4 .5 5
680nm 2 4 .9 5 dH 2 .3 3 2 .7 2 1 .6 9
700nm 2 3 .3 7
Amostra: Prova:
R(%) Nota ÍOO US$ 767Ac*> Nota ÍOO US$ 340A<**>
400nm 18.87 18.87
420nm 1909 1909
440nm 19-88 19.88
460nm 21.58 21.58
480nm 22.96 22.96
500nm 26.69 26.69
520nm 31.20 31.20
540nm 31.67 31.67
560nm 28.21 28.21
580nm 26.07 26.07
600nm 2571 25.71
620nm 25.83 25.83
640nm 28.05 28.05
660nm 30.47 30.47
680nm 29.70 2970
700nm 29.47 29.47
(VERSO ARV)
(VERSO ARV)
A m o stra : Prova:
R (% )
N ota ÍOO US$ 7 6 7 A (*> N ota ÍOO US$ 9 5 8 A (**>
4()0nm 18.87 16.69
420nm 1909 17.58
440nm 1988 18.85
460nm 2 1 .5 8 2 0 .5 9
480nm 2 2 .9 6 2 1.81
500nm 2 6 .6 9 2 5 .5 5
520nm 3 1 .2 0 2 7 .2 5
540nm 3 1 .6 7 2 5 .8 0
560nm 2 8.21 2 3 .9 5
580nm 2 6 .0 7 2 3 .0 1
6()Onm 2 5.71 2 1 .9 6
620nm 2 5.83 2 1 .3 5
640nm 2 8 .0 5 2 1 .8 9
660nm 3 0 .4 7 2 3 .8 4
6 8 0 nm 2 9 .7 0 2 4 .2 5
700nm _____ 2 9 .4 7 2 2 .6 3
(VERSO ARV)
(VERSO ARV)
*1
m. verde
da*
*2
-5 m. verm.
*3
-5 -5
m. azul
*1
*2
*3
-5
R <*>______ I a P ro v a D 65 A TT84
400nm 1 6 .6 9 dE * 5 .4 1 6 .0 5 6 .7 6
420nm 1 7 .5 8
440nm 1 8 .8 5 dL* -2 .6 1 m . -3 .9 1 m . -4 .2 5 m .
460nm 2 0 .5 9 escu ro escu ro escu ro
480nm 2 1 .8 1
500nm 2 5 .5 5 da* -0 .2 6 m . -1 .0 4 m . 0 .9 5 m .
520nm 2 7 .2 5 escuro verde verm .
540nm 2 5 .8 0
560nm 2 3 .9 5 db* -4 .0 1 m . -4 .5 0 m . -5 .1 8 m .
580nm 2 3 .0 1 azul azul azul
600nm 2 1 .9 6
620nm 2 1 .3 5 dC* -2 .9 3 m . -3 .3 2 m . -4 .7 8 m .
640nm 2 1 .8 9 apag. apag. apag.
660nm 2384
680nm 2 4 .2 5 dH 2 .7 5 3 .2 1 2 .2 1
700nm 2 2 .6 3
5.6. E x am e d e m a s s a s d e c a n e ta s e s fe ro g rá fic a s
Até o momento, a identificação de canetas esferográficas por meio
de lançamentos por elas feitos, quando, na observação comum, a cor e
a tonalidade do corante são semelhantes, constituía um problem a sem
solução.
Todavia, testes feitos mostraram ser possível essa identificação pela
colorimetria computadorizada.
Realizaram-se lançamentos com os seguintes instrumentos escreventes:
• caneta com tinta líquida;
• caneta esferográfica Bic-,
• caneta esferográfica Bic Super Clip-,
• caneta esferográfica de propaganda sem marca aparente;
• caneta esferográfica Kilométrica-,
• caneta esferográfica de carga cambiável Parker.
Todos os lançamentos feitos, na observação ótica, eram de cor azul e
de mesma tonalidade.
Feito o teste, através do espectrofotômetro, tomando-se como pa
drão o lançamento feito com caneta esferográfica Bic, que foi colocado
no centro gráfico, a leitura das tabelas oferecidas pelo com putador mostra
a diferenciação das várias massas corantes. O gráfico, que é a análise es-
pectrofotométrica dos pigmentos que compõem a massa corante, permite
diferenciar as várias canetas esferográficas:
292 D ocumentoscopia - Lamarune M endes
A m o stra
R (% ) I a P ro va 065 A TL84
Padrão
400nm 2 9 .5 2 3 0 .3 1 dE * 1 .2 6 1 .1 1 1 .1 5
420nm 6 2 .9 2 6 4 .2 7
440nm 7 8 .8 0 7 5 .4 6 dL* 1 .0 9 m . 1 .0 4 m . 1 .0 5 m .
460nm 7 3 .4 1 7 5 .6 3 claro claro claro
480nm 7 2 .8 9 7 5 .4 9
500nm 7 1 .9 6 7 4 .9 2 da* 0 .5 9 m . 0 .3 6 m . 0 .4 l m .
520nm 7 0 .6 9 7 3 .5 0 verd e verd e verm .
540nm 6986 7 2 .2 0
560nm 6 9 .1 6 7 1 -3 3 db* 0 .2 3 m . 0 .0 6 — 0 .2 3 m .
580nm 6 9 .1 9 7 0 .9 0 amar. amar.
600nm 6 9 .3 3 7 1 .1 4
620nm 7 0 .5 8 7 2 .5 3 dC* 0 .2 0 m . 0 .0 5 - - - 0 .2 3 m .
640nm 7 1 .6 7 7 3 .6 0 lim p o apag.
660nm 7 2 .2 5 7 4 .5 7
680nm 7 1 .8 2 7 5 .5 6 dH - 0 .6 0 - 0 .3 7 0 .4 1
700nm 7 3 .1 4 7 7 .0 2
R Q ) 2 a P ro v a
D 65 A TL84
400nm : 2 9 .8 2 dE * 0 .9 9 1 .1 2 1 .0 9
420nm : 6 2 .4 5
440nm : 7 3 -3 7 dL* -0 .5 9 m . -0 .6 6 m . -0 .6 6 m .
460nm .- 7 3 .2 9 escu ro escu ro escu ro
480nm : 7 2 .7 2
500nm : 7 1 .5 1 da* - 0 . 0 8 -------- - 0 . 1 2 -------- - 0 . 0 2 --------
520nm : 6 9 .7 4
540nm : 6 8 .5 4 db* -0 .7 9 m . 0 .9 0 m . -0 .8 7 m . ~~
560nm : 6 7 .5 5 azul azul azul
580nm : 6 7 .5 7
600nm : 6 7 .7 6 dC* 0 .7 7 m . 0 .9 0 m . -0 .8 6 m .
620nm : 6 9 .1 6 lim p o lim p o lim p o
640nm : 7 0 .1 5
660nm : 7 1 .1 9 d lt 0 .1 8 -0 .1 5 -0 .1 1
680nm : 7 0 .5 2
7 0 0 n tn : 7 2 .2 4
— —
ín d ic e d e m etam eria: A 0 .1 4 T L 8 4 : 0 .1 2
R (% ) 5 a P ro v a D 65 A TL84
400nm 2 8 .6 4 dE* 2 .3 2 2 .5 7
420nm 6 0 .8 1 2 .5 1
440nm 7 2 .1 5 dL* -1 .7 3 m . -1 .8 5 m . -1 .8 3 m .
460nm 7 2 .0 3 escuro escuro escuro
480nm 7 1 .0 1
500nm 6 9 .3 8 da* -0 .0 9 m . - 0 .4 l m . - 0 . 1 0 ------- ~
520nm 6 7 .3 7 escuro verd e
540nm 6 6 .2 0
560nm 6 5 .4 7 db* -1 .5 5 m . -1 .7 3 m . -1 .7 1 m
580nm 6 5 .2 7 azul azul azul
600nm 6 5 .3 9
620nm 6 6 .4 2 dC* 1 .5 2 m . 1 .7 4 m . 1 .7 0 m .
640nm
lim p o lim p o lim p o
660nm 6 7 .6 6
6 8 0 nm 6 7 .5 4 dH 0 .3 4 -0 .3 8 -0 .2 4
700nm 6 8 .4 5
2 2
*1
m. verde *1
j
*3 1 * 3
*4 -2 *4
*2 * 2
* 5
*5 -2
-2
m. azul
Gráfico representando a posição dos vários traços em relação aos eixos verde-vermelho e
amarelo-azul. 0 padrão - caneta Bic - está no cruzamento (+) dos eixos.
1. I n tro dução
P ir a
>1 e £
___i
L'V
" A"
____1
V i s i b 1-
___I___!___1
___1 l 1
Red
1 i
200 300 400 SOO 600 700 H0ÍI VOO
W a \ e í cn g í h — —^
Figura 01 Todas as três regiões do espectro de luz (ultravioleta, visível e infravermelho) são
importantes no exame de documentos questionados).
2. Região Ultravioleta
Figura 4.
Figura 5 - Exame de duas tintas similares por uma variedade de filtros barreira passa longa.
cência e não deve nunca ser ignorado como um m étodo para exame de
documento.
3. Conclusão
O uso da luz em exame de docum ento questionado representa a ma
neira mais útil e rápida de estabelecer a autenticidade de um documento.
A luz interage diferentemente com diferentes tintas em um documento,
oferecendo informações para a detecção de alterações ilegais. Cada região
de luz, ultravioleta, visível e infravermelho possui seu próprio papel. A
aplicação de cada região de luz, assim como dois principais m étodos para
aquisição de informações: os modos de absorção e de luminescência per
mitem ao perito criminal afirmar com muita propriedade sobre autentici
dade ou não de docum ento enviado a exames.
O uso do Espectro de Luz nos exames de docum entos questionados
apresenta-se como uma excelente alternativa e deverá ser em m uito breve
tem po ser implantado na maioria dos laboratórios de documentoscopia
do país. Os principais problemas técnicos têm sido sistematicamente re
solvidos e cada vez mais temos peritos buscando capacitação na área como
forma de fazer uso de métodos físicos de análises nas rotinas laboratoriais
de exames de documentos. Os custos dos equipamentos já estão deixando
de ser proibitivos em razão da entrada de novos fornecedores no mercado
nacional e em breve poderá ser uma realidade na perícia nacional.
Bibliografia
SAFERSTEIN, R. C rim in a listic s a n d I n tr o d u c tio n to F orensic Science. 7a Ed,
1999.
DEFORST, R; GAENSSLEN, RF; LEE, HC. F orensic Scienc: In tr o d u c tio n to C rim i
n a listic s. Ia Ed. 1994.
STOILOV1C, M; LENNARD, C. The A p p lic a tio n o f L ig ht F orense - M a n u a l A u stra -
lia n P olice Federal, 2004.
À certa altura, Du P aty perguntou a D reyfus porque ele estava trem en
do. Este declarou que estava com os dedos frios.
Inesperadamente, Du P aty pôs-se de pé e disse em v o z alta:
- Capitão D reyfus, detenho-o em nome da lei. É o senhor acusado de
crime de alta traição.
Não s a b e n d o d o q u e s e tr a ta v a , D reyfus f i c o u a t ô n i t o e j u r o u i n o c ê n
c ia , f o s s e q u a l f o s s e a a c u s a ç ã o q u e c a ía s o b r e a s u a p e s s o a .
D reyfus f o i c o n d e n a d o , p o r u n a n i m i d a d e , à p e n a d e e x p u l s ã o e à d e
d e g r a d a ç ã o e d e d e p o r t a ç ã o p e r p é t u a n u m a f o r t a le z a .
dando que suas conclusões fossem feitas por analogia e, p or isso, não se
cogitaria da identificação gráfica.
Mas, em 1921, explodiu um escândalo nos meios políticos, envolven
do A rthur da S ilva B ernardes , candidato à Presidência do Brasil, e a perícia
gráfica voltou ao cenário.
Eis o que ocorreu.
Em 1921, a perícia grafotécnica já se encontra sistematizada e E d m o n d
Lo car d , na França, pontificava. Suas obras eram fonte de consulta em todo
o mundo.
A despeito disso, aqui no Brasil, o famoso técnico francês se envolveu
num processo rum oroso e ofereceu um laudo cujas conclusões abalaram
a opinião pública e, mais do que isso, se divorciavam da verdade, enxova
lhando a perícia em que era mestre.
O fato ficou conhecido como o Caso Bernardes e merece ser do co
nhecim ento dos que militam na perícia gráfica, mesmo porque se trata de
uma página agitada da vida política nacional.
Em 1921, a escolha do Presidente da República que sucedería a E pitá-
cio P essoa provocou acirrada luta política, com reflexos em todo o país.
ouro. Por essa razão, o empregado do posto anotou a marca do carro e sua
placa. Era um Dodge azul, de placas 40-13-14.
Tendo o fato chegado ao conhecimento da polícia, com esses dados,
logo foi localizado o endereço do proprietário do veículo: era o alemão
Bruno Richard Hauptmann, que residia na Rua 222, n. 1.279, no bairro Bronx,
na cidade de Nova Iorque.
Imediatamente a polícia foi ao endereço e revistou a casa de H aupt
m ann . Embora este alegasse inocência, foram encontrados lá indícios que
o ligavam ao sequestro.
Entre esses indícios cumpre salientar:
1. uma caixa, contendo 13.730 dólares-ouro, que faziam parte do
resgate pago;
2. num armário da casa, no painel da porta, a lápis, estava registra
do um telefone - D ecatur 37174 - que outro não era senão o do
mediador Dr. Condon;
3. num jogo de ferramentas, estava faltando uma talhadeira, a que
fora encontrada no local do fato;
4. no sótão, observou-se a falta de um pedaço de madeira, pedaço
este que mais tarde se provou que fora usado para rem endar um
dos degraus da escada encontrada no local.
Embora Hauptmann continuasse a jurar sua inocência, sua sorte pare
cia estar selada.
As explicações dadas pelo alemão, de certa forma, enfraqueciam as
provas. Quanto ao dinheiro que fora encontrado em sua casa, afirmava ser
da propriedade de um com panheiro de trabalho - Isidor Fish - que pedira
para guardar a caixa, cujo conteúdo, na ocasião, ele ignorava. Isidor Fish
pedira dinheiro emprestado a ele, para voltar para a Alemanha, no que foi
atendido.
Tendo recebido notícias da morte do amigo, procurou examinar o
conteúdo da caixa. E assim encontrou o dinheiro. Retirou então o valor
do empréstimo que fizera e guardou o resto, aguardando ser reclamado
pelos herdeiros de Isidor.
As outras provas eram de pouca consistência e podiam ser rebatidas
sem grande dificuldade.
Mas a perícia gráfica, ao que tudo indica, pôs uma pá de cal no pro
blema: a escrita era do punho do suspeito.
318 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
Figura 2 - Montagem feita pelos peritos, com recortes de letras e palavras justapostas,
formando o texto da carta do pedido de resgate,
1.5.9. M etodologia
Os signatários orientaram os seus estudos, segundo as normas preco
nizadas pela perícia grafotécnica:
a) estudo isolado das escritas submetidas a exame, a saber:
- a s s i n a t u r a J abes Rabelo;
- os textos mecanografados na cédula;
- assinatura do diretor-geral;
b) análise e interpretação das características de todos esses lança
mentos;
c) anotação dessas peculiaridades;
d) estudo de todas as escritas (cursivas, dactilográfícas e mecânicas)
oferecidas como term o de comparação, devassando suas pecu
liaridades gráficas;
e) anotação das particularidades observadas em todos esses lança
mentos;
f) confronto dos resultados obtidos nas duas fases preliminares
dos exames, verificando qual a preponderância entre as conver
gências e divergências anotadas;
g) discussão entre os signatários sobre as características afins e di
vergentes entre as escritas comparadas, verificando quais delas
são preponderantes, para chegar à conclusão final;
h) execução dos trabalhos fotográficos, destinados a ilustrar as con
clusões a serem expendidas;
i) redação do laudo pelo perito relator;
j) revisão e discussão entre os signatários deste laudo, para sua
redação final.
1.5-10. Exames realizados
1) Prelim inares
A e s c r ita , s e g u n d o P ellat, c o m o u m d o s p r in c íp io s f u n d a m e n ta is d a
p e r íc i a g r a f o té c n ic a , é in d iv id u a l.
C apítulo XXVII - C asuística 0 1 331
O
O
Esta minúcia só pode ser encarada como um mero acidente. Sua os-
tensividade não permite que ela seja encarada como retoque.
C apítulo XXVII - C asuística 01
335
Esta minúcia só pode ser encarada como mero acidente. Sua ostensi-
vidade não perm ite que seja interpretada como retoque.
Em face de tudo quanto foi exposto, os peritos afirmam, de forma
categórica, ser autêntica a assinatura questionada, exarada na cédula fun
cional de Assessor da Câmara dos Deputados, apreendida em p o d er de
Abidiel P into Rabelo, irmão do m encionado Deputado.
1.5.12. Legendas fotográficas
1) Analise d a assin atu ra J abes R abelo - relação dos assinala-
m entos efetuados
Qualidades gerais da escrita convergentes entre padrões e questionada:
• espontaneidade e automatização do gesto gráfico;
• qualidade do traçado;
• grau de habilidade do punho escritor;
336 D ocumentoscopia - L amartine M endes
• formas;
• posição da linha de base;
• calibre;
• inclinações axiais;
• alternância de pressão;
• ritmos de pressão e progressão;
• velocidade.
Ideografocinetismos convergentes entre padrões e questionada:
• gênese do minúsculo ponto de ataque do J;
• gênese do minúsculo ponto de remate do J;
• ponto de remate do prim eiro poligrama (J e cetra);
• ponto de remate do segundo poligrama (caracteres de pouca dei-
nição);
• traços peculiares com pressões negativas;
• gênese do ponto de remate do traço interrompido;
• gênese do ponto de ataque do traço interrompido;
• gênese e forma do traço de impulso do a e morgênese desta letra;
• gênese das duas laçadas ascendentes do segundo poligrama;
• gênese peculiar da laçada que substitui o anel do traço inicial do J,
sempre m enor do que a segunda;
• gênese da peculiar laçada que substitui o anel do J (junção do pri
meiro e segundo gramas), sempre maior do que o primeiro;
• morfogênese do grama articular entre as laçadas;
• gênese da cetra na totalidade dos seus gramas; e
• o grama de remate do segundo poligrama (independente do J e
cetra) sinistrovolvente com ponto de remate desvanescente.
Vide assinalamentos nas Figuras a seguir.
C apitulo XXVII - C asuística 01
337
Não pode ficar sem reparo, todavia, que existe apenas um a diferenc
entre as duas mecanografias, como a perda parcial da trave superior da
haste vertical, à esquerda do observador, da letra L, como mostram os as
sinalamentos nas figuras 13 e 14.
Essa diversidade não enfraquece a conclusão, porque a mecanografa-
ção dos claros da cédula de identidade foi feita em 04 de fevereiro de 1991
enquanto que a do preenchim ento do atestado de frequência ocorreu em
julho de 1991, já que ela se refere ao comparecimento dos servidores
durante o mês de junho. Ora, o uso continuado da máquina de escrever
durante cinco meses, acarreta, por vezes, como ocorreu, novos defeitos
Todavia, evidentemente que os defeitos anteriores não desaparecem.
___ A S S E S S O R _____________
♦ CATEGORIA JjUNCIONAL
F L Á V I O M O N T I E L DA ROCHA (G?
t X
1.5.13. Conclusões
Tendo em vista os resultados obtidos nos exames retrocaracterizados
passam a concluir:
a) é autêntica a assinatura de Jabes Rabelo contida na peça questio
nada;
b) é inautêntica a assinatura exarada no espaço destinado ao dire-
tor-geral, na cédula examinada;
c) a dactilografia dos dizeres preenchedores da qualificação do
portador da cédula de identidade falsa - Abidiel Pinto Rabelo -
foi feita com utilização da mesma máquina eletromecânica com
a qual foram mecanografados os claros do atestado de frequên
cia do mês de junho de 1991, assinado pelo D eputado Jabes
Rabelo.
Lamartine Bizarro Mendes - Perito Relator
Carlos Guido da Silva Pereira - Perito
Leonardo Rodrigues - Perito
José Cândido Neto - Perito
J osé Barth - Perito
Carlos Alberto Zerbetto - Perito
Fortunato Antonio Badan Palhares - Coordenador
Campinas, setembro de 1991.
Capítulo XXVIII
C a s u ís t ic a 02
Edilene Maria da Silva
Papéis de Segurança
Simulação de Calcografia mediante um tipo de grofagem.
Impressão com tinta fluorescente (UV) (mais forte e com tonalidade verde-amarela na falsa).
A X / X X a X XXXXXXX>Xa X •
<XXX XXX5Í XXXXXXXXX ÁXXXXX
Impressão tipo Watermark (na falsa, visível apenas sob luz transmitida).
1. Carteiras de I dentidade
Até 1984 não existia uma unicidade de modelos das Carteiras de Identi
dade, sendo que cada Estado possuía modelos e sistemas de expedição pró
prios. A partir desse ano e embasado na Lei n° 7.116 de 29-08.83 foi implan
tado o modelo nacional, no qual foram inseridos espaços, para registro da
Certidão de Nascimento ou de Casamento, bem como o número do CPF.
A cédula de identidade também conhecida popularmente p o r car
teira de identidade ou RG (de Registro Geral), é o docum ento nacional
de identificação civil no Brasil. Em Portugal o documento equivalente de-
nomina-se Bilhete de identidade. Contém o nome, data de nascimento,
data da emissão, filiação, foto, assinatura e impressão digital do polegar
direito do titular.
Sua emissão é de responsabilidade dos governos estaduais, entretan
to, a cédula de identidade tem validade em todo o território nacional. É
interessante notar que não existe restrição legal à solicitação de outra cé
dula num outro estado da Federação, bastando ir à repartição expedidora,
levando a documentação necessária, e solicitá-lo. Assim é possível que o
cidadão tenha mais de um docum ento de identidade de estados e num e
ração diferentes, todos totalmente válidos em todo o país.
350 D ocumentoscopia - Lamartine M endes
/
Fundo Reticulado Coloração violácea reativa à luz ultra-violeta
Impressão Calcográfica
Filigranas coloridas e fluorescentes
iOBBBE .[ I n
1 H
* Personalização eletrônica
_ .. , • Papel de Segurança •Impressão Incolor
* Película com fibras coloridas reativa
à luz ultra-violeta
• Impressão
i • Data da Instituição
da nova carteira
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Capítulo XXX
D a P r o v a P e r ic ia l - D is p o s it iv o s L e g a is
1. Considerações Gerais
Tendo em vista as modificações de artigos do Decreto-Lei n. 3.689,
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, relativos à prova,
nesta edição destacaremos o que realmente afetará o trabalho do Perito
Criminal.
É que até a vigência do novo dispositivo legal, todos os procedim en
tos periciais eram executados por dois (02) peritos oficiais, inclusive as
perícias documentoscópicas, sem qualquer menção à escolaridade do p ro
fissional.
Também, como matéria inovadora, temos a presença do assistente
técnico, anteriorm ente inadmitida no processo penal, o que fatalmente
propiciará ao Perito Criminal a prática de trabalhos particulares.
Para o perfeito entendim ento das aludidas alterações, p ertin en tes
à prova material, transcrevem os, na sequência, os antigos artigos do
CPC.
............................................................................................ (NR)
Art. 2o A queles peritos q u e ingressaram sem exigência d o diplom a de
curso superior até a data d e entrada em vigor desta Lei continuarão a
atuar exclusivam ente nas respectivas áreas para as quais se habilitaram
ressalvados o s peritos m édicos.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua
publicação.
ORGANIZADOR
Domingos Tocchetto
Perito Criminalístico (1972 a 1991), ex-Chefe do Serviço de Perícias Criminalísti
cas e da Seção de Balística Forense do Instituto de Criminalística (Porto Alegre, RS),
Bacharel em História Natural (Biologia), Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (Di
reito), Professor de Criminalística da Escola Superior da Magistratura - AJURIS, de Por
to Alegre, RS (1981 a 1998), Professor Honorário da Academia de Polícia Civil do Estado
do Rio Grande do Sul e Membro da Academia Paraense do Júri. Especialista em Perícias
de Balística Forense, título concedido pela Associação Brasileira de Criminalística, em
11.11.07.
E-mail: dtocchetto@terra.com.br e domingos.tocchetto@gmail.com
AUTOR
Lamartine Bizarro Mendes
Perito Criminalístico (1947-1986); Advogado; Ex-Chefe da Seção de Criminalística da
Delegacia Regional de Polícia de Santos; Professor de Documentoscopia do Curso Su
perior de Criminalística da Academia de Polícia Civil de São Paulo; Fundador da As
sociação Brasileira de Criminalística, hoje Sociedade Brasileira de Criminalística e Asso
ciação Paulista dos Peritos Criminais de São Paulo.
ATUALIZADORA
Wanira Oliveira de Albuquerque
Advogada; Perita Judicial; Professora de Fundamentos de Criminalística e Documen
toscopia da Academia de Polícia do Estado de Minas Gerais e da Academia de Polícia
do Estado do Amazonas; Instrutora de Grafoscopia dos antigos Banco do Estado de
Minas Gerais, Banco do Progresso S.A, Associação dos Serventuários da Justiça do
Estado de Minas Gerais e empresas de telefonia. Perita Criminal, aposentada, ex-chefe
da Seção Técnica de Documentoscopia do Instituto de Criminalística do Estado de
Minas Gerais.
Avenida Augusto de Lima, 1.376 - sala 1.504 - Bairro Barro Preto
Belo Horizonte, MG - 30190-003
Tel.: (31) 3201.5288 e 9982-2159
E-mail: wanira@terra.com.br
COLABORADORES
Carlos Magno de Souza Queiroz
Perito Criminai Federal. Agrônomo formado pela UFy Viçosa/MG, em 1989. MBA em
Gestão de Políticas de Segurança Pública, pela FGX em 2005, tendo apresentado a
monografia intitulada “Aplicações da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) em
Criminalística”. Ingresso na Carreira Policial Federal em 1996, lotado até o momento
no Instituto Nacional de Criminalística no Setor de Balística Forense, na área de Mi
croscopia Eletrônica. Especialista em Microscopia Eletrônica de Varredura aplicada a
caracterização de microvestígios.
Marcos Passagli
Farmacêutico-Bioquímico. Especialista em Análise Clínicas e Toxicológicas pela Uni
versidade Federal de Minas Gerais. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de
Minas Gerais. Pós Graduado em Estudos de Criminalidade e Segurança Pública pelo
C risp/U fmg . Perito Criminal aposentado, ex-chefe da Divisão de Laboratório do Instituto
de Criminalística de Minas Gerais, ex-Coordenador dos cursos de Criminalística da
A cadepol/M G . Professor da A cadepol/M G e da APM/MG. Atualmente exerce o cargo de
Gerente técnico da Safetech - Sistemas Tecnológicos de Segurança Ltda.
Acidentes de
Trânsito
ri í Análise da Prova Verdadeiro VadeMecum para os do_
Pericial - 4a edição res e aplicadores do direito na utilização de
laudos periciais em seus misteres, estabele
Autor: cendo de modo simples, claro e objetivo
fef rA* *i Ranvier F eitosa Aragão uma ponte entre o mundo jurídico e o mun
do das perícias em matéria de acidentes de
Brochura - 608 páginas tráfego.
i - • Formato: 160 x 230 mm
Documentoscopia
3a edição
Descreve as práticas mais frequentes n a
Autor: ^ adulteração e falsificação d e certificados
Eamartine Bizarro Mendes d e p ro p rie d ad e de veículos, escrituras, pa-
Wanira O^de Albuquerque ^ « f e d a , *elos e o u tro s docum entos.
Colaboradores- A borda a m odernização dos recursos e tec-
Carlos Magno de S. Queiroz nicas clue dificultam as fraudes e aum en-
Edilene Maria da Silva tam a segurança contra ações crim inosas e
Marcos Passagli fornece roteiros para a co rreta investiga-
Sara Lais Rahal Lenharo ção, perícias e elaboração d e laudos.
Brochura - 38-1 páginas
Formato: 160 x 230 mm
Entomologia Forense
Quando os insetos são
vestígios - 2a edição Aborda fundamentos sobre a estrutura e a
biologia dos insetos. Relaciona procedi
Autora e Coordenadora: mentos de seleção, coleta, transporte, mon
Janyra Oliveira-Costa tagem e armazenamento de evidências
Colaboradores:
Cátia A. de Mello-Patiu
entomológicas. Interpreta os procedimen
Daniely Oliveira Santana tos, as análises, os laudos e as conclusões.
Guaraci dos Santos Dias Constitui ferramenta indispensável a pro
H ingtid Yara S. Quintino fissionais envolvidos em litígios em que a
Leonardo Gomes perícia se faça necessária.
Lucila Maria L. de Carvalho
Luiz Roberto Fontes
Margareth Maria de C. Queiroz
Patrícia Jacqueline Thyssen
Renata Rocha Pessanha
Sidney Milano
Thiago Blanc Celino
Brochura - páginas
Formato: 160 x 230 mm
Fonética Forense
2a edição
Este livro aborda os fundamentos, a fisiolo-
Autor: gia, as técnicas e os recursos e analisa os
Antonio César principais crimes, como a interceptação te
Morant Braid lefônica e as transcrições.
Brochura - 144 páginas
Formato: 160 x 230 mm
M Série
• a í: <
P c r id g g
Organizador:
D o m ingos
T o c c h e tto
Identificação Humana
Identificação pelo DNA
Identificação Médico-legal
Perícias Odontológicas
V olum e II
O tema Identificação Humana é agora divi
Autores: dido em dois volumes. Neste segundo volu
Luís R. da Silveira Costa
Luiz Fernando Jobim
me, o capítulo da Identificação Humana
Moacyr da Silva através do DNA é atualizado e ampliado; é
introduzido o tema da Identificação Mé-
Brochura - 328 páginas dico-Legal e aborda com detalhes a utilíssi-
Formato: 160 x 230 mm ma Perícia Odontolegal.
Química Forense
Sob Olhares Eletrônicos
Autora e Coordenadora:
Regina Pestana de O. Branco
Anamaria D. P. Alexiou
Dalva L. A. Faria
Henrique Eisi Toma Reúnem -se nesta o b ra oito renom ados pes
Jorge E. S. Sarkis quisadores qu e descrevem as mais recen
(Ja ia r/rj f-o rru sc
Perícia Ambiental
Criminal
Coordenador:
Domingos Tocchetto
Autores:
André de Farias
Bettina Tomio Heckert
Bianca de A. Carvalho
Cristina Barazzetti Barbieri
Daniel Russo
Daniela Falcão Sampaio
Eduardo Kunze Bastos A perícia em crimes e desastres ambientais
Fernando Furtado Kerber é ainda pouco difundida em nosso país.
Gustavo Aveiro Lins Para produzir um livro com elementos
João Pedro Pinheiro Vieira para o aperfeiçoamento profissional de pe
José Cavalcanti dos Santos
Josim ar Ribeiro de Almeida ritos com os melhores fundamentos e téc
Marcelo de Lawrence B. Blum nicas periciais, o Dr. Domingos Tocchetto
Mauro M endonça Magliano reúne um grupo de renomados especia
Osmar Pires Martins Júnior listas - professores universitários, consul
Paulo Sérgio Portela de O. tores, técnicos de empresas e peritos com
Rafael de Arêa Leão Alves vistas a oferecer obra de exepcional quali
Rafael Salum de Oliveira
Rodolfo Antônio da Silva
dade, inequívoca utilidade e oportuni
Rodrigo de Almeida dade, visando oferecer à Justiça, laudos
completos, perfeitos e inquestionáveis.
Brochura - 352 páginas
Formato: 160 x 230 mm
L
Judith Martins-Costa Paulo Marco Ferreira Lima
Juliana Zacarias Fabre Paulo José Freire Teotônio
Kelly Susane Alflen Paulo Restiffe Neto
Lamartine Bizarro Mendes Paulo Sérgio Restiffe
Lédio Rosa de Andrade Paulo Stanich Neto
Leopoldo Ubiratan C. Pagotto Pedro Paulo Filho
Lídia Reis de Almeida IVado Peter Panutto
Lucas Naif Caluri Ranvier Feitosa Aragão
Lucas de Souza Lehíeld Regina do Carmo P. O. Branco
Luciana C. A, Alves llrnri<|oc Renato Luís Benucci
Luciano de Camargo IVnteadn Ilenc Ariel Dotti
Luís Praxedes Vieira da Siba Ricardo Algarve Gregorio
Luiz Alexandre Cru Ferreira Ricardo Dip
Luiz Carlos Branco Koberta Ceriolo Sophi
Luiz Eduardo Carvalho Dorej Koherto Barbatojr.
Luiz Fernando Cassilhss \bira Roberto Fragale Filho
Luiz Fernando lobim Roberto Liesegang
Luiz Fernando V A- Guilherme Roberto Silva Oliveira
Luiz Flávio de Oliveira Rodrigo KJeinubing
Luiz Geraldo Morctti Rogério A. Correia Dias
Luiz Guilherme Moreira Porto Rogério Bellentani Zavarize
Luiz Henri<|ue \ntunc* AÍO<Kjp Rubcn Tcdeschi Rodrigues
Luiz Roberto Homero Russo Rubens Beçak
Luiz Waltcr Carvallto dc Souza Samuel Mendonça
Marcei Cordeiro Samuel Muçgel Branco
Marcelo Amonio S, L Cosia Sérgio Cadcmartori
Marcelo Augusto Seuddcr Filho
Marcelo < orrea da Silva Sétgio Eduardo M. de Alvarenga
iarcelo Ferreira Abdalla Sérgio Luiz Monteiro Salles
Marcus Vinícius Lopc' da Silva Sérgio Resende de B irros
Maria Cristina V B. Tarrrga Sidnci Agostinho Beneti
Marina Bccfcrr Sílvio de Salvo Vcnosa
Marina Mczzavllla Verri Sueli Aparecida De Pirri
Mauncio Marangoni Sueh Miguel Rodrigues
Mauro Sérgio Rodrigues Sybio do Amaral
Miguel Avuso (Espanha) ■Sampaio Ferraz Junior
Miguel l loresiano NCW Thalira de Joseanm S. Silva
Miguel Reale Valderj dos Santos
Migu 'I Reale |r. Vera I.ucia Ribeiro Salvador
Mina l.erena Misailidis Vera Lúcia R. S. Jucovsky
Moaevr da Silva Vu eme de Abrru Amadei
Monnalisie Gintencs Ccêcu Vtccntc ■t I- : madei
Nesior S. 1’rmeado Filho Vicente de Paula R. Maggio
Nc-wton de Oliveira Neves Victor Paulo Stumvoll
( >rlando Laitano Vladimir Passos dc Freitas
Osvaldo Ncgrilíi Neto Votuey Corrêa I. dr Moraes Jr.
Oswaldo Bcrtogna Júnior Wiliain Viandrrlev Jorge
<hadio Rocha liana» Sandoval Wilson Lavorrnti
Paulo F. da Cunha (Pornigal)
Paulo Jtwé da Costa Júnior
Unu editora é reconhecida por
*eu» autores c auullzadn res
O saudoso professor Lamaktine B izarro Mendes é consi
derado verdadeiro ícone na perícia criminalística. O seu livro
Documentoscopia, que ora se publica em terceira edição, vem
sendo utilizado há mais de uma década, como manual prático
quase obrigatório, por estudiosos e pela maioria dos profis
sionais que atuam na área. Aborda dados históricos interessan
tíssimos e reúne conceitos e fundamentos de maneira clara,
organizada e didatica, que facilitam sobremaneira a compreen
são das modernas técnicas periciais, dos recursos mais impor
tantes e suas aplicações nas diferentes espécies de fraudes
praticadas atualmente. Conduz-nos ao entendimento de que
muitas das fraudes que insurgem como novidades constituem,
na prática, variações ou versões sofisticadas de modalidades
aqui explicadas.
Revista e atualizada pela perita W anira O liveira de Albu
querque , a nova edição vem enriquecida com valiosas contribui
ções trazidas por colaboradores dos quadros da Polícia Federal e
especialistas de empresas fabricantes de equipamentos, que
descrevem recursos, métodos e técnicas que constituem as mais
recentes tecnologias empregadas na investigação de fraudes em
documentos.
Por tais características renova-se como a obra preferida pelas
Academias de Polícia, por professores, estudiosos, peritos pro
fissionais e postulantes a concursos públicos.
Latnartine Bizarro Mendes
T A Série ^ ^ 1
Tratado de v
Perícias
Cri minalísticas
Documentoscopia
Orpnizador.
D o m in g o s
>V T o c c h e tto
■ "sã s A
Colaboradores:
Carlos Magno de Souza Queiroz
Edilene Maria da Silva Adaptado segundo a
nova ortografia da
Marcos Passagli Língua Portuguesa
M ille n n iu m