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2022
Brasília
2ª edição
ISBN 978-65-5701-020-4
ORGANIZADO POR CP IURIS
MEDICINA LEGAL
SOBRE O AUTOR
FREDERICO ALVES MELO. Formado em Direito e pós-graduado em Ciências Criminais pela Universidade
Cândido Mendes. É professor, perito papiloscopista (PCERJ), ex-oficial de Cartório, aprovado para delegado
de Polícia Federal (fases objetiva, subjetiva e oral) e delegado de Polícia do Estado de São Paulo.
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APRESENTAÇÃO
Este material foi desenvolvido com o intuito de auxiliar o estudo da matéria medicina legal para
concursos de Delegado de Polícia, tendo como finalidade o aprofundamento e a melhor organização do
estudo.
A ideia de montar este material se deveu ao fato de achar, em um primeiro momento, que é difícil
de se passar conhecimento sobre o tema abordado, e depois, pensar que a maneira de se passar sempre se
deu de forma confusa e desordenada. Assim, buscou-se dar ênfase na simplicidade para facilitar o
entendimento e o estudo complementar (sempre prezei por um estudo dinâmico e eficaz).
O material é fruto de diversas doutrinas (Hygino de C. Hércules, Genival Veloso de França, Roberto
Blanco, Wilson Palermo, Neusa Bittar, Malthus etc.), cursos (Roberto Blanco, André Uchoa, Luciana Gazzola
etc.) e apostilas e está repleto imagens ilustrativas.
Fica o agradecimento pessoal ao meu amigo e professor Roberto Blanco, que sempre me orientou e
incentivou a fabricar este material.
Por fim, estude para ser o primeiro colocado, acredite em você. Crenças limitam o potencial.
Seja disciplinado.
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Se você anda indisciplinado, é porque não tem dado importância suficiente para o que você quer.
Bons estudos.
Frederico Alves Melo
Perito Papiloscopista da PCERJ
Aprovado para Delegado de Polícia Federal (Fase objetiva, subjetiva e oral)
e Delegado do Estado de São Paulo
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL ........................................................................................................14
1. CONCEITO.........................................................................................................................................................15
2. NOÇÕES HISTÓRICAS ........................................................................................................................................15
3. SUBDIVISÕES ....................................................................................................................................................16
4. RELAÇÕES DA MEDICINA LEGAL COM OUTRAS CIÊNCIAS..................................................................................17
CAPÍTULO 2 - PERITOS E PERÍCIAS ..............................................................................................................................19
1. PERÍCIA.....................................................................................................................................................20
2. PERITO .....................................................................................................................................................22
3. CORPO DE DELITO.....................................................................................................................................22
CAPÍTULO 3 - CADEIA DE CUSTÓDIA...........................................................................................................................27
1. IMPORTÂNCIA MÉDICO-LEGAL DA CADEIA DE CUSTÓDIA.........................................................................28
2. INÍCIO DA CADEIA DE CUSTÓDIA ..............................................................................................................28
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1. NOTIFICAÇÃO ...........................................................................................................................................37
2. ATESTADO MÉDICO ..................................................................................................................................37
3. FÓRMULA DATILOSCÓPICA.......................................................................................................................49
4. ALGUNS PONTOS CARACTERÍSTICOS EXISTENTES NO DESENHO DIGITAL ..................................................51
8.1. REAÇÕES QUE INDICAM CERTEZA DE SER SANGUE (HUMANO OU NÃO) .................................................................. 53
8.2. REAÇÕES QUE INDICAM PROBABILIDADE DE SER SANGUE HUMANO ....................................................................... 53
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1. PELE..........................................................................................................................................................69
1.1. EPIDERME ............................................................................................................................................. 69
1.1.1. Camada córnea ........................................................................................................................... 69
1.1.2. Camada lúcida ............................................................................................................................ 70
1.1.3. Camada granulosa ...................................................................................................................... 70
1.1.4. Camada espinosa ........................................................................................................................ 70
1.1.5. Camada basal ............................................................................................................................. 70
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8. MUNIÇÃO............................................................................................................................................... 107
8.1. CARTUCHO OU MUNIÇÃO ........................................................................................................................ 108
8.1.1. Projétil hollow point .................................................................................................................. 108
8.1.2. Projéteis deformáveis (“bala dundum”) ..................................................................................... 109
8.1.3. Balins ou bagos ......................................................................................................................... 109
8.1.4. Estojo ....................................................................................................................................... 109
8.1.5. Carga Propelente ...................................................................................................................... 109
8.1.6. Espoleta .................................................................................................................................... 110
8.1.7. Bucha pneumática .................................................................................................................... 110
9. ROSA DE TIRO DE CEVIDALLI................................................................................................................... 111
10. BALÍSTICA ............................................................................................................................................. 111
10.1. MOVIMENTOS DO PAF ........................................................................................................................ 111
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10.9. POSSIBILIDADE DE MAIS PROJÉTEIS NO INTERIOR DO CORPO QUE ORIFÍCIOS DE ENTRADA ........................................ 117
10.10. TIROS ENCOSTADOS ........................................................................................................................... 117
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5. EMBRIAGUEZ.......................................................................................................................................... 189
5.1. INIMPUTABILIDADE ................................................................................................................................ 189
5.2. SEMI-IMPUTABILIDADE ........................................................................................................................... 189
5.3. NÃO EXCLUDENTE DE IMPUTABILIDADE ....................................................................................................... 189
5.3.1. Embriaguez voluntária .............................................................................................................. 189
5.3.2. Embriaguez culposa .................................................................................................................. 190
5.4. EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA ...................................................................................................................... 190
5.5. ALCOOLISMO E O MEIO AMBIENTE ............................................................................................................. 190
5.6. FASES DA EMBRIAGUEZ ........................................................................................................................... 190
5.7. TOLERÂNCIA AO ÁLCOOL ......................................................................................................................... 191
5.8. SÍNDROME DE KORSAKOFF ...................................................................................................................... 191
5.9. ABSORÇÃO DO CÉREBRO ......................................................................................................................... 192
1. VENENOS................................................................................................................................................ 249
Marceli
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FREDERICO ALVES MELO
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INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL • 1
FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL • 1
1. CONCEITO
Em geral, a doutrina define medicina legal como sendo, a um só tempo, arte e ciência.
É arte porque a realização de uma perícia médica requer habilidade (instinto) na prática do exame e
estilo na redação do laudo; essa arte se sujeita à ciência que, além de ter um campo próprio de pesquisa, se
vale de todo o conhecimento oferecido pelas demais especialidades médicas.
A definição de Medicina Legal varia de autor para autor, podendo ser apontadas como principais
definições:
questões especiais, que podem suscitar a instituição das leis e a ação da justiça”.
2. NOÇÕES HISTÓRICAS
Apesar de haver relatos históricos mais antigos, podem ser apontados como principais marcos da
história da medicina legal:
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• Século XVI — Ano 1532: primeira publicação — Constitutio Criminalis Carolina — que passou a
exigir a presença de peritos em certos delitos;
• Ano 1575 — Ambroise Paré: considerado o marco efetivamente inicial — trata-se do primeiro
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tratado de medicina legal (Des Rapptors et des Moyens d’Embaumer les Corps Morts), que tratava
de técnicas de embalsamento, gravidade de feridas,virgindade etc.;
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• Ano 1602 — Fortunatus Fidelis: primeiro tratado de medicina legal tido como completo, lançando
em Palermo;
Marceli
A transição da matéria se deu com Agostinho José de Souza Lima, com o ensino da medicina legal.
A nacionalização da matéria foi inaugurada por Raimundo Nina Rodrigues, conhecido como
“Lombroso dos trópicos”, que iniciou a fase de pesquisa científica médico-legal, principalmente relacionado
a psiquiatria forense e a antropologia criminal.
Outros autores importantes para a nacionalização da medicina legal vieram em seguida, tais como
Oscar Freire e Afranio Peixoto, que seguiram os estudos de Raimundo Nina Rodrigues. A inclusão da
medicina legal como matéria nas faculdades de medicina da Bahia e Rio de Janeiro se deu em 1832.
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL • 1
3. SUBDIVISÕES
Trata-se da divisão da medicina legal em geral e especial. A medicina legal geral vai além do estudo
do ser humano e se divide em:
• Deontologia – ocupa-se das normas éticas a que o médico está sujeito no exercício da profissão;
• Diceologia – está ligada aos direitos dos profissionais.
Por sua vez, a medicina legal especial liga-se ao estudo do ser humano e tem como principais
subdivisões:
a. Patologia forense;
b. Toxicologia forense;
c. Infortunística;
d. Antropologia forense;
e. Sexologia forense;
f. Psiquiatria forense.
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a) Patologia forense
consequências.
A tanatologia (tanato: morte) estuda a morte, sua causa jurídica e os fenômenos cadavéricos.
b) Toxicologia forense
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Tem por objeto de estudo as substâncias tóxicas, estudando também seus efeitos sobre o ser
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humano, seu mecanismo de ação, seu modo de detecção em casos concretos e o esclarecimento de aspectos
Marceli
de repercussão jurídica.
c) Infortunística
Ocupa-se dos acidentes de trabalho, sua etiologia, sua dinâmica e suas consequências. Além disso,
estabelece o nexo causal entre os acidentes e as incapacidades laborativas.
d) Antropologia forense
Estuda os restos mortais com objetivo de esclarecer sua identidade, sua causa de morte e
sua ascendência.
e) Sexologia forense
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL • 1
f) Psiquiatria forense
Tem por finalidade a avaliação da responsabilidade penal e da capacidade civil, que podem estar
alteradas em função de distúrbios mentais. Nela, são abordados os aspectos médico-legais da embriaguez e
as toxicomanias.
Aqui foram citadas as principais subdivisões, havendo outras citadas pela doutrina, tais como a
psicologia forense, a medicina legal desportiva e a vitimologia.
Em relação a ciência médica, os temas da medicina legal são encontrados nos mais diversos ramos,
como na traumatologia, na psicologia, na ginecologia e nas demais especialidades médicas.
Em relação a ciência jurídica, se correlaciona com diversos ramos do direito por motivos distintos,
como:
paternidade etc.;
c. Direito Trabalhista – trata-se de estudo relacionado à infortunística.
d. Direito Desportivo – trata-se de estudo relacionado ao desempenho esportivo;
e. Direito Administrativo – trata-se de estudo relacionado a atestados médicos utilizados por
servidores.
QUESTÕES
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1. (INSTITUTO AOCP – 2018 – PC/ES – Médico Legista) De acordo com Afrânio Peixoto, a medicina legal pode
ser definida como “A aplicação de conhecimentos científicos dos místeres da justiça”. Do ponto de vista
didático tradicional, a medicina legal pode ser dividida em geral e legal. No caso da geral, seu campo de
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b) honorários médicos.
Marceli
c) asfixiologia forense.
d) genética forense.
e) sexologia forense.
2. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/MA – Médico Legista) Sob o ponto de vista didático, a medicina legal está
dividida em medicina geral e medicina especial. A respeito da medicina legal especial, assinale a opção
correta.
a) A antropologia forense é o estudo da identidade e da identificação, seus métodos, processose técnicas.
b) A infortunística trata da análise racional da participação da vítima na eclosão e justificaçãodas infrações
penais.
c) A tanatologia versa sobre os fenômenos volitivos e afetivos mentais, a periculosidade doalienado, as
socioneuropatias em face de problemas judiciários, a simulação e a dissimulação.
d) A vitimologia estuda os diferentes aspectos da gênese e da dinâmica dos crimes.
e) A asfixiologia forense é o estudo dos cáusticos e dos envenenamentos.
3. (IBCF – 2017 – POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Médico Legista) A medicina legal é uma ciência de grandes
proporções e muita diversificação. A respeito doconceito de medicina legal, analise as afirmativas.
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FREDERICO ALVES MELO INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL • 1
4. (CESPE/CEBRASPE – 2011 – PC/ES – Médico Legista) De acordo com Ambroise Paré, a medicina legal é a
arte de produzir relatórios na justiça.
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( ) Certo ( ) Errado
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GABARITO
1. b)
2. a)
3. b)
4. Certo
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FREDERICO ALVES MELO
PERITOS E PERÍCIAS
PERITOS E PERÍCIAS • 2
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
a. Face objetiva – trata de alterações visíveis verificadas pelo perito objetivamente. É encontrada
no laudo pericial na parte chamada de descrição.
b. Face subjetiva – nessa face, se analisa os fatos descobertos na parte objetiva. É encontrada no
laudo pericial na parte chamada de discussão.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
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ATENÇÃO!
Embora o art. 6º do Código de Processo Penal trate apenas das perícias em local de crime, elas podem
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ocorrer em qualquer coisa que esteja relacionada ao delito, como em seres humanos, cadáveres, coisas,
animais etc.
1. PERÍCIA
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infração, ou seja, por meio de exame de corpo de delito. Assim, a perícia tem como finalidade provar atos
de interesse da justiça.
Quando os fatos alegados em um processo deixam vestígios materiais e esses se perdem no mesmo
instante ou logo após serem criados, sua comprovação em juízo só pode ser feita por meio de prova
testemunhal. O relato dessas testemunhas, porém, pode, por diversas razões, não corresponder fielmente à
realidade.
No entanto, se desse processo resultam vestígios duradouros, com a possibilidade de serem
detectados, o exame e o registro de tais vestígios devem ser feitos obrigatoriamente. O exame desses
elementos materiais, quando feito por técnico, é chamado de perícia.
Para o Processo Penal, a perícia é um meio de prova, visto que é a forma que as fontes de prova são
introduzidas no processo. Conforme art. 159 do Código de Processo Penal, as perícias serão realizadas por
perito oficial.
Perito oficial é o perito concursado, que, no ato de sua posse, presta compromisso de realizar o
mister com ética e relatar com veracidade o que aprecia, não sendo necessário prestar este compromisso a
cada perícia. Vale ressaltar que, sendo perito oficial, a regra é que a perícia seja realizada por apenas um
perito.
Excepcionalmente, caso não tenha perito oficial na localidade, permite-se a realização da perícia
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
por duas pessoas idôneas, chamados de peritos não oficiais, devendo estas serem portadoras de diploma
em curso superior, não necessariamente na área de especialidade da perícia (mas preferencialmente dessa
área), e devem prestar compromisso. (Art. 159, §§ 1º e 2º, CPP)
O perito não oficial é conhecido como perito ad hoc ou gracioso.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena
de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
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imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Segundo o Art. 279 do Código de Processo Penal, não poderão ser peritos:
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objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
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Perinecroscopia
Marceli
Local relacionado
É o local que não tem ligação direta com o local objeto da perícia imediata, masindiretamente pode
conter alguma ligação ou pode ser útil para análise de prova.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
2. Delito traseunte:
• Ocorre quando a infração penal não deixa vestígios.
• Chamado de delicta factis transeuntes.
• São crimes transeuntes, por exemplo, a calúnia (art. 138, CP), a difamação (art. 139, CP) e a
injúria (art. 140, CP) quando praticados por meio verbal.
2. PERITO
Função do perito
Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
3. CORPO DE DELITO
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Quando o fato delituoso produz alterações materiais no ambiente, dá-se o nome de corpo de delito
ao conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso; dessa forma, pode-se definir corpo
de delito como sendo:
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• Corpus criminis: é toda coisa ou pessoa sobre a qual incide a conduta delitiva nos crimes contra
Marceli
a pessoa.
• Corpus intrumentorium: são meios e instrumentos utilizados pelo agressor para produzir o delito.
Esses elementos sensíveis, que são elementos objetivos, devem ser alvo de prova, obtida por meios
que o direito fornece. Os peritos dirão da natureza de tais elementos e estabelecerão o nexo entre eles e o
ato ou a omissão do acusado; com isso, tem-se o exame de corpo de delito.
ATENÇÃO!
Não se deve confundir corpo de delito com exame de corpo de delito: o primeiro é o elemento
objetivo que o crime deixou; o segundo é o exame realizado sobre esse elemento.
Ex.: suponha que tenha ocorrido um homicídio, e que, no local, foi encontrado um projétil de arma
de fogo e ainda uma arma de fogo. Assim, nesse caso, o corpo de delito é o projétil de arma de fogo e a arma
de fogo coletados no local do delito; por sua vez, o exame de corpo de delito é o trabalho realizado pelo
perito para comparar se o projétil foi disparado por determinada arma de fogo.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
O exame de corpo de delito é aquele que é feito com base no corpo de delito.
Exame de corpo de delito direto – o corpo de delito é objeto da atividade pericial.
Ex.: Perito que tem contato direto com um cadáver em um delito de homicídio.
Exame de corpo de delito indireto – há duas correntes:
• 1ª Corrente – seria a substituição do exame objetivo pela prova testemunhal, subjetiva. Diz que
é chamado indevidamente de exame de corpo de delito indireto, pois embora exista o delito, não
há corpo de delito, porque faltam os sinais, os vestígios e os elementos materiais (art. 158 CPP).
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
• 2ª Corrente – entende que o exame de corpo de delito indireto é aquele em que não é mais
possível a perícia direta no corpo de delito, por este ter desaparecido; porém, o médico legista
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terá acesso aos prontuários médicos do paciente e, à sua vista, elaborará o documento médico-
legal.
Segundo o professor Wilson Palermo, o exame de corpo de delito indireto é equivalente à prova
testemunhal. (1ª Corrente)
Sempre que o delito deixar vestígios, é obrigatório que se faça o exame de corpo de delito, seja ele
direito ou indireto.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
souza -- CPF:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará
a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
Marceli
Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, é dispensado o exame corpo de delito quando a
materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
Art. 77 (...)
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame
do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico
ou prova equivalente.
Quando o delito envolver violência doméstica e familiar contra mulher e/ou violência contra criança,
adolescente, idoso ou pessoa com deficiência, deve ser dada prioridade na realização do exame de corpo de
delito.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
Em regra, o exame de corpo de delito é feito a qualquer dia e hora, conforme art. 161 do CPP:
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Uma exceção, porém, se dá no caso da autópsia, que deve ser feita seis horas, pelo menos, após o
óbito, visto que esse tempo é necessário para o surgimento dos sinais de certeza de morte. Essa exigência,
porém, não será necessária caso os peritos tenham certeza do óbito pela evidencia dos sinais de morte.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos,
pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que
declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
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cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância relevante.
É possível a indicação de assistente técnico, que só será admitido pelo juiz após a conclusão dos
exames e a elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
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Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
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§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos
exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
Marceli souza
decisão.
Marceli
Perícia complexa
Se a perícia for tida como complexa, ou seja, se abranger mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial.
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
Se houver divergência entre os peritos, a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos,
a autoridade poderá mandar proceder novo exame por outros peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as
declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo,
e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá
mandar proceder a novo exame por outros peritos.
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado,
em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que
examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
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Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Prova testemunhal
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido
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O juiz não está vinculado ao laudo apresentado pelo perito e, em caso de não o acatar no todo ou
em parte, deverá motivar objetivamente.
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Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou
Marceli
em parte.
QUESTÕES
1. (FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto) No que tange à perícia oficial e em acordo com
o CPP, é CORRETO afirmar:
a) É facultada ao acusado a indicação de assistente técnico, após admissão pela autoridade policial.
b) Entende-se por perícia complexa aquela que abrange mais de uma área de conhecimento especializado.
c) Faculta-se ao Ministério Público e ao assistente técnico do querelante a formulação de quesitos a qualquer
tempo do inquérito policial.
d) Na falta de perito oficial, qualquer contribuinte poderá exercer o mister, desde que não inadimplente com
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FREDERICO ALVES MELO PERITOS E PERÍCIAS • 2
impostos públicos, e que seja admitido pelo delegado de polícia presidente do inquérito.
2. (VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Polícia) Jovem do sexo masculino é encontrado morto no seu
quarto, aparentemente um caso de suicídio por enforcamento. Logo ao chegar no local de morte, a equipe
pericial encontra a vítima na cama, com o objeto usado como elemento constritor removido.
Nessa situação, o perito criminal deve
a) avaliar detalhadamente o local, buscar pistas de envolvimento de terceiros, não realizar o exame pericial
do cadáver e registrar a alteração notada no laudo final.
b) fazer o boletim de ocorrência com a alteração notada, isolar e preservar o local de morte, e solicitar o
envio de equipe pericial do instituto médico-legal para realização de perícia conjunta.
c) informar à autoridade policial sobre a alteração do local de morte, emitir o laudo de impedimento e
determinar a remoção imediata do cadáver para o instituto médico-legal.
d) realizar o exame externo do cadáver, de tudo que é encontrado em torno dele ou que possa ter relação
com o fato em questão, e registrar no laudo a alteração notada no local de morte.
e) realizar o registro fotográfico do local, investigar as circunstâncias da morte, não realizar o exame pericial
do cadáver, coletar o provável instrumento utilizado e descrever no laudo a alteração do local de morte.
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3. (CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto) No que se refere às perícias e aos laudos médicos
em medicina legal, assinale a opção correta.
a) As perícias podem consistir em exames da vítima, do indiciado, de testemunhas ou de jurado.
b) A perícia em antropologia forense permite estabelecer a identidade de criminosos e de vítimas, por meio
de exames de DNA, sem, no entanto, determinar a data e a circunstância da morte.
c) A opção pela perícia antropológica deve ser conduta de rotina nos casos em que a família da vítima
manifestar suspeita de morte por envenenamento.
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4. (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) Com relação aos conhecimentos sobre corpo de delito, perito
e perícia em medicina legal e aos documentos médico-legais, assinale a opção correta.
Marceli souza
a) Perícia é o exame determinado por autoridade policial ou judiciária com a finalidade de elucidar fato,
estado ou situação no interesse da investigação e da justiça.
Marceli
b) O atestado médico equipara-se ao laudo pericial, para serventia nos autos de inquéritos e processos
judiciais, devendo ambos ser emitidos por perito oficial.
c) Perito oficial é todo indivíduo com expertise técnica na área de sua competência incumbido de realizar o
exame.
d) É inválido o laudo pericial que não foi assinado por dois peritos oficiais.
e) Define-se corpo de delito como o conjunto de vestígios comprobatórios da prática de um crime
evidenciado no corpo de uma pessoa.
GABARITO
1. b)
2. d)
3. a)
4. a)
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Marceli
Marceli souza
souza -- CPF:
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3
FREDERICO ALVES MELO
CADEIA DE CUSTÓDIA
27
CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
Essa nova sistemática no Código de Processo Penal foi inserida pela Lei n.º 13.964/19 — conhecida
como pacote anticrime — e trata da documentação de uma evidência. A preocupação do legislador foi tecer
todo um procedimento que visa garantir a integridade da prova, para que, quando submetida ao
contraditório, chegue absolutamente íntegra.
A cadeia de custódia da prova pode responder a um binômio, que é a autenticidadee integridade.
Ex.: ao se fazer um exame de sangue, existe todo um procedimento a ser seguido pelo atendente,
como lavar as mãos, usar luva, mostrar a seringa e a agulha e informar que estão lacradas, mostrar a etiqueta
com os dados do paciente e fazer a coleta do sangue. Todo esse procedimento tem como objetivo dar
segurança. Por isso, deve haver a documentação da evidência, com o fim de dar segurança.
O conceito de cadeia de cadeia de custódia está presente no artigo 158-A do CPP, acrescido a esse
código pela Lei n.º 13.964/19, que diz:
Segundo o professor Wilson Palermo, reside na preservação dos vestígios que futuramente poderão
se transformar em verdadeiras provas no curso do processo penal, garantindo-se, assim, a idoneidade e a
integridade.
Note que o início da cadeia de custódia pode ser dar por qualquer agente público envolvido nas
Marceli
diligências.
Segundo o professor Wilson Palermo, não necessariamente um objeto reconhecido como vestígio
estará na cena do delito; por esse motivo, abriu-se a possibilidade de se iniciar uma cadeia de custódia com
procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
Art. 158-A.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com
procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.
3. CONCEITO DE VESTÍGIO
28
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
4. VESTÍGIO E INDÍCIO
Segundo o professor Wilson Palermo, vestígio não se confunde com indício. Vestígio é a matéria;
indício é a circunstância. Conforme o art. 239 do Código de Processo Penal:
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Segundo o professor Wilson Palermo, a cadeia de custódia possui duas fases, que são a externa e a
CPF: 073.496.444-77
interna.
A Fase externa é a fase que abrange o local de crime e eventual áreas relacionadas.
A Fase interna, por sua vez, diz respeito ao tratamento do vestígio e sua perícia, englobando o
souza -- CPF:
1. Reconhecimento
2. Isolamento
3. Fixação
4. Coleta
5. Acondicionamento
6. Transporte
7. Recebimento
8. Processamento
9. Armazenamento
10.Descarte
1. Reconhecimento
É o ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial. Ou
29
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
2. Isolamento
É o ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar os ambientes imediato,
mediato e relacionado aos vestígios e ao local do crime.
Referente a esse conceito, é importante definir o que são esses três ambientes:
• Ambiente imediato: é a área abrangida pelo corpo de delito e seu entorno. É o local em que se
encontra a maioria dos vestígios materiais. Ex.: quarto em que ocorreu o homicídio;
• Ambiente mediato: é adjacente ao local imediato. Há um vínculo físico/geográfico com o local do
delito. Ex.: quintal da casa em que o criminoso deixou uma blusa;
• Ambiente relacionado: não tem conexão física/geográfica com a cena do crime, mas guarda
relação com a prática delituosa. Ex.: casa do criminoso, para onde ele pode ter levado a arma do
homicídio.
ATENÇÃO!
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Segundo o professor Wilson Palermo, embora a lei tenha previsto sequencialidade, deve-se se ater a
critérios lógicos, entendendo que é possível que as etapas de reconhecimento eisolamento possam ocorrer
de maneira cíclica, ou seja, podem ser invertidas.
3. Fixação
delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo
indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento.
4. Coleta
souza -- CPF:
É o ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características
Marceli souza
e sua natureza.
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5. Acondicionamento
É o procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de
acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação de data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento.
6. Transporte
7. Recebimento
É o ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo,
informações referentes ao: número de procedimentoe à unidade de polícia judiciária relacionada; ao local
de origem; ao nome de quem transportou o vestígio; ao código de rastreamento; à natureza do exame; ao
30
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
8. Processamento
9. Armazenamento
• Contraperícia é uma nova perícia realizada em material depositado em local seguro e isento, que
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já teve a parte anteriormente analisada, originando prova que está sendo contestada (SENASP,
Anexo II da Portaria 82/2014).
• Contraprova é o resultado da contraperícia.
10. Descarte
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ATENÇÃO!
souza -- CPF:
Segundo o professor Wilson Palermo, embora a lei tenha previsto sequencialidade, deve-se se ater a
critérios lógicos; ele entende que são possíveis pequenas inversões, desde que não comprometa a
Marceli souza
Segundo o professor Wilson Palermo, cadeia de custódia e corpo de delito não se confundem, pois:
A cadeia de custódia representa todos os procedimentos que são utilizados para manter, preservar,
rastrear a posse e manuseio dos vestígios desde o seu reconhecimento até o descarte. Já o corpo de delito é
a base residual do crime, sem o que ele não existe (Genival França).
Vale lembrar que, se a infração penal deixar vestígio, é indispensável o exame de corpo de delito,
conforme o art. 158 do Código de Processo Penal.
A doutrina, assim como o STJ, oscila entre a ilicitude e nulidade, não havendo, hoje, um
posicionamento majoritário. Veja:
O STJ analisou caso concreto em que parte do conteúdo da interceptação telefônica desapareceu.
31
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
Esse desaparecimento gera dúvida à autenticidade. Diante dessa dúvida, o STJ reconheceu a ilicitude da
prova;
STJ reconheceu nulidade da prova. Por ser caso de nulidade, é necessário que se comprove o
prejuízo, sob pena dessa nulidade não ser reconhecida:
Esta Corte Superior possui entendimento de que a prova produzida durante a interceptação
não pode servir apenas aos interesses do órgão acusador, sendo imprescindível a
preservação da sua integralidade, sem a qual se mostra inviabilizado o exercício da ampla
defesa, tendo em vista a impossibilidade da efetiva refutação da tese acusatória.
alegada em momento oportuno, sob pena de preclusão) e que pode ser sanada, conforme o Art. 572 do
Código de Processo Penal.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-
se-ão sanadas:
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
CPF: 073.496.444-77
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Segundo o Art. 158-C, a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito
Marceli souza
oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a
realização de exames complementares.
Marceli
Segundo o professor Wilson Palermo, a coleta deve ser feita necessariamente por perito oficial ou
por peritos ad hoc.
Essa regra admite apenas uma exceção, que seria aquela justificada por questões de segurança,
determinadas no próprio local, diante de eventual comprometimento da integridadefísica dos componentes
da equipe que participam das diligências, devendo ter autorização do Delegado de Polícia e liberação do
perito, com a sua supervisão, para ter ciência da forma como o material foi coletado.
Segundo o professor Wilson Palermo, o perito criminal irá eleger o melhor método para a busca de
vestígios. Cita que os métodos existentes podem ser:
• Em linha;
• Em linha cruzada;
• Em quadrante; ou
• Em espiral.
32
FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
O órgão central de perícia oficial de natureza criminal é responsável por detalhar a forma do
cumprimento do tratamento dos vestígios coletados no curso do inquérito ou processo.
A disciplina da cadeia de custódia deve ser observada tanto na fase pré-processual quanto na fase
processual penal.
Segundo o parágrafo segundo do artigo 158-C do CPP, é proibida a entrada em locais isolados e a
remoção de qualquer vestígio do local de crime, salvo se o local for liberado pelo perito responsável e sob
pena de responder pelo crime de fraude processual.
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Deve o Delegado de Polícia analisar o dolo do agente que promove a retirada de vestígiosdo local do
crime, pois essa remoção pode justamente ter sido feita para preservação do vestígio.
Os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, deforma a garantir
a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.
O recipiente ainda deverá:
1. Individualizar o vestígio;
2. Preservar suas características;
3. Impedir contaminação e vazamento;
4. Ter grau de resistência adequado; e
5. Ter espaço para registro de informações sobre seu conteúdo.
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FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
Cada vez que houver rompimento do lacre, deve-se fazer constar na ficha deacompanhamento de
vestígio:
Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e
ao controle dos vestígios.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia
souza -- CPF:
destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente
ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.
Marceli souza
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
Marceli
O material periciado será encaminhado para central de custódia após a realização da perícia.
No período entre a realização da perícia e o armazenamento, o material é devolvido à central de custódia;
Se a central de custódia não possuir espaço ou condições de armazenar determinado material,
deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósitodo referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial denatureza criminal.
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de
custódia, devendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar
determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições
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FREDERICO ALVES MELO CADEIA DE CUSTÓDIA • 3
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Marceli
Marceli souza
souza -- CPF:
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FREDERICO ALVES MELO
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
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DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
1. NOTIFICAÇÃO
Notificações são comunicações compulsórias feitas pelo médico à autoridade competente de um fato
profissional, em razão de necessidade social ou sanitária.
São notificados compulsoriamente: acidentes de trabalho, doenças infectocontagiosas, morte
encefálica etc.
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• Se o médico verificar que o paciente se encontra com COVID-19, deve notificar isso à autoridade
competente, por ser doença infectocontagiosa.
• A Lei n° 13.931/19 disciplinou que o médico deve notificar os casos de indícios ou confirmação
de violência contra a mulher à autoridade policial em até 24 horas.
• Não constitui notificação compulsória o conhecimento, pelo médico, de pessoa viciada em droga.
• A notificação compulsória não viola o dever de sigilo médico, diante de justa causa ou dever legal
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Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação
Marceli souza
é compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
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2. ATESTADO MÉDICO
Atestado médico é a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas possíveis
consequências. É também chamado de certificado médico. É um documento unilateral e singelo, não possui
forma pré-definida e não pode se sobrepor ao laudo médico.
2.1. Classificação
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FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
• Atestados oficiosos – são os requisitados por particulares para justificar ausências, seja no
trabalho, na escola etc.
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de
um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
ATENÇÃO!
Atestado não se confunde com declaração, sendo esta apenas um relato de testemunho. Coma Lei
CPF: 073.496.444-77
n° 9.099/99, o atestado médico assumiu a posição de substituto eventual da perícia médico-legal nos casos
de lesão corporal leve (art. 77, § 1º).
Art. 77 (...)
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
souza -- CPF:
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame
do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou
Marceli souza
prova equivalente.
Marceli
• Atestado de óbito – o atestado de óbito está regulado pela Resolução n° 1.779/05 do CFM. É
uma declaração padronizada, elaborado por médico que indica a causa médica da morte. É
composta por oito blocos de informações e indispensável para assentamento do óbito no
cartório de Registro civil. No caso de morte natural, o médico que acompanha o paciente é
quem fornece o atestado de óbito.
Para compreender todas as regras relativas ao atestado de óbito, antes precisamos conhecer a
classificação da morte quanto às condições em que ocorre. Nessa classificação, a morte pode ser:
• Natural, decorre de doença ou envelhecimento;
• Violenta, decorrente de energias externas, como crime, suicídio ou acidente;
• Suspeita, inesperada, sem sinais de violência, mas que ocorreu em condições estranhas.
• Morte natural, se não deu assistência ou se não tem diagnóstico da causa da morte,antes de 24
38
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, no caso de uma pessoa falecer em um hospital que
estava por um curto período de tempo (24 horas), deve o Hospital realizar a autópsia.
Nos casos de mortes que ocorreram em condições violentas e/ou suspeitas, deve existir autópsia, e
o médico que a realiza é quem fornece o atestado, sendo realizada pelo IML. Se houver lesão e a morte
ocorrer no hospital, mesmo que dias depois, o corpo deve ser encaminhado ao IML.
A morte natural de causa mal definida, por sua vez, é encaminhada para o serviço de verificação de
óbito (SVO), que fará a autópsia. Como neste caso não é compulsória a autópsia, a famíliapode discordar
de sua realização, devendo recorrer ao suprimento judicial.
No caso de morte fetal, o atestado de óbito pode ser obrigatório ou dispensado, adepender se a
morte é tida como prematura, intermediária ou tardia:
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Nesses casos, o médico não é obrigado a expedir declaração de óbito, ou seja, pode ser dispensada.
CPF: 073.496.444-77
2. Já para ser classificada como morte fetal intermediária, o feto deve ter:
• Mais de 500 gramas e menos de 1000 gramas; ou
• Mais de 25 centímetros e menos de 35 centímetros; ou
souza -- CPF:
ATENÇÃO!
Vale citar que a Lei de Registros Públicos traz, em seu artigo 53, a obrigatoriedade de se realizar o
atestado de óbito fetal em todos os casos, mas, para a doutrina medico-legal, essa obrigação só se dá a partir
da morte fetal intermediária.
39
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
3. PRONTUÁRIOS
Trata-se de todo acervo (padronizado, organizado e conciso), referente aos cuidados médicos
prestados ao paciente, sendo um verdadeiro “dossiê”.
O prontuário é de propriedade do paciente.
Segundo o STF: a instituição ou o médico não são obrigados a atender à requisição de
prontuários — apenas ao perito cabe o direito de consultá-los e, mesmo assim, obrigando-se ao sigilo.
4. DEPOIMENTO ORAL
Trata-se do depoimento em juízo do perito, quando ele foi intimado para audiência. Nesse ato, ele
irá explicar de forma clara e sem termos científicos como ele procedeu à elaboraçãode seus laudos, dirimindo
dúvida das partes.
Alguns doutrinadores, como o professor Delton Croce, não relacionam o depoimento como
documento médico-legal.
5. RELATÓRIO MÉDICO-LEGAL
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O relatório médico-legal é o documento médico-legal que possui forma escrita e minuciosa de todas as
operações de uma perícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária.
O relatório médico-legal é gênero do qual são espécies o laudo e o auto.
1. Preâmbulo;
Marceli souza
2. Quesitos;
Marceli
3. Histórico ou comemorativo;
4. Descrição (é a parte mais importante);
5. Discussão;
6. Conclusão;
7. Resposta aos quesitos.
DICA!
Para memorizar essa divisão do relatório médico-legal, repita algumas vezes e não esqueça:
PREQUE - HIDE - DISCONRE
5.1.1. Preâmbulo
• A qualificação:
▪ Da autoridade solicitante;
▪ Do perito;
40
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
▪ Do examinado;
• O local em que é feito o exame;
• A data e a hora;
• O tipo de perícia a ser feita.
São perguntas que têm como finalidade a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao
processo. Não existem no foro cível. No foro penal, são padronizados e têm o fim de caracterizar os
elementos de um fato típico.
Em que pese existir um rol padronizado, não se impede que a autoridade formule outros quesitos.
Ex.: quesitos de laudo cadavérico:
1. Houve morte?
2. Qual a causa médica da morte?
3. Qual o instrumento ou meio que causou a morte?
4. A morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meioinsidioso ou
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cruel?
O histórico contém dados referentes aos fatos que levaram a perícia. Esse histórico deve ser obtido
pelo próprio examinando, exceto no caso de autopsia, em que precisam ser transcritos, não endossados,
da guia de remoção que acompanha o corpo.
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5.1.4. Descrição
souza -- CPF:
É a descrição minuciosa e precisa do que foi observado pelo perito e como ali se chegou,contendo
métodos, formas, tempo, velocidade etc., ilustrando o ocorrido com desenhos, gráficos, plantas, fotografias,
Marceli souza
É a parte mais importante do relatório médico-legal, uma vez que não pode ser refeita com a mesma
riqueza de detalhes em um exame posterior. Por isso, deve ser minuciosa, correspondendo ao chamado
visum et repertum (é à vista do que é encontrado).
É de boa norma não diagnosticar durante a descrição.
5.1.5. Discussão
5.1.6. Conclusão
Terminadas a descrição e a discussão, se houver, o perito assume uma posição quanto à ocorrência ou
não do fato, com base nas informações do histórico, nos achados do exame objetivo e no seu confronto.
As conclusões serão objetivas e podem ser afirmativas, negativas ou inconclusivas.
41
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
A resposta aos quesitos deve ser sucinta e objetiva, não sendo admissíveis falta de clareza nem
interpretação dúbia. Em caso de dúvida, o perito dirá que não existem dados para esclarecê-la. Terminado o
relatório, o perito deve assiná-lo.
A data do exame pode constar do preâmbulo, estar no início da descrição ou ser colocada antes das
assinaturas finais.
Alguns doutrinadores citam a assinatura do perito como sendo integrante do relatório médico-
legal.
6. PARECER MÉDICO-LEGAL
É o documento elaborado por uma instituição cujo corpo técnico tem competência inquestionável ou
por um perito ou professor cuja autoridade na matéria seja reconhecida acerca de divergências importantes
constantes na consulta médico-legal.
O parecer será solicitado por uma consulta médico-legal (que envolve divergências importantes
quanto à interpretação dos achados de uma perícia, de modo a impedir uma orientação correta dos
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julgadores. Estes ou qualquer das partes interessadas podem solicitar esclarecimentos a uma instituição ou
a um perito).
A consulta médico-legal é um documento que exprime dúvida sobre um relatório médico-legal e em
que a autoridade, ou mesmo um outro perito, solicita esclarecimento sobrepontos controvertidos constantes
no mesmo, em geral formulando quesitos complementares.
Decorre da não compreensão de algum aspecto do relatório ou pela superveniência de umfato novo
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no decorrer do processo.
Alguns doutrinadores, inclusive o professor Hygino de C. Hercules, citam que a consulta médico-
legal é um documento médico-legal.
souza -- CPF:
1. Preâmbulo
2. Exposição (A exposição contém quesitos e histórico.
3. Discussão
4.Conclusão
ATENÇÃO!
Não existe a descrição no parecer médico-legal.
42
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
QUESTÕES
1. (ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia) Segundo a melhor doutrina, pode-se considerar que
“Documento é toda anotação escrita que tem a finalidade de reproduzir e representar uma manifestação de
pensamento”. Entre os documentos médico-legais, temos as seguintes descrições:
- É declaração simples, por escrito, de um fato médico e de suas possíveis consequências, feitas por
qualquer médico que esteja no exercício regular de sua profissão e que tem o propósito de sugerir um estado
de doença, para fim de licença, dispensa ou justificativa de falta de serviço.
- Comunicações compulsórias feitas às autoridades competentes, pelo médico, de um fato
profissional, por necessidade sanitária e social sobre moléstia infectocontagiosa, doença de trabalho e a
morte encefálica.
Intercessão no decurso de um processo, por estudioso médico-legal, nomeado para intervir na
qualidade de perito, para emitir suas impressões e responder aos quesitos formulados pelas partes.
- Descrição minuciosa de uma perícia médica, feita por peritos oficiais, requisitada por autoridade
policial ou judiciária frente a um inquérito policial. É constituído de preâmbulo, quesitos, histórico ou
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2. (UEG – 2013 – PC-GO – Delegado de Polícia – 1ª prova) A respeito dos documentos médico-legais, tem-se
o seguinte:
souza -- CPF:
d) notificação é uma comunicação feita pelo médico ao delegado de polícia sobre um fato relevante na
investigação.
4. (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia) Em um relatório médico-legal, o chamado visum et repertum
refere-se:
a) ao histórico.
b) ao preâmbulo
c) à descrição.
d) à discussão e conclusão
43
FREDERICO ALVES MELO DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS • 4
5. (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) O documento médico-legal, ditado ao escrivão logo após
a realização do exame pericial, é denominado:
a) auto.
b) parecer.
c) atestado.
d) relatório.
e) notificação.
GABARITO
1. a)
2. c)
3. a)
4. c)
5. a)
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Marceli souza
souza -- CPF:
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ANTROPOLOGIA FORENSE
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ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
A antropologia forense estuda os restos mortais com o objetivo de esclarecer a identidade, causa de
morte e ascendência do morto.
1. IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO
• Identidade – é a qualidade de ser a si mesmo e não algo diverso. Traduz-se pelo conjunto de
características peculiares que dão a essa coisa a individualidade, ou seja, torna-a única, diferente
de qualquer outro. São atributos que tornam alguém ou alguma coisa igual apenas a si próprio.
Possui respaldo na imutabilidade e unicidade dos caracteres individuais.
• Identificação – é o processo ou método pelo qual se estabelece a identidade (objetivo da
identificação) de uma pessoa ou coisa. A identificação pode se basear em sinais e dados peculiares
ao indivíduo que, em seu conjunto, possam excluí-lo de todos os demais. Os sinais e dados
utilizados na identificação são chamados de elementos sinaléticos (Ex.: cor e o tipo de cabelo).
IMPORTANTE!
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A identificação não deve ser confundida com o simples reconhecimento. O reconhecimento baseia-se na
comparação entre a experiência da sensação visual, auditiva ou tátil, proporcionada no passado (já se
conhece), com a mesma experiência renovada no presente pelo elemento a ser reconhecido.
Tem como
em decomposição, por meio da que lhe foi apresentada; portanto, trata-se de
características a
Marceli souza
46
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
invasiva;
• Classificabilidade – os processos de identificação devem valer-se de elementos e sinais de fácil
classificação, de modo a orientarem a busca nos arquivos prontamente e a qualquer momento (é
a rapidez e a facilidade na busca dos registros).
2. MÉTODO DE VUCETICH
Existem diversos “métodos” de identificação; no entanto, convencionou-se que o que melhor atende
aos elementos propostos é o método de Vucetich, adotado no Brasil a partir de 1903, que toma como
elemento básico a presença, a ausência e a posição de uma figura chamada delta nos dedos da mão.
As papilas dérmicas que vão dar origem aos desenhos das digitais surgem com 6 meses de vida
intrauterina.
Inicialmente, entenda como é formado o delta. O delta são pequenos ângulos ou triângulos
formados pelas cristas papilares.
É a característica fundamental no sistema de Juan Vucetich, sendo formado no ponto deencontro dos
sistemas basilar, nuclear e marginal. Esses sistemas são:
• Sistema basal – é o conjunto de linhas paralelas ao sulco que separa a segunda da terceira falange,
ou seja, compreende as linhas abaixo do ramo inferior das linhas diretrizes, ficam na base da
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ao núcleo.
• Sistema nuclear – localiza-se entre os sistemas anteriores, sendo o sistema de linhas central.
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Essa classificação pode ser mais facilmente compreendida com a imagem abaixo:
O delta pode ainda ser subclassificado, quanto à sua forma, em:
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Fonte: Imagem retirada do Manual Técnico de Datiloscopia do Instituto de Identificação Félix Pacheco - RJ.
ATENÇÃO!
Não confundir desenho digital com impressão digital. Desenho digital é o que está na pele,sem
souza -- CPF:
impressão digital, passa a ser à esquerda, e o da presilha externa passa a ser à direita.
Para identificar uma impressão digital, deve-se analisar a posição do delta. Assim, o delta deve ser
avaliado na superfície. Porém, deve-se lembrar que uma pessoa que olha seu dedo (desenho digital) e vê
um delta a esquerda, no momento que tocar uma superfície (gerando uma impressão digital), ao olhar para
a impressão gerada, o delta estará do lado oposto, devendo assim ser classificado.
Portanto, quando uma pessoa olha no seu dedo e vê um delta à esquerda, ela não tem como
classificação de sua impressão digital uma presilha externa, mas sim uma presilha interna, devido a essa
inversão no momento do toque.
A banca pode induzir o candidato ao erro, quando a questão trouxer que “analisando local de crime,
os peritos encontraram um desenho digital que continha um delta à esquerda”.
Nesse caso, apesar de constar o termo “desenho”, na verdade temos uma impressão digital, pois
não se analisou o dedo do criminoso ou da vítima.
A consequência disso é que, ao responder à questão, o candidato não deverá inverter o lado do delta
encontrado, afirmando que a classificação da impressão digital (ou desenho digital, como a banca trouxe)
será presilha externa.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
3. FÓRMULA DATILOSCÓPICA
Na fórmula datiloscópica, cada tipo de classificação é representado por um número ou uma letra.
Vejamos:
Arco:
• A presença de arco no polegar é representada pela letra “A”;
• A presença de arco nos demais dedos é representada pelo número “1”.
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Presilha interna:
• A presença de presilha interna no polegar é representada pela letra “I”;
• A presença de presilha interna nos demais dedos é representada pelo número“2”.
souza -- CPF:
Presilha externa:
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Verticilo:
• A presença de verticilo no polegar é representada pela letra “V”;
• A presença de verticilo nos demais dedos é representado pelo número “4”.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
É feita a análise na forma de uma fração. Veja, por exemplo, a fração abaixo:
Assim, vamos analisar a fórmula apresentada:
• Trata-se da mão direita, pois série é sinônimo de numerador. Assim, conclui-se que se refere à
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mão direita;
• A classificação do dedo polegar é um arco, pois, em relação ao polegar, é analisada a presença de
letras, que, no caso, é a letra A;
• O dedo indicador possui dois deltas, pois é indicado com o número 4, que é o verticilo;
souza -- CPF:
Regra de Locard
Ao se analisar uma impressão digital, deve-se verificar um número mínimo de pontos durante um
confronto de análise de verificação da identidade do portador da digital examinada.
No Brasil, o número de pontos característicos que se deve ter para obter certeza do confronto positivo
(certeza de ser aquela pessoa) é de 12 pontos.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
A imagem acima é um exemplo do cotejamento (no caso, o do autor deste livro), feito pela perita
papiloscopista Estephânia Medeiros, do Instituto de Identificação Félix Pacheco - PCERJ. Note que foi preciso
localizar 12 pontos característicos para que pudesse ser feita a identificação com a certeza de que não é de
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outra pessoa.
Fonte: Imagem retirada do Manual Técnico de Datiloscopia do Instituto de Identificação Félix Pacheco - RJ
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Albodatilograma
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É o conjunto de linhas brancas que atravessam as negras, que representam as cristas papilares.
Podem ter qualquer direção e tamanho, mas, geralmente, são transversais. Na verdade, representam
pequenas pregas superficiais à maneira de rugas, adquiridas com o passar dos anos, que se tornam mais
visíveis quando se faz a flexão da terceira falange. São mais frequentes nos polegares e nos indivíduos mais
idosos.
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Note ainda a presença de poros no meio das linhas pretas. Tais poros são utilizados para
idenficação pela poroscopia.
Os portadores da síndrome de Nagali não têm nenhuma impressão digital. É um defeito genético
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raríssimo, que impede a formação das digitais no feto. Além da falta das impressões digitais, as pessoas
Marceli
portadoras da síndrome costumam ter unhas, dentes e cabelos mais frágeis e a pele apresenta manchas
marrons irregulares pelo corpo.
Nesse caso, a identificação do portador da síndrome de Nagali deve ser feita por outros meios, como
pela arcada dentária, pela biometria etc.
Em que pese estarem citados como métodos de identificação, não preenchem os requisitos.
• Mutilações, marcas e tatuagens – são conhecidas pela doutrina como “cicatrizes que falam”;
• Orla de Burton – típico de indivíduos que trabalham com chumbo, em que existe coloração
escura na orla gengival;
• Fotografia sinalética – consiste em foto de frente e de perfil com redução de 1/7:
▪ há uma sobreposição de fotos;
▪ carece de unicidade, imutabilidade e classificabilidade;
• Antropometria ou bertilhonagem: a identificação de pessoas se dá por uma descrição física
baseada em medições antropométricas:
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
8. IDENTIFICAÇÃO DE SANGUE
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Deve o perito, inicialmente, verificar se realmente o que está sendo analisado é sangue, para, só
então, buscar saber se se trata de sangue humano ou não. Existem diversas reações para verificar se a
substância é sangue humano ou não. As reações podem ser de probabilidade ou de certeza.
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• Cristais de Teichmann;
• Cristais de Strzywsky.
São reações que indicam probabilidade de ser sangue humano, pois mostram a presença de ferro
(Fe++) da hemoglobina:
• Reação de Adler;
• Reação de Amado Ferreira;
• Reação de Kastle-Meyer;
• Reação de Van-Deen;
• Luminol – é uma substância que, em contato com o sangue, apresenta uma cor intensa azul-
esverdeado, sendo chamado de teste de elite.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
▪ Exame de DNA cromossomial e mitocondrial deve ser feito nas células nucleadas na raiz
dos fâneros;
▪ Nas partes mais externas dos fâneros, as células são anucleadas, sendo possível,assim, só é
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10. OSTEOLOGIA
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Como já visto, a antropologia forense é um ramo da antropologia física (biológica) que tem por
finalidades estabelecer a identidade do sujeito através da individualização da idade, do sexo, do padrão
racial e da estatura e determinar a causa, a data e as circunstâncias da morte. É subdividida em:
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.
10.3.1. Osso
É um órgão formado por tecido ósseo que, juntamente com a cartilagem, compõe o esqueleto dos
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vertebrados.
Os tecidos ósseos são constituídos por células (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos) e matriz
intercelular (fibras colágenas e glicoproteínas – material orgânico que confere resistência e elasticidade).
As células ósseas são:
• Osteoblasto – é a célula jovem, que não se divide. Produz secreção da parte orgânica da matriz
óssea, chamada de osteóide ou pré-osso.
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• Compacto – o osso compacto se apresenta sólido e forma a parede óssea em toda aextensão
da diáfise (haste), podendo estar presente também nas epífises (extremidades);
• Esponjoso – o tecido esponjoso tem aspecto poroso e é composto por um conjunto de espículas
ou trabéculas irregulares, finas e interligadas em ramificações, formando uma trama cujos
espaços são preenchidos pela medula óssea vermelha (tecido hematopoiético). Ele ocorre na
epífise dos ossos longos e na parte central dos ossos curtos. É envolto por uma fina camada
externa de osso compacto.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
• Constitui a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares.A maior parte
é encontrada nas epífises.
a. Longos
São compostos pela diáfise (haste) com duas epífases (extremidades), ou seja, possuem o
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comprimento maior que a largura. São um pouco encurvados, garantindo maior resistência.
Os ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande
quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Ex.: Fêmur, úmero.
As partes de um osso longo são as seguintes:
• Epífise: são as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o articula ou o une
a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise consiste em uma fina camada de osso
compacto que reveste o osso esponjoso e é recoberta por cartilagem;
• Metáfise: é a parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.
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b. Curtos
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São como os longos, só que em miniaturas; assim, seus comprimentos são próximos às suas larguras.
Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo
compacto. Ex.: metacarpos, metatarso.
c. Chatos
Possuem superfícies plana para proteção ou fixação muscular. Ex.: crânio, escápula, inominado (bacia).
d. Irregulares
São formas complexas, como as vértebras, os esfenoides (face lateral abaixo do crânio). Possuem
quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto.
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
OBSERVAÇÕES!
As cavidades medulares internas são delimitadas pelo endósteo (no interior da cavidade medular
do osso, revestido por tecido conjuntivo);
Nos espaços intrabeculares do osso esponjoso, existe a medula óssea vermelha (tecido
hematopoiético), a qual forma células sanguíneas e fica nas extremidades dos ossos (epífases);
A cavidade medular (diáfase) pode servir como um sítio para armazenamento de tecido adiposo,
chamado de medula amarela.
A estrutura externa possui uma membrana que recobre o osso, conhecida como periósteo,
constituindo um revestimento forte e fibroso (protege o osso) que reveste a superfície externa da
diáfise, exceto nas superfícies articulares (nas epífases), as quais são protegidas por cartilagem. Tanto o
periósteo quanto o endósteo contêm células que podem fabricar osso.
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Entre a epífise e a diáfise permanece uma faixa de cartilagem chamada de metáfise (placa ou disco
epifisário), que permite o aumento do osso em comprimento até atingir a idade adulta, quando ocorre seu
fechamento completo e cessa o alongamento ósseo.
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Os sistemas de Havers são compostos por canais de Havers de sistemas vizinhos que são conectados
pelos canais de Volkmann.
No interior desses canais, estende-se uma rede de capilares sanguíneos e nervos.
Cada sistema de Havers é um cilindro com um canal central, que é o canal de Havers, ao redor do qual
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se distribuem lâminas ósseas concêntricas. Os pequenos espaços entre os sistemas de Havers são
preenchidos por lamelas ósseas de disposição diversa, formando as lamelas intersticiais.
Os sistemas de canais de um osso formam um verdadeiro labirinto, que se estende da região periférica
e fibrosa (periósteo) até a região interna (endósteo, que reveste a cavidade medular). Os ósteons são o
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conjunto de sistemas de Havers e estão organizados ao longo das linhas de estresse mecânico, relacionadas
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ósteons. Essa é a única propriedade adaptativa do osso, conhecida como lei de Wolff.
Tome nota:
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
pelo aspecto microscópico do osso cortical. Em geral, os ossos humanos adultos, em relação aos ossos
animais, são bem menos grosseiros. Porém, tal diagnostico não é válido para não adultos.
Em humanos, os ósteons (unidade do osso cortical) econtram-se espalhados, dispersos, com certo
espaçamento no interior do osso, o qual exibe disposição em camadas. Em outros animais, os ósteons
tendem a se alinhar em fileiras limitadas por estruturas de formato retangular, chamadas de osso plexiforme
(emaranhada/disforme).
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Os ósteons secundários, ou sistemas de Havers, constituem pequenos pacotes de osso lamelar que
circundam um canal de Havers. Embora a maioria dos vertebrados não exiba um padrão de osso haversiano
denso, como nos seres humanos, estudos comparativos revelam que nem sempre é possível uma
identificação positiva pelo encontro desse padrão.
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Osso humano
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camadas).
Canais concêntricos.
• Os canais de Havers, em humanos, possuem diâmetro maior do que emanimais, logo, o número
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
de canais é menor.
Ossos animais
• Osso com estrutura plexiforme (ósteons – forma retangular, regular e horizontal, alinhados,
dispostos em fileiras);
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A medula humana, que fica no interior dos ossos, é mais fina que a medula animal; logo, o índice
cortical medular é pequeno.
O mesmo se aplica na identificação de pelo, que também possui a parte externa e interna, sendo que
a parte interna (medula) do pelo humano é mais fina que a do animal.
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11.1. Craniometria
• O crânio é formado por oito ossos: frontal, parietal (dois), occipital, temporal (dois), esfenoide
e etmoide;
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visíveis.
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11.2. Prosopometria
O professor Wilson Palermo cita, como meio identificador, os pontos craniométricos de Galvão, que
seria uma análise de medidas a partir do meato acústico externo (M.A.E), que é uma estrutura que compõe
o ouvido externo (orelha).
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• O buraco occipital fica na base do crânio e por ele passa a medula espinhal. Esse buraco está
ladeado por duas saliências ósseas, chamados de côndilos occiptais,sendo que esses côndilos se
encaixam na faceta, dando encaixe ao pescoço;
• A primeira vértebra que apoia o crânio é chamada de atlas, e, nessa vértebra,estão as facetas
que apoiam os côndilos;
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FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
• Índice de Baudoin masculino – o buraco occipital possui largura pequena e comprimento maior.
• Índice de Baudoin feminino – o buraco occipital possui largura grande e comprimento menor.
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11.4. Pelve
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11.5. Púbis
O púbis é resultado da união dos ilíacos, e sua angulação indica sermasculino ou feminino:
• Púbis feminino – o ângulo formado pela união dos ilíacos é maior que 90°;
• Púbis masculino – o ângulo formado pela união dos ilíacos é menor que 90°.
• Caucásico – é aquele que possui pele branca, cabelos lisos ou crespos, loiros ou castanhos e íris
azuis ou castanhas. O perfil facial pode ser ortognata ou ligeiramente prognata;
• Mongólico – é aquele que possui pele amarela, cabelo liso, face achatada de diante para trás e
maxilares salientes;
• Negroide – é aquele que possui pele negra, cabelo crespo, crânio pequeno, íris castanha,
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• Indiano – não é um tipo racial definido. Possui estatura alta, pele amarela-trigueira, orelhas
pequenas, cabelos pretos e lisos e barba escassa;
• Australoide – é aquele que possui estatura alta, pele trigueira, dentes fortes, narizcurto e largo
e arcadas superciliares salientes.
FÓRMULA DE RETZIUS
Existe ainda a classificação por meio da análise do crânio, o índice cefálico horizontal, que, deacordo
com Malthus Galvão, é verificado pela seguinte fórmula matemática:
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Comprimento do crânio
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12.1.1. Braquicéfalos
• “cabeças chatas”;
• Crânio curto e largo;
• ICH maior que 80;
• Pode ser da raça branca ou negra.
12.1.2. Mesocéfalos
• Crânio médio;
• ICH maior que 74,9 e menor que 80;
• Raça asiática ou amarela.
12.1.3. Dolicocéfalo
64
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
O índice nasal é um dos mais importantes parâmetros antropométricos para se sugerir a raça.
12.2.1. Platirrinos
12.2.2. Mesorrinos
ÂNGULOS DE JACQUART – é a identificação de raça pelo ângulo da face, tendo como ponto anterior
a base da fenda nasal.
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12.3.1. Prognata
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• Possui um ângulo menor que 83º (maxilar está mais para fora, maissaliente);
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12.3.2. Mesognata
12.3.3. Ortognata
• Ângulo maior que 83º (maxilar está mais para dentro, mais retraída);
• Normalmente, indicam da raça branca.
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QUESTÕES
1. ( Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia – Anulado) A respeito da identificação criminal,
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do palato duro.
c)As tatuagens não possuem valor significativo no processo de identificação de pessoas.
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d) Ilhotas, forquilhas e bifurcações são espécies de pontos característicos existentes nos desenhos digitais,
Marceli
sendo que a presença de ao menos quatro desses pontos, sem nenhum ponto de divergência, indica
confronto positivo para a identificação do suspeito.
e) A datiloscopia se constitui um excelente método de identificação e tem como principais características a
unicidade, a mutabilidade, a praticidade e a classificabilidade.
2. (CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia) A respeito de identificação médico-legal, de aspectos médico-
legais das toxicomanias e lesões por ação elétrica, de modificadores da capacidade civil e de imputabilidade
penal, julgue o item que se segue.
O procedimento de identificação de uma pessoa baseia-se na comparação entre a experiência da
sensação proporcionada no passado com a mesma experiência renovada no presente pela pessoa a ser
identificada.
( ) Certo ( ) Errado
3. (NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado de Polícia Civil) Em relação à identificação policial ou judiciária, podem
ser destacados vários métodos de identificação, entre os quais o sistema dactiloscópico de Vucetich, que se
baseia na disposição das cristas papilares que se encontram na polpa dos dedos. A presença de um, ou dois,
ou nenhum delta numa impressão digital estabelece os quatro tipos fundamentais do sistema dactiloscópico
66
FREDERICO ALVES MELO ANTROPOLOGIA FORENSE • 5
de Vucetich.
Partindo dessas afirmações e baseado naquilo que você conhece sobre esse sistema, marque a alternativa
CORRETA.
a) Presilha externa: presença de um delta à direita do observador e de núcleo voltado à esquerda.
b) Verticilo: presença de dois deltas e um núcleo central.
c) Presilha interna: presença de um delta à esquerda do observador e de núcleo voltado em sentido
contrário ao delta.
d) Arco: presença de dois deltas e um núcleo central.
e) Presilha externa: ausência de deltas e apenas com sistema de linhas basilares e marginais. Não tem
núcleo.
4. (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil – Reaplicação) No que se refere ao tema sobre
identificação, os ângulos de Jacquart, Cloquet e Curvier são verificados:
a) no tórax.
b) nas pernas.
c) nos braços.
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d) na bacia.
e) no crânio.
GABARITO
1. b)
2. Errado
3. b)
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4. e)
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Marceli
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Marceli
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FREDERICO ALVES MELO
TRAUMATOLOGIA FORENSE
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TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
• Faz parte da patologia forense, sendo uma das subdivisões da medicina legal.
• Estuda as energias vulnerantes, seus mecanismos de ação e suas consequências (lesões).
Segundo o professor Genival de Veloso de França, ela é um ramo da medicina legal que estuda os
estados patológicos imediatos ou tardios oriundos de uma violência que atinja o corpo humano, causando
uma lesão.
1. PELE
A pele, que é o maior órgão do corpo humano, é a primeira barreira contra a lesão. Porisso, a maior
parte das lesões aparece nela.
A pele é formada por camadas, que são:
• Epiderme;
• Derme.
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1.1. Epiderme
É a parte superficial, que possui uma camada mais externa (que só possui células mortas), e uma
camada mais profunda (que possui células vivas).
A parte superficial é composta de células mortas, para que o organismo possa reagir com o meio
ambiente. Na epiderme, não há vasos sanguíneos, tampouco filetes nervosos. São as camadas que formam
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a epiderme:
• Camada córnea;
• Camada lúcida;
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• Camada granulosa;
• Camada espinosa; e
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• Camada basal.
Marceli
As células dessa camada são mortas, não possuem núcleo e são completamente achatadas, em
forma de lâminas (exercendo assim a função de proteção contra agentes externos, além de impedir a
evaporação de água).
Por essas células serem anucleadas, não há dna nuclear. Em que pese a ausência do núcleo, é possível
a verificação do dna mitocondrial; no entanto, esse DNA mitocondrial só possui o DNA materno, porque,
quando a célula reprodutora masculina fecunda a célula reprodutora feminina, não entra o DNA mitocondrial
do pai que se localiza no citoplasma da célula (só entra o núcleo do espermatozoide, que não possui
mitocôndria).
É uma camada completamente queratinizada, o que a torna impermeável.
Essa camada é morta, para poder reagir contra o meio ambiente.
69
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
É a camada imediatamente inferior à camada córnea, com menor queratinização, e é constituída por
uma fina camada de células achatadas, cujos núcleos celulares apresentam sinais de degeneração, existindo
pouquíssimas organelas citoplasmáticas.
Existe certa quantidade de queratina, tornando-a impermeável a fluidos.
Nem todas regiões possuem essa camada, sendo mais comuns nas regiões palmoplantares (mãos e
pés).
Nessa camada há a presença células poligonais e achatadas, com núcleo central. Há produção de
grânulos de queratina, que impedem a passagem de compostos e água.
É formada por quatro a dez fileiras de células cuboides ou ligeiramente achatadas, com núcleo
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central e pequenas expansões no citoplasma (separam o núcleo da membrana), que dá o aspecto espinhoso.
Há ainda produção de queratina.
Localiza-se acima da camada basal.
É a camada que possui a parte proliferativa e que dá origem às células das outrascamadas (responsável
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pela renovação da epiderme). As células (única fileira de células prismáticas) presentes possuem núcleo;
logo, é possível identificar o DNA materno e paterno.
É a camada mais profunda da epiderme, estando acima da derme. Também chamada de camada
germinativa ou geradora.
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• Camada granulosa;
• Camada espinosa;
• Camada basal.
O processo das células da camada basal (camada geradora) até a camada córnea dura o período de
21 a 28 dias. As células vão sendo produzidas através do processo de mitose (processo de divisão de células
eucaróticas) e, ao ir subindo de camadas, as células vão se achatando, perdendo núcleo, citoplasma etc., até
chegarem à camada córnea morta.
1.4. Derme
Localiza-se abaixo da epiderme e é composta exclusivamente de células vivas. É macia, cheia de filetes
nervosos e de vasos sanguíneos e rica em gordura.
70
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
É formada por tecido conjuntivo com as funções de oferecer sustentação e nutrir a epiderme. Está
dividida funcional e anatomicamente em duas camadas distintas:
• Derme superficial (ou papilar): a derme superficial é constituída por tecidopouco denso,
provido de vascularização e inervação abundantes;
• Derme profunda (reticular): a derme profunda é formada por tecido mais denso,mais resistente
às trações, por seu maior teor em fibras elásticas e colágenas. Nessa camada, estão os músculos
eretores dos pelos e suas hastes com glândulas sebáceas.
Fonte: http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html.
ATENÇÃO!
souza -- CPF:
A derme papilar (cristas dérmicas do entrelaçamento) juntamente com suor e gordura da pele vão
Marceli souza
resultar no desenho digital, o que, ao tocar em objetos, faz com que o indivíduo possa deixar a impressão
digital (quando o desenho digital é colocado em algum local).
Marceli
São estruturas anexas da pele que são constituídos pelas glândulas sudoríparas e sebáceas e pelos
pelos. Esse órgão importante tem as seguintes funções: sensibilidade, regulação térmica e proteção.
2. TRAUMA
É a atuação de uma energia (física, química, biológica ou mista) externa (exógena) sobre determinado
indivíduo, capaz de causar um desvio de normalidade (lesão) no corpo humano.
Deve causar um desvio em relação ao estado de normalidade do corpo humano, ou seja, a quebra
da homeostasia,que é o corpo em equilíbrio.
A reação do corpo ao trauma pode ser:
• Reação local:
▪ Há uma reação inflamatória que leva ao aumento da circulação local, causando,assim, uma
vasodilatação (hiperemia), que leva a rubor, calor e edema;
71
FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, o edema (resultado da reação inflamatória, junto com
calor e rubor) pode comprimir os vasos da microcirculação local (em razão do aumento da pressão), desde
que seja muito intenso e situado em área delimitada (área restrita) por paredes pouco distensíveis. O
aumento da pressão nos tecidos bloqueia a circulação e, por isso, prejudica os mecanismos de defesa
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(chegada dos glóbulos brancos), com o agravamento da lesão inicial. Ocorre, por exemplo, nos
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3. LESÃO
demonstrável morfologicamente.
A lesão pode ser:
• Direta – é a lesão no local de contato entre o a parte do corpo atingida e o agente vulnerante;
souza -- CPF:
• Indireta – quando no lado oposto ao trauma, há lesão reflexa ou indireta. Também chamada de
lesão a contragolpe.
Marceli souza
▪ Ex.: lesões na cabeça em que o deslocamento do cérebro causa lesões do lado oposto ao
Marceli
trauma;
• Fechada – quando a lesão é fechada, não há rompimento da pele.
▪ Ex.: rubefação, equimose, bossa, entorse, luxação, rotura, fratura não exposta etc.;
• Aberta ou exposta – quando a lesão é aberta, há o rompimento da pele. Ex.: escoriação, ferida,
fratura exposta etc.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fraturas.htm.
• Mortais – são as lesões que culminam em morte e podem ser fruto de suicídio, acidente ou crime;
• Não mortais – são lesões criminosas, que podem ser dolosas ou culposas, podendo se ajustar
a algum tipo penal, como, por exemplo, ao art. 129 do CP;
• Com assinatura – a lesão denuncia o instrumento que a causou, ou seja, ao visualizar a lesão,
é possível determinar o objeto que a causou. Por ser possível dizer o instrumento vulnerante
utilizado, diz-se que a lesão é patognomônica. Ex.: queimadura causada com um garfo na pele,
marcas de pneu no corpo de delito etc.
Pelo critério cronológico, segundo o professor Hygino de C. Hercules, a lesão pode ser:
• Recente – diz-se que a lesão é recente, pois é possível fazer a verificação de tempoda lesão;
• Intermediária – ainda é possível fazer a verificação de tempo da lesão. O limite entreo conceito
de recente e intermediário é abstrato e subjetivo;
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O trauma causa lesão. Cumpre ressaltar que o corpo humano é o objeto do trauma, é nele que há a
referida lesão. Assim, temos que o corpo humano é limitado pela pele (que é o maior órgão do corpo
humano).
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4. AGENTES VULNERANTES
Trataremos agora sobre os agentes ou elementos que, por meio de contato direto ou indireto,
souza -- CPF:
causam as lesões. Portanto, os agentes vulnerantes são aqueles que atuam no organismo, capazes de causar
alterações.
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• Física: a composição de átomos que compõem o agente, ao ser transferida, não se altera;
• Química: a composição de átomos que compõem o agente, ao ser transferida,altera-se.
• Biológica: energia que depende de seres vivos para ser transferida. O professor Hygino de
C. Hercules não cita essa modalidade de energia;
• Mista: há a reunião de mais de um tipo de energia.
Divide-se em:
• Energia de ordem física não mecânica: são aqueles elementos que, para causar lesão, não
precisam de movimento. Ex.: eletricidade, calor, luz, som, pressão, radiação;
• Energia de ordem física mecânica: é mecânico pois há movimento/deslocamento no espaço
(necessariamente) do objeto para o corpo (ativo), ou do corpo para o objeto (passivo). São
capazes de lesar porque transferem toda a sua energia cinética, ou parte dela, à área da
superfície com que entram em contato.
▪ Pode um agente mecânico causar lesão estando parado, desde que o alvo esteja em
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
movimento.
• Ativa: o agente vulnerante está em movimento. Ex.: disparo de arma de fogo, paulada, pancada
etc.;
• Passiva: o alvo está em movimento. Ex.: se um preso bate com a cabeça na cela;
• Mista: ambos estão em movimentos. Ex.: colisão.
ATENÇÃO!
A energia cinética é expressa pela equação:
E = M.V²/2
Em que: E é energia; M é a massa do agente; e V é a sua velocidade.
Atenção!
A quantidade de energia antes do choque de dois corpos tem que ser igual à energia presenteapós
a colisão, pelo PRINCÍPIO GERAL DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA.
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Importante!
A energia não pode ser criada nem destruída: a energia pode apenas transformar-se.
A produção de lesões depende também da extensão da área sobre a qual atua um agente mecânico.
A pressão por um corpo sobre a superfície é diretamente proporcional à sua força e inversamente
proporcional à extensão da área com que entre em contato (P=F/S). Por exemplo, um alfinete precisa de
pouca força para penetrar na pele, pois a pressão é maior em função da pouca extensão da zona de contato.
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Nos três primeiros casos, temos agentes simples, visto que seu uso principal tem uma única
finalidade. Já nos três últimos casos, são classificados como misto, visto que a sua ação gera dois tipos de
lesões.
Veja a análise de cada agente vulnerante.
Agente contundente é aquele que só contunde. Resulta da atuação de agentes que transferem sua
energia cinética, por meio de pressão, para o corpo através de uma superfície, uma área, que interessa a
todos os planos da pele, inclusive os subcutâneos. Não há ponta, nem gume.
Atenção:
O agente é classificado como sendo contundente e a lesão é classificada como sendo contusa (lesão
em plano).
Segundo os professores Genival V. de França e Wilson Palermo, não existe lesão dilacerante (mesmo
se oriunda de explosões), pois não há instrumentos com os mesmos nomes, sendo, na verdade, uma
variação da lesão contusa.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Um exemplo clássico de lesão contusa é a lesão causada pelo martelo, que é um agente contundente
e causa lesões contusas. Sobre esse instrumento, por já ter sido cobrado em provas, a ação do martelo na
calota craniana pode gerar três tipos de lesões:
triangular, com a base ligada ao tecido ósseo adjacente e o vértice solto, voltado para o interior
da cavidade craniana
• Pressão;
• Sucção;
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souza -- CPF:
• Torção;
• Flexão;
• Cisalhamento – são forças que atingem o mesmo ponto em sentidos opostos, comoa ação de
uma tesoura.
o A tesoura fechada é um agente perfurante. Já com a tesoura aberta, cada ramoé um
agente pérfuro-cortante de um gume. O mecanismo de ação quando a tesoura funciona é
o cisalhamento.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Lembrando que as lesões podem ser fechadas ou abertas. Assim, serão analisadas as hipóteses de
cada uma.
g. luxação;
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h. fratura.
a) Rubefação
Rubor é vermelhidão na pele, sendo a mais leve das lesões produzidas por ação contundente.
É constituída por hiperemia, que é o aumento da circulação sanguínea local, sendo o efeito anti-
inflamatório e normalizador circulatório, observada no local de impacto, ou seja,há uma vermelhidão,
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Na tumefação, o trauma é um pouco mais intenso que na rubefação. Consta de elevação e palidez
da pele na área do impacto, surgindo depois de um a três minutos, juntamente com a rubefação, que
sempre a acompanha.
Faz parte da tríplice reação de Lewis, que possui três momentos:
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
c) Equimose
Equimoses espontâneas – são equimoses que não são fruto de um trauma. A doutrina aponta
algumas possibilidades:
• Segundo o professor Hygino de C. Hercules, seria possível uma equimosesem o seccionamento
de um vaso sanguíneo (com o vaso íntegro), por meio da diapedese, ou seja, com a passagem do
souza -- CPF:
• O professor Delton Croce cita a possibilidade de uma equimose ter fundo emocional. Nesse caso,
o professor chama essa equimose de fundo emocionalde enquimose.
A equimose pode ser classificada de acordo com sua forma, conforme veremos a seguir.
PETÉQUIA
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Petéquias subconjuntivais
Por volta de 1800, um perito chamado Tardieu disse que, quando uma pessoa aparecia morta e tinha
esses pontos sanguinolentos subconjuntivais, ela havia sido morta asfixiada por sufocação. Para Tardieu,
naquela época, essas hemorragias puntiformes significavam morte por asfixia por sufocação e eram
chamadas de manchas de Tardieu.
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Hoje, sabe-se que essas manchas podem aparecer em asfixias em geral, mas também podem
aparecer em mortes naturais. Essas manchas não são patognomônicas e, também, não são características
somente da asfixia, pois elas podem ocorrer até em mortes naturais.
Sugilação
É formada por confluência de numerosas (milhares ou centenas) lesões puntiformes em uma área bem
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delineada (forma de pequenos grãos). Portanto, é uma equimose formada por vários pontinhos aglomerados.
Geralmente é fruto de atos libidinosos, decorrente de sucção. No entanto, também pode ser fruto
de pancadas.
Segundo a doutrina, podem surgir em vida ou após a morte.
souza -- CPF:
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Víbice
Trata-se de petéquias em faixa dupla paralelas, causada por agente contundente que possui forma
cilíndrica e que, ao colidir com a pele, desloca o sangue para linha paralela ao instrumento, como é o caso de
um taco de beisebol ou um cassetete.
Para o professor Hygino de C. Hercules, essas faixas seriam quase paralelas – convergindo para o
punho (borda proximal) do instrumento e divergindo para a ponta do instrumento (esse posicionamento já
foi cobrado na prova de Delegado de Polícia do RJ).
Pode ocorrer, ainda, quando o pneu de um automóvel passa por um corpo, sendo chamadas de
víbices estriadas, ou estrias pneumáticas de Simonin, não sendo paralelas nesse caso específico.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Sufusão ou equimoma
souza -- CPF:
Representa hemorragia que possui maior extensão (equimose em proporção maior) e de tamanho
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Sufusão subconjutival
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
o não é patognomônica, ou seja, não indica certeza de algum tipo de morte, pois podem
aparecer em diversos tipos de mortes, inclusive em mortes naturais.
o São pequenas e violáceas.
o Podem ocorrer ainda abaixo das pleuras (subpleurais) ou do pericárdio(subpericárdicas).
quando há aspiração de água, que causa o rompimento dos alvéolos (asfixia por afogamento) e
há o extravasamento do sangue.
o É um sinal patognomônico (indica certeza) de afogamento.
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souza -- CPF:
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
o Aqui, a circulação fica prejudicada, visto que o sangue bombeado que foi para a região da
cabeça fica impedido de voltar para o coração, pois o átrio direito que recebe o sangue
encontra-se comprimido, não conseguindo receber osangue retornado. Diante do acúmulo
de sangue na região da face, ele irá extravasar dos vasos, formando, assim, milhares de
petéquias, chamadas de máscara equimótica de morestin.
o É indicativo de lesão intra vitam.
• Equimoses de etiologia ou não mecânicas – nem toda equimose é fruto de trauma, podendo
aparecer em: doenças hemorrágicas (púrpuras), pessoas idosas de pele pouco resistente (simples
esbarrão, que normalmente não causaria qualquer dano), sendo chamadas de equimoses
espontâneas ou emotivas.
• Equimoses perianais e vulvovaginais – são localizadas nas regiões anal e vaginal, devendo ter
atenção para que não seja confundida com lesões dermatológicas ou parasitoses.
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o Ex.: quando uma pessoa é asfixiada (enforcada, esganada), a lesão pode ser no pescoço,
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mas aparecem petéquias espalhadas pelo corpo todo. Essas petéquias espalhadas são
equimoses à distância.
Marceli
• Sinal do Zorro ou do guaxinim – quando se tem uma lesão no couro cabeludo, há extravasamento
de sangue, que, em razão da gravidade, vai parar na região dos olhos (lembre-se de que nos olhos
não se observa o espectro equimótico de legrand du saulle). Assim, a região dos olhos fica
arroxeada sem que tenha sofridouma lesão nos olhos.
Fonte: http://www.fisiocti.com/site/traumatismo-cranioencefalico/.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Fonte: http://www.fisiocti.com/site/traumatismo-cranioencefalico/.
• Sinal de Cullen – ocorre nos casos de pancreatite que levam à equimose periumbilical.
• Mobilidade equimótica – é o deslocamento da equimose para regiões mais afastadas do ponto
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de contusão.
Equimose em pessoa morta: livores – quando o coração para de bater, o sangue (não coagulado)
irá se acumular nas regiões de maior declive do corpo, devido à gravidade. Em razão da pressão exercida
nos vasos, o sangue irá extravasar, formando uma série de pontos. Assim, se o sangue estiver saindo dos
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vasos (que estão íntegros), trata-se de “equimose falsa” em pessoa morta (pois não há hemorragia),
ocasionando os chamados livores (que, com o passar do tempo, irão se fixar nos tecidos, não sendo mais
possível a movimentação do sangue).
Equimose em pessoa viva – se a equimose for fruto de um trauma, e o sangue (coagulado) estiver
souza -- CPF:
fora dos vasos (infiltração hemorrágica), trata-se de equimose verdadeira, ou seja, foi feita em vida, podendo
Marceli souza
Deve-se fazer um corte no local e jogar água corrente. Se limpar a área, indica que foi feito após a
morte, pois não infiltrou. Se não limpar, indica que foi feito em vida, pois há sangue acumulado na região
(infiltrou).
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Índice de Verderau
É uma forma de verificar se a equimose foi produzida intra vitam ou post mortem, consistindo na
divisão do número de glóbulos vermelhos (hemácias) pelo número de glóbulos brancos (ligados à defesa
do organismo).
Se houver alteração do índice, em função do aumento do número de glóbulos brancos, indica que
houve reação inflamatória; logo, uma lesão produzida em vida.
Se esse índice se mantiver sem alteração, indica uma falsa equimose, ou seja, post mortem.
Quando o sangue sai dos vasos, ele tem como principal componente a hemoglobina, que é um
pigmento vermelho. Quando a hemoglobina sai dos vasos, ela começa a se degradar (Ferro – Fe++) e se
transforma em outros compostos (Biliverdina, que tem coloração esverdeada, e Bilirrubina, que tem cor
amarelada) e vai variando de coloração.
Para se verificar o tempo aproximado (nexo temporal) no qual as lesões foram produzidas, verifica-
se a coloração dessas lesões. É o que se chama de ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE (perito
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chamado Legrand du Saulle comparou isso ao espectro solar, às cores do arco-íris), em que temos as
seguintes variações de colorações:
VERMELHO BRONZEADO:
DIA 1º;
A cor se dá em razão da hemoglobina.
VIOLÁCEO/ARROCHEADO:
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DIAS 2º e 3º;
A cor se dá em razão da hemossiderina.
AZUL:
DIAS 4º, 5º, 6º;
souza -- CPF:
ESVERDEADO
DIAS 7º, 8º, 9º e 10º;
Marceli
Após cerca de 20 dias, a mancha some completamente (há doutrina que indica a partir do 15ºdia).
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
ATENÇÃO!
A causa da mudança de cor é a progressiva reabsorção da hemorragia pela ação dos macrófagos
(células de limpeza do tecido conjuntivo local) através da fagocitose.
O sangue extravasado passa a ser considerado corpo estranho ao tecido e desperta reaçãode
defesa com a finalidade de removê-lo. Logo nos primeiros dias, as hemácias são fagocitadas (processo de
ingestão e destruição de partículas) pelos macrófagos, em cujo interior sua membrana é destruída e a
hemoglobina digerida.
Há dois locais em que não existe a variação de cor nas equimoses (mantendo-se sempre
avermelhada); são eles:
• Bolsa escrotal;
• Região da conjuntiva ocular (olhos).
Alguns autores dizem que isso se dá porque se trata de tecido muito oxigenado, mas Hygino de
C. Hercules não acredita nisso, não existindo explicação aceitável.
Há doutrina que aponta a evolução cromática como sendo relativa, pois depende da região do corpo,
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• Sinal de Kunckel – pode auxiliar na busca do tempo aproximado da lesão, após a mancha
equimótica desaparecer, em função da rede ganglionar e resquícios daequimose (vestígios).
• Sinal de nevus azul – segundo o professor Hygino de C. Hercules, é uma lesão de cor azulada,
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geralmente congênita, que costuma se situar nas imediações da regiãosacra, sendo formada pela
deposição do pigmento da melanina por entre as fibras conjuntivas da derme profunda e da
hipoderme.
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d) Bossa
É uma lesão na qual iria se formar uma equimose; no entanto, com a presença de plano ósseo abaixo,
o sangue empurra a pele para cima. Esse “galo” formado se chama bossa.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, ocorre quando há o aumento de volume dos tecidos por
coleção (não há extravasamento) de líquido, que os infiltra intensamente, decorrente de distúrbio
circulatório localizado.
A bossa pode ser:
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Trata-se da bossa na cabeça da criança, pois a pressão exercida pela cabeça sobre o orifício interno
do colo uterino é acompanhada por uma reação igual e contrária, conforme as leis da física. À medida que
vão sucedendo as grandes contrações uterinas, a cabeça vai aflorando na cavidade vaginal, aparecendo
primeiro o setor occipital. Assim, a porção do couro cabeludo que já está insinuada fica voltada para a
cavidade vaginal e não recebe pressão.
No anel que circunscreve essa porção, a pressão é forte o suficiente para barrar a saídado sangue
venoso, mas não o fluxo de sangue arterial para aquela porção circular do couro cabeludo. Por isso, o sangue
venoso fica sob pressão aumentada, o que desequilibra a microcirculação, fazendo com que se forme a bossa.
Quanto mais demorar o parto, maior será a bossa formada. O aumento de volume do setor occipital do couro
cabeludo é chamado vulgarmente de tumor do parto ou caput succedaneum.
Valor médico-legal do tumor do parto ou caput succedaneum – é de atestar que o feto estava vivo
durante o trabalho de parto.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
É a hemorragia que, pelo seu volume e pela sua velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos e
ocupa um espaço próprio, formando uma neocavidade.
O que acontece com o hematoma é que o vaso que se rompe é um pouco mais calibroso, então o
sangue sai do vaso com uma certa pressão e empurra os tecidos para que ele possa passar. O tecido se
afasta e o sangue se acumula entre os tecidos, formando uma bolsa de sangue, em uma cavidade que não
existia.
Não há, como nas equimoses, uma infiltração do sangue nas malhas dos tecidos, a não ser, em pequena
extensão, na sua periferia. Os tecidos vizinhos são deslocados ecomprimidos.
• Dura-máter;
• Aracnoide
• Pia-máter.
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Essas meninges são vivas e têm vasos sanguíneos. Se uma pessoa leva uma pancada na cabeça, às
vezes rompe vasos da pia-máter, às vezes da aracnoide e às vezes da dura-máter. O local que esses vasos
romperem, o sangue não tem para onde ir e se acumula entre as membranas ou entre o crânio e a pia-máter.
Onde o sangue se acumula, o hematoma vai crescendo e empurra o cérebro para dentro. Se não houver
socorro rápido, pode levar à morte.
Dura-máter:
• É a camada mais externa e mais espessa;
• O hematoma que ocorre fora da dura-máter é chamado de hematoma extradural ou epidural
(entre a dura-máter e o crânio, há uma zona descolável de Gerard Marchand, permite a formação
do hematoma);
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Aracnoide:
Pia-máter:
• É a mais fina das meninges.
• É o envelope meníngeo que, firmemente, adere à superfície do cérebro e à medulaespinhal (feixes
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Leptomeninges
Leptomeninges são as duas meninges mais internas de tecido que cobrem o cérebro e a medula
espinhal. As duas meninges são a aracnoide a e pia-máter, são finas e transparentes, e, por isso, são
chamadas de leptomeninges.
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A síndrome do bebê sacudido ocorre quando alguém chacoalha intensamente uma criança. Se um
souza -- CPF:
bebê é sacudido com força, seu cérebro frágil se move para frente e para trás dentro do crânio. Essa
movimentação do cérebro pode causar hemorragias nos vasos delicados da aracnoide e da pia-máter,
Marceli souza
gerando hematomas.
Marceli
Até os quadros mais leves da síndrome do bebê sacudido podem causar danos irreversíveis ao
cérebro, podendo levar até ao óbito. Os sobreviventes podem apresentar complicações permanentes, como:
O professor Hygino de C. Hercules cita, como gênero de abuso contra a criança, a síndrome da criança
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
espancada, não se restringindo a agressões propriamente ditas e abrangendo, ainda, negligências em geral,
como alimentação, higiene, saúde etc. Por isso, cita como expressão que seria mais adequada a síndrome da
criança maltratada.
f) Entorse
É o estiramento da cápsula de uma articulação. Está relacionada aos ligamentos. Pode ser total ou
parcial, mantendo-se o contato ósseo.
Pode ser de:
Aparece sempre que a amplitude normal dos movimentos articulares é ultrapassada em decorrência
de forças externas.
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A atenção médico-legal para a entorse ocorre porque ela pode levar a incapacidade permanente.
Pode haver entorse sem luxação ou subluxação.
g) Luxação
A luxação é mais grave que a entorse; assim, sempre que houver luxação ou subluxação, haverá
entorse (o contrário não é recíproco).
Se a luxação se der nas vértebras, pode causar a compressão da medula, o que pode comprometer
souza -- CPF:
h) Fratura
Marceli
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
o é o caso dos afundamentos de ossos esponjosos — como o díploe, osso esponjoso da calota
craniana — das fissuras e das fraturas em ramo verde das crianças (o osso "dobra" e só
quebra de um lado);
• Fratura múltipla – quando há mais de um foco de fratura no mesmo osso;
• Fratura comutativa – quando um osso apresenta numerosos fragmentos e focos de fratura.
Ocorre o estilhaçamento ósseo:
• A fratura em mapa-múndi (sinal de Carrara) é uma fratura na cabeça em que os fragmentos
ósseos ficam separados um do outro, sendo um tipo de fratura cominutiva, na qual cada parte de
osso isolada é chamada de esquírola;
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• Fratura em galho verde – ocorre quando o osso não quebra, havendo apenas rachadura,
possuindo tendência de ocorrer em jovens e em crianças, uma vez que osossos são mais flexíveis;
ação direta do agente contundente, a ferida cutânea tem bordas escoriadas e irregulares. Se resulta de
atuação do fragmento ósseo de dentro para fora, como nas fraturas por flexão, a ferida é mais regular e não
apresenta escoriação nas bordas. Nesse caso, o risco de infecção é um pouco menor;
souza -- CPF:
Pseudoartrose – ocorre quando os ossos que foram fraturados não voltam a se unir.
Vale dizer que o estudo do calo ósseo pode ser utilizado para definir a idade da lesão.
Marceli souza
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
epiderme) traduzem-se macroscopicamente por exsudação (migração, para o foco inflamatório, de líquidos
e células, quando provenham eles de vasos ou dos tecidos vizinhos) de líquido seroso incolor, que evapora,
deixando pequeno coágulo amarelado que produz uma crosta sérica por evaporação(escoriação típica, só
com a presença de linfa).
As escoriações que passem em plano intermediário entre o ápice e a base das papilas dérmicas
aparecem como um pontilhado hemorrágico em meio a exsudação serosa e formam crosta
serossanguinolenta (há presença de linfa e sangue).
Já as lesões mais profundas, que passem em plena derme por toda a sua extensão, formam um lençol
hemorrágico uniforme, que dá origem a uma crosta hemática (ressecamento do sangue na derme reticular).
O tempo necessário ao deslocamento da crosta depende de fatores locais do tecido, como a sua
vascularização e a velocidade de renovação normal do epitélio. Assim, as escoriações da face evoluem mais
rapidamente que outra de mesma profundidade situada na perna.
O deslocamento da crosta deixa ver uma superfície de cor rósea, muito mais clara que a pele
vizinha, resultado da ausência de pigmento de melanina no epitélio jovem e da presença de maior número
de capilares. Essa zona hipocrômica é chamada de marca de escoriação e tende a desaparecer com o tempo,
sem deixar cicatriz.
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em razão de enforcamento.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Com o passar do tempo, a crosta vai escurecendo e soltando, entrando na fase de regeneração. Na
imagem acima, temos uma escoriação com crosta em fase quase final de regeneração.
b. Ferida
A ferida acima foi feita por instrumento irregular. O instrumento rasgou; logo, provavelmente, era
um instrumento contundente. As bordas são completamente irregulares (as retrações mostram reação vital),
indicando que a pele não foi cortada, e sim que foi uma ferida contusa. Essa ferida contusa sangra pouco,
porque, com a pancada, os vasos sanguíneos são esmagados. Portanto, o sangramento é menor que uma
ferida incisa.
A ferida pode ser contusa e os mecanismos que causam essa ferida são:
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
limite de sua elasticidade e comece a se romper aos poucos em várias fendas irregulares e
paralelas, até que uma delas atinja toda a espessura e a pele é rompida.
o São exemplos desse mecanismo o escalpe produzido por correias que prendam os cabelos
e os tracionem de modo violento e o estiramento da pele por pneude viatura que passe
sobre um segmento corporal.
• A doutrina cita ainda a possibilidade de ocorrer por torção e flexão.
Valor médico-legal das feridas contusas: servem para atestar a ação contundente e, em alguns casos,
por sua forma sui generis, indicar o agente vulnerante.
c. Esmagamento
São lesões em que todos os planos anatômicos (é o grau máximo da ação contundente) de um
segmento do corpo são comprimidos e triturados pelo agente contundente.
O agente causador dos esmagamentos é sempre um agente dotado de excessiva energia cinética e,
em geral, de grande massa. Prensas, veículos, polias de máquinas em movimento, marretas, martelos: todos
podem causar esmagamento na dependência do segmento lesado. As partes moles são extensamente
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Os agentes perfurantes transferem sua energia cinética por meio de uma ponta, pressionando e
afastando os elementos do tecido, pois a ponta atua por pressão e vai afastando as fibras dos tecidos à
medida que se faz a penetração da haste.
São formados por uma ponta continuada por uma haste cilíndrica. Conforme o diâmetro dessa haste,
souza -- CPF:
pode ser classificada como de calibre pequeno (alfinetes, agulhas e espinhos) ou de calibre médio (furador
Marceli souza
de gelo e sovela).
A ação do instrumento perfurante pode ser ativa (quando o instrumento atingir o corpo em repouso
Marceli
ou quase em repouso) ou passiva (quando o corpo em movimento se chocar com o instrumento localizado
em um anteparo).
• Não existe instrumento perfurante de grande calibre, sendo classificado como pérfuro-
contundente (Ex.: vergalhão).
• Possuem abertura pequena de raro sangramento.
• Quando o agente perfurante não atinge as cavidades, é chama de lesão em sedenho.
Produzem feridas que são chamadas de punctórias ou puntiformes. Têm forma aproximadamente
circular e diâmetro muito pequeno, em geral menor que 1 milímetro.
Há grande predomínio da profundidade em comparação com o aspecto externo.
Causam lesões diferentes das feridas punctórias quando penetram nos tecidos. São chamadas de
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
• As lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre têm aspecto semelhante
(não são iguais) às produzidas por instrumento pérfuro- cortante de dois gumes (lesão em casa
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de botoeira ou fusiformes);
• Devem-se observar feridas em forma de botoeira tendo a mesma direção em uma mesma região
do corpo, sempre acompanhando as linhas de força;
• Em ambos os casos, tem-se lesão em forma de casa de botoeira, com ângulos menores que 90º,
com bordas regulares. Ainda, ocorre que, nas lesões produzidas por instrumentos perfurantes
de médio calibre, os ângulos encontram-se afastados, enquanto, nos instrumentos pérfuro
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• As lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre têm sempre amesma direção
em uma mesma região do corpo (paralelas), em razão das linhas de força das fibras elásticas do
corpo.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
calibre podem ter forma diferente, bizarra, anômala, polimórfica, nos pontos de entrecruzamentos de
linhas de força das fibras elásticas da pele.
As feridas pelos instrumentos perfurantes de calibre médio podem ser classificadas em:
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Os instrumentos cortantes transferem energia cinética por deslizamento e leve pressão por meio
de uma borda aguçada a que se dá o nome gume ou fio.
O instrumento de ação cortante causa ferida incisa.O exemplo típico desses instrumentos é a navalha,
podendo outros objetos agirem dessa forma, como, inclusive, uma folha de papel.
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Existe mais deslizamento que pressão. As fibras dos tecidos são seccionadas, e os vasos permanecem
abertos nas vertentes das feridas, e, em razão disso, há abundância de sangramento.
São características das lesões produzidas por instrumentos cortantes típicos:
• A lesão termina com uma escoriação linear que se chama cauda de rato de Lacasagne, que indica
que o sentido do deslocamento do instrumento no momento do golpe pode ser avaliado pela
posição da cauda de saída. Há, ainda, apresença da cauda de escoriação de Romanese. Ambos
souza -- CPF:
• Quando, em função da ação do agente cortante, a vítima fica com uma cicatrizno rosto, chama-
se de sinal de Gilvaz;
• Podem causar mutilação se atingirem extremidades sem esqueleto, tais como onariz, as orelhas,
a ponta dos dedos, o pênis etc.;
• No cadáver, as feridas incisas ficam menos abertas que em vivos, pois a pele do cadáver sofre
desidratação e se torna menos elástica.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Algumas feridas incisas recebem nomes especiais de acordo com a sua localização no corpo, como:
• Esgorjamento
• Degolamento
souza -- CPF:
• Lesão de defesa
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Esgorjamento
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• Anemia aguda: há redução no volume de sangue circulante, levando à queda da pressão arterial
e a consequente estado de choque;
• Asfixia: é provocada pela aspiração do sangue extravasado através da laringe ou da traqueia
seccionados;
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
• Pode ser homicídio – é orientada pela disposição, pelo número e pela localização das lesões;
• Pode ser suicídio – geralmente estão presentes lesões de hesitação — que se verificam na
presença de múltiplos entalhes nos lábios da ferida ou mesmo de feridas menores e mais
superficiais paralelas à ferida principal — em que o agente busca testar sua sensibilidade à dor.
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Sinal de Bonnet no esgorjamento , em função dos vasos sanguíneos seccionados na região lateral ou
posterior do pescoço, há um borrifamento de sangue, que, feito no espelho, é chamado de sinal de Bonnet
no espelho.
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Degolamento
Ocorre quando as lesões se situam na região da gola do pescoço, ou seja, é situada na parte posterior
do pescoço, sem que haja o arrancamento da cabeça, pois, se houver o arrancamento da cabeça, haverá a
souza -- CPF:
chamada decaptação.
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Lesões de defesa
Localizadas na mão ou no antebraço, principalmente na borda ulnar (não no rádio, que é o osso
interno do antebraço). Se situadas na palma da mão, traduzem a tentativa de a vítima segurar a arma do
agressor.
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Quando há cruzamento de duas feridas incisas, como se determina a ordem das lesões?
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Para saber qual incisão foi feita antes, deve-se tentar a aproximação das bordas separadas. Se a
escolha tiver sido correta, poderemos suturar as bordas da segunda ferida ao longo de duas direções
defasadas, mas paralelas.
souza -- CPF:
Primeira incisão
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Segunda incisão
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
4.1.4. Pérfuro-Cortante
Os instrumentos perfuro-cortantes transferem sua energia cinética por pressão (que gera a perfuração),
pela ponta e por deslizamento dos gumes, que seccionam as fibras dos tecidos. Possuem uma ponta e um
ou mais gumes.
Ex.: faca de cozinha, canivete (possui apenas um gume); punhal, baioneta, espada (possuem dois
gumes); lima de serralheiro (três gumes).
O professor Hygino de C. Hercules cita como instrumentos perfuro-cortantes a serra e o serrote,
mesmo que ao aumentar a velocidade de ação a lesão seja mais parecida com uma lesão cortante.
• Um gume – forma lesões de forma de botoeira, com um dos ângulos bem mais agudo que o
outro:
o Se o instrumento estiver inclinado, forma dois ângulos agudos;
o Se o instrumento estiver reto, forma um ângulo agudo.
o Entalhe: a presença do entalhe, que consiste no ato de girar o instrumento no interior do
corpo, segundo o professor Hygino de C. Hercules, indica animus necandi.
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souza -- CPF:
• Dois gumes – forma de fenda e ângulos bastante agudos e semelhantes.Na porção central, o
afastamento das bordas é máximo, atenuando-se gradualmente em direção aos ângulos;
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
• Três gumes – forma estrelada com tantas pontas quantas forem as arestas do instrumento. Suas
bordas são curvas e convexas em direção ao centro da ferida.
4.1.5. Pérfuro-contundente
souza -- CPF:
consistente e afiado, que atuam por pressão, e causam lesões em forma de túnel.
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Encravamento
• Empalamento – se houver penetração na região do períneo por instrumento que possui forma
longa e de haste, será chamado de empalamento.
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Empalamento
Precipitação e defenestração – é comum ocorrer encravamento/empalamento em quedas de
lugares com certa altura.
As quedas de lugares altos (ações contundentes passivas) são chamadas deprecipitação; no entanto,
se a queda se der através uma janela, será chama de defenestração.
LESÃO EM SACO DE NOZ – esse tipo de lesão ocorre na queda de grande altura, em que o corpo cai
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de cabeça e o couro cabeludo se mantém integro ou quase integro com múltiplas fraturas calvárias e
laceração da massa encefálica.
Quedas acidentais, homicídio e suicídio:
• Nas quedas acidentais, o corpo tende a ficar próximo do ponto de lançamento;
• Nos homicídios, a distância tende a ser maior, pois há alguém empurrando;
• Nos suicídios, o corpo tende a ficar ainda mais longe do ponto do lançamentoem razão do
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impulso.
4.1.6. Corto-contundente
souza -- CPF:
São instrumentos que, dotados de grande massa, transferem a sua energia por meio de um gume,
causando lesões corto-contusas. Exs.: machados, enxadas, foices, facões, alfanjes e, inclusive, rodas de trem
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Esses instrumentos agem principalmente por pressão (parte que contunde) e, ainda, por
deslizamento (em virtude de possuírem gume).
O professor Hygino de C. Hercules cita como instrumento corto-contundente a goiva (instrumento
de marcenaria).
São lesões muito profundas e graves, geralmente causando mutilações (fruto de ações
traumáticas).
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FREDERICO ALVES MELO TRAUMATOLOGIA FORENSE • 6
Na imagem anterior, note que houve uma mutilação: a retratitibilidade da pele é uma característica
que indica que a lesão foi feita em vida. Na imagem a seguir, temos uma lesão produzida por instrumento
corto-contundente.
Há dúvidas sobre a classificação da CHAVE DE FENDA, Sobre isso, o professor Hygino de C. Hercules
diz que não há um enquadramento de classificação e que o melhor a ser feito pelo perito é que se classifique
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a ação e não o instrumento. A chave de fenda não é perfurante em razão da ausência de ponta e também
não seria pérfuro-contundente.
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LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
Trata-se de uma forma de agente pérfuro-contundente, mas que, diferentemente dos já apontados,
não possui haste.
O PAF (projétil de arma de fogo) consiste em um pedaço de chumbo que pode ter forma
arredondada, afilada e bem fina. Esse chumbo pode ser duro ou mole o que pode interferir no fato de alguns
PAFs transfixarem e outros só penetrarem.
Veja alguns exemplos de PAF:
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As armas de fogo são equipamentos capazes de disparar um PAF, por meio da força expansiva dos
gases liberados pela queima de pólvora.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, as armas de fogo podem ser classificadas quanto a alguns
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1. QUANTO AO PORTE
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• Móveis: podem ser deslocadas de acordo com a conveniência. São montadas emcarros de
combate, ou dispositivos com rodas;
• Semiportáteis: as que podem ser montadas e desmontadas do suporte com facilidade, para
uso, mas que não podem ser carregadas por um só homem;
• Portáteis: são as que atraem a atenção da medicina legal, podendo ser longas (fuzil, espingarda)
ou curtas (pistolas, revólveres).
2. QUANTO À FINALIDADE
• Próprias: armas que são feitas para ataque ou defesa, como a arma de fogo;
• Impróprias: instrumentos que não são feitos para ataque ou defesa, mas podem ser utilizados
para tal finalidade.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
No que se refere à finalidade das raias, a raiação do cano serve para imprimir rotação ao projétil,
tornando seu deslocamento através das camadas do ar mais regular e estável.
Sobre as raias e a rotação do PAF, o raiamento irá dar movimento de rotação (causa as estrias), e
serão chamadas de raias:
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• Dextrógiras: quando o projétil rodar da esquerda para a direita em torno do seu eixo
longitudinal (sentido horário);
• Sinistrógiras: quando o projétil rodar em sentido contrário, da direita para esquerda (sentido
anti-horário).
souza -- CPF:
O número de raias varia de um fabricante para outro, mas é de, no mínimo, cinco. Pode ser tanto
par quanto ímpar. Algumas armas possuem raias mais estreitas e em maior número (microrraiação).
A distância necessária para um giro de 360° do projétil é chamada de passo.
A velocidade angular do movimento de rotação do projétil depende do passo e da carga
propelente.
4. QUANTO À VELOCIDADE
Baixa velocidade:
Velocidade inferior a velocidade do som:
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
Média velocidade:
Intervalo entre a baixa e a alta velocidade; (Entre uma vez e duas vezes a velocidade do som)
Alta velocidade:
Acima de duas vezes a velocidade do som, ou seja:
5. QUANTO AO FUNCIONAMENTO
• Tiro único – as armas têm que ser alimentadas (municiadas) e carregadas para cada disparo,
pois só comportam um cartucho para cada cano; existem aquelas com dois ou três canos.
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ATENÇÃO!
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Nesse caso, se puderem disparar todos os projéteis sem necessidade de aliviar o dedo dogatilho,
serão chamadas de armas automáticas.
Se precisarem de um movimento completo do gatilho para cada disparo, serão consideradas
semiautomáticas.
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6. QUANTO AO CALIBRE
• Calibre real – é verificado pelo diâmetro da boca das armas de fogo raiadas, quandomedido entre
dois cheios opostos, no caso de raiamento par. Se o raiamento for de número ímpar, deve ser
utilizado um equipamento especial.
o Segundo a doutrina médico-legal, a estabilidade do projétil é alcançada quando este atinge
a distância de seis mil vezes o seu calibre.
• Calibre nominal – quando ele é referido de acordo com o número dado pelo fabricante. Mais de
um calibre nominal pode corresponder a um mesmo calibre real,seja da arma, seja do projétil.
o O calibre nominal é um referencial necessário, pois cartuchos de calibre nominal diferente
destinam-se a armas diferentes em função de suas diferentes qualidades balísticas, embora
os projéteis possam ter o mesmo diâmetro.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
ATENÇÃO!
A designação de calibre nominal das espingardas segue referencial diferente, medido pelocartucho,
e não pela boca da arma.
O número de calibre da espingarda é igual ao número de esferas de chumbo com o mesmo
diâmetro da câmara da arma que são necessárias para formar a massa de uma libra peso (1 libra= 453g).
Os calibres encontrados no comércio são, do maior para o menor: 36; 32; 28; 24; 20; 16; e 12. A
espingarda calibre 12, quando tem o cano amputado em cerca de 1/3 do seu comprimento para transporte
clandestino, é vulgarmente chamada de escopeta. Nesse caso, quão for maior o calibre, menor é o diâmetro
dos balins.
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7. QUANTO À LEGISLAÇÃO
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• Sinarm como órgão controlador do registro e cadastro de armas e de emissão de portes, de modo
a ter o controle do número de armas em poder da sociedade civil e de seu fluxo (esse controle
não abrange as armas das Forças Armadas e Auxiliares, pois continua competente o Comando
do Exército para a fiscalização dos chamados produtos controlados);
• que a competência para a fiscalização de todas as operações que envolvam a produção, a
comercialização e o emprego de armas de fogo é o do Comando do Exército.
8. MUNIÇÃO
• Projétil;
• Estojo;
• Carga propelente;
• Espoleta.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
aerodinâmicos, formados por um núcleo de chumbo revestido por uma capa de liga metálica dura
(blindagem). Esses projéteis são feitos para transfixar. Esse tipo de projétil, ao transfixar, vai embora com
uma grande quantidade de energia que ele não transferiu para o corpo.
souza -- CPF:
Nas armas de uso civil, nota-se que os revólveres costumam usar projéteis de chumbo nu. A ponta
desses projéteis pode ser do tipo ogival, truncada (cilindro-tronco-cônico) ou plana (canto vivo).
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Quanto mais plana a extremidade do projétil, menos ele penetra e mais transfere energia cinética
Marceli
para o alvo. Chama-se de poder de parada (stopping power) a capacidade que tem um projétil de
incapacitar um oponente ao atingi-lo. Assim, os projéteis que transferem sua energia cinética rapidamente
têm maior poder de parada do que os que penetram mais rápido e chegam a transfixar o alvo.
Existem modificações introduzidas pelos fabricantes de cartucho que podem ser utilizadas para
aumentar a capacidade do projétil de transferir a sua energia ao tocar o alvo. Isso é conseguido construindo
projéteis que se deformem e que se expandam ao entrarem em contato com os tecidos do corpo humano,
ampliando o diâmetro da área de contato. Outro modo é fazê-lo se fragmentar.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
Também são destinados a penetrar, sendo revestidos por uma capa de cobre e, além disso, têm um
orifício na ponta (chumbo mole, ponta oca, sem revestimento metálico).
Quando esse projétil atinge o alvo, ele se abre como se fosse um cogumelo, perdendo a capacidade
de transfixar, ancorando-se dentro do alvo. A sua vantagem é que toda a energia que ele traz é transferida
para o corpo, com probabilidade de causar lesões maiores.
Para aumentar a deformidade dos projéteis, os fabricantes os fazem com a ponta formada por liga
de chumbo mais mole, truncada (soft nose) ou não (soft point), ou com a ponta escavada (hollow point).
Os projéteis deformáveis costumam ser parcialmente blindados, tendo a parte apical nua. Sua
blindagem, com frequência, é serrilhada longitudinalmente na metade próxima da ponta para que se abra
como aletas no momento do impacto, de modo a ampliar muito a transferência de energia e a destruição
dos tecidos. Alguns são totalmente blindados, mas revelam fendas na ponta ou nas laterais da blindagem
com o mesmo intuito.
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Os projéteis de espingardas são chamados de balins ou bagos. Seu formato é esférico e o seu
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diâmetro não tem muita relação com o calibre da arma. Uma espingarda de calibri 12 pode usar cartuchos
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cavados de modo helicoidal na face externa e corpo escavado pela base. São chamados de balote ou bala
ideal. Disparados em ser humano, penetram menos que os projéteis comuns de revólver, mas levam energia
muito maior, com grande poder de parada (stopping power).
8.1.4. Estojo
109
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
A energia que vai empurrar o PAF para frente é proveniente dos gases da queima de um propelente
(qualquer substância que quando for queimada produz gás). A tendência do gás é se expandir em todas as
direções e sentidos. Se esse gás queimar dentro de um recipiente, o gás não tem para onde se expandir,
só pode se expandir numa direção, que está arrolhadapor um projétil. Esse projétil impulsionado por esse
gás vai ser arremessado à distância em direção ao alvo.
É preciso esclarecer o significado dos termos combustão, deflagração e denotação:
• Combustão – é uma reação química exotérmica em que há queima da substância demodo lento,
ao ar livre, na qual o calor despendido pode dissipar-se e os gases produzidos não exercem
pressão sobre o combustível;
• Deflagração – consiste em uma combustão rápida, de modo que haja aquecimento progressivo
do combustível e aumento da pressão ambiente pelo desprendimento dos gases. É o que ocorre
com as pólvoras balísticas;
• Denotação – resulta de um processo extremamente rápido que se propaga quase que
instantaneamente a toda a massa de combustível como uma onda de choque explosiva. É o caso
das espoletas e da dinamite.
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8.1.6. Espoleta
projétil.
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Qualquer que seja o tipo de pólvora de um cartucho, sua queima tem que ser iniciada a partir de um
dispositivo com material que se inflame e transmita sua chama à pólvora.
Primer, ou mistura iniciadora, é a substância que inicia a combustão, para posterior deflagração do
projétil.
É uma espécie de tampão de cartão, cortiça ou serragem prensada, que separa a carga de pólvora
dos balins, nos cartuchos para espingardas. Nos mais modernos, a bucha é de plástico, em forma de copo, e
tem também a função de manter os balins juntos durante pequena porção inicial do trajeto.
A resistência do ar, contudo, faz com que ela se abra e fique a meio caminho do alvo nos tiros de
meia distância. Nos tiros de curta distância, a bucha também atinge o alvo, podendo ser encontrada no
interior da ferida. Quanto mais denso o material de que seja feita, maior a distância que ela alcança. Sendo
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É o conjunto de feridas produzidas pela entrada de projéteis múltiplos disparados pela espingarda.
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Em regra, quando maior a distância entre as entradas das feridas, maior foi a distância do disparo. O
professor Hygino de C. Hercules diz que o diâmetro, em centímetros, da rosa de tiro é 2 a 3 vezes menor que
a distância do desparo em metros. Ex.: a distância de 2 cm das feridas significa que o disparo foi realizado de
4 a 6 metros de distância.
10. BALÍSTICA
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É a parte da mecânica que estuda o movimento dos projéteis e as forças envolvidas na sua
impulsão, trajetória e feitos finais.
O impulso dado a um PAF depende da potência da carga, que determina a velocidade com que sai
da boca da arma. Por sua vez, a velocidade é o elemento mais importante na fórmula da energia cinética.
Iniciada a deflagração, os gases forçam o estojo em todos os sentidos. Por trás, ele é projetado
sobre a culatra; lateralmente, não explode por causa da resistência da câmara de combustão, restando
para seu escape à base do projétil. Pequena parcela de gases passa na junção entre o tambor e o orifício
posterior do cano no caso dos revólveres.
O projétil é forçado a girar em torno do seu eixo longitudinal pelos cheios da raiação, ao ser
empurrado ao longo do cano da arma, já que seu diâmetro externo é ligeiramente superior ao calibre real
da arma. Assim, os cheios fazem um sulco oblíquo no corpo do projétil.
São os movimentos que ocorrem com o projétil:
• Rotação;
• Translação;
• Báscula;
• Nutação;
111
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
• Precessão.
10.1.1. Rotação
Um dos movimentos do projétil é o de rotação sobre seu próprio eixo, que é fundamental para sua
estabilidade ao longo do trajeto em direção ao alvo.
Não fosse a rotação, a resistência do ar faria desviar esse eixo com relação à trajetória, de modo que,
a meio caminho entre a boca da arma e o alvo, o projétil ficaria de lado ou mesmo com a base aponta para
frente, o que reduziria o seu alcance.
10.1.2. Translação
O movimento de translação, que é o movimento da boca da arma até o alvo, ou seja, é a trajetória,
é aquele em que o projétil sofre a influência da força da gravidade. Por isso, quandoo atirador faz pontaria
com a arma, a direção do cano aponta para um ponto um pouco acima do local onde se situa o alvo. Essa
compensação é calculada pelo fabricante quando constrói o aparelho de pontaria da arma. Existem
revólveres em que a alça de mira é ajustável conformea distância do disparo.
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10.1.3. Báscula
Em razão de ter forma cilíndrico-ogival e de ter o peso da base diferente em relação à ponta, o
projétil evidencia o movimento de báscula, que é a oscilação (entre ponta e base) que se integra aos outros
dois já citados.
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10.1.4. Nutação
Há os movimentos de nutação, que são os pequenos círculos que a ponta do projétil realiza.
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10.1.5. Precessão
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
A análise da distância alcançada pelo projétil depende de alguns fatores, tais como:
• Massa do projétil;
• Comprimento do cano da arma;
• Quantidade e tipo de propelente.
Tem que juntar essas características para saber o que se busca com aquele disparo. Por isso, há arma
de canos curtos e armas de cano longo; propelente do tipo A e do tipo B; propelente que faz muito gás e que
faz pouco; etc.
Se o material do cone de dispersão atingir o alvo, indica que o disparo foi à curta distância/queima-
roupa. Logo, como regra (há exceção), se não houver fragmentos do cone de dispersão no alvo, esse tiro
foi à distância (o professor Hygino de C. Hercules chama de “longa distância”).
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Nota: veja que o cone de dispersão é formado pelos gases superaquecidos, micropartículas etc.
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SINAL DE TELÃO DE RAFFO – ocorre quando material do cone de dispersão sujar as vestes davítima.
10.3. Residuograma
É o estudo dos resíduos provenientes do tiro. Esses resíduos podem ser provenientes do propelente
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que está dentro do estojo, do material que está dentro da espoleta, do próprio projétil de arma de fogo e do
cano da arma. Tudo isso vai impregnar a vítima ou o atirador.
Quando não se encontra os resíduos do cone de dispersão no alvo, isso pode indicar que o tiro foi
a longa distância, pois apenas o projétil produziu efeitos no alvo.
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CUIDADO!
O tiro pode ser de curta distância e não deixar resíduos do cone de dispersão, se houver a
presença de um anteparo (ex.: travesseiro).
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• Primários – são resultantes da ação direta do projétil, ou seja, são característicos do ponto de
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impacto deste com o alvo. Independem da distância do tiro. Ex.: orla de enxugo.
• Secundários – resultam dos tiros encostados ou a curta distância, pois são efeitos que são
oriundos do cone de dispersão. Ex.: vapor superaquecido, língua de fogo, pólvora (in) combusta,
micropartículas de metais do cano da arma etc. Dependem da distância do tiro (ex.: Zona de
tatuagem).
Também chamado de sinal de Chavigny ou orla de Canuto e Tovo, é a primeira das orlas e, nela,
ocorre a limpeza dos resíduos e impurezas do PAF no local de contato com o corpo. Indica a certeza de ser
um tiro de entrada, e assim auxilia a indicar a direção do projétil.
114
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ATENÇÃO!
É possível se ter um orifício de entrada sem a orla de enxugo em razão de:
a) Existir um anteparo (como um travesseiro); ou
b) PAF que transfixem o corpo mais de uma vez, em que a segunda entrada não terá a referida orla
de enxugo.
Em razão disso, a ausência do sinal de Chavigny não garante que seja um orifício de saída.
Diz ainda que é possível a lesão de entrada sem orla de escoriação, nas regiões palmares/plantares,
em função de a camada córnea nessas regiões ser mais espessa/rígida, podendo a lesão ter uma forma
estrelada e sem orla de escoriação.
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Anel de Fish
O anel de fish é formado pelo somatório da orla de enxugo ou alimpadura eorla de escoriação.
É uma característica de uma lesão de entrada de PAF.
Indica a incidência do disparo.
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ATENÇÃO!
Nas escoriações excêntricas, onde houver maior escoriação, é indicativo da incidência do PAF.
c) Orla de equimose
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Trata-se da mancha arroxeada formada pelo rompimento dos vasos, devido à ação contundente do
projétil, que leva a extravasamento do sangue e sua posterior infiltração nas bordas da lesão.
• Zona de tatuagem;
• Zona de chamuscamento ou orla de queimadura;
souza -- CPF:
a) Zona de tatuagem
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ATENÇÃO!
• Nos disparos oblíquos, as zonas de esfumaçamento e de tatuagem serão maiores no lado oposto
do disparo.
• De acordo com o professor Genival França, o disparo que ocorreu em até 10 centímetros de
distância é considerado tiro à queima-roupa.
• A ausência das zonas de chamuscamento, tisnado ou tatuagem, não indicam certeza de que o
tiro foi à longa distância, vez que é possível que seja feito a curta distância, com a presença de
um anteparo.
Veja a imagem:
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É possível mais projéteis no interior do corpo que orifícios de entrada em duas hipóteses:
Nos tiros efetuados encostados na pele, todos os componentes do projétil irão interagir com a pele.
Assim, os efeitos que serão causados dependerão da existência ou não de plano ósseo embaixo da pele.
Veja algumas características que estão presentes com os tiros efetuados encostados na pele.
117
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• Sinal de boca de mina de Hoffman – normalmente, se o tiro for disparado encostado na pele,
com plano ósseo abaixo, os gases não terão para onde seexpandir, de maneira que a pele ficará
evertida em razão da ruptura (estrelada) e com os resíduos nela impregnados.
o Possui a zona de tatuagem (tema não pacífico).
o O sinal de boca de mina de Hoffman é na pele.
o Não confunda com o sinal de Benassi, que é o sinal que fica no plano ósseo.
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plano ósseo.
o Não confundir com o sinal de boca de mina de Hoffman, pois neste o sinal é na pele.
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direção do projétil.
o O PAF causa, na entrada, um buraco menor na base do tronco de Bonnet e sai maior na
segunda tábua óssea.
o Assim, temos:
▪ Tronco de Bonnet com base maior para dentro do crânio indica lesão de entrada;
▪ Tronco de Bonnet com base maior para fora do crânio indica lesão de saída.
o É chamado de CORTADA EM BISEL.
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• SINAL DO RASGÃO CRUCIAL DE NERIO ROJAS – indica aspecto cruciforme nas roupas nos tiros à
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curta distância.
• SINAL DE ESCARAPELA – são dois anéis concêntricos de esfumaçamentointercalados por um
halo claro nos locais onde ocorreu tiro a queima-roupa.
ATENÇÃO
O diâmetro do buraco de entrada na pele é menor que o diâmetro do projétil, vez que a pele éelástica
e volta para o lugar (salvo na boca de mina de Hoffman).
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• TRAJETO – trata-se do percurso interno do projétil no alvo, ou seja, o percurso do projétil dentro
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do corpo da vítima.
• TRAJETÓRIA – trata-se do percurso externo ao alvo do projétil, ou seja, o percurso do projétil
fora docorpo da vítima.
souza -- CPF:
Ferida em sedenho
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Trata-se da ferida causada pelo PAF, que possui entrada e trajeto, mas não possui saída, ou seja, o
projétil fica dentro da cavidade corporal.
Durante o trajeto ou trajetória, o projétil sofre a força de arrasto, que é a dificuldade de progressão
no geral, e a força gravitacional, que é a atuação da gravidade. Ambas forçaspodem alterar a estabilidade
do PAF.
121
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
O fator de forma é um número que expressa o quão pontiagudo é um projétil. Seu valoré menor
nos projéteis com ponta afilada, tornando-se maior nos de ponta truncada e máximo nos de ponta plana,
tipo canto vivo. Assim, temos que, quanto maior o coeficiente balístico, maior a chance de transfixar; e,
quanto maior o calibre, menor a chance de transfixar, pois possui um maior poder de parada.
Sendo constantes os outros parâmetros, ao dobrarmos o calibre de um projétil, estaremos reduzindo
seu poder de penetração à quarta parte do que possuía antes (2²=4). Por outro lado, quanto maior a massa
do projétil, maior a sua inércia e maior a sua capacidade de atravessar o alvo.
a) Tiro penetrante
• É aquele que o PAF entra, mas não sai, uma vez que buscam que toda sua energia cinética seja
transferida para o alvo;
• SÃO normalmente os PAFs que possuem pontas rombas (deformáveis), sendo conhecido como
“bala dum dum”, hollow point etc.
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b) Tiro transfixante
• É aquele feito para entrar e sair, ou seja, nesse caso, não haverá total energia transferida, vez que
o PAF segue sua trajetória com energia cinética. Sua ponta deve ser fina.
Um projétil tem estabilidade na trajetória quando o seu centro de massa e o seu centro de pressão
estão alinhados horizontanalmente com a trajetória.
• Centro de pressão – é o ponto ideal de aplicação das forças de arrasto (ponto imaginário onde
souza -- CPF:
• Maior estabilidade do projétil – quanto maior a distância entre o centro de massa e o centro de
pressão, mais estável é o projétil.
Nos PAF, o centro de pressão é em direção à base do PAF, e o centro de massa fica na ponta do
projétil, como na flecha abaixo:
De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, nos tiros de fuzis, o centro de massa é anterior
(base do PAF) ao centro de pressão (próxima a ponta) e, por esse motivo, possui maior facilidade de perda
de estabilidade frente ao atrito.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
11. RESIDUOGRAFIA
• Pólvora negra – indica que o cheiro persiste por 12 horas e, em mais de 5 dias, causa ferrugem
no cano da arma;
souza -- CPF:
A presença dos resíduos na mão pode indicar um autor ou uma vítima que tentou se defender.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
As ondas de pressão são diferentes, pois resultam do deslocamento dos tecidos percutidos pelo
projétil. O deslizamento de partículas do meio ao longo do projétil tende a ser paralelo à sua direção, mas,
quando elas esbarram em uma curva da sua superfície, afastam-se de modo centrífugo.
souza -- CPF:
Isso leva à formação de uma zona de vazio e de baixa pressão atrás do projétil, embora o
deslocamento dos tecidos se deva a ondas de pressão positivas. Assim, a cavidade permanente,
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representada pelos tecidos lacerados e esmagados pelo contato direto com o projétil, é ampliada
Marceli
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
Dependem ainda:
• Da onda de pressão;
• Da estabilidade do PAF;
• Do tamanho do trajeto.
A ponta do projétil reflete no tamanho da cavidade temporária, de modo que, quanto menor a ponta
deste, menor será a cavidade. Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a cavidade temporária pode chegar
a medir de 13 a 30 vezes o diâmetro do projétil.
Normalmente, a cavidade temporária é menor no início e no fim, mas, caso a amplitude máxima da
souza -- CPF:
cavidade coincida com o limite do corpo, poderá ser muito maior que a de entrada.
O início da lesão formadora da cavidade é chamado de colo.
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Como regra, as lesões de saída possuem forma irregular e bordas evertidas, com maior
sangramento que no orifício de entrada. Não apresentam as orlas e zonas já estudadas.
souza -- CPF:
Lembre-se de que um único projétil, com um orifício de entrada, pode causar mais deuma lesão
de saída, desde que este se desfragmente.
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Sinal de Rommanesi: trata-se da ferida que se observa no orifício de saída de PAF, quando o plano
Marceli
cutâneo se acha contatado externamente com um anteparo duro. Ex.: encostado na parede, carteira no bolso
etc.
É considerado projétil de alta energia aquele que possui a velocidade inicial acima de 600 metros por
segundo.
Comparados aos PAFs de baixa energia, os de alta energia possuem uma maior cavitação (e assim,
maiores cavidades são formadas) e ainda, em condições iguais, maior capacidade de causar lesões de saída
mais exuberantes.
O professor Hygino de C. Hercules diz que as lesões de entrada sem anteparo são circulares
(ovalares) de acordo com o ângulo de penetração, com bordas talhadas a pique.Como regra, as lesões
de entrada sem anteparo são menores que o diâmetro do projétil, no entanto, é possível que seja maior em
razão de alta velocidade do projétil.
Se houver anteparo (osso), a ferida de entrada tende a ser muito mais exuberante, a ponto de causar
dúvida sobre qual seria a lesão de entrada e a de saída.
Normalmente, a cavidade temporária é menor no início e no fim, mas, caso a amplitude máxima da
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
cavidade coincida com o limite do corpo, poderá ser muito maior que a de entrada.
Em mesmas condições, os órgãos de maior densidade tendem a ter lesões mais exuberantes que
órgãos de menor densidade, pois apresentam uma maior resistência.
O fígado, por exemplo, é mais rígido que o pulmão e, nas mesmas condições, tende a apresentar
lesões mais exuberantes.
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LESÕES E MORTES PROVOCADAS POR EXPLOSIVOS • 8
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Esse capítulo trata do conjunto de manifestações violentas causadas pela expansão dos gases de uma
grande explosão, que causa onda de choque e de pressão, levando ao deslocamento bruto de ar em todas
as direções.
Segundo o professor Wilson Palermo, há uma reação exotérmica acompanhada de intenso
deslocamento de ar em todas as direções. Esse deslocamento do ar pode se dar de forma:
1. BLAST
O blast é a onda de choque causada por uma explosão de qualquer artefato explosivo. A intensidade
dessa onda irá variar de acordo com a potência da carga explosiva. Enquanto isso, a velocidade irá variar de
acordo com o ambiente em que ocorre.
O blast pode ser:
Em relação à proximidade do alvo ao centro da explosão, o blast pode ser primário, secundário ou
terciário:
• Primário – quando o alvo está no centro da explosão. Ele poderá ser carbonizado, espostejado,
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de choque projeta a pessoa contra o chão, ou contra algum anteparo, podendo causar lesões
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contundentes.
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• BLAST AUDITIVO – é comum que ocorra a rotura do tímpano, causando a surdez passageira.
• BLAST NOS ÓRGÃOS – é possível que ocorram efeitos do blast nos órgãos, como no pulmão,
podendo inclusive não existir lesões externas.
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AGENTES TÉRMICOS
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AGENTES TÉRMICOS • 9
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
1. CONCEITOS INICIAIS
Trata-se de energia vulnerante física não mecânica, uma vez que não depende demovimento. O calor
é a fonte de transmissão de energia.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, calor é a variação na quantidade de energia térmica
transferida de um sistema para outro.
O calor pode ser:
• Quente;
• Frio.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, energia térmica é medida em calorias, em que uma
caloria é a quantidade necessária de calor para elevar em 1 grau centígrado a temperatura de 1 grama de
água sob pressão constante.
b) Sensores térmicos
souza -- CPF:
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, são estruturas nervosas capazes de detectara alteração
da temperatura, sendo encontrados:
Marceli souza
As lesões frutos de ação térmica podem ser oriundas da ação difusa do calor, ou da açãodireta.
131
FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
• Termonoses;
• Queimaduras.
2.1. Termonoses
Trata-se da ação difusa do calor, ou seja, a fonte do calor não toca a vítima (quadro sistêmico),
diferentemente da queimadura, em que deve haver contato, sendo uma ação local.
A ação difusa do calor pode ocorrer das seguintes formas:
ATENÇÃO!
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, uma vez envolvido o hipotálamo (que abriga o centro
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termorregulador do corpo), será insolação (forma mais grave); caso não seja afetado o hipotálamo (sendo
apenas distúrbio cardiovascular), trata-se de intermação (independe da fonte térmica).
Afirma-se que se a intermação for grave, incidirá numa insolação, pois fatalmente o hipotálamo será
atingido. Assim, para o professor, toda morte por ação difusa do calor acabaráem insolação.
ATENÇÃO!
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Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a forma mais eficiente de se combater os efeitos gerados
pelo modo difuso é a prevenção, mas, caso já tenha ocorrido, devem ser utilizados métodos de resfriamento
externo e de evaporação formada.
souza -- CPF:
a) Hipotálamo
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Produz e secreta hormônios, sendo ligado à hipófise (que coloca em circulação os hormônios
produzidos pelo hipotálamo).
De acordo com a temperatura, são emitidas as seguintes ordens pelo hipotálamo:
b) Síncopes térmicas
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
• Câimbra térmica: quando há sudorese abundante, tem-se a perda de líquido e sais minerais
(sódio, potássio), e essa perda afeta diretamente o perfeito funcionamento dos músculos.
o A mera reposição de água não repõe os sais, de maneira que não evita as câimbras
musculares (espasmos musculares intensos).
• Síncope térmica: trata-se do apagamento brusco (desmaio) da pessoa, em virtude da progressão
da hipertermia, causando sudorese intensa, com a perda de líquido e sais minerais, perda de
consciência, náuseas, vômitos etc.
o Ocorre porque o cérebro dá o comando de desligamento para que cesse determinado tipo
de atividade.
• Exaustão pelo calor: trata-se de intensa prostração, vertigens, vômitos e síncopes que
comprometem principalmente pessoas idosas e crianças, não adaptadas às ondas periódicas de
calor.
• Mialária: trata-se da infiltração do suor retido nos tecidos vizinhos, sendo mais comum em
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crianças.
• Edema: ocorre em indivíduo que fica por muito tempo numa posição, em um clima com o qual
não está acostumado.
2.2. Queimaduras
Nas queimaduras, a fonte térmica toca o corpo, ou seja, há ação local e, diante da intensidade da
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transmissão de calor, poderemos ter diversos graus. Difere-se das termonoses, em que o calor não tem
contato com o corpo, sendo uma ação difusa.
A doutrina classifica a queimadura em graus, levando em consideração a profundidade e não a
extensão, existindo duas formas de classificação:
souza -- CPF:
• Lussena-Hoffman;
Marceli souza
• Krisek.
Marceli
a) Classificação de Lussena-Hoffman
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ATENÇÃO!
Reação de Chambert Positiva (+)
A reação de Chambert busca a verificação de proteínas no líquido presente no interior da bolha, de
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maneira que a presença dessa proteína (resultado positivo) caracteriza que a lesão foi feita em vida,
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em regra, pois a carbonização pode agir como isolante térmico e elétrico; não raro, os órgãos
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
FACIOSTOMIA
Quando há a carbonização, a pele sofre uma retração em virtude da ação do calor, e essa retração pode
comprimir determinadas partes, vasos e artérias do corpo; assim, o profissional pratica uma secção local para
aliviar a referida tensão.
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A carbonização existente na classificação de lussena não está presente na classificação dekrisek,
pois essa classificação é utilizada para fins de transplantes.
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As mortes ocorridas em razão de fogo normalmente ocorrem por asfixia. Portanto, há inspiração de
fuligem, que fica agarrada na mucosa da árvore respiratória. É indicativo de que o indivíduo estava vivo na
hora do incêndio.
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•
souza -- CPF:
• Nos indivíduos completamente carbonizados, é possível buscar o DNA nos órgãos internos,
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• Até 400° celsius – apresenta cor pardacenta e escurecida pela cor do sangue.
• Acima de 400° celsius – apresenta cor esbranquiçada e os ossos ficam quebradiços.
• Pérola óssea – quando o osso é submetido a calor intenso, começa a queimar e formam-se
souza -- CPF:
bolhas de osso, indicando que o osso foi queimando a uma grande temperatura. São bolhas de
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cálcio.
Marceli
4. FOTODERMATOFITOSES
Trata-se de uma reação química exotérmica, causada pela luz solar, que leva a queimaduras
no corpo devido à exposição.
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
Quando uma pessoa entra no hospital queimada, devem ser analisadas as áreas atingidas (extensão),
de acordo com a regra dos nove, em que se estabelece o percentual de queimadura e, alinhado ao grau
deste, estabelece-se o tratamento a ser aplicado.
Essa regra também é conhecida como regra de Pulaski e Tennison, que foram os inventores da
técnica; no entanto, foi Wallace que a publicizou, por isso, leva seu nome.
Veja o percentual de cada parte do corpo:
Nas crianças, a porcentagem é superior que a do adulto; assim, alguns doutrinadores dizem ser regra
dos 11.
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souza -- CPF:
No incêndio, pode haver combustão de muitos compostos que geram resíduos altamente tóxicos
para o corpo, tais como:
Muitas vezes, o que mata não é o fogo, mas a ação desses gases tóxicos, que levam a asfixia.
a. Carboxihemoglobina - derivado do monóxido de carbono, deixa uma tonalidade carminada
(cereja) nas vísceras.
b. Inibição de enzimas mitocrondriais – citocromooxidase - causada pelo cianeto.
c. Lesões de inalação - se o indivíduo sobrevive, mas inala a fumaça tóxica, pode ter complicações
respiratórias, podendo causar infecções graves em razão da formação de ácidos cáusticos na
mucosa respiratória. Esses ácidos levam a uma reação exotérmica que gera queimaduras nas vias
aéreas. Podem causar pneumonia e até mesmo levar à morte.
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Só ocorrem diante de calor quente. Se o estresse for em virtude do calor frio, é chamado de úlcera
de Wischnewski.
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• Não carboniza.
• Não cresta os pelos.
• Mais geral que local.
• Mais acidental que criminosa.
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souza -- CPF:
As lesões podem ocorrer de forma difusa ou direta. Quando se fala em calor frio em sua forma difusa,
fala-se em hipotermia, pois há o impedimento de produção de calor.
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, fala-se em hipotermia quando a temperatura corporal
se encontra abaixo de 35 °C. O professor ainda diz que, na temperatura compreendida entre 28 e 32 °C, o
coração pode sofrer fibrilação ventricular.
Para o doutrinador, a medição da temperatura deve ser feita, preferencialmente, nesta ordem: 1)
esôfago; e 2) ânus.
• Leve: 35 a 32 °C.
• Moderada: 32 a 28 °C.
• Grave: abaixo de 28 °C.
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
Pode ser:
• Acidental;
• Provocada, induzida ou terapêutica: ocorrem normalmente em procedimentos médicos;
• Decorrente de doença: como o hipotireoidismo.
do frio;
• Nas grandes alturas (montanhas), há hipotermia e hipóxia; Nas grandes alturas, a porcentagem
dos gases se mantém a mesma, apesar de as quantidades serem inferiores:
souza -- CPF:
o Oxigênio 21%;
o Nitrogênio 78%;
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• Semelhante à úlcera de curling – se o estresse for em virtude do calor frio, é chamada de úlcera
de Wischnewski, ou seja, leva à infiltração hemorrágica na mucosa gástrica.
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES TÉRMICOS • 9
11.5. Geladuras
É a forma de lesão provocada pelo frio na forma direta, que pode ocorrer por gelo secoou objetos
em baixas temperaturas.
• 1º grau: eritema.
• 2º grau: flictena.
• 3º grau: necrose ou gangrena.
o Não cresta os pelos.
ATENÇÃO!
O professor Hygino de C. Hercules considera que a queimadura causada pelo frio pode ter 4 graus:
sangue;
• 3º grau – seria a presença de flictenas mais endurecidas, com conteúdosanguinolento;
• 4º grau – quando se chega à necrose.
• Superficiais: 1º e 2º graus;
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• Profundas: 3º e 4º graus.
souza -- CPF:
Marceli souza
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Marceli
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AGENTES ELÉTRICOS
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AGENTES ELÉTRICOS • 10
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
1. ENERGIA ELÉTRICA
É uma energia vulnerante não mecânica, em que uma determinada forma de energia (água, ar,
calor etc.) será transformada em elétrica.
O átomo é formado por nêutrons, prótons (carga positiva) e elétrons (carga negativa). Quando há
desequilíbrio nas cargas elétricas, tem-se o íon, que pode ser positivo, quando possui mais prótons que
elétrons (cátion), ou negativo, quando possui mais elétrons que prótons (ânions).
Geradores de energia, por meio do atrito entre superfícies, conseguem separar os elétrons negativos
das partículas positivas (prótons) e, assim, através de um fio condutor, essas cargas negativas fazem com
que haja vibração e escoamento dos elétrons, gerando a corrente elétrica.
• Existem materiais que são condutores (que facilitam a passagem da corrente elétrica, pois os
elétrons escoam com facilidade – Ex.: tecido do corpo) e materiais que são isolantes (dificultam a
passagem da corrente elétrica, ou seja, os elétrons não escoam com facilidade).
• A corrente elétrica só se dá em circuitos fechados, em outras palavras, ela só entra se tiver por
onde sair. Para sair, os elétrons devem escoar para a terra (todos os corpos são atraídos para o
centro da Terra). Assim, se ela não tiver como sair (Ex.: pés isolados), ela não chega a entrar.
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• A corrente sempre tende a passar pelo meio mais fácil; assim, onde há resistência (medida em
OHM), a corrente elétrica vai buscar o local que tenha a menor possível.
• Em condições iguais, a corrente elétrica tende a passar pelo caminho mais curto.
• Toda corrente elétrica, ao passar, gera um campo magnético no local. Assim, os metais
eventualmente atingidos por esse campo magnético ficam imantados (imã), e passam a gerar um
campo magnético. No entanto, se esses metais resultam em fusão com o corpo (metais
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• Natural:
o Dá-se por meio de raios;
Marceli
o As lesões causadas no corpo humano, quando oriundas de energia elétrica natural, são
chamadas de eletrofulguração;
• Industrial:
o As lesões causadas no corpo humano, quando oriundas de energia elétrica industrial,
são chamadas de eletroplessão.
2. FULGURAÇÃO
Fulguração se dá quando a fonte de energia elétrica for natural, cósmica ou meteórica (raios). A
literatura médico-legal diz que, diante de carga de energia elétricanatural, se a vítima:
ATENÇÃO!
Segundo o professor Hygino de C. Hercules, será fulguração, independentemente de levar aóbito
ou não.
144
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
Quando a energia elétrica de ordem natural penetra no corpo, produz um sinal (sinal de
Lichitemberg), que possui forma de galho, arborifome, rabo de andorinha ou samambaia, verificado na pele
(reproduz o trauma vascular subjacente – vasculite), mas a lesão se dá nos vasos sanguíneos. Esse sinal é
temporário e fugaz.
A gravidade costuma ser maior que o recebimento da corrente elétrica artificial
Por vezes, a morte por corrente elétrica pode ocorrer alguns dias depois do recebimento da descarga,
pois pode ter atingido algum vaso importante, e o indivíduo pode vir a sofrer uma hemorragia nos dias
seguintes.
Trata-se do recebimento pelo corpo de uma corrente elétrica total vinda do raio, em que a
passagem dessa corrente pelo corpo não atinge os planos profundos.
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3. ELETROPLESSÃO
Trata-se do sinal de entrada da corrente elétrica artificial na pele. Sendo uma lesão de entrada dura,
seca, elevada, indolor e de profundidade variável. Pode ainda, ser patognomônica, pois pode reproduzir a
145
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
Ocorre diante de uma descarga elétrica que não levou à morte. O agente que recebeu a descarga
acaba por sofrer uma lesão oriunda de uma ação contundente, como, por exemplo, uma queda que leva a
um traumatismo cranioencefálico e, por seguinte, ao óbito.
Esse fenômeno é tão forte que consegue romper a isolação feita pelo ar, conduzindo elétrons de um
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
3.4. Voltagem
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Nesse caso, há uma bifurcação da corrente elétrica, de modo que só se receberá parte dessa
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corrente.
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FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
Órgãos com maior perigo de lesão (que a passagem da corrente elétrica pode levar a óbito
imediato):
o Cerebelo;
o Ponte ;
o Bulbo.
• Tronco cerebral ou encefálico:
o Onde se encontra o nervo vago, que é responsável pela função respiratória.
• Coração.
• Musculatura respiratória.
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Na cadeira elétrica, é feito com que a corrente entre pela cabeça e saia pela perna esquerda. Isso
porque a intenção é que se atinjam os órgãos principais, encéfalo e coração, levando o indivíduo à morte.
A causa da morte vai variar de acordo com o grau da amperagem (não da voltagem), que pode ser
alta, média ou baixa.
• Alta amperagem – é considerada alta amperagem quando a voltagem for acima de 1200 volts.
• Média amperagem – é considerada média amperagem quando a voltagem for entre a baixa
amperagem e até 1200 volts.
148
FREDERICO ALVES MELO AGENTES ELÉTRICOS • 10
• Baixa amperagem – considera-se baixa amperagem quando a voltagem for até 220 volts.
As duas primeiras levam à morte pelas mesmas causas, a depender do órgão atingido. Veja:
o Coração – neste caso, se a morte ocorrer, será por parada cardíaca periférica (assistolia);
o Tronco encefálico – pode causar parada cardiorrespiratória central, por atingir o bulbo
(nervo vago):
o Também causa hipertermia;
o Tronco/gradil costal – há a paralização (tetanização) dos músculos por minutos, levando à
parada respiratória periférica, com espasmos que levam à asfixia.
Já a baixa amperagem só leva à morte se passar pelo coração ou pelo tronco encefálico.
• CORAÇÃO – nesse caso, se a morte ocorrer, será pela fibrilação ventricular(alteração do ritmo de
batimentos cardíacos, levando o batimento a 50 a 60 vezes por segundo – quase imperceptível,
alterando o organismo, não conseguindo bombear o sangue). Leva ao estado de choque
cardiogênico, ou seja, a pressão atinge níveis mínimos, pois o coração não consegue bombear,
não havendo pulsação arterial periférica ou central.
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• TRONCO ENCEFÁLICO – pode causar parada cardiorrespiratória central (bulbo –nervo vago).
Desfribilador é o aparelho que faz com que o coração reinicie e possa retomar os batimentos
normais.
A corrente elétrica altera o diâmetro dos poros da membrana das células; assim, permite que
substâncias importantes que não deveriam sair saiam, e que substâncias que não deviam entrar entrem,
causando desiquilíbrio entre sódio (que deve ficar fora da célula) e potássio (que deve ficar dentro da célula),
o que pode acarretar a morte das células.
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Quando a célula é excitada com a entrada da corrente elétrica, ela sofre uma despolarização, e,
nesse momento, não responde à excitação. O período da despolarização até o restabelecimento da
normalidade é chamado de período refratário da célula.
É uma equimose puntiforme que pode se dar no encéfalo, pescoço ou tórax, em virtude da
passagem de corrente elétrica. Está associado com a marca de Jellinek e permite o diagnóstico de certeza
de morte por efeito da eletricidade artificial.
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FREDERICO ALVES MELO
AGENTES CÁUSTICOS
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AGENTES CÁUSTICOS • 11
FREDERICO ALVES MELO AGENTES CÁUSTICOS • 11
Cáustico é aquilo que queima, sendo um composto químico corrosivo que é capaz de destruir ou
irreversivelmente danificar substâncias ou superfícies com as quais esteja em contato, incluindo os tecidos
vivos.
O agente cáustico pode ser dividido em:
• PH de 0 a 7 é um ácido;
• PH de 7 a 14 é uma base;
• O valor 7 é o neutro, que corresponde à água.
Os agentes cáusticos, ao entrarem em contato com a pele, queimam, em razão das reações
exotérmicas que ocorrem imediatamente. Quando em baixa concentração, uma substância corrosiva é
geralmente irritante, causando danos reversíveis à pele e aos tecidos.
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1. AGENTES ÁCIDOS
São ávidos por água e causam rápida desidratação local e inativação das enzimas, em razão da
modificação intensa do PH. Causam lesões secas, duras e de contorno preciso.
Os principais ácidos são:
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plano muscular;
• É um agente corrosivo;
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• Pode dar origem ao crime de vitriolagem (no caso de dolo), que se encaixaria na
Marceli
Chuva ácida é derivada da reação de óxidos eliminados por fábricas com o vapor d’água das nuvens
Os agentes básicos causam escaras esbranquiçadas e úmidas (liquefazem). As lesões são úmidas,
moles e de contorno impreciso.
São exemplos de agentes básicos:
151
FREDERICO ALVES MELO AGENTES CÁUSTICOS • 11
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12 ASFIXIOLOGIA FORENSE
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ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Com a presença de oxigênio ou aeróbica – nese caso, libera-se muito ATP (38 moléculas), em
virtude da quebra da molécula de carbono formadora da glicose; 6 moléculas de CO2 e H2O
produzem energia, que é armazenada na mitocôndria (veja que há a presença de H2O, o que
impede o processo de acidose);
• Sem a presença de oxigênio ou anaeróbica – ocorre em situações emergenciais, que não podem
ser prolongadas, pois gera produtos tóxicos. Nessa situação, há oxidação parcial da glicose e
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libera-se pouco ATP (4 moléculas) e hidrogênio (12 moléculas), o que leva ao processo de
acidose.
Detalhando
Nos casos em que a queima de glicose ocorre sem a presença de oxigênio (anaeróbica), essa queima
(C6H12O6) gera pouco ATP e ácido lático, pois restam hidrogênios. Diante da falta de oxigênio, deixa de se
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formar água, deixando o corpo em processo de acidose (PH fica abaixo de 7); no cenário de ambiente ácido,
a célula tende à morte.
ANOTE!
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A captação do oxigênio é essencial para que o PH permaneça neutro (=7), pois, com aformação de
água, impede que o PH fique ácido (<7).
Marceli souza
Marceli
Note que, ao quebrar a ligação entre os carbonos, é formada a energia; essa energia éarmazenada
na molécula de ATP, dentro da mitocôndria, que fica no citoplasma da célula.
154
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
Com a quebra, restam 12 moléculas de hidrogênio positivo (+), que são ácidas e logo formam ácido
lático (processo de acidose que leva à morte da célula). Por isso a importânciada manutenção de captação
de oxigênio.
a) PH do sangue
b) Hematose
É o processo de troca (processo de difusão) de gases nos alvéolos pulmonares, em que o sangue
venoso, concentrado em CO2, troca esse CO2 por O2 (há uma troca em razão da diferença de concentração),
e o CO2 é expirado.
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Na imagem acima, a hemácia (eritrócito), na cor azul, está com CO2 e, ao deixar o CO2 e receber o O2,
passa a ser vermelha e é levada para o corpo.
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c) Asfixia
Marceli
155
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
o as veias pulmonares são vasos sanguíneos que carregam sangue rico em oxigênio dos
pulmões até o átrio esquerdo do coração. Elas são as únicas veias da circulação do corpo
humano que carregam sangue oxigenado (vermelho).
Os átrios recebem, através das veias, o sangue da grande e da pequena circulação, que não se
misturam, pois cada aurícula é separada da outra. A cada batimento cardíaco, os átrios contraem-se primeiro,
impulsionando o sangue para os ventrículos, o que corresponde à sístole atrial.
O coração humano possui dois átrios:
• Esquerdo;
• Direito.
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(sístole ventricular);
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• Direito – sua função é bombear o sangue para a circulação pulmonar, através da artéria pulmonar
(sístole ventricular).
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
1.1. Asfixia
Como já explicado, asfixia é impedir, de algum modo, que a célula utilize oxigênio. Assim, sem o
oxigênio, a queima da glicose fica muito reduzida, e a produção de ATP tende a zero, levando as células à
morte em função do processo de acidose.
A asfixia deve ser:
Primária:
• Quanto ao tempo;
• A causa primária da morte é a asfixia.
Violenta:
• Quanto ao modo;
• É a causa jurídica da morte (suicídio, acidente ou crime).
Mecânica:
• Quanto ao meio.
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2. CONTROLE DE RESPIRAÇÃO
• Dorsal:
o É o responsável pelo mecanismo da inspiração, sendo excitado pela presençaem excesso
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de CO2;
o É localizado no bulbo.
• Pneumático:
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São petéquias que aparecem no pulmão, no coração e no crânio, que, a depender dos vestígios,
permitem pensar que houve asfixia. Permitem apenas pensar, pois podem aparecer em qualquer tipo de
morte, inclusive nas mortes naturais.
157
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
Com a presença dos três sinais acima, tem-se a chamada tríade asfíxica. No entanto, atríade
asfíxica não é um sinal de certeza de asfixia (patognomônico).
4.2. Cianose
Quando existe mais de 5% de hemoglobina reduzida na circulação, diz-se que há cianose(ciano = azul).
O sangue fica com tom azulado.
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São manifestadas pela hipoxia e hipercapnia, podendo ocorrer nas seguintes situações:
158
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
Ocorre a interrupção da entrada de ar em razão de uma força externa atuante, levando à interrupção
primária da circulação cerebral, hipoxia, hipercapnia e inibição por compressão dos elementos nervosos
do pescoço.
6. MODALIDADES DE ASFIXIA
o Sufocação indireta.
• Constrição no pescoço:
o Esganadura;
o Enforcamento;
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o Estrangulamento.
• Modificar o ambiente respirável:
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o Afogamento;
Marceli
o Soterramento;
o Confinamento.
• Outras formas de asfixia:
o Via cianeto;
o Via curare;
o Via monóxido de carbono;
o Via eletroplessão.
• Sufocação direta;
• Sufocação indireta.
159
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
A sufocação direta pode deixar estigmas ungueais. Além disso, o saco amniótico pode romper e
obstruir os orifícios naturais do feto.
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souza -- CPF:
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Os orifícios e as vias aéreas estão livres; no entanto, a vítima é asfixiada por alteração em outro lugar,
como a compressão toráxica e a paralisia da musculatura respiratória, o que pode ser verificado nas seguintes
hipóteses.
• Crucificação – conhecida como a asfixia posicional, é a forma de asfixia mecânica produzida pela
posição em que o indivíduo se encontra no momento.
o A posição leva à incapacidade de ventilação pulmonar, em razão da falência muscular
respiratória (exaustão da musculatura). Conforme mostra a imagem a seguir, com o apoio
para os pés, o peso é dividido em três pontos, fazendo com que o indivíduo demore mais a
morrer.
160
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Eletroplessão de média amperagem – a passagem da corrente elétrica pelo corpo (tronco) leva
ao espasmo muscular generalizado e impede os movimentos respiratórios (relaxamento e
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
ATENÇÃO!
Envenenamento por carbamato ou chumbinho e inseticidas organofosforatos bloqueiam a enzima
acetilcolinesterase, causando espasmo muscular.
A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos aos diversos órgãos do corpo,
que fazem os músculos contraírem. A acetilcolinesterase faz com que o músculo apósa contração, relaxe.
Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos, o que leva a
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espasmos musculares generalizados, podendo levar à morte por sufocação indireta (asfixia).
• Enforcamento;
• Estrangulamento;
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• Esganadura.
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
No pescoço, temos a artéria carótida, responsável por levar o sangue oxigenado para a cabeça, e a
veia jugular, que é responsável por levar o sangue rico em gás carbônico de volta para o coração.
6.2.1. Enforcamento
No enforcamento, há um laço no pescoço e a força que aperta o laço é o peso do corpo. A morte
pode ocorrer por:
• Homicídio;
• Acidente;
• Suicídio.
a) Sulco de enforcamento
O laço em volta do pescoço causa uma pressão desigual em todos os pontos (descontínuo,
incompleto e com profundidades distintas), tendo posição oblíqua e acima do osso hioide e da laringe.
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b) Classificação do enforcamento
Teremos as seguintes.
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Enforcamento branco – ocorre em enforcamentos típicos, em que a cabeça vai parao lado oposto
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6.2.2. Estrangulamento
No estrangulamento, há um laço, e a força que aperta o esse laço é diferente do pesodo corpo. Nessa
modalidade, a morte pode se dar por:
• Homicídio;
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Acidente;
• Suicídio.
Sulco de Estrangulamento
O laço em volta do pescoço causa uma pressão igual em todos os pontos (contínuo, completo e com
mesma profundidade), tendo posição horizontal e abaixo do osso hioide e da laringe.
6.2.3. Esganadura
Como regra, a literatura médico-legal afirma que a esganadura pode se dar pelo emprego das mãos,
do antebraço ou das pernas, diretamente no pescoço.
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Segundo o professor Hygino de C. Hercules, a esganadura só se dá por meio da ação das mãos
diretamente no pescoço.
ATENÇÃO!
A morte sempre será por homicídio.
• Estigmas ungueais (feitos com a unha) – são as marcas das unhas/dedos (forma de meia-lua)
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• Estigmas digitais (na ausência de unha) – são equimoses causadas pela constriçãocom ausência
de unha (com a polpa digital).
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Via cianeto;
• Via curare;
• Via monóxido de carbono;
• Via eletroplessão.
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Faz com que a enzima citocromooxidase (que atua no interior das mitocôndrias) fique impedida de
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retirar os hidrogênios e de reagir com o oxigênio (que está na célula, mas não reage), podendo levar à morte
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O monóxido de carbono possui maior afinidade (cerca de 250 vezes mais que o oxigênio) com a
hemoglobina (formando a carboxihemoglobina). Devido a isso, fixa-se com maior facilidade, sendo
muito mais estável que a oxihemoglobona. Portanto, impede que haja fixação do oxigênio, e pode levar à
morte por asfixia.
166
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
6.3.4. Eletroplessão
Alta e média amperagem podem causar asfixia e passar pelo tronco/gradil costal, levando à
paralização (tetanização) dos músculos e à parada respiratória periférica, com espasmos que levam à asfixia.
• Sinal de Bonnet – sulco no pescoço que indica o tipo de laço que apertou o pescoço e a rotura
das cordas vocais.
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• Sinal de Azevedo Neves – livores puntiformes por cima e por baixo das bordas do sulco.
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7.1. Asfixiofilia
Trata-se da asfixia autoerótica, em que uma pessoa busca, por meio da asfixia, uma ereção. Ao
apertar o pescoço, aumentaria a sensação de prazer.
Essa asfixia provoca uma vasodilatação generalizada (que levaria a uma melhor ereção) epode levar
ao desmaio, uma vez que pode atingir o nervo vago, causando uma parada respiratória, podendo, ainda,
levar à morte por asfixia.
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
Trata-se da sufocação ocorrida em decorrência do bolo alimentar, que causa lesões na epiglote e nas
cordas vocais.
A morte, em razão do sangue, poderá ocorrer por anemia aguda (perda) ou ingestão de sangue
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(aspiração).
Marceli
A morte por asfixia leva a uma rigidez cadavérica mais rápida, em razão da acelerada redução de
oxigênio e ATP.
• Afogamento.
• Soterramento.
• Confinamento.
7.5.1. Afogamento
168
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Manchas de Paltauf – são manchas decorrentes das roturas (rompimentos) nos alvéolos em
função da presença de líquidos.
o Essas equimoses são vistas no pulmão através da transparência da pleura.
o Trata-se de um sinal patognomônico de afogamento.
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• Alteração das densidades do sangue no átrios – o sangue possui cerca de 55% de parte liquida e
45% de parte sólida. A água do sangue possui menos sal (é menos densa) que a água salgada e
mais sal que a água doce (mais densa). Ao se afogar, a água ingressa no alvéolo e causa alteração
na densidade do sangue.
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negativo). Assim, na água salgada, o átrio esquerdo terá o ponto de congelamento abaixo de zero.
Marceli
169
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
Um dos sinais de certeza de morte é o aparecimento da mancha verde abdominal na fossa ilíaca
direita do cadáver.
Quando se trata de afogados, essa mancha verde tende a aparecer nos terços médios superiores do
corpo.
O sangue possui cerca de 55% de parte liquida e 45% de parte sólida. A água do sangue possui menos
sal (é menos densa) que a água salgada e mais sal que a água doce (é mais densa). Ao se afogar, a água que
ingressa no alvéolo causará alteração na densidade do sangue, pois tudo tende ao equilíbrio.
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Quando a água doce chega aos alvéolos, a tendência é que esta água passe para o sangue (pois este
tem mais sal em relação à água), que se torna mais diluído, de maneira que chega no átrio esquerdo menos
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denso que no átrio direito (todo sangue que vem do pulmão vai para o átrio esquerdo).
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HEMÓLISE
O sangue fica diluído com água, os poros arrebentam e liberam potássio (K+), e o excesso depotássio pode
afetar o coração, levando à fibrilação ventricular.
Quando a água salgada chega aos alvéolos, a tendência é que a água do sangue passe para os alvéolos
(pois tem mais sal em relação ao sangue); assim, o sangue torna-se menos diluído, de maneira que chega
no átrio esquerdo mais denso que o átrio direito (todo sangue que vem do pulmão vai para o átrio
esquerdo).
• Ponto crioscópico (de congelamento) se afasta de zero graus: 4 graus negativos em média.
PROVA DE PLAZAC
Forma pela qual se verifica as densidades do sangue e, assim, se observa se oafogamento foi em água doce
ou salgada.
170
FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
h) Fases do afogamento
• Luta – o indivíduo tenta não se afogar, buscando algum apoio para não se afundar e acaba
engolindo água.
• Apnéia voluntária – ao afundar, o indivíduo prende a respiração.
• Aspiração involuntária – em determinado momento, e em razão do excesso deCO2, há excitação
bulbar que leva à aspiração involuntária.
• Reflexo de tosse com mais aspiração e vômito.
• Perda da consciência ou desfalecimento.
• Morte real.
O professor Hygino de C. Hercules abdica de citar as fases por falta de uniformidade na doutrina e
em razão de o afogamento humano não se equivaler aos afogamentos experimentais feito em animais.
i) Lesões de arrastamento
O corpo que se encontra no mar tende a sofrer lesões em função do arraste e do contato com certas
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superfícies.
De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, conforme o princípio de Arquimedes, devido à
estrutura do corpo, os gases intestinais deixam o abdômen menos denso, e assim os locais que tendem a
sofrer lesões de arrastamento são testa, mãos, joelhos e parte superior dos pés.
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Princípio de Arquimedes
Imagem retirada da Curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco.
7.5.2. Soterramento
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
7.5.3. Confinamento
É modalidade de asfixia pura, em que se troca o ar respirável por outro ar não usado na respiração,
podendo ocorrer em locais em que não há renovação de ar.
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FREDERICO ALVES MELO ASFIXIOLOGIA FORENSE • 12
• Teoria física-química – o corpo humano normalmente é mais quente que o ambiente e, sem a
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renovação do ar, a temperatura ambiental tende a aumentar, pois o corpo perde calor para o
ambiente por meio do suor.
o Ocorre que o suor evapora e aumenta a umidade do ar ambiental. Com a umidade do ar,
ocorre o retardamento da evaporação do suor, e a temperatura corporal aumenta.
o Leva à morte por HIPERTERMIA (aumento da temperatura interna), com a HIPOXIA e
HIPERCAPNIA (pois não se tem a renovação do ar ambiental).
• Teoria química – sem a renovação do ar ambiental, os níveis de gás carbônico aumentam. Com
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isso, o centro respiratório bulbar, estimulado pelo CO2, aumenta o ritmo respiratório, e por
consequência o consumo de O2 aumenta, causando a morte pelo quadro de HIPERCAPNIA e
HIPOXIA.
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Marceli souza
Marceli
173
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LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE • 13
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE • 13
Esse capítulo trata dos efeitos resultantes de partículas radioativas (Ex.: Material usado em usinas
nucleares).
A radiação mata e, para entender a radiação, é preciso entender o átomo.
O átomo possui um núcleo; esse núcleo contém nêutrons e prótons (carga positiva), e é
circundados por elétrons (carga negativa).
Quando um raio cósmico atinge o núcleo de um átomo que está no espaço, pode fazer com que um
nêutron ou próton seja eliminado. Esse raio cósmico, ao bater nesse átomo, pode emprestar toda a sua
energia para ele, que fica altamente energizado. A energia cumulada dentro do átomo vai aos poucos sendo
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1. IRRADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO
IRRADIAÇÃO – segundo o professor Roberto Blanco, sempre que alguém ficar exposto a alguma
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substância química capaz de emitir partículas radioativas alfa ou beta, bem como ondas eletromagnéticas
com determinados comprimentos de onda,como os raios X e principalmente os raios gama, essa pessoa
estará irradiada. Quando a pessoa se afasta do foco de radiação, a radiação deixa de criar novos efeitos
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substancia radioativa (por ingestão, toque etc.), considerando que a substância radioativa está fixada em seu
corpo, percebem-se dois problemas:
• A pessoa está em permanente contato com o agente radioativo, sofrendo asconsequências
do progressivo tempo de exposição à radiação.
• Qualquer outra pessoa que se aproximar para tratamento ou cuidados da pessoa contaminada
também ficará exposta ao agente radioativo.
• É a mais fraca das radiações, sendo incapaz de ultrapassar uma folha de papel.
• Se o indivíduo estiver exposto a um produto radioativo que está eliminando partículas alfa, mas
estiver protegido por uma roupa, essa partícula alfa não atravessará a roupa. Ela não tem poder
de penetração.
175
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE • 13
• Ela gera danos quando se consome algo contaminado pela partícula alfa, visto que ela entrará no
corpo.
2.4. Raio-X
• Passa pelo papel, pele, alumínio, mas não passa pelo chumbo.
ANOTE!
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Quanto menor o comprimento da onda radioativa, mais penetrante ela é. Quanto maior o
comprimento da onda radioativa, menos penetrante ela é.
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3. UNIDADES DE RADIAÇÃO
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE • 13
• Não causa lesão de 4º grau – segundo o professor Roberto Blanco, embora a maioria dos autores
não considerem esse grau de lesão nas radiodermites (melhor orientação em prova objetiva),
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não resta dúvida que as lesões mais intensas e profundas equivalem às típicas lesões de
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carbonização, muito comuns nos demais tipo de queimaduras por agentes térmicos.
Outros efeitos
• Alterações hematológicas.
• Infecções generalizadas.
• Choque séptico.
• Estando a energia longe, apesar de não queimar, afetam a medula óssea e paramos de
produzir os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, gerando anemia intensa, baixa imunidade
e dificuldade em coagulação.
• Afetando órgãos sexuais, passam o defeito genético provocado aos descendentes.
Segundo o professor Roberto Blanco, essas úlceras quando derivadas de doença profissional ou de
177
FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE • 13
A radiação pode afetar a pele e os órgãos internos, produzindo síndromes digestivas, genitais,
cancerígenas, graves alterações sanguíneas (na medula óssea vermelha), podendo causar até a morte.
4.4. Septicemia
A radiação causa a perda dos glóbulos vermelhos e dos glóbulos brancos. Por causa dessa perda, não
se tem mais defesa no organismo, e se desenvolve infecções e inflamações por todo o organismo. É,
geralmente, a causa de morte gerada pela radiação.
grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de
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setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica
abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás.
O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se
de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou
seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo
do Brasil e o maior do mundo ocorrido foradas usinas nucleares.
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O professor Blanco realizou este procedimento com roupas adequadas que apenas o protegiam dos
raios alfa e beta, logo, sua proteção contra os raios gama seria a duração de contato de acordo com os
Sieverts medidos na irradiação do cadáver.
As queimaduras provocadas pela radiodermite da irradiação são classificadas em graus,sendo de
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
O estudo das lesões e mortes causadas por baropatias está ligado ao aumento ou à diminuição da
pressão atmosférica.
Trata-se de uma energia física não mecânica de origem barométrica.
O ser humano está adaptado para viver em uma mistura gasosa, a atmosfera, que exerce sobre o seu
corpo uma pressão de 760 mm Hg (milímetros de mercúrio) ao nível do mar.
Apesar de seus aparelhos respiratório e circulatório estarem preparados para dar o máximo
rendimento nessas condições, guardam certa reserva funcional, que permite ao indivíduo suportar pressões
um pouco maiores ou menores, sem prejuízos ao organismo. Ultrapassado o limite da tolerância, surgem
distúrbios, a princípio reversíveis. Aumentando a variação barométrica ainda mais, aparecem então
alterações funcionais e estruturais em diversos tecidos. Podemos chamar o conjunto dessas alterações de
baropatia, ou seja, doenças causadas pela pressão atmosférica (BARO = pressão atmosférica e PATIA = mal,
doença).
Ao nível do mar, o indivíduo sofre pressão do ar de 1 atmosfera (ATM).
Ao aumentar de altura (subir montanhas) essa pressão diminui;
Já ao mergulhar, a massa liquida da água atua sobre o mergulhador (pressão hidrostática) e a cada
10 metros de profundidade, a pressão aumenta em 1 ATM. Por causa disso, é comum verificar baropatias
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entre mergulhadores.
Assim, a 10 metros de profundidade, o corpo do mergulhador está submetido a 2 atmosferas de
pressão (uma do ar e outra dos 10 m de água); A uma profundidade de 20 metros, está sob 3 atmosferas, e
assim por diante.
Na subida, o mergulhador, para evitar a doença da descompressão, deve reduzir a pressão em 1/10
de ATM a cada 10 minutos.
Porcentagem de gases no ar em qualquer altura
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• Oxigênio – 21%
• nitrogênio ou azoto – 78%
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• outros gases – 1%
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mantém.
1. LEIS BAROMÉTRICAS
Várias são as leis que determinam o comportamento dos gases nos diversos fenômenosfísicos;
veja:
Segundo a lei de Boyle-Mariote, sob temperatura constante, o volume ocupado por uma massa de
gás é inversamente proporcional à pressão suportada.
Assim, quando dobramos a pressão sobre uma massa gasosa, seu volume reduz-se à metade, desde
que se mantenha a temperatura.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
Segundo a lei de Dalton, a pressão exercida por uma mistura gasosa é igual à soma das pressões
parciais de cada componente da mistura.
A pressão parcial corresponde à pressão que exerceria qualquer dos componentes,se estivesse
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disperso sozinho por todo o espaço ocupado pela mistura. Além do mais, “a concentração de um gás
dissolvido em uma massa líquida é diretamente proporcional a pressão exercida pela fase gasosa da
mistura líquido-gás”.
A lei de Henry diz que, se aumentar a pressão parcial de um dos gases do ar inspirado, sua
quantidade dissolvida em uma massa líquida (como o sangue) aumentará na mesma proporção; e que
variações para menos também serão acompanhadas com a mesma intensidade.
Também chamada de lei do refrigerante.
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Por isso que, se os mergulhadores não voltarem lentamente, os gases se expandem rapidamente
(similar à abertura de uma lata de refrigerante), podendo causar o apagamento brusco do mergulhador.
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• Forma aguda;
• forma crônica.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
CURIOSIDADE!
É conhecido como mal dos aviadores, pois antigamente os aviadores voavam em cabines
despressurizadas, e podiam sofrer os mesmos efeitos do mal das montanhas.
A doença de monge é a forma crônica do mal das montanhas que ocorre em pessoas que vivem em
grandes altitudes, normalmente acima de 3 mil metros de altura, onde se tem o ar rarefeito (estão
ambientadas a baixa pressão).
Em função do corpo humano buscar se adaptar ao ambiente, podem surgir características que
configuram a doença de monge:
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vai levar ao espessamento do sangue, visto que há um aumento da parte sólida do sangue e
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
Como há o aumento dos elementos figurados, por meio de glóbulos vermelhos, há diminuição da
parte líquida.
Dedos em baqueta de tambor – alteração morfológica que ocorre nas extremidades dos dedos, que
ficam alargados.
Aumento do teor de mioglobina nos tecidos – mioglobina é proteína que ajuda molecularmente o
deslocamento do oxigênio para o interior das células.
Trata-se do amento da pressão sofrida pelo corpo, pois, a cada dez metros de profundidade, há o
aumento de uma atmosfera.
O mergulho pode ser feito:
O perigo se dá na subida em função da LEI DE BOYLE- MARIOTE, pois a pressão vai diminuir e o
volume do pulmão aumenta (pressão e volume tem reação inversa). Assim, o oxigênio não renovado (e sem
pressão) não consegue passar para o sangue, levando à hipoxia aguda e ao apagamento. Com o desmaio,
o indivíduo pode ingerir água, podendo ocorrer a morte por afogamento.
• BAROTRAUMA DE OUVIDO – ocorre nas descidas, devido ao aumento da pressão, e pode levar
ao rompimento do tímpano.
• MANOBRA DE VASSALVA – forma de igualar a pressão interna com a pressão externa por meio
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do sopro com nariz e boca fechados, que faz com que o tímpano seja empurrado para fora.
o Se o indivíduo estiver gripado, a manobra de Vassalva não é eficaz, devido ao fato de a
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Na proporção em que a pressão externa aumenta, o aparelho injeta ar com uma pressão para dentro;
assim, as pressões de fora para dentro e de dentro para fora se igualam.
O perigo encontra-se na volta, pois, ao subir rapidamente, haverá expansão dos gases (deve subir de
forma lenta e gradual para melhor descompressão) que, ao cair na circulação sanguínea, podem causar
obstruções, podendo assim surgir:
• EMBOLIA TRAUMÁTICA CAUSADA PELO AR – é a forma aguda da doença, que leva à rotura das
paredes alveolares durante a subida, diante de uma descompressão dos gases, causando uma
hemorragia intrapulmonar (também levará ao aparecimento das manchas de Paltauf nos
pulmões).
• DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO – é a forma crônica da doença, devido ao ar comprimido seguir
no corpo. Foi feita uma descompressão inadequada, o que leva ao acúmulo de gases que, no
dia a dia, são descomprimidos nas articulações, causando dores, sendo chamados de “BEND”.
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FREDERICO ALVES MELO LESÕES E MORTES POR ENERGIA BAROMÉTRICA • 14
TRILIX
O ar inserido na scuba é composto por três gases (nitrôgênio, oxigênio e outro gás, que normalmente é o gás
hélio – heliox), pois, se mantiver a quantidade normal de nitrogênio (78%), pode causar efeitos similares aos
da embriaguez.
NITROX
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15 MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE
MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
1. IDIOSSINCRASIA
Trata-se do efeito inesperado gerado em razão de alguma substância que foi ingeridapela pessoa
(bebida, medicamento etc.).
2. IMPUTABILIDADE
2.1. Imputável
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Agente que, ao tempo da conduta, possui plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato e
de se determinar de acordo com esse entendimento.
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2.2. Semi-Imputável
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É aquele que possui alguma alteração ou falha em seu entendimento ou em sua autodeterminação.
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2.3. Inimputável
É o agente que, ao tempo da conduta, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 27. Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial.
Nesse caso, é indispensável que se comprove o nexo de causalidade entre o aspecto biológico
(doença), e a alteração do psiquismo que permitiu a realização da conduta delituosa.
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
186
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou DE determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Perturbação de saúde mental – note que há ausência do termo “doente mental” no parágrafo
único, mas ele encontra-se inserido dentro do gênero perturbado mental.
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o Manias.
Existem casos em que o agente busca tentar enganar outros em relação a sua situação, seja para
tentar receber reconhecimento de inimputabilidade que não tem direito, ou seja para ocultar sua deficiência.
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4.1. Simulação
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Segundo Bonnet, sempre que alguém tenta imitar, agravar ou criar intencionalmente sintomas
de uma doença para buscar eventual reconhecimento de inimputabilidade.
4.2. Dissimulação
4.3. Metassimulação
O agente possuidor da doença exagera nos sintomas para parecer que o quadro é mais grave.
4.4. Parassimulação
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
4.5.1. Psicopatas
4.5.2. Epilépticos
• Não são doentes mentais e sim portadores de alteração neurológica que gera reflexos musculares.
• Possuem distúrbios no sistema nervoso central e costumam ter crises convulsivas.
• Possuem comportamento agressivo e desproporcional.
• O crime epilético é marcado por multiplicidade de golpes, sem motivação, sem premeditação,
amnésia anterior e sem preocupação em esconder os elementos do crime.
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• Criminoso epiléptico – o agente é um criminoso que possui epilepsia, sendo portanto, imputável.
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• Epiléptico criminoso – o agente não é criminoso, mas em razão das alterações psicomotoras,
acaba por cometer um delito. Neste caso, deve ser comprovado o nexo entre a epilepsia e a
conduta ilícita, podendo ser reconhecida sua semi-imputabilidade.
Os surdos e mudos que não conseguem exprimir sua vontade podem se enquadrar nesta categoria.
4.7. Retardado
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• Idiotas:
o Q.I. de 0 a 25% de uma pessoa normal (idade mental até 3 anos).
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FENILCETONÚRIA
Há deficiência na metabolização da fenilalanina, o que pode provocar retardo mental. Échamada de
oligofrenia difenilpirúvica.
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
Trata-se de uma anomalia causada pela presença de três cromossomos 21 (trissomia 21).
As células destas pessoas possuem 47 cromossomos, e não 46.
O desenvolvimento mental do portador de Síndrome de Down deve ser analisado isoladamente,
pois os níveis podem variar desde a idiotia até os limites da normalidade.
5. EMBRIAGUEZ
5.1. Inimputabilidade
Art. 28
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5.2. Semi-imputabilidade
souza -- CPF:
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Art. 61 São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime: [...]
L - em estado de embriaguez preordenada.
• ALFA – o ambiente social é apenas uma desculpa para ingestão do álcool. Em qualquer situação,
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• Fase do macaco:
o há excitação ou desinibição inicial;
o o álcool é uma substancia depressora, atuando no sistema nervoso central,deprime a
censura e causa a desinibição inicial.
• Fase do leão:
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
Se a pessoa está sob o efeito de álcool, há alterações no cerebelo que afetam a coordenação motora
e o equilíbrio (parte neurológica); assim os exames clínico, neurológico e psíquico são feitos por meio do:
• Sinal de Romberg – o periciado fica em pé, com pés juntos, membros superioresjuntos ao corpo,
e olhar em direção ao horizonte.
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É a capacidade/facilidade de a pessoa ficar embriagada, que deve ser analisada pordiversos fatores,
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tais como peso, frequência com que ingere álcool, estado de saúde etc.
Vale lembrar que, no Estado do RJ, há o enunciado 09 do 1º CDPCERJ, que diz:
A embriaguez ao volante, em que pese a sua classificação como crime de perigo abstrato,
exige prova de efetiva alteração da capacidade psicomotora para sua configuração, não
sendo suficiente, portanto, a aferição através de etilômetro, embora dispensável o exame
pericial.
Se a pessoa possuir doença cerebelar (labirintite), pode dar a impressão de estar bêbado, pois esta
causa perda do equilíbrio.
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
• Alucinose alcoólica – são psicoses que ocorrem diante do quadro de abstinência após anos de
consumo. Chamadas de delirium tremens.
• Flash-back – o agente apresenta repetição de sintoma, mesmo sem o uso dasubstância.
• São decorrentes do alcoolismo a polineurite (comprometimento dos neurônios) e asíndrome de
Wernicke (focos hemorrágicos nos nervos cranianos).
O álcool vai para o estômago, depois para o intestino, depois para o sangue, até chegarao cérebro.
Se o estômago está vazio, o álcool chega mais rápido ao cérebro. Se está com alimentos
(principalmente gordurosos), o álcool demora mais a passar para o intestino e, logo, demora mais para chegar
ao cérebro.
Assim, o caminho do álcool até ser eliminado é: ingestão, absorção, metabolização e eliminação.
Na pessoa viva, em cerca de 8 a 10 horas, há toda a metabolização do álcool, nãorestando vestígios
de álcool no corpo.
Se a pessoa bebeu e morreu, a metabolização cai quase a zero; assim, mantém altos níveis de
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álcool no corpo.
Os melhores locais para se verificar a presença de álcool no sangue do cadáver são:
o Devem ser examinados todos os órgãos para analisar o percurso da droga no corpo.
• Meninges Do Cérebro:São membranas protetivas do cérebro em relação ao osso. São três as
meninges:
• Pia-máter:
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Hematoma extradural
Quando o cérebro fica comprimido, a pessoa pode apresentar sintomas de quem ingeriu bebida,
podendo ter um diagnóstico falso de embriaguez.
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6. LEI DE DROGAS
Art. 45. É ISENTO DE PENA o agente que, em razão da DEPENDÊNCIA, ou SOB O EFEITO,
proveniente de CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, de DROGA, era, AO TEMPO DA AÇÃO
ou DA OMISSÃO, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, INTEIRAMENTE
INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO ou DE DETERMINAR-SE DE ACORDO
COM ESSE ENTENDIMENTO.
souza -- CPF:
• Isento de pena
Marceli souza
• dependência; ou
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Se o agente for DEPENDENTE, independe de ser proveniente de caso fortuito ou força maior,
restando apenas a análise de estar inteiramente incapaz ou não.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este
apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste
artigo, PODERÁ DETERMINAR O JUIZ, NA SENTENÇA, O SEU ENCAMINHAMENTO PARA
TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.
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FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
6.2. Semi-Imputável
Art. 46. As penas PODEM SER REDUZIDAS DE UM TERÇO A DOIS TERÇOS se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o AGENTE NÃO POSSUÍA, ao TEMPO DA AÇÃO
OU DA OMISSÃO, a PLENA CAPACIDADE DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO ou DE
DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
• dependência;
• sob o efeito proveniente de caso fortuito ou força maior;
• ao tempo da ação ou da omissão;
• não possuía a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fatoou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
• Tolerância:
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o causam conflitos na família, no trabalho, com polícia, com a justiça, na vida cotidiana
no geral.
intencional e exógena.
• Hidrargirismo:
o A intoxicação/envenenamento se dá por mercúrio (Hg).
o Causa complicações neurológicas, podendo inclusive levar a óbito.
o É comum nas áreas de garimpo.
o Afeta o sistema nervoso causando paralisias.
• Mitridatismo:
o A intoxicação/envenenamento se dá por arsênico.
o O arsênico possui grande afinidade com a pele e, mesmo anos após a morte, é possível
verificar a presença de arsênico nos fâneros da pele.
o É inodoro, incolor e insípido.
o Em doses mínimas pode matar.
o É possível verificar sua presença nos fâneros da pele.
o São sinais que indicam: eritema na pele sem exposição ao sol, dores abdominais, vômitos
esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado (forma crônica) etc.
o Linhas de Meegs – são ranhuras/estrias esbranquiçadas que surgem nas unhas.
194
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
o Historicamente era usado para matar reis. Por isso, o Rei Mitridates inseria em seu corpo
doses menores para criar imunização ao arsênico. Curiosamente, morreu envenenado.
• Saturnismo:
o A intoxicação/envenenamento se dá por chumbo.
o Afeta pessoas que trabalham com vidraçaria, cerâmica etc.
o Ao inspirar os vapores no trabalho, afeta-se o cérebro, causando psicoses tóxicas.
o É também causador de anemia, pois não permite a fixação do ferro na hemoglobina.
o Se um PAF ficar alojado por muito tempo dentro do corpo, é possível que ocorra o
saturnismo.
o Orla de Burton – a orla do encaixe do dente na gengiva vai ficando anegrada eindica a
intoxicação por chumbo.
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• Chumbinho (carbamato)
o É inibidor da enzima acetilcolinesterase, que é responsável por destruir os efeitos a
acetilcolina.
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DETALHANDO
A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos aos diversos órgãos do corpo,
que fazem os músculos contraírem. A acetilcolinesterase faz com que o músculo, após a contração, relaxe.
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Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos, o que leva a espasmos
musculares generalizados, podendo levar à morte porsufocação indireta (asfixia).
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• Pesticidas organofosforados:
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195
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
morte iminente.
o As vísceras ficam com a cor carminada.
• CIANETO
o É um tóxico que faz com que a enzima citocromooxidase (que atua no interior das
mitocôndrias) fique inibida, impedida de retirar os hidrogênios e de reagir com o oxigênio
(que está na célula, mas não reage), podendo levar à morte instantânea por excesso de
hidrogênio nas células.
o Leva à hemorragia da mucosa gástrica (lembrando uma polpa de goiaba).
o Exala odor de amêndoas amargas.
o A ação química ocorre em nível intracelular.
• Psicolépticas ou psicocatalépticas;
• psicodislépticas;
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• psicoanalépticas.
Psicolépticas ou psicocatalépticas:
São drogas tranquilizantes, depressivas do sistema nervoso central, que geram a diminuição dos
batimentos cardíacos, da respiração etc.
Exemplos: álcool, sedativos, morfina, ópio, papoula, heroína, barbitúricos etc.
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Psicodislépticas:
Psicoanalépticas:
• São drogas estimulantes do sistema nervoso central, que aceleram as reações encefálicas, e
geram euforia, agitação, respiração ofegante, pupilas dilatadas etc.
• São exemplos: Cocaína, anfetaminas, ecstasy, oxi, crack, merla etc.
Legal highs
• São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os mesmos efeitos das
drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica), mas com componentes químicos
que não estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
196
FREDERICO ALVES MELO MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE • 15
• Oral.
• Injeção.
• Inalação.
A última possui os efeitos mais rápidos, pois não precisa passar pelo coração parachegar às artérias.
• Efeito aditivo – há o consumo de mais de uma droga e os efeitos individuais de cada uma se
somam.
• Sinergismo – há potencialização de determinada droga diante da presença de outra droga (droga
a será mais toxica em doses menores, em função da presença de outra droga).
• Antagonismo – há o consumo de mais de uma droga e os efeitos dessas substâncias se
neutralizam.
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16 TANATOLOGIA
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TANATOLOGIA • 16
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
A tanatologia faz parte da patologia forense e estuda os sinais que se relacionam com a evolução
da morte, sua causa médica e os fenômenos cadavéricos.
Atualmente, considera-se morto aquele que tem diagnosticada a morte encefálica, dada a
irreversibilidade da situação.
O conceito moderno de “morte clínica” ou “morte encefálica” se caracteriza pelo que preconiza a
Resolução CFM nº 1.480/97, a qual considera que “a parada total e irreversível das funções encefálicas
equivale à morte, conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial”.
É apontado que, após inicialmente diagnosticada a morte, é possível serem feitos exames
complementares. Entre a primeira e a segunda avaliação, deve ser observado um espaço temporal que vai
variar de agora com a faixa etária:
Existem ainda, alguns exames clínicos que são utilizados para auxiliar no diagnóstico demorte
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encefálica:
Olhar de cabeça de boneca, reflexo óculo-encefálico ou reflexo oculocefalógiro – realiza-se um giro
rápido da cabeça nos sentidos vertical e horizontal do pescoço, em que, se houver movimentos oculares no
sentido contrário ao do giro, indica resposta esperada para morte.
Sinal da boneca ou sinal óculo-vestibular – injeta-se certa quantidade de água no canal auditivo; a
resposta esperada é a ocorrência do nistagmo, que consiste em movimentos laterais no sentido oposto ao
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ouvido estimulado.
Reflexo pupilar – com uma fonte luminosa direcionada para os olhos, espera-se resposta ao estímulo
como indicativo de vida.
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a) Perinescroscopia
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Art. 6º - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - dirigir-se ao local, PROVIDENCIANDO PARA QUE NÃO SE ALTEREM O ESTADO E
CONSERVAÇÃO DAS COISAS, ATÉ A CHEGADA DOS PERITOS CRIMINAIS;
Lei 9.099/95:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 77, § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo
de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
199
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
1. TIPOS DE MORTE
É assistida quando o médico assistente da pessoa em vida é obrigado a dar a declaração de óbito
(Art. 1º da RES. 1.779/06).
Se não tiver médico assistente, deve ser feito pelo serviço de verificação de óbito (SVO), e se não
houver este, deve ser requerida a remoção pela autoridade policial do cadáver para o IML (Art. 2º da RES.
1.779/06).
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Proveniente de causas externas, como homicídio, suicídio, acidente etc. Essas são as causas jurídicas
da morte.
O médico legista do IML é quem vai fornecer a declaração de óbito (Art. 3º da RES. 1.779/06).
É a morte que não sabe se a causa foi interna (natural) ou externa (violenta).
De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, será considerada morte suspeitasempre que
houver a possibilidade de não ter sido natural a causa.
souza -- CPF:
De acordo com o professor Hygino de C. Hercules, tal conceito prende-se mais à inexistência de um
quadro patológico prévio que pudesse explicá-la do que ao tempo de evolução rápido da causa da morte.
Docimásia hepática química (LACASSAGNE E MARTIN) – verifica-se pelo nível de glicogênio medido
no fígado, que, se for alto, indica morte rápida, e se for baixo, morte agônica.
200
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
2. TRÍADE DE THOINOT
Define clinicamente o estado de morte aparente, sendo caracterizado pela presença de:
• Imobilidade;
• ausência aparente de respiração;
• ausência aparente de circulação.
Segundo a Lei 9.434/97, apenas com a morte encefálica (tronco encefálico)tem-se o cadáver.
Note: morte encefálica e morte cerebral não são a mesma coisa, pois o cérebroé apenas uma parte
do encéfalo (estado de coma).
O diagnóstico de morte feito na rua leva em consideração os pulsos arteriais e osmovimentos
respiratórios.
201
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• Mais de 6 meses
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IDADE GESTACIONAL
FÓRMULA DE HAASE é o meio pelo qual se verifica o tempo de gestão por meio da estatura do feto.
Se verifica o tempo de gestação pela raiz quadrada da estatura.
4 cm – 2 meses de gestação – pois 2² = 4;
9 cm – 3 meses de gestação – pois 3² = 9;
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• perda de consciência;
• imobilidade;
• insensibilidade;
o sinal de Josat – faz-se estímulo do mamilo, não havendo resposta, indica morte.
• abolição do tônus muscular;
o sinal de Rebouillat – injeta-se 1 ml de éter na coxa; se houver absorção,indica vida; se
refluir, indica morte.
• relaxamento do esfíncter;
o faz com que urina e fezes sejam expelidos.
• fácies hipocrática, cadavérica ou máscara da morte;
o rugas se atenuam, deixando um semblante de profunda serenidade.
• inexcitação elétrica;
• cessação da respiração;
o sinal de winslow - é a imobilidade da chama de uma vela na proximidade do nariz.
o se a parada for irreversível tem-se a morte.
202
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• cessação da circulação;
o Verificação da morte por ausência de circulação:
▪ Teste de Magnus – amarra-se um torniquete ao redor de um dedo com pressão
suficiente para barrar o sangue venoso sem bloquear o arterial. se houver circulação,
em poucos minutos a parte distal fica arroxeada e congesta.
▪ teste de Halluin – aplica-se uma gota de éter no fundo-de-saco conjuntival de um
dos olhos. se estiver vivo, haverá congestão.
▪ Teste de Rebouillat – a injeção de éter no tecido subcutâneo reflui pela ferida
punctória da pele, caso não haja circulação; caso contrário, é absorvido e desperta
reação inflamatória.
▪ Teste de Icard – produz uma coloração verde-esmeralda na esclerótica (parte
branca do olho) pela injeção endovenosa ou intramuscular de uma solução de
fluoresceína esterilizada.
Com os esses sinais abióticos imediatos, não é possível afirmar que houve a morte encefálica
(tronco cerebral).
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Trata-se do período em que não se pode afirmar se o indivíduo está morto ou não, devendo-se buscar
nesse momento a reanimação.
Tem-se a presença dos sinais abióticos imediatos de morte.
Logo, é o período entre o aparecimento dos sinais imediatos e os sinais tardios, consecutivos ou
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mediatos.
Segundo o professor Wilson Palermo, é o período quantificado entre cerca de 6 horas antes e 6
horas depois da morte. Ainda segundo o professor, durante esse período, se forem produzidas lesões no
cadáver, não é possível afirmar com precisão se as lesões foram feitas em vida ou após a morte.
souza -- CPF:
Após a morte, os órgãos permanecem funcionando por algum tempo, ou seja, não param
Marceli
imediatamente.
Neste caso, trata-se de sinais tardios ou reais que indicam a certeza da morte.
• evaporação tegumentar;
• refriamento do corpo cadavérico ou algor mortis;
• livores cadavéricos, hipostases ou livor mortis;
• rigidez cadavérica ou rigor mortis;
203
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
Trata-se de um fenômeno físico, em que a água do corpo começa a evaporar, ou seja, ocorre a
desidratação dos tecidos;
o Tempo médio para aparecimento: 3 a 5 horas após a morte (de acordo com as condições
ambientais).
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souza -- CPF:
• Tela albuninóide ou viscosa de Stenon-Louis – a poeira que está no ar, ao cair em cima dos olhos,
Marceli souza
se mistura com a lágrima e com as células dos olhos, gerando sujeira/lama que cobre a íris e deixa
Marceli
204
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
ATENÇÃO!
Não existe perda de calor por transpiração.
dia de morte);
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FÓRMULA DE MORITZ
Estabelece o TEMPO DA MORTE PELA TEMPERATURA RETAL, em que se deve ter como parâmetro a
temperatura de 37 graus, subtrair da temperatura retal e,por fim, somar mais 3, em que o resultado será
souza -- CPF:
37 – 28 + 3 = 12 horas (aproximadamente).
Marceli
Trata-se de um fenômeno físico em que surgem manchas arroxeadas, resultantes do acúmulo desangue
no interior dos vasos sanguíneos das regiões de maior declive do cadáver (em função da ação da gravidade).
Ex.: se um indivíduo morrer enforcado, a região das hipóstases será a região dos membros inferiores.
205
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
Imagens retiradas do curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco.Note que as regiões de contato não apresentam
acúmulo de sangue.
• Cerca de 6 horas – toda área de declive fica arroxeada (salvo as áreas de contato por
compressão);
o Neste momento o livor é móvel, ou seja, se o cadáver for manipulado, o livor vai mudar
de posição.
souza -- CPF:
• Cerca de 8 a 12 horas – com a autólise, o sangue que está dentro do vaso passa para o exterior
Marceli souza
e mancha os tecidos, e mesmo que se mude o cadáver de posição, o livor não irá sair do lugar,
pois encontra-se fixado.
Marceli
206
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
É um fenômeno químico decorrente das reações entre as proteínas musculares, actina e miosina, e
os líquidos cadavéricos (com a ausência de oxigênio, o PH cai e o corpo fica ácido, sendo impossível a
manutenção de vida nesse meio, o que faz com que se perca a mobilidade — actina e miosina coagulam e
souza -- CPF:
o movimento fica prejudicado). Esse processo que ocorre entre actina e miosina é chamado de teoria
química de Brucke e Kuhne.
Marceli souza
207
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• Trata-se de uma rigidez cadavérica instantânea assim que ocorre a morte, mantendo a última
souza -- CPF:
Mortes violentas acompanhadas de intensa luta ou causadas por asfixia mecânica podem acelerar
o curso de rigidez cadavérica, vez que houve um alto consumo de energia; assim, faltará energia para os
tecidos flácidos (a falta do oxigênio, faz o processo de rigidez ser mais rápido que o normal).
Verifica-se pelo nível de glicogênio medido no fígado, que, se for alta, indica a morte rápida.
• Se existe reação inflamatória na lesão, a pessoa sobreviveu algum tempo após a lesão.
• Se não possui sinal de reação inflamatória, ou a lesão foi feita após o óbito, ou a pessoa estava
viva e morreu instantaneamente, e não houve tempo para a reação se iniciar.
208
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• APOPTOSE:
o São células normais que, em determinado momento, sem ser em decorrência de
inflamação ou doença, involuem (diminuem de tamanho e ficam mais densas pela perda
de líquido) e morrem ISOLADAMENTE, cedendo espaço para que o organismo se utilize
daquela área para outra finalidade.
• NECROSE:
o Ocorre quando um grupo de células morre em função de uma doença ou trauma que
comprometa o organismo. Pode atingir membros e órgãos, no todo ou em parte. Há reação
inflamatória.
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• AUTÓLISE:
o Autodestruição da célula após cumprir seu ciclo vital. Assim, libera enzimas de seus
lisossomos e se autodestrói. É um processo natural, que não decorre de doença ou trauma.
• CONSERVADORES:
o mumificação.
o saponificação.
souza -- CPF:
o corificação.
• DESTRUTIVOS:
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o autólise.
Marceli
o putrefação.
o maceração.
7.1. Conservadores
São fenômenos conservadores naturais, que começam a se instalar dois ou mais mesesdepois da
morte.
7.1.1. Mumificação
• É um fenômeno químico.
• Ocorre em ambiente muito arejado, seco e quente (favorece a perda de líquidos).
• Com a acentuada perda de líquidos, cessa a proliferação de bactérias, impedindo que a
putrefação prossiga e, em razão da desidratação, o cadáver fica mumificado.
• Pode ocorrer de modo natural ou artificial (embalsamento), geral ou local, superficial ou
profundo.
209
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• O professor Roberto Blanco cita a possibilidade de ocorrer mumificação no gelo, desde que o
cadáver esteja exposto a ventos gelados (não haverá se estiver coberto com neve).
Cadáver Mumificado
Imagem retirada do curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco
• É um fenômeno químico.
• Ocorre em ambiente quente, úmido e pouco arejado.
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• Surge da reação da gordura do tecido gorduroso com os metais do solo, formando um produto
químico semelhante a um sabão/cera, que cobre o cadáver, impedindo a proliferação das
bactérias.
• Pode começar a partir de 2 meses após o falecimento (durante a putrefação), pois a massa de
adipocera passa a apresentar uma coloração mais escura, tornando-se mais dura e quebradiça.
• Segundo o professor Hygino de C. Hercules, este processo é marcado por um odor de queijo
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rançoso e adocicado.
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Cadáver saponificado
Imagem retirada do curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco
7.1.3. Corificação
210
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
7.2. Destrutivos
7.2.1. Autólise
• É um fenômeno químico.
• Ocorre em nível celular, tratando-se da autodestruição da célula. A célula é composta por núcleo
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7.2.2. Putrefação
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a) Fases da putrefação
211
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
da rigidez cadavérica.
No frio, o tempo de aparecimento pode ser maior que em condições normais.
Mancha verde abdominal - Imagem retirada do curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco
ATENÇÃO!
Nos fetos (natimortos), a mancha verde de Brouardel aparece na entrada dos orifíciosnaturais
(boca, narina e ânus), pois é o local em que há bactérias.
essa mancha verde tende aaparecer nos terços médios superiores do corpo.
2. ENFISEMATOSA OU GASEIFICAÇÃO
A fase gasosa inicia a partir das 48/72 horas.
Nessa fase os órgãos tendem a ir para fora em função dos gases. Assim, tem-se a protusão da língua
e dos olhos, o intestino a sair pelo ânus, o útero a sair pela vagina, o pênis fica ereto.
Imagem retirada do curso de Medicina Legal do professor Roberto Blanco
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souza -- CPF:
Bolhas da putrefação – na fase enfisematosa, aparecem bolhas da putrefação, que se diferem das
bolhas feitas em vida por queimadura, pois nas bolhas da putrefação não há presença (ou há pouquíssima)
de proteína nos líquidos (reação de Chambert dando negativo).
Teste de Ícard – a bolha da putrefação, ao entrar em contato com determinado papel impregnado
de chumbo, fica com a cor negra.
Circulação póstuma de Brouardel – à medida que os gases da putrefação evoluem, há uma distensão
dos vasos sanguíneos no cadáver, dando impressão de circulação sanguínea, pois surge na pele o desenho
das veias.
212
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
• Há doutrina que diz que poder ser perceptível ainda na fase cromática; no entanto, há maior
percepção da circulação póstuma de Brouardel na fase gasosa.
Se um cadáver dentro d’água já estiver flutuando, indica que está na fase da gaseificação. Ocorre
normalmente a partir de 72 horas da morte.
Técnica do desluvamento: a epiderme tende a ser destruída nesta fase; assim, se ainda estiver
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presente, é possível a retirada da epiderme, como se fosse uma luva, preservando-a com glicerina para
posterior colheita das digitais.
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Marceli
SOMBRA CADAVÉRICA
É a mancha decorrente da dissolução dos tecidos moles que se impregnam no local que se encontra o
cadáver, sendo possível análise deste material para relacionar coma morte.
213
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
4. ESQUELETIZAÇÃO
É possível que a esqueletização ocorra gradativamente em certas partes do corpo; assim,pode ser
total ou parcial.
Geralmente ocorre em cerca de 3 anos, podendo variar de acordo com o ambiente. A fauna
cadavérica pode acelerar o processo de esqueletização.
7.2.3. Maceração
Trata-se da destruição dos tecidos moles em virtude da ação de um líquido (geralmentea água). É um
fenômeno químico.
A maceração pode ser séptica ou asséptica:
a) Maceração Fetal
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Os fetos ficam dentro do saco amniótico e o líquido contido nele pode destruir as células da pele. Ocorre
que, quando o feto está vivo, a pele é sempre regenerada. Mas se o feto vier a morrer no interior do saco
amniótico, a pele não se regenera e os tecidos moles sofrem maceração. É uma maceração asséptica.
São características da maceração fetal:
Se o feto, quando sair, já estiver macerado, indica que tem mais de 24 horas após a morte dentro
do útero.
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destacados e o couro cabeludo muito frouxo, deslizando amplamente sobre os ossos da calota, os quais se
mostram frouxos, por vezes soltos uns dos outros, se a retenção durar mais alguns dias (sinal de Spalding).
• Sinal de Spalding – é o acavagalmento das calotas cranianas que indica mais de 7 dias da morte
fetal.
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FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
o GRAU ZERO:
▪ Até 8 horas.
▪ Pequenas bolhas espalhadas na pele.
o GRAU UM:
▪ De 8 a 24 horas.
▪ Bolhas agrupadas e inicio do destacamento da pele.
o GRAU DOIS:
▪ De 24 a 48 horas.
▪ Há um acentuado destacamento da derme e líquido acentuado nas cavidades.
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o
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GRAU TRÊS:
▪ Mais de 48 horas.
▪ Líquido acastanhado nas cavidades.
O professor Wilson Palermo, seguindo o professor Genival Veloso de França, cita apenas graus 1, 2 e
3:
• 2º GRAU – rompem-se as bolhas, e a epiderme fica com cor arroxeada. A partir do 8º dia da
morte.
• 3º GRAU – apresenta deformidade craniana e infiltração de hemoglobina nas vísceras. O feto
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FETO MACERADO
Imagem retirada do site professor Malthus
215
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
b) Litopédio
O litopédio, que ocorre até o terceiro mês, é um fenômeno transformativo conservador; diversamente
da maceração, há ausência de líquido, que leva o feto à petrificação, pois, diante da ausência de líquido, os
sais minerais começam a aderir no feto, petrificando-o.
c) Feto papiráceo
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Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina para que um deles seja papiráceo.
Com a evolução da gestação, um dos fetos, o que vai sobreviver, impede odesenvolvimento do outro, que
se torna progressivamente atrofiado e morre. Morto e atrofiado, progressivamente vai sendo comprimido
pelo irmão-parasita até o final da gestação.
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7.2.4. Exumação
• Administrativa:
o É feita pelo próprio cemitério para sepultamento de outros cadáveres.
o Ocorre, normalmente, após 3 anos.
• Judicial:
o Ocorre a qualquer tempo.
o Delegado de polícia pode de ofício realizar a exumação.
o Delegado faz o AUTO DE EXUMAÇÃO, em que todas as pessoas que participaram da
exumação, assinam.
o Perito legista faz o LAUDO DE EXUMAÇÃO, que apenas o legista assina.
216
FREDERICO ALVES MELO TANATOLOGIA • 16
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem
como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão
ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento
pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de
testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver,
com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados,
que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
• Arqueológica
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17 SEXOLOGIA FORENSE
SEXOLOGIA FORENSE • 17
218
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
Trata-se da primeira menstruação, que vem após a primeira ovulação (eliminação do ovócito – nome
técnico do óvulo), decorrente da estrutura chamada de Folículo de Graaf ou ovariano. No período de ovulação
da mulher, esse folículo protege o óvulo até o momento em que o óvulo é expelido.
Ao ser expelido, o óvulo vai para a trompa uterina e, neste local, pode ser ou nãofecundado pelo
espermatozoide. Se não houver fecundação, haverá a descamação da parede do útero, que levará à
menstruação.
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Note que, após óvulo ser expelido, a célula de Graff permanece, sendo chamada de corpo
amarelo ou lúteo.
O corpo amarelo ou lúteo é responsável pela produção de progesterona, que atua no útero
mantendo a camada do endométrio ilesa, evitando a descamação.
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Se não houver a fecundação, o corpo amarelo irá retrair e cessar a produção de progesterona, com a
consequente descamação do endométrio; assim ocorre a menstruação.
Se, por outro lado, houver a nidação, o próprio feto irá produzir o beta-HCG, que irá agir sobre o corpo
amarelo, mantendo a produção de progesterona e a consequente manutenção do endométrio sem sua
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1.2. Gravidez
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• É o fenômeno em que o espermatozóide (célula sexual masculina que éproduzida pelos testículos)
penetra no ovócito secundário (óvulo – célula sexual feminina que é produzida pelo ovário).
• Dentro do ovário, o óvulo é envolto por um conjunto de células que é o folículo de Graaf ou
ovariano. O folículo protege o óvulo no período de ovulação da mulher, até o momento que o óvulo
é expelido. Ao ser expelido, o óvulo vai para a trompa uterina e, nesse local, pode ser ou não
fecundado pelo espermatozoide.
• Se o espermatozoide fecundar o óvulo, forma-se o zigoto (ovo), que se implanta no endométrio
(parede do útero).
A fecundação se dá no terço médio ou superior da trompa uterina. (túnel que liga o ovário e o útero).
Ocorre nesse local porque o ovócito secundário sobrevive cerca de 24 a 36 horas, e o percurso pela trompa
uterina leva cerca de 5 dias. Oespermatozoide, que possui um período de vida maior, tem que percorrer maior
trajeto e ir à parte superior da trompa do uterina para fecundar o óvulo.
219
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
É possível que o embrião se fixe em outro ponto, que não seja no endométrio (no início do ovário, na
trompa etc.); neste caso tem-se a gravidez ectópica ou tubária, que pode levar a perigo de vida (como quando
ocorre o rompimento da trompa).
Se houver perigo de vida para a mulher, é possível a realização do aborto com fundamento no aborto
necessário, terapêutico ou profilático (Art. 128 do Código Penal).
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Quando o embrião se forma, ele é formado por células trofoblásticas, que inicialmente protegem o
zigoto e posteriormente formam a placenta.
É possível verificar aborto em mulher morta. Para isso, inicialmente se verifica se ela passou por
souza -- CPF:
período de gravidez e, depois, verifica-se a presença de células trofoblásticas na corrente sanguínea (pois ao
se retirar o concepto, essas células se misturam com as células da mãe).
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• Início do parto;
• Expulsão do concepto;
• Fim do parto.
220
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
Prevalece a visão de que o início do parto se dá no momento da dilatação do colo uterino. Existe,
porém, corrente minoritária que aponta o início como sendo a rotura do saco amniótico.
Parto cesariana (via abdominal): o início do parto se dá com o rompimento dosaco amniótico.
A partir do início do parto, não é possível mais se falar em aborto.
O momento que marca o fim do parto é a eliminação da placenta (que é um órgãodo concepto,
responsável pela alimentação) pela mãe.
A placenta também é chamada de secundina. por isso a eliminação da placenta também pode ser
chamada de dequitação ou secundamento.
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1.2.4.3. Puerpério
Trata-se do período imediato entre o fim do parto e o retorno das condições pré-gestacionais (média
de 40 dias, sendo chamado vulgarmente de resguardo), que se dá com a nova ovulação.
souza -- CPF:
Puerpério não se confunde com estado puerperal, pois este é um estado anímico que ocorre após o
parto, podendo, inclusive, decorrer no crime de infanticídio (matar o próprio filho, durante ou logo após, sob
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1.2.4.4. Lóquios
Após o parto, a mulher expulsa uma secreção que é resultado do desligamento entre a placenta e o
endométrio. Esse desligamento resulta em feridas no endométrio. Essas feridas são chamadas de lóquios.
Por meio dos fragmentos (lóquios) do local de onde a placenta estava inserida, é possível verificar se o
puerpério é:
Colo do útero
221
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
2. GEMÊOS
ATENÇÃO!
souza -- CPF:
2) Se a divisão não for completa, é possível que nasçam gêmeos siameses ouxifópagos.
Marceli
• Bivitelinos, falsos ou fraternos – quando a mulher elimina dois ou mais óvulos e esses óvulos são
fecundados por espermatozoides diversos, eles se implantam em locais diversos do útero.
• É possível que óvulos sejam fecundados por espermatozoides de homens diferentes, se as conjunções
carnais tiverem sido na mesma época.
• São gêmeos pois nasceram no mesmo parto, mas as características físicas são diversas.
222
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
4. RECÉM-NASCIDO
souza -- CPF:
Marceli souza
Para a medicina legal, o recém-nascido é a criança que, durante o parto ou logo após, não recebeu ainda
nenhum cuidado médico.
Marceli
Assim, é a criança cujo corpo ainda se encontra coberto por sangue do parto, estando ligado à
placenta pelo cordão umbilical, que está suja de induto sebáceo (gosma que recobre o corpo para melhor
passagem pelo canal vaginal).
O Direito Penal pune o abandono de recém-nascido:
5. CONJUNÇÃO CARNAL
5.1. Himenologia
Trata-se do estudo do hímen. Não confundir com himeneologia, que é o estudo das questões
223
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
O hímen é uma menbrana que limita a entrada da vagina, onde há a presença da orla(“D”) e o óstio
(“C”). Há ainda a borda livre (“B”) e a borda fixa ou de inserção (“A” – presa à vagina).
A membrana do hímen, que limita a entrada da vagina, possui duas faces:
• A face virada para fora (externa) é chamada de vulvar ou vestibular.
• A face virada para dentro (interna) é chamada de face vaginal.
• ENTALHES:
o Não cicatrizam;
o Geralmente não atingem toda a orla;
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
• CHANFRADURA:
• São dezenas de pequenos entalhes, como se a borda do hímen fosse repleta defragmentos.
• Não cicatrizam.
• São pouco profundas e muito numerosas.
• Localizam-se na borda livre do hímen.
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Lacassagne faz analogia ao mostrador de um relógio (0 a 12 horas), para apontar em que posição
ocorreu a rotura do hímen. Na imagem 6, por exemplo, há uma rotura às 6 horas.
Marceli souza
Assim como o relógio de Lacassagne, aponta a rotura do hímen, mas para se diferenciar do relógio,
dividiu em quadrantes, e aponta a rotura em ângulos (de 0º a 360º). Na imagem 6 há uma rotura a 180 graus.
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
LÂMPADA DE WOODS
É um equipamento utilizado para verificar se a rotura é recente ou antiga.
• Cristais de Florence;
• Cristais de Barbério;
• Cristais de Baechi;
• Cristais de Bokarius.
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ATENÇÃO!
A Lâmpada de Woods, de raio ultravioleta, serve também para indicar probabilidade de
souza -- CPF:
• Presença da proteína P30 – proteína P30 é uma glicoproteína produzida pelo homem, que se
Marceli
encontra no sêmen.
• Presença de PSA – PSA é uma substância produzida pelo homem, que está presente no líquido
prostático e faz parte do sêmen; uma vez encontrada no canal vaginal, tem-secerteza de conjunção
carnal.
o Assim, a presença da proteína P30 indica a presença de antígeno prostático específico,
que indica ser espermatozoide.
• Fosfatase ácida prostática – a presença de fosfatase ácida em alta quantidade no canal vaginal é
indicativo de certeza de conjunção carnal. É necessário que estejapresente em alta quantidade,
pois as mulheres também possuem fosfatase ácida, só que em baixa quantidade.
o Assim, a fosfatase ácida que em altos índices (acima de 300 unidades) indica a presença de
espermatozoide.
• Gravidez – para a medicina legal, indica conjunção carnal anterior, mesmo que hoje existam
possibilidades diversas de se engravidar.
• Parto vaginal anterior – a presença de carúnculas mirtiformes indicam o parto vaginal anterior.
• Rotura do hímen – a presença de hímen roto é um indicativo de certeza deconjunção carnal
anterior.
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
GESTAÇÃO
É o período entre a nidação e o início do parto. Se, após iniciar o parto, alguém vier amatar o
concepto, responderá por homicídio.
7. ABORTO
É a morte do concepto, com ou sem expulsão, decorrente de uma ação interna ouexterna, a qualquer
tempo da gestação.
No Direito Penal, para ser criminoso, o aborto deve ser doloso (arts. 124 a 128 do CP).
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se,
em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a
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morte.
Excludentes de responsabilidade
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
souza -- CPF:
Aborto necessário
Marceli souza
• Maceração fetal;
• litopédio;
• feto papiráceo;
• mola hidatiforme;
• docimásias negativas.
7.1.1. Maceração
227
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
a) Maceração fetal
• Os fetos ficam dentro do saco amniótico, e esse líquido vai destruir as células da pele; ocorre que,
quando o feto está vivo, a pele é sempre regenerada. Mas, se o feto vier a morrer no interior do
saco amniótico, a pele não se regenera e os tecidos moles sofrem maceração.
• Se o feto quando sair já estiver macerado, já se passaram mais de 24 horas dentro do útero desde
a sua morte.
• Ao ser expulso, o feto apresenta coloração róseo-avermelhada universal, tem cabelos destacados
e o couro cabeludo muito frouxo, deslizando amplamente sobre os ossos da calota, os quais se
mostram frouxos, por vezes soltos uns dos outros, se a retenção durar mais alguns dias (sinal de
Spalding).
o Sinal de Spalding – é o acavagalmento das calotas cranianas que indica mais de 7 dias da
morte fetal.
o Sinal de Hartley – é a perda da configuração da coluna vertebral.
o Sinal de Spangler – é o achatamento da abóboda craniana.
o Sinal de Horner – é representado pela assimetria craniana.
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o GRAU ZERO:
▪ Até 8 horas.
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▪ De 24 a 48 horas.
▪ Há um acentuado destacamento da derme e líquido acentuado nas cavidades.
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o GRAU TRÊS:
▪ Mais de 48 horas.
▪ Líquido acastanhado nas cavidades.
O professor Wilson Palermo, seguindo o professor Genival Veloso de França, cita apenas graus 1, 2 e
3:
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FETO MACERADO
Imagem retirada do site professor Malthus
b) Litopédio
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A morte do concepto ocorre até o quinto mês de gestação, em que, por causa da ausência de líquidos,
leva à petrificação do feto, pois os sais minerais começam a aderir ao feto, petrificando-o.
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souza -- CPF:
c) Feto papiráceo
Marceli souza
Exige a presença de pelo menos outro feto na cavidade uterina para que um deles seja papiráceo. Com
Marceli
a evolução da gestação, um dos fetos, o que vai sobreviver, impede odesenvolvimento do outro, que se torna
progressivamente atrofiado e morre. Morto e atrofiado, progressivamente vai sendo comprimido pelo irmão-
parasita até o final da gestação.
É uma complicação rara da gravidez que leva ao aborto espontâneo. Pode ser classificada como
completa ou parcial.
229
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
Na completa, o feto recebe apenas as células do pai duplicadas; na parcial, receberá células
duplicadas do pai e da mãe.
Essas alterações formam um emaranhado de células semelhantes a cachos de uva no útero da
mulher, causando a malformação da placenta e do feto, o que impede o desenvolvimento deste.
e) Docimásias
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São exames que têm como intuito provar que houve o nascimento do feto com vida. As docimásias
podem ser:
• Respiratórias:
o Pulmonares;
o Extra-pulmonares.
• Não respiratórias.
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e.1.) Respiratórias
Docimásias Pulmonares
souza -- CPF:
vida.
• Docimásia hidrostática pulmonar de Galeno – Galeno dizia que o pulmão de um vivo flutuava em
água. Assim, indica a análise do bloco respiratório em agua; veja:
1) Pega-se o bloco respiratório e o coloca na água. Se flutuar, é indicativo que respirou; se
afundar, provavelmente não respirou e segue-se para a etapa seguinte.
2) Após, deixa-se apenas o pulmão dentro d’água. Se flutuar, é indicativo que respirou; se não
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
O perito ao fazer essa análise deve ter cuidado com os possíveis gases de putrefação.
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músculo diafragma horizontal, quando houve respiração; ao passo que este pode apresentar
convexidade exagerada das hemicúpulas quando a respiração não ocorreu, essa convexidade é
devido à pressão exercida pelas vísceras abdominais.
• Docimásia táctil de Nerio Rojas – quando da palpação interdigital, o parênquima pulmonar dá a
souza -- CPF:
• Docimásia óptica de Icard – essa prova se realiza por meio de pequenos cortes de fragmento de
pulmão, de dimensão reduzida, esmagados entre duas lâminas, de modo a transformá-los num
Marceli
esfregaço. Nos casos em que houve respiração, notam-se inúmeras bolhas de ar no esfregaço.
Porém, essa provanão tem valor para pulmões putrefeitos, pois os gases da putrefação podem
simular um resultado falsamente positivo.
• Docimásia radiológica de Bordas – trata da opacidade dos pulmões que não foram insulflados de
ar; os diafragmas não são vistos, nem a silhueta cárdio-aórtica.
• Docimásia hidrostáticas de Icard – docimásia que pode ser realizada paracomplementar a prova
de Galeno (nos casos de dúvida, ou quando apenas a4ª fase deu positivo), pois necessita de
quantidade mínima de ar nos fragmentos de pulmão.
• Docimásia epimicrocópica pneumo-arquitetônica de Hilário Veiga de Carvalho – fundamenta-se
no estudo da superfície externa do pulmão por meio do ultra-opak. Para isto, o pulmão deve ser
lavado em formalina, depositado em uma placa de Petri, cortado em fragmentos, unido a uma gota
de glicerina e visualizado com a lente objetiva de imersão. Quando houve respiração, as cavidades
cheias de ar mostram-se arredondadas com refringência contrastada em fundo negro. O pulmão
que não respirou mostra apenas um fundo negro uniforme e sem imagens. No pulmão putrefeito,
as bolhas são grandes, disformes e de distribuição irregular.
• Docimásia química de Icard – consiste em colocar um fragmento de pulmão da parte central de
231
FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
um lobo, que foi previamente lavado em álcool puro, em uma solução alcoólica de potassa
cáustica a 30%. Inicialmente, o fragmento fica preso ao fundo do frasco; porém, se houve
respiração, deverãose desprender bolhas de ar originadas do parênquima destruído pelo líquido.
Se o pulmão estiver putrefeito, a dissolução da víscera será rápida e as bolhas grandes, decorrentes
do enfisema putrefativo.
Docimásias extrapulmonares
• Docimásia gastrointestinal de Breslau – similar à docimásia de Galeno. Diferencia-se por ser o
exame feito com estômago, intestino delgado e intestino grosso. Assim, se houver flutuação, a
docimásia é positiva.
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deve haver, portanto, uma pressão negativa na cavidade pleural (membrana que envolve o
pulmão).
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bem sensível por corte transversal. Em seguida, faz-se pressão nos pulmões e, caso haja ar em seu
interior devido à respiração, o líquido do manômetro irá oscilar. Porém, esta prova não tem valor
em pulmões putrefeitos.
• Docimásia hematopulmonar de Zalesk – procura estabelecer se houve ou não respiração pelo
estudo do conteúdo hemático dos pulmões.
• Docimásia ponderal de Pulcquet – baseia-se na diferença de peso relativo entre os pulmões e o
corpo do infante que respirou e do que não.
• Docimásia do volume d’água deslocado de Bernt – o diagnóstico da respiração, neste caso, é dado
pelo grau de deslocamento do líquido quando neste estão imersos o pulmão e o coração.
• Docimásia siálica de Souza Diniz – consiste na pesquisa de saliva no estômago do feto. A reação
positiva é um indicativo de que existiu vida extra-uterina.
• Docimásia nervo óptico de Mirto – fundamenta-se no estado de mielinização do nervo óptico, a
qual se inicia logo após o nascimento. Tem muito mais valor como determinante do tempo de
sobrevivência do recém-nascido. Este fenômeno se inicia 12h após o nascimento e se completa
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
placenta).
IDADE GESTACIONAL
FÓRMULA DE HAASE é o meio pelo qual se verifica o tempo de gestão por meio da estatura do feto.
souza -- CPF:
Impressões digitais
Aparecem no 6º mês de gestação.
Ponto de Beclard
Ponto de ossificação da epífise distal do fêmur, que ocorre no 8º/9º mês de gestação.
Pseudociese
É a falsa gravidez em que a mulher acredita sinceramente estar grávida (neurose). Não se trata de
simulação, pois sente os sintomas como se grávida estivesse.
8. INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:
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9. HERMAFRODITISMO
Verifica-se a presença de gônadas que mostram, no mesmo órgão, tecidos masculinos e femininos,
constituindo ovotestis.
No ovotestis, são encontrados setores com:
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Apresentam gônadas normais, ou atróficas, porém, com histologia compatível com somente um dos
sexos, ou seja, apresentam genitália externa oposta ao da gônada que apresentam. Podem ser:
10. PARAFILIAS
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PARAFILIA CONCEITO
Acrofilia Condição de quem se sente sexualmente excitado com as alturas ou com locais altos
Actirastia Condição de quem se sente sexualmente excitado por expor o corpo ao sol
Condição de quem se sente sexualmente excitado por ter umparceiro que finge
Agonofilia
lutar ou resistir
Agrexofilia
que se está tendo relações sexuais
Alopelia Ato de ter um orgasmo por observar outros a terem relações sexuais
235
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PARAFILIA CONCEITO
Atração por indivíduos que não têm um ou vários dos membros docorpo (ver
Amalotasis
Acrotomofilia)
Andromimetofilia ou Condição de quem se sente sexualmente excitado por ter umaparceira que se
Androminetofilia veste como homem
Excitação sexual com vento ou sopro (corrente de ar) nos genitais ou em outra
Anemofilia
zona erógena
Anfissexualidade Bissexualidade
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PARAFILIA CONCEITO
Arenotigmofilia Ninfomania
Asinofilia Celibato, em particular quando induzido por uma Disfunção Eréctil no homem
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PARAFILIA CONCEITO
Prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis àboca da pessoa
ATM (ass to mouth)
penetrada
Aulofobia Medo irracional e excessivo de instrumentos musicais com uma forma fálica
Ato de chicotear a si próprio como forma de obtenção de prazer sexual ou, pelo
Autoflagelação
contrário, de o mitigar
CPF: 073.496.444-77
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PARAFILIA CONCEITO
Condição de quem se sente sexualmente excitado por olhar para oseu próprio
Autoscopofilia
corpo, em particular para os órgãos genitais)
Auto-sexualidade Masturbação
Biastofilia Condição de quem se sente sexualmente excitado por atacar e porviolar alguém
Marceli souza
Blastolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado com jovens dosexo feminino
Bukkake Modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que"recebe" no rosto a
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PARAFILIA CONCEITO
ejaculação de diversos homens
Claustrofilia Condição de quem se sente sexualmente excitado por estar emlocais fechados
souza -- CPF:
Cleptofilia
parceiro sexual
Marceli
Coito a tergo Relação sexual em que o homem penetra a mulher por trás
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PARAFILIA CONCEITO
Coprolália Utilização de uma linguagem sexual obscena, em particular durante o ato sexual
Coproscopia Condição de quem se sente sexualmente excitado por observar alguém defecar
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PARAFILIA CONCEITO
Condição de quem se sente sexualmente excitado pelo fato de ter que pagar o
Crematistofilia
parceiro para ter relações sexuais ou de por ele ser roubado
Crinofilia excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais etc)
um parceiro
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PARAFILIA CONCEITO
Ecdemolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado por estar longe de casa
Enditolagnia ou
Marceli souza
Situação em que um homem se veste com roupas de mulher. Este nome advém de
Eonismo Chevalier d´Eon (1728-1810), diplomata francês que se passou por mulher na corte
de Catarina (ver Travestismo e Cross-dresser)
Erotismo
Penetração do ânus com o braço
braquiopróctico
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
PARAFILIA CONCEITO
Estenolagnia Condição de quem se sente sexualmente excitado por mostrar osseus músculos
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
PARAFILIA CONCEITO
Maieusofilia Fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos - verpregnofilia
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
PARAFILIA CONCEITO
Pirofilia Prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se ou queimandoobjetos com ele
Marceli
Pregnofilia ou
Fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos
maieusofilia
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FREDERICO ALVES MELO SEXOLOGIA FORENSE • 17
PARAFILIA CONCEITO
Trampling Fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro
247
Marceli
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18 TOXICOLOGIA FORENSE
TOXICOLOGIA FORENSE • 18
248
FREDERICO ALVES MELO TOXICOLOGIA FORENSE • 18
A toxicologia forense envolve os estudos de energias de ordem química, englobando assim venenos e
drogas.
1. VENENOS
São substâncias minerais ou orgânicas que podem ser de origem mineral, vegetal, animal ou sintética
e, quando administradas no organismo em pequenas quantidades, causam alterações substanciais no
funcionamento do corpo, podendo inclusive levar à morte.
Não se confunde com a substância tóxica, pois esta deve ser administrada em grandes quantidades.
Campo de ação dos venenos – o sistema capilar é o campo de ação dos venenos; assim, a rapidez
de ação dos venenos é verificada pelo trajeto até chegar aos vasos capilares.
Etapas da fisiopatologia dos venenos:
• Penetração;
• Absorção;
• Distribuição;
• Fixação;
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• Transformação;
• Eliminação via sistema urinário, digestivo (vômitos), suor, saliva, bile ou leite.
2. DROGAS
O conceito de drogas é um conceito legal, sendo consideradas drogas todas as substâncias que se
encontram elencadas na Portaria 344 da Anvisa. Nessa regulação ainda é apresentado um conceito geral de
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drogas que é:
3. INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO
Marceli souza
Segundo o professor Genival Veloso, a intoxicação é caracterizada como sendo um quadro de reações
Marceli
do metabolismo que tem origem acidental, diferente do envenenamento, que teria origem intencional e
exógena.
• Hidrargirismo:
o A intoxicação/envenenamento se dá por mercúrio (Hg).
o Causa complicações neurológicas, podendo inclusive levar a óbito.
o É comum nas áreas de garimpo.
o Afeta o sistema nervoso causando paralisias.
• Mitridatismo:
o A intoxicação/envenenamento se dá por arsênico.
o O arsênico possui grande afinidade com a pele e, mesmo anos após a morte, é possível
verificar a presença de arsênico nos fâneros da pele.
o É inodoro, incolor e insípido.
o Em doses mínimas pode matar.
o É possível verificar sua presença nos fâneros da pele.
o São sinais que indicam: eritema na pele sem exposição ao sol, dores abdominais, vômitos
esbranquiçados, diarreia, fígado amarelado (forma crônica) etc.
249
FREDERICO ALVES MELO TOXICOLOGIA FORENSE • 18
• Chumbinho (carbamato)
o É inibidor da enzima acetilcolinesterase, que é responsável por destruir os efeitos a
acetilcolina.
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DETALHANDO
A acetilcolina é liberada após cada transmissão dos impulsos nervosos aos diversos órgãos do corpo,
souza -- CPF:
que fazem os músculos contraírem. A acetilcolinesterase faz com que o músculo, após a contração, relaxe.
Assim, com a acetilcolinesterase inibida, não se consegue relaxar os músculos, o que leva a espasmos
Marceli souza
• Pesticidas organofosforados:
o São feitos de organofosforados para matar as pragas da lavoura.
o A ingestão desses alimentos sem a adequada higiene leva à contaminação, causando
problemas neurológicos, de controle da musculatura, náuseas etc.
o Também é inibidor da acetilcolinesterase.
o Afetam as terminações nervosas. O comando do corpo é feito por ordens do nervo para o
músculo, por meio de um composto químico chamado acetilcolina. Ocorre que uma enzima
chamada acetilcolenesterase tira os efeitos da acetilcolina. Mas, com a intoxicação, a
ordem de retirar, feita pela acetilcolenesterase, fica inibida. Assim, a ordem de movimento
fica mantida, causando desarranjo do corpo, levando a espasmos musculares
generalizados.
• Monóxido de carbono:
o Normalmente está presente na fumaça negra que ocorre pela queima de determinados
produtos.
o O monóxido de carbono possui uma afinidade muito grande com a hemoglobina, formando
a carboxihemoglobina, que impede o transporte de oxigênio.
250
FREDERICO ALVES MELO TOXICOLOGIA FORENSE • 18
O conceito de drogas é um conceito legal, sendo consideradas drogas todas as substâncias que se
encontram elencadas na Portaria 344 da Anvisa. No entanto, há doutrina que conceitua no sentido de que
droga é a substância natural ou sintética, que causa tolerância, dependência ou crise de abstinência.
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• Tolerância:
o É a necessidade de doses crescentes da droga para obter o mesmo efeito, em função de
souza -- CPF:
um hábito.
o Intolerância é a sensibilidade exacerbada a pequenas doses de veneno.
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• Síndrome de abstinência:
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• Psicolépticas ou psicocatalépticas;
• psicodislépticas;
• psicoanalépticas.
251
FREDERICO ALVES MELO TOXICOLOGIA FORENSE • 18
São drogas tranquilizantes, depressivas do sistema nervoso central, que geram a diminuição dos
batimentos cardíacos, da respiração etc.
Exemplos: álcool, sedativos, morfina, ópio, papoula, heroína, barbitúricosetc.
Álcool:
• Sua absorção começa na mucosa oral, segue no estomago, e é máxima no intestino delgado.
• Quando não for possível verificar a dosagem de álcool no sangue, deveser analisado o humor
vítreo (parte atrás do globo ocular).
• Álcool é a droga depressora mais usada no mundo.
• O álcool deprime a censura (superego), e a pessoa se “solta”.
• O consumo do álcool possui três fases:
o 1ª) fase do macaco, que leva a excitação ou a desinibição;
o 2ª) fase do leão, que leva a agitação ou a confusão; e
o 3ª) fase do porco, que leva ao sono ou ao coma.
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5.2. Psicodislépticas
5.3. Psicoanalépticas
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• São drogas estimulantes do sistema nervoso central, que aceleram as reações encefálicas, e
geram euforia, agitação, respiração ofegante, pupilas dilatadas etc.
• São exemplos: Cocaína, anfetaminas, ecstasy, oxi, crack, merla etc.
• São drogas sintéticas produzidas em laboratório, que causam (mimetizam) os mesmos efeitos das
drogas ilícitas (psicoléptica, psicodisléptica ou psicoanaléptica), mas com componentes químicos
que não estão elencados na portaria 344 da Anvisa.
Ocorre quando os pacotes inseridos em um corpo para serem transportados (mulas) se rompem
com drogas no seu interior.
Body packer – os pacotes são ingeridos e transportados no estômago.
Body pusher – os pacotes são inseridos e transportados nos orifícios naturais.
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FREDERICO ALVES MELO TOXICOLOGIA FORENSE • 18
• Oral.
• Injeção.
• Inalação.
A última possui os efeitos mais rápidos, pois não precisa passar pelo coração parachegar às artérias.
• Efeito aditivo – há o consumo de mais de uma droga e os efeitos individuais de cada uma se
somam.
• Sinergismo – há potencialização de determinada droga diante da presença de outra droga (droga
a será mais toxica em doses menores, em função da presença de outra droga).
• Antagonismo – há o consumo de mais de uma droga e os efeitos dessas substâncias se
neutralizam.
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