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aprendizagem
Ano: 2017
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Cintia Fister Ferreira Marcante
Avaliação e Intervenção
Neuropsicopedagógica nos
distúrbios de aprendizagem
1ª Edição
2017
Curitiba, PR
Editora São Braz
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FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
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Apresentação da disciplina
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Aula 1 - O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo, o papel do
neuropsicopedagogo na instituição escolar, intervenções neuropsi-
copedagógicas: possiblidades e limites
Apresentação da aula
Fonte:http://br.freepik.com/vetores-gratis/mente-do-aluno_761227.htm#term=cerebro
mente&page=1&position=29
Fonte:https://www.sophia.org/tutorials/teoria-cognitiva-da-aprendizagem-multimedia-
de-ric
Ouça
Para o professor Mayer, em sua investigação da área
cognitiva, a aprendizagem terá mais sucesso se for baseada
na utilização de recursos visuais. Assista ao vídeo sobre
Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimédia no link:
https://youtu.be/pK_wr0FF4N4
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Para Piaget (1991), o conhecimento é uma evolução contínua e sua
construção parte da interação ativa do sujeito. Também defende que o ser
humano se desenvolve através de estágios de organização no campo do
pensamento e do afeto, isso acontece, através das possibilidades em que o
ambiente leva a criança à ação, ou seja, em certo momento a criança se
desenvolve por centrar-se em si mesmo, depois passa para um sentimento de
obediência (envolvida por temor e afeição), a partir daí, constrói sua própria
forma de pensar e agir, já com mais autonomia. Assim, a inteligência humana
passa por uma transformação constante, sempre buscando compreender o que
acontece ao seu redor.
Dentre suas investigações, Piaget descobriu formas da construção do
conhecimento e do desenvolvimento das características, que vão desde o modo
de pensar, agir e falar das crianças e adolescentes.
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educacional, pode-se supor que o aluno, tanto em sua ação como no seu
raciocínio, se posiciona em um processo de aprendizagem ativa, com ênfase nas
interações. Tanto o professor como o companheiro de classe, são importantes
para o desenvolvimento da aprendizagem. Fica claro, que o processo de
aprendizagem para Piaget, não é um processo mecânico e sim um processo
complexo, que requer um método ativo para o ensino, fazendo com que o
professor assuma um papel mais dinâmico, com mais habilidades de ensino, se
tornando um agente ativo, que segundo PASCUAL (1999, p.9): “cabe ao
professor mostrar ao aluno que seus esquemas assimilados são insuficientes
para atingir um equilíbrio permanente”, ou seja, o professor precisa aguçar a
curiosidade de seu aluno, instigando-o a uma reflexão e criação constante.
Em síntese, pode-se dizer que para Piaget, a construção de conhecimento
se remete a processos de assimilação, buscando-o através de uma elaboração
interna, de aprendizagem cognitiva e não mecanicista, pois a inteligência é
construída e não um produto de dotação genética.
Na visão de Vygotsky, temos a contribuição de que não é possível pensar
em aprendizagem sem a interação com o outro, ou seja, é necessário à
socialização. Veja no quadro os conceitos de aprendizagem:
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Diante a isso, Vygotsky compreende que, antes do ensino escolar, a
criança já vem para a escola com certo conhecimento, pois de alguma forma ela
já entrou em contato em seu cotidiano, com noções matemáticas e com a escrita.
Na escola, o professor terá que ter habilidades, pois os conhecimentos
adquiridos pela criança no âmbito familiar, são impulsionados por motivos e
necessidades. Por isso, a escola tem um papel muito importante no que diz
respeito ao desenvolvimento das funções psicológicas.
Para Dantas (1994), os educadores têm um grande interesse pela obra de
Henri Wallon, pela sua proposta de uma Psicologia integradora que dá ênfase
nos processos emocionais e afetivos, em que se predomina o componente
intelectual do conhecimento. Com isso, Wallon afirma que há uma conexão entre
a emoção e o funcionamento intelectual. Pode-se dizer que a emoção é um
elemento da expressão e o professor tem que estar atento a esse aspecto, visto
que se o emocional do aluno estiver fora de controle, irá inibir seu intelectual e
vice-versa, resultando na dificuldade da aprendizagem. A escola tem um papel
muito importante nesse conceito de Wallon, pois precisa de forma adequada,
lidar com as emoções do aluno, não intensificando suas frustações e
ansiedades, assim como o professor também precisa saber lidar suas próprias
emoções perante seus alunos, principalmente no período da Educação Infantil,
que é a fase que forma a personalidade. Outro momento é na adolescência, em
que podem surgir conflitos entre professor/aluno.
Esses conflitos são parte da construção do psiquismo e não pode ser
encarado totalmente como empecilhos para a aprendizagem. O professor
nessas etapas, precisa manter o equilíbrio, a racionalidade e não se envolver em
situações conflituosas.
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Baseado nessa necessidade, surge o papel neuropsicopedagogo na
instituição escolar. Primeiro, precisa-se entender que a área da pesquisa da
neuropsicopedagogia é na atuação interdisciplinar, que vai desde a avaliação
até a intervenção.
Para Rotta Apud Consenza (2010):
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analise e reflita sobre o que está fazendo e como poderia ter feito melhor.
Também serão ativadas nesse jogo várias áreas cerebrais.
Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n01/arquitet/lobos.htm
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Para realizar essa intervenção, o neuropsicopedagogo terá de seguir o
seguinte protocolo:
• Entrevista com o professor
• Entrevista com os pais;
• Questionário e escala de sintomas que deverão ser preenchidos pelos
pais e professores;
• Avaliação de um neuropsicólogo;
• Avaliação de um psicopedagogo;
• Avaliação de um fonoaudiólogo.
Importante
O neuropsicopedagogo tem um papel importante em efetuar o
procedimento da intervenção no sujeito, porém, o
planejamento deve conter duas partes: uma voltada para a
detecção dos sintomas e outra para dissolução das causas dos
sintomas. O profissional deve assinalar o sintoma e, em
seguida, buscar em suas anotações, as possíveis causas
(sempre com muito cuidado para não entrar no campo do
psicólogo, pois, sem preparo, fracassará). Lembrando, que
para cada causa, deverá delinear um procedimento; isso nas
três áreas: no sujeito, na família e na escola (CHAMAT, 2008).
Resumo da Aula
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como processo central do desenvolvimento humano, onde a criança aprende
através de seu cotidiano, que ele chama de conhecimentos espontâneos e
através do conhecimento científico, que começam ser adquiridos através do
ensino escolar. Na teoria de Wallon, a aprendizagem requer uma ação psíquica
complexa, para estruturação do próprio sujeito, integrando afeto, movimento e
intelecto. Foram identificadas nas teorias apresentadas, à necessidade do
neuropsicopedagogo na instituição escolar, que entenda como se processa o
desenvolvimento de aprendizagem de cada indivíduo, proporcionando-lhe
melhoras nas perspectivas educacionais.
Atividade de Aprendizagem
Destaque as contribuições de cada teoria estudada nesta
aula, para a área da neuropsicopedagogia.
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Aula 2 - Técnicas de avaliação neuropsicopedagógica na busca da
identificação das dificuldades e transtornos da aprendizagem
Apresentação da aula
Fonte: https://soparamaes.wordpress.com/2013/09/06/dificuldades-de-aprendizagem/
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Para identificar as dificuldades e transtornos da aprendizagem, precisa-se
entender o conceito de cada um.
Garcia (1998), define as dificuldades de aprendizagem como um conjunto
heterogêneo de transtornos, que se expressa no campo da metodologia escolar.
São também chamados de dificuldades intrínsecas, muitas vezes se dão por
mudanças frequentes de escolas ou, passar por uma situação que abale
gravemente o emocional. Porém, não é um problema da própria criança, ele está
relacionado com fatores familiares, socioeconômicos e pedagógicos.
Fonte:http://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-frustrado-com-a-licao-de-casa-
escrevendo-em-casa-menino-que-estuda-na-mesa-desenho-infantil-com-um-
lapis_1188282.htm
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2.2.1 Características Diagnósticas: DSM – V (2013)
A-fe-cha-du-ra-da-por-ta-da-mi-nha-ca-sa-que-brou-ho-je-a-tar-de.
Nesta leitura tem 20 segmentos que não tem significado nenhum para a
pessoa com dificuldade de aprendizagem, inibindo a recuperação da memória
de trabalho e de fazer a interpretação.
Já um leitor, vai ler essa frase utilizando-se de 11 segmentos mais
significativos, ficando mais fácil recuperar a memória do trabalho e interpretar o
conteúdo lido.
A dificuldade na leitura e interpretação vai muito além da língua
portuguesa, pois todas as outras disciplinas ficarão prejudicadas. A história e a
geografia, mesmo que o sujeito tenha potencial para assimilar a matéria, se a
entrada da informação se der somente com a leitura, ele terá dificuldade de
interpretação, não podendo acompanhar o rendimento de seus colegas. O
mesmo se dá com a matemática, por mais que tenha um bom raciocínio lógico,
se tiver que ler e interpretar, esse sujeito terá prejuízo.
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Análise 3:
José tem 7 anos e cursa o 2º ano do Ensino Fundamental:
- Não está conseguindo ser alfabetizado;
- Desinteresse pelas atividades propostas;
- Desatenção e agitação dentro da sala de aula;
- Problemas de comportamento na escola;
- Facilidade de aprender;
- Facilidade para matemática.
Análise: Dificuldade na leitura e escrita, desinteresse pelas
atividades propostas, agitação na sala, comportamento não
adequado, com facilidade de aprender de modo geral, incluindo a
matemática. Aparentemente é parecido com a dislexia, porém a
diferença encontra-se na idade e período escolar, bem como a
facilidade em aprender matemática e outras matérias, sinalizando que
consegue interpretar. Nesse caso, deverá ser feito apenas a
intervenção pedagógica, podendo ser acompanhado por uma
fonoaudióloga.
Análise 4
Vanderlei tem 9 anos e cursa o 4º ano do Ensino Fundamental:
- Lê e escreve com limitações na expressão e compreensão;
- Dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral;
- É esforçado, mais não consegue acompanhar;
- Tem desempenho melhor em atividades não verbais;
- Não apresenta comprometimento verbal.
Análise: Dificuldade oral, leitura, escrita, matemática, preservação da
capacidade intelectual geral. Indica Distúrbio funcional da aprendizagem.
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Vídeo
Assista ao vídeo de Roberto Andersen, sobre as atividades
que o Neuropsicopedagogo deve exercer nas escolas, e todas
as áreas de atuação deste profissional no link:
https://www.youtube.com/watch?v=1RQOryd3miw
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ser flexível e perspicaz em suas estratégias, pois cada indivíduo deve ser
avaliado de forma única.
Para Rita (2015), investigar o histórico familiar é fundamental para iniciar
uma análise. Nessa entrevista, faz-se necessário saber sobre a gestação, parto
e fatos que estejam envolvidos no nascimento do avaliado até o pós-parto.
Em seguida, deve-se avaliar a situação atual do paciente, sua evolução
ao longo do tempo, sua compreensão sobre seu problema, seu desenvolvimento
neuropsicomotor, o jeito de ser, experiências escolares e o estudo da queixa
(motivo da consulta). O diálogo com a equipe técnica-pedagógica e professores
da escola frequentada pelo paciente, deve ser contínua.
A entrevista pode ocorrer numa única sessão, porém, logo em seguida
deve-se informar o objetivo e a função da avaliação neuropsicopedagógica, a
previsão do número de sessões e a forma de encerramento.
A avaliação Neuropsicopedagógica poderá ser através da observação do
indivíduo frente às atividades que serão propostas. Nessa avaliação, o
neuropsicopedagogo deverá anotar a forma e como o indivíduo reage frente às
atividades apresentadas, qual a sua colaboração, se está se opondo em
executar as tarefas, ou mesmo se está se sentindo inseguro ou tenso.
Quanto às sessões, o neuropsicopedagogo deverá levar em
consideração: quantas sessões serão utilizadas para a intervenção, quanto
tempo será necessário para cada sessão; lembrando sempre que essa análise
deverá ser feita conforme o diagnóstico de cada indivíduo.
Após esses trâmites, se faz necessário à devolutiva aos familiares,
paciente e à escola. Nesta fase o neuropsicopedagogo irá apresentar os
resultados levantados através da coleta de dados feita na avaliação, indicando
os resultados e prestando orientações de como proceder para alcançar uma
melhora significativa.
Entre várias modalidades de avaliação, pode-se destacar: a avaliação
quantitativa e a avaliação qualitativa.
Avaliação quantitativa: Poderão ser utilizados nessa avaliação,
instrumentos que envolvam a leitura, escrita, aritmética, atenção e funções
executivas, memória de aprendizagem e destreza motora.
Avaliação qualitativa: O neuropsicopedagogo poderá utilizar-se de
desenhos, sequência e movimentos, exercícios de criatividade, tarefas
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envolvendo leitura, escrita, cálculos, interpretação e intelecção de texto, jogos
(competitivos ou não) e softwares educativo.
Para todas essas intervenções apresentadas, é necessário um bom
planejamento, os quais deverão ser divididos em fases, conforme proposto por
Beltrán (1993,1996) com início, intermediário e final da intervenção.
Na fase Inicial, deve-se observar de como o indivíduo utiliza-se de sua
capacidade em aprender, e como viabiliza essas habilidades nos desafios
escolares.
Já na fase Intermediária, o neuropsicopedagogo terá de utilizar recursos
com modalidades variadas como estratégias, visando os processos de
compreensão-retenção e recuperação-utilização.
E por último, a fase Final, o neuropsicopedagogo, baseando-se em seus
princípios de avaliação aplicada e nos dados levantados, reavaliará o quadro do
indivíduo para detectar se atingiu ou não o objetivo esperado. Caso afirmativo,
deve se dar alta, em caso negativo, fará um relatório dos ganhos atingidos com
a intervenção aplicada e terá de elaborar um novo plano de ação.
Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
Elabore uma reflexão sobre o significado da frase: “Nenhum
profissional conseguirá acionar a aprendizagem no aluno, se
o mesmo não tiver a vontade e ação de mover-se para
aprender.”
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Aula 3 - Conceito da avaliação neuropsicopedagógica, formas e análise da
avaliação
Apresentação da aula
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modelo de aprendizagem, ele é classificado e excluído do processo. Pode-se
dizer que esse conceito de avaliação é punitivo e coercitivo.
Diante desse contexto, o conceito de avaliação do neuropsicopedagogo
não é somente o de mudar o sistema avaliativo, mas também o trabalho
pedagógico e as condições do trabalho do próprio professor, pois se faz
necessário descobrir a forma e o ritmo de cada indivíduo.
É indispensável que o Neuropsicopedagogo tenha clareza e critérios do
que se pretende avaliar, para poder adotar uma metodologia e recursos
adequados. É preciso ter coerência entre um instrumento de avaliação e a
prática pedagógica do professor; a partir dessa avaliação, começa ocorrer uma
grande mudança nas instituições de ensino, pois os instrumentos certos de
avaliação devem começar a ser aplicados no momento em que se ensina, ou
seja, na sala de aula.
Os instrumentos de avaliação do neuropsicopedagogo devem-se à
multiplicidade dos conteúdos e do sujeito avaliar, com coerência. Esses
instrumentos serão aplicados não mais como uma forma de avaliação punitiva,
mas uma forma de avaliar o ensino. Com isso em mente, se faz necessário
conhecer cada vez mais as formas pelos quais os alunos aprendem, assim ficará
mais fácil a intervenção. A avaliação terá de ser uma mediação entre o ensino
do professor e a aprendizagem do indivíduo.
Deve-se sempre levar em consideração que cada aluno aprende de forma
diferente, porque cada um traz a sua própria história de vida, condicionando e
influenciando em sua forma de aprender. Por isso, a avaliação do neuropsico-
pedagogo é através das informações sobre a história do aluno.
Assim, a avaliação neuropsicopedagógica, consiste em buscar as causas
das dificuldades ou transtornos de aprendizagem, na qual serão realizados
testes específicos como leitura, escrita, matemática, atenção e processos
envolvidos no saber do indivíduo.
Nessas avaliações o neuropsicopedagogo, poderá detectar dificuldades
na aprendizagem em um grau pequeno.
Nesse conceito da avaliação, pode-se observar que o problema com a
aprendizagem sempre existiu, mas atualmente com um olhar novo na
neuropsicopedagogia, aliado ao conhecimento do cérebro, pode-se desenvolver
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melhores formas de avaliação, para utilizar de instrumentos de intervenção mais
apropriados.
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1. Escrita - posição do papel, postura para escrever e segurar o
lápis(caneta), erros ortográficos, velocidade da escrita;
2. Leitura - Velocidade, postura e dificuldade;
3. Cálculo - Relações de tamanho, conceito de quantidade, compreensão
dos números.
3.3 de avaliação
Fonte: http://neuropsicologiagoiania.com.br/
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Também, deve-se levar em consideração que os protagonistas de uma
avaliação são o professor e o aluno. Por isso, discutir critérios de avaliação de
forma coletiva, irá ajudar a obter resultados melhores.
A avaliação sempre esteve relacionada com o poder, no modelo tecnicista,
que privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes; ela é
ameaçadora, pode se dizer que essa avaliação passa a ser um instrumento de
poder e dominação. Infelizmente, muitas instituições escolares ainda apoiam
esse tipo de sistema, e encontram dificuldades de agir diferentemente, muitas
vezes os profissionais vivenciaram esse tipo de avaliação quando eram alunos.
Porém, com a introdução de um novo profissional habilitado, esse conceito
começa a mudar, pode-se dizer que nas novas análises avaliativas, deixa-se de
considerar os alunos como deficientes e se torna um desafio para profissionais
que não querem deixar para trás nenhum indivíduo.
O acompanhamento de um neuropsicopedagogo, parte de uma queixa de
que o indivíduo apresenta limitações nas atividades escolares, principalmente na
escrita e na leitura, apresentando também, dificuldades no aspecto temporal e
no raciocínio lógico-matemático.
Apesar dessas queixas, o indivíduo apresenta interesse, curiosidade e é
inteligente, porém, precisa de estímulos e recursos pedagógicos para
desenvolver habilidades cognitivas.
Diante desse contexto o neuropsicopedagogo poderá iniciar a avaliação,
com 2 encontros semanais, duração de 1 hora de análise diagnóstico, e utilizar
os seguintes instrumentos:
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Resultado: Constatou-se que o comportamento apresentado, reflete
questões múltiplas resultantes da construção e constituição do sujeito e das
relações estabelecias com os serres e o mundo, logo que trata-se de uma
criança institucionalizada. Observando seu aspecto corporal, demonstrou ter
consciência do seu próprio corpo, tem domínio correto, obedecendo bem aos
comandos.
Na orientação temporal há um déficit acentuado, pois não tem noção de
tempo através da análise com o quebra-cabeça; mostrou dificuldades no
encaixe, demonstrando problema espacial.
Na área cognitiva apresentou dificuldades nas limitações do raciocínio
lógico e construção de números.
Apresentou dificuldade na linguagem, com leitura e escrita pré -operatória.
Já na área afetivo social, apresentou baixa autoestima, sentimento de abandono.
No aspecto pedagógico, as dificuldades são próprias, impedindo que se
estabeleçam vínculos com o conhecimento.
O indivíduo tem uma carência psicoafetiva, visto que sente a ausência do
vínculo do pai.
Seu meio social não propicia construções enriquecedoras; modelo de
aprendizagem inadequado.
Faz-se necessário que sejam introduzidos estímulos significativos para o
desenvolvimento de novas formas de pensar. Para isso são necessários:
3. Troca de professora para que aja uma mudança total nos vínculos
afetivos com os elementos da aprendizagem;
4. A intervenção psicopedagógica;
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Amplie Seus Estudos
SUGESTÃO DE LEITURA
Neurociências e Desenvolvimento Cognitivo
de Herber Maia. O livro procura trazer uma
reflexão sobre os aspectos do Desenvol-
vimento Cognitivo e da aprendizagem escolar
da criança que promovam a capacitação dos
professores e dos profissionais afins para o
desafio da inclusão escolar.
Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
Como o neuropsicopedagogo, pode ajudar a mudar o
conceito de avaliação do professor e da instituição?
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Aula 4 - Identificar e compreender as bases neurocientíficas dos processos
envolvidos na aprendizagem, integrando avaliação e a intervenção em
situações que envolvam esses processos no plano individual ou coletivo
Apresentação da aula
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As áreas da psicologia e da neurociência, nos permitem entender de
forma abrangente o desenvolvimento da criança, e com base em evidências
neurocientíficas, pode-se dizer que há uma correlação entre um ambiente rico e
o aumento das sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas, faz-se
necessário uma definição de qual meio estimulante a ser utilizado para cada tipo
de aprendizado, como quais intervenções serão mais apropriadas para
intensificar o efeito do meio.
O professor, dificilmente irá conseguir planejar aulas com bases
neurocientíficas, pois, para isto terá que compreender estas bases, ficando cada
vez mais evidente a importância de todos da área da educação, ou da saúde
aprimorarem e atualizarem os seus conhecimentos. Laurinda Ramalho de
Almeida, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e especialista em
Wallon, diz: "A Neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre
da integração entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar
essa interação por parte das crianças" (ALMEIDA, 2012).
Vamos considerar algumas conclusões neurocientíficas ligadas à
aprendizagem, explanando a integração que existe entre Neurociência,
Psicologia e Pedagogia, segundo a Nova Escola.
4.2 Emoção
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4.2.1 A emoção, para Piaget
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motivação não conseguimos aprender. Hoje pode-se analisar estudos que
comprovam que no cérebro existe um sistema dedicado à motivação e à
recompensa. Ao analisar um sujeito que é afetado positivamente por algo,
percebe-se que automaticamente a região responsável pelos centros de prazer
é ativada, passando a produzir uma substância chamada dopamina, substância
que gera bem-estar, que mobiliza a atenção da pessoa e reforça o
comportamento dela em relação ao objeto que a afetou. A neurologista Suzana
Herculano-Houzel, autora do livro Fique de Bem com Seu Cérebro (2007), traz
à atenção de quando um indivíduo realiza tarefas muito difíceis ele irá se
desmotivar facilmente e consequentemente seu cérebro ficará frustrado, sem
obter prazer do sistema de recompensa.
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A motivação está diretamente relacionada às emoções suscitadas pelo
contexto. O prazer, mais do que estar na situação de ensino ou mediação, pode
fazer parte do próprio ato de aprender, trata-se da sensação boa que a pessoa
tem quando se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um
desafio usando apenas o que já sabe, ficando com isso, mais interessada em
aprender.
Com esse contexto, se conclui que o papel da escola não é apenas ter
um espaço em que a preocupação é somente transmitir conteúdo. A proposta
pedagógica deve incluir atividades que os alunos tenham condições de realizar,
para que despertar a curiosidade deles e os faça avançar. É necessário levá-los
a enfrentar desafios, a fazer perguntas e procurar respostas.
Outra base neurocientífica que envolve a aprendizagem e que precisa-se
entender, é a atenção, que é fundamental para a percepção e para a
aprendizagem. Foram comprovados através de Pesquisas comportamentais e
neurofisiológicas, que o sistema nervoso central só processa aquilo que está
atento.
Em um estudo de Gilberto Fernando Xavier e André Frazão Helene, do
Instituto de Biociências da USP, publicado em 2006 na revista Neuroscience,
foram organizados grupos de pessoas para avaliar o desenvolvimento da
habilidade de leitura e de palavras espelhadas. Um grupo treinou escrever, de
maneira imaginária, palavras invertidas. Outro grupo treinou ler termos desse
tipo. Depois, tanto o primeiro grupo como o segundo, conseguiram ler com
rapidez palavras espelhadas criadas pelos pesquisadores. Porém deram a tarefa
para um terceiro grupo, enquanto treinavam a leitura e a escrita de termos
espelhados, precisavam realizar mais uma tarefa de memorização visual. O
resultado foi que tanto a memorização quanto a aquisição da habilidade de
leitura invertida ficaram prejudicadas. Com esse estudo eles comprovaram que,
se o desvio de atenção é significativo, a aquisição de habilidade e a
memorização sofrem prejuízos.
Para Piaget, se prestamos atenção é porque entendemos, ou seja, o que
está sendo apresentado tem significado e representa uma novidade. Se há um
desafio e se for possível estabelecer uma relação entre esse elemento novo
e o que já se sabe, o cérebro dará o comando de forma positiva e a atenção é
despertada.
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A mente é seletiva, pois só se reconhece o que acontece à volta, se tiver
um conhecimento prévio. Não se hesita, por exemplo, em interromper uma
atividade quando se sente um cheiro de fumaça no ambiente. Assim, conhecer
padrões é fundamental para se dedicar, agir e aprender sobre o que importa.
Pode-se dizer que interferência do ambiente no sistema nervoso causa
mudanças bem significativas no cérebro. Por exemplo, dependendo do que
ocorre, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses) mudam.
Anteriormente acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam
pelo resto da vida, porém estudos indicam que não. Em 1980, um estudo pioneiro
do neurocientista norte-americano Michael Merzenich, da Universidade da
Califórnia, nos Estados Unidos, verificou que o cérebro de macacos adultos se
modificam depois da amputação de um dos dedos da mão. A perda do membro
provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo controle motor do
dedo amputado. Ele observou que essa área acabava sendo ocupada pelos
neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao lado.
No processo de aprendizagem, pode-se dizer que o aluno deve ser ativo
em suas aprendizagens, mas, cabe aos profissionais habilitados orientar e
oferecer condições para que ele exerça suas potencialidades, conhecendo-o
bem e todo contexto em que vive, principalmente a relação dele com a natureza
do tema a ser aprendido.
A ativação das redes neurais se dá em sua maior parte, por associação
de redes ativadas entre si de uma forma frequente e estável, tornando as
conexões sinápticas mais fortes e mais fácil na recuperação da memória. Isso
acontece pela repetição de informação. Médicos e doutores em Ciência do
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) Ramon M. Cosenza e Leonor B. Guerra no livro Neurociência e
Educação: Como o Cérebro Aprende (2011, p. 151) afirmam: "Podemos
simplesmente decorar uma nova informação, mas o registro se tornará mais forte
se procurarmos criar ativamente vínculos e relações daquele conteúdo com o
que já está armazenado em nosso arquivo de conhecimentos".
É tarefa da instituição escolar, ter profissionais que compreendam as
bases neurocientíficas para que possam evoluir nos processos envolvidos na
aprendizagem, integrando a avaliação e intervenção de uma forma consciente,
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capaz de dar condições para que o aluno construa sentido sobre o que está
vendo em sala.
Resumo da aula
Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre a importância do Neuropsicopedagogo nas
escolas.
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Resumo da disciplina
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REFERÊNCIAS
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MACEDO, L. in: SALLA, F. Neurociência: como ela ajuda a entender a
aprendizagem. São Paulo: Nova Escola, 2012. Disponível no acesso:
https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem Acessado
em: Jan/2017.
http://www.neurointegra.com.br/a-intervencao-do-neuropsicopedagogo-nos-
casos-de-transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade/
https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem
https://seer.furg.br/momento/article/viewFile/2478/2195
https://www.youtube.com/watch?v=2IKlsW15vLY
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