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MODERNA
1ª Edição
UNIASSELVI-PÓS
Indaial - 2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
M539d
ISBN 978-85-7141-374-0
ISBN Digital 978-85-7141-375-7
1.Documentoscopia moderna. - Brasil. II. Centro Universitário
Leonardo Da Vinci.
CDD 340
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução À Documentoscopia.................................................. 7
CAPÍTULO 2
Identificação Gráfica................................................................... 43
CAPÍTULO 3
Papéis de Segurança.................................................................... 71
APRESENTAÇÃO
O objetivo deste livro é trazer informações a respeito do papel e dos
outros meios utilizados como base para documentos, bem como rudimentos de
segurança agregados a eles e em sua impressão. Desta forma, serão estudados
o papel e a sua importância nas normas de associação da linguagem, bem como
serão observadas questões consideradas relevantes, como a deterioração do
papel, com a finalidade de se verificar a data da produção do documento.
� conhecer os alfabetos;
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Documentoscopia é uma palavra que não encontra definição nos dicionários,
mas foi consagrada como termo adequado para definir a ciência que estuda a
autenticidade de documentos, conforme Costa (1995, p. 13):
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Documentoscopia Moderna
2 CONCEITO DE DIVISÃO
A Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, regula o acesso a
informações. O artigo 4º, inciso II, define documento como “unidade de registro
de informações, qualquer que seja o suporte ou formato” (BRASIL, 2011). Dessa
forma, não estão restritos os suportes e formatos dos documentos. Considera-se,
assim, o documento como representação material, idônea, da manifestação do
pensamento humano.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
FIGURA 2 – PASSAPORTE
FONTE: <https://projeto101paises.com.br/como-tirar-o-
passaporte/>. Acesso em: 27 maio 2019.
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
II. Mecanografia
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
Nos dois sistemas se faz necessário que a folha seja prensada entre dois
rolos aquecidos para que seja extraída toda a água, pelo sistema de evaporação.
Deve ser ressaltado que variações podem ser efetuadas nos sistemas de
formação de folhas visando fins específicos (D’ALMEIDA, 2015).
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
FONTE: <http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/conheca-a-historia-
das-cedulas-e-moedas-nacionais>. Acesso em: 27 maio 2019.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
Vale lembrar, que para ser considerada a escrita exige-se um número mínimo
de elementos, pois poderá ser considerado, apenas, um traço ou rabisco, que não
atende aos objetivos da própria grafotécnica (MENDES, 2015, p. 3).
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Documentoscopia Moderna
FIGURA 6 – HIERÓGLIFOS
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
Os traços podem ser retilíneos, como próprio nome está dizendo, quando
são retos, ou curvilíneo, quando se apresentam sob a forma de arcos. Podem ser
ascendentes ou descendentes, à direita ou à esquerda.
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
4 GRAFOTÉCNICA
É parte da documentoscopia que trata exclusivamente do grafismo, isto é,
da escrita direta do gesto executado pelo homem. Tem por objetivo verificar a
autenticidade ou determinar a autoria dos grafismos ou manuscritos.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
escrita, sem a influência do organismo muscular, nem braço, nem punho e mãos.
O cérebro normalmente desenvolvido desempenha a função com facilidade. As
crianças, que ainda não tiveram seu organismo plenamente desenvolvido, não
conseguem escrever.
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Documentoscopia Moderna
FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2176-45732014000200006>. Acesso em: 27 maio 2019.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
5 FRAUDE DOCUMENTAL
A fraude em documentos é a maior preocupação da documentoscopia
moderna. A autenticidade dos registros é fundamental para garantir a segurança
jurídica, seja em relação a documentos públicos, seja em documentos particulares.
Se a avaliação pericial for relacionada ao grafismo, têm-se os padrões gráficos ou
lançamentos padrões, como já foi comentado neste capítulo.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
O autor pode, ainda, fazer uma simulação do falso, lançando sua assinatura
normal e em seguida a contagia com defeitos que a torne falsa. A diferença entre
a autofalsificação e a simulação é que na primeira os vícios são introduzidos no
ato de lançar a assinatura e, na segunda, depois de ela ter sido exarada.
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Documentoscopia Moderna
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Concluímos, então, que a documentoscopia é uma aliada fundamental da
polícia forense, permitindo que, através da análise de documentos, se verifique a
autenticidade do mesmo e em caso de apuração de verdadeira autoria para que
seja possível a punição do falsário.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
1 O que é documentoscopia?
2 O que é documento?
3 O que são elementos de segurança?
4 Quais os elementos que compõem a escrita?
5 Qual a importância do grafismo?
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Documentoscopia Moderna
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14983. Papel
de segurança – Determinação da presença de substâncias reativas a agentes
químicos 2008.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À DOCUMENTOSCOPIA
FREITAS, Cinthia O. A.; VOLPI NETO, Angelo. Técnicas forenses nos crimes
de falsidade documental: assinatura realizada por robô? Disponível em: http://
ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=4033&n_link=revista_artigos_
leitura. Acesso em: 1º dez. 2018.
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Documentoscopia Moderna
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime. Guide for the
development of forensic document examination capacity. New York: United
Nations, 2010. Disponível em: http://www.unodc.org/documents/scientific/
Forensic_Document_Examination_Capacity.pdf. Acesso em: 12 nov. 2018.
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C APÍTULO 2
IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
� coletar padrões.
Documentoscopia Moderna
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A falsidade de documentos data, praticamente, da mesma época do
surgimento da escrita. Desde os primórdios da sociedade, pessoas mal-
intencionadas utilizam a alteração de documentos para obterem benefícios. Tais
alterações podem ocorrer de diversas formas, como visto no capítulo anterior.
2 A AUTORIA GRÁFICA
O objetivo da Grafotécnica é determinar a autoria gráfica de um lançamento.
Pode ser a busca pela autenticidade de uma escrita, isto é, verificar se está
relacionada a uma só pessoa, aquela que deveria lançar tal escrita, a pessoa que
tinha a competência no lançamento de tal escrita.
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Documentoscopia Moderna
Com relação aos métodos utilizados nos exames periciais, quando se analisa
a autenticidade de determinada escrita, o perito deverá voltar sua atenção para
os hábitos gráficos da suposta vítima, ou da pessoa competente para produzir a
escrita, e verificar, por comparações, se são convergentes com as características
da escrita sobre a qual recai a suspeição. Para que isso seja possível, a vítima
deverá fornecer seu padrão gráfico.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
A Escrita à Mão Guiada, ainda, pode ser aposta mediante a escrita à mão
apoiada, quando o guia não interfere na escrita da pessoa guiada, servindo-lhe
apenas de apoio. Consequentemente, as características gráficas da pessoa
guiada estarão presentes na escrita. Ou, também, a escrita a inerte, quando é
nula a colaboração do guiado. Assim como na mão forçada, a escrita refletirá
somente as características gráficas do guia.
3 PROBLEMAS EM
DOCUMENTOSCOPIA
Os problemas em documentoscopia são desafiadores, uma vez que
demandam muita competência do perito e que mesmo com todo o avanço
tecnológico permanecem, em inúmeros casos, sem solução.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
O autor Edmond Locard alertou, já no séc. XIX, que quando dois traços se
cruzam, o feito com tinta mais escura do que o outro sempre parece estar sobre
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Documentoscopia Moderna
ele, mesmo que a sucessão dos lançamentos tenha sido oposta (BEJA, 2014, p.
57).
O traço que sofreu maior perturbação deve ser objeto de maior atenção,
pois pode ser um indicativo da ordem de realização do traçado, embora seja
extremamente fraco e inseguro. A maneira mais eficiente de se determinar a
sequência da confecção dos traçados, quando há cruzamento entre eles, é o
emprego do microscópio eletrônico.
FONTE: <http://forum.jogos.uol.com.br/como-e-a-letra-de-
voces_t_2836492>. Acesso em: 13 fev. 2019.
É fundamental que para que seja feita uma análise melhor que os padrões
colhidos sejam, também, em letra de forma a fim de que a comparação seja possível,
e esta é outra grande dificuldade nesse tipo de exame.
Utilizar letra cursiva como padrão de escrita a ser comparado com as letras de
fôrma que compõem a peça questionada, não traz segurança ao exame. Haveria
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
• ataques e remates;
• presença de rebarbas e meniscos;
• pingo do i;
• sinais de pontuação e algarismos.
O exame de letras de fôrma deve apreciar a pressão nos diversos gramas das
letras, bem como o hábito de colocar pingo na letra “i” maiúscula, ou de omitir o pingo
na minúscula, a posição do terceiro grama da letra “a”, o tamanho e a localização
do corte do “t”, a diferença de calibre dos gramas que integram as letras “b” e “r” ou
“e”, o alinhamento gráfico do texto, os espaçamentos entre os caracteres e entre os
vocábulos e a existência de erros gramaticais e ortográficos.
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Documentoscopia Moderna
Em suma, toda cópia “xerox”, antes de ser examinada, deve ser conferida com o
seu original e de acordo as normas de perícia, o exame só pode ser feito nos originais
dos documentos, salvo raras exceções. Se for indispensável à realização da perícia,
na cópia, o examinador deve ter a cautela de condicionar a exatidão da solução de
seu exame ao confronto da cópia com o original.
Também vale frisar, de acordo com o artigo 223 do Código Civil Brasileiro, que a
cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova
de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o
original.
Segundo o mesmo artigo, em seu parágrafo único, a prova não supre a ausência
do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias
condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
Por isso mesmo, o estudo da datiloscopia interessa muitas vezes não apenas ao
perito, mas como também ao próprio tabelião de notas.
4 INSTRUMENTOS ESCREVENTES
Os instrumentos escreventes são inúmeros e é impossível citar todos os
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
O nome surgiu, pois, no passado, eram utilizadas penas de aves para escrever,
principalmente patos ou gansos. Os traços têm dois sulcos, correspondentes aos
bicos da pena. Esses sulcos duplos recebem o nome de sulcagem. As penas podem
ser metálicas, comum ou caneta-tinteiro, comum ou de aço ou de pato e de cana.
FONTE: <http://www.mundoreal.xyz/historia-da-caneta-de-pena-a-
caneta-tinteiro/bela-caneta-tinteiro/>. Acesso em: 13 fev. 2019.
FONTE: <https://sentaquelavem.wordpress.com/2014/11/24/um-texto-
sobre-canetas-e-nada-mais/>. Acesso em: 13 fev. 2019.
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Documentoscopia Moderna
FIGURA 4 – PENA
FONTE: <http://sopasdepedra.blogspot.com/2017/08/das-penas-de-
ganso-as-esferograficas.html>. Acesso em: 13 fev. 2019.
Na Índia, alguns povos até hoje utilizam a pena de cana para escrever. São
preparadas com o auxílio de pequenos bambus, adequadamente cortados. A
escrita apresenta traçado relativamente espesso, quase sem sulcagem.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
sem estes, como o caso do lápis integral. Podem ser de cor, comum ou copiativos,
que permitem a confecção de cópias. Outros instrumentos de escrita a serem
bastante considerados são as esferográficas, as hidrográficas e o carvão.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
FONTE: <https://www.virgulistas.com/tag/mensagem-escrita-
em-um-quadro-branco/>. Acesso em: 13 fev. 2019.
4.1 INDIVIDUALIZAÇÃO DO
GRAFISMO E OS INSTRUMENTOS
ESCREVENTES
É importante ressaltar que a utilização de instrumentos escreventes diferentes
pelo mesmo escritor não implica na perda da individualidade gráfica. Porém, os
diferentes instrumentos escreventes apresentam características distintas em seus
traços que podem trazer algumas modificações nos característicos gráficos do
escritor. Mas não podemos esquecer que a preferência por determinado tipo de
instrumentos escritor é também um elemento da personalidade gráfica.
Podem ser feitos exames da massa corante das canetas esferográficas, mas
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
duração das sulcagens está relacionada com sua extensão e será curta, média
ou longa.
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Os retoques são feitos quando a pena volta outra vez ao papel, sobre o traço
já executado, quer repassando-o, quer completando-o. Já os borrões podem ter
origem na queda da tinta sobre o suporte gráfico, do jato de tinta oriunda da pena,
em razão de alguma movimentação brusca, bem como do contato ou do atrito da
tinta com outro papel ou material. As borraduras aparecem quando se escreve
em papel impróprio ou umedecido, ou quando líquidos dissolventes são lançados
sobre o traço a tinta.
5 PADRÕES DE CONFRONTO
Os padrões de confronto servem de parâmetros, com os quais será possível
determinar falsidade, autenticidade e até mesmo autoria de determinada escrita
ou documento suspeito e, por esta razão, tais escritas ou documentos suspeitos
recebem o nome de documentos questionados ou escritas questionadas.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
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Isso ocorre com as firmas registradas em cartório, que servem para posterior
comparação.
Outra coisa a ser observada é o suporte, que deve ser da mesma espécie.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
FONTE: A autora
Nos casos de carta anônima é prudente que o teor seja ditado, no mínimo,
três vezes. O perito não pode sugerir sobre a confecção do texto, seja quanto à
disposição da matéria, à ortografia, ao uso da letra maiúscula, à silabação das
palavras etc. O ditado deve reproduzir o texto questionado, contendo os mesmos
dizeres na peça de exame.
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Documentoscopia Moderna
serão ditados por pelo menos três vezes, observando o tipo de escrita utilizada,
se cursiva, imitativa, letra de forma etc. Ditar também nomes similares ao da
assinatura contida na peça.
Se o texto for longo, a coleta deve ser distribuída em duas etapas, com um
pequeno intervalo, visando ao descanso do escritor, a fim de acalmá-lo e evitar
que ele mantenha, no novo padrão, o mesmo artificialismo usado no anterior.
É possível que o perito entenda ser necessário pedir ao suspeito que escreva
com a mão esquerda, se for destro, e com a direita, se for canhoto e, caso ele não
consiga mesmo essa inversão do punho-escritor, destruir a folha, por inútil. No
caso de ele conseguir essa inversão, escrever, em local destacado do suporte, a
expressão: “Sugerida a escrita com a mão (direita ou esquerda”.
O perito deve requerer que a seja feita a reprodução da assinatura por inteiro;
abreviando um dos nomes; abreviando dois nomes; somente com as iniciais; com
as iniciais de forma aglutinada e em um só momento gráfico; com as iniciais,
porém ilegíveis ou disformes e com mutilação de letras ou de parte do sobrenome
etc. No caso de assinatura, mandar a vítima e o suspeito produzi-las pelo menos
dez vezes.
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, tivemos a oportunidade de falar sobre os diferentes tipos de
instrumentos escreventes, suas características e os diversos tipos de traçados
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 2 IDENTIFICAÇÃO GRÁFICA
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14983:2008. Papel
de segurança - Determinação da presença de substâncias reativas a agentes
químicos.
Millennium, 2014.
FREITAS, Cinthia O. A.; VOLPI NETO, Angelo. Técnicas forenses nos crimes de
falsidade documental: assinatura realizada por robô? Disponível em: http://ambito-
juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=4033&n_link=revista_artigos_leitura. Acesso
em: 1º dez. 2018.
NUCCI, G. S. Código de processo penal comentado. 12. ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime. Guide for the development
of forensic document examination capacity. New York: United Nations, 2010.
Disponível em: http://www.unodc.org/documents/scientific/Forensic_Document_
Examination_Capacity.pdf. Acesso em: 12 nov. 2018.
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C APÍTULO 3
PAPÉIS DE SEGURANÇA
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A existência humana, bem como seus direitos, é materializada perante a
apresentação de documentos que comprovam a individualização das pessoas.
Assim, para evitar que a documentação seja frágil e pretendendo impedir
adulteração e falsificações, é fundamental a utilização de papéis de segurança.
2 PAPÉIS DE SEGURANÇA
Os papéis de segurança têm peculiaridades específicas que impedem a
falsificação de documentos confeccionados com eles. Esses papéis utilizam
técnicas gráficas de segurança associadas à logística de fabricação, que conferem
ao documento a proteção necessária contra adulteração, cópia ou contrafação,
inibindo, dessa forma, a ação dos falsários. As técnicas de segurança podem ser
utilizadas isoladamente ou associadas e incorporadas.
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Documentoscopia Moderna
A matriz, nessa técnica, é criada por uma matriz em chapa metálica, onde
são gravados os motivos a serem impressos. A chapa metálica é constituída de
aço doce. Nela, será entalhada a matriz em baixo relevo, daí o nome talho doce.
FONTE: <https://www.newsrondonia.com.br/noticias/o+valor+do
+papel+moeda+como+um+estagio+temporal+de+desenvolvimento+economico/104919>.
Acesso em: 10 jun. 2019.
O fundo arco-íris é obtido por meio de tinteiros que possuem várias divisões,
contendo tintas de cores diferentes. A tinta é distribuída pelo movimento de rolos
transferidores, chamados bailarinos, tornando-as homogêneas, criando uma
superposição de cores na impressão em faixas, resultando no surgimento de
novas cores e tonalidades em determinadas áreas.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
FONTE: <https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-editorial-fundo-da-moeda-
da-libra-arco-%C3%ADris-image78597144>. Acesso em: 10 jun. 2019.
FONTE: <https://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-nota-
de-banco-do-guilloche-image26064759>. Acesso em: 10 jun. 2019.
FONTE: <https://www.cedulasbr.com.br/index.php/papel-moeda-
no-brasil?showall=1>. Acesso em: 10 jun. 2019.
FONTE: <https://www.swissinfo.ch/por/sociedade/papel-moeda_c%C3%A9dula-de-50-
francos-su%C3%AD%C3%A7os-eleita-nota-do-ano/43135870>. Acesso em: 10 jun. 2019.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
FONTE: <http://diniznumismatica.blogspot.com/2013/05/a-carta-
testamento-de-getulio-vargas.html>. Acesso em: 10 jun. 2019.
77
Documentoscopia Moderna
FONTE: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.
bcb.gov.br%2Fhtms%2Fmecir%2Fseguranca%2Froteiro.
asp%3Fidpai%3Dcedsusp>. Acesso em: 10 jun. 2019.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
3 ESCRITAS MECÂNICAS E
COMPUTADORES
As Escritas mecânicas são aquelas produzidas por meios mecânicos ou
fotomecânicos. São classificadas tomando-se as suas matrizes como ponto de
referência:
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Documentoscopia Moderna
FONTE: <http://www.anosdourados.blog.br/2011/08/imagens-velharia-
curso-de-datilografia.html>. Acesso em: 10 jun. 2019.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
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Documentoscopia Moderna
A matricial pode, ainda, ser a impressora de agulha, que é o tipo mais comum,
sendo, portanto, chamado simplesmente de impressora matricial ou, ainda,
impressora de matriz de pontos. Nesse padrão, a cabeça de impressão possui
pequenas agulhas (em um total 9 ou 24) que, sob orientação eletromagnética,
vão formando a impressão à medida que empurram a fita de tinta contra o papel.
Nessa tecnologia, ao contrário dos caracteres serem formados de uma única vez
por impacto, são compostos por pequenos pontos. A vantagem desse método é
possibilitar imprimir imagens e gráficos, embora com certa limitação.
Por utilizar um esquema de impacto sobre uma fita com tinta, as impressoras
matriciais não são boas para trabalhar com várias cores, já que, para cada cor,
é necessário ter uma fita ou, ainda, ter uma fita que se divida em várias cores.
Mesmo assim, a fidelidade das cores é bastante limitada, razão pela qual se
convencionou a utilizar apenas a cor preta.
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Documentoscopia Moderna
um material que permite uma carga eletrostática. Se, por exemplo, que uma
determinada ilustração deva ser impressa, um laser "forma" a imagem no tambor
deixando os pontos que a representam com carga positiva.
FONTE: <https://www.zoom.com.br/impressora-e-multifuncional/deumzoom/
impressora-laser-ou-jato-de-tinta-qual-escolher>. Acesso em: 10 jun. 2019.
jato de tinta não são de impacto. A impressão é feita pela emissão de centenas
de gotículas de tintas emitidas através de minúsculas aberturas existentes na
cabeça de impressão. É posicionada sobre um eixo que a permite se movimentar
da esquerda para a direita e vice-versa muito rapidamente.
Existem algumas impressoras que trazem cores adicionais, que utilizam seis
cartuchos. As cores acrescidas, normalmente, são o ciano claro e o magenta claro.
Vale lembrar que no exame pericial, na coleta de padrões para a identificação
da impressora, somente padrões contemporâneos ao texto questionado serão
utilizados.
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Documentoscopia Moderna
4 DOCUMENTOS DE IDENTIDADE E
FOTOGRAFIA
Identidade é o conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou
coisa, tornando-a inconfundível. Esse conjunto de caracteres pode ser de diversas
naturezas como a identificação familiar que estabelece a filiação; a geográfica,
que determina o local do nascimento; a identificação profissional que relaciona
a profissão ou, ainda, a identificação gráfica, que é a assinatura da pessoa. A
união entre tal conjunto e o nome recebido pela pessoa é chamada de identidade
pessoal.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
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Documentoscopia Moderna
oficiais. Há situações em que até são montadas oficinas gráficas para este fim.
A comparação com um documento oficial da mesma série permitirá identificar a
fraude. Alguns órgãos públicos, visando dificultar as fraudes, inserem modificações
nos documentos de identificação ao imprimir uma nova série.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
4.3 RECONHECIMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
O reconhecimento do portador, quando apresenta seu documento de
identificação, se faz pela fotografia presente no referido documento. Há óbices
neste método, uma vez que a fisionomia do ser humano sofre variações com o
tempo, bem como a possibilidade de haver falhas na produção das fotografias
pelos órgãos oficiais.
4.4 FOTOGRAFIA
A fotografia é uma aliada dos peritos na elaboração de seus laudos periciais,
porque a fotografia é um grande facilitador na função descritiva próprias dos
Laudos Periciais, permitindo maior objetividade. Assim, a fotografia se acha
integrada à prova pericial, tornando-se elemento de fundamental importância nos
Laudos Periciais, dando origem à chamada Fotografia Judiciária. Vale lembrar que
o termo fotografia é referente tanto à técnica de produção quanto ao resultado do
trabalho.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
5 O LAUDO GRAFOTÉCNICO
É a peça escrita na qual os peritos expõem, de forma circunstanciada,
as observações e os estudos que fizeram e as conclusões fundamentais que
alcançaram. O conteúdo do laudo deve se caracterizar pela clareza, concisão,
precisão, objetividade, pelo padrão culto de linguagem, pela impessoalidade e
padronização. Termos dúbios, de dupla significação ou de sentido discutível deve
ser banidos. O texto deve ser feito em períodos curtos, de preferência na ordem
direta e sem contradições.
O Laudo Pericial é composto por nove partes que irão formar o seguinte
roteiro:
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Documentoscopia Moderna
Exemplo:
ESTADO DO PARANÁ
INSTITUTO DE PERÍCIA
Laudo de Exame em Documento
Laudo nº xxx/2019
Aos treze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dezenove, neste
Estado do Paraná e no Centro de Perícia, de acordo com a Legislação Processual
Penal vigente, pelo Diretor, TÍCIO, foi nomeado o Perito MÉVIO para realizar
exame de autenticidade gráfica em assinatura, atendendo à solicitação do Oficial
CAIO, Encarregado de Inquérito Policial Militar no 18º Batalhão, efetuada através
do ofício nº 005/2019, datado de 21 de dezembro de 2018, descrevendo com
a verdade e com todas as circunstâncias, o que encontrarem, descobrirem e
observarem, bem como responderem aos seguintes quesitos:
3. Histórico - trata-se dos dados relacionados com o fato. Tais dados são
fornecidos pela autoridade requisitante e/ou pelo periciando. O Histórico deve
ser sucinto e não envolver as circunstâncias do fato, que serão analisadas no
decorrer do processo.
Exemplo: “Aos nove dias do mês de março do ano de dois mil e dezenove,
receberam os Peritos designados e infra-assinados, neste Instituto de Perícia,
anexado ao ofício de solicitação, o material objeto de análise, descrito em capítulo
próprio, realizando os exames que se faziam necessários, os quais passam a ser
relatados nos termos do presente Laudo Pericial”.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
5. Dos Exames - neste capítulo que ocorre o exame propriamente dito, ou seja,
onde o Perito discorre sobre as análises realizadas e as conclusões a que chegou.
Esse capítulo possui diversas subdivisões que variam conforme o tipo de exame
a ser realizado, por exemplo:
a) Da Descrição do material
b) Descrição do tipo de exame
c) Da Fundamentação Teórica
d) Discussão
e) Da Análise Grafoscópica
f) Dos Padrões de Confronto Grafotécnico
g) Das informações adicionais
7. Respostas aos Quesitos - são específicas a cada perícia e devem ser dadas
de forma objetiva. Quando for necessário o acréscimo de algum complemento,
este deverá ser sucinto. Não devem ser deixados quesitos sem resposta. Quando
o perito não chegar à conclusão alguma, deverá responder “prejudicado”,
“indeterminado” ou “sem elementos para responder”.
Da Resposta ao Quesito 1:
No campo “parecer ou diagnóstico”, em todas as papeletas médicas,
foi constatada adulteração documental, do tipo acréscimo final, através do
aditamento de conjuntos de palavras após os lançamentos originais produzidos
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Documentoscopia Moderna
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Foram apresentados, neste capitulo, os papéis de segurança. Esses papéis
possuem peculiaridades específicas que impedem a falsificação. Utilizam técnicas
gráficas de segurança associadas à logística de fabricação, que conferem ao
documento a proteção necessária contra adulteração, cópia ou contrafação.
Outro meio muito utilizado como técnica de papel é a marca d’água, também
chamada filigrana, constitui motivos introduzidos no papel, durante o fabrico, que
só podem ser vistos por transparência e não reagem à luz ultravioleta.
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Capítulo 3 PAPÉIS DE SEGURANÇA
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 15368:2006.
Tecnologia gráfica - Terminologia de elementos para uso em impressos de
segurança. Brasil: 2006
FREITAS, Cinthia O. A.; VOLPI NETO, Angelo. Técnicas forenses nos crimes
de falsidade documental: Assinatura realizada por robô? Disponível em:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/%3C?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=4033&revista_caderno=7. Acesso em: 1º dez. 2018.
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Documentoscopia Moderna
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime. Guide for the
development of forensic document examination capacity. New York: United
Nations, 2010. Disponível em: http://www.unodc.org/documents/scientific/
Forensic_Document_Examination_Capacity.pdf. Acesso em: 12 nov. 2018.
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