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Contratante: Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS
Executor: Painel Pesquisas, Consultoria e Publicidade Ltda.
Contrato: n.º 53/SMADS/2021
Processo Licitatório: nº 46/SMADS/2021

COORDENAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DA VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL COVS | SMADS

Carolina Teixeira Nakagawa Lanfranchi


Viviane Canecchio Ferreirinho
Maria Clara Ferreira da Silva
Maria Rita Gomes de Freitas
Filipe Santoro

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EQUIPE TÉCNICA - PAINEL PESQUISAS E CONSULTORIA

Direção Executiva
Ermelinda Maria Uber Januário

Maria Helena Provenzano


João Jeronymo de Aquino Neto
Coordenação Geral

Ermelinda Maria Uber Januário


Luciana Pena Morgado
Ana Carolina Martins Gil
Liliana Aparecida Mantoni
Pesquisadores Sênior

Thaís Navas Marques Luiz


Samira Heidy da Silveira Nagib
Pesquisadores Pleno

William Spiess
Allan Patrick Xavier dos Santos
Emanoel Alves Junior
Técnicos em Tecnologia de Informação

Emanoel Alves Junior


Técnico em Geoprocessamento

Fátima Mottin
Estatística

Ana Carolina Martins Gil


Fernando Monteiro Camargo
Leila Raquel Aparecida dos Santos Pinelli
Supervisores de Campo

Ananda Sandoval Carvalhosa, Bianca de Oliveira Pereira Silva, Brenda Goncalves Ferraz, Dalmir
Godinho Ramiro, Daniela Moreira Lobo, Felipe Patrício Lino Ferreira, Giovanna Carolina Bueno, Irailse
de Souza Santo Silva, João Igo Santos Silva, Joselia Pereira Varjão Santos, Leonise de Oliveira Brandão
Pansani, Lívia Petinari da Rosa, Lucas Pereira Lima e Motta, Marcelo Gabriel Amorim Guirra, Marcos
Aurélio Pereira Silva, Michael Muller Fardin, Mirtes dos Santos Bezerra, Monaliza Clemente dos
Santos, Naraísa Moura Esteves Coluna, Nathalya Nakata, Nívea Naiara Alves dos Santos, Núbia
Lafaiete Castro, Otávio Silva Pereira, Rinaldo dos Santos Demetrio, Rodrigo de Oliveira Vicente,
Rodrigo Ribeiro da Silva, Thaisa Ciccone Sarzana, Thiago Batista de Almeida, Thim Santana Prado,
Tiago Rodrigues, Victor Gonçalves Ferraz
Pesquisadores de Campo

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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Sexo das CASR por faixa etária...................................................................................... 54
Gráfico 2: Raça/cor por faixa etária .............................................................................................. 56
Gráfico 3: Cruzamento de faixa etária por tipo de situação .......................................................... 58
Gráfico 4: Local de nascimento por grupo etário .......................................................................... 61
Gráfico 5: Cidade de nascimento das crianças de 0 a 6 anos por tipo de situação ........................ 61
Gráfico 6: Percentual de crianças de 0 a 6 anos e dos RESPONSÁVEIS que nasceram em São Paulo
(SP) por tipo de situação ............................................................................................................... 62
Gráfico 7: Local de nascimento das CASR na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ...... 63
Gráfico 8: Percentual de CASR por grupo etário e local de residência .......................................... 67
Gráfico 9: Região de moradia das CASR em São Paulo por grupo etário ....................................... 68
Gráfico 10: Tipo de situação de rua, por região de moradia em São Paulo na faixa etária de 7 a 17
anos .............................................................................................................................................. 70
Gráfico 11: Percentual que mantém contato com familiares por faixa etária e tipo de situação (*)
...................................................................................................................................................... 72
Gráfico 12: Percentual grupo etário e tipo de situação que declararam estar cadastrados no
CadÚnico ....................................................................................................................................... 76
Gráfico 13: Percentual por grupo etário e tipo de situação que declararam receber algum benefício
...................................................................................................................................................... 77
Gráfico 14: Tempo de rua por faixa etária distribuído ao longo do tempo ................................... 79
Gráfico 15: Tempo de rua por situação na faixa etária de 0 a 6 anos ............................................ 80
Gráfico 16: Tempo médio e mediano de rua por situação na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
...................................................................................................................................................... 81
Gráfico 17: Tempo de rua por situação na faixa etária de 7 a 17 anos .......................................... 88
Gráfico 18: Tempo médio e mediano de rua por situação na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
...................................................................................................................................................... 88
Gráfico 19: Pandemia como uma das causas da SR na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação .. 90
Gráfico 20: Cruzamento do ano que veio para a rua com a declaração da pandemia como uma das
causas de estar em SR na faixa etária de 7 a 17 anos por situação ............................................... 91
Gráfico 22: Cruzamento entre o tempo médio de rua e pandemia por SR na faixa etária de 7 a 17
anos .............................................................................................................................................. 91
Gráfico 23: Deslocamento dos entrevistados por faixa etária ...................................................... 98
Gráfico 24: Permanência dos CASR na rua por faixa etária ........................................................ 103
Gráfico 25: Dias da semana na rua por grupo etário ................................................................... 105
Gráfico 26: Percentual de respondentes que realizam a atividade na rua às vezes ou sempre por
faixa etária .................................................................................................................................. 126
Gráfico 27: Percentual de CA de 7 a 17 anos que pratica furtos por local em que dorme ......... 133
Gráfico 28: Percentual de CA de 7 a 17 anos que pratica furtos por matrícula na escola .......... 134

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Gráfico 29: Incidência do risco por faixa etária .......................................................................... 146
Gráfico 30: Incidência do risco por sexo biológico ..................................................................... 148
Gráfico 31: Principais locais citados para sanar necessidades básicas por faixa etária .............. 165
Gráfico 32: Percentual de vítimas de violência sexual na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 250
Gráfico 33: Percentual de vítimas de preconceito na faixa etária de 7 a 17 anos por situação de
risco ............................................................................................................................................ 252
Gráfico 34: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos
para CA no acolhimento.............................................................................................................. 252
Gráfico 35: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos
para CA em Outras trajetórias de risco ....................................................................................... 253
Gráfico 36: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos
para CA no pernoite .................................................................................................................... 253
Gráfico 37: Incidência de violência em CASR 7 a 17 anos com deficiência .................................. 254
Gráfico 38: Resumo do percentual de CAs que utilizaram os serviços da rede de atendimento de
São Paulo .................................................................................................................................... 259
Gráfico 39: Comparação, pernoite e as outras situações (acolhimento e outras trajetórias de risco),
do percentual de CA de 7 a 17 anos que NÃO utilizaram os serviços da rede socioassistencial em
São Paulo .................................................................................................................................... 261
Gráfico 40: Situação da matrícula por faixa etária ...................................................................... 262
Gráfico 41: Situação da matrícula na faixa etária de 0 a 6 anos por faixa etária ......................... 262
Gráfico 42: Matriculados antes e depois do acolhimento na faixa etária de 7 a 17 anos ............ 264
Gráfico 43: Matricularia em tempo integral por situação atual da matrícula.............................. 264
Gráfico 44: Matricularia em tempo integral por tipo de situação ............................................... 265
Gráfico 45: Motivo de não ter gostado do atendimento dos centros esportivos ........................ 277
Gráfico 46: motivo da avaliação .................................................................................................. 280
Gráfico 47: Motivo de não gostar ............................................................................................... 283
Gráfico 48: Motivo de não ter gostado do atendimento do CRAS ou CREAS............................... 285
Gráfico 49: Motivo de não ter gostado do atendimento do SEAS ............................................... 287
Gráfico 50: Motivo de não ter gostado do atendimento da MSE de LA e PSC ............................. 296
Gráfico 51: Motivo de não ter gostado do atendimento da Fundação Casa ............................... 297
Gráfico 52: Motivo de não ter gostado do atendimento do Conselho Tutelar ............................ 300
Gráfico 53: Motivo de não ter gostado do atendimento da UBS / PS / AMA .............................. 303
Gráfico 54: Motivo de não ter gostado do atendimento do Consultório na Rua ......................... 305
Gráfico 55: Motivo de não ter gostado do atendimento do hospital público.............................. 308
Gráfico 56: Motivo de não ter gostado do atendimento do CAPS infanto juvenil ....................... 310
Gráfico 57: Motivo de não ter gostado do atendimento do hospital psiquiátrico ....................... 312

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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Sexo biológico na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .................................. 55
Tabela 2: Sexo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ............................................... 55
Tabela 3: Raça/cor na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação........................................... 56
Tabela 4: Raça/cor na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação......................................... 57
Tabela 5: Idade aberta na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .................................. 58
Tabela 6: Criança na faixa etária de 0 a 6 anos com irmão, por tipo de situação .......................... 58
Tabela 7: Quantidade de irmãos das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação 59
Tabela 8: Faixa etária dos irmãos das crianças de 0 a 6 anos, por tipo de situação ...................... 59
Tabela 9: Onde estão os irmãos das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação . 60
Tabela 10: Estado ou país que nasceu a CASR da faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação 64
Tabela 11: CASR da faixa etária de 7 a 17 anos que nasceram fora do país, por tipo de situação . 64
Tabela 12: Estado ou país natal da criança na faixa etária de 0 a 6 anos por situação .................. 65
Tabela 13: Criança na faixa etária de 0 a 6 anos por situação que nasceram fora do país por situação
...................................................................................................................................................... 65
Tabela 14: Estado ou país natal dos responsáveis por CASR na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
...................................................................................................................................................... 66
Tabela 15: Cidade em que mora na faixa etária de 0 a 6 anos por situação .................................. 67
Tabela 16:Cidade em que mora na faixa etária de 7 a 17 anos por situação ................................. 67
Tabela 17: Região de moradia em São Paulo na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ... 68
Tabela 18: Região de moradia em São Paulo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação . 69
Tabela 19: Contato com parentes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ................. 72
Tabela 20: Costuma ter contato com outras pessoas da sua comunidade na faixa etária de 7 a 17
anos por tipo de situação .............................................................................................................. 73
Tabela 21: Você (responsável pelas crianças de 0 a 6 anos) mantém contato frequentemente com
quais pessoas da sua família ou conhecidos (família extensa) por tipo de situação ..................... 73
Tabela 22: Você sabe se a sua família tem cadastro no CADÚnico na faixa etária de 0 a 6 anos por
sexo............................................................................................................................................... 76
Tabela 23: Você sabe se a sua família tem cadastro no CADÚnico na faixa etária de 7 a 17 anos por
sexo............................................................................................................................................... 76
Tabela 24: Benefício sociais recebidos nas famílias das crianças de 0 a 6 anos ............................ 77
Tabela 25: Benefício sociais recebidos nas famílias das CA de 7 a 17 anos ................................... 77
Tabela 26: Tempo de rua por faixa etária ..................................................................................... 78
Tabela 27: Tempo de rua da criança de 0 a 6 anos por idade declarada ....................................... 79
Tabela 28: Há quanto tempo a criança de 0 a 6 anos está em situação de rua por tipo de situação
...................................................................................................................................................... 80
Tabela 29: Há quanto tempo a criança de 7 a 17 anos está em situação de rua por situação....... 81
Tabela 30: Tempo de rua da CA de 7 a 17 anos por idade declarada ............................................ 82

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Tabela 31: Idade que foi para a rua na faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação ..................... 89
Tabela 32: Respondentes na faixa etária de 7 a 17 anos que estão há mais de 50% da vida em
situação de rua por situação ......................................................................................................... 90
Tabela 33: A pandemia da COVID-19 é uma das causas que você fez com que você viesse mais para
a rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ............................................................. 90
Tabela 34: Com quem você foi para a rua pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................... 92
Tabela 35: Por que você foi para a rua a primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ........................................................................................................................................ 93
Tabela 36: Sua vida era melhor antes de vir para a rua (quando ficava em casa) ou agora em
situação de rua na faixa etária de 7 a 17 anos por situação .......................................................... 94
Tabela 37: Justificativa porque agora na rua é melhor que antes na minha casa, por tipo de situação
...................................................................................................................................................... 95
Tabela 38: Justificativa porque na minha casa era bom e na rua também é, por tipo de situação 95
Tabela 39: Justificativa porque na minha casa era melhor do que agora na rua por situação ...... 96
Tabela 40: Justificativa do porquê nenhum lugar é bom por situação .......................................... 96
Tabela 41: Justificativa das percepções do SAICA ......................................................................... 97
Tabela 42: tem dificuldade de utilizar algum transporte público na faixa etária de 0 a 6 anos tipo
de situação .................................................................................................................................... 99
Tabela 43: Qual dificuldade de utilizar algum transporte público na faixa etária de 0 a 6 anos tipo
de situação .................................................................................................................................... 99
Tabela 44: Costuma ficar sempre no mesmo lugar na faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação
.................................................................................................................................................... 100
Tabela 45: Lugares que costuma ir à faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação ...................... 100
Tabela 46: Região da pesquisa x Região de moradia na faixa etária de 7 a 17 anos .................... 102
Tabela 47: Região da pesquisa x Região de moradia na faixa etária de 0 a 6 anos ...................... 102
Tabela 48: Quantos dias da semana as CASR de 0 a 6 anos ficam na rua por tipo de situação ... 103
Tabela 49: Quantos dias da semana fica na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 104
Tabela 50: Tempo de rua x quantidade de dias que fica na rua das CASR de 7 a 17 anos ........... 104
Tabela 51: Dias da semana na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ................. 105
Tabela 52: Dias da semana na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ............... 106
Tabela 53: Período que fica na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por situação ............................ 106
Tabela 54: Período que fica na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por situação .......................... 107
Tabela 55: Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos sobre outros familiares em situação de rua por
tipo de situação .......................................................................................................................... 108
Tabela 56: Possui familiares na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ............ 108
Tabela 57: Familiares na rua, dos responsáveis de crianças de 0 a 6 anos, por tipo de situação 109
Tabela 58: Com que frequência você traz/trazia esta criança para rua com você na faixa etária de
0 a 6 anos, por tipo de situação .................................................................................................. 109

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Tabela 59: O que você está fazendo hoje na rua com esta criança na faixa etária de 0 a 6 anos, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 110
Tabela 60: Por que você está na rua com esta criança na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 110
Tabela 61: Com quem as CASR de 7 a 17 ficam a maior parte do tempo na rua, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 111
Tabela 62: Responsáveis de CSR de 0 a 6 anos que trabalhavam quando eram crianças ou
adolescentes, por tipo de situação ............................................................................................. 112
Tabela 63: Motivo de ir para a rua na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação ............... 112
Tabela 64: Motivo de estar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ............. 113
Tabela 65: Motivos que você gosta de estar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 114
Tabela 66: Sente medo de ficar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ....... 114
Tabela 67: Motivo do medo de ficar na rua na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por situação.. 115
Tabela 68: Dias na semana que a criança dorme na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 116
Tabela 69: Local que dormem os responsáveis na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 117
Tabela 70: Frequência que a criança de 0 a 6 anos dorme com o responsável, quando ele dorme na
rua ou abrigo, por tipo de situação ............................................................................................. 117
Tabela 71: Com quem a criança de 0 a 6 anos dorme, quando não dorme com o respondente, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 118
Tabela 72: Possui residência fixa na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ................... 118
Tabela 73: Local onde dorme na faixa etária de 7 a 17 anos por situação .................................. 119
Tabela 74: Frequência que dorme no local referido, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 119
Tabela 75: A pandemia da COVID-19 x onde dorme por faixa etária de 7 a 17 anos ................... 120
Tabela 76: Com quem dorme na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação .......... 120
Tabela 77: Quantas vezes dorme na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação .... 121
Tabela 78: Com quem dorme/mora em casa, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 122
Tabela 79: Com quem dorme/mora em casa cruzando com quem foi para a rua pela primeira vez,
na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação .................................................................... 123
Tabela 80: Como é o relacionamento com as pessoas da casa, na maior parte do tempo, na faixa
etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ................................................................................. 123
Tabela 81: Com que frequência você dorme em casa, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 124
Tabela 82: Motivos para você não voltar casa ou não dormir em casa todos os dias na faixa etária
de 7 a 17 anos, por tipo de situação ........................................................................................... 125
Tabela 83: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos que vendem algum produto na rua como bala,
pano de prato por tipo de situação ............................................................................................. 127

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Tabela 84: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos fez na rua atividades como malabares,
reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de carros, carregamento etc., por tipo de situação.
.................................................................................................................................................... 128
Tabela 85: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos pediu dinheiro ou comida na rua por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 128
Tabela 86: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos realizou trabalhou para o tráfico por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 129
Tabela 87: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos realizou algum furto ou roubo por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 129
Tabela 88: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos usou o seu corpo, a pedido de alguém por
dinheiro ou para ganhar algo em troca por tipo de situação. ..................................................... 130
Tabela 89: Vendem algum produto na rua como bala, pano de prato na faixa etária de 7 a 17 anos
por tipo de situação .................................................................................................................... 130
Tabela 90: Fez na rua atividades como malabares, reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de
carros, carregamento etc. na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ........................... 131
Tabela 91: Pediu dinheiro ou comida na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação 131
Tabela 92: Vendeu alguma droga (álcool, cigarro, maconha, cocaína etc.) na faixa etária de 7 a 17
anos por tipo de situação. ........................................................................................................... 132
Tabela 93: Realizou algum furto ou roubo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .. 133
Tabela 94: O que faz com o dinheiro ou coisas que recebe na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 134
Tabela 95: Atividades realizadas pelas CASR de 7 a 17 anos, por risco social ............................. 140
Tabela 96: Atividades realizadas pelos responsáveis de CASR de 0 a 6 anos, por risco social ..... 142
Tabela 97: Citações de risco social dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por situação de
rua .............................................................................................................................................. 143
Tabela 98: Citações de risco social por situação de rua .............................................................. 144
Tabela 99: Diferença da incidência do risco por faixa etária ....................................................... 146
Tabela 100: Diferença da incidência do risco por sexo................................................................ 147
Tabela 101: Diferença da incidência das atividades por raça/cor ............................................... 149
Tabela 102: Diferença da incidência das atividades por região de pesquisa* ............................. 150
Tabela 103: Diferença da incidência das atividades por região de São Paulo.............................. 151
Tabela 104: Diferença da incidência das atividades por Região de MORADIA em São Paulo ...... 152
Tabela 105: Diferença da incidência de violências ocorridas na RUA por Região de PESQUISA em
São Paulo .................................................................................................................................... 153
Tabela 106: Diferença da incidência de violências ocorridas EM CASA por Região de MORADIA em
São Paulo .................................................................................................................................... 154
Tabela 107: Perfil por raça/cor nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
.................................................................................................................................................... 155
Tabela 108: Perfil da região de pesquisa* nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem
na rua .......................................................................................................................................... 156

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Tabela 109: Perfil da região de pesquisa em São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a
6 anos exercem na rua ................................................................................................................ 157
Tabela 110: Perfil da região de MORADIA EM São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a
6 anos exercem na rua ................................................................................................................ 158
Tabela 111: Perfil por raça/cor nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
.................................................................................................................................................... 159
Tabela 112: Perfil da região de pesquisa* nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a
faixa etária .................................................................................................................................. 160
Tabela 113: Perfil da região de São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a
faixa etária .................................................................................................................................. 161
Tabela 114: Perfil da região de MORADIA em São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6
anos expõem a faixa etária ......................................................................................................... 162
Tabela 115: Local que toma banho na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ............... 166
Tabela 116: Local que consegue roupa para ela vestir na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 167
Tabela 117: Local que trocava as fraldas e as roupas na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 168
Tabela 118: Local que lava roupa dela na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .......... 168
Tabela 119: Local para fazer cocô e xixi na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ........ 169
Tabela 120: Local para escovar os dentes na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ..... 170
Tabela 121: Local que adquirem comida para CASR na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 171
Tabela 122: Local que conseguia água para ela faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação . 172
Tabela 123: Está amamentando faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ......................... 173
Tabela 124: Está amamentando x idade ..................................................................................... 173
Tabela 125: Já foi amamentada faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ......................... 173
Tabela 126: O que faz quando ela chora muito faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .. 174
Tabela 127: O que faz quando ela se machuca (machucados leves) faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 175
Tabela 128: O que faz quando tem febre/ fica doente na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 176
Tabela 129: Local que toma banho na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ............. 177
Tabela 130: Local que consegue roupa para vestir na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 178
Tabela 131: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por situação .......................... 179
Tabela 132: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por Região que mora ............. 181
Tabela 133: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por Região de São Paulo onde foi
realizada a pesquisa .................................................................................................................... 182
Tabela 134: Local que lavar roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ............... 183
Tabela 135: Local que faz cocô e xixi na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ........... 184

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Tabela 136: Local que escova os dentes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ...... 185
Tabela 137: Local que consegue comida na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ..... 186
Tabela 138: Local que consegue água faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .............. 187
Tabela 139: Tem algum tipo de doença na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ...... 188
Tabela 140: Doença declarada na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .................... 188
Tabela 141: Deficiência declarada na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ............... 189
Tabela 142: Como se sente na faixa etária de 7 a 11 anos por sexo ........................................... 190
Tabela 143: Identidade de gênero na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação ............. 191
Tabela 144: Conhece partes íntimas na faixa etária de 7 a 11 anos por tipo de situação ........... 191
Tabela 145: Conhece partes íntimas na faixa etária de 7 a 11 anos por sexo.............................. 192
Tabela 146: Orientação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação .................. 192
Tabela 147: Orientação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo .................................... 193
Tabela 148: Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para tocar nas partes íntimas dela,
sem você querer ou gostar na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .......................... 193
Tabela 149: Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para tocar nas partes íntimas dela,
sem você querer ou gostar na faixa etária de 7 a 17 anos por sexo ............................................ 194
Tabela 150: Você ganhou algo em troca para fazer isso na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 194
Tabela 151: Você ganhou algo em troca para fazer isso na faixa etária de 7 a 17 anos por sexo 194
Tabela 152: O que faz com o dinheiro ou coisas que recebe na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 195
Tabela 153: já teve relação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo ............................... 196
Tabela 154: já teve relação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação............. 196
Tabela 155: Qual a faixa etária das pessoas com quem você transa (relação sexual) na faixa etária
de 12 a 17 anos, por tipo de situação ......................................................................................... 196
Tabela 156: Qual a faixa etária das pessoas com quem você transa (relação sexual) na faixa etária
de 12 a 17 anos por sexo ............................................................................................................ 197
Tabela 157: Têm filhos na faixa etária de 12 a 17 anos, por tipo de situação ............................. 197
Tabela 158: Tem filhos na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo ............................................... 198
Tabela 159: Com quem estão os seus filhos na faixa etária de 12 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 198
Tabela 160: Alguma vez você fez relação sexual forçadamente na faixa etária de 12 a 17 anos, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 198
Tabela 161: Alguma vez você fez relação sexual forçadamente na faixa etária de 12 a 17 anos por
sexo............................................................................................................................................. 199
Tabela 162: Como você faz quando menstrua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 200
Tabela 163: Quando você precisa de alguma coisa, em quem você confia e procura para pedir ajuda
na faixa etária de 7 a 17 anos por situação ................................................................................. 201

13
Tabela 164: Utilização de drogas pelos responsáveis por CA’s na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 202
Tabela 165: Utilização de drogas na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ................. 202
Tabela 166: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar álcool, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 203
Tabela 167: Frequência do uso de álcool pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 204
Tabela 168: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar maconha
por tipo de situação .................................................................................................................... 204
Tabela 169: Frequência do uso de maconha pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 205
Tabela 170: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar cigarro por
tipo de situação .......................................................................................................................... 206
Tabela 171: Frequência do uso de cigarro pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 206
Tabela 172: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar cocaína por
tipo de situação .......................................................................................................................... 207
Tabela 173: Frequência do uso de cocaína pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 208
Tabela 174: Idade que o respondente da faixa etária de 0 a 6 anos ingeriu loló/lança pela primeira
vez, por tipo de situação ............................................................................................................. 208
Tabela 175: Frequência do uso de loló/lança pelos respondentes na faixa etária de 0 a 6 anos, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 209
Tabela 176: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar solvente
.................................................................................................................................................... 209
Tabela 177: Frequência do uso de solvente pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos ... 209
Tabela 178: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar crack . 210
Tabela 179: Frequência do uso de crack pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos ........ 210
Tabela 180: Idade que ingeriu álcool pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 211
Tabela 181: Frequência do uso de álcool na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação ... 211
Tabela 182: Idade que ingeriu maconha pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 212
Tabela 183: Frequência do uso de maconha na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 212
Tabela 184: Idade que provou cigarro pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 213
Tabela 185: Frequência do uso de cigarro na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ... 213
Tabela 186: Idade que ingeriu cocaína pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 214
Tabela 187: Frequência do uso de cocaína na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação . 214

14
Tabela 188: Idade que ingeriu loló/lança pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 215
Tabela 189: Frequência do uso de loló/lança na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 215
Tabela 190: Idade que ingeriu solvente pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos ........... 216
Tabela 191: Frequência do uso de solvente na faixa etária de 7 a 17 anos ................................. 216
Tabela 192: Idade que ingeriu crack pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos ................ 216
Tabela 193: Frequência do uso de crack na faixa etária de 7 a 17 anos ...................................... 216
Tabela 194: Idade que usou outras drogas pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 217
Tabela 195: Frequência do uso de outras drogas na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 217
Tabela 196: Respondentes na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência, por tipo de situação . 220
Tabela 197: Agressores mais citados entre os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 221
Tabela 198: Locais mais citados entre os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 221
Tabela 199: Local que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência psicológica, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 222
Tabela 200: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência psicológica,
por tipo de situação .................................................................................................................... 223
Tabela 201: Local que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência física, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 223
Tabela 202: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência física, por
tipo de situação. ......................................................................................................................... 224
Tabela 203: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência sexual, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 225
Tabela 204: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência sexual, por
tipo de situação .......................................................................................................................... 225
Tabela 205: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu ação de aliciadores,
por tipo de situação .................................................................................................................... 226
Tabela 206: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu ação de aliciadores,
por tipo de situação .................................................................................................................... 226
Tabela 207: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu preconceito, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 227
Tabela 208: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu preconceito, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 227
Tabela 209: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que já foi roubado ou furtado,
por tipo de situação .................................................................................................................... 228
Tabela 210: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu roubo ou furto, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 228

15
Tabela 211: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos já recolheram seus pertences
/ Já te obrigaram a mudar de local, por tipo de situação ............................................................ 229
Tabela 212: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu a recolhida dos seus
pertences, por tipo de situação .................................................................................................. 229
Tabela 213: Sofreu violência na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ....................... 230
Tabela 214: Agressores mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos por tipo de situação ................ 231
Tabela 215: Locais mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos por tipo de situação........................ 231
Tabela 216: Local onde ocorreu as ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) na faixa etária
de 7 a 17 anos, por situação ....................................................................................................... 232
Tabela 217: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 233
Tabela 218: Onde ocorreu a violência física na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........... 234
Tabela 219: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 235
Tabela 220: Onde ocorreu a violência de tentarem fazer vídeos ou fotos para comercialização na
faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ..................................................................................... 236
Tabela 221: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 236
Tabela 222: Onde ocorreu a violência de pedir para venderem drogas na faixa etária de 7 a 17 anos,
por situação ................................................................................................................................ 237
Tabela 223: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 237
Tabela 224: Onde ocorreu a violência de preconceito racial na faixa etária de 7 a 17 anos, por
situação ...................................................................................................................................... 238
Tabela 225: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 238
Tabela 226: Onde ocorreu outros tipos de preconceito na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
.................................................................................................................................................... 239
Tabela 227: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 239
Tabela 228: Onde ocorreu a violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação .................... 240
Tabela 229: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 240
Tabela 230: Onde ocorreu a violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação .................... 241
Tabela 231: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação ........ 241
Tabela 232: Diferença da incidência de violência por perfil etário .............................................. 242
Tabela 233: Diferença da incidência de violência por sexo biológico .......................................... 242
Tabela 234: Diferença da incidência de violência por raça/cor na faixa etária de 7 a 17 anos .... 243
Tabela 235: Diferença da incidência de violência por região da pesquisa* ................................. 244
Tabela 236: Diferença da incidência de violência por região de moradia ................................... 244
Tabela 237: Diferença da incidência tipos de violência por faixa etária ...................................... 245
Tabela 238: Diferença da incidência por tipos de violência por sexo biológico ........................... 246
Tabela 239: Diferença da incidência por tipos de violência por raça/cor .................................... 246
Tabela 240: Diferença da incidência por tipos de violência por região da amostra .................... 247
Tabela 241: Diferença da incidência por tipos de violência por região da cidade de São Paulo .. 248

16
Tabela 242: Diferença da incidência por tipos de violência por região de Moradia das CAs na cidade
de São Paulo ............................................................................................................................... 249
Tabela 243: Cruzamento de violência sexual com situação de risco na faixa etária de 7 a 17 anos
por tipo de situação .................................................................................................................... 250
Tabela 244: Cruzamento de outro preconceito com situação de risco na faixa etária de 7 a 17 anos
por tipo de situação .................................................................................................................... 251
Tabela 245: Incidência de ocorrência da violência NA RUA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO
DE MORADIA ............................................................................................................................... 255
Tabela 246: Incidência de ocorrência da violência EM CASA na faixa etária de 7 a 17 anos por
REGIÃO DE MORADIA.................................................................................................................. 256
Tabela 247: Incidência de ocorrência da violência NA RUA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO
DE PESQUISA ............................................................................................................................... 257
Tabela 248: Incidência de ocorrência da violência EM CASA na faixa etária de 7 a 17 anos por
REGIÃO DE PESQUISA.................................................................................................................. 258
Tabela 249: Cruzamento de situação escolar com acesso à saúde no grupo de 7 a 17 anos ....... 260
Tabela 250: Situação da matrícula na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ................ 263
Tabela 251: Situação da matrícula na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .............. 263
Tabela 252: Opinião sobre matrícula no tempo integral por faixa etária no grupo de 0 a 6 anos 265
Tabela 253: Motivo de não querer uma vaga de creche na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 266
Tabela 254: Frequência na escola dos matriculados na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 266
Tabela 255: Motivo de faltar na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ......................... 267
Tabela 256: Frequência na escola dos matriculados na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 267
Tabela 257: Por que falta poucas vezes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação....... 268
Tabela 258: Por que falta mais falta que vai para a escola na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 269
Tabela 259: Por que não está matriculado na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação .. 270
Tabela 260: O que você gosta na escola? faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação ........ 271
Tabela 261: O que você não gosta na escola? Faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação . 272
Tabela 262: Frequência na escola x dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos........................... 273
Tabela 263: Matriculado x quantidade de dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos................. 274
Tabela 264: Utilizou algum serviço dos centros esportivos na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 276
Tabela 265: Utilizou algum serviço dos centros esportivos na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 277
Tabela 266: Avaliação dos centros esportivos na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 277

17
Tabela 267: Utilização do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 279
Tabela 268: Utilização do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 279
Tabela 269: Avaliação do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 280
Tabela 270: Utilização do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 0 a 6
anos por tipo de situação ............................................................................................................ 282
Tabela 271: Utilização do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 7 a 17
anos por tipo de situação ............................................................................................................ 282
Tabela 272: Avaliação do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 7 a 17
anos por tipo de situação ............................................................................................................ 283
Tabela 273: Utilização do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 284
Tabela 274: Avaliação do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 284
Tabela 275: Utilização do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 285
Tabela 276: Avaliação do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 285
Tabela 277: Abordagem por profissional de SEAS com os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 286
Tabela 278: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do SEAS por tipo de situação ...... 286
Tabela 279: Abordagem por profissional de SEAS com as CAs de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 287
Tabela 280: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do SEAS por tipo de situação ...... 287
Tabela 281: Tempo de rua x abordagem do SEAS nas CASR 7 a 17 anos ..................................... 288
Tabela 282: Utilização do serviço do SAICA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ... 288
Tabela 283: Avaliação do serviço do SAICA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ... 289
Tabela 284: Você já utilizou o serviço do Centro de acolhida para a família junto com a criança na
faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ............................................................................ 289
Tabela 285: Avaliação do serviço do Centro de acolhida para a família junto com a criança na faixa
etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .................................................................................... 289
Tabela 286: Utilização/conhecimento do serviço do SAICA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 290
Tabela 287: Quando foi para o Abrigo/SAICA, você se deu bem com o pessoal que trabalha lá? no
SAICA na faixa etária de 7 a 17 anos por situação ....................................................................... 290
Tabela 288: Justificativa do porquê considera que foi bem acolhido na faixa etária de 7 a 17 anos
por situação ................................................................................................................................ 291
Tabela 289: Não (sou mau acolhido/ tenho medo, maltratado, etc..). Por quê? Total na faixa etária
de 7 a 17 anos por situação ........................................................................................................ 291

18
Tabela 290: Alguma vez você já saiu do Abrigo/SAICA e não quis voltar na faixa etária de 7 a 17
anos por situação ........................................................................................................................ 292
Tabela 291: Do que você gosta no Abrigo/SAICA por tipo de situação ....................................... 293
Tabela 292: Do que você NÃO gosta no Abrigo/SAICA ................................................................ 294
Tabela 293: Adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa por por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 295
Tabela 294: Avaliação do atendimento das medidas socioeducativas na faixa etária de 12 a 17 anos
por tipo de situação .................................................................................................................... 295
Tabela 295: Passagem pela Fundação Casa na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação 296
Tabela 296: Avaliação do serviço de medida socioeducativa na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação .................................................................................................................................. 297
Tabela 297: Abordado por conselheiro tutelar na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 298
Tabela 298: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do conselheiro tutelar por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 299
Tabela 299: Abordagem por conselheiro tutelar na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 299
Tabela 300: Avaliação da abordagem do conselheiro na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 300
Tabela 301: Utilização do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 301
Tabela 302: Avaliação do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 301
Tabela 303: Utilização do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 302
Tabela 304: Avaliação do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 302
Tabela 305: Utilização do serviço Consultório na Rua na Faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 303
Tabela 306: Avaliação do serviço do Consultório na Rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 304
Tabela 307: Utilização do serviço Consultório na Rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 304
Tabela 308: Avaliação do serviço Consultório na Rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 305
Tabela 309: Utilização do serviço hospital público na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
.................................................................................................................................................... 306
Tabela 310: Utilização do serviço hospital na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .... 306
Tabela 311: Utilização do serviço do hospital público na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 307
Tabela 312: Avaliação do serviço do hospital público na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 307

19
Tabela 313: Utilização do serviço CAPS infanto-juvenil na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 308
Tabela 314: Avaliação do serviço CAPS infanto-juvenil na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 309
Tabela 315: Utilização do serviço CAPS infanto juvenil na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 309
Tabela 316: Avaliação do serviço CAPS infanto juvenil na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 309
Tabela 317: Utilização do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 311
Tabela 318: Utilização do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 311
Tabela 319: Avaliação do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 312
Tabela 320: Diferença da incidência dos serviços por região de PESQUISA em São Paulo .......... 314
Tabela 321: Diferença da incidência dos serviços por região de MORADIA em São Paulo .......... 315
Tabela 322: Sobre o respondente em relação a criança na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 316
Tabela 323: Motivo de não ser a mãe biológica a responsável por responder a pesquisa, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 317
Tabela 324: Motivo de não ser o pai biológico o responsável por responder a pesquisa, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 317
Tabela 325: Sexo dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ............... 317
Tabela 326: Faixa etária dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .... 318
Tabela 327: Identidade de Gênero dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 318
Tabela 328: Raça/cor dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ......... 318
Tabela 329: Quais documentos que os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos possuem, por tipo
de situação .................................................................................................................................. 319
Tabela 330: Cidade de SP em que nasceu o responsável na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
.................................................................................................................................................... 320
Tabela 331: Escolaridade do responsável na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação ...... 321
Tabela 332: Você está desempregado no momento, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 321
Tabela 333: Há quanto tempo está desempregado, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 322
Tabela 334: Você está procurando emprego, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 322
Tabela 335: Por que não está procurando emprego dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos
por situação ................................................................................................................................ 323

20
Tabela 336: Além desta atividade na rua, você exerce alguma atividade geradora de renda fora da
rua, dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação .................................... 323
Tabela 337: Qual atividade geradora de renda dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 324
Tabela 338: Responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos que realizavam alguma atividade de geração
de renda quando criança ............................................................................................................ 325
Tabela 339: Atividade exercida quando criança pelos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por
tipo de situação .......................................................................................................................... 326
Tabela 340: Afirmações positivas em relação a suficiência da renda dos responsáveis da faixa etária
de 0 a 6 anos por tipo de situação .............................................................................................. 328
Tabela 341: Outras características dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de
situação ...................................................................................................................................... 328
Tabela 342: Pergunta aberta final de 0 a 6 anos ......................................................................... 330
Tabela 343: Pergunta aberta final de 7 a 17 anos ....................................................................... 331
Tabela 344: Sexo das CASR – Pesquisa Amostral 2007 ................................................................ 354
Tabela 345: Sexo das CASR - Pesquisa Amostral 2022................................................................. 354
Tabela 346: Raça/Cor das CASR – Pesquisa Amostral 2007 ......................................................... 354
Tabela 347: Raça/Cor das CASR – Pesquisa Amostral 2022 ......................................................... 354
Tabela 348: Faixa etária das CASR – Pesquisa Amostral 2007 ..................................................... 355
Tabela 349: Faixa etária das CASR – Pesquisa Amostral 2022 ..................................................... 355
Tabela 350: Permanência na rua – Pesquisa Amostral 2007 ....................................................... 355
Tabela 351: Dias da semana que – Pesquisa Amostral 2022 ....................................................... 355
Tabela 352: Atividades realizadas na rua – Pesquisa Amostral 2007 .......................................... 356
Tabela 353: Atividades realizadas na rua – Pesquisa Amostral 2022 .......................................... 356

21
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 26
2. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 28
3. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 33
3.1 PLANO AMOSTRAL........................................................................................................................ 36
3.2 DEFINIÇÃO TERRITORIAL .............................................................................................................. 39
3.3 INSTRUMENTAIS ........................................................................................................................... 39
3.3.1 Elaboração e aplicação dos instrumentais ...................................................................... 40
3.3.2 Pré-teste dos instrumentais ............................................................................................ 43
3.4 PROCEDIMENTOS DE CAMPO ........................................................................................ 44
3.4.1 Equipes ............................................................................................................................ 44
3.4.2 Territórios ........................................................................................................................ 46
3.4.3 Incursão em campo .................................................................................................... 49
3.5 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................................... 51
4. RESULTADOS DA ETAPA AMOSTRAL COM CASR ........................................................................ 54
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................... 54
4.2 CIDADE EM QUE NASCEU ............................................................................................................. 61
4.3 SOBRE A CIDADE EM QUE MORA ................................................................................................. 67
4.4 SOBRE O VÍNCULO FAMILIAR........................................................................................................ 71
4.5 SOBRE O ACESSO A POLÍTICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ....................................................... 75
4.6 SOBRE O TEMPO EM SITUAÇÃO DE RUA ...................................................................................... 78
4.7 SOBRE A MOBILIDADE EM SÃO PAULO ........................................................................................ 98
4.8 SOBRE A FREQUÊNCIA NA RUA .................................................................................................. 103
4.9 RELAÇÃO COM A RUA ................................................................................................................. 108
4.9.1 Locais que dormem ...................................................................................................... 116
4.9.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos ..................................................................... 116
4.9.1.2 CAs de 7 a 17 anos .................................................................................................... 118
4.9.2 Atividades que desenvolvem na rua ............................................................................ 126
4.9.2.1 Responsáveis por crianças de 0 a 6 anos .................................................................. 127
4.9.2.2 CAs de 7 a 17 anos .................................................................................................... 130
4.9.3 Riscos sociais a partir das atividades realizadas ...................................................................... 135
4.9.3.1 Atividades realizadas por CASR de 7 a 17 anos .......................................................... 138
4.9.3.2 Atividades realizadas pelos responsáveis de criança de 0 a 6 anos.......................... 141
4.9.4 Perfil dos riscos sociais por situação de rua ........................................................................... 143

22
4.9.5 Informações Complementares do Perfil dos Riscos Sociais..................................................... 145
4.9.5.1 Perfil dos riscos em que estão expostas as CASR de 7 a 17 anos ............................... 145
4.9.5.2 Perfil dos riscos que estão expostas as crianças de 0 a 6 anos, a partir das atividades
realizadas pelos responsáveis .......................................................................................................... 155
4.10 RELAÇÃO COM O CORPO .......................................................................................................... 163
4.10.1 Necessidades básicas .................................................................................................. 163
4.10.1.1 Responsáveis por criança de 0 a 6 anos ................................................................... 166
4.10.1.2 CAs de 7 a 17 anos .................................................................................................... 177
4.10.2 Sexualidade das CAs de 7 a 17 anos ............................................................................ 189
4.11 SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ..................................................................................................... 202
4.11.1 Responsáveis de 0 a 6 anos ...................................................................................... 203
4.11.2 CAs de 7 a 17 anos .................................................................................................... 211
4.12 VIOLÊNCIAS SOFRIDAS ................................................................................................. 220
4.12.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos ................................................................... 220
4.12.2 Sobre os locais e agressores dos responsáveis das crianças de 0 a 6 anos ................. 222
4.12.3 CAs de 7 a 17 anos....................................................................................................... 230
4.12.4 Local mais citado por tipo de violência sofrida por crianças e adolescentes de 7 a 17
anos 232
4.12.5 Perfil da violência sofrida pela CAs de 7 a 17 anos..................................................... 242
4.13 RELAÇÕES COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS ..................................................................... 259
4.13.1 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, SECRETARIA
MUNICIPAL DE ESPORTES E LAZER E SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA ................................... 262
4.13.1.1 Escola ............................................................................................................. 262

4.13.1.2 Esporte e lazer................................................................................................ 275

4.13.1.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos ............................................................ 276


4.13.1.2.2 CAs de 7 a 17 anos ......................................................................................... 276
4.13.1.3 Cultura............................................................................................................ 278

4.13.1.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos......................................................... 278


4.13.1.3.2 CAs de 7 a 17 anos ......................................................................................... 279
4.13.2 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA E
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E SECRETARIA ESTADUAL DE JUSTIÇA E CIDADANIA .......................... 281
4.13.2.1 CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social .................................................... 281

4.13.2.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos......................................................... 281


4.13.2.1.2 CAs de 7 a 17 anos ......................................................................................... 282

23
4.13.2.2 Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS)................................................................. 283

4.13.2.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos......................................................... 284


4.13.2.2.2 CAs de 7 a 17 anos................................................................................................. 284
4.13.2.3 Serviço especializado de abordagem social (SEAS) ...................................... 286

4.13.2.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos ............................................................... 286


4.13.2.3.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 286

4.13.2.4 Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA)


288

4.13.2.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 288

4.13.2.4.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 290

4.13.2.5 Liberdade Assistida (LA) E Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) ......... 295

4.13.3 FUNDAÇÃO CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE


(FUNDAÇÃO CASA) ........................................................................................................................... 296
4.13.4 CONSELHO TUTELAR (CT) ............................................................................................ 297
4.13.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos ....................................................... 298

4.13.4.2 CAs de 7 a 17 anos ....................................................................................... 299

4.13.5 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ................................ 301


4.13.5.1 UBS / PS/ AMA ............................................................................................. 301

4.13.5.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 301

4.13.5.1.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 302

4.13.5.2 Consultórios na Rua ..................................................................................... 303

4.13.5.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 303

4.13.5.2.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 304

4.13.5.3 Hospital Público ........................................................................................... 306

4.13.5.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 306

4.13.5.3.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 307

4.13.5.4 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS INFANTO-JUVENIL) .......................... 308

4.13.5.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 308

4.13.5.4.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 309

24
4.13.5.5 Hospital Psiquiátrico .................................................................................... 311

4.13.5.5.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos .................................................... 311

4.13.5.5.2 CAs de 7 a 17 anos..................................................................................... 311

4.13.6 PERFIL DO SERVIÇO PÚBLICO POR REGIÃO EM SÃO PAULO CASR DE 7 A 17 ANOS ... 313
4.14 PERFIL DOS RESPONDENTES DA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 6 ANOS ................................................ 316
5. PERGUNTA FINAL ...................................................................................................................... 329
6. RESULTADOS DOS GRUPOS FOCAIS .......................................................................................... 334
6. 1 Mudanças dos Riscos Sociais ao longo do tempo ...................................................................... 335
6.2 Condições de Trabalho ............................................................................................................... 337
6.3 Trabalho em Rede ...................................................................................................................... 340
7. CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................................... 343
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 350
9. ANEXO – COMPARATIVO COM A PESQUISA AMOSTRAL REALIZADA NO ANO 2007 ................... 354

25
1. APRESENTAÇÃO

A Painel Pesquisas e Consultoria apresentará, neste relatório, os dados coletados na


etapa amostral realizada na terceira etapa do 2º Censo de Crianças e Adolescentes em
Situação de Rua (CASR), que investigou com profundidade as trajetórias vividas pelas
crianças e adolescentes da cidade de São Paulo, tanto pelas encontradas na rua, quanto
aquelas que estão nos serviços de acolhimento por motivo de trajetórias de rua, nos
territórios definidos de acordo com o sistema de referência desenvolvido pela equipe técnica
da Painel Pesquisas, assim como de acordo com as cotas selecionadas, a partir dos dados
coletados na segunda etapa do censo (contagem das CASR). Uma das definições de Crianças
e Adolescentes em situação de rua utilizadas como referência, especialmente pelo seu
impacto histórico, mas não paradigmático, pela equipe técnica da Painel Pesquisas é o
conceito definido pelo Conselho Nacional de Assistência Social/CONANDA:

“Art. 1º. Definir como crianças e adolescentes em situação de rua os sujeitos em


desenvolvimento com direitos violados, que utilizam logradouros públicos, áreas
degradadas como espaço de moradia ou sobrevivência, de forma permanente e/ou
intermitente, em situação de vulnerabilidade e/ou risco pessoal e social pelo
rompimento ou fragilidade do cuidado e dos vínculos familiares e comunitários,
prioritariamente situação de pobreza e/ou pobreza extrema, dificuldade de acesso
e/ou permanência nas políticas públicas, sendo caracterizados por sua
heterogeneidade, como gênero, orientação sexual, identidade de gênero,
diversidade étnico-racial, religiosa, geracional, territorial, de nacionalidade, de
posição política, deficiência, entre outros.
§ 1º Utiliza-se o termo "situação" para enfatizar a possível transitoriedade e
efemeridade dos perfis desta população, podendo mudar por completo o perfil,
repentinamente ou gradativamente, em razão de um fato novo.
§ 2º A situação de rua de crianças e adolescentes pode estar associada a:
I - trabalho infantil;
II - mendicância;
III - violência sexual;
IV - consumo de álcool e outras drogas;
V - violência intrafamiliar, institucional ou urbana;
VI - ameaça de morte, sofrimento ou transtorno mental;
VII - LGBTfobia, racismo, sexismo e misoginia;
VIII - cumprimento de medidas socioeducativas ou medidas de proteção
de acolhimento;
IX - encarceramento dos pais.
§ 3º Pode ainda ocorrer a incidência de outras circunstâncias que levem crianças e
adolescentes à situação de rua, acompanhadas ou não de suas famílias, existentes
em contextos regionais diversos, como as de populações itinerantes, trecheiros,
migrantes, desabrigados em razão de desastres, alojados em ocupações ou
desalojados de ocupações por realização de grandes obras e/ou eventos”
(CNAS/CONANDA, 2017).

26
A partir da circunscrição de situação de rua da resolução CNAS/Conanda e Termo de
Referência, a pesquisa não incluiu ao campo censitário: favelas, ocupações, cortiços e
terrenos murados. Entretanto há uma compreensão em torno dessa limitação que está na
transitoriedade prospectada pelos mesmos documentos no que concerne à mobilidade de
crianças e adolescentes em risco social, incorporando dessa maneira abordagens dos
mesmos na atividade censitária, visando identificar trabalho infantil realizado em
logradouros públicos e mendicância. Também se considera como referência as
considerações da Política Nacional para a População em Situação de Rua (2009):

“(...) considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo


que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os
logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de
sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de
acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória” (BRASIL,
2009).

No que concerne ainda à compreensão de vínculos comunitários, a pesquisa censitária com crianças
e adolescentes em situação de rua 2022 considera uma continuidade de atenção empreendida pelo censo de
2007 no que tange aos serviços públicos utilizados pelas crianças e adolescentes em situação de rua:

“Para identificar os serviços públicos utilizados pelas crianças e adolescentes em


situação de rua foi apresentado aos entrevistados um conjunto de serviços: Abrigo,
Creca, Cedeca, Casa de acolhida, Febem, Núcleo Socioeducativo - verificando se já
haviam frequentado ou não. Aproximadamente a metade (52,6%) frequentou
algum tipo de serviço. Os serviços que se destacam são os abrigos e Crecas,
frequentados por 38,1% e 31,8% respectivamente, seguidos das Casas de Acolhida
(23%) e Febem (20%). Apenas 8,2% declararam ter frequentado os núcleos
socioeducativos e 11,7% os Cedecas” (FIPE/SMADS, 2007, p. 41).

Para a coleta da fase amostral, foi elaborado no questionário um bloco de questões


com o objetivo de captar a frequência de atendimentos e a avaliação dos usuários, neste
caso, as CASR ou os responsáveis no caso de crianças de 0 a 6 anos. Compreender como se
dá o acesso e qual a avaliação dos usuários ou responsáveis sobre os serviços poderá auxiliar
os gestores no aperfeiçoamento e/ou criação de atendimentos públicos mais qualificados.

27
2. INTRODUÇÃO

“A idade, quantidade legalmente mensurável com uma precisão quase de horas, é produto de um outro
mundo, o da exatidão e do número. Hoje, nossos hábitos de identidade civil estão ligados ao mesmo tempo a
esses três mundos” (ARIÈS,1986, p. 30)

A discussão plural de infância e criança é destacada por Marcos Souza de Freitas


(2021, p. 9) como um processo: “(...) criança e infância, palavras que estão em permanente
estado de reapropriação e que são muitas e muitas vezes, tomadas equivocadamente como
se fossem sinônimas”. A apresentação do autor em torno das palavras é: “A infância é um
tempo social, a criança é agente, protagonista nas tramas do cotidiano” (idem).
Nesse sentido em que a infância está vinculada às considerações também de tempo
social no Ocidente, nos termos de Clarice Cohn (2005, p. 18), “(...) modo particular, e não
universal, de pensar a criança”, considera-se também a referência de Freitas sobre tramas
na concepção de Criança como uma ponte possível de seu entendimento também a contar
de trama institucional como aquela em que “supõe uma gama de instituições e atores, mas
cuja trama, por sua vez, também revela a existência de conflitos (...)” (GREGORI, 2000, p.
165). A atividade censitária faz encontro com esse borrar de fronteiras atentados por Freitas
e Gregori no sentido ainda que em torno desses âmbitos é que estão também aos debates
sobre risco social da criança.
Clarice Cohn (2005) atenta a um cuidado necessário em torno da compreensão da
construção histórica da infância nomeada pela autora como Sentimento da Infância. Para
a autora, este não deve ser entendido:

“como uma sensibilidade maior à infância, como um sentimento que nasce onde
era ausente, mas como uma formulação sobre a particularidade da infância em
relação ao mundo dos adultos, como o estabelecimento de uma cisão entre essas
duas experiências sociais. Portanto, contemporaneamente, os direitos das crianças
e a própria ideia de menoridade não podem ser entendidos senão a partir dessa
formação de um sentimento e de uma concepção de infância” (Cohn,
2005, p. 18).

David Le Breton (2017, p. 19) também empreende uma abordagem de construção


social e histórica quanto à adolescência ao caracterizá-la não como um acontecimento, e sim
“uma questão que atravessa o tempo e o espaço das sociedades humanas”. Em sua
abordagem, a adolescência como período intermediário entre infância e maturidade social
pode ser difusa ou precisa, bem como a depender das situações: “a não ser que se estabeleça

28
um registro civil arbitrário, tanto a adolescência quanto o momento de sua entrada e de sua
saída suscitam interrogações sem fim” (LE BRETON, 2017, p. 19). Ao tratar do sentimento da
diferença das idades entre meios privilegiados, Le Breton (2017) também localiza que a
noção de adolescência, em primeiro momento esteve vinculada à medicina e à psicologia.
Quanto à juventude, Le Breton ressalta que essa noção empreende a dependência
de um laço social e menciona a distinção em termos de especialidades, que distinguia
psicologia e sociologia a contar da dupla adolescência-juventude; a psicologia estaria com
a construção e atenção à adolescência e a sociologia estaria com a construção e atenção
à juventude:

“A adolescência será o período que dá acesso à juventude, mas, nos mundos


contemporâneos que coexistem hoje, uma tal cronologia das idades não é muito
pertinente, mesmo que a escolarização obrigatória imponha uma longa moratória”
(LE BRETON, 2017, p. 20-21).

A partir da educação como um fator institucional vinculado à infância, na abordagem


de Ariès, é importante relacioná-la desde já ao que Dermeval Saviani (2008, p. 149), no
modelo apresentado sobre regimes de educação nacional, definiu como “ponto de partida
da história das instituições escolares brasileiras”, a contar do período de 1549-1759
“dominado pelos jesuítas” (idem). Ainda nos termos de Marisa Bittar e Amarilio Ferreira
Junior: “educação jesuítica e colonização são processos históricos que nasceram juntos”
(2001, p.137). Quanto aos colégios jesuíticos, os autores destacam que no século XVIII
“mantidos pelas fazendas, basicamente, só recebiam crianças filhas da aristocracia agrária”
(BITTAR; FERREIRA JR, 2001, p. 142).
Como apontamento por meio de circunscrição e contexto de vinculação entre
instituição e infância em território brasileiro, a contar da Lei do Ventre Livre (1871), a história
da infância e juventude no Brasil perpassa, de partida, pelo período colonial e escravização.
Maria Rosilene Barbosa Alvim e Licia do Prado Valladares (1988, p. 3) recordam que a análise
da infância foi um tema presente a contar do século XIX tanto no Brasil quanto no exterior
“com texto de médicos, juristas, políticos, cronistas, jornalistas e escritores em geral,
preocupados com o exame e as possíveis intervenções sobre a chamada "questão social". O
vínculo deste tema com as instituições também é analisado pelas autoras: “são inúmeras as
referências às múltiplas ações e propostas provenientes do Estado” (idem).

29
A autora Gláucia Helena Araújo Russo (2021, p. 68) destaca no índice de abandono e
mortalidade infantil no Brasil colonial e imperial as continuidades desse processo: “A
mortalidade infantil estava associada, principalmente: a escravidão, pelas péssimas
condições de higiene e castigos corporais a que as crianças negras eram submetidas nas
senzalas; ao infanticídio dos filhos ilegítimos” (RUSSO, 2012, p. 68).
O uso da Categoria “Criança” na etapa censitária e amostral de crianças e
adolescentes que, dentre outros indicadores, buscou identificar o perfil de risco social das
crianças e adolescentes em situação de rua em 2022, concerne a uma discussão em torno
de tais categorias. A contextualização tem como intuito apresentar a temática de direitos
de crianças e adolescentes ao longo do tempo, a contar de marcos históricos vinculados
ao “desenvolvimento da noção de cidadania” (IAMAMOTO, 2006, p. 89).
No que se refere aos enquadramentos de marcos legais que conferem um
entendimento social e histórico vinculado aos direitos, cabe atentar ao que José Roberto
Rus Perez e Eric Ferdinando Passone (2010, p. 650) consideraram, antes da Constituição
Federal de 1988, como “três momentos mais significativos de transformação institucional
e de produção legal”: o Estado Novo (1930-1945), a ditadura militar (1964 a 1985) e a
redemocratização a partir de 1985.
Quanto ao entendimento dessas categorias como constructos sociais e históricos,
no caso brasileiro, seu delineamento se configurou por processos iniciados no período
colonial. Mesmo que essa compreensão frente às relações de colonialidade seja anterior
aos anos 1970, essa década ocupa cronologicamente o campo temporal de encontro entre
muitos temas que perpassam o referido Censo. Além de bibliograficamente tal década ser
ligada aos processos urbanos, tal período também é um solo comum a movimentos sociais
concernentes à diversidade de temas relacionados à desigualdade social que é
determinada, na maioria dos casos, pela questão racial.
A estrutura colonial brasileira se constituía em: latifúndio, escravidão e
monocultura. Neste período, nossa organização social era composta por relações de poder
violentas e muito autoritárias, nas quais os direitos sociais eram direcionados a pouca
parcela da população (ADORNO, 1990). A população negra era tratada como mercadoria
e “a criança só era vista como um elemento posto a serviço do poder paterno” (ADORNO,
1990). Logo, os cuidados coloniais juntos aos filhos limitavam-se a práticas higienistas,
disciplinares e comportamentais.

30
Antes das primeiras Leis de proteção e concessão de direitos às crianças e
adolescentes, esses sujeitos eram moldados sob a imagem do adulto, a partir de uma
conduta exemplar, para tal, pais, responsáveis e Estado lançavam mão de práticas
autoritárias em busca de uma conduta exemplar que não contrariasse os interesses
privados (PASSETTI, 2011):

“Nos lares, nas escolas, nos orfanatos, enfim, na fábrica, a criança estava disposta
para seguir o que dela se esperava, educada pelo castigo, restando-lhe nos
entrecruzamentos descontínuos de espaços disciplinares, as ruas, os bandos, a
noite, as fugas, o exercício de uma liberdade ameaçadora aos outros e a si”.
(PASSETTI, 2011, p. 43)

Nas primeiras décadas do Brasil Império, a legislação que pautava questões da


infância preocupava-se apenas com o recolhimento de crianças órfãs e expostas. Com a
Proclamação da República, as elites políticas, intelectuais e filantrópicas começaram a
discutir a temática da criança. Neste período é possível verificar uma oscilação entre os
pensamentos relativos aos jovens e às crianças. Por um lado, era presente a preocupação
com a defesa da criança, mas também havia o interesse relativo à defesa da sociedade contra
estas mesmas crianças e jovens, que constituíam uma ameaça à ordem pública (SOARES,
2003; FOUCAULT, 2015). Os discursos proferidos pelas autoridades estatais versavam sobre
a prevenção e a regeneração dos sujeitos em escolas de reforma e casas de correção:

“Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de um número superior
a cem crianças das mais diversas idades, indo desde os 8 aos 16 anos. Crianças que,
naturalmente devido ao desprezo dado à sua educação por pais pouco servidos de
sentimentos cristãos, se entregaram no verdor dos anos a uma vida criminosa. São
chamados de "Capitães da Areia" porque o cais é o seu quartel-general (...) O que se
faz necessário é uma urgente providência da polícia e do juizado de menores no
sentido da extinção desse bando e para que recolham esses precoces criminosos,
que já não deixam a cidade dormir em paz o seu sono tão merecido, aos Institutos
de reforma de crianças ou às prisões”. (Reportagem publicada no Jornal da Tarde, na
página de Fatos Policiais.) (AMADO, 1937, p.13/14).

Um mecanismo biopolítico importante do Estado brasileiro para controle das


crianças e adolescentes nas cidades, foi o movimento higienista que tomou corpo no país
em fins do século XIX até meados da década de 1950. A criança “abandonada”, legado da
aplicação da Lei do Ventre Livre, era preocupação dos sanitaristas na medida em que fazia
das ruas e espaços públicos sua morada. Para os médicos e demais atores sociais
pertencentes a elite, o método para controlar a criança pobre era confiná-la em espaços

31
disciplinares, preenchendo sua rotina com atividades profissionalizantes visando sua
inserção no mercado de trabalho (FOUCAULT, 1992).
O sistema de proteção e assistência proposto pelo primeiro Código de Menores
(1927) submetia qualquer criança, por sua simples condição de pobreza, à ação da Justiça e
da Assistência no sentido apenas de destinar um local de habitação. A esfera jurídica foi a
protagonista nessa questão, por meio da ação jurídico-social dos Juízes de Menores, até a
promulgação da Constituição de 1937, reflexo das lutas pelos direitos humanos que
emergiram naquele período. Com isso, a conotação jurídica implícita na caracterização do
problema dos “menores” concedeu espaço para uma caracterização de cunho social da
infância e da juventude (ALVAREZ, 1989; SOARES, 2003).
O avanço mais expressivo e recente em benefício dos jovens iniciou-se no período de
redemocratização do país com a elaboração da Constituição de 1988, que incorporou as
discussões da Convenção das Nações Unidas de Direitos da Criança, lançada no ano seguinte.
Destarte, a ideia do “menor em situação irregular” passou a ser desmembrada levando em
consideração a peculiaridade de cada caso envolvendo os jovens em situação de rua nas
políticas públicas do Brasil (BRASIL, 1988; ALVAREZ, 1989; SOARES, 2003).
As discussões que emergiram no período de redemocratização abriram caminho para
a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). Em sua proposta de ruptura
com o passado, o ECA tenta garantir direitos fundamentais a crianças e adolescentes,
especialmente as CASR que estão expostos às mais diferentes formas de violência em seu
cotidiano. O ECA materializou e regulamentou a Doutrina da Proteção Integral, trazendo
profundas alterações políticas, culturais e jurídicas quanto à questão da criança e do
adolescente no Brasil, tentando promover uma transformação paradigmática (LIMA, 2006;
ECA, 1990).
Com a mudança, crianças e adolescentes passam de objeto tutelado pelo Estado para
cidadãos portadores de direitos, no qual a sociedade, Estado e todos a sua volta passam a
ser responsáveis por sua integridade física e moral. O sujeito que era mero objeto do
processo é elevado à condição de sujeito de direitos, caracterizado, no art. 2o 45, do Estatuto
da Criança e do Adolescente, como criança ou adolescente, reconhecendo-se sua condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento (ECA, 1990; SOARES, 2003).

32
3. METODOLOGIA

Tendo como base os resultados do censo (2ª etapa) para realização da pesquisa
amostral (3ª etapa), o conceito de CASR (Conanda/CNAS/2017) e o Termo de Referência de
COVS/SMADS, toda construção metodológica da 3ª etapa foi conduzida entre as equipes
técnicas da empresa Painel Pesquisas e Consultoria e da Coordenação do Observatório da
Vigilância Socioassistencial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social
(COVS/SMADS), tanto na definição dos parâmetros a serem adotados para execução do
plano amostral como na elaboração conjunta dos instrumentais. Interlocutores internos e
externos da SMADS também foram envolvidos na construção dos instrumentais para
aprimoramento e construção coletiva.
O primeiro passo para que uma pesquisa traga resultados que retratam a população
de interesse é garantir que a amostragem seja representativa em relação à população. Neste
caso, utilizou-se como universo da pesquisa, para iniciar o plano amostral, os dados
levantados no 2º Censo de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua na Cidade de São
Paulo. Portanto, o censo identificou na cidade de São Paulo um total de 3.759 CASR, sendo
que destas 16,2% (609) estão em acolhimento (Serviço de Acolhimento Institucional para
Crianças e Adolescentes - SAICA, Centro de Acolhida Especial – CAE, etc.) e 83,8% (3.150)
estão em situação de rua. Essa constatação de CAs que tiveram trajetória de rua (609 CA
institucionalizadas) apontou uma característica de diferenciação na população que foi
considerada no plano amostral.
Nesse sentido, é de interesse separar o grupo atualmente em situação de rua, em
dois tipos: os que dormem pelo menos uma noite da semana na rua (pernoitando na rua), e
os que têm uma moradia e voltam todos os dias para dormir em casa (outras trajetórias de
risco). Essa diferenciação é devido ao entendimento de que, ao pernoitar na rua, as CASR
podem estar expostos a outros riscos do que aqueles que não pernoitam. Então, do total de
3.759 casos de CASR, o censo apontou: 16,2% estão em acolhimento, como já mencionado,
e daqueles que estão em situação de rua , 73,1% estão submetidos a vários riscos
predominantemente diurnos e 10,7% estão em situação de rua expostos a riscos diurnos e
noturnos, e por isso compõem o tipo pernoitando na rua.
Não foram considerados na pesquisa os segmentos sociais indicados a seguir:
adolescentes com 16 anos ou mais que trabalham nas ruas e são remunerados por uma

33
empresa, a saber: panfleteiros, office-boys-girls, entregadores de mercadorias e etc.,
conforme Termo de Referência, e crianças e adolescentes que muitas vezes estão circulando
ou brincando nas proximidades da moradia, principalmente nas zonas periféricas, e não
necessariamente estão em situação de rua, embora haja uma linha tênue que divide as CAs
vivendo processos de vulnerabilidades daquelas CAs que se encontram em situação de rua.
Algumas CAs em situação de vulnerabilidade também estão em situação de rua, mas nem
todas as crianças que estão na rua encontram-se em situação de vulnerabilidade, porque
situação de rua é um conceito.
Outra situação que não fez parte do Censo são as CAs que trabalham nas bancas de
feiras, muitas vezes eles podem fazer parte da família feirante, em outras, podem prestar
serviços ocasionais para os feirantes na forma de “bico”. A idade destes prestadores de
serviços pode indicar trabalho infantil ou não. No entanto, não foi previsto realizar a pesquisa
no interior das barracas de feiras, e sim entre as CAs que circulam pelas feiras para ajudar
no carregamento das compras, para pedir doações e/ou para vender produtos, assim como
não foi previsto realizar o censo em estabelecimentos comerciais (bares, restaurantes,
vendas etc.), ainda que também possam empregar mão-de-obra infantil. A diferença entre
as barracas de feiras e os estabelecimentos comerciais é que estes se mantêm fixos num
mesmo ponto comercial, enquanto os feirantes se deslocam em vários pontos pela cidade,
mas para ambos são estipuladas legislações e regulamentações de funcionamento.
Os critérios de exclusão para a realização das entrevistas foram: CAs e responsáveis
que apresentassem algum comprometimento cognitivo grave, que manifestassem
dificuldade de compreensão, CAs e responsáveis que no momento da abordagem estivessem
dormindo. Caso apresentassem sinais de intoxicação por conta do uso de álcool e outras
drogas, respeitava-se o espaço e, em uma segunda oportunidade, retornava-se ao território
e uma nova abordagem era feita.
A partir dos dados levantados na etapa da pesquisa censitária, iniciou-se o
planejamento da pesquisa amostral que compreendeu desde a elaboração metodológica dos
questionários até a elaboração do plano operacional, implicando, portanto, nas estratégias
de execução do campo. Para possibilitar a comparação e sistematização dos dados
recolhidos e, identificar os perfis de risco social, considerando as características de
transitoriedade das CASR e do conceito conforme a Resolução do CONANDA, foi aplicada a

34
metodologia da amostragem não probabilística, utilizando o método de pesquisa por cotas
junto às estratégias de incursão em que o campo foi planejado.
Um dos aspectos metodológicos definidos e validados com a contratante
(COVS|SMADS) foi a realização da pesquisa direta com crianças e adolescentes de 7 a 17
anos (em situação de rua ou em acolhimento), cujo instrumental foi pensado e estruturado
especificamente para este público, e para as crianças de 0 a 6 anos em situação de rua ou
em acolhimento, a pesquisa foi aplicada com os pais ou responsáveis.
A decisão por entrevistar os pais ou responsáveis está pautada pelo fato de os bebês
e crianças menores de 6 anos requererem estratégias de pesquisa diferenciadas das
utilizadas para CAs entre 7 e 17 anos, que consiste na grande maioria do público-alvo, e para
os quais pode-se perguntar diretamente, o que fica inviabilizado para os menores de 6 anos.
Outra justificativa para entrevistar os familiares ou responsáveis de bebês e crianças diz
respeito à necessidade de entender quais os motivos que favoreceram para que as famílias
e as crianças estivessem em situação de rua ou em abrigamento. Neste sentido, esta
investigação dialoga com o objetivo do Termo de Referência que baliza o contrato, em saber
quais são as vulnerabilidades e os riscos vividos por essas famílias antes de se encontrarem
em situação de rua.
Com vistas a aprimorar a coleta de dados, para aprofundamento da análise
qualitativa sobre os riscos que as CASR estão expostos, foram realizados grupos focais com
representantes de organizações sociais, movimentos sociais, trabalhadores dos Conselhos
tutelares, que atuam em todas as regiões da cidade, trabalhadores do SEAS e responsáveis
pelas CASR. O objetivo dos grupos focais foi o de coletar dados a respeito dos riscos sociais
que as CASR estão mais vulneráveis, na perspectiva dos atores da assistência social, assim
como sugestões dos participantes para melhorias nos serviços ofertados pela Prefeitura de
São Paulo. Para a coleta de dados utilizamos como referencial, para a elaboração dos roteiros
e condução dos grupos, a Teoria da Atividade Histórico Cultural (TAHC) (VYGOTSKY, 1978).
Os grupos foram definidos de acordo com as seguintes características: (i)
trabalhadores de organizações e movimentos sociais; (ii) trabalhadores do conselho tutelar,
(iii) trabalhadores de SEAS e (iv) responsáveis pelos CASR. Os grupos ocorreram na primeira
quinzena de outubro de 2022, contaram com a participação de 10 a 12 participantes,
voluntários, nas reuniões estiveram dois mediadores, pesquisadores da Painel Pesquisa, e
no grupo I houve a participação de uma técnica da SMADS e mais uma pesquisadora da

35
Painel Pesquisas. As reuniões duraram em média duas horas e meia cada uma e os resultados
estão dispostos no capítulo 6 “Resultados dos Grupos Focais”.

3.1 PLANO AMOSTRAL

A teoria da amostragem é dividida em dois grupos, a amostragem probabilística e a


amostragem não probabilística. Considera-se uma amostragem probabilística quando a
amostra é obtida de forma aleatória e todas as pessoas da população de interesse têm a
mesma chance de pertencer a amostra. A amostragem não-probabilística é utilizada quando
o universo de pesquisa pode mudar, ou quando não se garante que todos os indivíduos da
população terão a mesma chance de participarem da amostra. Além dessa característica, a
amostragem não-probabilística permite a definição da unidade amostral pelo pesquisador,
ou seja, o pesquisador, diante de alguns critérios pré-definidos, decide se o indivíduo
pertence ou não a determinada população. Portanto, observando as duas teorias, fica
evidente que critérios probabilísticos não são possíveis de serem atendidos na sua
totalidade, e, sendo assim, a amostragem para a pesquisa da população de CASR deve seguir
a metodologia não-probabilística. Reforçando os motivos técnicos:

● A transitoriedade das CASR, ou seja, hoje elas estão na rua, amanhã elas podem
não estar, ou ainda, elas estão alguns dias na rua, mas no momento da pesquisa não estão,
ou seja, situações que não garantem aleatoriedade e a mesma chance de participação na
amostra, haja visto que será entrevistado quem estiver na rua no momento da pesquisa;
● O conceito de CASR que define o segmento social que está associado à situação
de rua, formulado de forma técnica na Resolução no.1 CONANDA/CNAS, 2016. Ou seja, uma
CA que está em situação de rua, pode não ter este entendimento, pois dorme todos os dias
em casa e vai para a rua apenas para vender algo, por exemplo. Desta maneira, a
caracterização de situação de rua é dada pelo instrumental de pesquisa, a partir de
perguntas filtros que caracterizam o perfil da CASR, em convergência com o entendimento
da Resolução do CONANDA/CNAS.
● No Censo a qualificação entre os grupos de pernoite e outras trajetórias não foi
aprofundado, haja visto que o objetivo desta etapa era realizar o levantamento quantitativo
espacial de CASR e o levantamento inicial dos riscos sociais a que a criança e o adolescentes
estavam expostos. Já na etapa amostral, busca-se o detalhadamente e aprofundamento das

36
questões que permeiam a vida da CASR, o que pode mudar para mais ou para menos a
representatividades dos grupos dentro da amostra.
Definida a teoria a ser seguida, dentro da pesquisa não-probabilística, existe o
método de pesquisa por cotas, que se assemelha muito à pesquisa estratificada na teoria
probabilística, se diferenciando apenas no rigor das proporções, ou seja, pela transitoriedade
do público-alvo, é necessário que as cotas não sejam rígidas como são na estratificação,
podendo ter variações para fechamento da pesquisa, ou seja, para uma população
transitória não é possível ter estratos fixos, por isso as cotas e a metodologia não-
probabilística suportam esse universo.
Portanto, o plano amostral considerou as seguintes categorias que foram aplicadas
para a construção das cotas:
● Pernoitando na rua: passa pelo menos uma noite da semana na rua;
● Outras trajetórias de risco: está em situação de rua, mas volta todos os dias para casa;
● Acolhimento: em alguma circunstância que a CA esteve em trajetória de rua e no
momento, encontra-se em serviço de acolhimento.

Figura 1: Caracterização da amostra

CASR

GRUPO 1: GRUPO 2:
Responsáveis de 0 a 6 anos CA de 7 a 17 anos

Outras Pernoitando Outras


Pernoitando
trajetórias de Acolhimento na rua trajetórias de Acolhimento
na rua
risco risco

Fonte: Painel Pesquisas, 2022.

A figura 1 trata-se da caracterização geral e os quantitativos por região, sexo, faixa


etária e cor/raça seguem a proporcionalidade do Censo de CASR em cada grupo de situação
de rua, garantindo assim a proporcionalidade do perfil da amostra em relação à sua
população. A distribuição quantitativa e espacial das cotas por grupo de pesquisa, estão
dispostas nos quadros 1 e 2, a seguir:

37
Quadro 1: Pesquisa com responsáveis de crianças de 0 a 6 anos
Grupo (Riscos) Região da Pesquisa
Grupo Total Grupo Total
Acolhimento 45 Região 1 10
Pernoite 28 Região 2 13
Outras trajetórias de risco 146 Região 3 9
Total 219 Região 4 77
Região 5 65
Total 219
(*) O acolhimento não teve cota de região.

Sexo biológico da criança Raça/Cor


Grupo Total Grupo Total
Masculino 109 Parda 100
Feminino 110 Preta 57
Total 219 Branca 58
Outras 3
Total 219
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quadro 2: Pesquisa com CASR de 7 a 17 anos

Grupo (Riscos) Região da Pesquisa


Grupo Total Grupo Total
Acolhimento 66 Região 1 31
Pernoite 44 Região 2 59
Outras trajetórias de risco 346 Região 3 26
Total 456 Região 4 157
Região 5 117
Total 390
(*) O acolhimento não teve cota de região.

Sexo biológico Raça/Cor


Grupo Total Grupo Total
Masculino 298 Parda 208
Feminino 158 Preta 145
Total 456 Branca 96
Outras 7
Total 456

Faixa etária
Grupo Total
De 7 a 11 anos 178
De 12 a 17 anos 278
Total 456
Fonte: Painel Pesquisas, 2022

38
Todavia, conforme já mencionado anteriormente, considerando a característica de
transitoriedade do público-alvo da pesquisa, e que o método estatístico utilizado foi a
amostragem não probabilística, a proporcionalidade das cotas pode conter alterações para
mais ou para menos na amostra final que foi analisada.

3.2 DEFINIÇÃO TERRITORIAL

Por território, entende-se o local onde permanecem CASR, seja para trabalhar, seja
para dormir, ou para realizar outras atividades. São lugares com certas características
urbanas que favorecem a permanência destas CAs, como: áreas que contribuem com a
obtenção de alimentos, diversão e recursos financeiros, dentre outras possibilidades, seja
no centro ou na periferia da cidade de São Paulo. Esses lugares estão próximos de áreas
comerciais de intensa concentração e circulação de pessoas, com cruzamentos entre
grandes avenidas, próximos às estações de transporte coletivo (metrô, rodoviária, terminais
de ônibus), favorecendo atividades, principalmente aquelas relacionadas à geração de
renda, como a mendicância, sem muito risco de expulsão. Portanto, o território apresenta
certos atrativos que oferecem, tanto condições mínimas para abrigá-los (estruturas de
concreto, distância de áreas privadas, espaço para barracas etc.), quanto possibilidades para
a obtenção de rendimentos e/ou próximo a organizações que prestam serviços levando
alimento e/ou doações para as pessoas que se encontram em situação de rua (FIPE/SMADS,
2007).
Os pontos de concentração previamente levantados na etapa censitária, no qual foi
identificada a presença de CASR, somadas às definições conceitual e operacional,
contribuíram conjuntamente para a construção do plano amostral e a definição das cotas,
conforme já apresentado no capítulo 2.1.

3.3 INSTRUMENTAIS

De acordo com o objetivo da pesquisa amostral, descrito na parte 2, foi feito um


levantamento cuidadoso de questões e temas relativos ao público-alvo, que se baseou em
censos e estudos realizados anteriormente, bem como em estudos com abordagem sobre
as noções de riscos pessoais e sociais, a fim de propiciar uma base ampla para discussões e

39
decisões na elaboração dos instrumentais. Dessa maneira, a primeira versão dos
instrumentais apresentada à COVS/SMADS foi em 05 de julho de 2022, depois desta, outras
versões foram elaboradas, em decorrência das discussões, pré-testes e aprimoramento dos
instrumentais durante reuniões com interlocutores internos e externos da COVS/SMADS.
Todas as CAs que se encontram em situação de rua estão em situação de risco pessoal
e social por permanecerem nas ruas realizando atividades, inclusive nas piores formas de
trabalho infantil e vivendo inúmeras situações, quer seja por longos períodos, dias e noites,
quer seja por períodos curtos, algumas horas dos dias ou noites, conforme a definição de
CASR formulada na Resolução Conjunta nº 1 Conanda/CNAS/2017, abordada na parte 2
deste documento.

3.3.1 Elaboração e aplicação dos instrumentais

A pesquisa amostral, assim como a pesquisa censitária, priorizou a abordagem e


entrevista direta com a criança e com o adolescente para melhor investigação sobre os riscos
vividos pelas CASR, aprofundando questões entre aquelas CAs que pernoitam e aquelas que
não pernoitam nas ruas, mas estão expostas a outros riscos sociais e ambientais.
Para tanto, foram elaborados 2 instrumentais, validados e ajustados durante a
realização do pré-teste, que contemplam os 2 segmentos sociais dentro do universo de
CASR: um (instrumental 1) que visa as CAs com idades entre 7 e 17 anos, quer se encontrem
em situação de rua, quer estejam em serviços de acolhimento, e o outro (instrumental 2)
para as mães, pais ou responsáveis pelas crianças com idades entre 0 e 6 anos que se
encontram em situação de rua ou em serviços de acolhimento para adultos, como Centro
Temporário de Acolhimento (CTA), entre outros.
Contemplando a exigência prescrita no Termo de Referência, a elaboração dos
instrumentais foi feita com acompanhamento criterioso da equipe de COVS/SMADS ao longo
de diversas reuniões pré e pós pré-teste, também foram convidados atores do Sistema de
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) do município de São Paulo e dos
movimentos sociais atuantes com CASR, que puderam avaliar e tecer considerações de
extrema relevância para a construção dos instrumentais.

40
● Instrumental 1

Para aplicação desse instrumental (1), as CAs foram abordadas individualmente e


puderam optar em participar ou não da pesquisa. Vale destacar que a linguagem utilizada
nas perguntas dos questionários, elaboradas inicialmente a partir da dimensão da pessoa
adulta, foram readequadas ao universo da linguagem da criança e do adolescente,
procurando garantir, durante a aplicação do questionário, fluidez e ludicidade que são
próprias da infância e adolescência.
O instrumental (1) foi dividido por blocos, além das partes: apresentação, controle
de cotas e perguntas filtro, cada um contendo um número de perguntas sobre o tema do
bloco. São 14 blocos com questões que investigam desde o local de origem da CASR e suas
relações familiares e comunitárias, até a frequência com que a CASR volta para casa.
Verificam também o uso e avaliam os serviços oferecidos pela prefeitura e instituições pelas
quais passou (políticas de atendimento), que tipo de violências viveu e como são supridas as
necessidades básicas quando na rua. Uma gama maior de perguntas tratava sobre os modos
de vida na rua, considerando com quem fica na rua, com quem vem, quando veio a primeira
vez, os locais que permanece na rua, quais atividades fazem para gerar renda, destino da
renda, consumo de substâncias psicoativas.
Com o intuito de complementar o perfil das CASR, entre as últimas questões foi
abordado sobre identidade de gênero de maneira adaptada para crianças, mas foi
perguntado a todos. Dentro deste último bloco estão também questões sobre violências
sexuais.
Ainda em relação à elaboração das questões, algumas delas se aplicavam apenas à
faixa etária de 12 a 17 anos, quando o caso, por exemplo, de saber a orientação sexual do
entrevistado, se já aconteceu sua primeira relação sexual, e se sim, qual a faixa etária das
pessoas com quem costuma se relacionar sexualmente, se utiliza métodos contraceptivos e
de prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e se teve alguma relação sexual
forçada. Quando se tratava de pessoas do sexo biológico feminino (meninas cisgênero,
meninos transgênero) foi perguntado sobre o modo de acesso à absorventes durante o
período menstrual (onde havia a opção “ainda não menstruei”) e sobre o acompanhamento
do pré-natal, no caso de gestação em curso.

41
O bloco de fechamento visou investigar o que a criança ou o adolescente têm de
perspectiva para o futuro, buscando compreender que projetos ele teria, quais melhorias
busca para si e seus iguais, quais necessidades seriam priorizadas, e foi feita a pergunta: “Se
você fosse prefeito/a o que você faria ou criaria para crianças e adolescentes como você?”.
Após o encerramento da entrevista, o instrumental ofereceu um campo de escrita aberta
para que o pesquisador pudesse complementar informações sobre a criança ou adolescente,
qualquer fato que contribuísse na interpretação da realidade vivida por ele, que pudesse
trazer relevância e não foi contemplado ao longo das perguntas do instrumental.
Foi necessário fazer uma diferenciação no modo de aplicar o questionário para
aqueles que estavam em acolhimento, no que diz respeito ao tempo verbal empregado nas
perguntas, haja vista que as CAs responderam ao questionário em relação à trajetória de rua
vivida antes de estarem em serviços institucionais da assistência social.

● Instrumental 2

A mãe, pai ou responsável foram os entrevistados para os casos de crianças com até
6 anos de idade, tanto em situação de rua ou, quanto em acolhimento
O instrumental 2 também está dividido por blocos, além das partes de
apresentação, controle de cotas da amostra e perguntas filtro, cada um contendo um
número de perguntas sobre o tema do bloco. São 13 blocos com perguntas que inicialmente
abordam a relação entre o entrevistado e a criança de 0 a 6 anos, o vínculo em relação à
criança, se a criança tem irmãos, faixa etária e com quem estão e, de modo geral, sobre as
situações atuais da criança e do entrevistado.
Com relação às informações da criança, procurou-se saber sobre: local de moradia
(cidade e bairro), local de nascimento, situação escolar e de saúde, serviços e instituições
pelas quais passou, a avaliação do atendimento recebido, local onde dorme e com quem,
tempo que a criança está em situação de rua e como o responsável se organiza em relação
às necessidades básicas do bebê ou da criança quando está na rua. Além do mais, buscou-se
identificar se o responsável ou a família da criança possuía benefícios de políticas de
transferência de renda.
Em seguida das informações sobre as crianças, iniciavam-se perguntas que tinham o
intuito de investigar sobre a situação do responsável para entender, com isso buscou-se

42
saber: local (cidade e bairro) de moradia, nascimento, aspectos da estada na rua, como vem
até o ponto onde foi encontrada, período do dia e frequência em que fica na rua, se possuía
residência fixa, e se sim, qual a situação da casa (própria, alugada, ocupada), se dormia na
rua e com quem, a relação com a família, quais os motivos para estar em situação de rua, o
porquê de estar em situação de rua com a criança, tempo que está em situação de rua, se
outros familiares estão na mesma situação, perfil da pessoa/acompanhante (sexo, cor,
gênero, escolaridade, documentos), situação de trabalho, atividades que desempenha na
rua, violências sofridas na rua e consumo de substâncias psicoativas.
Para o fechamento da entrevista, como no instrumental 1, foi perguntado para o
entrevistado o que faria ou criaria para melhorar a qualidade de vida de crianças que se
encontram na mesma situação, se tivesse poder para isso. Os dois instrumentais, estão
dispostos ao final do relatório e foram adaptados ao modelo do aplicativo para serem
utilizados, durante a pesquisa em campo, por meio do dispositivo eletrônico tablet.

3.3.2 Pré-teste dos instrumentais

Cada questionário passou por um processo de validação coletiva, tanto internamente


quanto pela equipe de pesquisadores da Painel Pesquisas, em reuniões realizadas para
debater estratégias de encaminhamento, com a contribuição de uma psicóloga social para
melhor redação e interpretação dos questionários, respeitando as diversas faixas etárias dos
interlocutores.
Quando foi possível chegar a um primeiro modelo experimental foi eleita uma equipe
com: 1 dos coordenadores gerais, as 2 coordenadoras de campo, 2 das pesquisadoras sênior,
1 pessoa da equipe de supervisão de campo e 1 pesquisador/mediador de campo para irem
à campo nas ruas da região da avenida Paulista, de maneira formal com as identificações
necessárias (crachá e colete), equipados com tablets atualizados para a realização do
primeiro pré-teste. Nesta ocasião foi possível realizar 3 entrevistas: 2 entrevistas com
adolescentes, uma entrevista com um responsável (instrumental para CASR de 0 a 6 anos) e
uma quarta iniciativa com um adolescente que evadiu durante a entrevista alegando ir
buscar um refrigerante.
Nesta oportunidade a equipe avaliou, principalmente, o tempo de entrevista, a
fluidez proposta pela ordem dos blocos de perguntas e a eficácia do questionário no

43
aplicativo. O que se notou foi uma entrevista excessivamente longa, algumas perguntas
davam a sensação de que o assunto estava repetido, algumas alternativas precisavam ser
incluídas em algumas questões para dar conta da complexidade dos perfis de CASR que
encontramos na rua, dentre outros detalhes que foram ajustados.
Após os ajustes, os instrumentais sofreram mudanças, especialmente sobre as
disposições dos blocos e nas alternativas. Algumas perguntas foram reordenadas de maneira
a estimular uma conversa mais fluida e orgânica. Essa estratégia permitiu aglutinar algumas
perguntas e suprimir outras, já que era pertinente reduzir o tempo de entrevista sem
prejuízo da coleta. Posteriormente, a equipe da Painel Pesquisas realizou pré-teste nas ruas
do centro da cidade, nos Serviços de Acolhimento Inicial para crianças e adolescentes
(SAICAs) e com responsáveis das crianças de 0 a 6 anos. Durante o treinamento dos
supervisores de campo foi feito um terceiro e último pré-teste, para isso foram formadas
duplas entre as executarem a tarefa. As últimas percepções foram novamente acolhidas e
debatidas, a princípio internamente, depois com equipe de COVS/SMADS e, por fim, com os
interlocutores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e os
movimentos sociais que acompanharam todo o desenvolvimento da pesquisa auxiliando nos
encaminhamentos e elaboração de instrumentais. Após essas etapas, os instrumentais
foram apresentados no treinamento de pesquisadores antes do início do campo.

3.4 PROCEDIMENTOS DE CAMPO

3.4.1 Equipes

Ao final do terceiro itinerário da pesquisa, é possível realizar algumas comparações


entre as estratégias adotadas nas seleções dos itinerários anteriores, bem como constatar o
empoderamento técnico da equipe de supervisão e pesquisadores de campo contratados.
Não havia como ser diferente, pois cada etapa e cada itinerário de pesquisa em campo, teve
seus objetivos específicos, sendo assim, cada seleção seguiu critérios tão bem-sucedidos que,
além dos êxitos nas etapas anteriores, proporcionou nesta fase, a formação de uma equipe
engajada, apropriada, comprometida e tecnicamente eficiente, tanto do ponto de vista das
metodologias clássicas de pesquisa social em campo, quanto no que se refere às dimensões
metodológicas subjetivas da pesquisa, são elas: abordagens pautadas em práticas
operacionalizadas no âmbito da educação social e popular, escuta qualificada, sensibilidade

44
e acolhimento. A maioria dos pesquisadores já havia trabalhado nas etapas anteriores desta
pesquisa, portanto essas dimensões subjetivas relativas às operações em campo já haviam
sido destacadas nos treinamentos dos itinerários anteriores, promovendo o domínio destes
referenciais metodológicos tão preciosos para validar o caráter humano das nossas incursões
em campo.
Dos pesquisadores selecionados, 44% possuem curso superior completo, 17% curso
superior incompleto, 27% pós-graduação ou mestrado e 8% com ensino médio completo,
porém com vasta experiência com população em situação de rua, inclusive, com CAs com
trajetórias de vida nas ruas. Com relação aos supervisores, os 3 profissionais selecionados
possuem vasta experiência em abordagem social, pesquisas sociais e população em situação
de rua, sendo:
● Ana Carolina Martins Gil: Psicóloga, Mestre e Doutoranda em Psicologia
Social, integrante do grupo de trabalho Crianças e Adolescentes em Situação
de Rua, da Rede Brasileira de Pesquisadores sobre População em Situação de
Rua, com vasta experiência em trabalhos com população em situação de rua,
tendo atuado, inclusive, como psicóloga em Centros de Acolhida e em equipes
do Consultório na Rua, na cidade de São Paulo;

● Fernando Monteiro Camargo: Antropólogo, Mestre e Doutorando em


Ciências Sociais, realizou e coordenou projetos de pesquisa nas áreas de
educação, cultura e proteção social e já atuou na coordenação e execução do
censo de população em situação de rua na cidade de Piracicaba/SP.

● Leila Raquel Aparecida dos Santos Pinelli: Assistente Social e pesquisadora,


atuando há mais de 20 anos em pesquisas sociais e censos de população em
situação de rua.

As 3 equipes foram compostas com 1 supervisor, 10 pesquisadores e 1 mediador de


campo, este último, escolhido estrategicamente para cada região, considerando as
experiências da prática profissional no Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), ou
por sua trajetória em situação de rua. O trabalho de mediação foi fundamental para agilizar
e dinamizar a chegada aos espaços de concentração, realizar o primeiro contato com CASR
e com as famílias que vivem violências sobrepostas, tamanho o grau de vulnerabilidade a
que estão expostas. A comunicação astuta e os vínculos prévios destas pessoas foram as

45
ferramentas que abriram as portas para a chegada respeitosa do restante da equipe. A
experiência dos pesquisadores que atuam nos serviços de abordagem social e o
conhecimento da equipe sobre os territórios contribuíram fortemente para que as equipes
atuassem de forma eficaz e dinâmica.

3.4.2 Territórios

A estratégia de incursão de campo da etapa amostral foi pautada nos dados coletados
durante a cobertura territorial da etapa censitária, como já citado, que indicou os territórios
com maior concentração de crianças e adolescentes em situação de rua. A divisão territorial
seguiu a mesma estrutura utilizada na etapa censitária:

Quadro 3: Agrupamento dos Distritos para a pesquisa censitária de CASR

Região Censitário Distritos pertencentes


Anhanguera, Brasilândia, Cachoeirinha, Jaçanã, Jaguara, Jaguaré, Jaraguá, Mandaqui,
Região 1
Perus, Pirituba, São Domingos, Tremembé, Tucuruvi, Vila Leopoldina, Vila Medeiros
Aricanduva, Artur Alvim, Cangaíba, Carrão, Cidade Lider, Cidade Tiradentes, Ermelino
Matarazzo, Guaianases, Iguatemi, Itaim Paulista, Itaquera, Jardim Helena, José
Região 2 Bonifácio, Lajeado, Parque do Carmo, Penha, Ponte Rasa, São Lucas, São Mateus, São
Miguel, São Rafael, Sapopemba, Vila Curuçá, Vila Formosa, Vila Jacuí, Vila Matilde e
Vila Prudente
Butantã, Campo Belo, Campo Grande, Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade
Região 3 Ademar, Cidade Dutra, Cursino, Grajaú, Jabaquara, Jardim Ângela, Morumbi, Raposo
Tavares, Sacomã, Santo Amaro, Socorro, Vila Andrade e Vila Sônia
Água Rasa, Alto de Pinheiros, Barra Funda, Casa Verde, Freguesia do Ó, Ipiranga, Itaim
Região 4 Bibi, Jardim Paulista, Lapa, Limão, Moema, Mooca, Perdizes, Pinheiros, Santana,
Saúde, Tatuapé, Vila Guilherme, Vila Maria e Vila Mariana
Bela Vista, Belém, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Liberdade, Pari, República,
Região 5
Santa Cecília e Sé

A seguir, os distritos indicados para a estratégia de campo na etapa amostral para


representar as regiões, considerando o número de CASR identificados na etapa censitária,
conforme exposto a seguir:
● Região 01 - norte: Cachoeirinha (46), Jaçanã (21), Pirituba (15) e Vila Leopoldina (36);
● Região 02 - leste: Cidade Lider (39), Ermelino Matarazzo (44), Iguatemi (50), Itaim
Paulista (37), São Mateus (34), São Miguel (41), Vila Jacuí (34), Penha (29), Carrão
(29), Itaquera (15), Aricanduva (11);
● Região 03 - sul: Santo Amaro (44), Jardim Ângela (31), Morumbi (26), Jabaquara (33)
e Campo Belo (21),

46
● Região 04 - centro expandido: Alto de Pinheiros (34), Pinheiros (152), Jardim Paulista
(76), Itaim Bibi (87), Santana (140), Saúde (81), Vila Maria (60), Vila Mariana (73),
Barra Funda (94), Lapa (103), Moema (97) e Tatuapé (161); e
● Região 05 - centro histórico: Bela Vista (121), Santa Cecília (196), Bom Retiro (87),
Brás (62), Consolação (52), República (309) e Sé (202).

Figura 2: Divisão territorial dos distritos de São Paulo utilizadas na pesquisa censitária de CASR

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

No decorrer do campo, o acesso ao banco de dados, às cotas já contempladas e as


não contempladas direcionaram as equipes para pontos de concentração de crianças e
adolescentes diferentes a cada dia, os pontos de encontro (sempre em estações do metrô)
garantiam a gestão de tempo de deslocamento, bem como a organização das duplas dos
pesquisadores para cada território, permitindo que as estratégias fossem flexíveis a partir
das realidades e cenários que cada território apresentava durante os dias de execução da
etapa amostral. Houve a contratação de locação de 3 vans que realizaram os deslocamentos
de equipe apenas nos dois primeiros dias em que houve pesquisa nas regiões periféricas e

47
residenciais da cidade. Nos outros dias o deslocamento era feito a pé, e quando necessário,
usou-se de transporte público para um deslocamento maior ou mais ágil.
Foi disponibilizado para cada supervisor um tablet com as informações espaciais no
aplicativo do Google Earth e dos perfis a serem pesquisados dentro de cada território (a
partir das cotas estabelecidas) visualizados em tempo real.
Além das regiões supracitadas, algumas informações pertinentes ao território serão
apresentadas considerando as 5 regiões geográficas de São Paulo, conforme disposto no site
oficial da Prefeitura Municipal de São Paulo:

Figura 3: Regiões, Subprefeituras e Distritos de São Paulo

Fonte: São Paulo, 2022.

48
A seguir a lista dos distritos considerados na pesquisa por região geográfica:
Quadro 4: Relação dos distritos por Região Geográfica de São Paulo
Região Distrito Região Distrito
Bela Vista Brasilândia
Bom Retiro Cachoeirinha
Cambuci Freguesia do Ó
Consolação Norte Perus
Centro
Liberdade Santana
República Vila Maria
Santa Cecília Vila Medeiros
Sé Alto de Pinheiros
Aricanduva Barra Funda
Artur Alvim Butantã
Belém Itaim Bibi
Brás Jardim Paulista
Oeste
Carrão Lapa
Cidade Tiradentes Morumbi
Ermelino Matarazzo Perdizes
Guaianases Pinheiros
Itaim Paulista Vila Leopoldina
Itaquera Ipiranga
Leste Mooca Jabaquara
Pari Jardim Ângela
Sul
Parque do Carmo Moema
Penha Santo Amaro
Ponte Rasa Vila Mariana
Fonte: São Paulo, 2022.
São Miguel Paulista

São Rafael
Sapopemba
Tatuapé
Vila Jacuí

3.4.3 Incursão em campo

A incursão de campo foi realizada em 10 dias entre os meses de agosto a setembro


de 2022, sendo os dias 25, 27, 28 e 31 de agosto, e 02, 03, 08, 09, 10 e 11 de setembro, tendo
início logo após a conclusão do treinamento dos pesquisadores. No entanto, para a análise
e controle das cotas amostrais, o período de campo desta etapa não se deu em dias
consecutivos, foram necessárias pausas entre alguns dias para avaliação e atualização das
estratégias, bem como levantamento das cotas preenchidas. Já nos serviços de acolhimento,
a pesquisa foi feita nos dias 08, 09, 10, 12 a 16, 19 e 20 de setembro.

49
No cronograma exposto abaixo é possível acompanhar os dias e horários de
pesquisa, também os territórios visitados a cada dia.
Quadro 5: Cronograma da pesquisa de campo – Etapa Pesquisa Amostral

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado Domingo

22/08 23/08 24/08 25/08 26/08 27/08 28/08

Treinamento Treinamento Treinamento Pesquisa de Pausa para Pesquisa de Pesquisa de


de de de campo análise de campo campo
pesquisadores pesquisadores pesquisadores banco de
Dia 1 dados e Dia 2 Dia 3
12h às 20h alinhamento 12h às 20h 10h às 18h
Região 5 da equipe Região 4 Região 1, 2 e 3

29/08 30/08 31/08 01/09 02/09 03/09 04/09

Pausa para Pausa para Pesquisa de Pausa para Pesquisa de Pesquisa de Pausa para
análise do análise do campo análise de campo campo análise de
banco, banco, banco de banco de
direcionament direcionament Dia 4 dados Dia 5 Dia 6 dados
o da amostra o da amostra 12h às 20h 12h às 20h 12h às 20h
e redefinição e redefinição Regiões 4 e 5 Regiões 4 e 5 Regiões 4 e 5
das das
estratégias de estratégias de
campo campo

05/09 06/09 07/09 08/09 09/09 10/09 11/09

Pausa para Pausa para Pausa para Pesquisa de Pesquisa de Pesquisa de Pesquisa de
análise do análise do análise do campo campo campo campo
banco, banco, banco,
direcionament direcionament direcionament Dia 7 Dia 8 Dia 9 Dia 10
o da amostra o da amostra o da amostra 13h às 21h 14h às 22h 14h às 22h 11h às 15h
e redefinição e redefinição e redefinição Região 4 Regiões 2 e 4 Regiões 1, 2, 3 Regiões 1, 2 e
das das das e4 4
estratégias de estratégias de estratégias de 1 equipe / 9 1 equipe / 9 1 equipe / 9
campo campo campo pesquisadores pesquisadores pesquisadores 1 equipe / 6
pesquisadores
Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em
serviços de serviços de serviços de
acolhimento acolhimento acolhimento

Dia 1 Dia 2 Dia 3

12/09 13/09 14/09 15/09 16/09 19/09 20/09

Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em Pesquisa em


serviços de serviços de serviços de serviços de serviços de serviços de serviços de
acolhimento acolhimento acolhimento acolhimento acolhimento acolhimento acolhimento

Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7 Dia 8 Dia 9 Dia 10

Fonte: Painel Pesquisas, 2022.


Legenda: Região 1 - Norte, Região 2 - Leste, Região 3 - Sul, Região 4 - Centro expandido e Região 5 - Centro histórico.

50
Com relação aos serviços de acolhimento, alguns serviços já haviam sido selecionados
pela equipe de análise de dados, com base no Sistema de Informação do Atendimento aos
Usuários (SISA), de modo que, a partir do número de crianças e adolescentes com o perfil da
pesquisa cadastrado em cada equipamento e o número de cotas a ser cumprido, foram
selecionados, em primeiro momento, onze serviços, que juntos apresentaram um número
de crianças e adolescentes com trajetória de rua que excedia a quantidade de entrevistas
necessária, portanto foram formalmente informados sobre a pesquisa, por telefone, pela
equipe de SMADS. Este fluxo de contato foi um requisito importante, adotado desde a etapa
censitária. No decorrer dos agendamentos foi necessário articular outros serviços, a fim de
atingir as cotas estabelecidas de pesquisa, por grupo.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise dos dados foram utilizadas técnicas de análise descritiva de dados
(tabelas simples, tabelas cruzadas, gráficos, percentuais, médias e outras) e, pontualmente,
foi utilizado para comparação dos dados entre categorias de resposta o teste Não
Paramétrico Qui-Quadrado (Teste Ꭓ2), principal teste na estatística de comparar proporções,
ou seja, verificar possíveis divergências entre as frequências observadas na amostra e as
frequências esperadas com aquele tamanho de amostra.
Para aplicar o teste é necessário primeiramente verificar os pressupostos, que são eles:
● Os grupos devem ser independentes e os itens de cada grupo são selecionados
aleatoriamente;
● As observações devem ser frequências ou contagens, e cada observação pertence a
uma e somente uma categoria;
● A amostra deve ser relativamente grande: pelo menos 5 observações em cada célula,
ou nenhuma frequência igual a 0, ou até 20% das células com frequência inferior a 5.
Ao aplicar o teste, o resultado é indicado pela significância da estatística do teste,
que é o p-valor, que indica a probabilidade de se observar uma diferença entre as categorias.
Quanto menor o p-valor, maior a probabilidade de se encontrar diferenças estatísticas
significantes entre as categorias.

51
Assume-se, frequentemente, um p-valor significativo quando este é inferior a 0,05,
ou seja, quando o p-valor do teste é inferior a 0,05, assume-se que estatisticamente existe
uma grande probabilidade de as frequências observadas nas categorias serem diferentes.
Quando o p-valor é maior que 0,05, assume-se que não houve citações suficientes para
avaliar diferença entre as estatísticas, por mais que ao olhar as proporções perceba-se
diferenças, estas não foram suficientes para apontar diferenças estatisticamente
significantes.
Para facilitar a análise e identificar diferenças ao final de cada tabela, há a coluna
“análise” que pode apresentar em cada categoria cruzada ao perfil uma das seguintes
respostas:

Análise Descrição
Apresentado quando não houve citações suficientes dentro da
*
amostra para definir o perfil
Quando a diferença entre os percentuais das categorias não foi
Não significante estatisticamente significativa, entendendo que o perfil
analisado não interfere na ocorrência da categoria
Quando p-valor < 0,05 divide-se o Para verificar o número de vezes que o percentual maior se
!"#$% '(%)(*+,"-
!(*$% '(%)(*+,"-
apresenta em cima do percentual menor

Outro ponto a ser destacado são as variáveis utilizadas para definir o perfil em cada
grupo, são elas:
Grupo Variáveis de perfil

● Cor ou raça do respondente (responsável pela criança de 0 a 6 anos)


0 a 6 anos ● Região amostral
● Divisão regional de São Paulo

● Faixa etária da CA
● Cor ou raça da CA
7 a 17 anos ● Sexo biológico da CA
● Região amostral
● Divisão regional de São Paulo

Ao decorrer da análise, deve-se ter cuidado com a interpretação dos dados pelo fato que a
cota referente às crianças de 0 a 6 anos foram respondidas pelo responsável que se
encontrava com a criança seja em situação de rua, ou em acolhimento, no momento da
pesquisa. Por este fato, na maior parte do questionário, as perguntas feitas a este grupo se

52
referem ao perfil do responsável, o qual no entendimento deste trabalho é a pessoa que
diretamente leva a criança a vivenciar a situação de rua.
Atenção para os totais de respondentes:
✔ As não respostas, não informados ou não quiseram responder foram excluídas dos
cruzamentos;
✔ Quando avaliada a região de pesquisa, o acolhimento ficou de fora da análise pois
não teve região pré-determinada.

53
4. RESULTADOS DA ETAPA AMOSTRAL COM CASR
A seguir serão apresentados os dados coletados na etapa amostral. Os dados foram
agrupados de acordo com os blocos do questionário e foram expostos de acordo com os dois
grupos etários (0 a 6 anos e 7 a 17 anos) e por situação: acolhimento, outras trajetórias de
risco e pernoite.

Para facilitar a leitura dos dados, todas as informações do grupo etário de 0 a 6 anos
foram formatadas no degradê da cor vinho e o grupo de 7 a 17 anos no degradê da cor azul:

0 a 6 anos 7 a 17 anos

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A pesquisa abordou em campo um total de 741 CASR, sendo 41% do sexo feminino e
58% do sexo masculino, seguindo as cotas previstas no plano amostral, a partir dos
resultados da etapa censitária. Consolidando estes dados nos dois grupos de faixas etárias,
é percebida a seguinte distribuição do sexo biológico: 53,2% do sexo feminino no grupo de
0 a 6 anos e 63,7% do sexo masculino no grupo de 7 a 17 anos.

Gráfico 1: Sexo das CASR por faixa etária

0 a 6 anos 7 a 17 anos Total


63,7% 58,7%
53,2%
41,3% 46,8%
36,3%

Feminino Masculino

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

54
Ao analisar especificamente entre o grupo de 0 a 6 anos, 63,3% dos perfis em situação
de pernoite são do sexo feminino. Apesar de visualmente o percentual ser maior, esse perfil
de sexo biológico dentro dos grupos de Situação de Rua (SR) na faixa etária de 0 a 6 anos não
possui uma diferença significativa (Teste Ꭓ2 p-valor = 0,48), ou seja, não se pode concluir
que um grupo em SR tem mais ou menos CA do sexo feminino que outro grupo.

Tabela 1: Sexo biológico na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação


Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Sexo de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Feminino 23 51,1% 75 51,7% 19 63,3% 117 53,2%
Masculino 22 48,9% 70 48,3% 11 36,7% 103 46,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

No grupo de crianças acima de 7 anos e adolescentes até 17 anos, o sexo masculino


aponta 61,3% dos perfis encontrados no acolhimento enquanto 68% estão inseridos em
outras trajetórias de risco. Na categoria de pernoite, o número se mostrou proporcional para
ambos os sexos. Neste caso, quando aplicado o Teste Ꭓ2 o p-valor foi < 0,005, indicando
diferença no comportamento do sexo entre os grupos de SR, e no caso o destaque está no
sexo masculino em outras trajetórias de risco, o que se pode afirmar que existe neste grupo
o perfil de se encontrar mais sexo masculino do que feminino.

Tabela 2: Sexo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação


Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Sexo de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Feminino 31 38,8% 111 32,0% 47 50,0% 189 36,3%
Masculino 49 61,3% 236 68,0% 47 50,0% 332 63,7%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Em relação à raça/cor, a amostra total dos 741 respondentes apresentou 44,4%


pardos, 33,9 pretos, 20% brancos e o restante de outras raças/cores. Ao observar entre as
faixas etárias, a maioria das crianças em situação de rua (CSR) de 0 a 6 anos (71,9%) são
negros (pretos e pardos). Todavia, entre a faixa etária de 7 a 17, a soma dos percentuais das
raças/cores preta e parda ultrapassam 80%. Destacou-se na faixa etária de 0 a 6 anos a

55
raça/cor branca, com 26,4% dos entrevistados, enquanto na outra faixa etária, de 7 a 17,
teve-se 17,3%. Os dados indicam que a maioria das CASR da raça/cor branca vivencia a
situação de rua quando crianças, já as CASR negros1, permanecem mais tempo nesta
situação. Tudo indica que se trata do racismo estrutural brasileiro que privilegia a população
não negra inclusive nesta situação (ALMEIDA, 2019).

Gráfico 2: Raça/cor por faixa etária

0 a 6 anos 7 a 17 anos Total

45,5% 44,0% 44,4%


37,0%
26,4% 26,4% 33,9%
20,0%
17,3%
0,5% 0,6% 0,5% 1,4% 1,2% 1,2%

Amarela Branca Indígena Parda Preta

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Considerando a categorização do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


em relação à raça/cor2, conforme disposto na Tabela 3, a análise sobre raça/cor no grupo de
0 a 6 anos demonstra que crianças de cor parda se destacam em todas as três situações
pesquisadas. E aplicando o Teste Ꭓ2 o p-valor não foi significativo, isso traz a informação que
não há diferenciação da distribuição racial entre as situações, ou seja, não se pode afirmar
que uma raça/cor específica se sobressaia em um ou outro grupo de situação de rua, assim,
reforça-se o padrão da cor parda prevalecer nas três situações, nesta faixa etária.
Tabela 3: Raça/cor na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação

Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Raça/cor de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Amarela 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Branca 8 17,8% 40 27,6% 10 33,3% 58 26,4%
Indígena 0 0,0% 3 2,1% 0 0,0% 3 1,4%
Parda 25 55,6% 60 41,4% 15 50,0% 100 45,5%
Preta 12 26,7% 41 28,3% 5 16,7% 58 26,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

1
Segundo a LEI Nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, inciso IV,
considera-se população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, conforme o
quesito cor ou raça usado pelo IBGE.
2
Informação disponível no site da Comissão Nacional de Classificação (CONGLA) do IBGE.

56
Em relação ao grupo de 7 a 17 anos, conforme detalhado na Tabela 4, as CASR da
raça/cor preta e parda prevalecem em todas as situações de rua e se somadas,
correspondem a mais de 80% dos casos. Novamente, com o Teste Ꭓ2, observa-se no grupo
de 7 a 17 anos que a raças/cores não se diferem dentro de cada situação, ou seja, o padrão
é a predominância de CASR preta (37%) e parda (44,%), sendo a parda 2,5 vezes maior que
a raça/cor branca (17,3%).

Tabela 4: Raça/cor na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação


Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Raça/cor de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Amarela 0,0% 1 0,3% 2 2,1% 3 0,6%
Branca 16 20,0% 54 15,6% 20 21,3% 90 17,3%
Indígena 0,0% 4 1,2% 2 2,1% 6 1,2%
Parda 34 42,5% 154 44,4% 41 43,6% 229 44,0%
Preta 30 37,5% 134 38,6% 29 30,9% 193 37,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

E novamente, com o Teste Ꭓ2, observa-se também no grupo de 7 a 17 anos que a


distribuição das CASR não brancos e brancos não se diferem dentro de cada situação, ou
seja, o padrão é constatar mais a população não branca (parda, preta, indígena e amarela)
nas três situações analisadas (acolhimento, outras trajetórias de risco e pernoite), sem
prevalecer em um tipo de situação específico em relação a população branca.

Analisando o quesito idade, no grupo de 7 a 17 anos, constata-se uma variabilidade


entre as idades, tendo apontamento de 6,1% a 11,9%. Na categoria de acolhimento,
identificamos 20% de adolescentes com idade de 16 anos e 16,3% com idade de 17 anos.
Nesta categoria, o menor número encontrado foi de 7 anos, com 3,8%. Na categoria de
outras trajetórias na rua, identificamos 14,4% de crianças de 10 anos, seguido por 11,5% de
crianças com 11 anos. O menor número encontrado também foi a faixa etária de 7 anos. Na
categoria de pernoite, identificamos 16% de adolescentes com idade de 17 anos, seguido
por 12,8% de adolescentes com idade de 14 anos. Ainda no perfil das CASR que pernoitam
nas ruas, o menor número encontrado foi de 6,4% nas idades de 9 e 10 anos.

57
Tabela 5: Idade aberta na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total
Idade
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
7 anos 3 3,8% 19 5,5% 10 10,6% 32 6,1%
8 anos 7 8,8% 24 6,9% 7 7,4% 38 7,3%
9 anos 6 7,5% 24 6,9% 6 6,4% 36 6,9%
10 anos 6 7,5% 50 14,4% 6 6,4% 62 11,9%
11 anos 7 8,8% 40 11,5% 8 8,5% 55 10,6%
12 anos 5 6,3% 33 9,5% 9 9,6% 47 9,0%
13 anos 7 8,8% 38 11,0% 2 2,1% 47 9,0%
14 anos 4 5,0% 37 10,7% 12 12,8% 53 10,2%
15 anos 6 7,5% 31 8,9% 10 10,6% 47 9,0%
16 anos 16 20,0% 26 7,5% 9 9,6% 51 9,8%
17 anos 13 16,3% 25 7,2% 15 16,0% 53 10,2%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Separando as idades nos grupos, considerando a faixa etária do Estatuto da Criança


e do Adolescente (ECA) de crianças (7 a 11 anos, 42,8%) e adolescentes (12 a 17 anos, 57,2%),
percebe-se uma concentração maior de adolescentes nas três situações, sendo que em
acolhimento essa média é de 63,8%.

Gráfico 3: Cruzamento de faixa etária por tipo de situação


7 a 11 12 a 17
63,8% 60,6% 57,2%
54,8%
45,2% 39,4% 42,8%
36,3%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

No grupo da faixa etária de 0 a 6 anos, buscou-se entender se as crianças tinham


irmãos. Os responsáveis que afirmaram que as crianças contempladas na pesquisa têm
irmãos, correspondem a 85,9%, a maior parte tem 2 irmãos (33,3%).

Tabela 6: Criança na faixa etária de 0 a 6 anos com irmão, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Essa criança Acolhimento Pernoite Total
risco
tem irmãos?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 6 13,3% 19 13,1% 6 20,0% 31 14,1%
Sim 39 86,7% 126 86,9% 24 80,0% 189 85,9%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

58
Tabela 7: Quantidade de irmãos das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Quantos irmãos risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
1 12 30,8% 30 23,8% 5 20,8% 47 24,9%
2 18 46,2% 39 31,0% 6 25,0% 63 33,3%
3 7 17,9% 23 18,7% 6 25,0% 36 19,0
4 2 5,1% 14 11,1% 2 8,3% 18 9,5%
5 0,0% 7 5,6% 0,0% 7 3,7%
6 0,0% 3 2,4% 5 20,8% 8 4,2%
7 0,0% 5 4,0% 0,0% 5 2,6%
8 0,0% 2 1,6% 0,0% 2 1,1%
9 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
13 0,0% 2 1,6% 0,0% 2 1,1%
Respondentes 39 100,0% 126 100,0% 24 100,0% 189 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável.

Conforme apresentado na tabela anterior, se considerarmos o total de crianças que


possuem até 3 irmãos, tem-se 77% das crianças contempladas na pesquisa. Quando se
buscou levantar a faixa etária destes, percebeu-se que a maioria dos irmãos também são
crianças de 0 a 6 anos (75,7%).
Tabela 8: Faixa etária dos irmãos das crianças de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Faixa etária dos irmãos de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
De 0 a 6 29 74,4% 96 76,2% 18 75,0% 143 75,7%
De 7 a 11 anos 15 38,5% 82 65,1% 11 45,8% 108 57,1%
De 12 a 17 anos 10 25,6% 40 31,7% 12 50,0% 62 32,8%
De 18 anos ou mais 3 7,7% 11 8,7% 0 0,0% 14 7,4%
Respondentes (*) 39 - 126 - 24 - 189 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Os responsáveis foram questionados a respeito de onde se encontravam esses


irmãos no momento da pesquisa, a maioria (64%) afirmou que estavam com eles, 20%
informaram que os irmãos estavam com outros parentes. Se correlacionarmos as tabelas 8
e 9, concluímos que a maioria dos irmãos das crianças de 0 a 6 anos também são desta faixa
etária (75,7%) e se encontram em situação de rua ou em alguma unidade de acolhimento
em virtude da trajetória de rua vivenciada (64,0%).

59
Tabela 9: Onde estão os irmãos das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação

Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Onde estão os irmãos de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Está aqui comigo 30 76,9% 72 57,1% 19 79,2% 121 64,0%
Está com outros parentes 7 17,9% 27 21,4% 3 12,5% 37 19,6%
Está com a mãe biológica 8 20,5% 22 17,5% 2 8,3% 32 16,9%
Está com o pai biológico 0 0,0% 13 10,3% 1 4,2% 14 7,4%
Está na escola 2 5,1% 9 7,1% 0 0,0% 11 5,8%
Está com outra pessoa adulta sem vínculo
1 2,6% 4 3,2% 0 0,0% 5 2,6%
de parentesco
Está com o(a) companheiro(a) 0 0,0% 4 3,2% 0 0,0% 4 2,1%
Em casa 0 0,0% 2 1,6% 0 0,0% 2 1,1%
Adotado 0 0,0% 0 0,0% 1 4,2% 1 0,5%
Está em instituição de acolhimento 0 0,0% 1 0,8% 0 0,0% 1 0,5%
São casados 0 0,0% 1 0,8% 0 0,0% 1 0,5%
Um viajando e outro com cônjuge 0 0,0% 1 0,8% 0 0,0% 1 0,5%
Preso 1 2,6% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Respondentes (*) 39 - 126 - 24 - 189 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

60
4.2 CIDADE EM QUE NASCEU

A respeito da cidade de nascimento, 76,1% das CAs, de ambas as faixas etárias,


nasceram na cidade de São Paulo (SP). Para os nascidos em outra cidade que não fosse do
estado de SP, foram identificados aproximadamente 14,4% em ambos os grupos etários.

Gráfico 4: Local de nascimento por grupo etário

0 a 6 anos 7 a 17 anos Total

76,8% 75,8% 76,1%

15,9% 15,2% 14,4%


7,3% 9,0% 8,5%
1,3% 0,9%

São Paulo Estado de SP Outra cidade, estado ou Não sabe responder


país

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Do total de crianças de 0 a 6 anos com trajetória de rua, 76,8% nasceram em São


Paulo. Quando observado por tipo de situação, percebe-se que há uma diferença entre elas:
entre as crianças acolhidas o percentual de nascidos na capital paulista é de 51,1%, já na
situação “outras trajetórias” este percentual é de 86,2%.

Gráfico 5: Cidade de nascimento das crianças de 0 a 6 anos por tipo de situação

São Paulo (SP) Estado de SP Cidade de outro estado ou outro país

7,6%
20,0% 15,9%
6,2%
10,0% 7,3%
40,0%
8,9%
86,2% 76,8%
70,0%
51,1%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

61
No item de identificação da cidade de nascimento, entre o grupo de 0 a 6 anos, a
entrevista foi realizada com os responsáveis e, no cruzamento entre a cidade de nascimento
do respondente e da criança, a categoria de acolhimento apontou 51,1% das crianças
nascidas na cidade de São Paulo e 35,6% dos respondentes (responsáveis) nascidos na
mesma cidade. Para as demais situações, a identificação de outras trajetórias de risco
apontou 86,2% das crianças em comparação aos 73,1% dos responsáveis nascidos na mesma
cidade. Na situação de pernoite, 70% das crianças nasceram na cidade de São Paulo em
comparação com o local de nascimento dos responsáveis, onde 56,7% dos respondentes
nasceram na capital paulista. Essas comparações revelam desproporcionalidade, ou seja, os
responsáveis nativos da cidade de São Paulo (SP) são de proporção menor que as crianças
natas de São Paulo (SP).

Gráfico 6: Percentual de crianças de 0 a 6 anos e dos RESPONSÁVEIS que nasceram em São Paulo (SP) por
tipo de situação
Crianças de 0 a 6 anos que nasceram em São Paulo (SP)
De 7 a 17 anos que nasceram em São Paulo (SP)
86,2%
73,1% 70,0% 76,8%
56,7% 63,2%
51,1%
35,6%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Percentual calculado em relação ao total de entrevistados por tipo de situação

62
No caso dos entrevistados na faixa etária de 7 a 17 anos, tanto no tipo de “pernoite”,
quanto em “outras trajetórias de risco”, a maioria das CASR são paulistanos
(aproximadamente 80%). Para as CAs de 7 a 17 anos em acolhimento, a predominância
também é a naturalidade de São Paulo, todavia, com uma proporção menor que as demais
situações (52,5%).

Gráfico 7: Local de nascimento das CASR na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação

São Paulo (SP) Estado de SP Cidade de outro estado ou outro país

11,8% 12,8% 15,2%


32,5% 8,4% 6,4% 9,0%
15,0%
79,8% 80,9% 75,8%
52,5%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Detalhando o local de nascimento dos não nascidos da cidade de São Paulo (SP) –
total de 126 respondentes, tem-se a Bahia como estado natal de 13,5% destes 126, Minas
Gerais com 7,1% e Pernambuco com 6,3%. Surpreende o percentual de pessoas em situação
de rua de outro país, com representatividade no grupo de não nascidos na cidade de São
Paulo muito próximo com o estado da Bahia. Na faixa etária de 7 a 17 anos esse percentual
de nascidos em outro país é de 12,7% sobre o total de não nascidos da capital paulista, atrás
apenas de CA nascidos no estado de SP e da BA. A origem destes são: Venezuela (8), Bolívia
(3), Haiti (2), Congo (1), Equador (1) e Afeganistão (1) (Tabela 11). Se considerarmos o total
da amostra (521 respondentes), o percentual de outros países é de 3,1%.

63
Tabela 10: Estado ou país que nasceu a CASR da faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Estado ou país de Acolhimento Pernoite Total
de risco
nascimento
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
São Paulo (*) 12 31,6% 29 41,4% 6 33,3% 47 37,3%
Bahia 8 21,1% 8 11,4% 1 5,6% 17 13,5%
Minas Gerais 2 5,3% 6 8,6% 1 5,6% 9 7,1%
Pernambuco 1 2,6% 7 10,0% 0,0% 8 6,3%
Paraná 0,0% 4 5,7% 1 5,6% 5 4,0%
Alagoas 1 2,6% 1 1,4% 1 5,6% 3 2,4%
Rio De Janeiro 1 2,6% 1 1,4% 1 5,6% 3 2,4%
Ceará 1 2,6% 2 2,9% 0,0% 3 2,4%
Rio Grande do Sul 0,0% 2 2,9% 0,0% 2 1,6%
Ceará 1 2,6% 0,0% 0,0% 1 0,8%
Espírito Santo 0,0% 0,0% 1 5,6% 1 0,8%
Maranhão 0,0% 1 1,4% 0,0% 1 0,8%
Pará 0,0% 0,0% 1 5,6% 1 0,8%
Rondônia 0,0% 1 1,4% 0,0% 1 0,8%
Santa Catarina 3 7,9% 3 4,3% 2 11,1% 8 6,3%
Outro país 8 21,1% 5 7,1% 3 16,7% 16 12,7%
Respondentes 38 100,00% 70 100,00% 18 100,00% 126 100,00%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nascidos no estado de São Paulo, retirando os nascidos na capital (cidade de São Paulo, SP)

Tabela 11: CASR da faixa etária de 7 a 17 anos que nasceram fora do país, por tipo de situação

Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
País de nascimento de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Venezuela 7 87,5% 0,0% 1 33,3% 8 50,0%
Bolívia 1 12,5% 1 20,0% 1 33,3% 3 18,8%
Haiti 0,0% 0,0% 0,0% 2 12,5%
Afeganistão 0,0% 2 40,0% 1 33,3% 1 6,3%
Congo 0,0% 1 20,0% 0,0% 1 6,3%
Equador 0,0% 1 20,0% 0,0% 1 6,3%
Respondentes 8 100,00% 5 100,00% 3 100,00% 16 100,00%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

O mesmo cenário se repete para crianças de 0 a 6 anos entre os não nascidos na


cidade de São Paulo (SP), que somaram 51 respondentes. Destaca-se o grande percentual de
outros países (29,4%). Se considerarmos o total da amostra (220 respondentes) o percentual
de outros países é de 6,8%. Os principais países de nascimento das crianças de 0 a 6 anos são
a Angola e Venezuela, ambos correspondem a 40% das crianças que nasceram em outros
países (Tabela 13).

64
Tabela 12: Estado ou país natal da criança na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Outras trajetórias de
Estado ou país que Acolhimento Pernoite Total
risco
nasceu a criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
São Paulo (*) 4 18,2% 9 45,0% 3 33,3% 16 31,4%
Paraná 1 4,5% 2 10,0% 1 11,1% 4 7,8%
Minas Gerais 0 0,0% 0 0,0% 4 44,4% 4 7,8%
Bahia 2 9,1% 2 10,0% 0 0,0% 4 7,8%
Brasília 2 9,1% 0 0,0% 0 0,0% 2 3,9%
Ceará 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 2,0%
Paraíba 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 2,0%
Rio de Janeiro 1 4,5% 0 0,0% 1 11,1% 2 3,9%
Roraima 0 0,0% 1 5,0% 0 0,0% 1 2,0%
Manaus 0 0,0% 1 5,0% 0 0,0% 1 2,0%
Outro país 10 45,5% 5 25,0% 0 0,0% 15 29,4%
Respondentes 22 100,0% 20 100,0% 9 100,0% 51 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nascidos no estado de São Paulo, retirando os nascidos na capital (cidade de São Paulo, SP)
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Tabela 13: Criança na faixa etária de 0 a 6 anos por situação que nasceram fora do país por situação
Outras trajetórias de
País que nasceu a Acolhimento Pernoite Total
risco
criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Angola 5 50,0% 1 20,0% 6 40,0%
Haiti 0,0% 2 40,0% 2 13,3%
Peru 0,0% 1 20,0% 1 6,7%
Venezuela 5 50,0% 1 20,0% 6 40,0%
Respondentes 10 100,0% 5 100,0% 0 0,0% 15 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

O país de origem dos responsáveis das crianças de 0 a 6 anos segue o padrão, com
32,5% de origem estrangeira (dos 83 respondentes não nascidos na cidade de São Paulo, SP),
sendo os principais países a Venezuela (10 responsáveis) e Angola (8 responsáveis),
Argentina e Haiti (2 responsáveis cada), e o restante dos países (Senegal, Bolívia, Equador,
Peru e República Dominicana) com um respondente cada.

65
Tabela 14: Estado ou país natal dos responsáveis por CASR na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Outras trajetórias de
Estado que nasceu o Acolhimento Pernoite Total
risco
responsável
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
São Paulo (**) 8 27,6% 10 25,6% 7 46,7% 25 30,1%
Bahia 2 6,9% 4 10,3% 1 6,7% 7 8,4%
Minas Gerais 0,0% 0,0% 5 33,3% 5 6,0%
Paraná 0,0% 3 7,7% 1 6,7% 4 4,8%
Ceará 1 3,4% 2 5,1% 0,0% 3 3,6%
Pernambuco 0,0% 3 7,7% 0,0% 3 3,6%
Rio de Janeiro 0,0% 2 5,1% 1 6,7% 3 3,6%
Rio Grande do Sul 0,0% 2 5,1% 0,0% 2 2,4%
Goiás 1 3,4% 0,0% 0,0% 1 1,2%
Manaus 0,0% 1 2,6% 0,0% 1 1,2%
Piauí 0,0% 1 2,6% 0,0% 1 1,2%
Rio Grande do Norte 1 3,4% 0,0% 0,0% 1 1,2%
Outro país 16 55,2% 11 28,2% 0 0,0% 27 32,5%
Respondentes 29 100,0% 39 100,0% 15 100,0% 83 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável
(**) Nascidos no estado de São Paulo, retirando os nascidos na capital (cidade de São Paulo, SP)

66
4.3 SOBRE A CIDADE EM QUE MORA

Com relação à cidade onde moram, os dois grupos etários apresentam o mesmo
perfil, aproximadamente 88% moram em São Paulo. Entretanto, quando analisamos por
grupo de CASR não residentes de São Paulo, nas duas faixas etárias, destacam-se a situação
de acolhimento, sendo 13,3% de 0 a 6 anos (Tabela 15) e 27,5% de 7 a 17 anos (Tabela 16).
Tabela 15: Cidade em que mora na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Cidade que mora de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra cidade do estado
6 13,3% 14 9,7% 4 13,3% 24 10,9%
ou país
São Paulo (SP) 39 86,7% 131 90,3% 26 86,7% 196 89,1%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Tabela 16:Cidade em que mora na faixa etária de 7 a 17 anos por situação


Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Cidade que mora
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra cidade do estado ou país 22 27,5% 35 10,1% 3 3,2% 60 11,5%
São Paulo (SP) 58 72,5% 312 89,9% 91 96,8% 461 88,5%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Reforça-se a questão da transitoriedade desta população, apresentando


aproximadamente 11%, independentemente do grupo etário, não morador da cidade de São
Paulo.

Gráfico 8: Percentual de CASR por grupo etário e local de residência

89,1% 0 a 6 anos 7 a 17 anos


88,5%

10,9% 11,5%

São Paulo Outra cidade


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

67
Entre as faixas etárias, percebe-se que em ambas, a região leste é a que possui maior
percentual como região de moradia, no entanto, na região central nota-se maior diferença
entre elas, de modo que na pesquisa com CAs de 7 a 17 o percentual de moradia é de 14,1%
na região central e na pesquisa com responsáveis de 0 a 6 anos corresponde à 34,7%. A
região oeste da cidade teve menor apontamento, sendo 2,7% para a faixa de 0 a 6 anos e
6,1% de 7 a 17 anos.

Gráfico 9: Região de moradia das CASR em São Paulo por grupo etário

0 a 6 anos 7 a 17 anos Total

45,1% 43,8%
40,8%

34,7%

20,2% 18,4%
14,1% 15,8% 16,3% 15,1%
12,2%
9,7%
6,1% 5,0%
2,7%

Centro Leste Norte Oeste Sul

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Percentual calculado em relação ao total de entrevistados que afirmaram morar na cidade de São Paulo/SP.

Quando analisamos a região de moradia por tipo de situação, a Tabela 17 nos indica
que na faixa etária de 0 a 6 anos a Região Centro prevalece, seguida da Leste, nas situações
de acolhimento (61,5% e 33,3%) e pernoite (38,5% e 30,8%). No caso das crianças de 0 a 6
anos expostas à situação “outras trajetórias de risco”, o local de moradia que se destaca é a
Região Leste (45,0%).

Tabela 17: Região de moradia em São Paulo na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Região de São Acolhimento Pernoite Total
de risco
Paulo
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Centro 24 61,5% 34 26,0% 10 38,5% 68 34,7%
Leste 13 33,3% 59 45,0% 8 30,8% 80 40,8%
Norte 0,0% 14 10,7% 5 19,2% 19 9,7%
Oeste 0,0% 5 3,8% 0,0% 5 2,6%
Sul 2 5,1% 19 14,5% 3 11,5% 24 12,2%
Respondentes 39 100,0% 131 100,0% 26 100,0% 196 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

68
Entre as CASR do grupo de 7 a 17 anos, a Região Leste prevalece como local de
moradia, representando 45,1% das CASR entrevistados. Quando analisamos por tipo de
situação, a Região Leste representou 52,9% dos entrevistados considerados em “outras
trajetórias de risco” e 31,9% no “pernoite”. Nota-se que no caso dos respondentes que estão
em situação de acolhimento, a maioria citou a Região Central (39,7%).

Tabela 18: Região de moradia em São Paulo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Região de São Acolhimento Pernoite Total
risco
Paulo
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Centro 23 39,7% 27 8,7% 15 16,5% 65 14,1%
Leste 14 24,1% 165 52,9% 29 31,9% 208 45,1%
Norte 10 17,2% 59 18,9% 16 17,6% 85 18,4%
Oeste 6 10,3% 17 5,4% 5 5,5% 28 6,1%
Sul 5 8,6% 44 14,1% 26 28,6% 75 16,3%
Respondentes (*) 58 100,0% 312 100,0% 91 100,0% 461 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Dos 521, teve-se 60 entrevistados que afirmaram morar em outras cidades.

A seguir, o Gráfico 10 propõe um olhar diferente, não a região dentro de cada situação,
mas sim cada tipo de situação dentro de cada região. Com este olhar distinto, percebe-se
nitidamente a sobressaliência do perfil de CA com outras trajetórias de riscos em todos os
grupos, mas de forma muito mais intensa na Região Leste, e com menor intensidade na
Região Centro. Quando aplicado o Teste Qui-Quadrado, reforça-se este perfil (p-valor <
0,001), indicando diferentes situações nas regiões, destacando-se:

• Moradores da Região Leste na situação de outras trajetórias de risco – esse


percentual é 1,9 vezes maior (79,3% / 41,5% = 1,9) que o da Região Centro, no mesmo tipo
de situação;

• Moradores da Região Oeste no grupo de acolhimento - esse percentual é 3 vezes


maior (21,4% / 6,7% = 3,1) que o da Região Sul e Leste, no mesmo tipo de situação;

• Moradores da Região Centro no grupo de acolhimento - esse percentual é 5 vezes


maior (35,4% / 6,7% = 5) que o da Região Sul e Leste, no mesmo tipo de situação;

• Moradores da Região Sul do tipo de situação de pernoite - esse percentual é 2,5 vezes
maior (34,7% / 13,9% = 2,5) que o da Região Leste, no mesmo tipo.

69
Gráfico 10: Tipo de situação de rua, por região de moradia em São Paulo na faixa etária de 7 a 17 anos

outras trajetórias de risco Acolhimento Pernoite

13,9% 18,8% 17,9% 19,7%


23,1%
6,7% 34,7%
11,8% 12,6%
21,4%
35,4% 6,7%

79,3%
69,4% 67,7%
60,7% 58,7%
41,5%

Centro Leste Norte Oeste Sul Total


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

70
4.4 SOBRE O VÍNCULO FAMILIAR

Sobre o vínculo familiar, para o grupo de 7 a 17 anos, foi perguntado: “Costuma ter
contato com outros parentes (avós/avôs; tios/tias; primos/primas) QUE NÃO MORAM
COM VOCÊ?” e para os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos, abordou-se: “Você
(respondente) mantém contato frequentemente com quais pessoas da sua família (família
extensa)?".

Nesse sentindo, ao analisar o vínculo familiar por tipo de situação, observa-se que
aqueles que estão em acolhimento apresentam os menores percentuais que afirmaram
manter contato com os familiares, em ambos os grupos.

Importante observar que no grupo de 0 a 6 anos, os entrevistados que estão na


situação de acolhimento corresponderam aqueles que estavam em CAEs ou Hotel Social, ou
seja, a criança e o responsável habitam na instituição. Entre o grupo de 7 a 17 anos, a
pesquisa foi realizada nos SAICAs (em que as crianças e adolescentes estão afastados da
família por decisão judicial) e nos CAEs (em que as CAs estão com algum dos familiares),
entretanto nesta pesquisa não foi possível separar a análise deste grupo, pois seria
necessário aplicar outro plano amostral e então analisar a diferenciação entre as CAs que
estão nestas instituições. Sobretudo, seguindo a proporcionalidade do censo, a maioria das
pesquisas realizadas com as CAs de 7 a 17 anos, na situação de acolhimento, foram feitas em
SAICAs, o que implica dizer que estão morando sem a presença dos pais ou responsáveis.

Quando analisado o vínculo familiar entre aqueles que estão em “outras trajetórias
de risco”, no Gráfico 11 a seguir, evidencia-se que aqueles que se encontram nesta situação,
o vínculo se mantém superior a 80%, podendo alcançar 87,3%. Quando observado no grupo
de 7 a 17 anos, entre as CASR de “outras trajetórias de risco”, 87,3% mantêm vínculo com
familiares, enquanto no acolhimento os que mantém, atinge apenas 58,8% das CAs.
Semelhantemente ocorre no grupo de 0 a 6 anos, cujo responsáveis que estão em outras
trajetórias de risco, 82,8% mantém contato, e na situação de acolhimento este percentual
foi de 66,7%.

71
Gráfico 11: Percentual que mantém contato com familiares por faixa etária e tipo de situação (*)

De 7 a 17 anos De 0 a 6 anos

87,3% 86,7%
82,8% 80,2% 80,5%
68,9% 72,3%
58,8%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Mantém contato = Soma de diariamente + semanalmente + mensalmente + anualmente

Entre as CASR da faixa etária de 7 a 17 anos, buscou-se aprofundar um pouco mais


este vínculo familiar, compreendendo a frequência que isto ocorre. Já é sabido que o
acolhimento tem o menor percentual de manter vínculo com familiares, porém com a análise
da frequência, percebe-se que na situação do “pernoite”, apesar de manter o vínculo
(72,3%), ele é mais esporádico, tendo por exemplo 7,4% dos casos ocorrendo algumas vezes
no ano. Isso é quase duas vezes maior que no grupo de outras trajetórias de risco (3,7%).

Tabela 19: Contato com parentes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
outras trajetórias
Acolhimento * Pernoite Total
Contato com familiares de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim, diariamente 19 23,8% 186 53,6% 33 35,1% 238 45,7%
Sim, algumas vezes por semana 17 21,3% 69 19,9% 15 16,0% 101 19,4%
Sim, algumas vezes por mês 9 11,3% 35 10,1% 13 13,8% 57 10,9%
Sim, algumas vezes por ano 2 2,5% 13 3,7% 7 7,4% 22 4,2%
Não tem contato com outras pessoas 0,0% 42 12,1% 24 25,5% 66 12,7%
Não tem contato com outros parentes 32 40,0% 0,0% 0,0% 32 6,1%
Não respondeu 1 1,3% 2 0,6% 2 2,1% 5 1,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando as CAs de 7 a 17 anos foram questionadas se costumam ter contato diário


com outras pessoas da sua comunidade, que não moram com eles (amigos, vizinhos, algum
profissional que trabalhe em um serviço já acessado), os seguintes dados foram obtidos,

72
tendo como afirmação manter contato diariamente: 31% entre os acolhidos, 77,5% entre
aqueles que estão em “outras trajetórias de risco” e 45,7% dos que pernoitam.

Tabela 20: Costuma ter contato com outras pessoas da sua comunidade na faixa etária de 7 a 17 anos por
tipo de situação
Outras trajetórias
Contato com outras pessoas da sua Acolhimento Pernoite Total
de risco
comunidade
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim, diariamente 25 31,3% 269 77,5% 43 45,7% 337 64,7%
Sim, algumas vezes por semana 19 23,8% 45 13,0% 12 12,8% 76 14,6%
Sim, algumas vezes por mês 3 3,8% 5 1,4% 7 7,5% 15 2,9%
Sim, algumas vezes por ano 1 1,3% 4 1,2% 3 3,2% 8 1,5%
Não tem contato com outras pessoas 30 37,5% 22 6,3% 28 29,8% 80 15,4%
Não respondeu 2 2,5% 2 0,6% 1 1,1% 5 1,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos, quando estimulados a comentar sobre


as pessoas que mantêm contato, citam a mãe e o pai em 48,2% e 31,4%, respectivamente.

Tabela 21: Você (responsável pelas crianças de 0 a 6 anos) mantém contato frequentemente com quais
pessoas da sua família ou conhecidos (família extensa) por tipo de situação
Contato com Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
pessoas da sua risco
família Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe 21 46,7% 71 49,0% 14 46,7% 106 48,2%
Pai 15 33,3% 45 31,0% 9 30,0% 69 31,4%
Outro familiar 13 28,9% 43 29,7% 5 16,7% 61 27,7%
Tio/Tia 12 26,7% 42 29,0% 5 16,7% 59 26,8%
Primos 8 17,8% 34 23,4% 4 13,3% 46 20,9%
Não mantém 14 31,1% 25 17,2% 4 13,3% 43 19,5%
Avó 4 8,9% 25 17,2% 2 6,7% 31 14,1%
Avô 1 2,2% 21 14,5% 1 3,3% 23 10,5%
Esposa (o) 6 13,3% 12 8,3% 5 16,7% 23 10,5%
Amigo 5 11,1% 12 8,3% 0 0,0% 17 7,7%
Vizinho 2 4,4% 10 6,9% 0 0,0% 12 5,5%
Padrasto 0 0,0% 5 3,4% 0 0,0% 5 2,3%
Respondentes** 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável.
(**) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

73
Os dados revelam que tanto os responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos, quanto às
crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, em sua maioria, mantêm vínculo familiar.

Quando se observa no cotidiano, o funcionamento familiar transborda a ideia


tradicional do conceito de família, de modo que cada vez mais tem-se estabelecido
diferentes arranjos. Família se constitui a partir das relações de solidariedade, apoio,
sustentação, cuidado, convivência e afinidade. A maior parte das pessoas em situação de
rua, sejam elas crianças, adolescentes ou adultos, nutrem contato com familiares.

Na década de 90 havia uma separação conceitual quando falávamos sobre o tema. O


grupo identificado como "crianças de rua" referia-se àquelas que não possuíam contato com
a família, que abandonaram ou foram abandonadas pela família. Já as "crianças na rua"
caracterizavam-se por aquelas que mantinham laços familiares, que faziam da rua seu
espaço de lazer e trabalho, auxiliando o sustento familiar e retornando diariamente para
casa. Entretanto, percebeu-se que essa separação não dava conta de definir a amplitude de
quem são essas crianças e adolescentes, das trajetórias e relações que estabelecem com a
rua. Levando em consideração esse cenário, passamos a utilizar o conceito de “crianças e
adolescentes em situação de rua”, conceito também empregado nesta pesquisa. (MORAIS
et al., 2010).

Esse novo modo de olhar caminha na direção da quebra de estigmas presentes em


nossa sociedade, que tem como “imaginário social da pobreza: a família pobre não é
continente para seus filhos, produzindo meninos de rua hoje, criminosos amanhã; meninas
de rua, prostitutas hoje, e mãe dos meninos de rua amanhã (ROSEMBERG, 1994, p. 31).

A partir deste entendimento ampliado, sinalizamos também a importância dos


profissionais, que muitas vezes são as pessoas que desempenham esse papel de apoio e
sustentação às CAs.

74
4.5 SOBRE O ACESSO A POLÍTICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Conforme informações divulgadas pelo Portal da Transparência do Governo Federal,


canal de difusão de dados orçamentários e financeiros da União (BRASIL, 2022), no primeiro
semestre de 2022, o Brasil contemplou 25.071.615 beneficiados em suas políticas de
distribuição de renda, conforme preconiza a Constituição de 1988, sendo disponibilizado
R$ 86.832.700.199,61 para contemplação de 13,17% da população em território nacional.
No município de São Paulo, neste mesmo período, 637.593 pessoas foram beneficiadas com
o programa Auxílio Brasil, sendo disponibilizado o valor de R$ 976.715.096,00; 63.358
pessoas são beneficiadas com o programa Auxílio Emergencial, sendo disponibilizado o valor
de R$ 178.370.278,00; 240.404 pessoas foram beneficiadas pelo programa BPC - Benefício
de Prestação Continuada, sendo disponibilizado o valor de R$ 2.362.946.178,52; e 286
pessoas foram beneficiadas com o programa Seguro Defeso, sendo disponibilizado o valor
de R$ 1.197.188,00.

Considerando os benefícios sociais ofertados, a pesquisa buscou saber como se dá o


acesso dos interlocutores às políticas públicas de transferência de renda e afins. Percebe-se
um grau de desconhecimento sobre o cadastramento no Cadastro Único (CadÚnico)3,
cadastro importante que direciona quem serão os beneficiários dos programas sociais
voltados para a redistribuição de renda. Isso é percebido, por exemplo, quando o percentual
que recebe algum benefício é maior que o percentual de quem afirmou estar cadastrado no
CadÚnico. É importante destacar também que para preservar a análise comparativa entre
os grupos etários da pesquisa, manteve-se a resposta do grupo das CAs de 7 a 17 anos,
todavia, com a ressalva de que pode haver a incidência de entrevistados desconhecerem a
informação pertinente ao acesso aos benefícios, como é possível constatar nos dados a
seguir, em que os percentuais de famílias cadastradas no CADÚnico e dos que acessam os
benefícios de transferência de renda são menores no grupo de 7 a 17, do que entre os
entrevistados responsáveis de crianças de 0 a 6 anos.

Analisando cada grupo separadamente, de 0 a 6 anos o percentual de entrevistados


que afirmaram estarem cadastrados se mostra maior (73,2%, Tabela 22) do que no grupo de

3
Cadastro Único, programa federal criado em 2001, para identificação e cadastro das famílias em situação de
pobreza e extrema pobreza utilizado como ferramenta para criação de políticas públicas.

75
7 a 17 anos (55,5%, Tabela 23), o que pode indicar maior conhecimento dos responsáveis
(sendo a maioria dos responsáveis as mães biológicas das crianças) do que as CAs
respondentes, conforme já mencionado.
Tabela 22: Você sabe se a sua família tem cadastro no Tabela 23: Você sabe se a sua família tem cadastro no
CADÚnico na faixa etária de 0 a 6 anos por sexo CADÚnico na faixa etária de 7 a 17 anos por sexo

Resposta Quant. % Resposta Quant. %


Não 48 21,8% Não 111 21,3%
Sim 161 73,2% Não sei 121 23,2%
Não sei 11 5,0% Sim 289 55,5%
Respondentes 220 100,0% Respondentes 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022. Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Trazendo uma análise sobre os tipos de situações, no grupo de 0 a 6 anos, cujo


responsável respondeu à pesquisa, como já mencionado, no pernoite o percentual que
afirmou ter o CadÚnico é de 80%, já nos dois outros tipos de situação foi um pouco maior
que 70%.

Já na faixa etária de 7 a 17 anos o cenário é o oposto, tendo a pernoite com o menor


percentual de entrevistados que responderam ter feito o cadastro (45,7%). Reforça-se, que
neste grupo etário pode haver a incidência das CAs não saberem se a família é beneficiária,
conforme já mencionado.

Gráfico 12: Percentual grupo etário e tipo de situação que declararam estar cadastrados no CadÚnico

0 a 6 anos 7 a 17 anos

80,0%
73,3% 71,7% 73,2%
59,1% 55,5%
51,3%
45,7%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Sobre o acesso às políticas de distribuição de renda, na faixa etária de 7 a 17 anos,


encontramos 56,3% em acolhimento, 68,9% em outras trajetórias de risco e 45,7% em
situação de pernoite que responderam receber benefícios sociais.

76
No grupo de 0 a 6 anos, 73,2% afirmaram receber algum benefício. Por tipo de
situação, entre as crianças e responsáveis acolhidos o percentual de beneficiários é de
86,7%.

Gráfico 13: Percentual por grupo etário e tipo de situação que declararam receber algum benefício

0 a 6 anos 7 a 17 anos
86,7% 80,0%
67,6% 68,9% 73,2%
56,3% 62,8%
45,7%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Os resultados de alcance dos benefícios sociais revelam ser insuficientes como


medida de proteção social, haja visto que eles não conseguem suprir todos os aspectos das
condições materiais necessárias das CASR, que na sua maioria, estão em situação de rua para
geração de renda. Mesmo com esta constatação, é importante afirmar a importância do
CADÚnico na proteção em relação à educação. Na faixa etária de 7 a 17 anos, dos que
declaram estar cadastrados no CADúnico, 15,2% afirmam NÃO estar matriculados, já os que
afirmam NÃO estar cadastrados no CADúnico esse percentual é de 33,3%, ou seja, duas vezes
a mais.

Quando observado o benefício que ambos recebem, em 97% dos casos,


independentemente do grupo de idade, o mais acessado é o Auxílio Brasil/BF.

Tabela 24: Benefício sociais recebidos nas famílias Tabela 25: Benefício sociais recebidos nas famílias
das crianças de 0 a 6 anos das CA de 7 a 17 anos
Qual benefício Quant. % Qual benefício Quant. %
Auxílio Brasil/BF 157 97,5% Auxílio Brasil/BF 319 97,6%
BPC 4 2,5% BPC 6 1,8%
Auxílio aluguel 3 1,9% Auxílio aluguel 4 1,2%
Auxílio emergencial 2 1,2% Aposentadoria de familiar 2 0,6%
Amparo social 1 0,6% Auxílio Gás 1 0,3%
Aposentadoria 1 0,6% CDHU 1 0,3%
Cesta básica 1 0,3%
Pensão 1 0,6%
Não soube responder 1 0,3%
Respondentes (*) 161 -
Respondentes (*) 327 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes que afirmaram receber algum benefício

77
4.6 SOBRE O TEMPO EM SITUAÇÃO DE RUA

Antes de detalhar o tempo de rua, é importante destacar que o cálculo levou em


consideração quando ele começou a vir para a rua, independente se esta situação foi
contínua ou transitória, durante o intervalo de tempo.

Começando pela Tabela 26, que distribui o tempo de rua nos grupos etários, é
possível observar uma redução, ou seja, independentemente da faixa etária as
concentrações de tempo de rua estão em tempos menores. Quando as faixas etárias
aumentam, apesar do tempo aumentar também, ele ainda mostra uma situação que não se
estende por toda a vida da CA, o que traz a perspectiva da mudança situacional.

Tabela 26: Tempo de rua por faixa etária


6 anos ou menos De 7 a 11 anos De 12 a 17 anos
Tempo de rua
Contagem % Contagem % Contagem %
< 1 ano 80 36% 37 17% 24 8%
1 ano 65 30% 35 16% 41 14%
2 anos 33 15% 48 22% 44 15%
3 anos 17 8% 31 14% 36 12%
4 anos 13 6% 19 9% 28 9%
5 anos 5 2% 19 9% 36 12%
6 anos 7 3% 11 5% 17 6%
7 anos 0% 9 4% 22 7%
8 anos 0% 6 3% 13 4%
9 anos 0% 5 2% 9 3%
10 anos 0% 2 1% 10 3%
11 anos 0% 1 0% 5 2%
12 anos 0% 0% 4 1%
13 anos 0% 0% 2 1%
14 anos 0% 0% 3 1%
15 anos 0% 0% 3 1%
16 anos 0% 0% 1 0%
Respondentes 220 100% 223 100% 298 100%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O Gráfico 14, apresenta a mesma informação da Tabela 26 e permite visualizar o


comportamento situacional, ou seja, muitas CAs com pouco tempo de rua, e poucas CAs com
muito tempo de rua.

78
Gráfico 14: Tempo de rua por faixa etária distribuído ao longo do tempo

0 a 6 anos 7 a 11 anos 12 a 17 anos

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
< 1 1 ano 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
ano anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Especificando melhor a questão do tempo, cruzou-se idade com tempo, e dividiu-se


pela amostra total em cada faixa etária. As tabelas a seguir mostram as concentrações em
menores tempos de rua.

Tabela 27: Tempo de rua da criança de 0 a 6 anos por idade declarada


De 0 a 3 anos De 4 a 6 anos Total
Tempo de rua
Quant. % Quant. % Quant. %
< 1 ano 46 20,9% 34 15,5% 80 36,4%
1 ano 39 17,7% 26 11,8% 65 29,5%
2 anos 13 5,9% 20 9,1% 33 15,0%
3 anos 11 5,0% 6 2,7% 17 7,7%
4 anos 0,0% 13 5,9% 13 5,9%
5 anos 0,0% 5 2,3% 5 2,3%
6 anos 0,0% 7 3,2% 7 3,2%
Respondentes 109 49,5% 111 50,5% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

79
Aprofundando a análise acerca do tempo em que a criança está em situação de rua,
no detalhamento de cada tipo de situação, aos responsáveis das crianças de 0 a 6 anos
perguntou-se há quanto tempo a criança estava em situação de rua e, na maioria das vezes,
a criança estava há menos de um ano (36,4%). Neste tempo, o grupo de acolhimento
apresentou um percentual de 46,7%, um pouco maior que os demais. No entanto,
praticamente os tipos de situações entre as crianças de 0 a 6 anos se comportaram com a
mesma tendência: as crianças estão na rua no período de até 2 anos.

Tabela 28: Há quanto tempo a criança de 0 a 6 anos está em situação de rua por tipo de situação
Tempo a Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
criança está risco
em situação de
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
rua
< 1 ano 21 46,7% 49 33,8% 10 33,3% 80 36,4%
1 ano 11 24,4% 43 29,7% 11 36,7% 65 29,5%
2 anos 9 20,0% 21 14,5% 3 10,0% 33 15,0%
3 anos 0,0% 15 10,3% 2 6,7% 17 7,7%
4 anos 3 6,7% 9 6,2% 1 3,3% 13 5,9%
5 anos 1 2,2% 3 2,1% 1 3,3% 5 2,3%
6 anos e + 0,0% 5 3,4% 2 6,7% 7 3,2%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

O Gráfico 15 possibilita visualizar de forma mais clara que o acolhimento tem um


tempo menor de SR.

Gráfico 15: Tempo de rua por situação na faixa etária de 0 a 6 anos

< 1 ano 1 ano 2 anos 3 ou mais


46,7%
33,8% 33,3%36,7% 36,4%
29,7% 29,5%
24,4% 22,0%
20,0% 20,0% 19,1%
14,5% 15,0%
8,9% 10,0%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

80
O Gráfico 16 a seguir mostra o tempo médio e mediano do tempo de ruas das
crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, por situação. O tempo médio mostra uma tendência
menor no acolhimento4, porém a média, que separa o grupo de respondentes em 50%, é
igual nos três tipos de situação, enfatizando que se tem 50% dos respondentes com até 1
ano de SR e 50% com mais de um ano de rua.

Gráfico 16: Tempo médio e mediano de rua por situação na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Acolhimento Outras trajetórias de rua Pernoite Total

1,5 1,5 1,4


1,0 1,0 1,0 1,0 1,0

Média Mediana
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre as CA de 7 a 11 anos, 56,9% dos entrevistados estão em situação de rua até 3


anos. Com 6 anos ou mais de tempo de rua, tem-se 23,6% no total, destacando-se a situação
do pernoite, com (37,2%).
Tabela 29: Há quanto tempo a criança de 7 a 17 anos está em situação de rua por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Tempo de rua de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
< 1 ano 6 7,5% 50 14,4% 5 5,3% 61 11,7%
1 22 27,5% 44 12,7% 10 10,6% 76 14,6%
2 15 18,8% 63 18,2% 14 14,9% 92 17,7%
3 8 10,0% 49 14,1% 10 10,6% 67 12,9%
4 5 6,3% 30 8,6% 12 12,8% 47 9,0%
5 8 10,0% 39 11,2% 8 8,5% 55 10,6%
6 anos e + 16 20,0% 72 20,7% 35 37,2% 123 23,6%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em
SAICAs.

4
O Teste T de comparação de médias iguais gerou um p-valor < 0,09 mostrando uma tendência de o
acolhimento ter um tempo menor.

81
Tabela 30: Tempo de rua da CA de 7 a 17 anos por idade declarada
Idade do entrevistado
Tempo Total
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
de rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
0 5 1,0% 8 1,5% 3 0,6% 13 2,5% 8 1,5% 5 1,0% 3 0,6% 7 1,3% 6 1,2% 0,0% 3 0,6% 61 11,7%
1 6 1,2% 4 0,8% 7 1,3% 9 1,7% 9 1,7% 9 1,7% 4 0,8% 7 1,3% 7 1,3% 9 1,7% 5 1,0% 76 14,6%
2 4 0,8% 13 2,5% 10 1,9% 9 1,7% 12 2,3% 10 1,9% 9 1,7% 4 0,8% 7 1,3% 2 0,4% 12 2,3% 92 17,7%
3 4 0,8% 7 1,3% 5 1,0% 6 1,2% 9 1,7% 10 1,9% 5 1,0% 5 1,0% 6 1,2% 6 1,2% 4 0,8% 67 12,9%
4 3 0,6% 1 0,2% 1 0,2% 4 0,8% 10 1,9% 1 0,2% 5 1,0% 7 1,3% 3 0,6% 7 1,3% 5 1,0% 47 9,0%
5 5 1,0% 1 0,2% 2 0,4% 8 1,5% 3 0,6% 7 1,3% 8 1,5% 7 1,3% 3 0,6% 7 1,3% 4 0,8% 55 10,6%
6 3 0,6% 1 0,2% 2 0,4% 2 0,4% 3 0,6% 1 0,2% 2 0,4% 2 0,4% 3 0,6% 8 1,5% 1 0,2% 28 5,4%
7 2 0,4% 2 0,4% 3 0,6% 2 0,4% 0,0% 1 0,2% 3 0,6% 2 0,4% 1 0,2% 4 0,8% 11 2,1% 31 6,0%
8 0,0% 1 0,2% 2 0,4% 3 0,6% 0,0% 1 0,2% 2 0,4% 2 0,4% 2 0,4% 3 0,6% 3 0,6% 19 3,6%
9 0,0% 0,0% 1 0,2% 4 0,8% 0,0% 0,0% 2 0,4% 3 0,6% 2 0,4% 0,0% 2 0,4% 14 2,7%
10 0,0% 0,0% 0,0% 2 0,4% 0,0% 1 0,2% 2 0,4% 2 0,4% 3 0,6% 0,0% 2 0,4% 12 2,3%
11 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2% 0,0% 0,0% 2 0,4% 2 0,4% 0,0% 1 0,2% 6 1,2%
12 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2% 1 0,2% 0,0% 0,0% 2 0,4% 0,0% 4 0,8%
13 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2% 1 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 2 0,4%
14 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2 0,4% 0,0% 1 0,2% 0,0% 3 0,6%
15 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2 0,4% 1 0,2% 0,0% 3 0,6%
16 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2% 0,0% 1 0,2%
Total
32 6,1% 38 7,3% 36 6,9% 62 11,9% 55 10,6% 47 9,0% 47 9,0% 53 10,2% 47 9,0% 51 9,8% 53 10,2% 521 100,0%
Geral

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

82
O Gráfico 17 possibilita visualizar de forma mais clara que novamente o acolhimento,
também nesta faixa etária tem um tempo menor de SR (35%) com um ano ou menos.

Gráfico 17: Tempo de rua por situação na faixa etária de 7 a 17 anos

< 1 ano 1 2 3 4 5 6 anos e +

37,2%

27,5%
23,6%
20,0% 20,7%
18,8% 18,2% 17,7%
14,4% 14,1% 14,9% 14,6%
12,7% 12,8% 11,7% 12,9%
10,0% 10,0% 11,2% 10,6% 10,6% 10,6%
8,6% 8,5% 9,0%
7,5% 6,3% 5,3%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tanto o tempo médio como o mediano mostram uma grande diferença entre a
situação de acolhimento e a situação de pernoite5, sendo que esta última tem um tempo
médio 54% maior.

Gráfico 18: Tempo médio e mediano de rua por situação na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Acolhimento Outras trajetórias de rua Pernoite Total

4,9
3,7 4,0
3,6
3,2 3,0 3,0
2,0

Média do tempo de rua Mediana do tempo de rua


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

5
Aplicando o Teste T que verifica se a média é igual em duas populações, tem-se um p-valor < 0,01 confirmando
a diferença entre a média de tempo da situação de acolhimento e a situação do pernoite.

88
Em se tratando do grupo de 7 a 17 anos, a maior parte dos respondentes iniciou a
trajetória de rua na faixa etária de 7 a 10 anos, com uma tendência das CA que estão
pernoitando nas ruas irem mais cedo, de modo que aqueles que foram para a rua pela
primeira vez com até 7 anos de idade correspondem a 50% entre as CASR que pernoitam. Já
as CASR que estão em outras trajetórias de risco este percentual corresponde a 36,5% e as
CA em acolhimento correspondem a 25,2%.

Tabela 31: Idade que foi para a rua na faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação
Outras trajetórias
Primeira vez na Acolhimento Pernoite Total
de risco
rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
0 anos 0,0% 5 1,4% 9 9,6% 14 2,7%
1 ano 0,0% 9 2,6% 5 5,3% 14 2,7%
2 anos 3 3,8% 6 1,7% 5 5,3% 14 2,7%
3 anos 1 1,3% 9 2,6% 2 2,1% 12 2,3%
4 anos 2 2,5% 13 3,7% 3 3,2% 18 3,5%
5 anos 3 3,8% 27 7,8% 2 2,1% 32 6,1%
6 anos 6 7,5% 25 7,2% 9 9,6% 40 7,7%
7 anos 5 6,3% 33 9,5% 12 12,8% 50 9,6%
8 anos 9 11,3% 34 9,8% 6 6,4% 49 9,4%
9 anos 9 11,3% 43 12,4% 4 4,3% 56 10,7%
10 anos 7 8,8% 50 14,4% 10 10,6% 67 12,9%
11 anos 8 10,0% 30 8,6% 4 4,3% 42 8,1%
12 anos 5 6,3% 17 4,9% 8 8,5% 30 5,8%
13 anos 6 7,5% 15 4,3% 6 6,4% 27 5,2%
14 anos 5 6,3% 15 4,3% 0,0% 20 3,8%
15 anos 10 12,5% 11 3,2% 7 7,4% 28 5,4%
16 anos 1 1,3% 2 0,6% 2 2,1% 5 1,0%
17 anos 0,0% 3 0,9% 0,0% 3 0,6%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Um recorte importante na análise do tempo de rua entre as CASR de 7 a 17 anos foi


feito ao quantificar o percentual de crianças por tipo de situação que estão mais de 50% do
seu tempo de vida na rua. Com esta característica teve-se 108 casos, representando o total
de 21% dos entrevistados. Entretanto, estatisticamente (Teste Ꭓ2), podemos afirmar que
isso é 2,5 vezes maior nas situações de pernoite (32%), se comparado com aqueles que estão
em acolhimento (13%).

89
Tabela 32: Respondentes na faixa etária de 7 a 17 anos que estão há mais de 50% da vida em situação de
rua por situação
Outras trajetórias de
Mais de 50% da vida Acolhimento Pernoite Total
risco
(anos) exposto a SR
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 70 88% 279 80% 64 68% 413 79%
Sim 10 13% 68 20% 30 32% 108 21%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Ainda no grupo de 7 a 17 anos, em relação ao impacto da pandemia ela foi declarada


pelos respondentes como uma das causas de 26,9% dos casos de as CAs estarem em situação
de rua, sendo bem próxima a distribuição entre os tipos de situações.

Tabela 33: A pandemia da COVID-19 é uma das causas que você fez com que você viesse mais para a rua na
faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Pandemia como Acolhimento Pernoite Total
risco
causa da SR
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 60 75,0% 250 72,0% 71 75,5% 381 73,1%
Sim 20 25,0% 97 28,0% 23 24,5% 140 26,9%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Gráfico 19: Pandemia como uma das causas da SR na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação

Pandemia NÃO É uma das causa da SR Pandemia É uma das causas da SR

25,0% 28,0% 24,5% 26,9%

75,0% 72,0% 75,5% 73,1%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando se analisa o fato de a pandemia ser ou não a causa da SR, com o ano
declarado pelos respondentes da faixa etária de 7 a 17 anos, tem-se que grande parte já

90
estava na rua antes da pandemia, e o pico da série história antes da pandemia (até 2019),
tem o ano de 2017 atingindo 11% do total de SR e 13% em 2019.

Gráfico 20: Cruzamento do ano que veio para a rua com a declaração da pandemia como uma das causas
de estar em SR na faixa etária de 7 a 17 anos por situação

Pandemia NÃO É uma das causa da SR Pandemia É uma das causas da SR


30%

25%
22%

20%

15% 14%
13% 13%
10% 11%
10%
7%

5%

0%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Cruzando o tempo médio de rua com a pandemia como causa, observa-se que o
acolhimento tem uma média de tempo mais convergente com a pandemia que as outras
situações.

Gráfico 21: Cruzamento entre o tempo médio de rua e pandemia por SR na faixa etária de 7 a 17 anos

Pandemia NÃO É uma das causa da SR


Pandemia É uma das causas da SR
Total
4,9 4,8 4,9
4,0 4,0 3,7
3,4 3,6 3,7
3,3 3,2
2,8

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

91
Além da idade, buscou-se saber com quem as CAs de 7 a 17 anos foram para a rua
pela primeira vez. A pessoa mais citada foi pai/mãe, o equivalente a 50,1%. Esta citação é
predominante em todos os tipos de situações. Os amigos e colegas foram o segundo mais
citados (21,9%), sendo na situação do pernoite o equivalente a 19,1% e em outras trajetórias
de risco a 25,6%. No entanto, entre as CAs que estão acolhidas, a segunda maior afirmação
foi de que eles foram para a rua pela primeira vez sozinhos, o equivalente a 32,5%.

Tabela 34: Com quem você foi para a rua pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação
Outras
Com quem você foi para a rua pela Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
primeira vez risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pai/Mãe 41 51,3% 172 49,6% 48 51,1% 261 50,1%
Amigos/Colegas 7 8,8% 89 25,6% 18 19,1% 114 21,9%
Irmãos 0,0% 81 23,3% 23 24,5% 104 20,0%
Sozinho 26 32,5% 30 8,6% 18 19,1% 74 14,2%
Outros familiares 5 6,3% 36 10,4% 14 14,9% 55 10,6%
Adulto sem grau de parentesco 0,0% 2 0,6% 1 1,1% 3 0,6%
Namorado(a), companheiro(a) ou
marido/esposa 1 1,3% 0,0% 1 1,1% 2 0,4%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

92
Dois são os principais motivos que levam as CAs de 7 a 17 anos para a rua, a venda
(51,1%) e a mendicância (43,2%). Nas situações de acolhimento o percentual nestes motivos
é menor, abrindo espaço para conflitos familiares (11,3%) e vítimas de violência (12,5%).

Tabela 35: Por que você foi para a rua a primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Por que você foi para a rua a Acolhimento Pernoite Total
de risco
primeira vez?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Venda 20 25,0% 208 59,9% 38 40,4% 266 51,1%
Mendicância 16 20,0% 158 45,5% 51 54,3% 225 43,2%
Brincar 2 2,5% 70 20,2% 18 19,1% 90 17,3%
Trabalhar 5 6,3% 17 4,9% 0,0% 22 4,2%
Para consumir droga 7 8,8% 3 0,9% 10 10,6% 20 3,8%
Conflito familiar 9 11,3% 2 0,6% 5 5,3% 16 3,1%
Para ter liberdade, se divertir 4 5,0% 8 2,3% 1 1,1% 13 2,5%
Estar com familiares 0,0% 7 2,0% 4 4,3% 11 2,1%
Vítima de violência 10 12,5% 0,0% 0,0% 10 1,9%
Foi despejado, perdeu sua casa 2 2,5% 0,0% 4 4,3% 6 1,2%
Foi expulso de casa 1 1,3% 0,0% 2 2,1% 3 0,6%
Nasceu na rua 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Roubar 1 1,3% 0,0% 1 1,1% 2 0,4%
Chegou em SP sem ter onde ficar 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Não informado 0,0% 1 0,3% 2 2,1% 3 0,6%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Quando questionados se a vida era melhor antes de vir para a rua, ou seja, quando
ficavam em casa/abrigo, para as CAs de 7 a 17, obteve-se opiniões distintas entre os tipos de
situações: no acolhimento, os entrevistados preferem ficar no SAICA do que na rua (73,8%);
as CAs que estão em outras trajetórias de risco são os que mais afirmam que é melhor a rua
do que em casa (46,1%) e as CAs que estão em situação de pernoite, há aqueles que
enfatizam que a rua é melhor que a casa (34,0%), todavia, outros 22,3% dos que pernoitam
nas ruas afirmam que a casa era melhor do que a rua.

93
Tabela 36: Sua vida era melhor antes de vir para a rua (quando ficava em casa) ou agora em situação de rua
na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Sua vida era melhor antes de vir Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
para a rua (quando ficava em de risco
casa) ou agora em situação de rua Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Agora na rua é melhor que na
0,0% 160 46,1% 32 34,0% 192 36,9%
minha casa
Ficar na minha casa era melhor do
0,0% 79 22,8% 21 22,3% 100 19,2%
que agora na rua
Ficar no Abrigo/SAICA/Centro de
acolhimento é melhor do que na 59 73,8% 13,8% 0,0% 59 11,3%
rua
Antes na minha casa era bom e na
0,0% 48 0,0% 4 4,3% 52 10,0%
rua também
Na rua era melhor que agora no
ABRIGO/SAICA/Centro de 13 16,3% 0,0% 0,0% 13 2,5%
acolhimento
Nenhum lugar é bom 0,0% 2 0,6% 2 2,1% 4
Antes na rua era bom e agora no
ABRIGO/SAICA/Centro de 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 0,8%
acolhimento também
Sempre estive na rua 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Depende do abrigo 1 1,3% 17,0% 0,0% 1 0,2%
Não sei dizer 3 3,8% 58 0,0% 34 36,2% 95 18,2%
Respondente 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

As principais justificativas das CASR afirmarem que a rua é melhor do que estar em
casa variam entre os tipos de situações:

● Entre as CASR expostas a outras trajetórias de risco, os principais motivos


estão associados à geração de renda (63,8%), sendo que 56,9% afirmam que
conseguem ganhar dinheiro e 6,9% ganhar doações.
● Já nas CASR que pernoitam nas ruas, apesar das citações também estarem
relacionadas a ganhar dinheiro (15,6%) e ganhar doações (12,5%), como
sendo as principais justificativas, outras questões foram afirmadas, como a
questão de possuir mais liberdade (28,1%) e poder ficar com os amigos
(15,6%).

94
Tabela 37: Justificativa porque agora na rua é melhor que antes na minha casa, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Agora na rua é melhor que antes na Pernoite Total
risco
minha casa. Por quê?
Quant. % Quant. % Quant. %
Consegue ganhar dinheiro 91 56,9% 5 15,6% 96 50,3%
Possui mais liberdade 8 5,0% 9 28,1% 17 8,9%
Ganho de doações 11 6,9% 4 12,5% 15 7,9%
Pode ficar com os amigos 5 3,1% 5 15,6% 10 5,2%
Mais divertido, pode brincar 10 6,3% 0,0% 10 5,2%
Não quis responder 8 5,0% 2 6,3% 10 5,2%
Pelas opções de lazer 8 5,0% 1 3,1% 9 4,7%
Atualmente vive melhor 7 4,4% 1 3,1% 8 4,2%
Não tinha segurança em casa 3 1,9% 1 3,1% 4 2,1%
Se alimenta/alimentava melhor 3 1,9% 1 3,1% 4 2,1%
Brigas familiares 1 0,6% 1 3,1% 2 1,0%
Aprende mais estando na rua 2 1,3% 0,0% 2 1,0%
Sofria violência em casa 0,0% 2 6,3% 2 1,0%
Sofria violência no abrigo 1 0,6% 0,0% 1 0,5%
Enfraquecimento do vínculo familiar 1 0,6% 0,0% 1 0,5%
Pode estar com o pais 1 0,6% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 160 100,0% 32 100,0% 191 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Dos que gostam de ambos os locais, tanto a rua quanto a casa, a maioria afirma que
gosta da rua por conseguir ganhar dinheiro (21,2%).
Tabela 38: Justificativa porque na minha casa era bom e na rua também é, por tipo de situação
Outras trajetórias
Antes na minha casa era bom e na rua também é. Pernoite Total
de risco
Por quê?
Quant. % Quant. % Quant. %
Consegue ganhar dinheiro 10 20,8% 1 25,0% 11 21,2%
Não quis responder 9 18,8% 2 50,0% 11 21,2%
Mais divertido, pode brincar 4 8,3% 1 25,0% 5 9,6%
Outro 5 10,4% 0,0% 5 9,6%
Se sentia mais seguro em casa 5 10,4% 0,0% 5 9,6%
Ganho de doações 3 6,3% 0,0% 3 5,8%
Pode ficar com os amigos 3 6,3% 0,0% 3 5,8%
Pelas opções de lazer 2 4,2% 0,0% 2 3,8%
Viver em casa era melhor 2 4,2% 0,0% 2 3,8%
Atualmente vive melhor 1 2,1% 0,0% 1 1,9%
Podia estudar 1 2,1% 0,0% 1 1,9%
Possui mais liberdade 1 2,1% 0,0% 1 1,9%
Sofria violência em casa 1 2,1% 0,0% 1 1,9%
Tem coisas boas em casa e na rua 1 2,1% 0,0% 1 1,9%
Respondentes 48 100,0% 4 100,0% 52 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

95
Dos que responderam que a sua casa era melhor que estar na rua, 57% declararam
que se sentiam mais seguros estando em casa.

Tabela 39: Justificativa porque na minha casa era melhor do que agora na rua por situação
Outras trajetórias
Ficar na minha casa era melhor do que agora na Pernoite Total
de risco
rua. Por quê?
Quant. % Quant. % Quant. %
Se sentia mais seguro em casa 44 55,7% 13 61,9% 57 57,0%
Mais divertido, pode brincar 9 11,4% 1 4,8% 10 10,0%
Vem por necessidade financeira 5 6,3% 2 9,5% 7 7,0%
Possui mais liberdade 5 6,3% 1 4,8% 6 6,0%
Não quis responder 4 5,1% 1 4,8% 5 5,0%
Viver em casa era melhor 4 5,1% 0,0% 4 4,0%
Se alimenta/alimentava melhor 2 2,5% 0,0% 2 2,0%
Se sente cansado na rua 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Tinha onde dormir 0,0% 1 4,8% 1 1,0%
Enfraquecimento do vínculo familiar 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Ganho de doações 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Outro 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Problemas de saúde familiar 0,0% 1 4,8% 1 1,0%
Passa frio 0,0% 1 4,8% 1 1,0%
Brasil é um país melhor para viver 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Pode ficar com os amigos 1 1,3% 0,0% 1 1,0%
Respondentes 79 100,00% 21 100,00% 100 100,00%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre as crianças que não se sentem bem nem na rua nem em casa, 50,0% declararam
que não se sentem seguros em qualquer dos dois ambientes (casa ou rua).

Tabela 40: Justificativa do porquê nenhum lugar é bom por situação

Outras trajetórias
Pernoite Total
Nenhum lugar é bom. Por quê? de risco
Quant. % Quant. % Quant. %
Não se sente seguro 1 50,0% 1 50,0% 2 50,0%
Não quis responder 1 50,0% 1 50,0% 2 50,0%
Respondentes 2 100,0% 2 100,0% 4 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre os CAs em acolhimento, 59 entrevistados afirmam que é melhor estar em


acolhimento do que estar na rua, desses 46 (78,0%) afirmam se sentirem mais seguros

96
estando em acolhimento. Dos CAs que preferiam estar na rua, as três alternativas que mais
se destacam, consegue ganhar dinheiro (25,0%), não tinha segurança no
Abrigo/SAICA/Centro de Acolhimento (16,67%) e possui mais liberdade (16,67%).

Tabela 41: Justificativa das percepções do SAICA


Acolhimento
Resposta
Quant. %
Antes na rua era bom e agora no Outro 3 75,0%
Abrigo/SAICA/Centro de Possui mais liberdade 1 25,0%
acolhimento também é. Por quê? Total 4 100,0%
Se sentia mais seguro no
46 77,9%
Abrigo/SAICA/Centro de acolhimento
Não quis responder 3 5,1%
Mais divertido, pode brincar 2 3,4%
Pode ficar com os amigos 2 3,4%
Ficar no Abrigo/SAICA/Centro de Atualmente vive melhor 1 1,7%
acolhimento é melhor do que
Brasil é um país melhor para viver 1 1,7%
agora na rua. Por quê?
Brigas familiares 1 1,7%
Consegue ganhar dinheiro 1 1,7%
Lugar seguro 1 1,7%
Não tinha segurança em casa 1 1,7%
Total 59 100, 0%
Consegue ganhar dinheiro 3 23,0%
Não tinha segurança no Abrigo/SAICA/Centro
2 15,4%
de acolhimento
Possui mais liberdade 2 15,4%
Na rua era melhor que agora no Ausência de vínculos 1 7,7%
Abrigo/SAICA/Centro de Não se sente livre 1 7,7%
acolhimento. Por quê? Pode ficar com os amigos 1 7,7%
Prefiro correr atrás das minhas coisas 1 7,7%
Pelas opções de lazer 1 7,7%
Se sentia mais seguro em casa 1 7,7%
Total 13 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

97
4.7 SOBRE A MOBILIDADE EM SÃO PAULO

Com os dois grupos etários, de 0 a 6 anos e 7 a 17 anos, sobre o deslocamento nos


territórios da cidade de São Paulo, foram obtidas as seguintes informações: para a faixa de
0 a 6 anos, 46,4% se deslocam de ônibus e 36,5% na faixa de 7 a 17 anos. O segundo meio
de deslocamento mais citado foi a locomoção a pé, sendo 35,1% para a faixa de 0 a 6 anos e
25% para 7 a 17 anos. Outros meios de locomoção mencionados foram: caronas em
caminhões, carros de aplicativo, van, carroça e moto.

Gráfico 22: Deslocamento dos entrevistados por faixa etária

Ônibus 46,4%
36,5%

A pé 35,1%
25,0%

Metrô 24,6%
18,6%

Trem 17,1%
11,5%

Dormi/Moro aqui 0,0%


5,6%

Carro 0,5% 0 a 6 anos


3,5%
3,3% 7 a 17 anos
Permaneço aqui
0,0%

Uber 1,9%
0,0%

Bicicleta 0,5%
1,2%

Outros 1,9%
1,2%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

No grupo de 0 a 6 anos, a maioria dos responsáveis afirmam não ter problemas com
o transporte público (65,5%). Porém, ao analisar por tipo de situação, no acolhimento, a
opinião é totalmente contrária, 68,9% afirmaram ter dificuldades com o transporte público.

O principal motivo é a falta de dinheiro, contado por mais de 70% dos casos de
acolhimento, mais de 60% dos casos de outras trajetórias e mais 50% na situação do
pernoite. Entre os entrevistados que estão em situação de “pernoite” ainda se destaca o

98
preconceito sofrido no transporte públicos, citados por 42,9% dos que alegaram ter alguma
dificuldade em utilizar transporte público.

Tabela 42: tem dificuldade de utilizar algum transporte público na faixa etária de 0 a 6 anos tipo de situação
Outras trajetórias
Tem dificuldade de utilizar algum Acolhimento Pernoite Total
de risco
transporte público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 14 31,1% 107 73,8% 23 76,7% 144 65,5%
Sim 31 68,9% 38 26,2% 7 23,3% 76 34,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Tabela 43: Qual dificuldade de utilizar algum transporte público na faixa etária de 0 a 6 anos tipo de
situação
Outras
Porque tem dificuldade de
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
utilizar algum transporte
risco
público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Porque não tenho dinheiro 23 74,2% 24 63,2% 4 57,1% 51 67,1%
Porque sofro preconceito 1 3,2% 5 13,2% 3 42,9% 9 11,8%
Não tem bilhete único 2 6,5% 3 7,9% 0,0% 5 6,6%
Não conhece a cidade 3 9,7% 0,0% 0,0% 3 3,9%
Sempre estar cheio 0,0% 3 7,9% 0,0% 3 3,9%
É difícil usar junto da criança 1 3,2% 1 2,6% 0,0% 2 2,6%
Não sabe ler 1 3,2% 1 2,6% 0,0% 2 2,6%
Problema de saúde 0,0% 1 2,6% 0,0% 1 1,3%
Respondentes 31 100,0% 38 100,0% 7 100,0% 76 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Para todas as CAs de 7 a 17 anos, a tendência é permanecer no mesmo local.


Sobretudo, entende-se por mesmo local na pesquisa o deslocamento em torno de um ponto
fixo, não perdendo a sua característica de transitoriedade, sendo isso mais expressivo na
situação de acolhimento, 76%, ou seja, o entrevistado referenciou seu deslocamento no
período que estavam em situação de rua. Nas outras duas situações, o percentual está em
torno de 61% que costumam ficar sempre no mesmo local.

99
Tabela 44: Costuma ficar sempre no mesmo lugar na faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Costuma ficar sempre aqui de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sempre no mesmo lugar 61 76,3% 215 62,0% 58 61,7% 334 64,1%
Vou para vários lugares 19 23,8% 132 38,0% 36 38,3% 187 35,9%
Respondentes 80 100,00% 347 100,00% 94 100,00% 521 100,00%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre os lugares mais citados pelas CAs de 7 a 17 anos, por tipo de situação, teve-se
as seguintes citações: no pernoite, destaca-se o Museu de Artes de São Paulo (MASP) com
27,8% e a Praça da Sé (19,4%); na situação de acolhimento, quando as crianças
referenciaram o período que estavam em situação de rua, destacaram-se a Praça da Sé
(31,6%), o MASP (10,5%) e Estações de metrô (10,5%); entre as CAs expostas a outras
trajetórias de risco, os principais locais citados foram o MASP (11,4%), bares, restaurantes e
baladas na Vila Madalena (9,8%). Percebe-se ainda, que entre as situações de outras
trajetórias de riscos locais com características de possuir bares, restaurantes e baladas
também foram bem citados, o que tem correlação com os principais motivos de estarem em
situação de rua (geração de renda).

Tabela 45: Lugares que costuma ir à faixa etária de 7 a 17 anos tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Em que lugares vai de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Paulista MASP 2 10,5% 15 11,4% 10 27,8% 27 14,4%
Praça -Sé 6 31,6% 11 8,3% 7 19,4% 24 12,8%
Estações de metrô 2 10,5% 9 6,8% 6 16,7% 17 9,1%
Não soube informar 6 31,6% 5 3,8% 6 16,7% 17 9,1%
Feiras 1 5,3% 11 8,3% 3 8,3% 15 8,0%
Bares, restaurantes e baladas - Vila Madalena 0,0% 13 9,8% 1 2,8% 14 7,5%
Bares, restaurantes e baladas - Pinheiros 1 5,3% 12 9,1% 0,0% 13 7,0%
Shopping 0,0% 12 9,1% 1 2,8% 13 7,0%
Bares, restaurantes e baladas - Rua Augusta 1 5,3% 7 5,3% 3 8,3% 11 5,9%
Bares, restaurantes e baladas - Itaim Bibi 0,0% 8 6,1% 1 2,8% 9 4,8%
Largo da Batata 1 5,3% 6 4,5% 2 5,6% 9 4,8%
Praça -Silvio Romero 0,0% 7 5,3% 2 5,6% 9 4,8%
Praça -República 1 5,3% 3 2,3% 3 8,3% 7 3,7%
Estádios de futebol 0,0% 6 4,5% 0,0% 6 3,2%
Mercadão Municipal de São Paulo 1 5,3% 3 2,3% 2 5,6% 6 3,2%
Av. Cruzeiro do Sul (toda extensão) 1 5,3% 2 1,5% 2 5,6% 5 2,7%
Baixada do Glicério 0,0% 3 2,3% 2 5,6% 5 2,7%
Bares, restaurantes e baladas - Rua Treze de maio 1 5,3% 2 1,5% 2 5,6% 5 2,7%
CEAGESP 0,0% 3 2,3% 1 2,8% 4 2,1%
Parque Trianon 0,0% 3 2,3% 1 2,8% 4 2,1%

100
Pateo do Collégio 0,0% 4 3,0% 0,0% 4 2,1%
Praça -Panamericana 0,0% 3 2,3% 1 2,8% 4 2,1%
Largo Treze 0,0% 3 2,3% 0,0% 3 1,6%
Praça -Jardim da Luz 0,0% 0,0% 3 8,3% 3 1,6%
Praça -Liberdade 0,0% 1 0,8% 2 5,6% 3 1,6%
Ruas Tatuapé 0,0% 3 2,3% 0,0% 3 1,6%
Terminais de ônibus 1 5,3% 1 0,8% 1 2,8% 3 1,6%
Largo da Concórdia 0,0% 2 1,5% 0,0% 2 1,1%
Largo da Lapa 0,0% 2 1,5% 0,0% 2 1,1%
Nenhum, fico só aqui mesmo 0,0% 2 1,5% 0,0% 2 1,1%
Outros mercados 0,0% 1 0,8% 1 2,8% 2 1,1%
Praça -Ramos de Azevedo 0,0% 1 0,8% 1 2,8% 2 1,1%
Ruas Santana 0,0% 2 1,5% 0,0% 2 1,1%
Teatro Municipal de São Paulo 0,0% 1 0,8% 1 2,8% 2 1,1%
Centro de São Paulo 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Parque Ibirapuera 1 5,3% 0,0% 0,0% 1 0,5%
Parque Novo Mundo 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Pistas de Skate 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Restaurantes 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Água Funda 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Arthur Alvim 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Barra funda 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Itaquera 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Moema 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Morumbi 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Paraisópolis 0,0% 0,0% 1 2,8% 1 0,5%
Ruas Parelheiros 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Vila Madalena 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Ruas Vila Olimpia 0,0% 0,0% 1 2,8% 1 0,5%
Vale do Anhangabaú 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Viaduto Rubem Berta 0,0% 1 0,8% 0,0% 1 0,5%
Respondentes* 19 - 132 - 36 - 187 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Ao aprofundar os locais citados entre os principais tipos de pontos, teve-se as


seguintes citações:

● Estações de metrô: A estação do Brás foi a mais citada, e outras estações


citadas foram: Vila Mariana, Armênia, Consolação, Estações da Linha
Vermelha, Itaquera, Estações da Linha Azul, MASP, República, Tatuapé e
Trianon.

● Feiras: As feiras citadas pelos entrevistados foram a Cantareira, Ermelino


Matarazzo, São Miguel, Feira Aricanduva, Feira do campinho, Feira Itacara,
Feira Vila Madalena, Itapeva, Itaquera, Liberdade, Parque Novo Mundo, Santa
Cecília, Vila Maria, Jardim Helena e Santana.

101
● Shopping: Os mais citados foram o Itaquera, o Tatuapé, o Santa Cruz, o Anália
Franco e o West Plaza.

● Terminal de ônibus: Lapa, Santo Amaro e Tietê.

Foi realizada uma análise acerca da região que foi feita a pesquisa em relação à região
de moradia citada pela CA, conforme disposto na Tabela 46. Dessa maneira, ao observar o
cruzamento de dados, percebe-se que a menor mobilidade se apresentou nos residentes no
Centro, de modo que 60% que moram nesta região também estavam no dia da pesquisa. A
região com maior mobilidade é a Região Sul, onde 41,3% dos que responderam à pesquisa
nesta região afirmaram também morar nela.

Tabela 46: Região da pesquisa x Região de moradia na faixa etária de 7 a 17 anos


Região de Moradia
Região da
Pesquisa Centro Leste Norte Oeste Sul Respondentes
Quant % Quant % Quant % Quant % Quant % Quant %
Centro 39 60% 45 21,6% 11 12,9% 6 21,4% 14 18,7% 115 24,9%
Leste 13 20% 124 59,6% 6 7,1% 2 7,1% 4 5,3% 149 32,3%
Norte 4 6% 5 2,4% 46 54,1% 1 3,6% 10 13,3% 66 14,3%
Oeste 7 11% 26 12,5% 18 21,2% 15 53,6% 16 21,3% 82 17,8%
Sul 2 3% 8 3,8% 4 4,7% 4 14,3% 31 41,3% 49 10,6%
Respondentes 65 100,0% 208 100,0% 85 100,0% 28 100,0% 75 100,0% 461 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O mesmo comportamento é observado na faixa etária de 0 a 6 anos, sendo ainda


mais evidente que a maioria dos moradores do Centro permanece no Centro (75%) –
indicando também a menor mobilidade, e a maior mobilidade está novamente na Região
Sul, porém em escala menor, ou seja, enquanto no de 0 a 7 anos 41,3% moram na Região
Sul e permaneciam nela no dia da pesquisa, na faixa etária de 0 a 6 esse percentual foi de
62,5%. Essa proporcionalidade demonstra que as crianças de 7 a 17 anos se deslocam mais
que os responsáveis em situação de rua com as crianças até 6 anos.
Tabela 47: Região da pesquisa x Região de moradia na faixa etária de 0 a 6 anos
Região de moradia
Região da Total
Centro Leste Norte Oeste Sul
pesquisa
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Centro 51 75,0% 13 16,3% 2 10,5% 0,0% 4 16,7% 70 35,7%
Leste 12 17,6% 52 65,0% 1 5,3% 0,0% 0,0% 65 33,2%
Norte 0,0% 2 2,5% 16 84,2% 0,0% 0,0% 18 9,2%
Oeste 5 7,4% 12 15,0% 0,0% 4 80,0% 5 20,8% 26 13,3%
Sul 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 20,0% 15 62,5% 17 8,7%
Respondentes 68 100,0% 80 100,0% 19 100,0% 5 100,0% 24 100,0% 196 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

102
4.8 SOBRE A FREQUÊNCIA NA RUA

Quando questionados sobre os dias de permanência na rua, 26,4% do grupo etário


de 0 a 6 anos e 33,6% do grupo etário de 7 a 17 anos indicaram permanecer 7 dias. Já a
permanência de 6 dias, foi o menor número mencionado, sendo 5,9% para o grupo de 0 a 6
anos e 5,0% para o grupo de 7 a 17 anos.

Gráfico 23: Permanência dos CASR na rua por faixa etária

0 a 6 anos 7 a 17 anos

33,6%

26,4%
20,0% 20,9%19,6%
17,5%
13,2%
10,7%
7,3% 8,4% 6,4% 5,2% 5,9% 5,0%

Um dia Dois dias Três dias Quatro dias Cinco dias Seis dias Sete dias

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Especificamente na faixa etária de 0 a 6 anos, no acolhimento se destacou as CAs que


ficavam um dia (40,0%). Já na situação “outras trajetórias de risco”, dois dias foi o mais citado
(24,8%) e na situação de pernoite, um percentual de 73,3% afirmaram que ficam os sete dias.

Tabela 48: Quantos dias da semana as CASR de 0 a 6 anos ficam na rua por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Dias por semana
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Um dia 18 40,0% 23 15,9% 3 10,0% 44 20,0%
Dois dias 8 17,8% 36 24,8% 2 6,7% 46 20,9%
Três dias 7 15,6% 22 15,2% 0,0% 29 13,2%
Quatro dias 2 4,4% 12 8,3% 2 6,7% 16 7,3%
Cinco dias 1 2,2% 12 8,3% 1 3,3% 14 6,4%
Seis dias 1 2,2% 12 8,3% 0,0% 13 5,9%
Sete dias 8 17,8% 28 19,3% 22 73,3% 58 26,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

103
Na faixa etária de 7 a 17 anos, os adolescentes que permanecem sete dias em
situação de rua se destacam entre as situações de acolhimento (pergunta foi feita em relação
ao período que o entrevistado estava em situação de rua) e pernoite, com percentuais de
57,5% e 67,0% dos casos, respectivamente. No tipo “outras trajetórias” tem-se quase 50%
das CASR que ficam um ou dois dias em situação de rua.

Tabela 49: Quantos dias da semana fica na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Dias por semana de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Um dia 8 10,0% 80 23,1% 3 3,2% 91 17,5%
Dois dias 6 7,5% 88 25,4% 8 8,5% 102 19,6%
Três dias 12 15,0% 36 10,4% 8 8,5% 56 10,7%
Quatro dias 3 3,8% 34 9,8% 7 7,4% 44 8,4%
Cinco dias 3 3,8% 20 5,8% 4 4,3% 27 5,2%
Seis dias 2 2,5% 23 6,6% 1 1,1% 26 5,0%
Sete dias 46 57,5% 66 19,0% 63 67,0% 175 33,6%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Cruzou o tempo de rua com a quantidade de dias que a CA fica na rua, no grupo etário
de 7 a 17 anos, e à medida que aumenta o tempo que a CA está na rua, aumenta também o
número de dias que ela fica na rua (p-valor <0,01).

Tabela 50: Tempo de rua x quantidade de dias que fica na rua das CASR de 7 a 17 anos
Menos de 5 dias Pelo menos 5 dias Total
Tempo de rua
Quant. % Quant. % Quant. %
Menos de 1 ano 51 83,6% 10 16,4% 61 100,0%
1 ano 43 56,6% 33 43,4% 76 100,0%
2 anos 53 57,6% 39 42,4% 92 100,0%
3 a 5 anos 87 51,5% 82 48,5% 169 100,0%
Mais de 5 anos 59 48,0% 64 52,0% 123 100,0%
Respondentes 293 56,2% 228 43,8% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Os dias da semana com maior incidência de CASR se diferencia entre as faixas etárias:
no caso da faixa etária de 0 a 6 anos, as crianças juntamente com seus respectivos
responsáveis ficam mais nos finais de semana (35,0%), enquanto os de 7 a 17 anos não

104
souberam informar uma a regularidade (37%) ou dos que souberam mensurar, 34,4% ficam
ou vão para as ruas todos os dias.

Gráfico 24: Dias da semana na rua por grupo etário

0 a 6 anos 7 a 17 anos

35,0% 37,0%
34,4%
27,3%
24,1%
18,6%
13,6%
10,0%

Todos os dias Mais em dias durante a Mais nos finais de semana Não tenho dia certo
semana (Seg a sex)

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre o grupo de crianças de 0 a 6 anos, ao analisar por tipo de situação é possível


perceber diferenças, a considerar: no acolhimento os responsáveis afirmam não ter dia certo
para irem à rua (42,2%), os que estão em outras trajetórias de risco costumam estar mais no
final de semana (46,9%), nos casos de pernoite, a maioria costuma ficar todos os dias
(73,3%).

Tabela 51: Dias da semana na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Dias da semana
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias 8 17,8% 30 20,7% 22 73,3% 60 27,3%
Mais em dias durante a semana
13 28,9% 38 26,2% 2 6,7% 53 24,1%
(Seg. a sex)
Mais nos finais de semana 5 11,1% 68 46,9% 4 13,3% 77 35,0%
Não tenho dia certo 19 42,2% 9 6,2% 2 6,7% 30 13,6%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Por tipo de situação entre as CASR na faixa etária de 7 a 17 anos, destacam-se as


diferenças, sendo: daqueles que estão em acolhimento, 58,8% estavam nas ruas todos os
dias, as CASR que estão em outras trajetórias de risco, a maioria frequenta sem ter um dia
certo (46,4%), e aqueles que pernoitam, há uma prevalência da categoria “todos os dias”
(67,0%) e “sem um dia certo” (20,2%).

105
Tabela 52: Dias da semana na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Dias da semana
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias 47 58,8% 69 19,9% 63 67,0% 179 34,4%
Mais em dias durante a
9 11,3% 39 11,2% 4 4,3% 52 10,0%
semana (seg. a sex)
Mais nos finais de semana 11 13,8% 78 22,5% 8 8,5% 97 18,6%
Não tenho dia certo 13 16,3% 161 46,4% 19 20,2% 193 37,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

No grupo de 0 a 6 anos, o período com maior concentração de crianças na rua é a


tarde, 88,2%. Em segundo, o período da manhã foi citado por 61,8%.

Tabela 53: Período que fica na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Período risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Madrugada 12 26,7% 5 3,4% 16 53,3% 33 15,0%
Manhã 28 62,2% 81 55,9% 27 90,0% 136 61,8%
Tarde 33 73,3% 133 91,7% 28 93,3% 194 88,2%
Noite 16 35,6% 55 37,9% 20 66,7% 91 41,4%
Não sabe informar 2 4,4% 1 0,7% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

106
Entre as CAs de 7 a 17 anos, a pergunta sobre o período que mais fica na rua
desconsiderou os pernoites que relataram ficar todos os dias na rua. O restante dos
entrevistados afirmou também ficar no período da tarde (84,6%).

Tabela 54: Período que fica na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Período de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Madrugada 44 55,0% 12 3,5% 12 30,0% 68 14,6%
Manhã 61 76,3% 192 55,3% 31 77,5% 284 60,8%
Tarde 64 80,0% 294 84,7% 37 92,5% 395 84,6%
Noite 60 75,0% 164 47,3% 30 75,0% 254 54,4%
Respondentes* 80 - 347 - 40 - 467 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

107
4.9 RELAÇÃO COM A RUA

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos se existiam mais pessoas
da família em situação de rua além deles e 43,2% afirmaram que sim. Entre os acolhidos, o
percentual foi menor, 37,8%, e entre os do pernoite, o percentual atingiu 50,0%.

Tabela 55: Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos sobre outros familiares em situação de rua por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Familiar na rua de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 28 62,2% 82 56,6% 15 50,0% 125 56,8%
Sim 17 37,8% 63 43,4% 15 50,0% 95 43,2%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Na faixa etária de 7 a 17 anos o percentual que tem outro familiar na rua é maior,
70,3%, sendo ainda mais incidente entre os que estão em situação de pernoite (73,4%).

Tabela 56: Possui familiares na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Familiar na rua de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 29 36,3% 103 29,7% 25 26,6% 157 30,1%
Sim 51 63,8% 244 70,3% 69 73,4% 364 69,9%
Respondentes 80 100,00% 347 100,00% 94 100,00% 521 100,00%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Detalhando a questão de familiares em situação de rua, no grupo de 0 a 6 (parentesco


em relação ao responsável), os respondentes afirmaram, no geral, que irmãos,
companheiro(a) e mãe são os familiares que mais estão na rua (aproximadamente 32% cada
familiar). No acolhimento, apesar dos três grupos serem os mais citados, o percentual de
companheiro na rua se destaca com 58,8%. Entre os do pernoite, acrescenta-se mais um
familiar na rua, os filhos, citados na mesma proporção que as mães por 40% dos
entrevistados.

108
Tabela 57: Familiares na rua, dos responsáveis de crianças de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Outras pessoas da Acolhimento Pernoite Total
risco
sua família em SR
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Irmãos 3 17,6% 28 44,4% 4 26,7% 35 36,8%
Companheiro(a) 10 58,8% 17 27,0% 4 26,7% 31 32,6%
Mãe 5 29,4% 20 31,7% 6 40,0% 31 32,6%
Filhos 2 11,8% 15 23,8% 6 40,0% 23 24,2%
Primos 1 5,9% 12 19,0% 2 13,3% 15 15,8%
Pai 1 5,9% 8 12,7% 5 33,3% 14 14,7%
Outro familiar 0 0,0% 10 15,9% 2 13,3% 12 12,6%
Tio/Tia 0 0,0% 5 7,9% 3 20,0% 8 8,4%
Padrasto 0 0,0% 0 0,0% 1 6,7% 1 1,1%
Vó 0 0,0% 1 1,6% 0 0,0% 1 1,1%
Respondentes 17 - 63 - 15 - 95 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Aos respondentes do grupo de 0 a 6 anos perguntou-se sobre a frequência com que


traz ou trazia a criança para a rua, no caso de acolhimento, e 65% trazem todas as vezes que
vão para a rua. Os que trouxeram só no dia da pesquisa somaram 7,7% do total e foi mais
expressivo no acolhimento, 31,1%.

Tabela 58: Com que frequência você traz/trazia esta criança para rua com você na faixa etária de 0 a 6
anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Frequência que você traz/trazia Acolhimento Pernoite Total
de risco
esta criança para rua com você
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Algumas vezes 5 11,1% 50 34,5% 5 16,7% 60 27,3%
Todas as vezes que venho 26 57,8% 92 63,4% 25 83,3% 143 65,0%
Trouxe só hoje 14 31,1% 3 2,1% 0,0% 17 7,7%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Para os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos, o motivo de estarem na rua é a


venda de produtos lícitos (58,9%), principalmente entre as outras trajetórias (62,8%). Na
situação de pernoite, além da venda (40%) destaca-se também a mendicância (46,7%) e os
que responderam “Moro aqui na rua (Barraca, embaixo de viaduto, calçada, ou outro
logradouro público)”, portanto estão com a criança nesta condição (36,7%).

109
Tabela 59: O que você está fazendo hoje na rua com esta criança na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de
situação
Outras trajetórias
Pernoite Total
O que você está fazendo hoje na rua com esta criança de risco
Quant. % Quant. % Quant. %
Estou vendendo produtos lícitos (pano de prato, balas, 91 62,8% 12 40,0% 103 58,9%
frutas, doces, chocolate etc.)
Estou pedindo (mendicância – dinheiro, comida, roupa, 66 45,5% 14 46,7% 80 45,7%
doações etc.)
Moro aqui na rua (Barraca, embaixo de viaduto, calçada, ou 0 0,0% 11 36,7% 11 6,3%
outro logradouro público)
Fazendo algum serviço (malabares, rodinho, reciclagem etc.) 5 3,4% 1 3,3% 6 3,4%
Estou vendendo produtos ilícitos (bebida, cigarro, drogas 4 2,8% 1 3,3% 5 2,9%
etc.)
Não informou 0 0,0% 1 3,3% 1 0,6%
Passeando 1 0,7% 0 0,0% 1 0,6%
Venho com um adulto que vem trabalhar/pedir 1 0,7% 0 0,0% 1 0,6%
Visitando familiar em situação de rua 0 0,0% 1 3,3% 1 0,6%
Respondentes* 145 - 30 - 175 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Quando o respondente foi questionado o porquê da criança de 0 a 6 anos estar com


ele, a afirmação de não ter com quem deixar é, no geral, por 67,7%, sendo que no
acolhimento chega a ser o motivo de 82,2% e 70% no pernoite.

Tabela 60: Por que você está na rua com esta criança na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Por que você está na rua com esta Acolhimento Pernoite Total
de risco
criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não tem ninguém para ficar com ela,
37 82,2% 91 62,8% 21 70,0% 149 67,7%
em outro local que não seja a rua
Posso cuidar dela ao mesmo tempo
4 8,9% 48 33,1% 8 26,7% 60 27,3%
que faço outras coisas
Sensibilizo as pessoas para conseguir
6 13,3% 24 16,6% 2 6,7% 32 14,5%
recursos
Consigo comida 2 4,4% 14 9,7% 4 13,3% 20 9,1%
Não achei vaga na escola 2 4,4% 9 6,2% 3 10,0% 14 6,4%
A escola é meio período 0 0,0% 5 3,4% 1 3,3% 6 2,7%
Estão no CAE para não ficar na rua 4 8,9% 0 0,0% 0 0,0% 4 1,8%
Não confia em deixar a criança com
2 4,4% 2 1,4% 0 0,0% 4 1,8%
outras pessoas
Não quero deixar na escola 1 2,2% 3 2,1% 0 0,0% 4 1,8%
Moram na rua 0 0,0% 0 0,0% 2 6,7% 2 0,9%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

110
Na faixa etária de 7 a 17 anos, a pessoa da família que está em SR mais citada é a
mãe, 39,5%, seguido dos irmãos, 33,6%, e, de forma bem representativa, os amigos foram
citados por outros 31,7%. Entre os tipos de situações, as CAs em acolhimento são os que
mais citaram ficar com a mãe (46,3%), enquanto estavam em situação de rua. Na situação
de pernoite, o maior percentual foi de ficar com irmãos/ãs (37,2%), em segundo os amigos
(34,0%) e, por fim, a mãe foi a terceira mais citada neste grupo, correspondendo a 33,0%.

Tabela 61: Com quem as CASR de 7 a 17 ficam a maior parte do tempo na rua, por tipo de situação
outras trajetórias
Com quem você fica a maior parte do tempo Acolhimento Pernoite Total
de risco
enquanto está em situação de rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe 37 46,3% 138 39,8% 31 33,0% 206 39,5%
Irmãos/ãs 21 26,3% 119 34,3% 35 37,2% 175 33,6%
Amigos 16 20,0% 117 33,7% 32 34,0% 165 31,7%
Pai 11 13,8% 50 14,4% 19 20,2% 80 15,4%
Outros parentes (tios, avós, primos) 6 7,5% 57 16,4% 11 11,7% 74 14,2%
Sozinho 18 22,5% 23 6,6% 8 8,5% 49 9,4%
Namorada(o)/companheira(o) 2 2,5% 5 1,4% 12 12,8% 19 3,6%
Adultos sem parentesco, com os quais NÃO
7 8,8% 5 1,4% 3 3,2% 15 2,9%
mantêm relação de trabalho
Adultos sem parentesco, com os quais
2 2,5% 7 2,0% 4 4,3% 13 2,5%
mantêm relação de trabalho
Filho(a) 0,0% 0,0% 3 3,2% 3 0,6%
Deus 0,0% 1 0,3% 1 1,1% 2 0,4%
Padrasto 1 1,3% 1 0,3% 0,0% 2 0,4%
Pai/mãe de rua 1 1,3% 0,0% 1 1,1% 2 0,4%
Sogra 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Cunhada 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Padrasto 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Saica 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Tio da esposa 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Cunhado 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Não respondeu 1 1,3% 1 0,3% 1 1,1% 3 0,6%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Para a identificação da trajetória de rua em relação aos responsáveis pelas crianças


do grupo etário de 0 a 6 anos, 60,5% afirmaram realizar algum trabalho durante a infância
ou adolescência, sendo 57,9% identificados em outras trajetórias de risco e
aproximadamente 70% na categoria de pernoite.

111
Tabela 62: Responsáveis de CSR de 0 a 6 anos que trabalhavam quando eram crianças ou adolescentes, por
tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Trabalhava de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 17 37,8% 61 42,1% 9 30,0% 87 39,5%
Sim 28 62,2% 84 57,9% 21 70,0% 133 60,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Foi perguntado aos dois grupos o motivo de irem para a rua. Começando pelo grupo
de 0 a 6 anos, entre o acolhimento o motivo alegado é não ter casa (40%); entre os que estão
em outras trajetórias de riscos e o pernoite se destaca a geração de renda 92,4% e 60,0%,
respectivamente.

Tabela 63: Motivo de ir para a rua na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Motivos para você estar na rua (situação)
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gerar renda para sobreviver e ajudar no 92,4
sustento da família 14 31,1% 134 % 18 60,0% 166 75,5%
18,6
Desemprego do mantenedor da família 14 31,1% 27 % 8 26,7% 49 22,3%
Não tenho onde ficar 12 26,7% 6 4,1% 9 30,0% 27 12,3%
Não tenho casa/apartamento para morar 18 40,0% 4 2,8% 2 6,7% 24 10,9%
Família imigrante 9 20,0% 1 0,7% 0 0,0% 10 4,5%
Violências verbais dentro de casa 7 15,6% 0 0,0% 3 10,0% 10 4,5%
Rompimento familiar 7 15,6% 0 0,0% 1 3,3% 8 3,6%
Alcoolismo ou/e outras drogas dentro de casa 4 8,9% 0 0,0% 0 0,0% 4 1,8%
Violências físicas dentro de casa 2 4,4% 0 0,0% 1 3,3% 3 1,4%
Buscar comida 0 0,0% 2 1,4% 0 0,0% 2 0,9%
Fugi de casa com a criança 1 2,2% 0 0,0% 1 3,3% 2 0,9%
Companheiro(a) foi preso 2 4,4% 0 0,0% 0 0,0% 2 0,9%
Violência sexual dentro de casa 1 2,2% 0 0,0% 1 3,3% 2 0,9%
Não possui documentação 0 0,0% 2 1,4% 0 0,0% 2 0,9%
Acompanhando o(a) companheiro(a) 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Família cigana 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Violências físicas dentro de casa 1 2,2% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

112
Entre as CAs de 7 a 17 anos o principal motivo de estarem na rua são iguais nas três
situações, que no geral apresentam 58,3% das citações: Gerar renda para sobreviver e ajudar
no sustento da família. Esse motivo é ainda mais expressivo entre as CAs que estão em outras
trajetórias de risco (70,0%).

Tabela 64: Motivo de estar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras
Me conte um pouco sobre o porquê de você Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
ficar na rua? risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gerar renda para sobreviver e ajudar no
39 48,8% 311 89,6% 60 63,8 304 78,7%
sustento da família
Para ter liberdade 7 8,8% 28 8,1% 15 16,0% 50 9,6%
Desemprego de quem sustentava a família 9 11,3% 25 7,2% 10 10,6% 44 8,4%
Não tenho onde ficar 14 17,5% 7 2,0% 18 19,1% 39 7,5%
Brigas verbais com pai, mãe e irmãos 16 20,0% 4 1,2% 8 8,5% 27 5,2%
Alcoolismo ou/e droga 9 11,3% 2 0,6% 12 12,8% 23 4,4%
Não tenho casa/apartamento para morar 8 10,0% 3 0,9% 9 9,6% 20 3,8%
Brigas físicas dentro de casa 14 17,5 % 1 0,3% 4 4,3% 18 3,5%
Não sabe 4 5,0% 6 1,7% 1 1,1% 11 2,1%
Brincar 0,0% 8 2,3% 2 2,1% 10 1,9%
Pegar doações 0,0% 6 1,7% 0,0% 6 1,2%
Acompanhar avô(ó) 0,0% 1 0,3% 3 3,2% 4 0,8%
Meu pai/mãe está preso 2 2,5% 1 0,3% 1 1,1% 4 0,8%
Outro 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Pai faleceu 2 2,5% 2 0,6% 0,0% 4 0,8%
Família cigana 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Gerar renda para ter liberdade 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Pedir coisas 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Trabalho dos responsáveis perto da escola 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Ambos os pais faleceram 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Conflitos na vizinhança, brigas de grupos rivais 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Expulso de casa 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Familiar internado 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Mãe faleceu 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Para não ficar só 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Roubo 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Situação política e econômica do país 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

113
Entre as CAs de 7 a 17 anos, ganhar dinheiro ou doações é o que mais chama atenção
na rua (41,8%), isso é mais presente na opinião das CAs do pernoite e de outras trajetórias
(aproximadamente 45%). Entre as pessoas do acolhimento, 32,5% afirmam não ter nada que
gostem na rua.

Tabela 65: Motivos que você gosta de estar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Quais os motivos pelos quais você Acolhimento Pernoite Total
de risco
gosta de estar na rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Ganhar dinheiro, doação 20 25,0% 156 45,0% 42 44,7% 218 41,8%
Tenho liberdade para dar rolê (ir e vir
18 22,5% 101 29,1% 45 47,9% 164 31,5%
entre locais)
Vender coisas 13 16,3% 95 27,4% 15 16,0% 123 23,6%
Ter amigos/companheiros 16 20,0% 63 18,2% 18 19,1% 97 18,6%
Brincar 9 11,3% 64 18,4% 7 7,4% 80 15,4%
Não tem nada que eu goste na rua 26 32,5% 18 5,2% 8 8,5% 52 10,0%
Posso consumir drogas 12 15,0% 4 1,2% 16 17,0% 32 6,1%
Fico com namorada/o 5 6,3% 3 0,9% 10 10,6% 18 3,5%
Tem uma pessoa adulta que cuida de
2 2,5% 8 2,3% 7 7,4% 17 3,3%
mim na rua
Outro 5 6,3% 10 2,9% 1 1,1% 16 3,1%
Comer 2 2,5% 11 3,2% 1 1,1% 14 2,7%
Tenho liberdade sexual 4 5,0% 4 1,2% 6 6,4% 14 2,7%
Interações sociais 4 5,0% 4 1,2% 0,0% 8 1,5%
Passear 0,0% 5 1,4% 0,0% 5 1,0%
Tem liberdade 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Não sabe 2 2,5% 9 2,6% 1 1,1% 12 2,3%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Também se perguntou às CAs de 7 a 17 anos se tinham medo de estar na rua, e 66,6%


afirmaram que não, e apesar de não apresentar estatisticamente uma diferença, percebe-se
uma tendência maior de medo nas CAs que estão em acolhimento (42,5%), se comparado
com aqueles que pernoitam nas ruas (26,6%).

Tabela 66: Sente medo de ficar na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Você sente medo de Acolhimento Pernoite Total
de risco
ficar na rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 46 57,5% 235 67,7% 66 70,2% 347 66,6%
Sim 34 42,5% 107 30,8% 25 26,6% 166 31,9%
Não sabe responder 0,0% 5 1,4% 3 3,2% 8 1,5%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

114
Para cada tipo de situação destacam-se motivos diferentes pelos quais tem medo de
ficar na rua: no acolhimento o medo é de ser sequestrado (17,6%), roubo/furto (11,8%) e
falta de segurança (11,8%), em outras trajetórias se destaca a maldade das pessoas (22,4%)
e ser sequestrado (21,5%); no pernoite, repete-se a questão da maldade das pessoas citada
por 28,0%, e medo das polícias (32,0%).

Tabela 67: Motivo do medo de ficar na rua na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Você sente medo de ficar na rua
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Maldade das pessoas 2 5,9% 24 22,4% 7 28,0% 33 19,9%
Ser sequestrado(a) 6 17,6% 23 21,5% 4 16,0% 33 19,9%
Da polícia 3 8,8% 9 8,4% 8 32,0% 20 12,0%
Roubo/furto 4 11,8% 8 7,5% 2 8,0% 14 8,4%
Da noite 0,0% 12 11,2% 1 4,0% 13 7,8%
Violência sexual 3 8,8% 8 7,5% 2 8,0% 13 7,8%
Agressão física 2 5,9% 5 4,7% 0,0% 7 4,2%
Do conselho tutelar 1 2,9% 5 4,7% 0,0% 6 3,6%
Ser atropelado 0,0% 5 4,7% 1 4,0% 6 3,6%
Sofrer violência 0,0% 4 3,7% 2 8,0% 6 3,6%
Tentarem me matar 2 5,9% 2 1,9% 2 8,0% 6 3,6%
Falta de segurança 4 11,8% 1 0,9% 0,0% 5 3,0%
Separar dos meus familiares 3 8,8% 2 1,9% 0,0% 5 3,0%
Brigas 2 5,9% 1 0,9% 0,0% 3 1,8%
Das pessoas em situação de rua 2 5,9% 1 0,9% 0,0% 3 1,8%
Perseguição 0,0% 3 2,8% 0,0% 3 1,8%
Preconceito racial ou pela minha situação 1 2,9% 1 0,9% 0,0% 2 1,2%
Arma 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Comida envenenada 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Das drogas que as pessoas vendem 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Das pessoas bêbadas e malucas na rua 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Morar na rua 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Por causa dos irmãos 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Por ser mulher trans 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Quando se perde 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Que minha mãe fosse presa 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Ser acusado de delitos que não cometeu 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Ser preso novamente 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Sujeira 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Respondentes* 34 - 107 - 25 - 166 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

115
4.9.1 Locais que dormem

A pergunta sobre local que dorme foi feita de formas diferentes para cada grupo
etário. Ela começa com a identificação de “onde dormia”, que foi um filtro para definir as
situações de pernoite e de outras trajetórias de risco, sendo uma estrutura padrão nas duas
faixas etárias. Porém, no grupo de 0 a 6 anos, o respondente era o responsável pela criança,
então aproveitou-se para investigar a questão de residência e levou em consideração
também onde este responsável dormia, em um segundo momento, para não perder o foco
da caracterização da criança, pois entende-se que em virtude do processo de
desenvolvimento inerente à primeira infância, não seria possível realizar esse tipo de
abordagem com crianças de 0 a 6 anos. Outro fator importante para ser considerado na
análise dos dados é que o grupo de acolhimento, nas duas faixas etárias, buscou-se a
referência da sua trajetória de rua no passado. Lembrando, que no grupo de 0 a 6 anos
trabalha-se com a declaração do responsável para maiores detalhes sobre a vivência da
criança.

4.9.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Começando pelo grupo de 0 a 6 anos, no geral, 77,7% dos respondentes afirmaram


que as crianças dormem em casa todos os dias. Na situação de pernoite, que foram
considerados todos aqueles que pernoitam de uma até sete noites na semana, a maioria
afirmou dormir todas as noites na rua, o equivalente à 60,0%

Tabela 68: Dias na semana que a criança dorme na rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Frequência que dorme na Acolhimento Pernoite Total
de risco
rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias em uma casa 26 57,8% 145 100,0% 0,0% 171 77,7%
Todas as noites na rua 16 35,6% 0,0% 18 60,0% 34 15,5%
Pelo menos uma noite na
3 6,7% 0,0% 12 40,0% 15 6,8%
rua
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Quando abordado o local de dormir dos responsáveis (independente se a criança


dorme junto ou não), 49,1% informaram dormir em domicílio próprio ou de outros. Se

116
considerarmos aqueles que afirmam dormir na rua (na rua + barraca) tem-se 22,8%. Todavia,
se observarmos aqueles que alternam entre um domicílio próprio ou abrigo e a rua, tem-se
17,7%, ou seja, tem-se uma incidência de 40,5% dos responsáveis dormirem na rua.

Entre os acolhidos, 35,6% afirmaram dormir em um abrigo e 37,7% na rua (rua e


barraca), os que estão em outras trajetórias de risco 68,3% dormem em um domicílio e no
pernoite as barracas foram citadas por (46,7%) e a rua (23,3%), os demais alternam entre o
domicílio ou abrigo e a rua.

Tabela 69: Local que dormem os responsáveis na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Local que dorme de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Em um domicílio próprio ou de
9 20,0% 99 68,3% 108 49,1%
outros
Eu alterno entre minha casa e na
0,0% 21 14,5% 9 30,0% 30 13,6%
rua/ barraca
Barraca 6 13,3% 5 3,4% 14 46,7% 25 11,4%
Na rua (ocupação em viaduto,
calçada ou outro logradouro 11 24,4% 7 4,8% 7 23,3% 25 11,4%
público)
Em um abrigo/hotel 16 35,6% 7 4,8% 0,0% 23 10,5%
Eu alterno entre o abrigo/hotel e a
3 6,7% 6 4,1% 0,0% 9 4,1%
rua/barraca
Respondentes 45 100% 145 100% 30 100% 220 100%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Foi abordado aos responsáveis que dormem na rua ou em um abrigo se a criança de


0 a 6 anos também dormia com eles nestes mesmos espaços. De uma forma geral, 79,5%
afirmaram que sim. Entre os acolhidos, este percentual foi ainda maior, 97,2%.

Tabela 70: Frequência que a criança de 0 a 6 anos dorme com o responsável, quando ele dorme na rua ou abrigo, por
tipo de situação

Criança dorme Outras trajetórias


Acolhimento Pernoite Total
com você na de risco
rua Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim 35 97,2% 28 60,9% 26 86,7% 89 79,5%
Não 1 2,8% 16 34,8% 3 10,0% 20 17,9%
Às vezes 0,0% 2 4,3% 1 3,3% 3 2,7%
Respondentes 36 100,0% 46 100,0% 30 100,0% 112 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

117
Aos que afirmam que a criança não fica com eles quando dormem na rua, foi
perguntado com quem elas ficam. Neste sentido, as principais indicações foram um dos pais
biológicos (82,6%) e outros parentes corresponderam a 13%.

Tabela 71: Com quem a criança de 0 a 6 anos dorme, quando não dorme com o respondente, por tipo de
situação
Outras
Onde dorme, se não com você Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
na rua risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na casa do pai/mãe biológico 0,0% 16 88,9% 3 75,0% 19 82,6%
Na casa de outros parentes 1 100,0% 2 11,1% 0,0% 3 13,0%
Na casa de amigos/vizinhos 0,0% 0,0% 1 25,0% 1 4,3%
Respondentes 1 100,0% 18 100,0% 4 100,0% 23 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Sobre ter ou não uma residência fixa, de acordo com os responsáveis pelas crianças
de 0 a 6 anos, o maior percentual dos que não possuem se concentram na categoria
"acolhimento'', 60%. Tem-se também que 26,2% dos que estão em outras trajetórias de risco
possuem casa própria. Analisando na perspectiva do total de responsáveis pelas crianças de
0 a 6 anos, o maior percentual concentra-se na moradia alugada, o equivalente a 30,9%.

Tabela 72: Possui residência fixa na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Possui residência fixa de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Alugada 14 31,1% 50 34,5% 4 13,3% 68 30,9%
Não possui 27 60,0% 17 11,7% 16 53,3% 60 27,3%
Própria 3 6,7% 38 26,2% 7 23,3% 48 21,8%
Ocupada 0,0% 31 21,4% 2 6,7% 33 15,0%
Cedida 1 2,2% 9 6,2% 1 3,3% 11 5,0%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável.

4.9.1.2 CAs de 7 a 17 anos

No grupo de 7 a 17 anos, 71,2% dos respondentes declararam que dormem em uma


casa todos os dias. Ao analisar as CASR que pernoitam nas ruas, a maioria dorme todas as
noites (59,6%) (Tabela 74). Sobre detalhes de onde dormem, 30% dos que estão em situação
de acolhimento afirmou dormir todos os dias em casa quando não estavam em acolhimento.

118
Neste mesmo grupo, destacam-se calçadas (38,8%) e barracas (23,8%) como um local para
dormir. Dentre os de pernoite, as barracas são o local de dormir para 63,8%, seguido também
das calçadas, com um percentual de 23,4%.

Tabela 73: Local onde dorme na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Local que dorme de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias em uma casa 24 30,0% 347 100,0% 0,0% 371 71,2%
Barraca 19 23,8% 0,0% 60 63,8% 79 15,2%
Calçada 31 38,8% 0,0% 22 23,4% 53 10,2%
Casa de outra pessoa 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Embaixo de carros 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Mocó/Maloca 6 7,5% 0,0% 10 10,6% 16 3,1%
Não respondeu 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Praça 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Terminal 2 2,5% 0,0% 1 1,1% 3 0,6%
Veículo 3 3,8% 0,0% 0,0% 3 0,6%
Viaduto 3 3,8% 0,0% 9 9,6% 12 2,3%
Respondente* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Tabela 74: Frequência que dorme no local referido, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação

Outras trajetórias
Frequência que dorme, no Acolhimento Pernoite Total
de risco
local referido
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias em uma casa 24 30,0% 347 100,0% 0,0% 371 71,2%
Todas as noites na rua 20 25,0% 0,0% 56 59,6% 76 14,6%
Pelo menos uma noite na rua 36 45,0% 0,0% 38 40,4% 74 14,2%
Total Geral 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando se analisa onde a CA dorme e se confronta com a informação do impacto da


pandemia, não podemos afirmar estatisticamente que a pandemia impactou no local que as
CASR dormem.

119
Tabela 75: A pandemia da COVID-19 x onde dorme por faixa etária de 7 a 17 anos
Pandemia como motivo da SR
Total
Onde dorme Não Sim
Quant. % Quant. % Quant. %
Pelo menos uma noite na rua 55 74,3% 19 25,7% 74 100,0%
Todas as noites na rua 59 77,6% 17 22,4% 76 100,0%
Todos os dias em uma casa 267 72,0% 104 28,0% 371 100,0%
Total Geral 381 73,1% 140 26,9% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Aos que pernoitam nas ruas, foi perguntado com quem eles dormem quando estão
nesta condição. A mãe biológica e os irmãos foram as pessoas mais citadas pelas crianças de
7 a 17 anos, 41,3% e 38,7%, respectivamente. Este perfil é semelhante nos dois tipos de
situações, reforçando que para os que estão em acolhimento a abordagem foi referente ao
período que o entrevistado estava em situação de rua.

Tabela 76: Com quem dorme na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Acolhimento Pernoite Total
Com quem dormem na rua
Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe biológica 26 46,4% 36 38,3% 62 41,3%
Irmãos/ãs 20 35,7% 38 40,4% 58 38,7%
Pai biológico 12 21,4% 19 20,2% 31 20,7%
Outras CASR, que não são da família sanguínea
(Amigos) 0,0% 18 19,1% 18 12,0%
Ninguém, durmo sozinho 12 21,4% 5 5,3% 17 11,3%
Companheiro(a) /namorado(a) 2 3,6% 13 13,8% 15 10,0%
Outros adultos que não são da família
consanguínea 7 12,5% 5 5,3% 12 8,0%
Tios/tias 2 3,6% 8 8,5% 10 6,7%
Avós 1 1,8% 8 8,5% 9 6,0%
Outras CASR, que não são da família sanguínea
(amigo) 8 14,3% 0,0% 8 5,3%
Padrasto 8 14,3% 0,0% 8 5,3%
Primos/primas 1 1,8% 7 7,4% 8 5,3%
Filho/a 0,0% 5 5,3% 5 3,3%
Sobrinho 0,0% 3 3,2% 3 2,0%
Avôs 1 1,8% 0,0% 1 0,7%
Madrasta 0,0% 1 1,1% 1 0,7%
Respondente 56 - 94 - 150 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

120
Continuando a análise acerca das CAs que estão em situação de pernoite ou dos
acolhidos que pernoitavam quando estavam em situação de rua, tem-se que no acolhimento
35,7% dormiam todos os dias nas ruas e as CASR da situação do pernoite é de 59,6%

Tabela 77: Quantas vezes dorme na rua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Acolhimento Pernoite Total
Dias que dorme na rua
Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias da semana 20 35,7% 56 59,6% 76 50,7%
Quase sempre (4 a 6 dias) da semana 10 17,9% 14 14,9% 24 16,0%
Às vezes (1 ou 3 dias na semana) 18 32,1% 17 18,1% 35 23,3%
Uma vez no mês 4 7,1% 1 1,1% 5 3,3%
Uma vez a cada 3 meses 1 1,8% 2 2,1% 3 2,0%
Uma vez a cada 6 meses 3 5,4% 0,0% 3 2,0%
Não informado 0,0% 4 4,3% 4 2,7%
Total Geral 56 100,0% 94 100,0% 150 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

121
Concentrando agora nas crianças e adolescentes que dormem em casa, sejam
aqueles que dormem sempre ou às vezes, a mãe e os irmãos são os familiares com quem as
CAs mais dividem o domicílio, sendo 75,5% e 64,7%, respectivamente. O pai foi mencionado
por 33,1%. Ao observar por tipo de situação, essa concentração foi a mesma, no entanto,
entre as CAs que pernoitam nas ruas, no que diz respeito a dividir a moradia para dormir, foi
“outros adultos que não são da família”, citado por 24,0% das CAs que pernoitam.

Tabela 78: Com quem dorme/mora em casa, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Com quem dorme na casa de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe biológica 31 68,9% 271 78,1% 13 52,0% 315 75,5%
Irmãos/ãs 28 62,2% 231 66,6% 11 44,0% 270 64,7%
Pai biológico 14 31,1% 113 32,6% 11 44,0% 138 33,1%
Outros adultos que não são da
0,0% 5 1,4% 6 24,0% 11 2,6%
família consanguínea
Companheiro(a) /namorado(a) 0,0% 6 1,7% 4 16,0% 10 2,4%
Filho/a 0,0% 5 1,4% 4 16,0% 9 2,2%
Avôs 3 6,7% 16 4,6% 2 8,0% 21 5,0%
Madrasta 2 4,4% 3 0,9% 2 8,0% 7 1,7%
Avós 2 4,4% 43 12,4% 1 4,0% 46 11,0%
Outras CASR, que não são da
3 6,7% 6 1,7% 1 4,0% 10 2,4%
família sanguínea (Amigos)
Padrasto 6 13,3% 23 6,6% 1 4,0% 30 7,2%
Tios/tias 2 4,4% 34 9,8% 1 4,0% 37 8,9%
Ninguém, dormia/durmo sozinho 3 6,7% 0,0% 0,0% 3 0,7%
Outros adultos que não são da
0,0% 5 1,4% 0,0% 5 1,2%
família sanguínea
Primos/primas 2 4,4% 0,0% 0,0% 2 0,5%
Sobrinho 2 4,4% 17 4,9% 0,0% 19 4,6%
Respondente* 45 - 347 - 25 - 417 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo situação.
(**) Nota: Em acolhimento, foram considerados os respondentes que afirmaram dormir em casa todos os dias (24) e aqueles que
afirmaram dormir em casa alguns dias (21), quando estavam em situação de rua.

Para entender um pouco mais sobre a relação atual com a rua, cruzou-se a resposta
da pergunta “com quem foi para a rua pela primeira vez”, e com quem ele dorme
atualmente. Para enfatizar o vínculo familiar com pai/mãe biológico, categorizou-se os
grupos que apontaram estes familiares. Percebe-se que aqueles que estão expostos a
situação do pernoite têm o maior percentual de que NÃO foi para a rua com o pai/mãe
biológico e NÃO dorme atualmente com eles (40,4%). No oposto, tem-se o acolhimento com

122
o maior percentual que foi para a rua com pai/mãe biológico e que dormiam com eles (50%),
quando estavam em situação de rua. Em outras trajetórias, destaca-se o percentual que
dorme com pai/mãe biológico, porém não foi para a rua com eles pela primeira vez (38,0%).

Tabela 79: Com quem dorme/mora em casa cruzando com quem foi para a rua pela primeira vez, na faixa
etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Com quem você foi para a rua pela primeira vez
Quem dorme com Mãe/Pai
Situação Outros Total
ele biológico
Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe/Pai biológico 40 50,0% 14 17,5% 54 67,5%
Sem Mãe/Pai
Acolhimento 1 1,3% 25 31,3% 26 32,5%
biológico
Respondentes 41 51,3% 39 48,8% 80 100,0%

Mãe/Pai biológico 159 45,8% 132 38,0% 291 83,9%


Outras trajetórias de Sem Mãe/Pai
13 3,7% 43 12,4% 56 16,1%
risco biológico
Respondentes 172 49,6% 175 50,4% 347 100,0%
Mãe/Pai biológico 37 39,4% 8 8,5% 45 47,9%
Sem Mãe/Pai
Pernoite 11 11,7% 38 40,4% 49 52,1%
biológico
Respondentes 48 51,1% 46 48,9% 94 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando perguntado se eles se dão bem com as pessoas que moram/dormem na casa,
nos casos das CAs que estão em outras trajetórias de risco o convívio é considerado bom
para 84,8%. Entre o acolhimento, este percentual foi de 71,4% e nos casos de pernoite foi
de 80,0%.

Tabela 80: Como é o relacionamento com as pessoas da casa, na maior parte do tempo, na faixa etária de 7
a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Como é o relacionamento com Acolhimento Pernoite Total
de risco
as pessoas da casa
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na maior parte do tempo bom 30 71,4% 290 84,8% 20 80,0% 340 83,1%
Na maior parte do tempo ruim 12 28,6% 45 13,2% 5 20,0% 62 15,2%
Não sei informar 0,0% 7 2,0% 0,0% 7 1,7%
Respondente 42 100,0% 342 100,0% 25 100,0% 409 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Em acolhimento tiveram 2 adolescentes que afirmara dormir/morar sozinhos e na situação outras trajetórias teve-se 5
adolescentes nesta condição.

123
A frequência com que dorme em casa, excluindo-se os que dormem todos os dias,
tem-se que no pernoite a frequência de alguma vez na semana é de 76,0%, e no acolhimento
de 81,0%.

Tabela 81: Com que frequência você dorme em casa, na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Acolhimento Pernoite Total
Quantas vezes dorme lá
Quant. % Quant. % Quant. %
Algumas vezes por semana 17 81,0% 19 76,0% 36 78,3%
Nos finais de semana 1 4,8% 1 4,0% 2 4,3%
Algumas vezes por ano 0,0% 2 8,0% 2 4,3%
Algumas vezes por mês 3 14,3% 1 4,0% 4 8,7%
Não sabe informar 0,0% 2 8,0% 2 4,3%
Respondente* 21 100,0% 25 100,0% 46 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Foram considerados somente aqueles que não dormem ou dormiam em casa todos os dias.

Morar é um direito garantido e fundamental para a vida das pessoas. Está previsto
na Constituição de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Morar é ter uma
referência de retorno seguro ou mesmo ter uma casa para descansar e se proteger. Estar em
situação de rua e pernoitar nas vias públicas, embaixo de marquises, em degraus de igrejas
ou mesmo dentro de barracas, é a maior violação de direitos, quando pensamos sobre o
desenvolvimento psíquico, social e humano de qualquer cidadão. Dormir na rua é estar
exposto a todos os tipos de violações e violências.

O lugar onde dorme está intrinsecamente ligado a outros direitos sociais: moradia,
saneamento básico, privacidade, segurança, proteção, vínculos sociais e o sentimento de
pertencer a um lugar.

Os motivos para não voltar para casa ou não dormir em casa todos os dias teve como
principal a condição de não terem casa, de modo que entre os acolhidos este percentual foi
de 50% e no pernoite 31,9%. Ao mesmo tempo em que morar é um direito, morar em um
lugar seguro é fundamental. Entre os entrevistados que estão em acolhimento e pernoite,
teve outro destaque a questão do conflito familiar (19,6% acolhimento e 12,8% pernoite) e
maus tratos (19,6% acolhimento e 9,6% pernoite. Isso evidencia que estas crianças e
adolescentes estão crescendo em ambientes não fortalecidos de vínculos sadios e seguros,
ocasionando sua exposição às violências e violações da rua. Importante sinalizar que as
violências e negligências vivenciadas dentro da casa e do seio familiar são evidências de

124
violações maiores realizadas pelo Estado e a continuidade dos ciclos de privações de direitos
sociais.

Tabela 82: Motivos para você não voltar casa ou não dormir em casa todos os dias na faixa etária de 7 a 17
anos, por tipo de situação
Acolhimento Pernoite Total
Motivos para não dormir em casa
Quant. % Quant. % Quant. %
Não tem casa / perda de moradia pelos pais e/ou
28 50,0% 30 31,9% 58 38,7%
responsáveis
Meus pais/responsáveis/pessoas da casa brigavam
11 19,6% 12 12,8% 23 15,3%
muito (conflitos familiares)
Maus tratos em casa 11 19,6% 9 9,6% 20 13,3%
Porque não quero 1 1,8% 14 14,9% 15 10,0%
Busca por liberdade ou diversão / gosta da rua 3 5,4% 9 9,6% 12 8,0%
Rua é a forma de renda da criança 0,0% 6 6,4% 6 4,0%
Estar com familiares na rua 0,0% 4 4,3% 4 2,7%
Não quis informar 1 1,8% 3 3,2% 4 2,7%
Não tenho dinheiro para levar / não tenho nada para
0,0% 4 4,3% 4 2,7%
levar
Porque faz uso de substâncias psicoativas 1 1,8% 3 3,2% 4 2,7%
Quando fica muito tarde, não volta 1 1,8% 3 3,2% 4 2,7%
Uso de droga e/ou alcoolismo na família 3 5,4% 1 1,1% 4 2,7%
Acabou de chegar em SP 1 1,8% 2 2,1% 3 2,0%
Fui expulso de casa 1 1,8% 2 2,1% 3 2,0%
Nem sempre pode voltar para casa 3 5,4% 0,0% 3 2,0%
Ausência dos pais ou responsáveis por prisão 0,0% 1 1,1% 1 0,7%
Conflitos na vizinhança (disputa de facção, gangues
1 1,8% 0,0% 1 0,7%
etc.)
Não conseguiu vaga em albergue 0,0% 1 1,1% 0,0%
Não tem responsável em casa 1 1,8% 0,0% 0,0%
Não tem transporte/Não tem dinheiro para o
0,0% 1 1,1% 1 0,7%
transporte/é longe
Negligência (ausência de cuidados básicos, como
1 1,8% 0,0% 1 0,7%
saúde, alimentação, educação etc.)
Pai/mãe obriga a dormir na rua 1 1,8% 0,0% 1 0,7%
Respondentes* 56 - 94 - 150 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo situação que não dormem em casa todos os dias.

125
4.9.2 Atividades que desenvolvem na rua

Tanto para a pesquisa com os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos quanto para a


pesquisa com as crianças e adolescentes de 7 a 17 anos em situação de rua ou com trajetória
de rua, foi abordado o bloco denominado “Atividades realizadas na rua”, que compreendeu
atividades pertinentes à venda de produtos lícitos, venda de produtos ilícitos, outros serviços
realizados na rua, mendicância e realização de furto ou roubo. A seguir, serão analisadas as
atividades a partir da frequência que o entrevistado realiza cada atividade citada, no capítulo
posterior serão apresentadas as atividades a partir dos riscos sociais e das categorizações já
utilizadas na apresentação dos resultados da etapa censitária.

O resumo dos dois grupos é apresentado nos gráficos a seguir, com a soma dos que
declaram fazer as vezes ou sempre a atividade:

De um modo geral, tem-se que os responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos citam


realizar mais as atividades geradoras de renda nas ruas que as CASR de 7 a 17 anos, com
exceção da venda de produtos ilícitos, que foi mais citada pelas CASR (6,3%) e a questão de
realizar furto e roubo, também mais citada entre as CASR de 7 a 17 anos (10,0%).

Gráfico 25: Percentual de respondentes que realizam a atividade na rua às vezes ou sempre por faixa
etária

De 0 a 6 anos De 7 a 11 anos

Você já vendeu algum produto na rua como bala, 74,5%


pano de prato etc.? 66,2%

Você já fez na rua atividades como malabares,


reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de 36,8%
31,5%
carros, carregamento etc.?

Você já pediu dinheiro ou comida na rua? 69,5%


63,1%

Venda de produtos ilícitos 3,2%


6,3%

Você já realizou algum furto ou roubo? 3,2%


10,0%

Você já usou o seu corpo, a pedido de alguém por 2,3%


dinheiro ou para ganhar algo em troca
2,1%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

126
4.9.2.1 Responsáveis por crianças de 0 a 6 anos

Foi perguntado aos responsáveis pelas crianças, na faixa etária de 0 a 6 anos, quais
atividades realizam. Investigou-se sobre atividades de venda e mendicância, até o
envolvimento com o tráfico para obter dinheiro. A atividade de venda é realizada por 74,6%
de modo que os que realizam sempre que estão na rua representam 48,2% dos responsáveis
da faixa etária de 0 a 6 anos. Ao analisar aqueles que realizam a atividade de venda sempre
que vão às ruas, por tipo de situação, percebe-se um comportamento diferente: no pernoite
e em outras trajetórias a atividade atinge aproximadamente 60%, no acolhimento o inverso
acontece, 60,0% nunca realizaram venda.

Tabela 83: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos que vendem algum produto na rua como bala, pano de
prato por tipo de situação
Outras
Você já vendeu algum
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
produto na rua como
risco
bala, pano de prato etc.?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 27 60,0% 14 9,7% 4 13,3% 45 20,5%

Sim, mas não faço mais 0,0% 10 6,9% 0,0% 10 4,5%

Sim, às vezes 13 28,9% 38 26,2% 7 23,3% 58 26,4%

Sim, sempre 5 11,1% 82 56,6% 19 63,3% 106 48,2%

Não informou 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%

Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

127
A atividade de malabares, reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de carros,
carregamento etc., nunca foi realizada por 51,2% dos responsáveis respondentes e esse
comportamento é padrão entre os tipos de situações.

Tabela 84: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos fez na rua atividades como malabares, reciclagem,
panfletagem, rodinho, guardador de carros, carregamento etc., por tipo de situação.
Você já fez na rua atividades como Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
malabares, reciclagem, de risco
panfletagem, rodinho, guardador
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
de carros, carregamento etc.?
Não, nunca fiz 24 53,3% 72 49,7% 17 56,7% 113 51,4%
Sim, mas não faço mais 0 0,0% 20 13,8% 0 0,0% 20 9,1%
Sim, às vezes 19 42,2% 24 16,6% 6 20,0% 49 22,3%
Sim, sempre 2 4,4% 25 17,2% 5 16,7% 32 14,5%
Não informou 0 0,0% 4 2,8% 2 6,7% 6 2,7%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

A atividade de pedir dinheiro ou comida na rua é realizada sempre por 41,4% dos
responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos. Os que mais pedem dinheiro na rua são aqueles
que estão na situação de pernoite (63,3%), e os que menos pedem são os que estão em
acolhimento (6,7%).

Tabela 85: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos pediu dinheiro ou comida na rua por tipo de situação
Outras trajetórias
Você já pediu dinheiro ou Acolhimento Pernoite Total
de risco
comida na rua?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 15 33,3% 32 22,1% 7 23,3% 54 24,5%
Sim, mas não faço mais 1 2,2% 9 6,2% 0 0,0% 10 4,5%
Sim, às vezes 26 57,8% 33 22,8% 3 10,0% 62 28,2%
Sim, sempre 3 6,7% 69 47,6% 19 63,3% 91 41,4%
Não informou 0 0,0% 2 1,4% 1 3,3% 3 1,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

Segundo declarações dos respondentes, a atividade do tráfico nunca foi praticada


por 83,2% dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos. Cerca de 8,6% já fizeram isso, mas
não fazem mais, e os que fazem sempre se concentram na situação do pernoite e somam
entre estes 3,3%. Por se tratar de uma atividade ilegal, neste caso, o dado pode estar
subnotificado.

128
Tabela 86: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos realizou trabalhou para o tráfico por tipo de situação
outras trajetórias
Você trabalhou para o Acolhimento Pernoite Total
de risco
tráfico
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 40 88,9% 118 81,4% 25 83,3% 183 83,2%
Sim, mas não faço mais 1 2,2% 17 11,7% 1 3,3% 19 8,6%
Sim, às vezes 3 6,7% 4 2,8% 3 10,0% 10 4,5%
Sim, sempre 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Não informou 1 2,2% 6 4,1% 0 0,0% 7 3,2%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

O roubo ou furto não está no rol de atividades de 84,5% dos responsáveis pelas CASR
de 0 a 6 anos. Em torno de 9% já fizeram isso, mas não fazem mais, e nenhum responsável
afirmou realizar furto ou roubo sempre. Por se tratar de uma atividade ilegal, neste caso, o
dado pode estar subnotificado.

Tabela 87: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos realizou algum furto ou roubo por tipo de situação
Outras trajetórias
Você já realizou algum Acolhimento Pernoite Total
de risco
furto ou roubo?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 42 93,3% 118 81,4% 26 86,7% 186 84,5%
Sim, mas não faço mais 0 0,0% 18 12,4% 2 6,7% 20 9,1%
Sim, às vezes 3 6,7% 2 1,4% 2 6,7% 7 3,2%
Sim, sempre 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Não informou 0 0,0% 7 4,8% 0 0,0% 7 3,2%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

129
A utilização do corpo, a pedido de alguém para ganhar dinheiro ou para ganhar algo
em troca nunca foi praticada por 92,3% dos responsáveis. Em torno de 1,4% já fizeram isso,
mas não fazem mais, e 0,5% dos responsáveis afirmou usar sempre o corpo para obter
ganhos.

Tabela 88: Responsável na faixa etária de 0 a 6 anos usou o seu corpo, a pedido de alguém por dinheiro ou
para ganhar algo em troca por tipo de situação.
Outras
Você já usou o seu corpo, a
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
pedido de alguém por dinheiro
risco
ou para ganhar algo em troca
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 43 95,6% 134 92,4% 26 86,7% 203 92,3%
Sim, mas não faço mais 0 0,0% 2 1,4% 1 3,3% 3 1,4%
Sim, às vezes 2 4,4% 1 0,7% 1 3,3% 4 1,8%
Sim, sempre 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Não informou 0 0,0% 7 4,8% 2 6,7% 9 4,1%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita
com os pais ou responsável

4.9.2.2 CAs de 7 a 17 anos

A atividade de venda, no geral, é realizada sempre por 42,2% das CASR da faixa etária
de 7 a 17 anos, sendo que dentro dos tipos de situações isso se comporta de forma distinta:
no tipo pernoite e em outras trajetórias de risco, a atividade mantém aproximadamente 47%
de CASR. Inversamente, no tipo de acolhimento, sempre realizar uma atividade de venda
atinge 15% dos casos.

Tabela 89: Vendem algum produto na rua como bala, pano de prato na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação
Você já vendeu algum outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
produto na rua como bala, de risco
pano de prato etc.? Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 30 37,5% 57 16,4% 18 19,1% 105 20,2%
Sim, mas não faço mais 24 30,0% 34 9,8% 10 10,6% 68 13,1%
Sim, às vezes 14 17,5% 89 25,6% 21 22,3% 124 23,8%
Sim, sempre 12 15,0% 165 47,6% 44 46,8% 221 42,4%
Não quis responder 0 0,0% 2 0,6% 1 1,1% 3 0,6%
Total Geral 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A atividade de malabares, reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de carros,


carregamento etc., no geral, nunca foram realizadas por 49,3% das CASR da faixa etária de 7

130
a 17 anos. O padrão da maioria não realizar a atividade é percebido nos três tipos de
situações, porém no tipo pernoite é maior, atinge 60,6% e no tipo acolhimento um pouco
menor, 45,0% não realizam a atividade.

Tabela 90: Fez na rua atividades como malabares, reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de carros,
carregamento etc. na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Você já fez na rua atividades Outras
como malabares, reciclagem, Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
panfletagem, rodinho, risco
guardador de carros,
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
carregamento etc.?
Não, nunca fiz 36 45,0% 164 47,3% 57 60,6% 257 49,3%
Sim, mas não faço mais 26 32,5% 52 15,0% 12 12,8% 90 17,3%
Sim, às vezes 11 13,8% 59 17,0% 13 13,8% 83 15,9%
Sim, sempre 7 8,8% 64 18,4% 10 10,6% 81 15,5%
Não quis responder 0 0,0% 8 2,3% 2 2,1% 10 1,9%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A atividade de pedir dinheiro ou comida na rua é realizada sempre por 40,3% das
CASR da faixa etária de 7 a 17 anos. Os que mais vivem da mendicância são da situação do
pernoite (58,5%), e os que menos realizam essa atividade são os que estão em acolhimento
(15,0%). No que diz respeito à pesquisa com as crianças e adolescentes com trajetória de rua
nas instituições de acolhimento, as respostas foram preenchidas a partir das lembranças
delas, com relação às atividades que realizava quando estava em situação de rua, portanto,
podem ter uma margem de erro um pouco maior nesta informação (atividades realizadas).

Tabela 91: Pediu dinheiro ou comida na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Você já pediu dinheiro ou Acolhimento Pernoite Total
de risco
comida na rua?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 20 25,0% 79 22,8% 5 5,3% 104 20,0%
Sim, mas não faço mais 25 31,3% 73 21,0% 21 22,3% 119 22,8%
Sim, às vezes 23 28,8% 45 13,0% 12 12,8% 80 15,4%
Sim, sempre 12 15,0% 143 41,2% 55 58,5% 210 40,3%
Não quis responder 0 0,0% 7 2,0% 1 1,1% 8 1,5%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

131
A atividade de venda de produtos ilícitos nunca foi praticada por 81,8% das CASR da
faixa etária de 7 a 17 anos. Esse padrão é observado nos três tipos de situações.

Tabela 92: Vendeu alguma droga (álcool, cigarro, maconha, cocaína etc.) na faixa etária de 7 a 17 anos por
tipo de situação.
Você já vendeu alguma outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
droga (álcool, cigarro, de risco
maconha, cocaína etc.)? Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 61 76,3% 297 85,6% 68 72,3% 426 81,8%
Sim, mas não faço mais 10 12,5% 17 4,9% 12 12,8% 39 7,5%
Sim, às vezes 6 7,5% 7 2,0% 7 7,4% 20 3,8%
Sim, sempre 3 3,8% 7 2,0% 3 3,2% 13 2,5%
Não quis responder 0 0,0% 19 5,5% 4 4,3% 23 4,4%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Segundo declarações dos respondentes, o roubo ou furto nunca foi praticado por
72,9% das CASR da faixa etária de 7 a 17 anos. Em torno de 13% das CASR já fizeram isso,
mas não fazem mais. E os que mais afirmam fazer isso sempre, teve maior incidência no tipo
de situação do pernoite, em que 12,8% afirmam furtar ou roubar sempre.

Nesse sentido, é significativo considerar o roubo ou furto como táticas de


sobrevivência e manutenção da vida de CASR, inserindo-os no sistema capitalista. Sendo
assim, tais práticas devem ser lidas como formas de reconhecimento como sujeitos
produtivos e de trabalho, já que "pensar o trabalho dentro do contexto contemporâneo é
assumir que o mesmo se manifesta de diversas formas e em diversos lugares" (ANDRADE,
2019, p. 73). O autor reforça que estas atividades nas quais as CASR são impulsionadas a
desenvolver (roubo, furto, mendicância, malabares, uso e venda de drogas, relações sexuais
em troca de dinheiro), mesmo que consideradas ilícitas pelo Estado, geram lucro e não
podem ser classificadas como tempo livre ou de lazer.

Essas afirmações permitem a compreensão das crianças


e adolescentes em situação de rua enquanto
trabalhadores livres, pois suas táticas são pensadas e
executadas de forma individual e/ou grupal sem
cumprimento de carga horária estabelecida, sem
produção mínima determinada ou salário estipulado.
Contudo, não se pode desconsiderar que sua
independência e motivação estão ligadas ao capitalismo.
Tais crianças e adolescentes são, ao mesmo tempo,
“patrões e empregados”, sobrevivendo no sistema
capitalista e sendo incentivadas ao
consumo (ANDRADE, 2019, p. 74).

132
Bulgarelli e Almeida (1987) destacam que pedir a uma CASR que pare de
roubar/furtar não faz nenhum sentido, a preocupação do educador social deve ser em
buscar alternativas reais para protegê-los e para que essa CA não precise roubar/furtar para
sobreviver.

Tabela 93: Realizou algum furto ou roubo na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Você já realizou algum furto Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
ou roubo? risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não, nunca fiz 54 67,5% 272 78,4% 54 57,4% 380 72,9%
Sim, mas não faço mais 18 22,5% 35 10,1% 14 14,9% 67 12,9%
Sim, às vezes 6 7,5% 13 3,7% 9 9,6% 28 5,4%
Sim, sempre 2 2,5% 10 2,9% 12 12,8% 24 4,6%
Não quis responder 0 0,0% 17 4,9% 5 5,3% 22 4,2%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Também é preciso observar que o roubo/furto pode ser um ato extremo em uma
condição da CA. Se cruzarmos essa atividade com o local que dorme, percebe-se que o
indicador é maior quando a CA dorme todos os dias na rua (21%) do que quando ele dorme
todos os dias em casa (7,3%).

Gráfico 26: Percentual de CA de 7 a 17 anos que pratica furtos por local em que dorme

21,1%

14,5%
10,4%
7,3%

Todas as noites na rua Pelo menos uma noite na Todos os dias em uma casa Total Geral
rua

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Também é possível observar que a escola é um diferencial em relação à prática de


furto/roubo, é perceptível que o índice (6,3%) é menor das CASR que praticam roubo
estando matriculados, do que daqueles que não estão ou nunca foram para a escola (26,2%).

133
Gráfico 27: Percentual de CA de 7 a 17 anos que pratica furtos por matrícula na escola

26,2%

6,3%

Não está matriculado ou nunca foi para a escola Está matriculado

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Sobre o dinheiro que consegue na rua, três situações são as que mais acontecem:
Entrega parte para a família e fica com outra para a CA, principalmente entre as CAs que
estão expostos a outras trajetórias de risco, 39,5%. A afirmação de que todo o dinheiro
adquirido na rua fica com o respondente teve maior destaque entre os acolhidos (37,5%) e
pernoite (39,4%).

Tabela 94: O que faz com o dinheiro ou coisas que recebe na rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Relação com o dinheiro
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Entrego parte para a família e fica
22 27,5% 137 39,5% 12 12,8% 171 32,8%
com outra parte para uso próprio
Entrega tudo para a família 17 21,3% 113 32,6% 24 25,5% 154 29,6%
Fica tudo comigo para uso próprio 30 37,5% 75 21,6% 37 39,4% 142 27,3%
Divido com os amigos na rua 1 1,3% 11 3,2% 6 6,4% 18 3,5%
Não consegue dinheiro na rua 3 3,8% 0,0% 3 3,2% 6 1,2%
Compra mais mercadoria 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Comprava alimentos 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Entrego para outro adulto (pessoa
0,0% 1 0,3% 1 1,1% 2 0,4%
que não é da família)
Compra drogas 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Não respondeu 5 6,3% 2 0,6% 5 5,3% 12 2,3%
Não sabe 0,0% 4 1,2% 4 4,3% 8 1,5%
Outro 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Duas citações que entregam para outro adulto que não é da família o dinheiro, e
neste caso a explicação de um deles foi: “entrego parte do dinheiro do serviço que estou
fazendo e o resto fica comigo” e o outro comenta que “entrego todo o dinheiro do serviço
que estou fazendo e ganho algo em troca”.

134
4.9.3 Riscos sociais a partir das atividades realizadas

Seguindo a mesma estrutura analítica apresentada na etapa censitária, as atividades


realizadas pelas CASR foram agrupadas em categorias, na perspectiva das atividades
geradoras de renda, que se configuram como trabalho infantil na rua, sendo analisadas
separadamente as atividades gravíssimas, como o tráfico de drogas, exploração sexual
comercial, roubo e furto, e outra categorização compreendeu as atividades não geradoras
de renda, exercidas e declaradas pelas CASR.

Importante ressaltar que, na etapa censitária, considerando a característica


metodológica de cobertura territorial, a transitoriedade do público-alvo e a mobilidade das
CASR nos territórios, o objetivo foi identificar o quantitativo de crianças e adolescentes em
situação de rua naquele período, a distribuição espacial e a identificação inicial dos riscos
sociais cujas CASR estavam expostas no momento do censo. Todavia, na etapa amostral, o
objetivo é aprofundar as demandas sociais e qualificar ainda mais as atividades exercidas, o
que certamente aumentou o percentual de crianças que realizavam as atividades,
principalmente, pelo fato de que nesta etapa foi possível construir um vínculo entre o
pesquisador e o entrevistado, o que possibilitou que a criança ou o adolescente se sentisse
mais à vontade em responder as perguntas abordadas.

Como já contextualizado no Relatório 7, para as crianças e os adolescentes, o fato


de se encontrarem em situação de rua já é uma violação de direito, pois as CAs não estão
recebendo a devida e necessária Proteção Integral, prescrita no artigo 227 da Constituição
Federal, que declara:

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar, à criança e ao adolescente,


com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (CF, 1988).

As CASR estão desprotegidas, expostos aos riscos pessoais e sociais, ou seja, expostos a
fatores de risco que incidem em violências de naturezas diferentes oriundas das ruas. As
situações especificadas pelo conceito de CASR Conanda/CNAS (2016) e outras decorrentes
do viver nas ruas, apontam para essa complexidade, envolvendo vários tipos de riscos e as
circunstâncias em que ocorrem os riscos.

135
O termo “situação” utilizado no conceito de CASR (Conanda/CNAS, 2016) enfatiza o
movimento transitório e efêmero dos perfis desta população, podendo estas CAs mudarem
de uma situação para outra conforme suas necessidades, interesses e adoção de estratégias
de sobrevivência. Transitar entre as várias situações previstas no conceito, ora em trabalho
infantil, ora em mendicância, ora consumindo substâncias psicoativas, ora dormindo na
calçada, os riscos aos quais se encontram submetidos são potencializados.

Sendo assim, a figura abaixo representa visualmente o agrupamento das atividades


nas quais as CASR declararam que realizam enquanto estão em situação de rua.
Semelhantemente à metodologia utilizada na etapa censitária, no tocante à categorização
das atividades realizadas, as CASR se encontram submetidos aos riscos por permanecerem
nas ruas, realizando atividades e vivendo inúmeras situações, quer seja por longos períodos,
dias e noites, quer seja por períodos curtos, algumas horas dos dias ou noites. Vale destacar
que uma criança ou um adolescente pode estar submetido a mais de um risco, ou seja,
realizar mais de uma atividade na rua, o que configura a intersecção entre os riscos na vida
destas CAs.

Figura 4: Categorização das atividades realizadas por CASR sujeitos aos riscos6

Atividade Atividade não


geradora de geradora de
renda renda
(89,6%) (56,4%)

Atividade
RISCOS geradora de renda
SOCIAIS gravíssima
(13,8%)

Vivência de
violência Outras
associada à atividades
SR (31,7%)
(64,1%)

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

6
A mesma CASR pode realizar mais de uma atividade.

136
A estrutura da pesquisa amostral, conforme já detalhado no capítulo referente à
metodologia, foi dividida entre dois grupos: a pesquisa com crianças e adolescentes de 7 a
17 anos, cuja abordagem foi direta, compreendendo as atividades exercidas e a trajetória
em situação de rua e a pesquisa com as crianças até 6 anos, que devido às questões etária,
foi realizada com os responsáveis, de modo a entender o contexto social das pessoas que
estão em situação de rua com as crianças.

Portanto, as atividades realizadas estão analisadas na seguinte perspectiva:

● Para as crianças de 0 a 6 anos, a atividade é relativa ao que o respondente


(responsável) realiza na rua, cuja criança está o acompanhando;

● Para as crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, referem-se às atividades que os


mesmos realizam enquanto estão em situação de rua.

A categorização dos riscos sociais partiu da análise das atividades declaradas pelo
respondente, conforme demonstra a imagem a seguir:

Figura 5: Critério de análise das atividades relacionadas aos riscos sociais

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Para o grupo de respondentes de 7 a 17 anos, as atividades referem-se àquelas


exercidas pela própria criança e adolescente. No grupo de 0 a 6 anos, as atividades

137
correspondem ao que os responsáveis realizam, para entender as características das
atividades realizadas por eles, cuja criança está acompanhando, estando, portanto, exposta
ao risco social.

Com relação ao critério de análise das atividades, importante destacar que nas
situações em que o entrevistado realizou mais de uma atividade dentro da mesma categoria,
o mesmo respondente foi contabilizado apenas uma vez, portanto, o total de citações
(atividades realizadas) foram respostas múltiplas, mas não consideradas em sua duplicidade.

A seguir, segue as atividades realizadas pelas crianças e adolescentes entrevistados


e posteriormente a análise das atividades realizadas pelos responsáveis de crianças de 0 a 6
anos.
4.9.3.1 Atividades realizadas por CASR de 7 a 17 anos

Como já contextualizado, a mesma criança e adolescente pode realizar mais de uma


atividade, dentro da mesma categoria de risco, como também em outras categorias. Neste
sentido, se a CASR realiza mendicância e venda de produtos lícitos, por exemplo, ela foi
citada nas duas atividades, no entanto, foi contabilizada uma vez no total de CASR que realiza
atividade geradora de renda. Por essa razão, o total de CASR que realiza atividade geradora
de renda é menor que o total de citações das atividades que compõem aquela categoria.
Esta mesma lógica se aplicou para os demais grupos de riscos sociais.

Nas atividades geradoras de renda gravíssimas, foram consideradas as declarações


dos respondentes tanto na pesquisa com crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, quanto na
pesquisa com os responsáveis pelas crianças de até 6 anos, que afirmaram realizar atividade
de roubo ou furto e venda de drogas. Exclusivamente no questionário de 7 a 17 investigou-
se a questão da violência sexual e exploração sexual, de modo que a categorização desta
atividade foi a partir da pergunta “Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para
tocar nas partes íntimas dela, sem você querer ou gostar?”, tendo como resposta a
alternativa “Sim” somada a pergunta “Você ganhou algo em troca para fazer isso?”, tendo
também como resposta a alternativa “Sim”.

Ao observar a tabela a seguir, 89,6% das CASR entrevistados realizam alguma atividade
geradora de renda, de modo que a venda foi a mais citada, o equivalente a 66,2%. Nas
atividades geradoras de renda gravíssimas, com o aprofundamento da abordagem, foi
identificado que 13,8% das CASR realizam alguma atividade dentro desta categoria, sendo o

138
roubo/furto realizado por 10% das CASR entrevistados, seguida da venda de produtos
ilícitos, com 6,3% e a exploração sexual comercial representou 2,1% dos entrevistados.

Foi inserida a análise acerca da exposição à situação de trabalho infantil, independente


da frequência que a CA realiza tal atividade. Como já explicitado nas notas metodológicas,
na etapa censitária foi identificado os riscos iniciais a que a CA estava exposta, ou seja, as
atividades realizadas no momento do censo. Na etapa amostral, teve-se como objetivo
aprofundar a análise acerca dos riscos sociais e as demandas sociais envolvendo tal público.

No censo, ao analisar o mesmo recorte etário, de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos,


cujos riscos sociais foram inicialmente identificados (na etapa censitária não foram
abordados os riscos sociais das CA que estavam em acolhimento, sendo esta demanda
aprofundada na etapa amostral), teve-se 2.224 CASR de 7 a 17 anos em situação de rua e
destes 1.661 estavam realizando alguma atividade geradora de renda, ou seja, de trabalho
infantil, o equivalente a 74,7% do total desta faixa etária. Todavia, é de se esperar que no
aprofundamento das demandas sociais, no que tange a análise acerca das situações vividas
pelas crianças e adolescentes enquanto estão expostas à situação de rua, tais informações
tenham maior representatividade, pois buscou-se levantar em maior profundidade a
trajetória de vida das crianças e adolescentes que estão nesta condição. Um exemplo disto,
foram as situações de exploração sexual comercial, que no censo foi identificado um total
de 0,4% e na amostral este percentual foi de 2,1%.

Portanto, as crianças e os adolescentes que estão expostos as situações de trabalho


infantil, sejam aqueles que realizam alguma atividade geradora de renda todas as vezes que
vão para a rua, até mesmo aqueles que realizam às vezes, foram contabilizadas, resultando
em 91,7% das crianças e adolescentes de 7 a 17 anos entrevistados, expostos à situação de
trabalho infantil.

Quando observada as atividades não geradoras de renda declaradas pelos entrevistados,


54,3% mencionaram que realizam alguma atividade recreativa (brincar ou realizar outras
atividades de lazer) enquanto estão em situação de rua.

Por fim, a categoria “outras atividades”, foi citada por 31,7%, de modo que a utilização
de álcool ou outras drogas é consumida por 29,8% dos entrevistados.

139
Em conformidade com a definição de CASR formulada na Resolução Conjunta nº 1
Conanda/CNAS/2017, no inciso 2º, que dispõe sobre as possíveis questões que podem estar
associadas à criança e adolescente estar em situação de rua, é compreendido as violências
intrafamiliares, institucionais ou urbanas. Portanto, nesta etapa, foi aprofundado e inserido
a categoria “vivência de violência” na análise dos riscos sociais, considerando as situações
de violências sofridas na rua, declaradas pelo entrevistado.

Tabela 95: Atividades realizadas pelas CASR de 7 a 17 anos, por risco social

Atividade geradora de renda


Universo de Total de citação (%) sob o total
Atividades
respondente das CASR da Amostra
Venda de produtos lícitos 521 345 66,2%
Mendicância 521 329 63,1%
Serviços na rua 521 164 31,5%
Subtotal das citações 838 -
Total de CA que realiza atividade geradora de renda 521 467 89,6%

Atividade geradora de renda gravíssima


Universo de Total de citação (%) sob o total
Atividades
respondente das CASR da Amostra
Venda de produtos ilícitos 521 33 6,3%
Roubo/furto 521 52 10,0%
Exploração sexual e comercial 521 11 2,1%
Subtotal das citações 96 -
Total de CA que realiza atividade geradora de renda
521 72 13,8%
gravíssima
TOTAL DE CA exposto à situação de Trabalho Infantil 521 478 91,7%

Atividade não geradora de renda


Universo de Total de citação (%) sob o total
Atividades
respondente das CASR da Amostra
Brincar ou outras atividades de lazer 521 283 54,3%
Comer 521 14 2,7%
Liberdade para ter relação sexual 521 14 2,7%
Subtotal das citações 311 -
Total de CAS que realiza atividade não geradora de
521 294 56,4%
renda

140
Outras atividades não geradoras de renda
Universo de Total de citação (%) sob o total
Atividades
respondente das CASR da Amostra
Situação de CA's acompanhando adultos sem realizar
521 10 1,9%
atividade de trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 521 155 29,8%
Subtotal das citações 165 -
Total de CAS que realiza outra atividade 521 165 31,7%

Vivência de violência associada a rua (violência sofrida na rua)


Universo de Total de citação (%) sob o total
Violências
respondente das CASR da Amostra
Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 521 173 33,2%
Te bateram, entrou em uma briga, surra, apanhou
521 155 29,8%
(Violência física)
Violência sexual 521 30 5,8%
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender? 521 52 10,0%
Vítima de preconceito racial 521 111 21,3%
Vítima de outros tipos de preconceito 521 107 20,5%
Roubaram ou furtaram algo de você 521 123 23,6%
Recolheram seus pertences 521 117 22,5%
Subtotal das citações 521 1.169 -
Total de CA que tiveram alguma vivência de
521 334 64,1%
violência sofrida na rua
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.9.3.2 Atividades realizadas pelos responsáveis de criança de 0 a 6 anos

Para a apresentação das atividades realizadas pelos responsáveis, utilizou-se a


mesma categorização utilizada para as CAs de 7 a 17 anos, considerado que, apesar da
atividade não ser realizada diretamente pela criança, por ela estar acompanhando, está
exposta indiretamente.

Neste sentido, 100% dos responsáveis realizam alguma atividade geradora de renda
enquanto estão em situação de rua, sendo a venda realizada por 74,5% dos entrevistados,
seguida da mendicância, por 70%.

As atividades geradoras de renda gravíssima foram citadas por 6,4%, sendo que 5%
afirmam realizar a venda de produtos ilícitos e 3,2% dos responsáveis afirmaram roubar ou
furtar, seja sempre, ou às vezes. Vale observar que, da mesma maneira como detalhado no
tópico anterior (Atividades realizadas por crianças e adolescentes de 7 a 17 anos) o mesmo
respondente pode realizar mais de uma atividade dentro da categoria, todavia, foi

141
contabilizado uma vez, ou seja, o mesmo respondente pode ter afirmado roubar e furtar e
também vender produtos ilícitos, no entanto ele foi contabilizado uma vez como realizar
atividade geradora de renda gravíssima.

E no tocante à utilização de consumo de álcool ou outras drogas, independente da


frequência que realiza, foi citada 45,9% dos respondentes.
Tabela 96: Atividades realizadas pelos responsáveis de CASR de 0 a 6 anos, por risco social
Atividade geradora de renda
Total de
Universo de (%) sob o total
Atividades citação das
respondente da Amostra
CASR
Venda de produtos lícitos 220 164 74,5%
Mendicância 220 154 70,0%
Serviços na rua 220 81 36,8%
Subtotal das citações 399 -
Total de CASR que realiza atividade geradora de renda 220 220 100,0%

B: Atividade geradora de renda gravíssima


Total de
Universo de (%) sob o total
Atividades citação das
respondente da Amostra
CASR
Venda de produtos ilícitos 220 11 5,0%
Roubo/furto 220 7 3,2%
Subtotal das citações 18 -
Total de CASR que realiza atividade geradora de renda
220 14 6,4%
gravíssima

C: Outras atividades
Total de
Universo de (%) sob o total
Atividades citação das
respondente da Amostra
CASR
Consumo de álcool ou outras drogas 220 101 45,9%
Subtotal das citações 101 -
Total de CASR que realiza outra atividade 220 101 45,9%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

142
4.9.4 Perfil dos riscos sociais por situação de rua

Após apresentar o detalhamento das atividades que compõe cada categoria de riscos
sociais, apresenta-se por situação de rua que os entrevistados estão expostos.

Na faixa etária de 0 a 6 anos, com as citações dos responsáveis, percebe-se que a


venda de produtos lícitos se destaca nas situações de outras trajetórias de risco e no
pernoite (+ de 80%), já no acolhimento as citações deste risco foram de 40%. No risco social
de atividade geradora de renda gravíssima, a venda de produtos ilícitos é maior na situação
do pernoite, sendo que 13,3% citaram atividades relacionadas a este risco, enquanto nos
outros tipos de situações, teve-se apenas 2,3% em outras trajetórias e 6,7% no acolhimento.

Tabela 97: Citações de risco social dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por situação de rua
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Risco Detalhamento do Risco risco
Cit. % Cit. % Cit. % Cit. %

Venda de produtos lícitos 18 40,0% 120 82,8% 26 86,7% 164 74,5%


Atividade Mendicância 29 64,4% 103 71,0% 22 73,3% 154 70,0%
geradora de
Serviços na rua 21 46,7% 49 33,8% 11 36,7% 81 36,8%
renda
Atividade geradora de
45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
renda

Atividade Roubo/furto 3 6,7% 2 1,4% 2 6,7% 7 3,2%


geradora de Venda de produtos ilícitos 3 6,7% 4 2,8% 4 13,3% 11 5,0%
renda
Atividade geradora de
gravíssima 4 8,9% 6 4,1% 4 13,3% 14 6,4%
renda gravíssima
Outras Consumo de álcool ou
25 55,6% 61 42,1% 15 50,0% 101 45,9%
atividades outras drogas
Respondentes 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Na faixa etária de 7 a 17 anos, destaca-se fortemente a situação do pernoite com


atividade geradora de renda (91,5%), enquanto no acolhimento este mesmo risco é citado
por 66,3% das CASR. No aprofundamento da análise, aqueles que estão expostos a situação
do pernoite realizam mais a atividade de mendicância (80,9%) do que os demais. Já para as

143
CASR que estão expostos a outras trajetórias de risco, destaca-se a atividade de venda de
produtos lícitos (73,2%). As CA da situação de rua de outras trajetórias de risco são os que
menos citam estar na rua para consumo de álcool ou outras drogas (23,3%), também são os
que menos estão envolvidos com atividade geradora de renda gravíssima (9,2%).

Tabela 98: Citações de risco social por situação de rua


Outras
Acolhimento trajetórias Pernoite Total
Risco Detalhamento do Risco de risco
Cit. % Cit. % Cit. % Cit. %
Venda de produtos lícitos 26 32,5% 254 73,2% 65 69,1% 345 66,2%
Atividade Serviços na rua 18 22,5% 123 35,4% 23 24,5% 164 31,5%
geradora
de renda Mendicância 37 46,3% 216 62,2% 76 80,9% 329 63,1%
Atividade geradora de renda 53 66,3% 328 94,5% 86 91,5% 467 89,6%

Brincar ou outras atividades de lazer 37 46,3% 191 55,0% 55 58,5% 283 54,3%
Atividade
não Comer 2 2,5% 11 3,2% 1 1,1% 14 2,7%
geradora Liberdade sexual 4 5,0% 4 1,2% 6 6,4% 14 2,7%
de renda
Atividade não geradora de renda 38 47,5% 198 57,1% 58 61,7% 294 56,4%

Venda de produtos ilícitos 9 11,3% 14 4,0% 10 10,6% 33 6,3%


Atividade
Roubo/furto 8 10,0% 23 6,6% 21 22,3% 52 10,0%
geradora
de renda Exploração sexual 5 6,3% 3 0,9% 3 3,2% 11 2,1%
gravíssima
Atividade geradora de renda
16 20,0% 32 9,2% 24 25,5% 72 13,8%
gravíssima
Situação de CA's acompanhando
adultos sem realizar atividade de 6 7,5% 4 1,2% 0 0,0% 10 1,9%
Outras trabalho
atividades Consumo de álcool ou outras drogas 31 38,8% 81 23,3% 43 45,7% 155 29,8%
Outras atividades 37 46,3% 85 24,5% 43 45,7% 165 31,7%
Violência Vivência de violência sofrida na rua 57 71,3% 210 60,5% 67 71,3% 334 64,1%
Respondentes 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

144
4.9.5 Informações Complementares do Perfil dos Riscos Sociais

Após apresentar o detalhamento das atividades que compõe cada categoria de riscos
sociais, compreendendo a proporcionalidade de realização do entrevistado, seja entre as
CAs ou os responsáveis de criança de 0 a 6 anos, a seguir será aprofundado o perfil dos riscos
sociais cujas crianças e adolescentes em situação de rua estão expostos.

4.9.5.1 Perfil dos riscos em que estão expostas as CASR de 7 a 17 anos

Perfil dos riscos sociais das CASR 7 a 17 anos, a partir das atividades realizadas
✔ Nas atividades geradoras de renda e não geradoras de renda não houve diferença
estatisticamente significativa entre as faixas etárias;
✔ Na atividade geradora de renda gravíssima os adolescentes estão 3,4 vezes mais em
risco do que as crianças de 7 a 11 anos;
✔ Na venda de produtos ilícitos os adolescentes estão 7,5 vezes mais em risco do que
as crianças de 7 a 11 anos.
✔ No roubo e no furto os adolescentes estão 2,8 vezes mais em risco do que as crianças
de 7 a 11 anos.
✔ O consumo de álcool e drogas é 22 vezes maior entre os adolescentes em SR do que
as crianças de 7 a 11 anos.
✔ A liberdade para ter relação e a exploração sexual não teve citações suficientes
dentro da amostra para definição de perfil.

145
Tabela 99: Diferença da incidência do risco por faixa etária
De 7 a 11 anos De 12 a 17 anos P-valor
Risco Teste Análise
Sim % Sim Sim % Sim
Ꭓ2
Atividade geradora de renda 201 90,1% 266 89,3% 0,746 Não significativo
Venda de produtos lícitos 151 67,7% 194 65,1% 0,533 Não significativo
Serviços na rua 68 30,5% 96 32,2% 0,675 Não significativo
Mendicância 144 64,6% 185 62,1% 0,559 Não significativo
Atividade não geradora de renda 121 54,3% 173 58,1% 0,388 Não significativo
Brincar ou outras atividades de lazer 117 52,5% 166 55,7% 0,463 Não significativo
Comer 8 3,6% 6 2,0% 0,272 Não significativo
Liberdade para ter relação sexual 0 0,0% 14 4,7% * *
Atividade geradora de renda gravíssima 13 5,8% 59 19,8% 0,000 3,4
Venda de produtos ilícitos 3 1,3% 30 10,1% 0,000 7,5
Roubo/furto 11 4,9% 41 13,8% 0,001 2,8
Exploração sexual e comercial 0 0,0% 11 3,7% * *
Outras atividades 13 5,8% 152 51,0% 0,000 8,7
CA's acompanhando adultos sem realizar
8 3,6% 2 0,7% * *
atividade de trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 5 2,2% 150 50,3% 0,000 22,4
Violência sofrida na rua 120 53,8% 211 70,8% 0,000 1,3
Respondentes 223 - 298 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

Gráfico 28: Incidência do risco por faixa etária


De 7 a 11 anos De 12 a 17 anos

Atividade geradora de renda 90,1%


89,3%
Venda de produtos lícitos 67,7%
65,1%
Serviços na rua 30,5%
32,2%
Mendicância 64,6%
62,1%
Atividade não geradora de renda 54,3%
58,1%
Brincar ou outras atividades de lazer 52,5%
55,7%
Comer 3,6%
2,0%
Liberdade para ter relação sexual 0,0%
4,7%
Atividade geradora de renda gravíssima 5,8% 19,8%
Venda de produtos ilícitos 1,3% 10,1%

Roubo/furto 4,9% 13,8%

Exploração sexual e comercial 0,0%


3,7%
Outras atividades 5,8% 51,0%
CA's acompanhando adultos sem… 3,6%
0,7%
Consumo de álcool ou outras drogas 2,2% 50,3%
Violência sofrida na rua 53,8% 70,8%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

146
Perfil sexo biológico do risco das CASR 7 a 17 anos
✔ Ambas as atividades, seja a geradora de renda ou a não geradora de renda ela
acontece mais no sexo masculino;
✔ Destaca-se a realização de serviços na rua que acontece 1,6 vezes mais no sexo
masculino do que no sexo feminino
✔ O consumo de álcool e drogas também acontece 1,4 vezes mais no sexo masculino
do que no sexo feminino;
✔ Nas atividades geradoras de renda gravíssimas, não houve diferença estatística entre
os sexos, o que se conclui é que ambos estão expostos ao risco na mesma incidência.

Tabela 100: Diferença da incidência do risco por sexo


Feminino Masculino P-valor Teste
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Ꭓ2
Atividade geradora de renda 162 85,7% 305 91,9% 0,027 1,1
Venda de produtos lícitos 117 61,9% 228 68,7% 0,116 Não significativo
Serviços na rua 43 22,8% 121 36,4% 0,001 1,6
Mendicância 120 63,5% 209 63,0% 0,902 Não significativo

Atividade não geradora de renda 95 50,3% 199 59,9% 0,032 1,2


Brincar ou outras atividades de lazer 91 48,1% 192 57,8% 0,033 1,2
Comer 6 3,2% 8 2,4% 0,604 Não significativo
Liberdade para ter relação sexual 4 2,1% 10 3,0% * *

Atividade geradora de renda gravíssima 22 11,6% 50 15,1% 0,277 Não significativo


Venda de produtos ilícitos 10 5,3% 23 6,9% 0,461 Não significativo
Roubo/furto 14 7,4% 38 11,4% 0,139 Não significativo
Exploração sexual e comercial 6 3,2% 5 1,5% 0,203 Não significativo

Outras atividades 51 27,0% 114 34,3% 0,083 Não significativo


CA's acompanhando adultos sem realizar
7 3,7% 3 0,9% * *
atividade de trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 44 23,3% 111 33,4% 0,015 1,4
Violência sofrida na rua 116 61,4% 215 64,8% 0,440 Não significativo
Respondentes 189 - 332 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

147
Gráfico 29: Incidência do risco por sexo biológico

Feminino Masculino

Atividade geradora de renda 85,7%


91,9%

Venda de produtos lícitos 61,9%


68,7%

Serviços na rua 22,8%


36,4%

Mendicância 63,5%
63,0%

Atividade não geradora de renda 50,3%


59,9%

Brincar ou outras atividades de lazer 48,1%


57,8%

Comer 3,2%
2,4%

Liberdade para ter relação sexual 2,1%


3,0%

Atividade geradora de renda gravíssima 11,6%


15,1%

Venda de produtos ilícitos 5,3%


6,9%

Roubo/furto 7,4%
11,4%

Exploração sexual e comercial 3,2%


1,5%

Outras atividades 27,0%


34,3%

CA's acompanhando adultos sem realizar 3,7%


atividade de trabalho 0,9%

Consumo de álcool ou outras drogas 23,3%


33,4%

Violência sofrida na rua 61,4%


64,8%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

148
Perfil de raça/cor do risco das CASR 7 a 17 anos
Em relação à raça e cor não houve diferença estatisticamente significativa para afirmar que
uma ou outra raça estava exposta mais ou menos aos riscos da situação em rua.

Tabela 101: Diferença da incidência das atividades por raça/cor


Branca Parda Preta P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 80 88,9% 208 90,8% 170 88,1% 0,646 Não significativo
Venda de produtos lícitos 61 67,8% 151 65,9% 126 65,3% 0,918 Não significativo
Serviços na rua 24 26,7% 73 31,9% 65 33,7% 0,495 Não significativo
Mendicância 54 60,0% 146 63,8% 121 62,7% 0,823 Não significativo

Atividade não geradora de renda 51 56,7% 127 55,5% 110 57,0% 0,947 Não significativo
Brincar ou outras atividades de lazer 48 53,3% 123 53,7% 107 55,4% 0,920 Não significativo
Comer 2 2,2% 6 2,6% 5 2,6% * *
Liberdade para ter relação sexual 5 5,6% 3 1,3% 5 2,6% * *

Atividade geradora de renda


16 17,8% 29 12,7% 25 13,0% 0,457 Não significativo
gravíssima
Venda de produtos ilícitos 8 8,9% 12 5,2% 13 6,7% 0,480 Não significativo
Roubo/furto 12 13,3% 22 9,6% 16 8,3% 0,410 Não significativo
Exploração sexual e comercial 4 4,4% 2 0,9% 5 2,6% * *

Outras atividades 35 38,9% 67 29,3% 61 31,6% 0,250 Não significativo


CA's acompanhando adultos sem
3 3,3% 2 0,9% 5 2,6% * *
realizar atividade de trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 32 35,6% 65 28,4% 56 29,0% 0,428 Não significativo
Violências sofridas na rua 57 63,3% 145 63,3% 128 66,3% 0,168 Não significativo
Respondentes 90 - 229 - 193 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

149
Perfil da região de pesquisa do risco das CASR 7 a 17 anos
✔ Em algumas atividades não houve citação suficiente dentro da amostra para traçar o perfil regional, são os casos dos riscos Venda de produtos ilícitos;
Roubo/furto; Exploração sexual e comercial; Situação de CA's acompanhando adultos sem realizar atividade de trabalho; e, Consumo de álcool ou
outras drogas;
✔ O grupo outras atividades acontecem proporcionalmente 5,9 vezes mais na Região 5 do que na Região 1 de pesquisa;
✔ O grupo de atividades geradoras de renda gravíssima acontece aproximadamente 2 vezes mais na Região 5 do que na Região 1 e 2 de pesquisa;
✔ A venda de produtos lícitos acontece proporcionalmente 1,5 vezes mais na Região 1 do que na Região 3 de pesquisa;
✔ Os serviços na rua acontecem proporcionalmente 1,8 vezes mais na Região 2 do que na Região 1 de pesquisa;
✔ A mendicância acontece proporcionalmente 1,5 vezes mais na Região 4 do que na Região 1 de pesquisa;

Tabela 102: Diferença da incidência das atividades por região de pesquisa*


Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 P-valor
Risco
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 34 100,0% 59 98,3% 27 100,0% 172 93,0% 122 90,4% 0,056
Venda de produtos lícitos 32 94,1% 45 75,0% 17 63,0% 134 72,4% 91 67,4% 0,025
Serviços na rua 13 38,2% 30 50,0% 9 33,3% 56 30,3% 38 28,1% 0,036
Mendicância 16 47,1% 33 55,0% 18 66,7% 132 71,4% 93 68,9% 0,021
Atividade não geradora de renda 21 61,8% 41 68,3% 15 55,6% 101 54,6% 78 57,8% 0,437
Brincar ou outras atividades de lazer 20 58,8% 40 66,7% 15 55,6% 98 53,0% 73 54,1% 0,439
Comer 1 2,9% 1 1,7% 0 0,0% 6 3,2% 4 3,0% *
Liberdade para ter relação sexual 1 2,9% 0 0,0% 2 7,4% 1 0,5% 6 4,4% *
Atividade geradora de renda gravíssima 3 8,8% 5 8,3% 4 14,8% 22 11,9% 22 16,3% 0,511
Venda de produtos ilícitos 0 0,0% 2 3,3% 1 3,7% 10 5,4% 11 8,1% *
Roubo/furto 3 8,8% 4 6,7% 4 14,8% 14 7,6% 19 14,1% *
Exploração sexual e comercial 0 0,0% 0 0,0% 2 7,4% 4 2,2% 0 0,0% *
Outras atividades 2 5,9% 18 30,0% 5 18,5% 56 30,3% 47 34,8% 0,013
Situação de CA's acompanhando adultos sem
0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 4 3,0% *
realizar atividade de trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 2 5,9% 18 30,0% 5 18,5% 56 30,3% 43 31,9% *
Respondentes 34 - 60 - 27 - 185 - 135 - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022
(*) Nota: O quadro 3, disposto no capítulo 3.4.2, contempla os distritos de São Paulo que compõem cada região da pesquisa.
(**) Nota: Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias

150
Perfil da região de pesquisa em São Paulo do risco das CASR 7 a 17 anos
✔ Venda de produtos lícitos é proporcionalmente 1,3 vezes maior na Região Norte do que na Região Centro ou Sul;
✔ Serviços na rua é proporcionalmente 2,3 vezes maior na Região Leste ou Norte do que na Região Centro ou Sul;
✔ Roubo/furto é proporcionalmente 3,1 vezes maior na Região Centro do que na Região Oeste;
Tabela 103: Diferença da incidência das atividades por região de São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 111 87,4% 161 93,1% 67 94,4% 84 88,4% 44 80,0% 0,037 1,2
Venda de produtos lícitos 75 59,1% 123 71,1% 55 77,5% 59 62,1% 33 60,0% 0,034 1,3
Serviços na rua 33 26,0% 65 37,6% 26 36,6% 31 32,6% 9 16,4% 0,021 2,3
Mendicância 90 70,9% 104 60,1% 41 57,7% 61 64,2% 33 60,0% 0,277 Não significante

Atividade não geradora de renda 72 56,7% 98 56,6% 39 54,9% 54 56,8% 31 56,4% 0,999 Não significante
Brincar ou outras atividades de lazer 66 52,0% 97 56,1% 38 53,5% 52 54,7% 30 54,5% 0,971 Não significante
Comer 5 3,9% 1 0,6% 2 2,8% 4 4,2% 2 3,6% * *
Liberdade para ter relação sexual 5 3,9% 3 1,7% 2 2,8% 3 3,2% 1 1,8% * *
4
Atividade geradora de renda gravíssima 22 17,3% 23 13,3% 8 11,3% 10 10,5% 9 16,4% 0,575 Não significante
Venda de produtos ilícitos 10 7,9% 12 6,9% 1 1,4% 5 5,3% 5 9,1% 0,354 Não significante
Roubo/furto 21 16,5% 13 7,5% 7 9,9% 5 5,3% 6 10,9% 0,047 3,1
Exploração sexual e comercial 0 0,0% 6 3,5% 1 1,4% 2 2,1% 2 3,6% * *
5
Outras atividades 46 36,2% 54 31,2% 15 21,1% 34 35,8% 16 29,1% 0,215 Não significante
Situação de CA's acompanhando adultos sem realizar atividade de
5 3,9% 1 0,6% 1 1,4% 3 3,2% 0 0,0% * *
trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 41 32,3% 53 30,6% 14 19,7% 31 32,6% 16 29,1% 0,372 Não significante
Violências sofridas na rua 78 61,4% 105 60,7% 44 62,0% 69 72,6% 38 69,1% 0,28628 Não significante
Respondentes 127 - 173 - 71 - 95 - 55 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

151
Perfil da região de MORADIA em São Paulo do risco das CASR 7 a 17 anos

✔ Os serviços na rua são realizados proporcionalmente 3 vezes mais pelos moradores da Região Oeste do que da Região Centro;
✔ A venda de produtos lícitos é realizada proporcionalmente 1,9 vezes mais pelos moradores da Região Leste do que pelos moradores da
Região Centro.

Tabela 104: Diferença da incidência das atividades por Região de MORADIA em São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Risco % % % % % Teste Análise
Realiza Realiza Realiza Realiza Realiza
Realiza Realiza Realiza Realiza Realiza Ꭓ2
Atividade geradora de renda 47 72,3% 201 96,6% 76 89,4% 26 92,9% 63 84,0% 0,000 1,3
Venda de produtos lícitos 27 41,5% 162 77,9% 54 63,5% 15 53,6% 49 65,3% 0,000 1,9
Serviços na rua 11 16,9% 74 35,6% 27 31,8% 14 50,0% 17 22,7% 0,004 3,0
Mendicância 35 53,8% 144 69,2% 53 62,4% 21 75,0% 45 60,0% 0,114 Não significante

Atividade não geradora de renda 34 52,3% 118 56,7% 50 58,8% 16 57,1% 46 61,3% 0,867 Não significante
Brincar ou outras atividades de lazer 32 49,2% 114 54,8% 49 57,6% 14 50,0% 45 60,0% 0,707 Não significante
Comer 2 3,1% 5 2,4% 2 2,4% 2 7,1% 1 1,3% * *
Liberdade para ter relação sexual 3 4,6% 3 1,4% 5 5,9% 0 0,0% 3 4,0% * *
4
Atividade geradora de renda gravíssima 9 13,8% 30 14,4% 12 14,1% 1 3,6% 16 21,3% 0,244 Não significante
Venda de produtos ilícitos 4 6,2% 14 6,7% 5 5,9% 1 3,6% 8 10,7% 0,676 Não significante
Roubo/furto 5 7,7% 22 10,6% 11 12,9% 0 0,0% 13 17,3% 0,108 Não significante
Exploração sexual e comercial 2 3,1% 3 1,4% 1 1,2% 0 0,0% 2 2,7% * *
5
Outras atividades 18 27,7% 71 34,1% 30 35,3% 10 35,7% 23 30,7% 0,839 Não significante
CA's acompanhando adultos sem realizar atividade de
3 4,6% 2 1,0% 3 3,5% 1 3,6% 1 1,3% * *
trabalho
Consumo de álcool ou outras drogas 15 23,1% 69 33,2% 27 31,8% 9 32,1% 22 29,3% 0,644 Não significante
Violência sofrida na rua 41 63,08% 136 65,38% 55 64,71% 15 53,57% 50 66,67% 0,7831 Não significante
Respondentes 65 - 208 - 85 - 28 - 75 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

152
Perfil da região de PESQUISA em São Paulo em relação à vivência de violência na RUA - CASR 7 a 17 anos

✔ A única violência sofrida na rua que é significativa em relação à região de pesquisa (onde foi realizada a pesquisa) é em outros tipos de
preconceito (condição financeira, identidade de gênero, orientação sexual, etc), a qual ocorre 1,3 vezes mais no Centro (97,2%) do que
na Região Oeste (75,0%)

Tabela 105: Diferença da incidência de violências ocorridas na RUA por Região de PESQUISA em São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-
valor
Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste
Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 9 42,9% 9 32,1% 2 22,2% 6 35,3% 4 44,4% - *
Não
Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 44 81,5% 53 77,9% 18 72,0% 39 78,0% 19 90,5% 0,609
significante
Não
Sofreu violência física 35 68,6% 48 70,6% 22 62,9% 35 77,8% 15 83,3% 0,460
significante
Não
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 20 95,2% 11 78,6% 5 83,3% 11 78,6% 8 88,9% 0,582
significante
Não
Vítima de preconceito racial 22 62,9% 33 60,0% 14 63,6% 25 71,4% 17 81,0% 0,456
significante
Vítima de outros tipos de preconceito (condição financeira, identidade de Não
21 87,5% 31 86,1% 13 68,4% 27 73,0% 15 83,3% 0,341 significante
gênero, orientação sexual, etc)
Recolheram seus pertences 35 97,2% 34 91,9% 13 100,0% 18 75,0% 17 89,5% 0,036 1,3
Não
Roubaram ou furtaram algo de você 32 78,0% 38 82,6% 20 76,9% 26 65,0% 7 77,8% 0,424
significante
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

153
Perfil da região de MORADIA em relação à vivência de violência em CASA - CASR 7 a 17 anos

✔ A única violência sofrida em casa que é estatisticamente significativa em relação à região de moradia (declarada) é na violência física, a
qual ocorre 4,2 vezes mais no Oeste (55,6%) do que na Região Leste (13,3%)

Tabela 106: Diferença da incidência de violências ocorridas EM CASA por Região de MORADIA em São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-
valor
Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste
Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 2 14,3% 9 23,7% 4 36,4% 0 0,0% 1 7,7% 0,394 *
Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência
14 42,4% 17 21,3% 6 21,4% 5 35,7% 7 21,9% 0,147 Não significativa
psicológica)
Sofreu violência física 12 40,0% 11 13,3% 14 31,8% 5 55,6% 6 24,0% 0,004 4,2
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para
3 33,3% 1 4,8% 1 11,1% 0 0,0% 1 6,7% - *
vender
Vítima de preconceito racial 2 7,4% 1 1,8% 1 3,1% 0 0,0% 3 11,5% - *
Vítima de outros tipos de preconceito
(condição financeira, identidade de gênero, 4 21,1% 3 6,7% 1 3,7% 0 0,0% 1 4,5% - *
orientação sexual, etc)
Recolheram seus pertences 1 5,9% 1 1,8% 4 22,2% 0 0,0% 0 0,0% - *
Roubaram ou furtaram algo de você 3 14,3% 3 4,8% 2 6,5% 3 37,5% 2 13,3% - *
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

154
4.9.5.2 Perfil dos riscos que estão expostas as crianças de 0 a 6 anos, a partir das
atividades realizadas pelos responsáveis

Perfil por raça/cor nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua

Tabela 107: Perfil por raça/cor nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
Branca Parda Preta P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Vende algum produto como bala, pano de Não
38 79,2% 68 76,4% 51 68,0% 0,310
prato etc. significativo
Faz na rua atividades como malabares,
Não
reciclagem, panfletagem, rodinho, 17 35,4% 37 41,6% 25 33,3% 0,463
significativo
guardador de carros, carregamento etc.
Não
Pede dinheiro ou comida na rua 31 64,6% 64 71,9% 54 72,0% 0,529
significativo
Trabalha para o tráfico (investigar relação Não
1 2,1% 4 4,5% 1 1,3% 0,433
com narcotráfico) significativo
Não
Realiza algum furto ou roubo 1 2,1% 5 5,6% 1 1,3% 0,251
significativo
Usa o seu corpo, a pedido de alguém por
Não
dinheiro ou para ganhar algo em troca? 0 0,0% 3 3,4% 2 2,7% 0,451
significativo
(Investigar exploração sexual e comercial)
Respondentes 48 - 89 - 75 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

155
Perfil da região de pesquisa nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
✔ A venda de algum produto lícito ocorre proporcionalmente 2,8 vezes mais na Região 2 do que na Região 1;

✔ Nas atividades: Trabalha para o tráfico (investigar relação com narcotráfico); realiza algum furto ou roubo; usa o seu corpo a pedido de
alguém por dinheiro ou para ganhar algo em troca - não houve citação suficiente dentro da amostra nas regiões para análise;

✔ Nas atividades de faz na rua atividades como malabares, reciclagem etc. e pede dinheiro ou comida na rua, houve citações para comparação
entre duas regiões (4 e 5), porém só foi significativa as atividades de malabares, na qual pode-se afirmar que ela ocorre proporcionalmente
quase 2 vezes mais na Região 4 do que na Região 5 (p-valor < 0,02). Na outra atividade o p-valor do teste comparando as duas regiões foi
de 0,07, mostrando uma tendência da Região 4 apresentar maior incidência deste tipo de atividade do que a Região 5.

Tabela 108: Perfil da região de pesquisa* nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Vende algum produto como bala, pano de prato etc. 2 33,3% 13 92,9% 7 77,8% 63 86,3% 61 84,7% 0,012 2,8
Faz na rua atividades como malabares, reciclagem etc. 3 50,0% 6 42,9% 4 44,4% 31 42,5% 16 22,2% * *
Pede dinheiro ou comida na rua 4 66,7% 10 71,4% 4 44,4% 59 80,8% 47 65,3% * *
Trabalha para o tráfico (investigar relação com narcotráfico) 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 4 5,6% * *
Realiza algum furto ou roubo 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4% 3 4,2% * *
Usa o seu corpo, a pedido de alguém por dinheiro ou para ganhar
0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4% 2 2,8% * *
algo em troca
Respondentes 6 - 14 - 9 - 73 - 72 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O quadro 3, disposto no capítulo 3.4.2, contempla os distritos de São Paulo que compõem cada região da pesquisa.
(**) Nota: Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

156
Perfil da região de pesquisa em São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
✔ A venda algum produto lícito é realizado pelo respondente do grupo de 0 a 6 anos proporcionalmente 3,9 vezes mais na Região Leste do
que na Região Sul ou Norte;

✔ As atividades de serviço na rua são realizadas pelo respondente do grupo de 0 a 6 anos proporcionalmente 4,8 vezes mais na Região Leste
do que na Região Norte;

✔ A atividade de pedir dinheiro ou comida na rua é realizado pelo respondente do grupo de 0 a 6 anos proporcionalmente 4,7 vezes mais na
Região Centro do que na Região Sul;

Tabela 109: Perfil da região de pesquisa em São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Vende algum produto como bala, pano de prato etc. 46 61,3% 58 77,3% 17 22,7% 28 37,3% 15 20,0% 0,017 3,9
Faz na rua atividades como malabares, reciclagem, panfletagem, rodinho, guardador de
20 26,7% 29 38,7% 6 8,0% 15 20,0% 11 14,7% 0,055 4,8
carros, carregamento etc.
Pede dinheiro ou comida na rua 56 74,7% 43 57,3% 14 18,7% 28 37,3% 12 16,0% 0,057 4,7
Trabalha para o tráfico (investigar relação com narcotráfico) 6 8,0% 0 0,0% 1 1,3% 0 0,0% 0 0,0% * *
Realiza algum furto ou roubo 4 5,3% 2 2,7% 1 1,3% 0 0,0% 0 0,0% * *
Usa o seu corpo, a pedido de alguém por dinheiro ou para ganhar algo em troca?
2 2,7% 2 2,7% 1 1,3% 0 0,0% 0 0,0% * *
(investigar exploração sexual e comercial)
Respondentes 75 - 71 - 22 - 32 - 19 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

157
Perfil da região de MORADIA em São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua

✔ Os moradores da Região Leste realizam proporcionalmente 15,7 vezes mais a venda de produtos dos que os moradores da Região Oeste;
✔ Os moradores da Região Leste realizam proporcionalmente 18 vezes mais atividades na rua dos que os moradores da Região Oeste;

Tabela 110: Perfil da região de MORADIA EM São Paulo nas atividades que os respondentes de 0 a 6 anos exercem na rua
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Vende algum produto como bala, pano de prato etc. 39 58,2% 63 94,0% 15 22,4% 4 6,0% 22 32,8% 0,005 4,2
Faz na rua atividades como malabares, reciclagem, panfletagem,
15 22,4% 36 53,7% 5 7,5% 2 3,0% 14 20,9% 0,008 18,0
rodinho, guardador de carros, carregamento etc.
Não
Pede dinheiro ou comida na rua 43 64,2% 56 83,6% 13 19,4% 5 7,5% 17 25,4% 0,599
significante
Trabalha para o tráfico (investigar relação com narcotráfico) 5 7,5% 1 1,5% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
Realiza algum furto ou roubo 3 4,5% 3 4,5% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
Usa o seu corpo, a pedido de alguém por dinheiro ou para ganhar
2 3,0% 3 4,5% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
algo em troca? (investigar exploração sexual e comercial)
Respondentes 67 - 78 - 19 - 5 - 24 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

158
Perfil por raça/cor nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
Novamente a raça/cor não apontou diferença estatística entre os entrevistados e as atividades que eles exercem.

Tabela 111: Perfil por raça/cor nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
Branca Parda Preta P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 48 100,0% 90 100,0% 75 100,0% * *
Venda de produtos lícitos 38 79,2% 68 75,6% 51 68,0% 0,340 Não significativo
Serviços na rua 17 35,4% 37 41,1% 25 33,3% 0,567 Não significativo
Mendicância 31 64,6% 65 72,2% 54 72,0% 0,602 Não significativo

Atividade geradora de renda gravíssima 2 4,2% 8 8,9% 3 4,0% 0,348 Não significativo
Venda de produtos ilícitos 2 4,2% 5 5,6% 3 4,0% 0,878 *
Roubo/furto 1 2,1% 5 5,6% 1 1,3% 0,276 *

Outras atividades 24 50,0% 42 46,7% 34 45,3% 0,878 Não significativo


Consumo de álcool ou outras drogas 24 50,0% 42 46,7% 34 45,3% 0,878 Não significativo
Respondentes 48 - 90 - 75 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

159
Perfil da região de pesquisa nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária

Não foi possível com o número de citações observar diferenças estatisticamente significativas em relação a região de pesquisa. Mesmo
focando nas regiões com maior concentração de respostas (4 e 5) elas não apresentam diferenças significativas.

Tabela 112: Perfil da região de pesquisa* nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 6 100,0% 14 100,0% 9 100,0% 73 100,0% 73 100,0% - *
Venda de produtos lícitos 2 33,3% 13 92,9% 7 77,8% 63 86,3% 61 83,6% * *
Serviços na rua 3 50,0% 6 42,9% 4 44,4% 31 42,5% 16 21,9% * *
Mendicância 4 66,7% 10 71,4% 4 44,4% 59 80,8% 48 65,8% * *

Atividade geradora de renda gravíssima 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 2 2,7% 8 11,0% * *


Venda de produtos ilícitos 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4% 7 9,6% * *
Roubo/furto 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4% 3 4,1% * *
Usa o seu corpo por dinheiro ou para ganhar
0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4% 2 2,7% * *
algo em troca
5
Outras atividades 3 50,0% 7 50,0% 3 33,3% 35 47,9% 28 38,4% * *
Consumo de álcool ou outras drogas 3 50,0% 7 50,0% 3 33,3% 35 47,9% 28 38,4% * *
Respondentes 6 - 14 - 9 - 73 - 73 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O quadro 3, disposto no capítulo 3.4.2, contempla os distritos de São Paulo que compõem cada região da pesquisa.
(**) Nota: Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

160
Perfil da região de São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
✔ A atividade geradora de renda foi observada em todos os entrevistados.
✔ A venda de produtos lícitos ocorre entre os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos proporcionalmente 1,4 vezes mais na Região Oeste
do que na Região Centro;
✔ Os serviços na rua ocorrem entre os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos proporcionalmente 2,2 vezes mais na Região Sul do que na
Região Centro;
✔ A mendicância ocorre entre os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos, proporcionalmente 1,4 vezes mais na Região Oeste do que na
Região Leste.

Tabela 113: Perfil da região de São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 75 100,0% 72 100,0% 22 100,0% 32 100,0% 19 100,0% * *
Venda de produtos lícitos 46 61,3% 58 80,6% 17 77,3% 28 87,5% 15 78,9% 0,023 1,4
Serviços na rua 20 26,7% 29 40,3% 6 27,3% 15 46,9% 11 57,9% 0,048 2,2
Mendicância 56 74,7% 44 61,1% 14 63,6% 28 87,5% 12 63,2% 0,061 1,4

Atividade geradora de renda gravíssima 10 13,3% 3 4,2% 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% * *


Venda de produtos ilícitos 9 12,0% 1 1,4% 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% * *
Roubo/furto 4 5,3% 2 2,8% 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% * *
Usa o seu corpo por dinheiro ou para
2 2,7% 2 2,8% 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% * *
ganhar algo
5
Outras atividades 36 48,0% 26 36,1% 13 59,1% 18 56,3% 8 42,1% 0,203 Não significante
Consumo de álcool ou outras drogas 36 48,0% 26 36,1% 13 59,1% 18 56,3% 8 42,1% 0,203 Não significante
Respondentes 75 - 72 - 22 - 32 - 19 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

161
Perfil da região de MORADIA em São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
✔ A venda de produtos lícitos é realizada mais pelos moradores da Região Sul proporcionalmente 1,6 vezes mais do que pelos moradores da
Região Centro;
✔ A mendicância é realizada mais pelos moradores da Região Sul proporcionalmente 2,6 vezes mais do que pelos moradores da Região
Centro;
Tabela 114: Perfil da região de MORADIA em São Paulo nos riscos que os respondentes de 0 a 6 anos expõem a faixa etária
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Risco Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Atividade geradora de renda 68 100,0% 78 100,0% 19 100,0% 5 100,0% 24 100,0% * *
Venda de produtos lícitos 39 57,4% 63 80,8% 15 78,9% 4 80,0% 22 91,7% 0,003 1,6
Serviços na rua 44 64,7% 56 71,8% 13 68,4% 5 100,0% 17 70,8% 0,531 Não significante
Mendicância 15 22,1% 36 46,2% 5 26,3% 2 40,0% 14 58,3% 0,005 2,6

Atividade geradora de renda gravíssima 7 10,3% 6 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *


Venda de produtos ilícitos 3 4,4% 3 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
Roubo/furto 6 8,8% 4 5,1% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
Usa o seu corpo por dinheiro ou para ganhar
algo em troca 2 2,9% 3 3,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% * *
5
Outras atividades 36 52,9% 28 35,9% 9 47,4% 2 40,0% 12 50,0% 0,322 Não significante
Consumo de álcool ou outras drogas 36 52,9% 28 35,9% 9 47,4% 2 40,0% 12 50,0% 0,322 Não significante
Respondentes 68 - 78 - 19 - 5 - 24 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

162
4.10 RELAÇÃO COM O CORPO

4.10.1 Necessidades básicas

A pesquisa buscou investigar os locais em que as CASR realizam suas necessidades


básicas no dia a dia, relacionadas às questões de higiene pessoal, acesso as vestimentas e
alimentação.

Começando pela faixa etária de 7 a 17 anos, 7 lugares são os mais citados, sendo que 3
deles foram citados em todos os tipos de situações (casa da família, doação de pessoas,
estabelecimentos comerciais); a alternativa “comprar” só está entre as principais formas entre
as CAs acolhidas e daqueles expostos a outras trajetórias de riscos. De forma mais esporádica
outros lugares foram citados para realizar as necessidades investigadas.

Quadro 6: Locais utilizados para atender as necessidades na faixa etária de 7 a 17 anos


Locais Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite
1 Casa da família
2 Me dão na rua (Doação de pessoas)
3 Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina, lanchonete etc.)
4 Eu compro Eu compro
5 Banheiro público/ Tendas Banheiro público/ Tendas
6 Na rua (calçada, praça)
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de
7
água
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Na faixa de 0 a 6 anos, destacam-se dois lugares utilizados pelos três tipos de situações:
a casa da família e a doação. A rua é utilizada pelos grupos de pernoite e outras trajetórias.
Nesses grupos, o SAICA foi citado como sendo utilizado pelos responsáveis que estavam em
instituições de acolhimento com as crianças. Lembrando que as informações citadas pelos
respondentes acolhidos se referem ao período em que estavam em situação de rua.

163
Quadro 7: Locais utilizados para atendes as necessidades na faixa etária de 0 a 6 anos
Locais Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite
1 Casa da família
Estabelecimentos comerciais
Estabelecimentos comerciais (Posto de
2 (Posto de gasolina, lanchonete
gasolina, lanchonete etc.)
etc.)
3 Na rua Na rua
4 Me dão na rua (Doação de pessoas)
5 Abrigo / SAICA
6 Centro de Acolhida
Banheiro público
7
/Tendas
Eu compro com a renda de outro
8
trabalho
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Além dos principais locais citados, resumiu-se em cada necessidade as 3 formas mais
citadas pelos respondentes, nas duas faixas etárias. Em alguns casos a forma mais citada em
uma faixa etária não era na outra, o que dá destaque nas diferenças, a exemplo o ato de trocar
a roupa da criança na rua que é feito por quase 30% dos responsáveis pelas crianças de 0 a 6
anos, mas entre as CAs de 7 a 17 anos esse percentual de utilizar a rua para trocar de roupa não
atingiu 5% dos casos.

164
67,3%
Casa da família

Banheiro público/ Tendas 74,3%

12,3%
15,0%
Abrigo / SAICA

Toma banho
9,1% 8,6%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de água

3,5% 5,8%
Casa da família
67,3%

Me dão na rua (Doação de pessoas)


43,0% 42,2%

para vestir
Consegue roupa
Eu compro
22,7% 22,7%
36,1%

Casa da família
49,1%
76,0%

Banheiro público/ Tendas


30,9%

10,7%

Na rua

Troca roupa
1,7%

Na barraca
13,6% 10,9%
10,4%

Casa da família
66,8%
75,8%

Banheiro público /Tendas


11,8%
8,3%

Abrigo / SAICA

Lava roupa

0 a 6 anos
9,1% 7,7%

Não faço isso


3,5% 6,1%

Casa da família
44,5%
60,7%

7 a 17 anos Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,


30,0%

lanchonete etc.)
40,1%

Faz cocô e xixi

Banheiro público /Tendas


18,2%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


20,7%

Casa da família
59,5%
73,9%

Banheiro público /Tendas


11,4%

Não faço isso


Escova os dentes
11,1%10,5% 8,6%

Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de água


2,7% 5,4%
Gráfico 30: Principais locais citados para sanar necessidades básicas por faixa etária

Casa da família
60,5%

Me dão na rua (Doação de pessoas)


45,0% 44,5%
42,2%

Comida

Eu compro com a renda de outro trabalho


22,3%

Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,


15,9%

lanchonete etc.)
18,2% 19,0%

Casa da família
47,7%
60,3%

Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,


30,9%

Água

lanchonete etc.)
35,5%

Me dão na rua (Doação de pessoas)


26,4%

165
25,9%
4.10.1.1 Responsáveis por criança de 0 a 6 anos

O local de banho varia entre os tipos de situações, conforme declarado pelos


responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos: no acolhimento ele acontece mais no abrigo/SAICA
(40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, em casa (93,1%), e no pernoite, 36,7% em
banheiros públicos ou tendas.

Tabela 115: Local que toma banho na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
de risco
Onde dá/dava banho na criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Casa da família 6 13,3% 135 93,1% 7 23,3% 148 67,3%

Banheiro público/ Tendas 8 17,8% 8 5,5% 11 36,7% 27 12,3%

Centro de Acolhida 16 35,6% 4 2,8% 0 0,0% 20 9,1%

Abrigo / SAICA 18 40,0% 1 0,7% 0 0,0% 19 8,6%

Igreja / Organização social 1 2,2% 2 1,4% 7 23,3% 10 4,5%

Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de água 5 11,1% 0 0,0% 5 16,7% 10 4,5%

Hotel / pensão 2 4,4% 4 2,8% 2 6,7% 8 3,6%


Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
2 4,4% 2 1,4% 1 3,3% 5 2,3%
lanchonete etc.)
Casa de amigos ou conhecidos 0 0,0% 4 2,8% 0 0,0% 4 1,8%

Na rua (chuva) 2 4,4% 0 0,0% 2 6,7% 4 1,8%

Paga na rodoviária 0,0% 0,0% 3 10,0% 3 1,4%

Garrafão de água 1 2,2% 0,0% 2 6,7% 3 1,4%

Parque público 0 0,0% 2 1,4% 0 0,0% 2 0,9%

Cemitério 1 2,2% 0,0% 0,0% 1 0,5%

Estação de metrô 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%

Não faço isso 1 2,2% 0,0% 0,0% 1 0,5%

Rio 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%

Shopping 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%

Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

166
O local/modo que os responsáveis conseguem roupas para vestir as crianças de 0 a 6
anos, nos três tipos, destaca-se a doação de outras pessoas, atingindo em média 67,3% dos
casos.

Tabela 116: Local que consegue roupa para ela vestir na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Onde consegue/conseguia roupa para ela vestir de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Me dão na rua (Doação de pessoas) 24 53,3% 101 69,7% 23 76,7% 148 67,3%
Eu compro com a renda de outro trabalho 5 11,1% 44 30,3% 1 3,3% 50 22,7%
Casa da família 6 13,3% 36 24,8% 8 26,7% 50 22,7%
Eu compro com os benefícios que ganho do
governo (AB/BF, BPC, etc.) 5 11,1% 17 11,7% 7 23,3% 29 13,2%
Igreja / Organização social 4 8,9% 16 11,0% 6 20,0% 26 11,8%
Abrigo / SAICA 1 2,2% 17 11,7% 3 10,0% 21 9,5%
Casa de amigos ou conhecidos 12 26,7% 1 0,7% 0 0,0% 13 5,9%
Outro, qual? 6 13,3% 2 1,4% 0 0,0% 8 3,6%
Centro de Acolhida 1 2,2% 6 4,1% 0 0,0% 7 3,2%
Doação da comunidade 3 6,7% 0,0% 0,0% 3 1,4%
Em casa 0 0,0% 2 1,4% 1 3,3% 3 1,4%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

O local para troca de fraldas e roupas varia entre os tipos de situação, conforme
declarado pelos responsáveis: no tipo acolhimento ele acontece mais no abrigo/SAICA (40,0%),
entre os que tem outra trajetória de rua, na casa da família (67,6%), e no tipo pernoite, 53,3%
dos responsáveis trocam as crianças em barracas.

167
Tabela 117: Local que trocava as fraldas e as roupas na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Onde troca/trocava as fraldas e as roupas dela de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Casa da família 6 13,3% 98 67,6% 4 13,3% 108 49,1%


Na rua (ocupação em viaduto, calçada ou logradouro
público) 7 15,6% 49 33,8% 12 40,0% 68 30,9%
Banheiro público/ Tendas 8 17,8% 16 11,0% 6 20,0% 30 13,6%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
lanchonete etc.) 5 11,1% 19 13,1% 0 0,0% 24 10,9%
Na barraca 2 4,4% 3 2,1% 16 53,3% 21 9,5%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 2 1,4% 0 0,0% 20 9,1%
Centro de Acolhida 14 31,1% 2 1,4% 0 0,0% 16 7,3%
Hotel / pensão 3 6,7% 4 2,8% 1 3,3% 8 3,6%
Estação de metrô 0 0,0% 4 2,8% 0 0,0% 4 1,8%
Casa de amigos ou conhecidos 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Igreja / Organização social 0 0,0% 1 0,7% 1 3,3% 2 0,9%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

O local de lavar as roupas também varia entre os tipos de situação, conforme declarado
pelos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos: no acolhimento ele acontece mais no
abrigo/SAICA (40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, na casa da família (91,7%), e no
tipo pernoite, 30,0% em banheiro público /tendas.

Tabela 118: Local que lava roupa dela na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Onde consegue/ conseguia lavar roupa dela risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 6 13,3% 133 91,7% 8 26,7% 147 66,8%
Banheiro público/ Tendas 9 20,0% 8 5,5% 9 30,0% 26 11,8%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 2 1,4% 0 0,0% 20 9,1%
Centro de Acolhida 13 28,9% 3 2,1% 1 3,3% 17 7,7%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de água 7 15,6% 0 0,0% 5 16,7% 12 5,5%
Casa de amigos ou conhecidos 1 2,2% 3 2,1% 3 10,0% 7 3,2%
Hotel / pensão 1 2,2% 3 2,1% 2 6,7% 6 2,7%
Igreja / Organização social 0 0,0% 3 2,1% 3 10,0% 6 2,7%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
lanchonete etc.) 1 2,2% 3 2,1% 0 0,0% 4 1,8%
Não faço isso 3 6,7% 0,0% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

168
O local de fazer cocô e xixi varia entre as situações, conforme declarado pelos
responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos: no acolhimento ele acontece mais no abrigo/SAICA
(40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, na casa da família (60,7%), e no tipo pernoite,
em vários lugares, dentre eles, destacam-se 33,3% em banheiro público ou tendas e 20,0% em
estabelecimentos comerciais, outros 23,3% em estações de metrô.

Tabela 119: Local para fazer cocô e xixi na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Onde leva/levava para fazer cocô e xixi risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 5 11,1% 88 60,7% 5 16,7% 98 44,5%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
lanchonete etc.) 7 15,6% 53 36,6% 6 20,0% 66 30,0%
Ainda usa fraldas 6 13,3% 28 19,3% 6 20,0% 40 18,2%
Banheiro público/ Tenda 8 17,8% 19 13,1% 10 33,3% 37 16,8%
Estação de metrô 4 8,9% 9 6,2% 7 23,3% 20 9,1%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 1 0,7% 0 0,0% 19 8,6%
Na rua (calçada, praça) 1 2,2% 10 6,9% 5 16,7% 16 7,3%
Centro de Acolhida 11 24,4% 2 1,4% 0 0,0% 13 5,9%
Balde 0,0% 1 0,7% 2 6,7% 8 3,6%
Hotel / pensão 1 2,2% 1 0,7% 3 10,0% 5 2,3%
Igreja / Organização social 0 0,0% 3 2,1% 2 6,7% 5 2,3%
Saco de lixo 0,0% 1 0,7% 1 3,3% 2 0,9%
Banheiro do shopping 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Rodoviária 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

169
O local de escovar os dentes varia entre as situações, conforme declarado pelos
responsáveis de CASR da faixa etária de 0 a 6 anos: no acolhimento ele acontece mais no
abrigo/SAICA (40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, na casa da família (82,8%), e no
tipo pernoite, vários lugares são citados, entre eles, 30,0% dos casos acontecem na rua, 26,7%
dos casos em banheiro público ou tendas e mais 20,0% dos casos em casa da família.

Tabela 120: Local para escovar os dentes na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
de risco
Onde leva/levava para escovar os dentes
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Casa da família 5 11,1% 120 82,8% 6 20,0% 131 59,5%


Não faço isso 3 6,7% 19 13,1% 3 10,0% 25 11,4%
Banheiro público/ Tenda 9 20,0% 6 4,1% 8 26,7% 23 10,5%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 1 0,7% 0 0,0% 19 8,6%
Centro de Acolhida 14 31,1% 1 0,7% 0 0,0% 15 6,8%
Na rua (calçada, praça) 0 0,0% 2 1,4% 9 30,0% 11 5,0%
Estação de metrô 2 4,4% 2 1,4% 4 13,3% 8 3,6%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de água 3 6,7% 1 0,7% 4 13,3% 8 3,6%
Hotel / pensão 1 2,2% 1 0,7% 5 16,7% 7 3,2%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
lanchonete etc.) 2 4,4% 4 2,8% 0 0,0% 6 2,7%
Igreja / Organização social 1 2,2% 1 0,7% 1 3,3% 3 1,4%
Não tenho o kit (escova e pasta) 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Banheiro do shopping 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Ocupação 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Casa da família 5 11,1% 120 82,8% 6 20,0% 131 59,5%
Não faço isso 3 6,7% 19 13,1% 3 10,0% 25 11,4%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

170
A maneira que os responsáveis costumam receber comida, na maioria dos casos, nas
três situações, é por meio de doação de pessoas, no acolhimento os casos contabilizam 35,6%,
em outras trajetórias de risco, 45,5% e no tipo pernoite a doação se dá em 53,3%. No tipo
acolhimento, os responsáveis também citam o SAICA ou abrigos como locais que conseguem
comida (40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, a casa da família também é uma
opção para 63,4% dos respondentes.

Tabela 121: Local que adquirem comida para CASR na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Onde consegue/conseguia comida para ela de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 4 8,9% 92 63,4% 3 10,0% 99 45,0%
Me dão na rua (Doação de pessoas) 16 35,6% 66 45,5% 16 53,3% 98 44,5%
Eu compro com a renda informal que obtenho na rua 5 11,1% 37 25,5% 7 23,3% 49 22,3%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
lanchonete etc.) 5 11,1% 23 15,9% 7 23,3% 35 15,9%
Na rua (calçada, praça, barraca) 3 6,7% 17 11,7% 8 26,7% 28 12,7%
Eu compro com os benefícios que ganho do governo
(AB/BF, BPC, etc.) 4 8,9% 13 9,0% 6 20,0% 23 10,5%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 2 1,4% 1 3,3% 21 9,5%
Centro de Acolhida 14 31,1% 3 2,1% 0 0,0% 17 7,7%
Bom prato 2 4,4% 9 6,2% 4 13,3% 15 6,8%
Igreja / Organização social 1 2,2% 8 5,5% 6 20,0% 15 6,8%
Eu compro com a renda de outro trabalho que tenho 3 6,7% 6 4,1% 3 10,0% 12 5,5%
Amamenta a criança 1 2,2% 6 4,1% 0,0% 7 3,2%
Casa de amigos ou conhecidos 0 0,0% 4 2,8% 0 0,0% 4 1,8%
Hotel / pensão 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

171
O local para adquirirem água varia entre os tipos de situação, conforme declarado pelos
responsáveis: no tipo acolhimento, a maioria dos responsáveis adquire a água no próprio
abrigo/SAICA (40,0%), entre os que tem outra trajetória de rua, adquirem na casa da família
(67,6%), e no tipo pernoite, em estabelecimentos comerciais (43,3%).

Tabela 122: Local que conseguia água para ela faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde consegue/conseguia água para ela risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 4 8,9% 98 67,6% 3 10,0% 105 47,7%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
gasolina, lanchonete etc.) 6 13,3% 49 33,8% 13 43,3% 68 30,9%
Me dão na rua (Doação de pessoas) 5 11,1% 44 30,3% 9 30,0% 58 26,4%
Eu compro com a renda informal que obtenho
na rua 4 8,9% 25 17,2% 5 16,7% 34 15,5%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de
água 2 4,4% 17 11,7% 9 30,0% 28 12,7%
Abrigo / SAICA 18 40,0% 2 1,4% 0,0% 20 9,1%
Centro de Acolhida 15 33,3% 3 2,1% 0 0,0% 18 8,2%
Banheiro público /Tendas 6 13,3% 3 2,1% 5 16,7% 14 6,4%
Eu compro com os benefícios que ganho do
governo (AB/BF, BPC, etc.) 0 0,0% 7 4,8% 3 10,0% 10 4,5%
Estação de metrô 1 2,2% 1 0,7% 3 10,0% 5 2,3%
Eu compro com a renda de outro trabalho que
tenho 0 0,0% 5 3,4% 0 0,0% 5 2,3%
Hotel / pensão 1 2,2% 1 0,7% 3 10,0% 5 2,3%
Igreja / Organização social 1 2,2% 2 1,4% 2 6,7% 5 2,3%
Amamenta a criança 1 2,2% 1 0,7% 0,0% 2 0,9%
Não faço isso 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

172
Sobre a amamentação, entre os três tipos de situações, os respondentes apresentaram
aproximadamente o mesmo percentual, em média 30% das crianças estão sendo
amamentadas. Como esperado, tem-se entre os que estão amamentando os maiores
percentuais até 2 anos de idade, em relação às crianças de 3 a 6 anos.

Tabela 123: Está amamentando faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Sendo Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
amamentada no risco
momento Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 29 64,4% 103 71,0% 22 73,3% 154 70,0%
Sim 16 35,6% 42 29,0% 8 26,7% 66 30,0%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

Tabela 124: Está amamentando x idade


Não Sim Total
Idade x Amamentação
Quant. % Quant. % Quant. %
Menos de 1 ano 14 9,1% 19 28,8% 33 15,0%
1 ano 11 7,1% 11 16,7% 22 10,0%
2 anos 13 8,4% 10 15,2% 23 10,5%
3 anos 13 8,4% 6 9,1% 19 8,6%
4 anos 26 16,9% 4 6,1% 30 13,6%
5 anos 17 11,0% 1 1,5% 18 8,2%
6 anos 22 14,3% 0,0% 22 10,0%
Não informado 38 24,7% 15 22,7% 53 24,1%
Respondentes 154 100,0% 66 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando perguntado se algum dia a criança foi amamentada, no acolhimento tem-se


o maior percentual afirmando que sim (93,1%). O menor percentual de crianças que nunca
foram amamentadas está na situação de pernoite, apenas (72,7%).

Tabela 125: Já foi amamentada faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras
Ela já foi amamentada em algum
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
momento por leite humano (leite do
risco
peito/materno)
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 2 6,9% 16 15,5% 6 27,3% 24 15,6%
Sim 27 93,1% 87 84,5% 16 72,7% 130 84,4%
Respondentes 29 100,0% 103 100,0% 22 100,0% 154 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

173
Também se perguntou sobre as dificuldades com algumas situações específicas com
crianças de 0 a 6 anos, uma delas foi quando a criança chorava muito. Entre os acolhidos duas
alternativas são as utilizadas: tentar acalmar (37,8%) ou voltar para o centro de acolhido
(37,8%). Para as outras duas situações, tentar acalmar é a primeira coisa que fazem, sendo
51,7% dos respondentes de outras trajetórias e 46,7% nos do pernoite.

Tabela 126: O que faz quando ela chora muito faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
O que faz quando ela chora muito
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Tenta acalmar aqui na rua mesmo 17 37,8% 75 51,7% 14 46,7% 106 48,2%
Nada, espera se acalmar sozinha 2 4,4% 19 13,1% 2 6,7% 23 10,5%
Dá comida 2 4,4% 13 9,0% 3 10,0% 18 8,2%
Não chora 1 2,2% 17 11,7% 0 0,0% 18 8,2%
Voltar para casa 1 2,2% 15 10,3% 1 3,3% 17 7,7%
Voltar para o centro de acolhida 17 37,8% 0 0,0% 0 0,0% 17 7,7%
Abraçar/dar carinho/Colo 6 13,3% 2 1,4% 0 0,0% 8 3,6%
Leva até a mãe/pai/principal
responsável 1 2,2% 5 3,4% 1 3,3% 7 3,2%
Não sabe o que fazer 0 0,0% 3 2,1% 3 10,0% 6 2,7%
Procura ajuda profissional 0 0,0% 2 1,4% 4 13,3% 6 2,7%
Outro 0 0,0% 3 2,1% 1 3,3% 4 1,8%
Vai para algum lugar próximo mais
calmo 0 0,0% 4 2,8% 0 0,0% 4 1,8%
Volta para a barraca 0 0,0% 0 0,0% 3 10,0% 3 1,4%
Busca saber o motivo 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Pede doação de comida 1 2,2% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Verifica se está doente 0 0,0% 0 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

174
No caso de quando se machuca, apesar de todos citarem a ida a alguma unidade de
saúde, entre os acolhidos é maior a predisposição a voltar para o centro de acolhida (44,4%), e
entre os de pernoite 23,3% fazem curativos. Os mais frequentes nas unidades de saúde são os
de outra trajetória, 44,8% procuram uma AMA/UBS/Hospital quando a criança se machuca.

Tabela 127: O que faz quando ela se machuca (machucados leves) faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação
Outras
Quando ela se machuca (machucados Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
leves) risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Vai no AMA/UBS/Hospital 9 20,0% 65 44,8% 8 26,7% 82 37,3%
Nunca se machucou 8 17,8% 24 16,6% 1 3,3% 33 15,0%
Já traz curativos de casa por precaução 3 6,7% 15 10,3% 7 23,3% 25 11,4%
Volta para o centro de acolhida 20 44,4% 0 0,0% 0 0,0% 20 9,1%
Volta para casa 1 2,2% 18 12,4% 0 0,0% 19 8,6%
Pede doação de curativos 1 2,2% 8 5,5% 4 13,3% 13 5,9%
Nada, pois precisa continuar
0 0,0% 10 6,9% 2 6,7% 12 5,5%
trabalhando
Não sabe o que fazer 5 11,1% 7 4,8% 0 0,0% 12 5,5%
Pede ajuda em farmácia 0 0,0% 6 4,1% 4 13,3% 10 4,5%
Cuida da criança na rua 0 0,0% 6 4,1% 2 6,7% 8 3,6%
Tenta acalmar a criança 2 4,4% 3 2,1% 0 0,0% 5 2,3%
Volta para a barraca 0 0,0% 0 0,0% 5 16,7% 5 2,3%
Compra curativos 1 2,2% 0 0,0% 2 6,7% 3 1,4%
Leva até a mãe/pai/principal
0 0,0% 2 1,4% 1 3,3% 3 1,4%
responsável
Procura o SEAS 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Vai para casa de alguma pessoa
0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
conhecida
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

175
Quando o problema é febre, o comportamento é unânime, todos levam a uma
AMA/UBS/Hospital: 68,9% acolhimento; 64,1% outras trajetórias; 56,7% pernoite.

Tabela 128: O que faz quando tem febre/ fica doente na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimentotrajetórias de Pernoite Total
Quando tem febre/ fica doente
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Vai no AMA/UBS/Hospital 31 68,9% 93 64,1% 17 56,7% 141 64,1%
Volta para casa 1 2,2% 28 19,3% 1 3,3% 30 13,6%
Pede doação de remédio 1 2,2% 16 11,0% 6 20,0% 23 10,5%
Medica a criança por conta própria 3 6,7% 14 9,7% 2 6,7% 19 8,6%
Nunca adoeceu 5 11,1% 9 6,2% 1 3,3% 15 6,8%
Volta para o centro de acolhida 10 22,2% 0 0,0% 0 0,0% 10 4,5%
Nada, espera melhorar 0 0,0% 3 2,1% 3 10,0% 6 2,7%
Já traz curativos de casa por precaução 0 0,0% 4 2,8% 0 0,0% 4 1,8%
Leva até a mãe/pai/principal
responsável 0 0,0% 3 2,1% 0 0,0% 3 1,4%
Não sabe o que fazer 0 0,0% 3 2,1% 0 0,0% 3 1,4%
Volta para barraca 0 0,0% 0 0,0% 2 6,7% 2 0,9%
Compra remédio / Vai no SUS 0 0,0% 2 1,4% 0 0,0% 2 0,9%
Não traz a criança para a rua 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

176
4.10.1.2 CAs de 7 a 17 anos

Os locais mais citados, pelas CASR de 7 a 17 anos, para tomar banho, são: a casa da
família, para a situação “outras trajetórias de risco” (95,1%), assim como para 40% que estão
em “acolhimento”, na categoria “pernoite” a maioria dos entrevistados citou tomar banho em
banheiros públicos e tendas (50%).

Tabela 129: Local que toma banho na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde toma banho
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 32 40,0% 330 95,1% 25 26,6% 387 74,3%
Banheiro público/ Tendas 20 25,0% 11 3,2% 47 50,0% 78 15,0%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes
6 7,5% 2 0,6% 22 23,4% 30 5,8%
de água
Abrigo / SAICA 5 6,3% 3 0,9% 10 10,6% 18 3,5%
Centro de Acolhida 4 5,0% 4 1,2% 8 8,5% 16 3,1%
Na rua (chuva) 2 2,5% 2 0,6% 11 11,7% 15 2,9%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
3 3,8% 4 1,2% 6 6,4% 13 2,5%
gasolina, lanchonete etc.)
Estação de metrô 3 3,8% 0 0,0% 10 10,6% 13 2,5%
Não faço isso 11 13,8% 2 0,6% 0 0,0% 13 2,5%
Hotel / pensão 2 2,5% 0 0,0% 10 10,6% 12 2,3%
Casa de amigos ou conhecidos 2 2,5% 7 2,0% 2 2,1% 11 2,1%
Igreja / Organização social 2 2,5% 2 0,6% 6 6,4% 10 1,9%
No rio 6 7,5% 0,0% 0,0% 6 1,2%
Ocupação 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Banheiro improvisado 2 2,5% 0,0% 1 1,1% 3 0,6%
Parque público 0,0% 0,0% 3 3,2% 3 0,6%
Garrafas de água 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Piscina de clube 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Ponte 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Fizeram banheiro de alvenaria embaixo do
0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
viaduto
Casa invadida 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Respondentes 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

177
Os meios para a aquisição de roupas mais citadas pelas CASR de 7 a 17 anos, assim como
mencionados pelos responsáveis por crianças de 0 a 6 anos é a doação, neste caso, destaque
para os que pernoitam, que contabilizam 59,6% dos casos. Em segundo lugar foi citada a
modalidade compra, realizada por 30% dos respondentes acolhidos e 42,4% dos respondentes
com outras trajetórias de risco. Por fim, com 53,9% dos casos, a casa da família foi citada pelos
que têm outras trajetórias de risco.

Tabela 130: Local que consegue roupa para vestir na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde consegue roupa para vestir risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 18 22,5% 187 53,9% 19 20,2% 224 43,0%
Me dão na rua (Doação de pessoas) 32 40,0% 132 38,0% 56 59,6% 220 42,2%
Eu compro 24 30,0% 147 42,4% 17 18,1% 188 36,1%
Igreja / Organização social 7 8,8% 21 6,1% 14 14,9% 42 8,1%
Casa de amigos ou conhecidos 6 7,5% 15 4,3% 5 5,3% 26 5,0%
Abrigo / SAICA 4 5,0% 2 0,6% 10 10,6% 16 3,1%
Doação de parentes 0,0% 8 2,3% 0,0% 8 1,5%
Apenas o que já tinha anteriormente 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 0,8%
Só possui uma peça 3 3,8% 0,0% 1 1,1% 4 0,8%
Centro de Acolhida 1 1,3% 0 0,0% 2 2,1% 3 0,6%
Estabelecimentos comerciais 0,0% 0,0% 3 3,2% 3 0,6%
Não faço isso 2 2,5% 0,0% 1 1,1% 3 0,6%
Tinha o que trouxe 3 3,8% 0,0% 0,0% 3 0,6%
Herança do irmão morto 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Já tinha 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Usa a mesma roupa 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

178
Os locais declarados pelas CASR de 7 a 17 anos para a troca de roupas, são: casa da
família para 97,4% dos casos classificados como outras trajetórias de risco e 40,0% para os
classificados em acolhimento. Para os que pernoitam, os locais mais citados são as barracas
(45,7%) e os banheiros públicos ou tendas (30,9%).

Tabela 131: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde troca roupa risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 32 40,0% 338 97,4% 26 27,7% 396 76,0%
Banheiro público/ Tendas 21 26,3% 6 1,7% 29 30,9% 56 10,7%
Na barraca 11 13,8% 0,0% 43 45,7% 54 10,4%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
5 6,3% 8 2,3% 9 9,6% 22 4,2%
gasolina, lanchonete etc.)
Abrigo / SAICA 5 6,3% 3 0,9% 11 11,7% 19 3,6%
Hotel / pensão 2 2,5% 1 0,3% 8 8,5% 11 2,1%
Não faço isso 8 10,0% 1 0,3% 2 2,1% 11 2,1%
Casa de amigos ou conhecidos 4 5,0% 2 0,6% 3 3,2% 9 1,7%
Estação de metrô 3 3,8% 0 0,0% 6 6,4% 9 1,7%
Igreja / Organização social 1 1,3% 1 0,3% 7 7,4% 9 1,7%
Na rua (calçada, praça) 7 8,8% 0,0% 2 2,1% 9 1,7%
Centro de Acolhida 1 1,3% 2 0,6% 5 5,3% 8 1,5%
Ocupação 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Dentro de carros 3 3,8% 0,0% 0,0% 3 0,6%
Trocava a roupa no veículo 3 3,8% 0,0% 0,0% 3 0,6%
Terminal rodoviário 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Casa invadida 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Na casa desse padrinho da rua 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Não troco durante o dia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
nas casinhas da prefeitura 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
parque 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Tendas 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

179
O local onde troca a roupa foi cruzado com a região para identificar necessidade de instalações de locais públicos. A seguir as tabelas
cruzadas pelas regiões de São Paulo, onde foi aplicada a pesquisa e a região declarada pelo entrevistado como local de moradia.

Ao observar as duas tabelas, percebe-se as seguintes características:

• Região do Centro: Ao analisar a região central considerando o local de moradia do entrevistado, 52,3% afirmam trocar de roupa na
casa da família e, a segunda opção mais citada foi o banheiro público/ tendas (18,5%) e a barraca (18,5%), ambos com o mesmo
percentual. Todavia, quando se analisa a região na perspectiva do local que foi realizada a pesquisa, percebe-se um aumento de
entrevistados que mencionaram a casa de família como local para trocar de roupa (68,5%), reforçando a questão de que CASR de
outras regiões se deslocam até o Centro para realizar atividades enquanto estão em situação de rua.
• Região Leste: Considerando a região que moram, 86,5% declararam trocar de roupa na casa da família e a segunda opção mais
citada foi o banheiro público/ tendas (6,7%). Quando observado pela região que foi feita a pesquisa a tendência é a mesma, de
modo que o banheiro/tenda foi citado por 8,1% dos entrevistados, um pouco acima da região de moradia, o que pode indicar que
CAs de outras regiões que estão em situação de rua na Região Leste utilizam os espaços públicos (banheiro/tenda) para realizar tal
necessidade.
• Região Norte: Do ponto de vista da região que mora, a casa de família foi citada por 80,0% dos entrevistados, seguido da barraca
(12,9%). Em relação à região da pesquisa, a casa de família representou 77,5% dos entrevistados que foram abordados nesta região
e a barraca correspondeu à 11,3%.
• Região Oeste: A casa de família foi citada por 78,6% e o SAICA por 17,9% dos entrevistados que moram nesta região. Já na análise
considerando o local que foi aplicada a pesquisa, a casa da família foi citada por 75,8% e banheiro/ tendas por 7,4%.

180
• Região Sul: Ao analisar na perspectiva da região de moradia, a casa de família foi citada por 69,3% sendo esta região e a do Centro
as que tiveram os menores percentuais de casa da família citada, em relação as demais regiões. Logo, a barraca foi a segunda opção
mais citada (18,7% Região Sul – moradia). Ao analisar no local que foi feita a pesquisa, a casa de família correspondeu a 65,5% e a
barraca 29,1%, trazendo a incidência de CASR de outras regiões que acabam usando eventualmente a barraca como espaço para
trocar de roupa.
Tabela 132: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por Região que mora
Moram em
Centro Leste Norte Oeste Sul
Local que troca roupa outra cidade
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Abrigo / SAICA 2 3,1% 7 3,4% 0,0% 5 17,9% 3 4,0% 2 3,3% 17 3,3%
Banheiro público/ Tendas 12 18,5% 14 6,7% 8 9,4% 1 3,6% 10 13,3% 11 18,3% 45 8,6%
Casa da família 34 52,3% 180 86,5% 68 80,0% 22 78,6% 52 69,3% 40 66,7% 356 68,3%
Casa de amigos ou conhecidos 2 3,1% 2 1,0% 2 2,4% 0,0% 1 1,3% 2 3,3% 7 1,3%
Centro de Acolhida 1 1,5% 4 1,9% 1 1,2% 0,0% 1 1,3% 1 1,7% 7 1,3%
Dentro de carros 1 1,5% 0,0% 2 2,4% 0,0% 0,0% 0,0% 3 0,6%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
4 6,2% 4 1,9% 4 4,7% 1 3,6% 3 4,0% 6 10,0% 16
lanchonete etc.) 3,1%
Estação de metrô 1 1,5% 3 1,4% 3 3,5% 0,0% 0,0% 2 3,3% 7 1,3%
Hotel / pensão 5 7,7% 4 1,9% 1 1,2% 0,0% 1 1,3% 0,0% 11 2,1%
Igreja / Organização social 0,0% 5 2,4% 1 1,2% 0,0% 1 1,3% 2 3,3% 7 1,3%
Na barraca 12 18,5% 11 5,3% 11 12,9% 1 3,6% 14 18,7% 5 8,3% 49 9,4%
Na rua 1 1,5% 3 1,4% 0,0% 0,0% 0,0% 1 1,7% 4 0,8%
Não troca 1 1,5% 3 1,4% 1 1,2% 1 3,6% 0,0% 0,0% 6 1,2%
Ocupação 0,0% 1 0,5% 1 1,2% 0,0% 1 1,3% 0,0% 3 0,6%
Rua 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,2%
Tendas 0,0% 1 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Terminal de ônibus 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 1,7% 0 0,0%
Respondentes 65 - 208 - 85 - 28 - 75 - 60 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

181
Tabela 133: Local que troca roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por Região de São Paulo onde foi realizada a pesquisa
Centro Leste Norte Oeste Sul Total
Local que troca roupa
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Abrigo / SAICA 6 4,7% 7 4,0% 1 1,4% 5 5,3% 0,0% 19 3,6%
Banheiro público/ Tendas 21 16,5% 14 8,1% 6 8,5% 7 7,4% 8 14,5% 56 10,7%
Casa da família 87 68,5% 146 84,4% 55 77,5% 72 75,8% 36 65,5% 396 76,0%
Casa de amigos ou conhecidos 4 3,1% 2 1,2% 1 1,4% 1 1,1% 1 1,8% 9 1,7%
Centro de Acolhida 5 3,9% 3 1,7% 0,0% 0,0% 0,0% 8 1,5%
Dentro de carros 0,0% 0,0% 0,0% 3 3,2% 0,0% 3 0,6%
Estabelecimentos comerciais (Posto de gasolina,
7 5,5% 5 2,9% 3 4,2% 3 3,2% 4 7,3% 22 4,2%
lanchonete etc.)
Estação de metrô 2 1,6% 3 1,7% 2 2,8% 1 1,1% 1 1,8% 9 1,7%
Hotel / pensão 6 4,7% 2 1,2% 0,0% 3 3,2% 0,0% 11 2,1%
Igreja / Organização social 3 2,4% 4 2,3% 0,0% 1 1,1% 1 1,8% 9 1,7%
Na barraca 19 15,0% 6 3,5% 8 11,3% 5 5,3% 16 29,1% 54 10,4%
Na rua 2 1,6% 3 1,7% 0,0% 0,0% 0,0% 5 1,0%
Não troca 1 0,8% 1 0,6% 1 1,4% 3 3,2% 0,0% 6 1,2%
Ocupação 0,0% 0,0% 1 1,4% 1 1,1% 1 1,8% 3 0,6%
Rua 0,0% 0,0% 0,0% 1 1,1% 0,0% 1 0,2%
Tendas 1 0,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Terminal de ônibus 0,0% 1 0,6% 0,0% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Respondentes 127 - 173 - 71 - 95 - 55 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

182
O local mais citado pelas CASR de 7 a 17 anos para a lavagem de roupa é a casa da família
nas três situações, sendo que em outras trajetórias de risco, o percentual é de 96,0%, e no
pernoite, é de 30,9%.

Tabela 134: Local que lavar roupa na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
de risco
Onde consegue lavar roupa
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Casa da família 33 41,3% 333 96,0% 29 30,9% 395 75,8%


Banheiro público/ Tendas 13 16,3% 4 1,2% 26 27,7% 43 8,3%
Não faço isso 15 18,8% 6 1,7% 11 11,7% 32 6,1%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes
6 7,5% 1 0,3% 11 11,7% 18 3,5%
de água
Abrigo / SAICA 6 7,5% 2 0,6% 7 7,4% 15 2,9%
Centro de Acolhida 2 2,5% 1 0,3% 8 8,5% 11 2,1%
Na rua (calçada, praça) 0 0,0% 2 0,6% 7 7,4% 9 1,7%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
2 2,5% 1 0,3% 5 5,3% 8 1,5%
gasolina, lanchonete etc.)
Casa de amigos ou conhecidos 2 2,5% 3 0,9% 2 2,1% 7 1,3%
Hotel / pensão 2 2,5% 0 0,0% 3 3,2% 5 1,0%
No rio 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 0,8%
Conhecido recolhe as roupas, lava e
0,0% 0,0% 4 4,3% 4 0,8%
devolve
Igreja / Organização social 1 1,3% 1 0,3% 2 2,1% 4 0,8%
Pagava para lavar 2 2,5% 1 0,3% 0,0% 3 0,6%
Ocupação 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Casa invadida 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Estacionamento 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Parque público 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

183
Os locais mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos para a realização de necessidades
básicas, no geral, são três: casa da família (60,7%), estabelecimentos comerciais (40,1%) e
banheiro público/tenda (20,7%), sendo que, assim como para a realização de outras
necessidades básicas, para o público que pernoita, o banheiro público ou tenda são os lugares
mais recorrentes (47,9%).

Tabela 135: Local que faz cocô e xixi na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde faz cocô e xixi
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 29 36,3% 265 76,4% 22 23,4% 316 60,7%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
24 30,0% 153 44,1% 32 34,0% 209 40,1%
gasolina, lanchonete etc.)
Banheiro público/ Tenda 28 35,0% 35 10,1% 45 47,9% 108 20,7%
Estação de metrô 9 11,3% 23 6,6% 16 17,0% 48 9,2%
Na rua (calçada, praça) 10 12,5% 16 4,6% 14 14,9% 40 7,7%
Abrigo / SAICA 4 5,0% 2 0,6% 9 9,6% 15 2,9%
Centro de Acolhida 4 5,0% 1 0,3% 6 6,4% 11 2,1%
Casa de amigos ou conhecidos 4 5,0% 3 0,9% 2 2,1% 9 1,7%
Hotel / pensão 1 1,3% 0 0,0% 5 5,3% 6 1,2%
Igreja / Organização social 1 1,3% 3 0,9% 2 2,1% 6 1,2%
Saco de lixo 0,0% 2 0,6% 4 4,3% 6 1,2%
Balde 0,0% 1 0,3% 4 4,3% 5 1,0%
Banheiro improvisado 0 0,0% 0,0% 4 4,3% 4 0,8%
Não lembra 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 0,8%
Ocupação 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Casa de parentes 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
na roupa 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Shopping 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
A droga não deixa 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Casa invadida 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Garrafinha 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

184
Os locais declarados pelas CASR de 7 a 17 anos em que escova os dentes são três no
total geral: casa da família (73,9%), banheiro público ou tenda (11,1%), ou torneiras
públicas/chafariz/bicas/fontes de água (5,4%). Banheiro público ou tenda continua sendo a
opção mais viável para o público que pernoita (31,9%).

Tabela 136: Local que escova os dentes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Onde escova os dentes
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 31 38,8% 331 95,4% 23 24,5% 385 73,9%
Banheiro público/ Tendas 21 26,3% 7 2,0% 30 31,9% 58 11,1%
Torneiras públicas/chafariz/bicas/fontes de
3 3,8% 1 0,3% 24 25,5% 28 5,4%
água
Estabelecimentos comerciais (Posto de
3 3,8% 11 3,2% 12 12,8% 26 5,0%
gasolina, lanchonete etc.)
Abrigo / SAICA 5 6,3% 2 0,6% 10 10,6% 17 3,3%
Na rua (calçada, praça) 1 1,3% 0 0,0% 15 16,0% 16 3,1%
Estação de metrô 2 2,5% 0 0,0% 13 13,8% 15 2,9%
Não faço isso 11 13,8% 1 0,3% 2 2,1% 14 2,7%
Hotel / pensão 2 2,5% 0 0,0% 7 7,4% 9 1,7%
Casa de amigos ou conhecidos 4 5,0% 2 0,6% 2 2,1% 8 1,5%
Centro de Acolhida 3 3,8% 2 0,6% 3 3,2% 8 1,5%
Não tenho o kit (escova e pasta) 0,0% 3 0,9% 2 2,1% 5 1,0%
Escola 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Ocupação 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Igreja / Organização social 1 1,3% 0 0,0% 2 2,1% 3 0,6%
Banheiro improvisado 0 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Barraca 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
No rio 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Casa invadida 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
No cemitério eu pego água 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

185
Os locais mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos em que conseguem comida são dois:
casa da família para as outras trajetórias de risco (78,7%) e doação de pessoas para o
acolhimento (52,5%) e para o pernoite (58,5%).

Tabela 137: Local que consegue comida na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
de risco
Onde consegue comida
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Casa da família 26 32,5% 273 78,7% 16 17,0% 315 60,5%


Me dão na rua (Doação de pessoas) 42 52,5% 123 35,4% 55 58,5% 220 42,2%
Estabelecimentos comerciais (Posto de
11 13,8% 66 19,0% 22 23,4% 99 19,0%
gasolina, lanchonete etc.)
Eu compro 18 22,5% 64 18,4% 13 13,8% 95 18,2%
Na rua (calçada, praça) 15 18,8% 35 10,1% 24 25,5% 74 14,2%
Igreja / Organização social 4 5,0% 10 2,9% 15 16,0% 29 5,6%
Abrigo / SAICA 4 5,0% 2 0,6% 9 9,6% 15 2,9%
Casa de amigos ou conhecidos 2 2,5% 6 1,7% 3 3,2% 11 2,1%
Bom prato 6 7,5% 0,0% 1 1,1% 7 1,3%
Centro de Acolhida 4 5,0% 1 0,3% 2 2,1% 7 1,3%
Produzida pela própria família 0,0% 4 1,2% 2 2,1% 6 1,2%
Hotel / pensão 0 0,0% 1 0,3% 3 3,2% 4 0,8%
Não faço isso 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 0,8%
Casa de parentes 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
Rouba 0,0% 0,0% 2 2,1% 2 0,4%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Escola 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Não comeu, pois passou apenas um dia na
1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
rua
Não se alimentava 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Ocupação 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Quando eu tinha dinheiro eu comprava,
quando eu não tinha, usava droga para 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
passar
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

186
Os locais declarados pelas CASR de 7 a 17 anos em que conseguem água são três: casa
da família para as outras trajetórias de risco (76,6%) e para o acolhimento (37,5%).
Estabelecimentos comerciais para o pernoite (42,5%) e doação de pessoas para o acolhimento
(33,75%).

Tabela 138: Local que consegue água faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Bebe água / Consegue água de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Casa da família 30 37,5% 266 76,7% 18 19,1% 314 60,3%
Estabelecimentos comerciais
19 23,8% 126 36,3% 40 42,6% 185 35,5%
(Posto de gasolina, lanchonete etc.)
Me dão na rua (Doação de pessoas) 27 33,8% 68 19,6% 40 42,6% 135 25,9%
Eu compro 15 18,8% 49 14,1% 12 12,8% 76 14,6%
Torneiras
públicas/chafariz/bicas/fontes de 12 15,0% 38 11,0% 26 27,7% 76 14,6%
água
Banheiro público /Tendas 7 8,8% 12 3,5% 15 16,0% 34 6,5%
Estação de metrô 0 0,0% 8 2,4% 7 7,4% 15 2,9%
Abrigo / SAICA 4 5,0% 2 0,6% 8 8,5% 14 2,7%
Igreja / Organização social 3 3,8% 3 0,9% 4 4,3% 10 1,9%
Casa de amigos ou conhecidos 4 5,0% 3 0,9% 1 1,1% 8 1,5%
Centro de Acolhida 4 5,0% 1 0,3% 3 3,2% 8 1,5%
Hotel / pensão 1 1,3% 1 0,3% 3 3,2% 5 1,0%
Bebedouro do estacionamento 0,0% 2 0,6% 0,0% 2 0,4%
A mãe vende 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Aldeia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Enchem o galão num prédio 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Não faço isso 1 1,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,2%
No cemitério 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Obra pública 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Ocupação 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

187
Para as CASR investigou se eles tinham alguma doença, e em média 13,4% afirmou que
sim, sendo que atinge 22,5% entre os acolhidos.

Tabela 139: Tem algum tipo de doença na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Possui alguma Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total
doença Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 50 62,5% 228 65,7% 49 52,1% 327 62,8%
Não sabe 12 15,0% 83 23,9% 29 30,9% 124 23,8%
Sim 18 22,5% 36 10,4% 16 17,0% 70 13,4%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as doenças mais citadas estão a bronquite (24,3%), asma (18,6%) e rinite (11,4%).
Foram citadas quase 20 doenças.

Tabela 140: Doença declarada na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação

Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Doença de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Bronquite 5 27,8% 10 27,8% 2 12,5% 17 24,3%
Asma 5 27,8% 5 13,9% 3 18,8% 13 18,6%
Rinite 2 11,1% 4 11,1% 2 12,5% 8 11,4%
Alergia 0,0% 4 11,1% 2 12,5% 6 8,6%
Anemia 0,0% 2 5,6% 2 12,5% 4 5,7%
Pneumonia 1 5,6% 3 8,3% 0,0% 4 5,7%
Problemas no coração 0,0% 1 2,8% 2 12,5% 3 4,3%
Sinusite 1 5,6% 1 2,8% 1 6,3% 3 4,3%
Herpes 1 5,6% 1 2,8% 0,0% 2 2,9%
Crises epiléticas 0,0% 0,0% 1 6,3% 1 1,4%
Déficit de atenção 0,0% 0,0% 1 6,3% 1 1,4%
Depressão 1 5,6% 0,0% 0,0% 1 1,4%
Dificuldade de
0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,4%
aprendizagem
Hiperatividade 0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,4%
Problemas de coluna 0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,4%
Problemas de visão 0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,4%
Problemas no rim 1 5,6% 0,0% 0,0% 1 1,4%
Retardo mental leve 1 5,6% 0,0% 0,0% 1 1,4%
Tuberculose 0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,4%
Respondentes 18 100,0% 36 100,0% 16 100,0% 70 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

188
Quando investigado por deficiência, aproximadamente 90% não possui nenhuma
deficiência. Entre os que possuem, a mais citada foi a deficiência física, atingindo 1,5% dos
respondentes.

Tabela 141: Deficiência declarada na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Deficiência de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não possui 70 87,5% 332 95,7% 84 89,4% 486 93,3%
Física 2 2,5% 6 1,7% 0,0% 8 1,5%
Visual 2 2,5% 2 0,6% 2 2,1% 6 1,2%
Intelectual 0,0% 2 0,6% 1 1,1% 3 0,6%
Múltiplas 1 1,3% 0,0% 1 1,1% 2 0,4%
Auditiva 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Não soube informar 4 5,0% 5 1,4% 6 6,4% 15 2,9%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

4.10.2 Sexualidade das CAs de 7 a 17 anos

Nas tabelas seguintes serão observadas as informações sobre a sexualidade dos


entrevistados, a ser entendida através dos dados sobre identidade de gênero, orientação
sexual, maternidade/paternidade, violências sexuais e menstruação. Vale atentar para o fato
de que neste bloco houve perguntas com uma formulação para crianças e outra para
adolescentes. Há ainda casos de perguntas que foram feitas apenas para o público adolescente.
Sobre o sexo biológico, a resposta foi atribuída pelo pesquisador no início do questionário, e
não perguntado diretamente às CASR, entendendo que era necessário colocar essa informação
dentre as perguntas filtro para melhor organização da padronização posterior e então priorizar
a observância sobre a identidade de gênero a partir de resposta direta de crianças e
adolescente, pois neste caso, trata-se de um entendimento pessoal construído a partir de suas
subjetividades e processos de socialização.

O conceito de gênero se refere à construção social do sexo anatômico. É entendido


como algo que separa e difere a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no
raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser é
realizada pela cultura (CEPESC, 2009). O que significa que o gênero com o qual cada pessoa se

189
identifica e sua expressão, seja ela um homem, uma mulher, uma travesti, uma pessoa não
binaria, é produto de sua realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos.).

A começar pelas crianças para quem a pergunta narrada foi: “Você se sente menino ou
menina?” Para identificar a identidade de gênero, entre o público infantil masculino todos se
identificam com o gênero atribuído ao sexo biológico. Entre as crianças do sexo feminino, 3
delas deram respostas diferentes: 1 se sente menino e menina, outra se sente menino, a
terceira não soube informar como se sente.

Tabela 142: Como se sente na faixa etária de 7 a 11 anos por sexo


Feminino Masculino Total
Como se sente
Quant. % Quant. % Quant. %
Ambos 1 1,0% 0,0% 1 0,4%
Menina 96 97,0% 0,0% 96 43,0%
Menino 1 1,0% 124 100,0% 125 56,1%
Não soube informar 1 1,0% 0,0% 1 0,4%
Respondentes 99 100,0% 124 100,0% 223 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre os adolescentes, a pergunta foi objetivamente sobre a identidade de gênero


esperando que esta faixa etária já possui mais ferramentas para entender o termo, se ocorresse
de alguém não saber, os pesquisadores estavam aptos a explicar. Os dois modelos de pergunta
(para crianças e para adolescentes) seguiram o padrão realizado no questionário da etapa
censitária. Além das opções destacadas na Tabela 141, havia a identidade de gênero “travesti”
disponível na entrevista, e um campo aberto “outro, qual?”, que não tiveram representantes
nesta etapa, todas as outras identidades aparecem em pelo menos uma resposta, indicando
uma porcentagem de pelo menos 2,6% de adolescentes LGBTQIA+ em situação de rua. Número
que deve ser ressaltado por se tratar de pessoas que já estão com seus direitos violados, afinal
estão ou estiveram em situação de rua e ainda provam de outra vulnerabilidade sobreposta
que é viver em um país onde os números de crimes cometidos por LGBTfobia cresceram ainda
mais este ano. (CONSELHO, 2022)

190
Tabela 143: Identidade de gênero na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Identidade de gênero
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Menina cisgênero (menina que se identifica
20 39,2% 46 24,2% 26 45,6% 92 30,9%
com o gênero atribuído no nascimento)
Menina transgênero (pessoa que se
identifica como menina, mas foi atribuído 2 3,9% 1 0,5% 1 1,8% 4 1,3%
como menino no nascimento)
Menino cisgênero (menino que se identifica
28 54,9% 139 73,2% 30 52,6% 197 66,1%
com o gênero atribuído no nascimento)
Menino transgênero (pessoa que se
identifica como menino, mas foi atribuído 0,0% 2 1,1% 0,0% 2 0,7%
como menina no nascimento)
Pessoa não-binárie (Pessoa que não se
0,0% 1 0,5% 0,0% 1 0,3%
identifica como homem ou como mulher)
Não quero responder 1 2,0% 0,0% 0,0% 1 0,3%
Não sei 0,0% 1 0,5% 0,0% 1 0,3%
Respondentes 51 100,0% 190 100,0% 57 100,0% 298 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Apesar de haver um bloco apenas para investigações sobre violências, optou-se por
manter as informações sobre corpo e intimidade concentradas neste último bloco, sendo assim
a investigação sobre violências sexuais se deu nas perguntas que seguem. Novamente neste
tema há uma adaptação para as crianças, portanto quando o entrevistado possuía de 7 a 11
anos era feita uma pergunta introdutória, que auxiliava a aproximação com o tema, em que se
perguntava sobre o conhecimento sobre o que são partes íntimas. Com exceção das crianças
em acolhimento, observa-se nas duas outras situações que, as que afirmaram não saber o que
são partes íntimas representam a metade das que afirmaram entender do que se trata. Para
estas, as imagens educativas foram apresentadas e então a entrevista deu continuidade.

Tabela 144: Conhece partes íntimas na faixa etária de 7 a 11 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Conhece Acolhimento Pernoite Total
de risco
partes íntimas
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 5 17,2% 53 33,8% 14 37,8% 72 32,3%
Sim 24 82,8% 99 63,1% 22 59,5% 145 65,0%
Não respondeu 0,0% 5 3,2% 1 2,7% 6 2,7%
Respondentes 29 100,0% 157 100,0% 37 100,0% 223 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

191
Na comparação da mesma pergunta por sexo, obteve-se praticamente o mesmo
percentual para os que sabem e os que não sabem o que são partes íntimas, não tendo
diferença entre os sexos.

Tabela 145: Conhece partes íntimas na faixa etária de 7 a 11 anos por sexo
Feminino Masculino Total
Conhece partes íntimas
Quant. % Quant. % Quant. %
Não 30 30,3% 42 33,9% 72 32,3%
Não respondeu 2 2,0% 4 3,2% 6 2,7%
Sim 67 67,7% 78 62,9% 145 65,0%
Respondentes 99 100,0% 124 100,0% 223 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

É na adolescência que se iniciam as experiências e o interesse sexual-afetivo por outra


pessoa, dessa maneira a pergunta sobre orientação sexual foi feita apenas para adolescentes
de 12 a 17 anos. Mais uma vez, sobreleva-se a porcentagem, entre os totais, de uma minoria
de 15,1% de adolescentes que não se afirmam heterossexuais, porém não menos importantes
e que, portanto, devem ser vistos.

Tabela 146: Orientação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Orientação sexual de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Bissexual (pessoa que se relaciona
afetiva e sexualmente com os dois 6 11,8% 8 4,2% 2 3,5% 16 5,4%
gêneros)
Heterossexual (pessoa que se relaciona
afetiva e sexualmente com outra pessoa 39 76,5% 165 86,8% 49 86,0% 253 84,9%
de gênero diferente)
Homossexual (pessoa que se relaciona
afetiva e sexualmente com outra pessoa 3 5,9% 6 3,2% 3 5,3% 12 4,0%
do mesmo gênero)
Pansexual 1 2,0% 0,0% 0,0% 1 0,3%
Não quero responder 1 2,0% 4 2,1% 2 3,5% 7 2,3%
Não sei 1 2,0% 7 3,7% 1 1,8% 9 3,0%
Respondentes 51 100,0% 190 100,0% 57 100,0% 298 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

192
Na comparação por sexo das respostas à mesma pergunta anterior, pode-se entender
que as adolescentes do sexo feminino, são as que, proporcionalmente, menos se identificam
como heterossexuais.

Tabela 147: Orientação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo


Feminino Masculino Total
Orientação sexual
Quant. % Quant. % Quant. %
Bissexual 11 12,2% 5 2,4% 16 5,4%
Heterossexual 70 77,8% 183 88,0% 253 84,9%
Homossexual 5 5,6% 7 3,4% 12 4,0%
Não quero responder 2 2,2% 5 2,4% 7 2,3%
Não sei 1 1,1% 8 3,8% 9 3,0%
Pansexual 1 1,1% 0,0% 1 0,3%
Respondentes 90 100,0% 208 100,0% 298 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Com a pergunta a seguir, buscou-se saber sobre situações de abuso sexual vividas por
crianças e adolescentes. 81 dos entrevistados passaram por essa situação de violência com
consciência. Outros 16 não responderam.

Tabela 148: Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para tocar nas partes íntimas dela, sem você
querer ou gostar na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Resposta de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 54 67,5% 296 85,3% 74 78,7% 424 81,4%
Sim 25 31,3% 41 11,8% 15 16,0% 81 15,5%
Não respondeu 1 1,3% 10 2,9% 5 5,3% 16 3,1%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Não há distinção entre os números de respostas afirmativas entre CASR do sexo


masculino ou feminino. Uma criança que tenha sido abusada sexualmente será traumatizada
por toda a vida, mas a ajuda especializada somente será procurada nos casos em que,
futuramente, os traumas emocionais e psicológicos venham a se agravar (Sharma e Gupta,
2004). As sequelas poderão variar quando relacionadas ao tipo de abuso: número de
agressores, duração, relação com agressor, resistência, emprego de força, idade em que se
iniciou, participação e frequência do abuso. (ADED et al, 2006)

193
Tabela 149: Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para tocar nas partes íntimas dela, sem você
querer ou gostar na faixa etária de 7 a 17 anos por sexo
Feminino Masculino Total
Resposta
Quant. % Quant. % Quant. %
Não 154 81,5% 270 81,3% 424 81,4%
Sim 30 15,9% 51 15,4% 81 15,5%
Não respondeu 5 2,6% 11 3,3% 16 3,1%
Respondentes 189 100,0% 332 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Na direção de mapear a exploração sexual comercial, foi elaborada uma pergunta para
aqueles que sofreram abuso sexual da seguinte maneira: “Você ganhou algo em troca para fazer
isso?” e tentar compreender este tão delicado assunto. Das 81 CASR que sofreram abuso sexual,
11 afirmam terem ganho materialmente pela ação de seu agressor, 68 negam ter recebido algo
em troca.

Tabela 150: Você ganhou algo em troca para fazer isso na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Você ganhou algo Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
em troca para fazer de risco
isso? Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 20 80,0% 36 87,8% 12 80,0% 68 84,0%
Não respondeu 0,0% 2 4,9% 0,0% 2 2,5%
Sim 5 20,0% 3 7,3% 3 20,0% 11 13,6%
Total Geral 25 100,0% 41 100,0% 15 100,0% 81 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Ainda observando o universo de 81 CASR violentados sexualmente, 51 eram do sexo


masculino, enquanto 30 do sexo feminino e proporcionalmente, estas últimas foram as que
mais receberam algo em troca.

Tabela 151: Você ganhou algo em troca para fazer isso na faixa etária de 7 a 17 anos por sexo
Você ganhou algo em troca Feminino Masculino Total
para fazer isso Quant. % Quant. % Quant. %
Não 22 73,3% 46 90,2% 68 84,0%
Não respondeu 2 6,7% 0,0% 2 2,5%
Sim 6 20,0% 5 9,8% 11 13,6%
Respondentes 30 100,0% 51 100,0% 81 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

194
Buscando compreender o destino do dinheiro ou outras coisas que essas 11 CASR
recebem, percebe-se que 82,0% deles guardam para si o que é recebido, os outros 18,0%
compartilham com o restante da família.

Tabela 152: O que faz com o dinheiro ou coisas que recebe na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
O que faz com o dinheiro Acolhimento Pernoite Total
de risco
ou coisas que recebe
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Comprei coisas para casa 1 20,0% 0,0% 0,0% 1 9,0%
Entrega parte para a família
e fica com outra parte para 0,0% 1 33,3% 0,0% 1 9,0%
uso próprio
Fica tudo comigo para uso
4 80,0% 2 66,7% 3 100,0% 9 82,0%
próprio
Respondentes 5 100,0% 3 100,0% 3 100,0% 11 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Faz-se necessário também conhecer as repercussões na vida de crianças e adolescentes:


rendimento escolar, adaptação social, alterações da saúde física e mental e a possibilidade de
desenvolverem distúrbios comportamentais. Vários transtornos psiquiátricos têm sido
relacionados a eventos traumáticos sofridos na infância, com níveis de gravidade que variam
com o tipo de abuso, sua duração e o grau de relacionamento da vítima com o agressor. (ADED
et al, 2006).

Ao examinar os dados sobre vida sexual destes adolescentes por sexo, é importante
observar que das 298 entrevistas com esta faixa etária, 208 foram realizadas com adolescentes
do sexo masculino, são eles a maioria nas ruas da cidade. Destes, 132 afirmam ter vida sexual
ativa (63,5%). Das 90 adolescentes do sexo feminino, as que afirmam ter iniciado sua vida sexual
correspondem à 57,8%. A análise da porcentagem por sexo, mostra que é quase insignificante
a diferença (57,8% e 63,5%), apresentando uma proporcionalidade entre os dois sexos na
afirmação da ocorrência da primeira relação sexual.

195
Tabela 153: já teve relação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo
Feminino Masculino Total
Você já teve relação sexual?
Quant. % Quant. % Quant. %
Não 37 41,1% 69 33,2% 106 35,6%
Não quis responder 1 1,1% 7 3,4% 8 2,7%
Sim 52 57,8% 132 63,5% 184 61,7%
Respondentes 90 100,0% 208 100,0% 298 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Ao analisar por tipo de situação do adolescente que já teve sua primeira relação sexual,
percebe-se que o percentual entre aqueles que estão expostos a outras trajetórias de risco
(54,2%) é um pouco menor em relação aos demais, que estão em torno de 70% a 79%.

Tabela 154: já teve relação sexual na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Você já teve relação Acolhimento Pernoite Total
de risco
sexual?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 13 25,5% 82 43,2% 11 19,3% 106 35,6%
Não quis responder 2 3,9% 5 2,6% 1 1,8% 8 2,7%
Sim 36 70,6% 103 54,2% 45 78,9% 184 61,7%
Respondentes 51 100,0% 190 100,0% 57 100,0% 298 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Ao realizar a soma das opções de parceiros sexuais declarados, que não são da mesma
faixa etária que o respondente, chega-se a 34,3% de casos de relações sexuais com maiores de
18 anos, situação que quando o adolescente possui 14 anos ou menos, é considerado estupro
de vulnerável, seja consentido ou não (BRASIL, 2009).

Tabela 155: Qual a faixa etária das pessoas com quem você transa (relação sexual) na faixa etária de 12 a 17
anos, por tipo de situação
Outras
Qual a faixa etária das pessoas com Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
quem você transa (relação sexual) risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Com pessoas da minha idade
18 50,0% 78 75,7% 34 75,6% 130 70,7%
(adolescentes)
Com jovens de 18 a 21 anos 13 36,1% 31 30,1% 14 31,1% 58 31,5%
Com adultos 18 50,0% 13 12,6% 8 17,8% 39 21,2%
Com idosos 2 5,6% 0,0% 0,0% 2 1,1%
Não respondeu 0,0% 5 4,9% 1 2,2% 6 3,3%
Respondentes* 36 - 103 - 45 - 184 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

196
Na análise por sexo, as adolescentes do sexo feminino são as que mais se relacionam
sexualmente com pessoas adultas, chegando a 63,4% com a soma das duas linhas referentes às
faixas etárias com pessoas maior de idade. Para as pessoas do sexo oposto, seguindo este
mesmo cálculo chega-se a 49,9% de relações sexuais com pessoas maiores de 18 anos.

Tabela 156: Qual a faixa etária das pessoas com quem você transa (relação sexual) na faixa etária de 12 a 17
anos por sexo
Qual a faixa etária das pessoas com quem você transa Feminino Masculino Total
(relação sexual) Quant. % Quant. % Quant. %
Com pessoas da minha idade (adolescentes) 28 53,8% 102 77,3% 130 70,7%
Com jovens de 18 a 21 anos 19 36,5% 39 29,5% 58 31,5%
Com adultos 14 26,9% 25 18,9% 39 21,2%
Com idosos 0,0% 2 1,5% 2 1,1%
Não respondeu 2 3,8% 4 3,0% 6 3,3%
Respondentes* 52 - 132 - 184 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Outra informação indispensável investigada nesta pesquisa foi sobre paternidade e


maternidade na adolescência. A pergunta sobre filhos foi feita àqueles que responderam “sim”
à pergunta sobre a primeira relação sexual, e segundo os dados apresentados na tabela abaixo,
encontra-se uma porcentagem com números muito próximos em todas as situações, tanto em
acolhimento, como outras trajetórias de risco e pernoite.

Tabela 157: Têm filhos na faixa etária de 12 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Tem filhos de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 30 83,3% 90 87,4% 38 84,4% 158 85,9%
Sim 6 16,7% 13 12,6% 7 15,6% 26 14,1%
Respondentes 36 100,0% 103 100,0% 45 100,0% 184 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Na comparação entre os dois sexos a diferença aparece, colocando as pessoas do sexo


feminino a frente, com 25% de incidência, enquanto o sexo oposto aparece com 9,8%.

197
Tabela 158: Tem filhos na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo
Feminino Masculino Total
Tem filhos
Quant. % Quant. % Quant. %
Não 39 75,0% 119 90,2% 158 85,9%
Sim 13 25,0% 13 9,8% 26 14,1%
Respondentes 52 100,0% 132 100,0% 184 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Dos 26 casos, 22 dos filhos de adolescentes estão sob cuidados do pai ou da mãe
biológica, seja no mesmo local onde foi a entrevista, ou separadamente, com o pai ou a mãe da
criança. É possível observar também a situação de um adolescente que está acolhido com seu
filho.

Tabela 159: Com quem estão os seus filhos na faixa etária de 12 a 17 anos, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Com quem estão os seus filhos risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Aqui/Ali comigo 1 16,7% 5 38,5% 3 42,9% 9 34,6%
Com avô/avó 0,0% 1 7,7% 1 14,3% 2 7,7%
Com o pai/mãe 3 50,0% 7 53,8% 3 42,9% 13 50,0%
Com outros parentes 1 16,7% 0,0% 0,0% 1 3,8%
Em uma casa de acolhimento/abrigo/SAICA 1 16,7% 0,0% 0,0% 1 3,8%
Respondentes 6 100,0% 13 100,0% 7 100,0% 26 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Ainda, apenas para os adolescentes, foi feita a pergunta sobre relação sexual forçada,
que aparece muito mais na situação de acolhimento (36,1%). Esse percentual mostra uma
incidência 3,7 vezes maior em relação a outras trajetórias e 8 vezes maior que o pernoite.

Tabela 160: Alguma vez você fez relação sexual forçadamente na faixa etária de 12 a 17 anos, por tipo de
situação
Alguma vez você fez Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total Quant.
relação sexual de risco
forçadamente Quant. % Quant. % Quant. %
Não 23 63,9% 93 90,3% 43 95,6% 159 86,4%
Sim, uma única vez 6 16,7% 7 6,8% 0,0% 13 7,1%
Algumas vezes 7 19,4% 3 2,9% 2 4,4% 12 6,5%
Respondentes 36 100,0% 103 100,0% 45 100,0% 184 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

198
Na observação por sexo, percebe-se que o feminino acaba sendo mais vítima do sexo
forçado do que o sexo masculino. Enquanto no sexo masculino identificou-se 8,3% de relatos
de sexo forçado, entre o sexo feminino foi de 26,9% (3,2 vezes maior).

Tabela 161: Alguma vez você fez relação sexual forçadamente na faixa etária de 12 a 17 anos por sexo
Alguma vez você fez relação sexual Feminino Masculino Total Quant.
forçadamente Quant. % Quant. %
Não 38 73,1% 121 91,7% 159 86,4%
Sim, uma única vez 6 11,5% 7 5,3% 13 7,1%
Algumas vezes 8 15,4% 4 3,0% 12 6,5%
Respondentes 52 100,0% 132 100,0% 184 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Ao final deste bloco de perguntas sobre sexualidade, a entrevista foi na direção de tratar
de questões de saúde e de direitos específicos aos corpos de pessoas do sexo feminino. Para
respondentes que já haviam iniciado sua vida sexual, foi perguntado se estava grávida. A
pesquisa encontrou duas adolescentes grávidas. Sendo que uma está de dois meses e a outra
de três meses. Nenhuma delas está fazendo o pré-natal, e após a criança nascer, pretendem
continuar vindo para rua e trazê-las consigo.

Sobre o acesso ao direito de abortar em decorrência de violência sexual, 8 declararam


precisar recorrer a este direito, delas, 6 afirmaram que não tiveram problemas e 2
manifestaram que tiveram esse direito negado.

Ao questionar, no acolhimento, se as meninas estavam tendo acesso à


anticoncepcionais, preservativos e acompanhamento do seu ciclo menstrual, todas afirmaram
que sim (13 pessoas do sexo feminino).

No caso do momento da menstruação, a pergunta foi feita para todas as idades do sexo
feminino, com a opção de resposta “ainda não menstruei”. Entre aquelas que passaram pela
menarca e estão em acolhimento, a oferta de absorvente é garantida pelas instituições na
maioria dos casos (75%), nos outros dois tipos de situações, são trazidos de casa ou comprados
(mais de 50%).

199
Tabela 162: Como você faz quando menstrua na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Como você faz quando menstrua risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Compro absorventes descartáveis 1 0,0% 15 26,7% 9 32,0% 25 27,8%
Trago absorventes de casa 0,0% 16 35,6% 6 24,0% 22 24,4%
A instituição me dá 15 75,0% 0,0% 0,0% 15 16,7%
Ainda não menstruei 2 10,0% 7 13,3% 2 4,0% 11 12,2%
Peço doação de absorventes descartáveis 0,0% 2 2,2% 6 16,0% 8 8,9%
Recebo doação de ONG's 2 10,0% 1 0,0% 5 0,0% 8 8,9%
Não informado 1 5,0% 3 6,7% 2 8,0% 6 6,7%
Tomo remédio para não menstruar 0,0% 4 8,9% 2 4,0% 6 6,7%
Furto mercados ou farmácias 0,0% 0,0% 1 4,0% 1 1,1%
Improviso com pano e/ou outros materiais 0,0% 0,0% 1 4,0% 1 1,1%
Não vem pra rua trabalhar 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,1%
Pega no Saica 0,0% 0,0% 1 4,0% 1 1,1%
Usa chip 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,1%
Respondentes* 20 - 45 - 25 - 90 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

200
A figura da mãe é a pessoa mais procurada entre as CA de 7 a 17 anos para pedir ajuda
(58,0%), e isso é mais forte entre a situação de outras trajetórias (66,6%).

Tabela 163: Quando você precisa de alguma coisa, em quem você confia e procura para pedir ajuda na faixa
etária de 7 a 17 anos por situação

Quando você precisa de alguma Outras trajetórias


Acolhimento Pernoite Total
coisa, em quem você confia e de risco
procura para pedir ajuda Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe 28 35,0% 231 66,6% 43 45,7% 302 58,0%
Pai 9 11,3% 79 22,8% 19 20,2% 107 20,5%
Irmão/irmã 4 5,0% 60 17,3% 10 10,6% 74 14,2%
Outros familiares 2 2,5% 32 9,2% 5 5,3% 39 7,5%
Ninguém 13 16,3% 14 4,0% 11 11,7% 38 7,3%
Avô/Avó 3 3,8% 27 7,8% 5 5,3% 35 6,7%
Amigos 6 7,5% 14 4,0% 13 13,8% 33 6,3%
Funcionários do SAICA 21 26,3% 0,0% 0,0% 21 4,0%
Adulto sem grau de parentesco 2 2,5% 11 3,2% 5 5,3% 18 3,5%
Namorado(a), companheiro(a)
2 2,5% 2 0,6% 8 8,5% 12 2,3%
ou marido/esposa
Busca conforto na própria fé 1 1,3% 7 2,0% 2 2,1% 10 1,9%
Não respondeu 1 1,3% 2 0,6% 3 3,2% 6 1,2%
ONG 3 3,8% 1 0,3% 0,0% 4 0,8%
Alguém do SEAS 0,0% 1 0,3% 2 2,1% 3 0,6%
Mãe de rua 0,0% 0,0% 3 3,2% 3 0,6%
Funcionários do CAEF/ CAE 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Padrasto 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Alguém do posto de saúde/UBS 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Igreja 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Polícia 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
.

201
4.11 SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Entre os responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos que responderam ao questionário, o


álcool é a droga mais consumida, 58,6% no total, sendo que atinge 75,6% no tipo de
acolhimento. Nesta situação destaca-se também o consumo do cigarro em 55,6% dos casos.

Tabela 164: Utilização de drogas pelos responsáveis por CA’s na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total
Utilização de drogas
Sim % Sim % Sim % Sim %
Álcool 34 75,6% 79 54,5% 16 53,3% 129 58,6%
Maconha 17 37,8% 51 35,2% 11 36,7% 79 35,9%
Cigarro 25 55,6% 74 51,0% 13 43,3% 112 50,9%
Cocaína 11 24,4% 24 16,6% 10 33,3% 45 20,5%
Loló/lança 8 17,8% 24 16,6% 3 10,0% 35 15,9%
Solvente 0,0% 4 2,8% 1 3,3% 5 2,3%
Crack 4 8,9% 6 4,1% 4 13,3% 14 6,4%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

Entre as CASR na faixa etária de 7 a 17 anos, nas duas situações de acolhimento e


pernoite, o percentual de uso de álcool, maconha e cigarro é semelhante, sendo menos
recorrente na situação de outras trajetórias de risco (aproximadamente 20%). A utilização de
cocaína e loló/lança nas situações de acolhimento e de pernoite também se assemelham,
apresentando índices próximos a 20% dos casos.

Tabela 165: Utilização de drogas na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total
Utilização de drogas
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim
Álcool 32 40,0% 83 23,9% 40 42,6% 155 29,8%
Maconha 31 38,8% 65 18,7% 42 44,7% 138 26,5%
Cigarro 32 40,0% 56 16,1% 34 36,2% 122 23,4%
Cocaína 16 20,0% 9 2,6% 16 17,0% 41 7,9%
Loló/lança 21 26,3% 27 7,8% 21 22,3% 69 13,2%
Solvente 6 7,5% 2 0,6% 2 2,1% 10 1,9%
Crack 4 5,0% 0 0,0% 2 2,1% 6 1,2%
Outra droga 14 17,5% 26 7,5% 8 8,5% 48 9,2%
Respondentes* 80 - 347 - 94 - 521 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

202
4.11.1 Responsáveis de 0 a 6 anos

É padrão nos três tipos de situação, o início do consumo de álcool dos responsáveis se
dar na adolescência, a partir dos 12 anos.
Tabela 166: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar álcool, por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Idade que Acolhimento Pernoite Total
risco
usou álcool
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
6 0,0% 2 2,5% 0,0% 2 1,6%
7 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
8 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
9 1 2,9% 1 1,3% 1 6,3% 3 2,3%
10 0,0% 3 3,8% 0,0% 3 2,3%
11 0,0% 2 2,5% 0,0% 2 1,6%
12 2 5,9% 7 8,9% 1 6,3% 10 7,8%
13 2 5,9% 9 11,4% 1 6,3% 12 9,3%
14 4 11,8% 5 6,3% 4 25,0% 13 10,1%
15 3 8,8% 14 17,7% 3 18,8% 20 15,5%
16 4 11,8% 6 7,6% 4 25,0% 14 10,9%
17 11 32,4% 8 10,1% 0,0% 19 14,7%
18 2 5,9% 9 11,4% 2 12,5% 13 10,1%
19 2 5,9% 2 2,5% 0,0% 4 3,1%
20 2 5,9% 2 2,5% 0,0% 4 3,1%
21 0,0% 2 2,5% 0,0% 2 1,6%
23 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
24 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
28 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
29 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
30 1 2,9% 0,0% 0,0% 1 0,8%
40 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,8%
Respondentes 34 100,0% 79 100,0% 16 100,0% 129 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

Com relação à frequência do uso de álcool entre os que estavam em acolhimento,


identificamos o consumo de algumas vezes por mês em 35,3% dos respondentes, algumas vezes
na semana em 32,4%, 29,4% apontaram ter provado, mas sem que façam o uso, e 2,9% fazem
uso diário e mais de uma vez por dia. Na situação de outras trajetórias de risco, 32,9%
apontaram ter experimentado e não fazem mais uso, 30,4% apontaram utilizar algumas vezes
por semana e 22,8% utilizam algumas vezes no mês. Nesta mesma situação, em relação ao uso
diário, encontramos 8,9% que fazem o consumo várias vezes ao dia e 5,1% utilizam apenas uma
vez ao dia. Na situação de pernoite, o uso diário de apenas uma vez é apontado em 31,3% dos

203
respondentes, enquanto 25% apontaram fazer uso algumas vezes na semana, outros 25%
apontaram ter apenas provado e 18,8% utilizam algumas vezes por mês.

Tabela 167: Frequência do uso de álcool pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência de uso - álcool de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 1 2,9% 7 8,9% 0,0% 8 6,2%
Todos os dias, mas uma vez 0,0% 4 5,1% 5 31,3% 9 7,0%
Algumas vezes na semana 11 32,4% 24 30,4% 4 25,0% 39 30,2%
Algumas vezes no mês 12 35,3% 18 22,8% 3 18,8% 33 25,6%
Só provei, não uso mais 10 29,4% 26 32,9% 4 25,0% 40 31,0%
Respondentes 34 100,0% 79 100,0% 16 100,0% 129 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Percebe-se que o primeiro uso da maconha segue o mesmo padrão do álcool, cujo início
se deu na adolescência, com os maiores percentuais observados entre 12 e 17 anos, sendo
apontado em 29,4% na faixa etária de 14 a 17 anos na situação de acolhimento, 27,5% na faixa
de 13 anos em outras trajetórias de risco e 27,3% de adolescentes de 12 a 14 anos em situação
de pernoite.

Tabela 168: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar maconha por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Idade que Acolhimento Pernoite Total
risco
usou maconha
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
8 0,0% 0,0% 1 9,1% 1 1,3%
9 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,3%
10 1 5,9% 1 2,0% 0,0% 2 2,5%
11 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,3%
12 0,0% 4 7,8% 3 27,3% 7 8,9%
13 2 11,8% 14 27,5% 0,0% 16 20,3%
14 5 29,4% 2 3,9% 3 27,3% 10 12,7%
15 2 11,8% 7 13,7% 0,0% 9 11,4%
16 0,0% 5 9,8% 1 9,1% 6 7,6%
17 5 29,4% 5 9,8% 0,0% 10 12,7%
18 0,0% 5 9,8% 2 18,2% 7 8,9%
19 0,0% 3 5,9% 0,0% 3 3,8%
20 1 5,9% 0,0% 0,0% 1 1,3%
21 1 5,9% 0,0% 0,0% 1 1,3%
24 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,3%
28 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,3%
29 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,3%
30 0,0% 0,0% 1 9,1% 1 1,3%
Respondentes 17 100,0% 51 100,0% 11 100,0% 79 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

204
No que concerne à frequência do uso, 29,4% dos responsáveis em acolhimento
relataram usar todos os dias e várias vezes ao dia. Já nas situações outras trajetórias de risco e
pernoite, utilizam todos os dias e várias vezes ao dia, respectivamente 23,5% e 36,4%.
Referindo-se aos respondentes que narram ter apenas provado a substância, mas que não a
utilizam mais, temos: 41,2% (acolhimento), 51,0% (outras trajetórias de risco) e 27,3%
(pernoite).

Tabela 169: Frequência do uso de maconha pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência de uso - maconha de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 5 29,4% 12 23,5% 4 36,4% 21 26,6%
Todos os dias, mas uma vez 0,0% 5 9,8% 1 9,1% 6 7,6%
Algumas vezes na semana 2 11,8% 6 11,8% 3 27,3% 11 13,9%
Algumas vezes no mês 3 17,6% 2 3,9% 0,0% 5 6,3%
Só provei, não uso mais 7 41,2% 26 51,0% 3 27,3% 36 45,6%
Respondentes 17 100,0% 51 100,0% 11 100,0% 79 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Verificou-se que o primeiro uso do cigarro ocorreu mais cedo, na situação outras
trajetórias de risco o consumo iniciou-se aos 7 anos de idade em 5,4% dos respondentes.

205
A concentração, no geral, está presente entre 12 e 15 anos, sendo 24% com 13 anos dos
respondentes em situação de acolhimento, 17,6% entre 12 e 15 anos dos respondentes em
outras trajetórias de risco e 46,2% na faixa de 14 anos para os respondentes em situação de
pernoite.

Tabela 170: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar cigarro por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Idade que Acolhimento Pernoite Total
risco
usou Cigarro
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
7 0,0% 4 5,4% 0,0% 4 3,6%
9 0,0% 2 2,7% 0,0% 2 1,8%
10 1 4,0% 5 6,8% 1 7,7% 7 6,3%
11 1 4,0% 2 2,7% 0,0% 3 2,7%
12 1 4,0% 13 17,6% 4 30,8% 18 16,1%
13 6 24,0% 9 12,2% 0,0% 15 13,4%
14 1 4,0% 8 10,8% 6 46,2% 15 13,4%
15 5 20,0% 13 17,6% 1 7,7% 19 17,0%
16 1 4,0% 3 4,1% 0,0% 4 3,6%
17 4 16,0% 3 4,1% 0,0% 7 6,3%
18 1 4,0% 4 5,4% 0,0% 5 4,5%
19 1 4,0% 1 1,4% 0,0% 2 1,8%
20 1 4,0% 2 2,7% 0,0% 3 2,7%
21 0,0% 1 1,4% 0,0% 1 0,9%
23 1 4,0% 1 1,4% 0,0% 2 1,8%
24 0,0% 1 1,4% 0,0% 1 0,9%
25 0,0% 1 1,4% 1 7,7% 2 1,8%
29 0,0% 1 1,4% 0,0% 1 0,9%
30 1 4,0% 0,0% 0,0% 1 0,9%
Respondentes 25 100,0% 74 100,0% 13 100,0% 112 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com
os pais ou responsável

A frequência do uso diário, várias vezes ao dia, está presente em aproximadamente


64,3% dos responsáveis de 0 a 6 anos, em todas as situações.

Tabela 171: Frequência do uso de cigarro pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência do uso de Cigarro de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 14 56,0% 50 67,6% 8 61,5% 72 64,3%
Todos os dias, mas uma vez 2 8,0% 3 4,1% 3 23,1% 8 7,1%
Algumas vezes na semana 2 8,0% 3 4,1% 0,0% 5 4,5%
Algumas vezes no mês 2 8,0% 0,0% 1 7,7% 3 2,7%
Só provei, não uso mais 5 20,0% 18 24,3% 1 7,7% 24 21,4%
Respondentes 25 100,0% 74 100,0% 13 100,0% 112 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

206
As citações são pequenas para conclusões precisas, porém na situação em que os
responsáveis estavam em acolhimento, 27,3% apontaram ter feito o primeiro uso de cocaína com
17 anos, 20,8% entre 13 e 17 anos em outras trajetórias de risco e 30% entre 17 e 18 anos em
situação de pernoite. Entre os respondentes, apenas um apontou ter feito o primeiro uso após
os 30 anos (em acolhimento) e outro após os 40 anos (em situação de pernoite). Em análise geral,
o primeiro consumo tem início aos 13 anos, tendo sido apontado, apenas uma vez, sobre o
primeiro consumo aos 10 anos.

Tabela 172: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar cocaína por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
Cocaína
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
10 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
12 0,0% 0,0% 1 10,0% 1 2,2%
13 1 9,1% 5 20,8% 0,0% 6 13,3%
14 0,0% 2 8,3% 1 10,0% 3 6,7%
15 2 18,2% 1 4,2% 1 10,0% 4 8,9%
17 3 27,3% 5 20,8% 3 30,0% 11 24,4%
18 1 9,1% 4 16,7% 3 30,0% 8 17,8%
20 1 9,1% 0,0% 0,0% 1 2,2%
21 2 18,2% 1 4,2% 0,0% 3 6,7%
22 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
24 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
25 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
28 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
30 1 9,1% 1 4,2% 0,0% 2 4,4%
46 0,0% 0,0% 1 10,0% 1 2,2%
Respondentes 11 100,0% 24 100,0% 10 100,0% 45 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A cocaína foi provada apenas uma vez por 54,5% dos respondentes da situação em
acolhimento, 75% em outras trajetórias e 30% em pernoite. O uso regular e semanal está
presente em 27,3% dos responsáveis em situação de acolhimento, 4,2% em outras trajetórias
de risco e 50% em situação de pernoite. Já o uso regular mensal é apontado por 18,2% dos
responsáveis em acolhimento, 16,7% em outras trajetórias de risco e 20% em situação de
pernoite. Fica evidente que, para os responsáveis que estão em situação de alta complexidade,
o uso de substâncias é mais frequente em comparação aos que estão em vulnerabilidade e

207
utilizando-se das ruas para sobreviver, mesmo que ainda mantenham algum vínculo social e
familiar.

Tabela 173: Frequência do uso de cocaína pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência de uso - Cocaína de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,2%
Algumas vezes na semana 3 27,3% 1 4,2% 5 50,0% 9 20,0%
Algumas vezes no mês 2 18,2% 4 16,7% 2 20,0% 8 17,8%
Só provei, não uso mais 6 54,5% 18 75,0% 3 30,0% 27 60,0%
Respondentes 11 100,0% 24 100,0% 10 100,0% 45 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O quantitativo de responsáveis por crianças de 0 a 6 anos que usam loló/lança é


pequeno para trazer considerações sobre os três tipos de situações. Há uma tendência sobre o
primeiro consumo a partir dos 11 anos. Para os responsáveis em acolhimento, encontramos
37,5% que fizeram o primeiro uso aos 17 anos, enquanto 12,5% entre 13 e 15 anos. Em outras
trajetórias de risco, encontramos 25% que utilizaram aos 13 e 17 anos e 16,7% com 15 anos.
Em situação de pernoite, 66,7% utilizaram pela primeira vez aos 18 anos.

Tabela 174: Idade que o respondente da faixa etária de 0 a 6 anos ingeriu loló/lança pela primeira vez, por tipo
de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
loló/lança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
11 0,0% 1 4,2% 0,0% 1 2,9%
12 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
13 1 12,5% 6 25,0% 0,0% 7 20,0%
14 0,0% 3 12,5% 0,0% 3 8,6%
15 1 12,5% 4 16,7% 0,0% 5 14,3%
16 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
17 3 37,5% 6 25,0% 0,0% 9 25,7%
18 0,0% 0,0% 2 66,7% 2 5,7%
21 2 25,0% 0,0% 0,0% 2 5,7%
35 1 12,5% 0,0% 1 33,3% 2 5,7%
Respondentes 8 100,0% 24 100,0% 3 100,0% 35 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

208
É importante salientar que o consumo desta droga é baixo em comparação aos que
provaram e não fazem mais uso: 87,5% em situação de acolhimento e em outras trajetórias de
risco, 66,7% em situação de pernoite, e 85,7% dos respondentes não fazem uso da substância.

Tabela 175: Frequência do uso de loló/lança pelos respondentes na faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência de uso - loló/lança de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Algumas vezes na semana 1 12,5% 1 4,2% 1 33,3% 3 8,6%
Algumas vezes no mês 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
Só provei, não uso mais 7 87,5% 21 87,5% 2 66,7% 30 85,7%
Respondentes 8 100,0% 24 100,0% 3 100,0% 35 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A respeito do solvente, apenas 5 respondentes declararam utilizar. Por este motivo, os


dados não são apresentados por tipo de situação, tampouco os dados totais podem ser
considerados como tendência. A seguir são apresentados, apenas a título de observação.

Tabela 176: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar solvente
Total
Idade que usou solvente
Quant. %
11 1 20,0%
13 3 60,0%
18 1 20,0%
Respondentes 5 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tabela 177: Frequência do uso de solvente pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos
Total
Frequência de uso - solvente
Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 1 20,0%
Algumas vezes na semana 1 20,0%
Só provei, não uso mais 3 60,0%
Respondentes 5 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

209
Dez respondentes declararam que utilizaram crack, por este motivo, os dados não são
apresentados por tipo de situação e nem os dados totais podem ser considerados como
tendência. A seguir são apresentados apenas a título de observação.

Tabela 178: Idade que os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos começaram a usar crack
Idade que usou crack Total %
14 1 7,1%
15 1 7,1%
16 1 7,1%
18 4 28,6%
20 2 14,3%
21 1 7,1%
22 1 7,1%
24 1 7,1%
30 1 7,1%
46 1 7,1%
Respondentes 14 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tabela 179: Frequência do uso de crack pelos respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos
Frequência de uso - crack Total %
Todos os dias e várias vezes no dia 2 14,3%
Algumas vezes na semana 1 7,1%
Algumas vezes no mês 1 7,1%
Só provei, não uso mais 10 71,4%
Respondentes 14 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

210
4.11.2 CAs de 7 a 17 anos

Acerca das CAs de 7 a 17 anos, o consumo do álcool iniciou, principalmente, dos 10 aos
14 anos. Neste intervalo, mais de 70% dos respondentes experimentaram álcool.

Tabela 180: Idade que ingeriu álcool pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
álcool
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
0 0,0% 2 2,4% 0,0% 2 1,3%
4 1 3,1% 0,0% 0,0% 1 0,6%
5 0,0% 0,0% 1 2,5% 1 0,6%
6 0,0% 2 2,4% 0,0% 2 1,3%
7 1 3,1% 0,0% 1 2,5% 2 1,3%
8 2 6,3% 4 4,8% 2 5,0% 8 5,2%
9 0,0% 5 6,0% 1 2,5% 6 3,9%
10 4 12,5% 8 9,6% 8 20,0% 20 12,9%
11 4 12,5% 9 10,8% 8 20,0% 21 13,5%
12 4 12,5% 20 24,1% 6 15,0% 30 19,4%
13 6 18,8% 12 14,5% 3 7,5% 21 13,5%
14 5 15,6% 11 13,3% 3 7,5% 19 12,3%
15 4 12,5% 6 7,2% 5 12,5% 15 9,7%
16 0,0% 2 2,4% 1 2,5% 3 1,9%
17 1 3,1% 2 2,4% 1 2,5% 4 2,6%
Respondentes 32 100,0% 83 100,0% 40 100,0% 155 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Apesar de muitas crianças e adolescentes terem provado o álcool, a droga está presente
diariamente na vida de aproximadamente 10%. Distribuindo-se praticamente com o mesmo
comportamento entre as situações.

Tabela 181: Frequência do uso de álcool na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência de uso - álcool de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 2 6,3% 1 1,2% 5 12,5% 8 5,2%
Todos os dias, mas uma vez 2 6,3% 3 3,6% 3 7,5% 8 5,2%
Algumas vezes na semana 9 28,1% 29 34,9% 11 27,5% 49 31,6%
Algumas vezes no mês 11 34,4% 24 28,9% 12 30,0% 47 30,3%
Só provei, não uso mais 8 25,0% 26 31,3% 9 22,5% 43 27,7%
Respondentes 32 100,0% 83 100,0% 40 100,0% 155 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

211
O primeiro uso de maconha aparece entre os 10 e 14 anos em 70% dos entrevistados,
sendo 16,1% com idade de 12 anos em acolhimento, 16,9% entre 11 e 12 anos em outras
trajetórias de risco e 16,7% com idade de 10 anos em situação de pernoite.

Tabela 182: Idade que ingeriu maconha pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
maconha
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
6 0,0% 0,0% 1 2,4% 1 0,7%
7 1 3,2% 0,0% 2 4,8% 3 2,2%
8 4 12,9% 2 3,1% 2 4,8% 8 5,8%
9 3 9,7% 5 7,7% 2 4,8% 10 7,2%
10 3 9,7% 7 10,8% 7 16,7% 17 12,3%
11 4 12,9% 11 16,9% 8 19,0% 23 16,7%
12 5 16,1% 11 16,9% 10 23,8% 26 18,8%
13 3 9,7% 14 21,5% 2 4,8% 19 13,8%
14 4 12,9% 7 10,8% 4 9,5% 15 10,9%
15 3 9,7% 4 6,2% 3 7,1% 10 7,2%
16 0,0% 3 4,6% 0,0% 3 2,2%
17 1 3,2% 1 1,5% 1 2,4% 3 2,2%
Respondentes 31 100,0% 65 100,0% 42 100,0% 138 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O uso da maconha é predominante no cotidiano das CAs na situação de pernoite, 50%


dos entrevistados afirmaram utilizar todos os dias, várias vezes ao dia.

Tabela 183: Frequência do uso de maconha na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência do uso de maconha de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 9 29,0% 27 41,5% 21 50,0% 57 41,3%
Todos os dias, mas uma vez 5 16,1% 11 16,9% 6 14,3% 22 15,9%
Algumas vezes na semana 10 32,3% 8 12,3% 6 14,3% 24 17,4%
Algumas vezes no mês 2 6,5% 3 4,6% 1 2,4% 6 4,3%
Só provei, não uso mais 5 16,1% 16 24,6% 8 19,0% 29 21,0%
Respondentes 31 100,0% 65 100,0% 42 100,0% 138 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

212
Nos três tipos de situações (acolhimento, outras trajetórias de risco e pernoite) fica
evidente a repetição de início do uso de cigarro, na faixa etária de 10 a 13 anos (representando
quase 60% dos entrevistados).

Tabela 184: Idade que provou cigarro pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
Cigarro
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
1 1 3,1% 1 1,8% 0,0% 2 1,6%
2 0,0% 0,0% 1 2,9% 1 0,8%
4 0,0% 1 1,8% 0,0% 1 0,8%
5 1 3,1% 0,0% 0,0% 1 0,8%
6 0,0% 1 1,8% 1 2,9% 2 1,6%
7 0,0% 3 5,4% 2 5,9% 5 4,1%
8 2 6,3% 1 1,8% 1 2,9% 4 3,3%
9 1 3,1% 4 7,1% 4 11,8% 9 7,4%
10 7 21,9% 7 12,5% 2 5,9% 16 13,1%
11 3 9,4% 3 5,4% 8 23,5% 14 11,5%
12 7 21,9% 10 17,9% 9 26,5% 26 21,3%
13 4 12,5% 10 17,9% 2 5,9% 16 13,1%
14 2 6,3% 5 8,9% 1 2,9% 8 6,6%
15 2 6,3% 6 10,7% 2 5,9% 10 8,2%
16 0,0% 3 5,4% 0,0% 3 2,5%
17 2 6,3% 1 1,8% 1 2,9% 4 3,3%
Respondentes 32 100,0% 56 100,0% 34 100,0% 122 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Apesar de todas as situações apresentarem altos índices de uso de cigarro diariamente


e várias vezes ao dia, novamente a situação do pernoite chama a atenção, com a presença do
cigarro em 70,6% das CAs que utilizam essa substância.

Tabela 185: Frequência do uso de cigarro na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência do uso de Cigarro de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 13 40,6% 28 50,0% 24 70,6% 65 53,3%
Todos os dias, mas uma vez 7 21,9% 2 3,6% 7 20,6% 16 13,1%
Algumas vezes na semana 2 6,3% 6 10,7% 2 5,9% 10 8,2%
Algumas vezes no mês 1 3,1% 4 7,1% 0,0% 5 4,1%
Só provei, não uso mais 9 28,1% 16 28,6% 1 2,9% 26 21,3%
Respondentes 32 100,0% 56 100,0% 34 100,0% 122 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

213
Notamos, a partir dos dados coletados, que 56,1% dos entrevistados iniciaram o uso da
cocaína dos 11 aos 13 anos de idade, representando 25% de CAs entre 12 e 13 anos em
acolhimento, 22,2% entre 13 e 16 anos em outras trajetórias de risco e 31,3% em situação de
pernoite. Importante observar que o percentual é calculado em relação ao total de CAs que
utilizam a substância referida.

Tabela 186: Idade que ingeriu cocaína pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
Cocaína
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
9 0,0% 1 11,1% 1 6,3% 2 4,9%
10 1 6,3% 1 11,1% 1 6,3% 3 7,3%
11 2 12,5% 1 11,1% 2 12,5% 5 12,2%
12 4 25,0% 0,0% 3 18,8% 7 17,1%
13 4 25,0% 2 22,2% 5 31,3% 11 26,8%
14 2 12,5% 1 11,1% 0,0% 3 7,3%
15 2 12,5% 1 11,1% 3 18,8% 6 14,6%
16 0,0% 2 22,2% 0,0% 2 4,9%
17 1 6,3% 0,0% 1 6,3% 2 4,9%
Respondentes 16 100,0% 9 100,0% 16 100,0% 41 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Os tipos de situação de acolhimento e pernoite apresentam comportamentos com a


mesma tendência, ou seja, ter o percentual de CAs que apenas provaram a cocaína entre 43%
e 56%. Já aqueles que estão em outras trajetórias de risco apontou para 100% das CAs que
utilizaram cocaína terem afirmado só provar a substância e não utilizar mais.

Tabela 187: Frequência do uso de cocaína na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência do uso de Cocaína de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 3 18,8% 0,0% 2 12,5% 5 12,2%
Todos os dias, mas uma vez 0,0% 0,0% 3 18,8% 3 7,3%
Algumas vezes na semana 2 12,5% 0,0% 3 18,8% 5 12,2%
Algumas vezes no mês 2 12,5% 0,0% 1 6,3% 3 7,3%
Só provei, não uso mais 9 56,3% 9 100,0% 7 43,8% 25 61,0%
Respondentes 16 100,0% 9 100,0% 16 100,0% 41 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

214
Em quase 70% dos casos, o início do uso de loló/lança ocorreu na faixa etária de 12 a 15
anos. Entretanto, em todos os tipos de situações, existem índices menores de início do uso mais
cedo.

Tabela 188: Idade que ingeriu loló/lança pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
loló/lança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
8 0,0% 1 3,7% 0,0% 1 1,4%
9 0,0% 2 7,4% 1 4,8% 3 4,3%
10 3 14,3% 1 3,7% 0,0% 4 5,8%
11 1 4,8% 1 3,7% 4 19,0% 6 8,7%
12 2 9,5% 3 11,1% 4 19,0% 9 13,0%
13 4 19,0% 5 18,5% 4 19,0% 13 18,8%
14 6 28,6% 6 22,2% 4 19,0% 16 23,2%
15 2 9,5% 6 22,2% 2 9,5% 10 14,5%
16 2 9,5% 1 3,7% 1 4,8% 4 5,8%
17 1 4,8% 1 3,7% 1 4,8% 3 4,3%
Respondentes 21 100,0% 27 100,0% 21 100,0% 69 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Os três tipos de situações apresentam tendência de frequência parecida, ou seja, pouco


consumo diário e consumo espaçado mais altos. Ou ainda, uma concentração na resposta de
que só provou a substância, como ocorreu com 81,5% das CAs que estão em outras trajetórias
de risco.

Tabela 189: Frequência do uso de loló/lança na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência do uso de loló/lança de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 0,0% 1 3,7% 1 4,8% 2 2,9%
Todos os dias, mas uma vez 1 4,8% 0,0% 1 4,8% 2 2,9%
Algumas vezes na semana 3 14,3% 3 11,1% 4 19,0% 10 14,5%
Algumas vezes no mês 5 23,8% 1 3,7% 6 28,6% 12 17,4%
Só provei, não uso mais 12 57,1% 22 81,5% 9 42,9% 43 62,3%
Respondentes 21 100,0% 27 100,0% 21 100,0% 69 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

215
Apenas 10 respondentes declararam que utilizaram/utilizam solvente, por este motivo
os dados não são apresentados por situação, tampouco os dados totais podem ser considerados
como tendência. A seguir são apresentados apenas a título de observação.

Tabela 190: Idade que ingeriu solvente pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos
Idade que usou solvente Quant. %
8 1 10,0%
10 1 10,0%
12 1 10,0%
13 4 40,0%
14 2 20,0%
15 1 10,0%
Respondentes 10 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tabela 191: Frequência do uso de solvente na faixa etária de 7 a 17 anos


Frequência do uso de solvente Quant. %
Algumas vezes na semana 1 10,0%
Algumas vezes no mês 1 10,0%
Só provei, não uso mais 8 80,0%
Respondentes 10 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Seis respondentes declararam que utilizaram crack, por este motivo os dados não são
apresentados por situação e os dados totais podem ser considerados como tendência. A seguir
são apresentados apenas a título de observação.

Tabela 192: Idade que ingeriu crack pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos
Idade que usou crack Quant. %
10 2 33,3%
12 1 16,7%
14 1 16,7%
16 1 16,7%
17 1 16,7%
Respondentes 6 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tabela 193: Frequência do uso de crack na faixa etária de 7 a 17 anos


Frequência de uso Quant. %
Só provei, não uso mais 5 83,3%
Todos os dias, mas uma vez 1 16,7%
Respondentes 6 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

216
Novamente a tendência de começar a usar outras drogas é na adolescência, entre 12 e
17 anos.
Tabela 194: Idade que usou outras drogas pela primeira vez na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias de
Idade que usou Acolhimento Pernoite Total
risco
outras drogas
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
0 0,0% 1 3,8% 0,0% 1 2,1%
8 0,0% 2 7,7% 0,0% 2 4,2%
9 0,0% 1 3,8% 0,0% 1 2,1%
10 1 7,1% 3 11,5% 0,0% 4 8,3%
11 2 14,3% 1 3,8% 0,0% 3 6,3%
12 2 14,3% 5 19,2% 4 50,0% 11 22,9%
13 1 7,1% 3 11,5% 0,0% 4 8,3%
14 2 14,3% 4 15,4% 1 12,5% 7 14,6%
15 1 7,1% 4 15,4% 1 12,5% 6 12,5%
16 2 14,3% 2 7,7% 0,0% 4 8,3%
17 3 21,4% 0,0% 2 25,0% 5 10,4%
Respondentes 14 100,0% 26 100,0% 8 100,0% 48 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Nos três tipos de situações, observa-se a mesma tendência de comportamento de


frequência de uso de outras drogas, em que poucos ou nenhuma CA utiliza diariamente.

O maior percentual está no grupo que só provou, mas nunca mais utilizou (totalizando
50% dos casos).

Tabela 195: Frequência do uso de outras drogas na faixa etária de 7 a 17 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Frequência do uso de outras Acolhimento Pernoite Total
de risco
drogas
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Todos os dias e várias vezes no dia 0,0% 3 11,5% 0,0% 3 6,3%
Todos os dias, mas uma vez 1 7,1% 2 7,7% 0,0% 3 6,3%
Algumas vezes na semana 3 21,4% 5 19,2% 3 37,5% 11 22,9%
Algumas vezes no mês 2 14,3% 5 19,2% 0,0% 7 14,6%
Só provei, não uso mais 8 57,1% 11 42,3% 5 62,5% 24 50,0%
Respondentes 14 100,0% 26 100,0% 8 100,0% 48 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O consumo majoritário de álcool, tabaco e maconha se repetiu tanto na vida dos


responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos, quanto pelas CAs de 7 a 17 anos. Os dados obtidos
refutam um dos grandes mitos da nossa sociedade: que a maior parte das pessoas em situação
de rua faz uso de crack. Tal associação se dá por conta da produção social do usuário de crack,

217
vinculando-o a figura de monstro anormal e perigoso, digno de medo e nojo, sendo a rua
habitada por ele ou, no máximo, por variações dele - usuários de cocaína, drogas injetáveis
(PETUCO, 2012).

As pessoas são heterogêneas e estão em situação de rua por múltiplos fatores, dentre
eles, porque sofriam violências em casa, identidade de gênero e orientação sexual e,
principalmente, pela questão de geração de renda, entre outros. Sendo assim, evidenciar dados
que contrariam o ideário social neoliberal é impreterível, para que se caminhe no sentido da
quebra de estigmas relacionados a essa população.

Outro avanço esperado é com relação ao cuidado voltado àqueles que fazem uso de
álcool e outras drogas, eliminando a lógica manicomial de internação involuntária e
compulsória e extinguindo o encarceramento em massa. Pôr em prática a política de redução
de danos (RD) é o mais efetivo, já que “é uma prática não prescritiva, singular e só pode ser
pensada a partir da criação de vínculos e da compreensão do contexto de vida de cada um”
(MARTINS, p. 49, 2021).

Uma experiência bem-sucedida de Redução de Danos (RD) que ocorreu em São Paulo
foi o Programa De Braços Abertos, política pública intersecretarial inédita que levava em
consideração o sujeito em sua integralidade, “retirando o foco da droga e assegurando um
pacote de direitos, que inclui moradia, alimentação, trabalho e saúde” (TEIXEIRA et al., p. 02,
2018). A Prefeitura da cidade de São Paulo garantiu um modelo de cuidado com base
comunitária e territorial, transgredindo o olhar pautado na doença e isolamento. Indicadores
significativos ratificam a efetividade do programa, 87,90% dos usuários de crack reduziram o
uso e 84,38% reduziram o uso de outras drogas (TEIXEIRA et al., 2018).

MARTINS (2021) ressalta a necessidade de produzir diariamente espaços mais abertos


aos encontros, apostando nos afetos, na entrega e disponibilidade dos profissionais que estão
no front. É escutar antes, para só depois pensar o que e como fazer, subvertendo protocolos
institucionais que coloquem as burocracias e metas acima do vínculo e da construção coletiva.
Entretanto, para isso, se faz urgente que as políticas públicas sejam construídas com base nessa
aposta de qualificar a escuta e a intervenção, levando em consideração também esse
trabalhador da ponta, que é atravessado diretamente pelo campo e, muitas vezes, não tem
espaços de interlocução e formação continuada.

218
As drogas acabam por ocupar um espaço na vida das crianças e adolescentes, quando
estas têm seus cotidianos marcados por violações de direitos. A falta de acesso - ou acesso
precário - à moradia, educação, saúde, assistência social são fatores preponderantes para que
a droga passe a ter um lugar de protagonismo na vida destes sujeitos. Esse é o olhar que a RD
enfatiza, levando em conta as múltiplas necessidades e particularidades de cada um, sempre os
colocando à frente da substância psicoativa (seja ela qual for).

Frisamos que qualquer droga é considerada ilícita para CAs - mesmo aquelas
regulamentadas e descriminalizadas, como álcool e cigarro -, assim como estabelece o ECA
(BRASIL, 1990, Art. 81):

“É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I - Armas, munições E explosivos;
II - Bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica ainda que por utilização indevida;
IV - Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu
reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
em caso de utilização indevida;
V - revistas E publicações a que alude o art. 78;
VI - Bilhetes lotéricos e equivalentes”.

219
4.12 VIOLÊNCIAS SOFRIDAS

4.12.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Com relação às violências sofridas, no questionário aplicado com os pais ou


responsáveis, esse tema foi abordado na perspectiva do respondente, pois um dos objetivos é
também conhecer a trajetória de vida da pessoa responsável pela criança de 0 a 6 anos.

Neste sentido, os responsáveis que estavam em situação de acolhimento foram os que


tiveram maiores percentuais de violência, de modo que tanto a violência por preconceito
quanto violência psicológica ou por roubo foram sofridas por aproximadamente 50% dos
respondentes acolhidos. Nos respondentes que estavam em outras trajetórias de risco, a maior
violação refere-se à violência psicológica (40,7%), para aqueles que pernoitam o recolhimento
dos pertences foi o mais citado, representando 40,0% dos responsáveis desta situação.

Tabela 196: Respondentes na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Sofreu Violência
risco
Sim % Sim % Sim % Sim %
Violência psicológica: Ameaças, insultos
23 51,1% 59 40,7% 9 30,0% 91 41,4%
etc.
Violência física: surra, apanhou etc. 18 40,0% 44 30,3% 9 30,0% 71 32,3%
Violência sexual 8 17,8% 15 10,3% 4 13,3% 27 12,3%
Ação de aliciadores 4 8,9% 16 11,0% 4 13,3% 24 10,9%
Foi vítima de preconceito? (racismo,
23 51,1% 58 40,0% 11 36,7% 92 41,8%
xenofobia, misoginia ou LGBTfobia)
Já roubaram ou furtaram algo de você 21 46,7% 52 35,9% 7 23,3% 80 36,4%
Já recolheram seus pertences / Já te
13 28,9% 30 20,7% 12 40,0% 55 25,0%
obrigaram a mudar de local
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Também de forma resumida, a Tabela 195 traz os agressores mais citados pelas vítimas
das violências. Este resumo dá apenas um cenário macro do tipo de agressor por situação do
acolhimento, para análise do perfil do agressor, deve-se levar em consideração o tipo de
violência.

220
Os respondentes da faixa etária de 0 a 6 anos citaram ao total 644 tipos de agressores.
No acolhimento, 24,6% dos entrevistados informaram que já foram vítimas de algum tipo de
violência por transeuntes. Este mesmo agressor é citado de forma mais frequente ainda na
situação de outras trajetórias de riscos (34,9%). O agressor “outra pessoa conhecida” é mais
incidente entre a situação de acolhimento. Na situação de pernoite, 15,7% dos entrevistados
citaram a zeladoria urbana como agressora desta situação.

Tabela 197: Agressores mais citados entre os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Agressores mais citados
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 45 24,6% 130 34,9% 21 23,6% 196 30,4%
Outra pessoa conhecida 29 15,8% 33 8,9% 8 9,0% 70 10,9%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 11 6,0% 35 9,4% 10 11,2% 56 8,7%
Companheiro(a) 17 9,3% 35 9,4% 3 3,4% 55 8,5%
Outras pessoas e outros grupos em situação
18 9,8% 32 8,6% 5 5,6% 55 8,5%
de rua
Polícia Militar (PM) 8 4,4% 34 9,1% 9 10,1% 51 7,9%
Zeladoria urbana 7 3,8% 22 5,9% 14 15,7% 43 6,7%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 6 3,3% 14 3,8% 4 4,5% 24 3,7%
Outro familiar 11 6,0% 11 3,0% 0 0,0% 22 3,4%
Segurança de metrô 5 2,7% 10 2,7% 3 3,4% 18 2,8%
Outros 26 14,2% 16 4,3% 12 13,5% 54 8,4%
Total de citações* 183 100,0% 372 100,0% 89 100,0% 644 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
Nota (*) Dentre as violências sofridas, foram citados 644 agressores.

O local mais citado por todos no qual ocorrem as violências é a rua (68,9%), em mais de
80% das citações para o pernoite e em mais de 53,4% no acolhimento.

Tabela 198: Locais mais citados entre os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Locais mais citados de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 70 56,9% 205 70,7% 49 86,0% 324 68,9%
Em casa 34 27,6% 74 25,5% 8 14,0% 116 24,7%
Na instituição de acolhimento 15 12,2% 0 0,0% 0 0,0% 15 3,2%
Na escola 4 3,2% 11 3,8% 0 0,00% 15 3,2%
Outros 0 0,0% 0 0,0% 0 0,00% 0 0,0%
Total Geral 123 100,0% 290 100,0% 57 100,0% 470 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

221
4.12.2 Sobre os locais e agressores dos responsáveis das crianças de 0 a 6 anos

Começando pela violência psicológica, o local de ocorrência mais citado em cada tipo de
situação:

● No acolhimento, três são os principais lugares: na rua (39,1%), em casa (43,5%) e na


instituição de acolhimento (30,4%);

● Em outras trajetórias, a rua apresenta 76,3% do local onde ocorre a violência;

● No pernoite, todas as vítimas sofreram a violência na rua (100%) e algumas também


sofreram violência em casa (11,1%)

Tabela 199: Local que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência psicológica, por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Ameaças, insultos, gritos (Violência Acolhimento Pernoite Total
risco
psicológica)
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 9 39,1% 45 76,3% 9 100,0% 63 69,2%
Em casa 10 43,5% 16 27,1% 1 11,1% 27 29,7%
Na instituição de acolhimento 7 30,4% 0 0,0% 0 0,0% 7 7,7%
Na escola 1 4,3% 2 3,4% 0 0,0% 3 3,3%
Outro 0 0,0% 1 1,7% 1 11,1% 2 2,2%
Respondentes* 23 - 59 - 9 - 91 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

Na violência psicológica, o agressor mais citado em cada tipo de situação:

● No acolhimento são vários, sendo os principais: transeunte (39,1%), outra pessoa


conhecida (30,4%), outras pessoas ou grupos em SR (26,1%), companheiro (21,7%).

● Em outras trajetórias e no pernoite existe uma concentração do agressor ser um


transeunte (61,0%) e (44,4%), respectivamente.

222
Tabela 200: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência psicológica, por tipo de
situação
Outras trajetórias
Ameaças, insultos, gritos Acolhimento Pernoite Total
de risco
(Violência psicológica)
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 9 39,1% 36 61,0% 4 44,4% 49 53,8%
Companheiro(a) 5 21,7% 11 18,6% 1 11,1% 17 18,7%
Outras pessoas e outros grupos em
situação de rua 6 26,1% 7 11,9% 0 0,0% 13 14,3%
Polícia Militar (PM) 3 13,0% 8 13,6% 2 22,2% 13 14,3%
Outra pessoa conhecida 7 30,4% 2 3,4% 2 22,2% 11 12,1%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 1 4,3% 7 11,9% 2 22,2% 10 11,0%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 1 4,3% 5 8,5% 1 11,1% 7 7,7%
Segurança de metrô 1 4,3% 3 5,1% 1 11,1% 5 5,5%
Mãe 0 0,0% 3 5,1% 1 11,1% 4 4,4%
Outro familiar 3 13,0% 1 1,7% 0 0,0% 4 4,4%
Zeladoria urbana 0 0,0% 3 5,1% 1 11,1% 4 4,4%
Outros agentes de serviço públicos, de
assistência, saúde, judiciário, escola
etc. 2 8,7% 0 0,0% 0 0,0% 2 2,2%
Irmão 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,1%
Padrasto 0 0,0% 0 0,0% 1 11,1% 1 1,1%
Pai 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,1%
Tio 0 0,0% 0 0,0% 1 11,1% 1 1,1%
Respondentes* 23 - 59 - 9 - 91 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Na violência física, o local de ocorrência na situação do acolhimento e de outras


trajetórias de riscos são os mesmos, casa e rua, sendo a casa a mais citada nas duas situações,
no acolhimento tem 66,7% das citações e em outras trajetórias 56,8%. Na situação de pernoite,
a rua concentra o local de ocorrência em 77,8% dos casos.

Tabela 201: Local que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência física, por tipo de situação
Bateram, entrou em uma Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
briga, surra, apanhou risco
(Violência física) Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Em casa 12 66,7% 25 56,8% 2 22,2% 39 54,9%
Na rua 9 50,0% 21 47,7% 7 77,8% 37 52,1%
Na instituição de
acolhimento 2 11,1% 0 0,0% 0 0,0% 2 2,8%
Na escola 0 0,0% 2 4,5% 0 0,0% 2 2,8%
Respondentes* 18 - 44 - 9 - 71 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

223
Na violência física, o agressor mais citado em cada tipo de situação:

● No acolhimento, o companheiro(a) com 61,1% de citações se destaca como o principal


agressor, seguido por outra pessoa conhecida (27,8%) e outro familiar (22,2%);

● Em outras trajetórias, o maior percentual também está no companheiro (36,4%), porém


divide o perfil de agressor com vários outros citados;

● E no pernoite, continua o perfil de vários agressores, sendo o mais citado a mãe com
33,3%.

Tabela 202: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência física, por tipo de
situação.
Outras
Bateram, entrou em uma briga, Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
surra, apanhou (Violência física) risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Companheiro (a) 11 61,1% 16 36,4% 2 22,2% 29 40,8%
Outra pessoa conhecida 5 27,8% 7 15,9% 1 11,1% 13 18,3%

Pessoas passando na rua/transeuntes


3 16,7% 7 15,9% 1 11,1% 11 15,5%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 1 5,6% 5 11,4% 2 22,2% 8 11,3%
Mãe 2 11,1% 3 6,8% 3 33,3% 8 11,3%
Outras pessoas e outros grupos em
situação de rua 3 16,7% 4 9,1% 0 0,0% 7 9,9%
Outro familiar 4 22,2% 3 6,8% 0 0,0% 7 9,9%
Polícia Militar (PM) 0 0,0% 5 11,4% 2 22,2% 7 9,9%
Pai 2 11,1% 1 2,3% 0 0,0% 3 4,2%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 0 0,0% 3 6,8% 0 0,0% 3 4,2%
Zeladoria urbana 0 0,0% 2 4,5% 1 11,1% 3 4,2%
Segurança de metrô 0 0,0% 2 4,5% 1 11,1% 3 4,2%
Irmão/irmã 1 5,6% 1 2,3% 0 0,0% 2 2,8%
Tia 0 0,0% 1 2,3% 0 0,0% 1 1,4%
Outros parentes 1 5,6% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,4%
Respondentes* 18 - 44 - 9 - 71 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Na violência sexual, o local de ocorrência mais citado em cada tipo de situação:

● No acolhimento dois são os principais lugares: a rua com 50% e a casa com também
50%;

224
● Em outras trajetórias em casa apresenta 60,0% do local onde ocorre a violência;

● No pernoite todas as vítimas sofreram a violência em casa (100%). Lembrando que,


apesar desta concentração, a amostra é muito pequena para afirmar esse padrão.
Tabela 203: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu violência sexual, por tipo de
situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Violência sexual risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Em casa 4 50,0% 9 60,0% 4 100,0% 17 63,0%
Na rua 5 62,5% 4 26,7% 1 25,0% 10 37,0%
Outro 0 0,0% 2 13,3% 1 25,0% 3 11,1%
Na escola 1 12,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,7%
Respondentes 8 - 15 - 4 - 27 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Na violência sexual, o agressor mais citado em cada situação:

● No acolhimento, outra pessoa conhecida é a mais citada como agressor (62,5%);

● Em outras trajetórias de risco, vários são citados. Dentre eles, outra pessoa conhecida
(26,7%) com percentual igual ao de transeuntes (26,7%);

● E no pernoite, a concentração está no padrasto, sendo o mais citado, em 75,0% dos


casos.
Tabela 204: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu violência sexual, por tipo de
situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Violência sexual
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra pessoa conhecida 5 62,5% 4 26,7% 0 0,0% 9 33,3%
Pessoas passando na rua/transeuntes 3 37,5% 4 26,7% 1 25,0% 8 29,6%
Padrasto 0 0,0% 3 20,0% 3 75,0% 6 22,2%
Outro familiar 2 25,0% 2 13,3% 0 0,0% 4 14,8%
Companheiro (a) 1 12,5% 2 13,3% 0 0,0% 3 11,1%
Tio 1 12,5% 0 0,0% 1 25,0% 2 7,4%
Avô 1 12,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 3,7%
Respondentes* 8 - 15 - 4 - 27 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

225
A rua é o local onde mais ocorre a abordagem dos aliciadores, no geral foram 83,3% das
citações para este local. Dentro da situação de acolhidos isso é menor, porém ainda muito alto,
75%.

Tabela 205: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu ação de aliciadores, por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Ação de aliciadores de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 3 75,0% 13 81,3% 4 100,0% 20 83,3%
Em casa 0,0% 2 12,5% 0,0% 2 8,3%
Outro 1 25,0% 1 6,2% 0,0% 2 8,3%
Respondentes* 4 100,0% 16 100,0% 4 100,0% 24 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Sobre a ação de aliciadores o agressor mais citado em cada situação:

● No acolhimento e no pernoite, os dois principais perfis de agressores foram os


transeuntes e outra pessoa conhecida;

● Em outras trajetórias, foram os transeuntes (43,8%) e outras pessoas em SR (31,3%);

Tabela 206: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu ação de aliciadores, por tipo de
situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Ação de aliciadores
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 2 50,0% 7 43,8% 3 75,0% 12 50,0%
Outra pessoa conhecida 2 50,0% 4 25,0% 2 50,0% 8 33,3%
Outras pessoas e outros grupos em situação de
rua 0 0,0% 5 31,3% 0 0,0% 5 20,8%
Mãe 0 0,0% 1 6,3% 0 0,0% 1 4,2%
Padrasto 0 0,0% 1 6,3% 0 0,0% 1 4,2%
Respondentes 4 100% 16 100% 4 100% 24 100%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

226
O preconceito ocorre nas três situações, com maior intensidade na rua (90,2%).

Tabela 207: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu preconceito, por tipo de situação
Foi vítima de preconceito? Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
(Racismo, xenofobia, risco
misoginia ou LGBTfobia) Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 19 82,6% 53 91,4% 11 100,0% 83 90,2%
Em casa 4 17,4% 10 17,2% 0 0,0% 14 15,2%
Na escola 3 13,0% 6 10,3% 0 0,0% 9 9,8%
Na instituição de
acolhimento 2 8,7% 0 0,0% 0 0,0% 2 2,2%
Outro 1 4,3% 2 3,4% 0 0,0% 3 3,3%
Respondentes 23 - 58 - 11 - 92 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Em relação ao preconceito, o agressor mais citado é o transeunte em todas as situações,


com uma média geral de 71,7%.

Tabela 208: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que sofreu preconceito, por tipo de situação
Outras
Foi vítima de preconceito? (Racismo, Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
xenofobia, misoginia ou LGBTfobia) risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 15 65,2% 43 74,1% 8 72,7% 66 71,7%
Outra pessoa conhecida 6 26,1% 9 15,5% 1 9,1% 16 17,4%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 3 13,0% 6 10,3% 3 27,3% 12 13,0%
Polícia Militar (PM) 3 13,0% 5 8,6% 2 18,2% 10 10,9%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 2 8,7% 5 8,6% 2 18,2% 9 9,8%
Outros agentes de serviço públicos, de
5 21,7% 1 1,7% 2 18,2% 8 8,7%
assistência, saúde, judiciário, escola etc.
Outras pessoas e outros grupos em situação
3 13,0% 2 3,4% 2 18,2% 7 7,6%
de rua
Segurança de metrô 2 8,7% 4 6,9% 1 9,1% 7 7,6%
Companheiro(a) 0 0,0% 5 8,6% 0 0,0% 5 5,4%
Zeladoria urbana 2 8,7% 2 3,4% 1 9,1% 5 5,4%
Outro familiar 1 4,3% 3 5,2% 0 0,0% 4 4,3%
Pai 2 8,7% 1 1,7% 0 0,0% 3 3,3%
Irmão(a) 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,1%
Amigos 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,1%
Mãe 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,1%
Respondentes 23 - 58 - 11 - 92 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

227
Em relação ao ser vítima de roubo ou furto, o local mais citado é na rua em todas as
situações, com uma média geral de 81,3%.

Tabela 209: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos que já foi roubado ou furtado, por tipo
de situação
Outras trajetórias
Já roubaram ou furtaram algo Acolhimento Pernoite Total
de risco
de você
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 15 71,4% 44 84,6% 6 85,7% 65 81,3%
Em casa 3 14,3% 12 23,1% 1 14,3% 16 20,0%
Na instituição de acolhimento 5 23,8% 0,0% 0,0% 5 6,3%
Na escola 0,0% 2 3,8% 0,0% 2 2,5%
Outro 1 4,8% 0,0% 0,0% 1 1,3%
Respondentes 21 - 52 - 7 - 80 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Em relação a ser vítima de roubo ou furto, o agressor mais citado é o transeunte em todas
as situações, com uma média geral de 66,3%.

Tabela 210: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu roubo ou furto, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Já roubaram ou furtaram algo de você
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 16 76,2% 33 63,5% 4 57,1% 53 66,3%
Outras pessoas e outros grupos em situação
de rua 5 23,8% 14 26,9% 2 28,6% 21 26,3%

Outra pessoa conhecida 3 14,3% 7 13,5% 1 14,3% 11 13,8%


Outro familiar 1 4,8% 2 3,8% 0 0,0% 3 3,8%
Zeladoria urbana 0 0,0% 1 1,9% 2 28,6% 3 3,8%
Companheiro (a) 0 0,0% 1 1,9% 0 0,0% 1 1,3%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 0 0,0% 1 1,9% 0 0,0% 1 1,3%
Polícia Militar (PM) 0 0,0% 1 1,9% 0 0,0% 1 1,3%
Respondentes 21 - 52 - 7 - 80 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Sobre o ato de recolher seus pertences ou obrigar a mudarem de local, o local de


ocorrência mais citado em cada situação é a rua, com mais de 90% da declaração dos
respondentes da faixa etária.

228
Tabela 211: Local em que o respondente na faixa etária de 0 a 6 anos já recolheram seus pertences / Já te
obrigaram a mudar de local, por tipo de situação
Já recolheram seus Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
pertences / Já te de risco
obrigaram a mudar de
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
local
Na rua 12 92,3% 30 100,0% 12 100,0% 54 98,2%
Em casa 1 7,7% 0,0% 0,0% 1 1,8%
Respondentes 13 - 30 - 12 - 55 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Em relação a recolher os seus pertences, o agressor mais citado é a zeladoria urbana no


caso do pernoite (75,0%). Nas outras situações, aparecem com muitas citações a GCM com
46,2% no acolhimento e 53,3% em outras trajetórias.

Tabela 212: Agressor do respondente na faixa etária de 0 a 6 anos sofreu a recolhida dos seus pertences, por
tipo de situação
Outras trajetórias
Já recolheram seus pertences / Já te Acolhimento Pernoite Total
de risco
obrigaram a mudar de local
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Zeladoria urbana 5 38,5% 14 46,7% 9 75,0% 28 50,9%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 6 46,2% 16 53,3% 3 25,0% 25 45,5%
Polícia Militar (PM) 2 15,4% 15 50,0% 3 25,0% 20 36,4%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 3 23,1% 1 3,3% 1 8,3% 5 9,1%
Segurança de metrô 2 15,4% 1 3,3% 0 0,0% 3 5,5%
Outra pessoa conhecida 1 7,7% 0 0,0% 1 8,3% 2 3,6%
Outras pessoas e outros grupos em
situação de rua 1 7,7% 0 0,0% 1 8,3% 2 3,6%
Pessoas passando na rua/transeuntes 1 7,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,8%
Respondentes 13 - 30 - 12 - 55 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

229
4.12.3 CAs de 7 a 17 anos

No total, 73,7% das CAs sofreram algum tipo de violência. Ao analisar por tipo de
situação, a maior frequência está entre aqueles que estão acolhidos, de modo que destes,
67,5% já sofreram violência psicológica, 61,3% violência física e no total, 87,5% das CAs
acolhidos já sofreram alguma das violações citadas. Ao observar esta informação, percebe-se
que as CASR que mais sofreram violência, de certa forma, buscam as instituições de
acolhimento como espaço para proteção.

Entre as CASR que pernoitam na rua, as principais violências sofridas foram a violência
psicológica (45,7%), seguida da violência física e o recolhimento dos pertences, ambas com
42,6%. As violências sofridas pelas CASR que estão expostas a outras trajetórias de risco, as
principais são a violência física (36,9%) e a violência psicológica (34,9%).

Tabela 213: Sofreu violência na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Sofreu Violência
risco
Sim % Sim % Sim % Sim %
Ameaças, insultos, gritos (Violência
54 67,5% 121 34,9% 43 45,7% 218 41,8%
psicológica)
Te bateram, entrou em uma briga, surra,
49 61,3% 128 36,9% 40 42,6% 217 41,7%
apanhou (Violência física)
Violência sexual 26 32,5% 43 12,4% 15 16,0% 84 16,1%
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para
5 6,3% 39 11,2% 20 21,3% 64 12,3%
vender?
Te pediram para vender drogas? 23 28,8% 35 10,1% 19 20,2% 77 14,8%
Vítima de preconceito racial 32 40,0% 107 30,8% 29 30,9% 168 32,2%
Vítima de outros tipos de preconceito 34 42,5% 77 22,2% 23 24,5% 134 25,7%
Roubaram ou furtaram algo de você 30 37,5% 99 28,5% 33 35,1% 162 31,1%
Recolheram seus pertences 22 27,5% 67 19,3% 40 42,6% 129 24,8%
Total de CA que sofreu algum tipo de
70 87,5% 240 69,2% 71 75,5% 384 73,7%
violência
Respondentes 80 - 347 - 94 - 521 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Na faixa etária de 7 a 17 anos, nenhum agressor se destacou com um grande percentual,


os mais citados giram em torno de 12% a 25% de citações, sendo eles nas três situações:
transeuntes (20,6%) e outra pessoa conhecida (18,9%).

230
Tabela 214: Agressores mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Agressores mais citados risco
Quant Quant Quant
Quant. % % % %
. . .
Pessoas passando na rua/transeuntes 74 15,4% 225 25,6% 64 16,0% 363 20,6%
Outra pessoa conhecida 98 20,5% 187 21,3% 48 12,0% 333 18,9%
Polícia Militar (PM) 44 9,2% 89 10,1% 71 17,8% 204 11,6%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 40 8,4% 68 7,7% 69 17,3% 177 10,1%
Outras pessoas e outros grupos em situação de rua 43 9,0% 73 8,3% 16 4,0% 132 7,5%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 24 5,0% 42 4,8% 26 6,5% 92 5,2%
Mãe 32 6,7% 17 1,9% 10 2,5% 59 3,4%
Zeladoria urbana 6 1,3% 18 2,0% 29 7,3% 53 3,0%
Segurança de metrô 15 3,1% 21 2,4% 17 4,3% 53 3,0%
Outros 103 21,5% 139 15,8% 50 12,5% 292 16,6%
Citações (*) 479 100,0% 879 100,0% 400 100,0% 1.758 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


Nota (*) Dentre as violências sofridas, foram citados 1.758 agressores.
(**) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

O principal local indicado pelas CASR onde ocorre a violência é a rua, assim como na
faixa etária de 0 a 6 anos, alcançando na situação de pernoite 78,4%. Os acolhidos indicam o
abrigo/SAICA como um local no qual sofreram violência (13,3%).

Tabela 215: Locais mais citados pelas CASR de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Locais mais citados de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 173 46,1% 528 71,5% 210 78,4% 912 66,0%
Na escola 80 21,3% 131 17,8% 20 7,5% 231 16,7%
Em casa 65 17,3% 72 9,8% 32 11,9% 169 12,2%
No Abrigo/SAICA 50 13,3% 4 0,5% 4 1,5% 58 4,2%
Centro de acolhida 7 1,9% 3 0,4% 2 0,7% 12 0,9%
Citações (*) 375 100,0% 738 100,0% 268 100,0% 1.382 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
Nota (*) Dentre as violências sofridas, foram citados 1.382 locais que ocorreram as violações.

231
4.12.4 Local mais citado por tipo de violência sofrida por crianças e adolescentes de 7
a 17 anos

Na violência psicológica, o local mais citado foi:

● Na situação de acolhimento, o local indicado é a rua (68,5%) e em casa (53,7%);

● Em outras trajetórias e no pernoite, a concentração está somente na rua, com mais de


80% das citações.

Tabela 216: Local onde ocorreu as ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) na faixa etária de 7 a 17
anos, por situação
Outras trajetórias de
Ameaças, insultos, gritos Acolhimento Pernoite Total
risco
(Violência psicológica)
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 37 68,5% 100 82,6% 36 83,7% 173 79,4%
Em casa 29 53,7% 19 15,7% 13 30,2% 61 28,0%
Na escola 20 37,0% 22 18,2% 4 9,3% 46 21,1%
No Abrigo/SAICA 19 35,2% 0 0,0% 0 0,0% 19 8,7%
Centro de acolhida 2 3,7% 1 0,8% 1 2,3% 4 1,8%
Respondentes* 54 - 121 - 43 - 218 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

232
Na violência psicológica, o agressor mais citado foi:

● No acolhimento, transeuntes (38,9%) e outra pessoa conhecida (33,3);

● Em outras trajetórias, o maior percentual foi nos transeuntes (39,7%);

● No pernoite, o mais citado foi a PM (39,5%).

Tabela 217: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica)
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 21 38,9% 48 39,7% 11 25,6% 80 36,7%
Polícia Militar (PM) 14 25,9% 25 20,7% 17 39,5% 56 25,7%
Outra pessoa conhecida 18 33,3% 25 20,7% 6 14,0% 49 22,5%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 11 20,4% 16 13,2% 16 37,2% 43 19,7%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 8 14,8% 15 12,4% 10 23,3% 33 15,1%
Outras pessoas e outros grupos em situação de rua 16 29,6% 9 7,4% 2 4,7% 27 12,4%
Mãe 14 25,9% 7 5,8% 5 11,6% 26 11,9%
Pai 5 9,3% 8 6,6% 4 9,3% 17 7,8%
Outro familiar 7 13,0% 5 4,1% 1 2,3% 13 6,0%
Segurança de metrô 4 7,4% 5 4,1% 4 9,3% 13 6,0%
Outros agentes de serviço públicos, de assistência, saúde,
4 7,4% 4 3,3% 2 4,7% 10 4,6%
judiciário, escola etc.
Colegas da escola 0 0,0% 8 6,6% 1 2,3% 9 4,1%
Zeladoria urbana 0 0,0% 3 2,5% 5 11,6% 8 3,7%
Padrasto 6 11,1% 1 0,8% 0 0,0% 7 3,2%
Avó 3 5,6% 2 1,7% 1 2,3% 6 2,8%
Tia 5 9,3% 0 0,0% 1 2,3% 6 2,8%
Tio 4 7,4% 1 0,8% 0 0,0% 5 2,3%
Não quis informar 2 3,7% 0 0,0% 1 2,3% 3 1,4%
Avô 1 1,9% 1 0,8% 0 0,0% 2 0,9%
Namorado (a), companheiro (a) ou marido/esposa 0 0,0% 0 0,0% 2 4,7% 2 0,9%
Madrasta 0 0,0% 0 0,0% 1 2,3% 1 0,5%
Mãe de rua 0 0,0% 0 0,0% 1 2,3% 1 0,5%
Outros amigos 1 1,9% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Pai de rua 0 0,0% 0 0,0% 1 2,3% 1 0,5%

Respondentes* 54 - 121 - 43 - 218 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

233
Na violência física, o local mais citado foi:

● Na situação de acolhimento, o local indicado é a rua (57,7%) e em casa (40,8%);

● Em outras trajetórias e no pernoite, a concentração está somente na rua, com 74,2% e


80% das citações, respectivamente.

Tabela 218: Onde ocorreu a violência física na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Bateram, entrou em Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
uma briga, surra, risco
apanhou (Violência
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
física)
Na rua 28 57,1% 95 74,2% 32 80,0% 155 71,4%
Em casa 20 40,8% 25 19,5% 12 30,0% 57 26,3%
Na escola 14 28,6% 31 24,2% 4 10,0% 49 22,6%
No Abrigo/SAICA 10 20,4% 0 0,0% 0 0,0% 10 4,6%
Centro de acolhida 3 6,1% 0 0,0% 0 0,0% 3 1,4%
Respondentes 49 - 128 - 40 - 217 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

234
Em relação aos agressores, na violência física não existe uma concentração alta em
nenhum perfil. Para cada situação, vários são cotados, destacando-se:

● No acolhimento, outras pessoas conhecidas são citadas por 38,8% e na situação


de outras trajetórias de risco, outras pessoas conhecidas, aparece com 43,8%;

● No pernoite, a Polícia Militar é citada como agressora em 37,5% dos casos.

Tabela 219: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras
Bateram, entrou em uma briga, surra, Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
apanhou (Violência física) risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra pessoa conhecida 19 38,8% 56 43,8% 8 20,0% 83 38,2%
Polícia Militar (PM) 13 26,5% 16 12,5% 15 37,5% 44 20,3%
Pessoas passando na rua/transeuntes 10 20,4% 25 19,5% 5 12,5% 40 18,4%
Mãe 15 30,6% 10 7,8% 4 10,0% 29 13,4%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 9 18,4% 8 6,3% 11 27,5% 28 12,9%
Outras pessoas e outros grupos em situação de
rua 7 14,3% 18 14,1% 1 2,5% 26 12,0%
Outro familiar 7 14,3% 9 7,0% 3 7,5% 19 8,8%
Pai 1 2,0% 10 7,8% 5 12,5% 16 7,4%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 5 10,2% 4 3,1% 5 12,5% 14 6,5%
Colegas da escola 2 4,1% 6 4,7% 1 2,5% 9 4,1%
Segurança de metrô 3 6,1% 0 0,0% 4 10,0% 7 3,2%
Avó 3 6,1% 2 1,6% 1 2,5% 6 2,8%
Padrasto 4 8,2% 2 1,6% 0 0,0% 6 2,8%
Outros agentes de serviço públicos, de
2 4,1% 2 1,6% 0 0,0% 4 1,8%
assistência, saúde, judiciário, escola etc.
Tia 4 8,2% 0 0,0% 0 0,0% 4 1,8%
Zeladoria urbana 0 0,0% 1 0,8% 3 7,5% 4 1,8%
Tio 2 4,1% 1 0,8% 0 0,0% 3 1,4%
Madrasta 0 0,0% 0 0,0% 1 2,5% 1 0,5%
Não quis informar 0 0,0% 0 0,0% 1 2,5% 1 0,5%
Pessoas desconhecidas 0 0,0% 1 0,8% 0 0,0% 1 0,5%
Namorado (a), companheiro (a) ou
marido/esposa 0 0,0% 0 0,0% 1 2,5% 1 0,5%
Polícia Civil 1 2,0% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Avô 0 0,0% 1 0,8% 0 0,0% 1 0,5%
Pai de rua 0 0,0% 0 0,0% 1 2,5% 1 0,5%
Mãe de rua 0 0,0% 0 0,0% 1 2,5% 1 0,5%
Respondentes 49 - 128 - 40 - 217 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

235
Na situação de pernoite e outras trajetórias, as CAs apontam a rua como o principal local
de ocorrência da violência para fazer vídeos e fotos para venda, com citações acima de 80%. Já
o acolhimento cita vários locais, concentrando apenas 40% na rua.

Tabela 220: Onde ocorreu a violência de tentarem fazer vídeos ou fotos para comercialização na faixa etária de
7 a 17 anos, por situação
Tentaram fazer vídeos Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
ou fotos suas para risco
vender Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 2 40,0% 34 87,2% 16 80,0% 52 81,3%
Em casa 1 20,0% 3 7,7% 3 15,0% 7 10,9%
Na escola 1 20,0% 3 7,7% 3 15,0% 7 10,9%
Outro 1 20,0%
Respondentes 5 - 39 - 20 - 64 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

No acolhimento não existe um agressor específico neste tipo de violência, já em outras


trajetórias e no pernoite, em mais de 70% das citações o agressor é um transeunte.

Tabela 221: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para Acolhimento Pernoite Total
de risco
vender
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 1 20,0% 29 74,4% 14 70,0% 44 68,8%
Polícia Militar (PM) 0 0,0% 2 5,1% 5 25,0% 7 10,9%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 1 20,0% 2 5,1% 2 10,0% 5 7,8%
Outra pessoa conhecida 1 20,0% 1 2,6% 3 15,0% 5 7,8%
Outras pessoas e outros grupos em
1 20,0% 3 7,7% 0 0,0% 4 6,3%
situação de rua
Segurança privada (loja, casa e prédio) 0 0,0% 2 5,1% 1 5,0% 3 4,7%
Não quis informar 0 0,0% 2 5,1% 0 0,0% 2 3,1%
Outro familiar 1 20,0% 1 2,6% 0 0,0% 2 3,1%
Colegas da escola 0 0,0% 1 2,6% 0 0,0% 1 1,6%
Mãe 0 0,0% 0 0,0% 1 5,0% 1 1,6%
Outros agentes de serviço públicos, de
0 0,0% 1 2,6% 0 0,0% 1 1,6%
assistência, saúde, judiciário, escola etc.
Padrasto 0 0,0% 1 2,6% 0 0,0% 1 1,6%
Pai 0 0,0% 0 0,0% 1 5,0% 1 1,6%
Pessoa desconhecida 0 0,0% 1 2,6% 0 0,0% 1 1,6%
Zeladoria urbana 0 0,0% 0 0,0% 1 5,0% 1 1,6%
Segurança de metrô 0 0,0% 0 0,0% 1 5,0% 1 1,6%
Respondentes 5 - 39 - 20 - 64 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

236
A rua como local de ação dos aliciadores para venda de drogas de CAs foi mencionada
em mais de 90% das vezes em todos os tipos de situações.

Tabela 222: Onde ocorreu a violência de pedir para venderem drogas na faixa etária de 7 a 17 anos, por
situação
Outras trajetórias
Pediram para vender Acolhimento Pernoite Total
de risco
drogas
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 22 95,7% 32 91,4% 19 100,0% 74 96,1%
Em casa 2 8,7% 1 2,9% 1 5,3% 4 5,2%
Na escola 1 4,3% 0,0% 0,0% 1 1,3%
Respondentes 23 - 35 - 19 - 77 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

As pessoas que pedem para vender droga são principalmente:

● Nas três situações, outra pessoa conhecida, em média 37,7% dos casos, sendo
mais evidente entre a situação de pernoite, com 52,6%;

● Somente na situação de acolhimento as citações concentram-se em outras


pessoas em SR, com 39,1%.
Tabela 223: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Pediram para vender drogas risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra pessoa conhecida 8 34,8% 11 31,4% 10 52,6% 29 37,7%
Pessoas passando na rua/transeuntes 2 8,7% 16 45,7% 0 0,0% 18 23,4%
Outras pessoas e outros grupos em situação de
9 39,1% 4 11,4% 3 15,8% 16 20,8%
rua
Outro 2 8,7% 2 5,7% 1 5,3% 5 6,5%
Polícia Militar (PM) 0 0,0% 3 8,6% 2 10,5% 5 6,5%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 0 0,0% 1 2,9% 2 10,5% 3 3,9%
Outro familiar 1 4,3% 1 2,9% 0 0,0% 2 2,6%
Avó 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,3%
Madrasta 0 0,0% 0 0,0% 1 5,3% 1 1,3%
Não quis informar 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,3%
Não soube informar 0 0,0% 0 0,0% 1 5,3% 1 1,3%
Outros agentes de serviço públicos, de
0 0,0% 0 0,0% 1 5,3% 1 1,3%
assistência, saúde, judiciário, escola etc.
Pai de rua 1 4,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 1,3%
Pessoa desconhecida 0 0,0% 1 2,9% 0 0,0% 1 1,3%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 0 0,0% 0 0,0% 1 5,3% 1 1,3%
Segurança de metrô 0 0,0% 0 0,0% 1 5,3% 1 1,3%
Respondentes 23 - 35 - 19 - 77 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

237
Em relação ao preconceito racial, entre as CAs que estão em acolhimento acontece
tanto na rua (56,3%) como na escola (68,8%). Assim também é entre aqueles que estão
expostos a outras trajetórias de riscos, com mais concentração na rua (67,3%) e com 38,3% na
escola. Entre aqueles que estão na situação de pernoite, 72,4% das citações referem-se à
violência sofrida na rua.

Tabela 224: Onde ocorreu a violência de preconceito racial na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras
Você já foi vítima de Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
preconceito racial risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 18 56,3% 72 67,3% 21 72,4% 111 66,1%
Na escola 22 68,8% 41 38,3% 4 13,8% 67 39,9%
Em casa 3 9,4% 3 2,8% 2 6,9% 8 4,8%
Centro de acolhida 1 3,1% 2 1,9% 1 3,4% 4 2,4%
No Abrigo/SAICA 6 18,8% 2 1,9% 1 3,4% 9 5,4%
Respondentes 32 - 107 - 29 - 168 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

O agressor do preconceito racial são principalmente dois nos três tipos de situações:
transeuntes (38,1%) e outra pessoa conhecida (37,5%).
Tabela 225: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Você já foi vítima de preconceito racial risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na rua/transeuntes 13 40,6% 42 39,3% 9 31,0% 64 38,1%
Outra pessoa conhecida 15 46,9% 39 36,4% 9 31,0% 63 37,5%
Polícia Militar (PM) 5 15,6% 8 7,5% 9 31,0% 22 13,1%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 3 9,4% 8 7,5% 6 20,7% 17 10,1%
Colegas da escola 6 18,8% 10 9,3% 0 0,0% 16 9,5%
Segurança privada (loja, casa e prédio) 4 12,5% 8 7,5% 2 6,9% 14 8,3%
Outras pessoas e outros grupos em
situação de rua 3 9,4% 9 8,4% 1 3,4% 13 7,7%
Segurança de metrô 4 12,5% 6 5,6% 2 6,9% 12 7,1%
Amigos 0 0,0% 4 3,7% 1 3,4% 5 3,0%
Outro familiar 3 9,4% 1 0,9% 1 3,4% 5 3,0%
Zeladoria urbana 2 6,3% 1 0,9% 2 6,9% 5 3,0%
Outros agentes de serviço públicos, de
assistência, saúde, judiciário, escola etc. 2 6,3% 1 0,9% 1 3,4% 4 2,4%
Não soube informar 1 3,1% 1 0,9% 0 0,0% 2 1,2%
Avó 1 3,1% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,6%
Mãe de rua 0 0,0% 0 0,0% 1 3,4% 1 0,6%
Padrasto 0 0,0% 1 0,9% 0 0,0% 1 0,6%
Pai 1 3,1% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,6%
Respondentes 32 - 107 - 29 - 168 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

238
Outros preconceitos ocorrem principalmente na rua, em média 79,9% das vezes.
Tabela 226: Onde ocorreu outros tipos de preconceito na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação

Você já foi vítima de Outras trajetórias de


Acolhimento Pernoite Total
outros tipos de risco
preconceito Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 26 76,5% 62 80,5% 19 82,6% 107 79,9%
Na escola 15 44,1% 22 28,6% 3 13,0% 40 29,9%
Em casa 7 20,6% 2 2,6% 1 4,3% 10 7,5%
No Abrigo/SAICA 8 23,5% 1 1,3% 0 0,0% 9 6,7%
Centro de acolhida 1 2,9% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,7%
Respondentes 34 - 77 - 23 - 134 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Novamente os dois principais agressores neste tipo de violência são os transeuntes


(47,0%) e outras pessoas conhecidas (36,6%).

Tabela 227: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias
Você já foi vítima de outros tipos Acolhimento Pernoite Total
de risco
de preconceito
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pessoas passando na
19 55,9% 33 42,9% 11 47,8% 63 47,0%
rua/transeuntes
Outra pessoa conhecida 18 52,9% 25 32,5% 6 26,1% 49 36,6%
Polícia Militar (PM) 5 14,7% 4 5,2% 5 21,7% 14 10,4%
Segurança privada (loja, casa e
5 14,7% 5 6,5% 4 17,4% 14 10,4%
prédio)
Outras pessoas e outros grupos em
4 11,8% 8 10,4% 0 0,0% 12 9,0%
situação de rua
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 4 11,8% 4 5,2% 3 13,0% 11 8,2%
Colegas da escola 0 0,0% 8 10,4% 0 0,0% 8 6,0%
Outros agentes de serviço
públicos, de assistência, saúde, 4 11,8% 2 2,6% 0 0,0% 6 4,5%
judiciário, escola etc.
Outro familiar 2 5,9% 1 1,3% 1 4,3% 4 3,0%
Segurança de metrô 3 8,8% 1 1,3% 0 0,0% 4 3,0%
Amigos 0 0,0% 2 2,6% 1 4,3% 3 2,2%
Padrasto 2 5,9% 1 1,3% 0 0,0% 3 2,2%
Zeladoria urbana 2 5,9% 0 0,0% 1 4,3% 3 2,2%
Avó 1 2,9% 1 1,3% 0 0,0% 2 1,5%
Avô 1 2,9% 1 1,3% 0 0,0% 2 1,5%
Mãe 2 5,9% 0 0,0% 0 0,0% 2 1,5%
Pai 0 0,0% 1 1,3% 1 4,3% 2 1,5%
Pessoas desconhecida 1 2,9% 1 1,3% 0 0,0% 2 1,5%
Não soube informar 1 2,9% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,7%
Tio 1 2,9% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,7%
Tia 1 2,9% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,7%
Respondentes 34 - 77 - 23 - 134 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

239
A rua é o local no qual CASR são mais vítimas de roubo e os furtos (75,9%).
Tabela 228: Onde ocorreu a violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias de
Roubaram ou Acolhimento Pernoite Total
risco
furtaram algo de você
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 18 60,0% 75 75,8% 30 90,9% 123 75,9%
Na escola 6 20,0% 12 12,1% 2 6,1% 20 12,3%
Em casa 2 6,7% 14 14,1% 0 0,0% 16 9,9%
No Abrigo/SAICA 6 20,0% 1 1,0% 1 3,0% 8 4,9%
Respondentes 30 - 99 - 33 - 162 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Novamente, os dois principais agressores neste tipo de violação são os transeuntes


(28,4%) e outras pessoas conhecidas (30,2%). No acolhimento existe uma concentração maior
de outras pessoas conhecidas como agressores (60%). No pernoite, 42,4% são transeuntes.

Tabela 229: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras
Roubaram ou furtaram algo Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
de você risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Outra pessoa conhecida 18 60,0% 25 25,3% 6 18,2% 49 30,2%
Pessoas passando na
7 23,3% 25 25,3% 14 42,4% 46 28,4%
rua/transeuntes
Outras pessoas e outros grupos
3 10,0% 21 21,2% 6 18,2% 30 18,5%
em situação de rua
Polícia Militar (PM) 1 3,3% 10 10,1% 6 18,2% 17 10,5%
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 0 0,0% 7 7,1% 5 15,2% 12 7,4%
Pessoa desconhecida 0 0,0% 9 9,1% 1 3,0% 10 6,2%
Não soube informar 0 0,0% 6 6,1% 2 6,1% 8 4,9%
Outro familiar 1 3,3% 4 4,0% 1 3,0% 6 3,7%
Colegas da escola 2 6,7% 2 2,0% 0 0,0% 4 2,5%
Zeladoria urbana 0 0,0% 1 1,0% 3 9,1% 4 2,5%
Amigos 0 0,0% 1 1,0% 0 0,0% 1 0,6%
Mãe 1 3,3% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,6%
Outros agentes de serviço
públicos, de assistência, saúde, 0 0,0% 1 1,0% 0 0,0% 1 0,6%
judiciário, escola etc.
Segurança privada (loja, casa e
0 0,0% 1 1,0% 0 0,0% 1 0,6%
prédio)
Respondentes 30 - 99 - 33 - 162 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

240
As vítimas da violência de recolhimento dos seus pertences declararam como o local de
maior ocorrência a rua, em média 90,7% dos casos desta violência ocorreram neste local.

Tabela 230: Onde ocorreu a violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias de
Recolheram seus Acolhimento Pernoite Total
risco
pertences
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Na rua 22 100,0% 58 86,6% 37 92,5% 117 90,7%
Em casa 1 4,5% 5 7,5% 0 0,0% 6 4,7%
No Abrigo/SAICA 1 4,5% 0 0,0% 2 5,0% 3 2,3%
Na escola 1 4,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,8%
Respondentes 22 - 67 - 40 - 129 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Para o caso de recolherem os pertences, os principais agressores, independentemente


do tipo de situação, são os da Guarda Civil Metropolitana (45,0%) e a Polícia Militar (PM)
(30,2%). Acrescenta-se que no tipo de situação do pernoite este percentual foi de 60% e entre
as CAs acolhidos, a menção da GCM como agente violador desse tipo de ação foi de 54,5% e no
pernoite foram citadas a zeladoria urbana por 35%, como agressora.

Tabela 231: Quem foi o agressor da violência na faixa etária de 7 a 17 anos, por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Recolheram seus pertences de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Guarda Civil Metropolitana (GCM) 12 54,5% 22 32,8% 24 60,0% 58 45,0%
Polícia Militar (PM) 6 27,3% 21 31,3% 12 30,0% 39 30,2%
Zeladoria urbana 2 9,1% 12 17,9% 14 35,0% 28 21,7%
Segurança de metrô 1 4,5% 9 13,4% 5 12,5% 15 11,6%
Segurança privada (loja, casa e
2 9,1% 7 10,4% 3 7,5% 12 9,3%
prédio)
Pessoas passando na
1 4,5% 7 10,4% 0 0,0% 8 6,2%
rua/transeuntes
Outra pessoa conhecida 1 4,5% 5 7,5% 0 0,0% 6 4,7%
Outras pessoas e outros grupos
0 0,0% 1 1,5% 3 7,5% 4 3,1%
em situação de rua
Outros agentes de serviço
públicos, de assistência, saúde, 1 4,5% 1 1,5% 2 5,0% 4 3,1%
judiciário, escola etc.
Não soube informar 0 0,0% 2 3,0% 1 2,5% 3 2,3%
Padrasto 0 0,0% 1 1,5% 0 0,0% 1 0,8%
Outra pessoa. Qual? 0 0,0% 1 1,5% 0 0,0% 1 0,8%
Respondentes 22 - 67 - 40 - 129 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

241
4.12.5 Perfil da violência sofrida pela CAs de 7 a 17 anos

Buscou-se o perfil da violência, primeiramente de forma resumida avaliando a


frequência de qualquer violência ter ocorrido pelo menos uma vez com cada CA e o local onde
ocorre a violência. Cruzando essas categorias com faixa etária, sexo, cor/raça e regiões, obteve-
se:

Perfil etário na violência contra CAs 7 a 17 anos


✔ Os adolescentes de 12 a 17 sofrem 1,2 vezes mais violência que as crianças de 7 a 11 anos

✔ Os adolescentes de 12 a 17 sofrem violência na rua 1,3 vezes mais que as crianças de 7 a 11 anos

✔ Nas outras categorias não houve diferença entre o perfil etário

Tabela 232: Diferença da incidência de violência por perfil etário


De 7 a 11 anos De 12 a 17 anos P-valor
Resumo da violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu algum tipo de violência 144 64,6% 240 80,5% 0,000 1,2
Sofreu alguma violência na rua 120 53,8% 214 71,8% 0,000 1,3
Sofreu alguma violência em casa 42 18,8% 62 20,8% 0,578 Não significativo
Sofreu alguma violência na escola 53 23,8% 81 27,2% 0,378 Não significativo
Sofreu alguma violência no SAICA 14 6,3% 19 6,4% 0,964 Não significativo
Respondentes 223 - 298 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Perfil de sexo biológico na violência contra CAs 7 a 17 anos

✔ Não foi possível identificar diferença estatisticamente significativa entre os sexos e as


categorias comparadas.
Tabela 233: Diferença da incidência de violência por sexo biológico
Feminino Masculino P-valor
Resumo da violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu algum tipo de violência 142 75,1% 242 72,9% 0,576 Não significativo
Sofreu alguma violência na rua 117 61,9% 217 65,4% 0,429 Não significativo
Sofreu alguma violência em casa 41 21,7% 63 19,0% 0,456 Não significativo
Sofreu alguma violência na escola 54 28,6% 80 24,1% 0,261 Não significativo
Sofreu alguma violência no SAICA 14 7,4% 19 5,7% 0,448 Não significativo
Respondentes 189 - 332 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

242
Perfil de raça/cor na violência contra CAs 7 a 17 anos

Não foi possível identificar diferença estatisticamente significativa entre as raças e as


categorias comparadas, ou seja, não se pode afirmar estatisticamente que, por exemplo, as
CASR da cor/raça branca, com 74,4% de casos de algum tipo de violência, sofre menos violência
que a raça preta com 77,2%. O que se observou foi que na questão de sofrer violência no SAICA,
o p-valor foi de 0,088 o que pode ser um possível indício da raça/cor branca sofrer mais violência
na instituição do que a parda e preta, que para ser conclusivo precisaria de um estudo específico
e aprofundado no tema com uma amostragem maior de casos de violência no SAICA.

Tabela 234: Diferença da incidência de violência por raça/cor na faixa etária de 7 a 17 anos
Branca Parda Preta P-valor
Resumo da violência Teste Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim
Ꭓ2
Sofreu algum tipo de violência 67 74,4% 163 71,2% 149 77,2% 0,370 Não significativo
Sofreu alguma violência na rua 57 63,3% 145 63,3% 128 66,3% 0,790 Não significativo
Sofreu alguma violência em casa 18 20,0% 49 21,4% 36 18,7% 0,782 Não significativo
Sofreu alguma violência na escola 26 28,9% 52 22,7% 55 28,5% 0,315 Não significativo
Sofreu alguma violência no SAICA 9 10,0% 9 3,9% 15 7,8% 0,088 Não significativo
Respondentes 90 - 229 - 193 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Perfil de região da PESQUISA na violência contra CAs 7 a 17 anos

✔ A Região de pesquisa 4 apresenta 1,3 vezes mais incidência de qualquer tipo de violência
do que a Região 1;
✔ Sofreu violência no SAICA não teve citações suficientes por região para identificar se
existia uma região que se sobressaísse na categoria;
✔ Aponta-se o p-valor de sofrer violência na escola, que está muito próximo de 10% e pode
dar indícios que a Região 3 e 1 (37% e 32,4%) necessita de mais atenção a este tema do
que as outras regiões, por apresentar uma tendência de maior percentual de violência
na escola do que a Região 5 (17%).

243
Tabela 235: Diferença da incidência de violência por região da pesquisa*
Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 P-valor
Resumo da violência Análise
Sim % Sim % Sim % Sim % Sim % Teste Ꭓ2
Sofreu algum tipo de violência 21 61,8% 42 70,0% 18 66,7% 146 78,9% 87 64,4% 0,038 1,3
Sofreu alguma violência na
19 55,9% 37 61,7% 15 55,6% 127 68,6% 79 58,5% 0,277 Não significativo
rua
Sofreu alguma violência em
3 8,8% 8 13,3% 7 25,9% 37 20,0% 18 13,3% 0,182 Não significativo
casa
Sofreu alguma violência na
11 32,4% 14 23,3% 10 37,0% 40 21,6% 23 17,0% 0,106 Não significativo
escola
Sofreu alguma violência no
0 0,0% 1 1,7% 0 0,0% 3 1,6% 1 0,7% * *
SAICA
Respondentes 34 - 60 - 27 - 185 - 135 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O quadro 3, disposto no capítulo 3.4.2, contempla os distritos de São Paulo que compõem cada região da pesquisa.
(**) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(***) Nota: Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

Perfil de região de MORADIA na violência contra CAs 7 a 17 anos

✔ Quando observada a região dos moradores que sofrem algum tipo de violência ou sofrem
violência em casa, não se encontra diferença entre estas regiões.
✔ A violência em casa é citada 2,2 vezes mais pelos moradores da Região Oeste do que na Região
Leste;
✔ A violência na escola é citada 2 vezes mais pelos moradores do Centro do que pelos moradores
do Sul
Tabela 236: Diferença da incidência de violência por região de moradia
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Resumo da violência Teste Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Ꭓ2
Sofreu algum tipo de violência 49 75,4% 150 72,1% 65 76,5% 19 67,9% 53 70,7% 0,850 Não significativo
Sofreu alguma violência na rua 41 63,1% 136 65,4% 55 64,7% 15 53,6% 50 66,7% 0,783 Não significativo
Sofreu alguma violência em casa 18 27,7% 27 13,0% 20 23,5% 8 28,6% 13 17,3% 0,025 2,2
Sofreu alguma violência na escola 24 36,9% 47 22,6% 26 30,6% 8 28,6% 14 18,7% 0,077 2,0
Sofreu alguma violência no SAICA 11 16,9% 4 1,9% 5 5,9% 2 7,1% 5 6,7% 0,000 *
Respondentes* 65 - 208 - 85 - 28 - 75 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

244
Perfil da faixa etária por tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos
✔ Nos adolescentes de 12 a 17 anos, a violência sexual ocorre 3,4 vezes mais que contra as crianças
de 7 a 11 anos;
✔ Nos adolescentes de 12 a 17 anos, a violência psicológica ocorre 1,4 vezes mais que contra as
crianças de 7 a 11 anos;
✔ Nos adolescentes de 12 a 17 anos, o aliciamento ocorre 10,8 vezes mais que contra as crianças
de 7 a 11 anos
✔ Nos adolescentes de 12 a 17 anos, o preconceito racial ocorre 1,4 vezes mais que contra as
crianças de 7 a 11 anos;
✔ Nos adolescentes de 12 a 17 anos, o recolhimento de pertences ocorre 2 vezes mais que contra
as crianças de 7 a 11 anos;
✔ As outras categorias não apresentaram diferença significativa.

Tabela 237: Diferença da incidência tipos de violência por faixa etária


De 7 a 11 anos De 12 a 17 anos P-valor
Violências Análise
Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 15 6,7% 69 23,2% 0,000 3,4
Violência psicológica 76 34,1% 142 47,7% 0,002 1,4
Sofreu violência física 79 35,4% 138 46,3% 0,110 Não significativo
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 33 14,8% 31 10,4% 0,130 Não significativo
Pediram para vender drogas 5 2,2% 72 24,2% 0,000 10,8
Vítima de preconceito racial 59 26,5% 109 36,6% 0,014 1,4
Vítima de outros tipos de preconceito 48 21,5% 86 28,9% 0,058 Não significativo
Roubaram ou furtaram algo de você 64 28,7% 98 32,9% 0,307 Não significativo
Recolheram seus pertences 35 15,7% 94 31,5% 0,000 2,0
Respondentes 223 - 298 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Perfil do sexo biológico por tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos


✔ No sexo feminino a incidência de tentar fazer fotos e vídeos para vender é 1,7 vezes maior do
que no sexo masculino;
✔ No sexo masculino acontece 1,6 vezes mais de pedirem para vender drogas do que no sexo
feminino;
✔ Nas outras violências não houve diferença significativa entre os sexos.

245
Tabela 238: Diferença da incidência por tipos de violência por sexo biológico
Feminino Masculino P-valor
Violências Análise
Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 31 16,4% 53 16,0% 0,896 Não significativo
Violência psicológica 72 38,1% 146 44,0% 0,191 Não significativo
Sofreu violência física 69 36,5% 148 44,6% 0,072 Não significativo
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para
vender 31 16,4% 33 9,9% 0,031 1,7
Pediram para vender drogas 20 10,6% 57 17,2% 0,042 1,6
Vítima de preconceito racial 68 36,0% 100 30,1% 0,169 Não significativo
Vítima de outros tipos de preconceito 49 25,9% 85 25,6% 0,935 Não significativo
Roubaram ou furtaram algo de você 65 34,4% 97 29,2% 0,220 Não significativo
Recolheram seus pertences 52 27,5% 77 23,2% 0,272 Não significativo
Respondentes* 189 - 332 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Perfil de raça/cor tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos


✔ No preconceito racial, a cor negra sofre 1,7 vezes mais preconceito que a raça/cor branca e
parda.
✔ Nas outras violências as diferenças não foram estatisticamente significativas.

Tabela 239: Diferença da incidência por tipos de violência por raça/cor


Branca Parda Preta P-valor
Violências Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 19 21,1% 30 13,1% 35 18,1% 0,157 Não significativo
Violência psicológica 44 48,9% 95 41,5% 75 38,9% 0,279 Não significativo
Sofreu violência física 40 44,4% 92 40,2% 81 42,0% 0,778 Não significativo
Tentaram fazer vídeos ou fotos
14 15,6% 28 12,2% 22 11,4% 0,607 Não significativo
suas para vender
Pediram para vender drogas 13 14,4% 27 11,8% 35 18,1% 0,185 Não significativo
Vítima de preconceito racial 22 24,4% 63 27,5% 81 42,0% 0,001 1,7
Vítima de outros tipos de
28 31,1% 53 23,1% 50 25,9% 0,338 Não significativo
preconceito
Roubaram ou furtaram algo de
32 35,6% 71 31,0% 57 29,5% 0,592 Não significativo
você
Recolheram seus pertences 27 30,0% 56 24,5% 44 22,8% 0,420 Não significativo
Respondentes* 90 - 229 - 193 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(**) Nota: As outras raças/cores não foram consideradas nesta análise por não terem valores estatisticamente significativos.

246
Perfil de região da amostra por tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos
✔ Nas categorias sofreu violência sexual, tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender,
pediram para vender drogas, não houve citações suficientes dentro da amostra para
determinar um perfil geográfico;

✔ Das categorias que tiveram citações suficientes para análise, a vítima de outros tipos de
preconceito ocorre com mais frequência na Região 4 e 3 de amostragem, em um fator
de aproximadamente 2 vezes mais do que na Região 5 e 2.

Tabela 240: Diferença da incidência por tipos de violência por região da amostra
Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 1 2,9% 9 15,0% 3 11,1% 24 13,0% 21 15,6% * *
Não
Violência psicológica 11 32,4% 19 31,7% 8 29,6% 74 40,0% 52 38,5% 0,642
significativa
Não
Sofreu violência física 10 29,4% 29 48,3% 13 48,1% 70 37,8% 46 34,1% 0,211
significativa
Tentaram fazer vídeos
ou fotos suas para 2 5,9% 5 8,3% 3 11,1% 27 14,6% 22 16,3% * *
vender
Pediram para vender
0 0,0% 8 13,3% 1 3,7% 25 13,5% 20 14,8% * *
drogas
Vítima de preconceito Não
7 20,6% 17 28,3% 8 29,6% 69 37,3% 35 25,9% 0,135
racial significativa
Vítima de outros tipos
7 20,6% 9 15,0% 8 29,6% 57 30,8% 19 14,1% 0,004 2,2
de preconceito
Roubaram ou furtaram Não
9 26,5% 18 30,0% 9 33,3% 57 30,8% 39 28,9% 0,975
algo de você significativa
Recolheram seus Não
6 17,6% 17 28,3% 5 18,5% 44 23,8% 35 25,9% 0,724
pertences significativa
Respondentes* 34 - 60 - 27 - 185 - 135 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O quadro 3, disposto no capítulo 3.4.2, contempla os distritos de São Paulo que compõem cada região da pesquisa.
(**) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
(***) Nota: Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

247
Perfil de região de PESQUISA em São Paulo por tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos
✔ As vítimas de outros tipos de preconceito são 2,1 vezes maiores na Região Oeste que na Região
Centro;
✔ As vítimas de roubo ou furto são 2,6 vezes maiores na Região Oeste que na Região Sul;

Tabela 241: Diferença da incidência por tipos de violência por região da cidade de São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Não
21 16,5% 28 16,2% 9 12,7% 17 17,9% 9 16,4% 0,930
Sexual significativa
Violência Não
54 42,5% 68 39,3% 25 35,2% 50 52,6% 21 38,2% 0,158
psicológica significativa
Sofreu violência Não
51 40,2% 68 39,3% 35 49,3% 45 47,4% 18 32,7% 0,258
física significativa
Tentaram fazer
Não
vídeos ou fotos 21 16,5% 14 8,1% 6 8,5% 14 14,7% 9 16,4% 0,121
significativa
suas para vender
Pediram para
17 13,4% 31 17,9% 5 7,0% 20 21,1% 4 7,3% * *
vender drogas
Vítima de Não
35 27,6% 55 31,8% 22 31,0% 35 36,8% 21 38,2% 0,533
preconceito racial significativa
Vítima de outros
tipos de 24 18,9% 36 20,8% 19 26,8% 37 38,9% 18 32,7% 0,004 2,1
preconceito
Roubaram ou
furtaram algo de 41 32,3% 46 26,6% 26 36,6% 40 42,1% 9 16,4% 0,008 2,6
você
Recolheram seus Não
36 28,3% 37 21,4% 13 18,3% 24 25,3% 19 34,5% 0,174
pertences significativa
Respondentes* 127 - 173 - 71 - 95 - 55 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

248
Perfil de região de MORADIA em São Paulo por tipos de violência contra CAs 7 a 17 anos

Os tipos de violência não se diferenciam entre as regiões, ou seja, as citações feitas pelas
CASR mostram que as violências acontecem praticamente na mesma proporção em todas as
regiões de moradia em São Paulo para este público em específico.

Tabela 242: Diferença da incidência por tipos de violência por região de Moradia das CAs na cidade de São
Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Não
Sofreu violência Sexual 14 21,5% 38 18,3% 11 12,9% 2 7,1% 13 17,3% 0,389
significativa
Sofreu Ameaças, insultos, gritos Não
33 50,8% 80 38,5% 28 32,9% 14 50,0% 32 42,7% 0,171
(Violência psicológica) significativa
Não
Sofreu violência física 30 46,2% 83 39,9% 44 51,8% 9 32,1% 25 33,3% 0,109
significativa
Tentaram fazer vídeos ou fotos Não
9 13,8% 21 10,1% 9 10,6% 2 7,1% 15 20,0% 0,186
suas para vender significativa
Pediram para vender drogas 11 16,9% 36 17,3% 12 14,1% 4 14,3% 7 9,3% * *
Não
Vítima de preconceito racial 27 41,5% 57 27,4% 32 37,6% 7 25,0% 26 34,7% 0,147
significativa
Vítima de outros tipos de
preconceito (condição financeira, Não
19 29,2% 45 21,6% 27 31,8% 6 21,4% 22 29,3% 0,327
identidade de gênero, orientação significativa
sexual, etc.)
Roubaram ou furtaram algo de Não
21 32,3% 62 29,8% 31 36,5% 8 28,6% 15 20,0% 0,242
você significativa
Não
Recolheram seus pertences 17 26,2% 56 26,9% 18 21,2% 8 28,6% 16 21,3% 0,763
significativa
Respondentes 65 - 208 - 85 - 28 - 75 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

249
Incidência de violência sexual por situação de risco CAs 7 a 17 anos
No questionário de 7 a 17 anos foi investigada a questão de violência sexual de forma indireta
com a pergunta: Alguém já tocou nas suas partes íntimas ou pediu para tocar nas partes íntimas dela,
sem você querer ou gostar? Cruzando esta pergunta por situação de risco, observa-se que,
proporcionalmente, as CAs que mais afirmaram sofrer essa violência foram as do acolhimento
institucional.

Tabela 243: Cruzamento de violência sexual com situação de risco na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Violência sexual de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 54 67,5% 296 85,3% 74 78,7% 424 81,4%
Sim 25 31,3% 41 11,8% 15 16,0% 81 15,5%
Não respondeu 1 1,3% 10 2,9% 5 5,3% 16 3,1%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Gráfico 31: Percentual de vítimas de violência sexual na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação

31,3%

16,0%
11,8%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Nesta situação a violência sexual é registrada 2,6 vezes mais que na situação de outras
trajetórias de risco, por exemplo. Assumir uma situação de violência vivida não é das tarefas
mais simples considerando que este tipo de violência acontece de muitas maneiras, das mais
sutis às mais agressivas e na maioria das vezes cometida dentro de casa (UNICEF, 2021) ou seja
por pessoas com quem se tem um vínculo afetivo muito próximo, o que causa confusão entre
atitudes de amor e violência para alguém que está se desenvolvendo também emocionalmente,
assim ocorre que o toque é recebido com desconforto, mas sem desconfiança de que seja uma
violência. Identificar a violência, pela própria CA, é um processo delicado que exige bastante

250
orientação, informação e acolhimento. Neste sentido da naturalização das relações violentas
intrafamiliares, Carinhanha e Penna (2012) esclarecem:

A dificuldade em reconhecer a violência vivida pode estar


relacionada ao fato de ter sido perpetrada por aqueles que
deveriam proteger, fornecer afeto, notadamente, à família.
Entende-se a necessidade de esconder, velar esta ocorrência, dado
o constrangimento gerado com sua revelação. (...) A violência
juvenil tem raízes na presença de atos violentos vividos
sistematicamente no lar ou na comunidade, condicionando a
criança ou adolescente a considerar a violência como meio
aceitável de solucionar conflitos. (CARINHANHA; PENNA, 2012)

No processo de entrevista desta pesquisa, entende-se que o espaço de conversa dentro das
instituições de acolhimento pode ter auxiliado nas declarações de violência sexual, ocasionando a maior
taxa. Pois diferentemente da rua, onde há maior exposição, circulação de pessoas, a possibilidade de
um responsável ou qualquer outro acompanhante, familiar ou não, estar próximo, são situações que
podem significar algum nível de intimidação ou constrangimento, no acolhimento as conversas
possuíam um espaço organizado, de silêncio, reservado, potencializando a relação confiança para tais
declarações.

Incidência de outros preconceitos por situação de risco CAs 7 a 17 anos

No questionário de 7 a 17 anos foi investigada a questão de outros preconceitos como


financeiro, por orientação sexual e outros com a pergunta: 358 - Você já foi vítima de outros
tipos de preconceito (condição financeira, identidade de gênero, orientação sexual, etc.)? O
cruzamento desta pergunta por situação de risco pretende verificar se existe alguma tendência
discriminatória que possa gerar a SR. Novamente o acolhimento se destaca com o maior
percentual de ter sofrido preconceito. Praticamente 2 vezes mais que as outras situações.
Tabela 244: Cruzamento de outro preconceito com situação de risco na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Preconceito de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não sofreu essa violência 45 56,3% 258 74,4% 62 66,0% 365 70,1%
Sim 34 42,5% 77 22,2% 23 24,5% 134 25,7%
Não quis responder 1 1,3% 12 3,5% 9 9,6% 22 4,2%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

251
Gráfico 32: Percentual de vítimas de preconceito na faixa etária de 7 a 17 anos por situação de risco

42,5%

22,2% 24,5%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Incidência dos tipos de violência e local de ocorrência por situação de risco CAs 7 a 17 anos

Um outro cruzamento feito no grupo de 7 a 17 anos, foi o número de citações por tipo
de violência e o local onde ocorrem. Mesmo tendo a questão de a CA poder citar mais de lugar
de ocorrência, em todas as situações apareceram mais citações de ocorrência na rua do que em
casa, como mostram os Gráficos a seguir.

Gráfico 33: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos para CA no
acolhimento

Casa Rua

Já roubaram ou furtaram algo de você 6,7%


60,0%
Já recolheram seus pertences 4,5%
100,0%
Outros preconceitos 20,6%
76,5%
Preconceito racial 9,4%
56,3%
Já tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 20,0%
40,0%
Violência física 40,8%
57,1%
Violência psicológica 53,7%
68,5%
Violência sexual 0,0%
4,8%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

252
Gráfico 34: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos para CA em
Outras trajetórias de risco

Casa Rua

Já roubaram ou furtaram algo de você 0,0%


90,9%
Já recolheram seus pertences 0,0%
92,5%
Outros preconceitos 1,6%
30,6%
Preconceito racial 6,9%
72,4%
Já tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 15,0%
90,0%
Violência física 30,0%
80,0%
Violência psicológica 30,2%
83,7%
Violência sexual 33,3%
83,3%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Gráfico 35: Cruzamento das violências com o local de ocorrência na faixa etária de 7 a 17 anos para CA no
pernoite

Casa Rua

Já roubaram ou furtaram algo de você 14,1%


75,8%
Já recolheram seus pertences 7,5%
86,6%
Outros preconceitos 0,8%
24,0%
Preconceito racial 2,8%
67,3%
Já tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 7,7%
89,7%
Violência física 19,5%
74,2%
Violência psicológica 15,7%
82,6%
Violência sexual 31,6%
50,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

253
Incidência de violência em CAs 7 a 17 anos com deficiência

A seguir o Gráfico 37 apresenta o percentual das CAs com deficiência que sofreram violência.
Ao total são 20 CASR com deficiência, sendo que a violência psicológica é a mais presente, atingindo
60%.

Gráfico 36: Incidência de violência em CASR 7 a 17 anos com deficiência

Violência psicológica 60,0%

Violência física 45,0%

Tentaram fazer vídeos ou fotos suas 10,0%

Vender drogas 10,0%

Preconceito racial 35,0%

Outros tipos de preconceito 25,0%

Roubaram ou furtaram algo de você 45,0%

Recolheram seus pertences 35,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

254
Incidência dos locais de ocorrência da violência na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE MORADIA
✔ Tanto a violência de roubarem ou furtarem algo e a vítima de outros preconceitos, acontece mais NA RUA com os moradores da Região Sul
do que com os moradores da Região Oeste. Nas outras violências não foi possível observar uma tendência regional.

Tabela 245: Incidência de ocorrência da violência NA RUA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE MORADIA
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 4 28,6% 12 31,6% 3 27,3% 1 50,0% 8 61,5% - *
Não
Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 24 72,7% 68 85,0% 23 82,1% 9 64,3% 28 87,5% 0,215
significativa
Não
Sofreu violência física 21 70,0% 62 74,7% 30 68,2% 6 66,7% 21 84,0% 0,644
significativa
Não
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 7 77,8% 18 85,7% 8 88,9% 2 100,0% 13 86,7% 0,927
significativa
Não
Vítima de preconceito racial 17 63,0% 39 68,4% 18 56,3% 4 57,1% 21 80,8% 0,354
significativa
Vítima de outros tipos de preconceito (condição financeira,
15 78,9% 41 91,1% 19 70,4% 2 33,3% 18 81,8% 0,010 2,7
identidade de gênero, orientação sexual, etc.)
Não
Recolheram seus pertences 16 94,1% 52 92,9% 14 77,8% 7 87,5% 15 93,8% 0,372
significativa
Roubaram ou furtaram algo de você 13 61,9% 55 88,7% 25 80,6% 3 37,5% 11 73,3% 0,004 2,4

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

255
Quando o assunto é violência em casa, a maioria das violências não tiveram citação suficiente para análise, e nas duas que tiveram, a
violência física se apresentou mais frequente em casa com os moradores da Região Oeste do que com a Região Leste.

Tabela 246: Incidência de ocorrência da violência EM CASA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE MORADIA

Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor


Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2

Sofreu violência Sexual 2 14,3% 9 23,7% 4 36,4% 0 0,0% 1 7,7% 0,394 *


Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 14 42,4% 17 21,3% 6 21,4% 5 35,7% 7 21,9% 0,147 Não significativa
Sofreu violência física 12 40,0% 11 13,3% 14 31,8% 5 55,6% 6 24,0% 0,004 4,2
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 3 33,3% 1 4,8% 1 11,1% 0 0,0% 1 6,7% - *
Vítima de preconceito racial 2 7,4% 1 1,8% 1 3,1% 0 0,0% 3 11,5% - *
Vítima de outros tipos de preconceito (condição financeira,
4 21,1% 3 6,7% 1 3,7% 0 0,0% 1 4,5% - *
identidade de gênero, orientação sexual, etc.)
Recolheram seus pertences 1 5,9% 1 1,8% 4 22,2% 0 0,0% 0 0,0% - *
Roubaram ou furtaram algo de você 3 14,3% 3 4,8% 2 6,5% 3 37,5% 2 13,3% - *
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

256
Incidência dos locais de ocorrência da violência na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE PESQUISA

Na região de pesquisa, percebe-se apenas na questão de recolher pertences uma maior predominância disso ocorrer na Região Norte,
Centro e Leste, do que na Região Oeste.

Tabela 247: Incidência de ocorrência da violência NA RUA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE PESQUISA

Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor


Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2

Sofreu violência Sexual 9 42,9% 9 32,1% 2 22,2% 6 35,3% 4 44,4% - *


Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 44 81,5% 53 77,9% 18 72,0% 39 78,0% 19 90,5% 0,609 Não significativa
Sofreu violência física 35 68,6% 48 70,6% 22 62,9% 35 77,8% 15 83,3% 0,460 Não significativa
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 20 95,2% 11 78,6% 5 83,3% 11 78,6% 8 88,9% 0,582 Não significativa
Vítima de preconceito racial 22 62,9% 33 60,0% 14 63,6% 25 71,4% 17 81,0% 0,456 Não significativa
Vítima de outros tipos de preconceito (condição 0,341 Não significativa
21 87,5% 31 86,1% 13 68,4% 27 73,0% 15 83,3%
financeira, identidade de gênero, orientação sexual, etc.)
Recolheram seus pertences 35 97,2% 34 91,9% 13 100,0% 18 75,0% 17 89,5% 0,036 1,3
Roubaram ou furtaram algo de você 32 78,0% 38 82,6% 20 76,9% 26 65,0% 7 77,8% 0,424 Não significativa
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

257
Novamente as violências ocorridas em casa não tiveram citações suficientes para análise estatística, apenas duas delas, e apenas a violência
física foi mais citada pelas CAs que responderam na Região Norte. Os respondentes que estavam nesta região citaram 2,6 vezes mais violência do
que os que responderam na Região Leste.

Tabela 248: Incidência de ocorrência da violência EM CASA na faixa etária de 7 a 17 anos por REGIÃO DE PESQUISA
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Violência Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Sofreu violência Sexual 5 23,8% 5 17,9% 2 22,2% 3 17,6% 1 11,1% - *
Não
Sofreu Ameaças, insultos, gritos (Violência psicológica) 13 24,1% 18 26,5% 10 40,0% 12 24,0% 8 38,1% 0,443
significativa
Sofreu violência física 12 23,5% 11 16,2% 15 42,9% 12 26,7% 7 38,9% 0,037 2,6
Tentaram fazer vídeos ou fotos suas para vender 2 9,5% 1 7,1% 2 33,3% 1 7,1% 1 11,1% - *
Vítima de preconceito racial 0 0,0% 1 1,8% 2 9,1% 3 8,6% 2 9,5% - *
Vítima de outros tipos de preconceito (condição financeira,
0 0,0% 2 5,6% 0 0,0% 4 10,8% 4 22,2% - *
identidade de gênero, orientação sexual, etc.)
Recolheram seus pertences 0 0,0% 1 2,7% 0 0,0% 2 8,3% 3 15,8% - *
Roubaram ou furtaram algo de você 2 4,9% 5 10,9% 2 7,7% 7 17,5% 0 0,0% - *
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Quando o cruzamento de respostas é inferior a 5, não é possível aplicar o Teste Ꭓ2 para comparação das categorias.

258
4.13 RELAÇÕES COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS

Antes de abordar cada serviço, buscou-se trazer um resumo do atendimento, condensando


todos os serviços públicos investigados, e somando os respondentes que utilizaram pelo menos
uma vez o serviço. Aqueles que procuraram o serviço e não foram atendidos não constam neste
resumo. Além disso, o gráfico a seguir compara o atendimento declarado por CASR de 7 a 17
anos e pelos responsáveis das CASR de 0 a 6 anos.

Tem-se como principal resultado desta breve apresentação dos dados que os atendimentos
da saúde e da educação atingem praticamente o mesmo percentual de CASR de 7 a 17 anos,
aproximadamente 80%. Já entre 0 e 6 anos, os serviços de saúde são mais utilizados, 90,0%,
enquanto a educação, apenas 60,2% dos responsáveis declararam que a criança está matriculada
em alguma creche.

Gráfico 37: Resumo do percentual de CAs que utilizaram os serviços da rede de atendimento de São Paulo

0 a 6 anos 7 a 17 anos

UBS/PS/AMA 90,0%
81,8%
Hospital 71,6%
69,7%
Saúde

Consultório na Rua 29,4%


24,2%
CAPS infanto juvenil 3,8%
16,3%
Hospital psquiátrico 1,9%
7,7%
CRAS | CREAS 52,1%
38,4%
CCA/CJ/CEDESP/CCinter/Circo Social 5,7%
35,7%
Assistência Social

Abrigo/SAICA 10,9%
8,4%
Abordado por algum profissional do SEAS 35,1%
24,6%
Fundação Casa*
13,8%
Medidas socioeducativas de LA ou PSC*
9,1%
Abordado por algum conselheiro tutelar 19,0%
Outras políticas CT

30,1%
Centros esportivos (futebol, skate, etc.) 20,4%
46,8%
Centros culturais (música, dança, grafite etc.) 22,7%
39,5%
Escola 60,2%
79,1%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
*Pergunta questionada apenas para os adolescentes com 12 anos ou mais

259
O cruzamento de alguns indicadores sobre os serviços revela situações específicas, como
por exemplo: 6,5% do total de entrevistados, de 7 a 17 anos, nunca foram atendidos nem pelo
serviço de educação, nem em algum equipamento de saúde. Por outro lado, 67,6% dos
entrevistados matriculados utilizaram algum serviço de saúde ao menos uma vez.

Tabela 249: Cruzamento de situação escolar com acesso à saúde no grupo de 7 a 17 anos
Não está
Está matriculado Total Quant.
Serviço matriculado
Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei UBS/PS/AMA 34 6,5% 54 10,4% 88 16,9%
Usou pelo menos uma vez UBS/PS/AMA 74 14,2% 352 67,6% 426 81,8%
Não informou 1 0,2% 6 1,2% 7 1,3%
Respondentes 109 20,9% 412 79,1% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Ao analisar a não utilização dos serviços públicos, na perspectiva das CASR que estão na
situação de pernoite em relação as demais situações, na área da saúde o atendimento às
UBS/PS/AMA e o serviço em hospital apresentam percentuais superiores de não utilização entre
as CASR que estão expostas a condição de pernoite. Já os consultórios na rua, CAPS infanto juvenil
e até mesmo o hospital psiquiátrico o percentual de não utilização é maior entre as CASR que
estão expostas as outros riscos sociais, que não seja o pernoitar nas ruas, o que indica que as
CASR que pernoitam acabam utilizando mais os serviços voltados as demandas da saúde mental,
bem como o consultório na rua é mais acessado por eles.

Entre os serviços relacionados à assistência social, o CRAS/CREAS foi menos acessado


entre as CASR que não pernoitam nas ruas, bem como o serviço do SEAS, de modo que entre as
CASR que pernoitam o total de entrevistados que nunca foram abordados foi de 56%, já entre as
CASR expostas a outros riscos sociais este percentual chegou a 75%. Entre as demais políticas
públicas abordadas (cultura, esporte e educação), o destaque está na educação, de modo que
entre as CASR que pernoitam na rua, a não utilização corresponde à 32% e, entre as demais
situações é de 15%. Nos espaços esportivos, 55% dos que pernoitam não utilizam e entre as CASR
expostas a outros riscos sociais os que não utilizam correspondeu a 49%.

260
Gráfico 38: Comparação, pernoite e as outras situações (acolhimento e outras trajetórias de risco), do percentual
de CA de 7 a 17 anos que NÃO utilizaram os serviços da rede socioassistencial em São Paulo

Pernoite Outras SR

Serviço da UBS/ PS/ AMA 34%


13%

Serviço de um hospital 32%


26%
Saúde

Consultório de rua 59%


74%

Serviço do CAPS infanto juvenil 69%


81%

Serviço de um hospital psquiatrico 87%


89%

Serviço do CCA/CJ/CEDESP/CCinter/Circo Social 62%


62%
Assistência Social

Serviço do CRAS | CREAS 49%


55%

Abrigo/SAICA 72%
77%

Abordado por algum profissional do SEAS 56%


75%

Abordado por algum conselheiro tutelar 70%


CT

67%

Serviço dos Centros culturais 59%


Outras políticas

56%

Serviço dos Centros esportivos 55%


49%

Matriculado 32%
15%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022

261
4.13.1 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, SECRETARIA
MUNICIPAL DE ESPORTES E LAZER E SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA

4.13.1.1 Escola

Dando um panorama do atendimento da educação às CASR, o Gráfico 40 resume a situação


de matrícula dos dois grupos etários, sendo que 58,6% das crianças de 0 a 6 anos estão
matriculadas e 79,1% das crianças de 7 a 17 anos.

Gráfico 39: Situação da matrícula por faixa etária

0 a 6 anos 7 a 17 anos

79,1%
58,6%

35,5%
18,2%
5,9% 2,7%

Sim Não Nunca foi a escola

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Especificamente no grupo de 0 a 6 anos, subdividiu-se a faixa etária para verificar a


diferença de matrícula entre os que têm idade de creche e os que têm idade de pré-escola. O
maior percentual de não matriculados está de 0 a 3 anos (35,5%), e o maior percentual dos que
nunca foram para a escola (5,9%). Entre a faixa de 4 a 6 anos tem-se 18,9% que não estão
matriculados.

Gráfico 40: Situação da matrícula na faixa etária de 0 a 6 anos por faixa etária

Sim Não Nunca foi a escola

11,0% 0,9% 5,9%


18,9%
35,5%
52,3%
80,2%
58,6%
36,7%

De 0 a 3 anos De 4 a 6 anos Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

262
Por tipo de situação de risco, na faixa etária de 0 a 6 anos, encontramos 53,3% das crianças
em acolhimento com vínculo escolar, 61,4% das crianças identificadas em outras trajetórias de
risco e 53,3% das crianças em pernoite. Das crianças que não possuem vínculo escolar ou nunca
foram, encontramos 46,7% em situação de acolhimento, 38,6% em outras trajetórias de risco e
46,7% em situação de pernoite.

Tabela 250: Situação da matrícula na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Matriculado de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim 24 53,3% 89 61,4% 16 53,3% 129 58,6%
Não 17 37,8% 49 33,8% 12 40,0% 78 35,5%
Nunca foi a escola 4 8,9% 7 4,8% 2 6,7% 13 5,9%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

Na faixa etária de 7 a 17 anos e com vínculo escolar, encontramos 82,5% das crianças e
adolescentes em situação de acolhimento, 84,4% em outras trajetórias de risco e 56,4% em
situação de pernoite. Os que não possuem ou nunca tiveram vínculo escolar, encontramos 17,5%
em situação de acolhimento, 14,7% em outras trajetórias de risco e 31,9% em situação de
pernoite. Aplicando o Teste Ꭓ2 a diferença entre os grupos é significativa, mostrando que a
situação do pernoite é o que menos frequenta a escola.

Tabela 251: Situação da matrícula na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Matriculado de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim 66 82,5% 293 84,4% 53 56,4% 412 79,1%
Não 14 17,5% 51 14,7% 30 31,9% 95 18,2%
Nunca foi 0,0% 3 0,9% 11 11,7% 14 2,7%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

263
Gráfico 41: Matriculados antes e depois do acolhimento na faixa etária de 7 a 17 anos

82,5%

71,3%

Antes Depois

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 65%
declararam estar matriculados e 35% não estão matriculados.

Quando abordamos o tema da educação integral com os responsáveis por crianças de 0 a 6


anos, 33,2% apontam que a criança já está matrícula em tempo integral, 50,9% gostariam que a
criança estivesse com vínculo integral na escola, 1,8% apontaram que talvez gostariam de
matricular as crianças em tempo integral e 14,1% apontaram não ter interesse da criança possuir
vínculo integral na escola.

Gráfico 42: Matricularia em tempo integral por situação atual da matrícula

Sim, ela já está em tempo integral Sim, eu gostaria em tempo integral


Talvez eu matriculasse em tempo integral Não matricularia em tempo integral
8,5% 14,1%
1,6% 19,2%
1,8%
2,6% 38,5%
33,3%

50,9%

78,2%
56,6% 61,5%

33,2%

Matriculado atualmente Não matriculado Nunca foi a escola Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

264
Gráfico 43: Matricularia em tempo integral por tipo de situação

Sim, ela já está em tempo integral Sim, eu gostaria em tempo integral


Talvez eu matriculasse em tempo integral Não matricularia em tempo integral

11,1% 14,5% 16,7% 14,1%


0,0%
2,1% 1,8%

57,8% 50,3% 43,3% 50,9%

31,1% 33,2%

Acolhimento Outras trajetórias de risco Pernoite Total

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Analisando por faixa etária de 0 a 3 anos tem-se um percentual que é quase o dobro de
responsáveis afirmando que não matricularia ou talvez matriculasse em tempo integral (20,1%)
se comparado com a faixa de 4 a 6 anos (11,7%).

Tabela 252: Opinião sobre matrícula no tempo integral por faixa etária no grupo de 0 a 6 anos
Faixa etária
Matrícula em tempo integral De 0 a 3 anos De 4 a 6 anos Total
Quant. % Quant. % Quant. %
Sim, ela já está em tempo integral 28 25,7% 45 40,5% 73 33,2%
Sim, eu gostaria em tempo integral 59 54,1% 53 47,7% 112 50,9%
Talvez eu matriculasse em tempo integral 2 1,8% 2 1,8% 4 1,8%
Não matricularia em tempo integral 20 18,3% 11 9,9% 31 14,1%
Respondentes 109 100,0% 111 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

Quando abordado sobre o não interesse em matricular a criança em período integral na


creche, 80% dos respondentes em acolhimento e 25% em outras trajetórias de risco, afirmaram
que a criança é muito nova. Ainda na situação de outras trajetórias na rua, 12,5% preferem levar
a CA para o trabalho na rua ou temem deixar a criança na creche ou escola e 16,7% não soube
responder. Na situação de rua, 33,3% afirmaram que não possuem endereço fixo por estarem na

265
rua e outros 16,7% afirmaram que a criança é nova, que prefere tê-la consigo no trabalho na rua,
que prefere ficar com a criança ou mesmo não souberam responder. Quando aprofundada a
idade da criança, apenas um dos respondentes tem criança com menos de 4 meses. Do restante,
todos com idade apta para a inserção na escola.

Tabela 253: Motivo de não querer uma vaga de creche na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Porque não quer uma vaga de creche de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
É muito novo(a) 4 80,0% 6 25,0% 1 16,7% 11 31,4%
Prefere trazer a CA para o trabalho na rua 0,0% 3 12,5% 1 16,7% 4 11,4%
Teme deixar a criança na creche/escola 0,0% 3 12,5% 0,0% 3 8,6%
Apenas se o entrevistado tivesse emprego 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
CA teve problemas de adaptação na creche 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
Entrevistado não quer a CA longe por muito tempo 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
Porque está́ na rua (não possui endereço fixo) 0,0% 0,0% 2 33,3% 2 5,7%
Não precisa 0,0% 2 8,3% 0,0% 2 5,7%
Criança é autista 1 20,0% 0,0% 0,0% 1 2,9%
Entrevistado prefere ficar com a criança 0,0% 0,0% 1 16,7% 1 2,9%
Não soube responder 0,0% 4 16,7% 1 16,7% 5 14,3%
Respondentes 3 - 23 - 4 - 30 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Já os que estão matriculados, a frequência diária é a mais citada entre os respondentes,


sendo 87,5% em acolhimento e aproximadamente em 74% em outras trajetórias e pernoite.
Menos de 10% alegaram frequentar pouco a escola, em todas as categorias.

Tabela 254: Frequência na escola dos matriculados na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Falta na escola de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim. (ia) Todos os dias 21 87,5% 65 73,0% 12 75,0% 98 76,0%
Falta/faltava poucas vezes 1 4,2% 15 16,9% 4 25,0% 20 15,5%
Mais falta/faltava do que vai 2 8,3% 8 9,0% 0,0% 10 7,8%
Não respondeu 0,0% 1 1,1% 0,0% 1 0,8%
Respondentes* 24 - 89 - 16 - 129 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

266
A condição de saúde é a mais alegada como justificativa sobre ausência escolar, sendo
apontado em 33,3% dos respondentes em situação de acolhimento, 34,8% em outras trajetórias
de risco e 25% em situação de pernoite. Outros apontamentos encontrados na situação em
acolhimento indicam que 33,3% disseram faltar por problemas de transporte, porque não
conseguiram vaga ou falta quando a mãe está doente e não pode levá-la até a escola. Na situação
de outras trajetórias na rua, 21,7% apontaram que não possuem tempo para levar a CA à escola
e 13% possuem problemas de transporte.

Tabela 255: Motivo de faltar na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Porque falta na escola de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Só não vai quando está doente 1 33,3% 8 34,8% 1 25,0% 10 33,3%
O entrevistado não tem tempo para levar à escola 0,0% 5 21,7% 0,0% 5 16,7%
Problemas de transporte 1 33,3% 4 13,0% 0,0% 5 13,3%
O entrevistado prefere ficar com a criança 0,0% 2 8,7% 1 25,0% 3 10,0%
Porque não conseguiu vaga 1 33,3% 1 4,3% 0,0% 2 6,7%
Precisa viajar 0,0% 0,0% 2 50,0% 2 6,7%
Problemas de adaptação (brigas, tem vergonha,
0,0% 2 8,7% 0,0% 2 6,7%
falta às aulas)
Falta quando perde a hora 0,0% 1 4,3% 0,0% 1 3,3%
Ficou doente na creche 0,0% 1 4,3% 0,0% 1 3,3%
Mãe está doente e não consegue levar todos os dias 1 33,3% 0,0% 0,0% 1 3,3%
Respondentes* 3 - 23 - 4 - 30 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

A investigação sobre frequência escolar evidenciou que as CASR em situação de


acolhimento são as que menos frequentam a escola todos os dias (55,8%). No extremo, tem-se
o grupo de outras trajetórias de risco, no qual 67,2% afirmaram que frequentam diariamente.

Tabela 256: Frequência na escola dos matriculados na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Frequência na escola de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim. Todos os dias 34 44,2% 197 67,2% 25 47,2% 256 60,5%
Falto poucas vezes 33 42,9% 63 21,5% 18 34,0% 114 27,0%
Mais falto do que vou 10 13,0% 33 11,3% 10 18,9% 53 12,5%
Respondentes 77 100,0% 293 100,0% 53 100,0% 423 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

267
Entre as CA de 7 a 17 anos, os motivos para faltar "às vezes" são vários, citando alguns
que se destacam por situação: porque está na rua, no caso de acolhimento (18,2%) e do pernoite
(22,2%) que se inclui com o mesmo percentual, porque não gosta e não está a fim, e na situação
de outras trajetórias de risco, a causa é o trabalho, que não dá tempo também com 22,2%

Tabela 257: Por que falta poucas vezes na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Falto poucas vezes de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Por causa do trabalho, não dá tempo 4 12,12% 14 22,22% 2 11,11% 20 17,54%
Porque fico cansado 2 6,06% 13 20,63% 2 11,11% 17 14,91%
Problemas de saúde 3 9,09% 12 19,05% 2 11,11% 17 14,91%
Porque está na rua 6 18,18% 5 7,94% 4 22,22% 15 13,16%
Porque não gosta / não está a fim 6 18,18% 5 7,94% 4 22,22% 15 13,16%
Outro 5 15,15% 2 3,17% 1 5,56% 8 7,02%
Problemas de adaptação (brigas, foi
3 9,09% 5 7,94% 0,00% 8 7,02%
expulso, tem vergonha, falta as aulas)
CA ou familiar perde o horário 0,00% 5 7,94% 1 5,56% 6 5,26%
Porque não conseguiu vaga 5 15,15% 1 1,59% 0,00% 6 5,26%
Problemas de transporte 2 6,06% 4 6,35% 0,00% 6 5,26%
Problemas familiares 1 3,03% 4 6,35% 1 5,56% 6 5,26%
Cuida de familiares 2 6,06% 1 1,59% 0,00% 3 2,63%
Não tenho material escolar 2 6,06% 1 1,59% 0,00% 3 2,63%
Quando está chovendo ou muito frio 0,00% 1 1,59% 2 11,11% 3 2,63%
Sou zoado, os meus colegas riem de mim 0,00% 1 1,59% 2 11,11% 3 2,63%
Não sabe 1 3,03% 1 1,59% 0,00% 2 1,75%
Por que não tenho roupa limpa 2 6,06% 0,00% 0,00% 2 1,75%
Expulso 0,00% 0,00% 1 5,56% 1 0,88%
Não informado 0,00% 1 1,59% 0,00% 1 0,88%
Não tinha escola 1 3,03% 0,00% 0,00% 1 0,88%
Os professores, diretores, e pessoas que
0,00% 0,00% 1 5,56% 1 0,88%
trabalham na escola não me defendem
Quando os pais vem visitar 1 3,03% 0,00% 0,00% 1 0,88%
Respondentes* 33 - 63 - 18 - 114 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Entre as CAs de 7 a 17 anos, os motivos para faltar “mais do que ir” tem uma concentração
maior, indicando que as CAs não gostam de ir para a escola, no caso do acolhimento 60% e do
pernoite (40%). Esse apontamento nos evidencia que a escola e a estrutura da educação formal
não acolhem as vivências de quem possui vivência na rua.

268
Tabela 258: Por que falta mais falta que vai para a escola na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Mais falto do que vou de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Porque não gosta / não está́ a fim 6 60,0% 7 21,2% 4 40,0% 17 32,1%
Por causa do trabalho, não dá tempo 1 10,0% 4 12,1% 1 10,0% 6 11,3%
Problemas de adaptação (brigas, foi
expulso, tem vergonha, falta às aulas) 1 10,0% 4 12,1% 1 10,0% 6 11,3%
Porque fico cansado 0,0% 5 15,2% 0,0% 5 9,4%
Porque está na rua 0,0% 4 12,1% 0,0% 4 7,5%
Problemas de transporte 0,0% 3 9,1% 1 10,0% 4 7,5%
CA ou familiar perde o horário 0,0% 3 9,1% 0,0% 3 5,7%
Não tem com quem deixar o(a) filho(a) 0,0% 1 3,0% 1 10,0% 2 3,8%
Não tenho material escolar 0,0% 2 6,1% 0,0% 2 3,8%
Os professores, diretores, e pessoas que
trabalham na escola não me defendem 0,0% 2 6,1% 0,0% 2 3,8%
Parou/passou o tempo 0,0% 2 6,1% 0,0% 2 3,8%
Está esperando ser chamado em nova
escola 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Expulso 0,0% 0,0% 1 10,0% 1 1,9%
Não gosta da escola 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Os pais não providenciaram a entrada 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Por que não tenho roupa limpa 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Porque não conseguiu vaga 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Problemas familiares 0,0% 1 3,0% 0,0% 1 1,9%
Quando visita familiares 0,0% 0,0% 1 10,0% 1 1,9%
Sofro violência por causa da minha
orientação sexual ou identidade de
gênero 1 10,0% 0,0% 0,0% 1 1,9%
Sou zoado, os meus colegas riem de mim 1 10,0% 0,0% 0,0% 1 1,9%
Não informado 0,0% 3 9,1% 1 10,0% 4 7,5%
Respondentes* 10 - 33 - 10 - 53 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Ainda neste mesmo grupo etário, encontramos como motivo para não estar matriculado,
o não gostar de ir para a escola em 66,7% e por causa do trabalho em 33,3% dos respondentes
em acolhimento. Na situação outras trajetórias de risco, 17,6% apontaram não conseguir vaga e
13,7% por causa do trabalho. Nesta mesma situação, encontramos 11,8% de respondentes que
não estão matriculados por problemas familiares. Para as CAs em situação de rua, os motivos de
não estar matriculado foram 26,7% porque está na rua e 13,3% por causa do trabalho.

269
Tabela 259: Por que não está matriculado na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
Não está matriculado risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Porque não gosta / não está́ a fim 2 66,7% 4 7,8% 7 23,3% 13 15,5%
Por causa do trabalho, não dá tempo 1 33,3% 7 13,7% 4 13,3% 12 14,3%
Porque não conseguiu vaga 0,0% 9 17,6% 2 6,7% 11 13,1%
Porque está na rua 0,0% 1 2,0% 8 26,7% 9 10,7%
Parou/passou o tempo 0,0% 5 9,8% 2 6,7% 7 8,3%
Problemas familiares 0,0% 6 11,8% 0,0% 6 7,1%
Porque fico cansado 0,0% 4 7,8% 1 3,3% 5 6,0%
Problemas de adaptação (brigas, foi
expulso, tem vergonha, falta às aulas) 0,0% 4 7,8% 1 3,3% 5 6,0%
Falta algum documento 0,0% 4 7,8% 1 3,3% 5 6,0%
Expulso 0,0% 2 3,9% 2 6,7% 4 4,8%
Meus pais me tiraram da escola 0,0% 2 3,9% 1 3,3% 3 3,6%
Não tenho material escolar 0,0% 0,0% 2 6,7% 2 2,4%
Se mudou e está procurando escola 0,0% 2 3,9% 0,0% 2 2,4%
Sou zoado, os meus colegas riem de mim 0,0% 2 3,9% 0,0% 2 2,4%
Cuida de familiares 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Já terminou os estudos 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Não entregou a documentação para a
escola 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Não está matriculado 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Não tem com quem deixar o(a) filho(a) 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 1,2%
Os pais não providenciaram a entrada 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Perdeu vaga 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Por causa da pandemia 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Por que não tenho roupa limpa 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 1,2%
Problemas de transporte 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Suspenso das aulas 0,0% 1 2,0% 0,0% 1 1,2%
Não informado 0,0% 2 3,9% 3 10,0% 5 6,0%
Respondentes* 3 - 51 - 30 - 84 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Entre as CAs de 7 a 17 anos, encontramos cinco menções frequentes, em percentuais e


posicionamentos distintos nas situações:

● Amigos (37,1%);

● Tem comida (merenda/almoço) (36,5%);

● Brincar com meus colegas (32,9%);

● A gente aprende (29,0%);

● Professora é legal (29,0%).

270
Tabela 260: O que você gosta na escola? faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
O que gosta risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Amigos 38 47,5% 116 33,7% 34 41,0% 188 37,1%
Tem comida (merenda/almoço) 31 38,8% 125 36,3% 29 34,9% 185 36,5%
A gente aprende/ Estuda 38 47,5% 121 35,2% 25 30,1% 184 36,3%
Brincar com meus colegas 25 31,3% 121 35,2% 21 25,3% 167 32,9%
Professora é legal 35 43,8% 95 27,6% 17 20,5% 147 29,0%

Aulas de educação física/esportes 4 5,0% 42 12,2% 4 4,8% 50 9,9%

Não gosta da escola 10 12,5% 12 3,5% 3 3,6% 25 4,9%


Convívio social 0,0% 12 3,5% 5 6,0% 17 3,4%
Recreio 0,0% 4 1,2% 2 2,4% 6 1,2%
Educação física 1 1,3% 1 0,3% 1 1,2% 3 0,6%
Tudo 1 1,3% 0,0% 2 2,4% 3 0,6%
Aula de informática 1 1,3% 0,0% 1 1,2% 2 0,4%
Alfabeto 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Desenhar 0,0% 0,0% 1 1,2% 1 0,2%
Estar dentro da sala 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Férias 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Garotas 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Geografia 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Jogar bola 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Não gosta, porém é melhor que ficar em casa 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Números da tabela 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Não respondeu 8 10,0% 13 3,8% 7 8,4% 28 5,5%
Respondentes* 80 - 344 - 83 - 507 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Tiveram 14 entrevistados que nunca foram para a escola, portanto, não foram considerados no total de respondentes.
(**) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Importante ressaltar que em 2018 o Brasil retornou para o mapa da fome e, desde então,
tem aumentado o estado de insegurança alimentar em mais de 50% da população em território
nacional, segundo estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação da
Agricultura, em 2022.

Entre as CAs de 7 a 17 anos, os que NÃO gostam da escola, destacamos os cinco principais
motivos:

● Estudar (17,6%);

● Bullying (16,2%);

● Dá sono (14,0%);

271
● Olham torto (estudantes, professora) (11,4%);

● Brigas (7,9%).

Tabela 261: O que você não gosta na escola? Faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
O que não gosta de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Estudar 14 17,5% 60 17,4% 15 18,1% 89 17,6%
Bullying 19 23,8% 51 14,8% 12 14,5% 82 16,2%
Dá sono 22 27,5% 36 10,5% 13 15,7% 71 14,0%
Olham torto (estudantes; professora) 21 26,3% 26 7,6% 11 13,3% 58 11,4%
Brigas 13 16,3% 26 7,6% 1 1,2% 40 7,9%
Da comida 6 7,5% 22 6,4% 2 2,4% 30 5,9%
Ambiente escolar (estrutura física, grades) 5 6,3% 17 4,9% 5 6,0% 27 5,3%
Professores 4 5,0% 20 5,8% 3 3,6% 27 5,3%
Direção 1 1,3% 16 4,7% 2 2,4% 19 3,7%
Algumas matérias 1 1,3% 13 3,8% 4 4,8% 18 3,6%
Não gosta de tudo na escola 2 2,5% 9 2,6% 6 7,2% 17 3,4%
Outro 2 2,5% 8 2,3% 1 1,2% 11 2,2%
Não gosta das tarefas e provas 0,0% 9 2,6% 1 1,2% 10 2,0%
Dos alunos bagunceiros 2 2,5% 7 2,0% 0,0% 9 1,8%
Sofre preconceito 2 2,5% 2 0,6% 2 2,4% 6 1,2%
Barulho 0,0% 3 0,9% 1 1,2% 4 0,8%
Não tem onde tomar banho antes de assistir
2 2,5% 0,0% 2 2,4% 4 0,8%
aula
Medo de ficar de castigo 0,0% 2 0,6% 1 1,2% 3 0,6%
Acordar cedo 1 1,3% 1 0,3% 0,0% 2 0,4%
Falta de água 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Ir todos os dias 0,0% 0,0% 1 1,2% 1 0,2%
Não gosta do convívio social 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Sistema de ensino 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Voltar para casa 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Não tem o que eu não goste 16 20,0% 75 21,8% 19 22,9% 110 21,7%
Respondente * 80 - 344 - 83 - 507 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Tiveram 14 entrevistados que nunca foram para a escola, portanto, não foram considerados no total de respondentes.
(**) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Segundo a pesquisadora Silva (2005), devemos repensar a estrutura da escola para


acolher as experiências na rua de crianças e adolescentes, oportunizando a participação e
garantindo espaços de valorização da cultura e as suas necessidades, tornando a escola um
espaço de acolhimento e de interação com a rua. Quem utiliza do espaço do logradouro público,
seja para o trabalho informal ou, na ausência de moradia, o tem como espaço de pernoite, cria
normas de sociabilidade, diferente do que é aceito socialmente. A percepção sobre o tempo
também deve ser considerada neste momento. Para crianças e adolescentes que recorrem às
ruas, sozinhos ou acompanhados, a noção de tempo, tal como a lógica capitalista de produção,
nos evidencia o instante imediato como satisfação de suas necessidades básicas e humanas. Tal

272
lógica é perceptível e aprendida nas ruas, sendo um dificultador quando pensamos nas normas
escolares sobre tempo e horários definidos.

O que torna a escola atrativa para crianças e adolescentes em situação de rua? Como
promover a identificação do conteúdo curricular com as vivências da rua?

Segundo Cerqueira-Santos (2010), a escola ainda é um espaço de discurso sobre a


ascensão social e da relação de possibilidade e impossibilidade de acesso e sucesso, tendo seu
papel garantido sobre mobilidade social e a perspectiva de futuro. Porém, essa fala é distante da
realidade. Precisamos repensar sobre as propostas pedagógicas previstas nos currículos
escolares, da formação dos profissionais da rede de ensino, bem como a inclusão das vivências
na rua como saberes relevantes para a formação do sentido de cidadania e de direitos.

A seguir alguns cruzamentos que mostram que a escola reduz a frequência da CA estar
em situação de rua.

Frequência na escola x dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos


Quanto menos dias a CA está na rua, maior é a frequência na escola (p-valor < 0,01).

Tabela 262: Frequência na escola x dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos
Menos de 5 dias Pelo menos 5 dias Total
Frequência na escola
Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui para a escola 1 7,1% 13 92,9% 14 100,0%
Não está matriculado 31 36,9% 53 63,1% 84 100,0%
Mais falto do que vou 27 50,9% 26 49,1% 53 100,0%
Falto poucas vezes 62 54,4% 52 45,6% 114 100,0%
Sim. Todos os dias 172 67,2% 84 32,8% 256 100,0%
Respondentes 293 56,2% 228 43,8% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

273
Matriculado x quantidade de dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos

À medida que aumenta o número de dias que a CA está na rua, reduz o percentual de
matriculados (p-valor < 0,01).

Tabela 263: Matriculado x quantidade de dias que fica na rua das CASR 7 a 17 anos
Menos de 5 dias Pelo menos 5 dias Total
Matrícula
Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui para a escola 1 7,1% 13 92,9% 14 100,0%
Não 32 33,7% 63 66,3% 95 100,0%
Sim 260 63,1% 152 36,9% 412 100,0%
Respondentes 293 56,2% 228 43,8% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

274
4.13.1.2 Esporte e lazer

“Me dê 4 bons motivos para não ser


Olha meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e o tiozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque
Eufóricos brinquedos eletrônicos
Automaticamente eu imagino
A molecada lá da área como é que tá
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
Jogando bola descalços nas ruas de terra
É, brincam do jeito que dá
Gritando palavrão é o jeito deles
Eles não têm videogame às vezes nem televisão
Mas todos eles têm um dom são cosme são damião
A única proteção”
Fim de Semana no Parque - Racionais MC’s (1993)

A cidade de São Paulo oferece para seus munícipes espaços para a prática de Esportes e
fomento ao lazer, e são eles: 01 unidade de Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, 46
unidades de Centro Esportivo, 28 unidades de piscinas municipais e 105 unidades de parques.
(SÃO PAULO, 2022).

● Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa: Região Sul – 01.

● Centro Esportivo: Região Norte - 10, Sul – 13, Leste - 14, Oeste – 05 e Centro – 06.

● Piscinas Municipais: Região Norte - 07, Sul – 08, Leste - 07, Oeste – 04 e
Centro – 02.

● Parques: Região Norte – 15, Sul – 32, Leste – 33, Oeste – 18 e Centro – 07.

Conforme a Declaração Universal de Direitos Humanos, adotado pela Organização das


Nações Unidas, em 1948, sendo o Brasil membro parceiro desde sua criação, prevê, que todo ser
humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal (artigo 03), deve ser reconhecido
como pessoa perante a lei (artigo 06), tem direito de acesso ao repouso e lazer (artigo 24) e tem
direito a participar da vida cultural da comunidade (artigo 27).

Compreender o tema de esporte e lazer é essencial para pensarmos sobre o


desenvolvimento físico, social e emocional das crianças e adolescentes, visto que crianças e

275
adolescentes que acessam atividades de esporte e lazer, aprimoram habilidades de sociabilidade,
regras de convivência e a instrução do desenvolvimento do seu corpo físico.

4.13.1.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Quando abordamos com os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos sobre a frequência em


espaços de fomento ao esporte e lazer, 84,4% dos responsáveis em situação de acolhimento,
77,9% em outras trajetórias de risco e 66,7% em situação de pernoite, alegaram nunca ter levado
a criança. Das crianças que frequentaram mais de uma vez os espaços de esporte e lazer,
encontramos 15,6% em situação de acolhimento, 17,2% em outras trajetórias de risco e 23,3%
em situação de pernoite.

Tabela 264: Utilizou algum serviço dos centros esportivos na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
outras trajetórias
Utilizou algum serviço dos Acolhimento Pernoite Total
de risco
Centros esportivos
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levou 38 84,4% 113 77,9% 20 66,7% 171 77,7%
Só uma vez 0,0% 4 2,8% 2 6,7% 6 2,7%
Mais de uma vez 7 15,6% 25 17,2% 7 23,3% 39 17,7%
Não informou 0,0% 3 2,1% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.1.2.2 CAs de 7 a 17 anos

Quando abordamos o tema de esporte e lazer com crianças e adolescentes entre 7 e 17


anos, 58,8% em situação de acolhimento, 46,7% em outras trajetórias de risco e 55,3% em
situação de pernoite informaram que nunca frequentaram um espaço de esporte e lazer. Dos
que utilizaram os espaços mais de uma vez, encontramos 36,3% em acolhimento, 39,5% em
outras trajetórias de risco e 35,1% em situação de pernoite. Dos que frequentaram apenas uma
vez, os percentuais são abaixo de 11%, evidenciando que, sendo oportunizado o acesso à
informação desses espaços, a frequência pode aumentar de forma gradativa. Aos que utilizam
esses espaços, encontramos aprovação de 100% em relação ao acolhimento.

276
Tabela 265: Utilizou algum serviço dos centros esportivos na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
outras trajetórias
Utilizou algum serviço dos Acolhimento Pernoite Total
de risco
Centros esportivos
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 47 58,8% 162 46,7% 52 55,3% 261 50,1%
Só uma vez 4 5,0% 36 10,4% 5 5,3% 45 8,6%
Mais de uma vez 29 36,3% 137 39,5% 33 35,1% 199 38,2%
Não informou 0,0% 12 3,5% 4 4,3% 16 3,1%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 30%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 20% utilizaram mais de uma vez.

A maior parte, 97,5% gostaram do atendimento dos centros de esporte. Os poucos que
não gostaram, ou gostaram mais ou menos, alegaram que foram maltratados ou não foram bem
atendidos.

Tabela 266: Avaliação dos centros esportivos na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Avaliação de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/
33 100,0% 167 96,5% 38 100,0% 238 97,5%
ouvido, cuidado)
Gostei mais ou menos 0,0% 3 1,7% 0,0% 3 1,2%
Não gostei 0,0% 2 1,2% 0,0% 2 0,8%
Não sei dizer 0,0% 1 0,6% 0,0% 1 0,4%
Respondentes 33 100,0% 173 100,0% 38 100,0% 244 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Gráfico 44: Motivo de não ter gostado do atendimento dos centros esportivos

Fui maltratado 20,00%

Não foi bem atendido 20,00%

Não informado 60,00%


Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

277
4.13.1.3 Cultura
Entendo por humanização o processo que confirma no homem aqueles traços que
reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa
disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar
nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e
dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade
na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza,
a sociedade, o semelhante
(CANDIDO, 2004. p.180).

Abordar o tema da cultura é garantir o diálogo sobre o direito à cidade, a mobilidade


pelos territórios, bem como a formação cultural de sua população, respeitando a identidade e
cultura local, realizando um olhar mais atento e mais próximo, respeitando as diferenças e
acolhendo as demandas de interesse da população. A cultura é fundamental para as relações
sociais e como ferramenta de fomento à imaginação, expansão de conhecimento,
desenvolvimento de habilidades e aprimoramento do lazer popular.

Conforme o artigo 215 da Constituição Federal de 1988, o Estado deve garantir o pleno
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional. A prefeitura de São Paulo
possui espaços de fomento à cultura, à leitura, à arte e à formação cultural, e são: 54 unidades
de biblioteca municipal, 13 bosques da leitura 15 pontos de leitura, 12 Ônibus da cultura, 04
unidades de Centros Culturais, 03 unidades de Formação Cultural e 08 unidades de Teatro. (SÃO
PAULO, 2022).

4.13.1.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Sobre o acesso à cultura, observa-se um cenário semelhante ao acesso a equipamentos


que oferecem atividades esportivas: em todas as categorias, há altos índices de respostas “nunca
levou”, principalmente, na situação "acolhimento'', que alcançou 77,8% de não atendimento. A
situação do pernoite teve 70,0% de CASR sem utilização de serviços da cultura. Ainda assim, dos
que utilizaram o serviço, 97,9% dos entrevistados avaliaram positivamente o serviço.

Vale ressaltar que, para além dos espaços de cultura oferecidos pela prefeitura, existem
festivais e propostas culturais que são realizados nas ruas da cidade, sendo de maior acesso aos
que estão em situação de rua ou sobrevivendo dos logradouros públicos.

278
Tabela 267: Utilização do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou algum serviço dos Centros Acolhimento Pernoite Total
de risco
culturais
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levou 35 77,8% 107 73,8% 21 70,0% 163 74,1%
Levei, mas tive o atendimento
negado 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Só uma vez 3 6,7% 5 3,4% 1 3,3% 9 4,1%
Mais de uma vez 7 15,6% 28 19,3% 7 23,3% 42 19,1%
Não informou 0,0% 4 2,8% 1 3,3% 5 2,3%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.1.3.2 CAs de 7 a 17 anos

Na faixa etária de 7 a 17 anos, observa-se o mesmo fenômeno similar entre o grupo de 0


a 6 anos: a não utilização de um centro cultural é apontado como “nunca usei” em 62,5% dos
respondentes em acolhimento, 54,5% em outras trajetórias de risco e 58,5% em situação de
pernoite. Dos que já utilizaram mais de uma vez, encontramos 32,5% em acolhimento, 27,4% em
outras trajetórias de risco e 24,5% em situação de pernoite. Neste item, precisamos pensar sobre
as políticas públicas de fomento e meios de divulgação e informação sobre o uso desses espaços.

Tabela 268: Utilização do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou algum serviço Acolhimento Pernoite Total
de risco
dos Centros culturais
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 50 62,5% 189 54,5% 55 58,5% 294 56,4%
Só uma vez 4 5,0% 49 14,1% 9 9,6% 62 11,9%
Mais de uma vez 26 32,5% 95 27,4% 23 24,5% 144 27,6%
Não informou 0,0% 14 4,0% 7 7,4% 21 4,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 20%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que nenhuma CASR com deficiência utilizou mais de uma vez.

A aprovação dos que acessaram os centros culturais é de 94,7%. Das CAs que apontaram
não terem gostado, 27,3% alegaram não ter atividades de seu interesse ou gosto.

279
Tabela 269: Avaliação do serviço dos Centros culturais na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Avaliação de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/
30 100,0% 136 94,4% 29 90,6% 195 94,7%
ouvido, cuidado)
Gostei mais ou menos 0,0% 3 2,1% 1 3,1% 4 1,9%
Não gostei 0,0% 5 3,5% 2 6,3% 7 3,4%
Respondentes 30 100,0% 144 100,0% 32 100,0% 206 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Gráfico 45: motivo da avaliação

Não tem a atividade que eu gosto 27,3%

Brigaram com a CA 9,1%

CA foi agredida 9,1%

Demora demais 9,1%

É chato 9,1%

Fui mal atendido 9,1%

Fui maltratado 9,1%

Não informado 18,2%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O capítulo IV do ECA (1990) refere-se ao direito à educação, à cultura, ao esporte e ao


lazer, evidenciando no Art. 59 que "os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão
e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de
lazer voltadas para a infância e a juventude".

Este é um eixo central quando abordamos o desenvolvimento da criança e do


adolescente. Neste sentido, para o cumprimento destes direitos, é importante que sejam
formuladas políticas públicas integradas, seja no âmbito municipal, como no estadual e no
federal.

280
4.13.2 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA E
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E SECRETARIA ESTADUAL DE JUSTIÇA E
CIDADANIA

Com a criação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS - Lei 8.742/93), a assistência
social regulamenta o amparo da população por meio da proteção social básica e a proteção social
especial. Isto é, de forma integrada e utilizando de políticas intersetoriais, o objetivo da
assistência social é o enfrentamento à pobreza e garantia dos direitos sociais básicos. A cidade
de São Paulo possui espaços de fomento à convivência familiar, criação de vínculo,
desenvolvimento de habilidades e experiências lúdicas, e são eles: 467 unidades de Centro para
Criança e Adolescente (CCA), 63 unidades de Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo
(CEDESP), 39 unidades de Centro da Juventude (CJ), 05 unidades de Circo Social, 132 unidades de
Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA) e 02 unidades de
Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças (SAIC). (SÃO PAULO, 2022).

A. CCA: Região Norte – 105, Sul – 160, Leste – 147, Oeste – 42 e Centro – 13.

B. CEDESP: Região Norte - 11, Sul - 14, Leste - 30, Oeste - 06 e Centro - 02.

C. CJ: Região Norte - 08, Sul - 20, Leste – 10 e Oeste - 01.

D. Circo Social: Região Norte - 01, Sul - 01 e Leste - 03.

E. SAICA: Região Norte - 26, Sul - 32, Leste - 56, Oeste - 07 e Centro - 05.

F. SAICA: Região Leste - 02.

4.13.2.1 CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social


4.13.2.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Quase 91,4% do total dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos afirmaram nunca ter
levado a criança no atendimento do Centro para Criança e Adolescente (CCA), Centro da
Juventude (CJ), Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (CEDESP), Centro de Convivência
Intergeracional (Ccinter) ou Circo Social. Este número é inquietante, visto que o não acesso aos
espaços pode ser motivado pela ausência de informação, de propostas de interesse ou de

281
equipamentos próximos aos endereços de residência. Porém, dos poucos que levaram,
afirmaram que foram bem acolhidos e recebidos.

Tabela 270: Utilização do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo
de situação
Outras trajetórias
Utilizou algum serviço do CCA / CJ / Acolhimento Pernoite Total
de risco
CEDESP / Ccinter / Circo Social
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 45 100,0% 132 91,0% 24 80,0% 201 91,4%
Levei, mas tive o atendimento
negado 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Levei só uma vez 0,0% 2 1,4% 1 3,3% 3 1,4%
Levei mais de uma vez 0,0% 6 4,1% 3 10,0% 9 4,1%
Não informou 0,0% 4 2,8% 2 6,7% 6 2,7%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.2.1.2 CAs de 7 a 17 anos

Em relação às CAs de 7 a 17 anos, a maioria (62,0%) também afirmou nunca ter acessado os
serviços. Dos entrevistados que utilizaram o serviço, a avaliação foi positiva, 88,7% em média,
gostaram e se sentiram acolhidos.

Tabela 271: Utilização do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação

Outras trajetórias
Utilizou algum serviço do CCA / CJ / Acolhimento Pernoite Total
de risco
CEDESP / Ccinter / Circo Social
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 43 53,8% 222 64,0% 58 61,7% 323 62,0%
Só uma vez 3 3,8% 26 7,5% 11 11,7% 40 7,7%
Mais de uma vez 34 42,5% 89 25,6% 23 24,5% 146 28,0%
Não informou 0,0% 10 2,9% 2 2,1% 12 2,3%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs),40%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 35% utilizaram mais de uma vez

282
A maior parte, 88,7% gostaram do atendimento dos centros sociais. Os poucos que não
gostaram, ou gostaram mais ou menos, afirmam que outras CAs brigavam ou batiam nelas.

Tabela 272: Avaliação do serviço CCA / CJ / CEDESP / Ccinter / Circo Social na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo
de situação
Avaliação do serviço do CCA / Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
CJ / CEDESP / Ccinter / Circo de risco
Social Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
32 86,5% 103 89,6% 30 88,2% 165 88,7%
cuidado)
Gostei mais ou menos 2 5,4% 2 1,7% 3 8,8% 7 3,8%
Não gostei 3 8,1% 9 7,8% 0,0% 12 6,5%
Não sei dizer 0,0% 1 0,9% 1 2,9% 2 1,1%
Respondentes 37 100,0% 115 100,0% 34 100,0% 186 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Gráfico 46: Motivo de não gostar


Outras CA's brigavam/batiam/xingavam ela 21,4%
Fui maltratado 14,3%
Foi expulso 7,1%
Quiseram me obrigar ir para o ABRIGO/SAICA 7,1%
Outro 7,1%
Ambiente rigido 7,1%
Era obrigado a comer 7,1%
As atividades são chatas 7,1%
Não informado 7,1%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.2.2 Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou Centro de Referência


Especializado de Assistência Social (CREAS)

O município de São Paulo possui uma rede socioassistencial em seus territórios contendo
54 unidades de Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e 30 unidades de Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). (SÃO PAULO, 2022).

● CRAS: Região Norte - 15, Sul - 17, Leste - 18, Oeste - 03 e Centro - 01.

● CREAS: Região Norte - 07, Sul - 08, Leste - 12, Oeste - 02 e Centro - 01.

283
4.13.2.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Um total de 32,7% dos responsáveis pelas CASR na faixa etária de 0 a 6 anos afirmaram ter
levado mais de uma vez a criança ao atendimento no CRAS ou no CREAS. Esse percentual é menor
no tipo pernoite, que atinge 23,3%.

Tabela 273: Utilização do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou o serviço do Acolhimento Pernoite Total
de risco
CRAS ou CREAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 23 51,1% 61 42,1% 13 43,3% 97 44,1%
Levei, mas tive o
1 2,2% 3 2,1% 1 3,3% 5 2,3%
atendimento negado
Só uma vez 9 20,0% 24 16,6% 8 26,7% 41 18,6%
Mais de uma vez 12 26,7% 53 36,6% 7 23,3% 72 32,7%
Não informou 0,0% 4 2,8% 1 3,3% 5 2,3%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

A avaliação dos responsáveis que levaram as crianças de 0 a 6 anos no CRAS ou no CREAS


foi muito boa, atingindo 88,5% de satisfação.

Tabela 274: Avaliação do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do CRAS Acolhimento Pernoite Total
de risco
ou CREAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
19 90,5% 66 85,7% 15 100,0% 100 88,5%
cuidado)
Não gostei (Mal acolhido,
2 9,5% 10 13,0% 0,0% 12 10,6%
tenho medo, maltratado, etc.)
Não sei dizer 0,0% 1 1,3% 0,0% 1 0,9%
Respondentes 21 100,0% 77 100,0% 15 100,0% 113 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.2.2.2 CAs de 7 a 17 anos

Entre as CASR, de 7 a 17 anos entrevistadas, o percentual de respostas sobre nunca ter


sido atendidos no CRAS ou no CREAS revelou índice de 53,7%. Esse percentual é maior na
categoria “outras trajetórias de risco” (57,3%) e na categoria pernoite (48,9%).

284
Tabela 275: Utilização do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Utilizou o serviço do CRAS ou CREAS de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 35 43,8% 199 57,3% 46 48,9% 280 53,7%
Só uma vez 11 13,8% 52 15,0% 13 13,8% 76 14,6%
Mais de uma vez 32 40,0% 66 19,0% 26 27,7% 124 23,8%
Não informou 2 2,5% 30 8,6% 9 9,6% 41 7,9%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 35%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 25% utilizaram mais de uma vez.

A avaliação dos que utilizaram os serviços foi positiva, sendo que 83% das CASR de 7 a 17
anos que utilizaram, se sentiram acolhidos e ouvidos no serviço.

Tabela 276: Avaliação do serviço CRAS ou CREAS na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do CRAS ou Acolhimento Pernoite Total
de risco
CREAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
37 86,0% 96 81,4% 33 84,6% 166 83,0%
cuidado)
Gostei mais ou menos 1 2,3% 6 5,1% 2 5,1% 9 4,5%
Não gostei 3 7,0% 7 5,9% 2 5,1% 12 6,0%
Não sei dizer 2 4,7% 9 7,6% 2 5,1% 13 6,5%
Respondentes 43 100,0% 118 100,0% 39 100,0% 200 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando o serviço do CREAS e CRAS é mal avaliado o principal motivo está ligado ao mal
atendimento em 52,4% das vezes.

Gráfico 47: Motivo de não ter gostado do atendimento do CRAS ou CREAS


Fui mal atendido 52,4%
Fui maltratado 19,0%
Atendimento demora demais 14,3%
Medo de me tirarem da família 4,8%
Quiseram me obrigar ir para o ABRIGO/SAICA 4,8%
Negligência no atendimento 4,8%
Não tinha liberdade 4,8%
Não informado 4,8%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

285
4.13.2.3 Serviço especializado de abordagem social (SEAS)

4.13.2.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Sobre o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), o total de 64,1% dos


responsáveis pelas crianças na faixa etária de 0 a 6 anos afirmaram nunca ter sido abordados por
profissionais do SEAS.

Tabela 277: Abordagem por profissional de SEAS com os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Abordado por profissional do SEAS de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui abordado 28 62,2% 100 69,0% 13 43,3% 141 64,1%
Fui abordado só uma vez 8 17,8% 13 9,0% 3 10,0% 24 10,9%
Fui abordado mais de uma vez 9 20,0% 30 20,7% 14 46,7% 53 24,1%
Não informou 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

Os que foram abordados pelo serviço, se sentiram bem acolhidos em 94,8% dos casos.

Tabela 278: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do SEAS por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação da abordagem do Acolhimento Pernoite Total
de risco
profissional do SEAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
cuidado) 15 88,2% 42 97,7% 16 94,1% 73 94,8%
Não gostei (Mal acolhido, tenho medo,
maltratado, etc.) 1 5,9% 1 2,3% 1 5,9% 3 3,9%
Não sei dizer 1 5,9% 0,0% 0,0% 1 1,3%
Respondentes 17 100,0% 43 100,0% 17 100,0% 77 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.2.3.2 CAs de 7 a 17 anos

Entre as CASR entrevistados, na faixa etária de 7 a 17 anos, o percentual dos que nunca
foram abordados por um profissional do SEAS atingiu o índice de 71,8%. Esse percentual é maior
em outras trajetórias de risco (79,8%) e menor na categoria acolhimento (55,0%).

286
Tabela 279: Abordagem por profissional de SEAS com as CAs de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Abordado por Acolhimento Pernoite Total
de risco
profissional do SEAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui abordado 44 55,0% 277 79,8% 53 56,4% 374 71,8%
Fui abordado só uma vez 5 6,3% 29 8,4% 6 6,4% 40 7,7%
Fui abordado mais de uma
27 33,8% 32 9,2% 29 30,9% 88 16,9%
vez
Não informou 4 5,0% 9 2,6% 6 6,4% 19 3,6%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Dos entrevistados que utilizaram o serviço, 89,1% se sentiram acolhidos e ouvidos no


serviço.

Tabela 280: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do SEAS por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação da abordagem do Acolhimento Pernoite Total
de risco
profissional do SEAS
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem
acolhido/ouvido, cuidado) 31 96,9% 51 83,6% 32 91,4% 114 89,1%
Gostei mais ou menos 0,0% 3 4,9% 0,0% 3 2,3%
Não gostei 0,0% 7 11,5% 2 5,7% 9 7,0%
Não sei dizer 1 3,1% 0,0% 1 2,9% 2 1,6%
Respondentes 32 100,0% 61 100,0% 35 100,0% 128 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Dos que não avaliaram bem o serviço, a justificativa foi o medo de tirarem ele da família.

Gráfico 48: Motivo de não ter gostado do atendimento do SEAS

Medo de me tirarem da família 41,67%


Os profissionais são chatos 25,00%
Quiseram me obrigar ir para o ABRIGO/SAICA/Centro… 25,00%
Quiseram me internar 16,67%
Quiseram que eu volte para a escola 8,33%
Medo de me afastar dos meus amigos / pessoas que… 8,33%
Medo de me prenderem 8,33%
Fui mal atendido 8,33%
Fui maltratado 8,33%
Não informado 8,33%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

287
Quando se analisa a abordagem do SEAS em relação ao tempo de rua, à medida que
aumenta o tempo de rua aumenta também a abordagem do SEAS (p-valor < 0,01).

Tabela 281: Tempo de rua x abordagem do SEAS nas CASR 7 a 17 anos


Fui abordado pelo
Nunca fui abordado Total
Tempo de rua menos uma vez
Quant. % Quant. % Quant. %
Menos de 1 ano 7 12,1% 51 87,9% 58 100,0%
1 ano 14 20,0% 56 80,0% 70 100,0%
2 anos 21 23,6% 68 76,4% 89 100,0%
3 a 5 anos 48 29,1% 117 70,9% 165 100,0%
Mais de 5 anos 38 31,7% 82 68,3% 120 100,0%
Respondentes 128 25,5% 374 74,5% 502 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.2.4 Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA)

4.13.2.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Quase 90% do total dos responsáveis pelas crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, afirmaram
que as crianças nunca utilizaram o SAICA. No entanto, se observado por categoria, entre as
famílias que estão em acolhimento, 37,8% das crianças já utilizaram o serviço de SAICA, ou seja,
possuem uma trajetória de institucionalização tanto dos responsáveis quanto das crianças.

Tabela 282: Utilização do serviço do SAICA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Utilizou o SAICA de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 28 62,2% 140 96,6% 27 90,0% 195 88,6%
Sim 17 37,8% 4 2,8% 3 10,0% 24 10,9%
Não informou 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quanto à avaliação dos respondentes cujas crianças já estiveram na SAICA, 79,2% avaliaram
positivamente o serviço. Ao observar por categoria, entre os que estão em acolhimento o
percentual dos que gostaram é ainda maior, com 82,4%.

288
Tabela 283: Avaliação do serviço do SAICA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Avaliação do SAICA de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
14 82,4% 3 75,0% 2 66,7% 19 79,2%
cuidado)
Não gostei (Mal acolhido, tenho
3 17,6% 0,0% 1 33,3% 4 16,7%
medo, maltratado, etc.)
Não sei dizer 0,0% 1 25,0% 0,0% 1 4,2%
Respondentes 17 100,0% 4 100,0% 3 100,0% 24 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A maior parte, nas situações de outras trajetórias e pernoite, nunca usou o serviço de
acolhimento familiar, 86,2% e 83,3%, respectivamente.

Tabela 284: Você já utilizou o serviço do Centro de acolhida para a família junto com a criança na faixa etária de
0 a 6 anos por tipo de situação
Utilizou o serviço do Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Centro de acolhida para a de risco
família Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 10 22,2% 125 86,2% 25 83,3% 160 72,7%
Não usei, porque tive o
0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
atendimento negado
Só uma vez 13 28,9% 11 7,6% 1 3,3% 25 11,4%
Mais de uma vez 22 48,9% 7 4,8% 4 13,3% 33 15,0%
Não informou 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

No grupo que mais usaram o serviço, do grupo em acolhimento, 80% afirmaram que
gostou do serviço. Nas outras situações o percentual foi menor, atingindo no máximo 60% no
pernoite.

Tabela 285: Avaliação do serviço do Centro de acolhida para a família junto com a criança na faixa etária de 0 a 6
anos por tipo de situação
Outras
Utilizou o serviço do Centro de acolhida para a Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
família risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido, cuidado) 28 80,0% 10 55,6% 3 60,0% 41 70,7%
Não gostei (Mal acolhido, tenho medo,
maltratado, etc.) 5 14,3% 0,0% 0,0% 5 8,6%
Não sei dizer 2 5,7% 8 44,4% 2 40,0% 12 20,7%
Respondentes 35 100,0% 18 100,0% 5 100,0% 58 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

289
4.13.2.4.2 CAs de 7 a 17 anos

Para a faixa etária de 7 a 17 anos, na situação de acolhimento não foi perguntado sobre a
utilização ou o conhecimento do SAICA, apenas para as situações de pernoite e de outras
trajetórias de risco. Em ambas situações, um grande percentual desconhece o que é o SAICA,
74,6% em outras trajetórias de risco e 62,8% no pernoite. Entre os que conhecem, a situação do
pernoite é a que mais utilizou 27,7%.

Tabela 286: Utilização/conhecimento do serviço do SAICA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou/conhecimento do serviço do Pernoite Total
de risco
SAICA
Quant. % Quant. % Quant. %
Não conhece 259 74,6% 59 62,8% 318 72,1%
Conhece, mas nunca utilizou 69 19,9% 9 9,6% 78 17,7%
Sim, utilizei uma vez 13 3,7% 12 12,8% 25 5,7%
Sim, utilizei mais de uma vez 6 1,7% 14 14,9% 20 4,5%
Respondentes (*) 347 100,0% 94 100,0% 441 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: A pergunta não foi aplicada para as CAs que estavam em situação de acolhimento.

Dos que foram acolhidos, em média 72,0% afirmaram que se sentiam bem com o pessoal,
sendo que ao observar por tipo de situação, este percentual se difere um pouco entre as
categorias, de modo que entre os acolhidos o percentual é superior do que entre aqueles que
estão em outras situações de risco, que foi em torno de 53%.

Tabela 287: Quando foi para o Abrigo/SAICA, você se deu bem com o pessoal que trabalha lá? no SAICA na faixa
etária de 7 a 17 anos por situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Se deu bem com o pessoal de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim (sou bem acolhido/ ouvido,
66 82,5% 10 52,6% 14 53,8% 90 72,0%
cuidado)
Regular 6 7,5% 4 21,1% 4 15,4% 14 11,2%
Não (sou mau acolhido/ tenho
8 10,0% 4 21,1% 4 15,4% 16 12,8%
medo, maltratado, etc..)
Não sei dizer 0,0% 1 5,3% 4 15,4% 5 4,0%
Respondentes 80 100,0% 19 100,0% 26 100,0% 125 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

290
Quando a CASR afirmou que foi bem acolhido, as principais justificativas estão associadas
ao tratamento da equipe, de modo que gostam dos profissionais e acham a equipe divertida, o
equivalente a 78,9% dos que avaliam positivamente o serviço.

Tabela 288: Justificativa do porquê considera que foi bem acolhido na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras trajetórias
Sim (sou bem acolhido/ ouvido, cuidado). Acolhimento Pernoite Total
de risco
Por quê?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
A equipe a trata bem 28 42,4% 5 50,0% 7 50,0% 40 44,4%
Gosta da equipe/acha eles
24
legais/atenciosos 17 25,8% 3 30,0% 4 28,6% 26,7%
Equipe é divertida/faz atividades com eles 7 10,6% 0,0% 0,0% 7 7,8%
Respeita a equipe 5 7,6% 0,0% 0,0% 5 5,6%
Se dá bem com algumas pessoas 4 6,1% 0,0% 0,0% 4 4,4%
Se sentia bem acolhida 1 1,5% 1 10,0% 1 7,1% 3 3,3%
Fez amigos/conhecer pessoas 1 1,5% 0,0% 1 7,1% 2 2,2%
Ajudam a mãe da CA 1 1,5% 0,0% 0,0% 1 1,1%
Era bem comportada 0,0% 0,0% 1 7,1% 1 1,1%
Sorte 1 1,5% 0,0% 0,0% 1 1,1%
Pode contar com a equipe 1 1,5% 0,0% 1 1,1%
Descansar 1 1 1,1%
Respondentes 66 100,0% 10 100,0% 14 100,0% 90 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando a CASR afirmou que NÃO foi bem acolhido, a principal justificativa foi o
atendimento da equipe com 37,5% das respostas – afirmaram que foram maltratados/agredidos
na instituição.

Tabela 289: Não (sou mau acolhido/ tenho medo, maltratado, etc..). Por quê? Total na faixa etária de 7 a 17
anos por situação
Outras trajetórias
Não (sou mau acolhido/ tenho medo, Acolhimento Pernoite Total
de risco
maltratado, etc..). Por quê?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Era maltratado/agredido na
1 12,5% 4 100,0% 1 25,0% 6 37,5%
instituição
Acha a equipe chata/autoritária 5 62,5% 0,0% 0,0% 5 31,3%
Odeio o abrigo 0,0% 0,0% 1 25,0% 1 6,3%
Gerente estranha 0,0% 0,0% 1 25,0% 1 6,3%
Foi péssimo 0,0% 0,0% 1 25,0% 1 6,3%
Equipe deu comida estragada 1 12,5% 0,0% 0,0% 1 6,3%
Não informado 1 12,5% 0,0% 0,0% 1 6,3%
Respondentes 8 100,0% 4 100,0% 4 100,0% 16 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

291
Entre os entrevistados que já foram atendidos por alguma instituição de acolhimento, ao
considerar aqueles que não estão acolhidos no momento da pesquisa, a maioria afirma que não
quis voltar para o serviço, sendo que entre aqueles que estão em situação de outras trajetórias
de risco foi citado por 73,7%, e entre aqueles que estão na situação de pernoite, por 84,6%. Já
entre as crianças e adolescentes acolhidos, a maioria respondeu que se caso eles já evadiram a
instituição, a maioria quis voltar (67,5%).

Tabela 290: Alguma vez você já saiu do Abrigo/SAICA e não quis voltar na faixa etária de 7 a 17 anos por situação
Outras trajetórias
Alguma vez você já saiu do Acolhimento Pernoite Total
de risco
Abrigo/SAICA e não quis voltar
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 54 67,5% 4 21,1% 2 7,7% 60 48,0%
Não sei 0,0% 1 5,3% 2 7,7% 3 2,4%
Sim 26 32,5% 14 73,7% 22 84,6% 62 49,6%
Respondentes 80 100,0% 19 100,0% 26 100,0% 125 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

292
Quando se perguntou à CASR o que ele mais gostava no SAICA, a principal justificativa foi que
havia comida, cama e banho para 67,5% dos que estavam em situação de acolhimento. Essa
justificativa também foi apontada por 57,9% das CASR de outras trajetórias. Porém para os do
pernoite, a questão de ter comida, cama e banho foi apontada por 38,5%, conjuntamente com a
questão de ter TV e internet (30,8%) e ter amigos (38,5).

Tabela 291: Do que você gosta no Abrigo/SAICA por tipo de situação


Outras trajetórias
O que você gosta no Acolhimento Pernoite Total
de risco
Abrigo/SAICA
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Tem comida, cama, banho 54 67,5% 11 57,9% 10 38,5% 75 60,0%
Assisto TV, tem internet 45 56,3% 9 47,4% 8 30,8% 62 49,6%
Tenho amigos(as) 40 50,0% 10 52,6% 10 38,5% 60 48,0%
Brinco, faço passeios 35 43,8% 5 26,3% 6 23,1% 46 36,8%
Da equipe 11 13,8% 0,0% 1 3,8% 12 9,6%
Não gosta/gostava 4 5,0% 4 21,1% 2 7,7% 10 8,0%
Tudo 5 6,3% 0,0% 0,0% 5 4,0%
Atividades recreativas 4 5,0% 0,0% 0,0% 4 3,2%
Alimentação 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 1,6%
Liberdade 1 1,3% 1 5,3% 0,0% 2 1,6%
Atenção e cuidados da
1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,8%
equipe
Não respondeu 0,0% 0,0% 1 3,8% 1 0,8%
Não soube dizer 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,8%
Oportunidades de
1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,8%
trabalho/estudo
Privacidade 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,8%
Tem família e amigos 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,8%
Tirar documentos 0,0% 0,0% 1 3,8% 1 0,8%
Respondentes 80 - 19 - 26 - 125 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

293
Para os que estão acolhidos, perguntou-se o que eles não gostam no Abrigo/SAICA, e do
total de respondentes, 30% afirmaram que gostam de tudo, não tem nada que os desagrade.
Como item que não gostam, o mais citado foi as outras CASR (13,8%).

Tabela 292: Do que você NÃO gosta no Abrigo/SAICA


Resposta Quant. %
Não tem nada que não goste 24 30,0%
Das outras CA's 11 13,8%
Alguns orientadores são chatos / Dos profissionais da instituição / Falta de respeito dos
7 8,8%
profissionais / Quando os funcionários nos maltratam
Brigas 7 8,8%
Falta de respeito de outros colegas 5 6,3%
Não poder sair 5 6,3%
Não arrumo trabalho 3 3,8%
Não convidam minha mãe ou familiares para vir me ver/dificultam a vinda da minha
3 3,8%
mãe/familiares para vir me ver
As regras 2 2,5%
Arrumar a cama 1 1,3%
Cozinhar 1 1,3%
Dificuldade de contato com os familiares 1 1,3%
Energia negativa 1 1,3%
Ficar longe da família 1 1,3%
Horário de entrada no serviço 1 1,3%
Ir para escola 1 1,3%
Não pode desenhar 1 1,3%
Não pode receber visitas íntimas 1 1,3%
Não poder usar o celular 1 1,3%
Não tem internet 1 1,3%
Não tem vídeo game 1 1,3%
Não vou ser adotado 1 1,3%
Os orientadores pegam muito no pé e não nos deixam fazer nada sozinhos 1 1,3%
Pouca infraestrutura 1 1,3%
Quando os orientadores causam conflitos na casa 1 1,3%
Não informado 4 5,0%
Respondentes* 80 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual
foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

294
4.13.2.5 Liberdade Assistida (LA) E Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)

Entre os adolescentes entrevistados com mais de 12 anos, o percentual que nunca cumpriu
medidas socioeducativas de LA e PSC é de 88,6%.

Tabela 293: Adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa por por tipo de situação
Outras trajetórias
Cumpriu ou está cumprindo as medidas Acolhimento Pernoite Total
de risco
socioeducativas de LA e PSC
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %

Nunca precisei cumprir 42 82,4% 173 91,1% 49 86,0% 264 88,6%

Cumpri uma vez 2 3,9% 7 3,7% 2 3,5% 11 3,7%

Cumpri mais de uma vez 2 3,9% 4 2,1% 2 3,5% 8 2,7%

Eu estou MSE e estou cumprindo 4 7,8% 1 0,5% 1 1,8% 6 2,0%

Eu estou MSE, mas não estou cumprindo 1 2,0% 0,0% 1 1,8% 2 0,7%

Não informou 0,0% 5 2,6% 2 3,5% 7 2,3%

Respondentes 51 100,0% 190 100,0% 57 100,0% 298 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Dos que cumpriram alguma medida socioeducativa, a avaliação foi positiva,


especialmente para os adolescentes em outras trajetórias de risco (66,7%), sendo o público que
pernoita o que menos gosta deste serviço (50%).

Tabela 294: Avaliação do atendimento das medidas socioeducativas na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do atendimento das Acolhimento Pernoite Total
de risco
medidas socioeducativas de LA e PSC
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
5 55,6% 8 66,7% 2 33,3% 15 55,6%
cuidado)
Gostei mais ou menos 0,0% 2 16,7% 0,0% 2 7,4%
Não gostei 3 33,3% 2 16,7% 3 50,0% 8 29,6%
Não sei dizer 1 11,1% 0,0% 1 16,7% 2 7,4%
Respondentes 9 100,0% 12 100,0% 6 100,0% 27 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Dos que não avaliaram bem o serviço, a justificativa foi o medo de se afastarem de amigos e
pessoas que gostavam (50%) e a declaração de que foram maltratados (40%).

295
Gráfico 49: Motivo de não ter gostado do atendimento da MSE de LA e PSC
Medo de me afastar dos meus amigos /
pessoas que eu gosto 50,0%

Fui maltratado 40,0%

Fui mal atendido 30,0%

Querem que eu volte para a escola 30,0%

Medo de me prenderem 20,0%

Medo de me tirarem da família 20,0%

Querem me internar 20,0%


Querem me obrigar ir para o
20,0%
ABRIGO/SAICA/Centro de acolhida

Querem me obrigar a voltar para casa 10,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.3 FUNDAÇÃO CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE


(FUNDAÇÃO CASA)

Entre os adolescentes entrevistados com mais de 12 anos, o percentual dos que declararam
nunca ter passado pela medida socioeducativa foi de 85,6%.

Tabela 295: Passagem pela Fundação Casa na faixa etária de 12 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Internado na Fundação Acolhimento Pernoite Total
risco
Casa
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca foi 42 82,4% 169 88,9% 44 77,2% 255 85,6%
Foi uma vez 5 9,8% 11 5,8% 4 7,0% 20 6,7%
Foi mais de uma vez 4 7,8% 9 4,7% 8 14,0% 21 7,0%
Não informou 0,0% 1 0,5% 1 1,8% 2 0,7%
Respondentes 51 100,0% 190 100,0% 57 100,0% 298 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

296
Dos que utilizaram o serviço, a maioria (75,6%) relatou não ter gostado do atendimento.

Tabela 296: Avaliação do serviço de medida socioeducativa na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Avaliação da Fundação Casa de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
1 11,1% 6 30,0% 1 8,3% 8 19,5%
cuidado)
Gostei mais ou menos 0,0% 1 5,0% 1 8,3% 2 4,9%
Não gostei 8 88,9% 13 65,0% 10 83,3% 31 75,6%
Respondentes 9 100,0% 20 100,0% 12 100,0% 41 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Dos que não avaliaram bem o serviço, a justificativa foi que sofreu violência física (51,2%)
dos casos e violência psicológica (42,4%).

Gráfico 50: Motivo de não ter gostado do atendimento da Fundação Casa


Sofri violência verbal 51,5%
Sofri violência física 42,4%
Fui afastado dos meus amigos / pessoas que eu gosto 30,3%
Ambiente opressivo e insalubre 18,2%
Fui mal atendido 18,2%
Os funcionários não tratavam bem 15,2%
Eu era obrigado a estudar 9,1%
Afastado da família 6,1%
Perder a liberdade 6,1%
Não gostava dos cursos 3,0%
Sofria violência 3,0%
Não informado 6,1%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.4 CONSELHO TUTELAR (CT)

A cidade de São Paulo conta com 52 Conselhos Tutelares e cada unidade possui uma equipe
com 05 conselheiros, totalizando 260 conselheiros tutelares. (SÃO PAULO, 2022).

● Região Norte (11) - Anhanguera, Brasilândia, Casa Verde, Freguesia do Ó, Jaçanã, Jaraguá,
Perus, Pirituba, Santana, Tremembé e Vila Maria.

● Região Sul (15) - Campo Limpo, Capão Redondo, Capela do Socorro, Cidade Ademar,
Grajaú I e II (Grajaú e Vila Natal), Ipiranga, Jabaquara, Jardim São Luiz, M’Boi Mirim,
Parelheiros, Pedreira, Sacomã, Santo Amaro e Vila Mariana.

297
● Região Leste (20) - Aricanduva, Cangaíba, Cidade Líder, Cidade Tiradentes I e II (Cidade
Tiradentes e Conj. Res. Prestes Maia), Ermelino Matarazzo, Guaianases, Itaim Paulista,
Itaquera, Jardim Helena, José Bonifácio, Lajeado, Mooca, Penha, São Mateus, São Miguel
Paulista, São Rafael, Sapopemba, Vila Curuçá e Vila Prudente. (SÃO PAULO, 2022).

● Região Oeste (04) - Butantã, Lapa, Pinheiros e Rio Pequeno.

● Região Central (02) - Bela Vista e Sé.

Os conselheiros tutelares, por sua regulamentação, são responsáveis por garantir a execução
dos direitos das crianças e adolescentes, promovendo o aconselhamento, encaminhamento e,
quando necessário, requisição de direitos sociais de garantia de bem-estar dos CA.

4.13.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Quase 80% do total dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos afirmaram nunca ter sido
abordados por nenhum conselheiro tutelar. Se observado por situação, isso é maior entre os
acolhidos (91,1%), e um pouco menor entre os que têm outras trajetórias de risco (77,9%).

Tabela 297: Abordado por conselheiro tutelar na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Abordado por conselheiro tutelar de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui abordado 41 91,1% 113 77,9% 23 76,7% 177 80,5%
Fui abordado só uma vez 3 6,7% 17 11,7% 4 13,3% 24 10,9%
Fui abordado mais de uma vez 1 2,2% 12 8,3% 3 10,0% 16 7,3%
Não informou 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

Dos poucos que declararam ter sido abordados pelos conselheiros ao menos uma vez, a
maioria (80%) afirmou que gostou da forma que foi a abordagem. Entre os que não gostaram, o
maior percentual está na situação do tipo pernoite, já que dos 7 abordados, 3 afirmaram que não
gostaram.

298
Tabela 298: Avaliação dos respondentes sobre a abordagem do conselheiro tutelar por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação da abordagem do Acolhimento Pernoite Total
de risco
conselheiro tutelar
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido, cuidado) 4 100,0% 24 82,8% 4 57,1% 32 80,0%
Não gostei (Mal acolhido, tenho medo,
0,0% 5 17,2% 3 42,9% 8 20,0%
maltratado, etc.)
Respondentes 4 100,0% 29 100,0% 7 100,0% 40 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 0 a 6, as pesquisas foram realizadas em CAEs e Hotel Social, em que a criança habita com os
pais ou responsável.

4.13.4.2 CAs de 7 a 17 anos

Na faixa etária de 7 a 17 anos, o percentual de abordagem foi maior (30,2%). Entre os que
mais foram abordados, aparecem os acolhidos, com mais de 50%. Já nas outras situações, o
mesmo percentual de resposta (70%) afirmou nunca ter sido abordado.

Tabela 299: Abordagem por conselheiro tutelar na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Abordagem por conselheiro Acolhimento Pernoite Total
risco
tutelar
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui abordado 39 48,8% 245 70,6% 66 70,2% 350 67,2%
Fui abordado só uma vez 19 23,8% 52 15,0% 9 9,6% 80 15,4%
Fui abordado mais de uma vez 22 27,5% 39 11,2% 16 17,0% 77 14,8%
Não informou 0,0% 11 3,2% 3 3,2% 14 2,7%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

A avaliação da abordagem pela faixa etária de 7 a 17 anos é crítica, tem-se quase 50%
afirmando que não gostaram da forma que foram abordados. Os que gostaram somaram apenas
38,9%. Os mais insatisfeitos, novamente, são as CASR do tipo pernoite, 56% não gostaram da
abordagem. E os que melhor avaliaram o serviço são os do tipo acolhimento, com 56,1%
avaliando positivamente.

299
Tabela 300: Avaliação da abordagem do conselheiro na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação da abordagem do Acolhimento Pernoite Total
de risco
conselheiro tutelar
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
23 56,1% 31 34,1% 7 28,0% 61 38,9%
cuidado)
Gostei mais ou menos 4 9,8% 8 8,8% 3 12,0% 15 9,6%
Não gostei 12 29,3% 48 52,7% 14 56,0% 74 47,1%
Não sei dizer 2 4,9% 4 4,4% 1 4,0% 7 4,5%
Respondentes 41 100,0% 91 100,0% 25 100,0% 157 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é terem medo de os tirarem da família (37,1%) e
a tentativa de obrigá-los a irem para um abrigo (30,3%).

Gráfico 51: Motivo de não ter gostado do atendimento do Conselho Tutelar


Medo de me tirarem da família 37,1%
Querem me obrigar ir para o ABRIGO/SAICA/Centro de acolhida 30,3%
Querem me obrigar a voltar para casa 14,6%
Medo de me afastar dos meus amigos / pessoas que eu gosto 12,4%
Fui maltratado 9,0%
Fui mal atendido 6,7%
Medo de me prenderem 4,5%
Fui desrepeitado 3,4%
CA foi agredido 2,2%
Ficou com medo 2,2%
Querem me internar 2,2%
Quiseram que eu volte para a escola 2,2%
Ameaçaram denunciar 1,1%
Mentiram pra ela 1,1%
Obrigaram a estudar 1,1%
Obrigaram a voltar pra casa 1,1%
Se sentiu manipulada 1,1%
Não informado 2,2%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

300
4.13.5 SERVIÇOS VINCULADOS À SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

A seguir, serão apresentadas a utilização e avaliação dos serviços ofertados pelas


UBS/PS/AMA, Consultório na Rua, Hospital Público, Centro de Atenção Psicossocial e Hospital
Psiquiátrico, no município de São Paulo.

4.13.5.1 UBS / PS/ AMA

4.13.5.1.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

O atendimento da saúde é um dos mais utilizados, apenas 7,3% dos responsáveis de 0 a 6


anos afirmaram que as crianças nunca foram atendidas, e um percentual ainda menor, 0,9%
afirmaram que procuraram atendimento, mas não foram atendidos. Entre os que procuraram
mais de uma vez, se destacam aqueles que estão em outras trajetórias de risco (84,8%).

Tabela 301: Utilização do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Utilizou o serviço da UBS / PS / AMA de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 4 8,9% 7 4,8% 5 16,7% 16 7,3%
Levei, mas tive o atendimento negado 1 2,2% 0,0% 1 3,3% 2 0,9%
Mais de uma vez 35 77,8% 123 84,8% 18 60,0% 176 80,0%
Só uma vez 5 11,1% 12 8,3% 6 20,0% 23 10,5%
Não informou 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Respondentes 36 100,0% 142 100,0% 33 100,0% 211 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A avaliação dos serviços da saúde foi muito boa, atingindo 87,4% de respostas positivas,
no qual os usuários se sentiram bem e acolhidos no atendimento. Ao analisar por categoria, esse
indicador quase atingiu 100% entre os respondentes que estão em situação de pernoite (95,8%).

Tabela 302: Avaliação do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço da UBS / PS / Acolhimento Pernoite Total
de risco
AMA
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
cuidado) 34 85,0% 117 86,7% 23 95,8% 174 87,4%
Não gostei (Mal acolhido, tenho medo,
maltratado, etc.) 6 15,0% 17 12,6% 1 4,2% 24 12,1%
Não sei dizer 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 40 100,0% 135 100,0% 24 100,0% 199 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

301
4.13.5.1.2 CAs de 7 a 17 anos

Na faixa etária de 7 a 17 anos houve um percentual de não atendimento de 16,9%, maior


que na faixa etária de 0 a 6 anos. A situação com maior percentual de não atendimento é o do
pernoite, com 34,0% dos casos. A situação com o menor percentual de não atendimento foi o
que está em acolhimento, com apenas 10% afirmando nunca ter utilizado o atendimento.

Tabela 303: Utilização do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Utilizou o serviço da UBS / PS / AMA de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 8 10,0% 48 13,8% 32 34,0% 88 16,9%
Só uma vez 7 8,8% 41 11,8% 5 5,3% 53 10,2%
Mais de uma vez 65 81,3% 253 72,9% 55 58,5% 373 71,6%
Não informou 0,0% 5 1,4% 2 2,1% 7 1,3%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 65%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 60% utilizaram mais de uma vez.

Entre as adolescentes desta faixa etária que declararam ter filhos (26 adolescentes), 100%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 96,2% utilizaram mais de uma vez.

A avaliação dos serviços da saúde foi positiva nesta faixa etária, atingindo 81,6% dos
usuários que estão expostos a outras trajetórias de risco, que não seja o pernoite.

Tabela 304: Avaliação do serviço da UBS / PS / AMA na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço da UBS / PS / Acolhimento Pernoite Total
de risco
AMA
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
cuidado) 55 76,4% 240 81,6% 46 76,7% 341 80,0%
Gostei mais ou menos 7 9,7% 21 7,1% 5 8,3% 33 7,7%
Não gostei 6 8,3% 28 9,5% 8 13,3% 42 9,9%
Não sei dizer 4 5,6% 5 1,7% 1 1,7% 10 2,3%
Respondentes 72 100,0% 294 100,0% 60 100,0% 426 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

302
Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é se sentirem mal atendidos (29,3%) e terem
medo de serem vacinados ou tomar injeções (22,7%).

Gráfico 52: Motivo de não ter gostado do atendimento da UBS / PS / AMA


Fui mal atendido 29,3%
Medo de tomar vacina/injeções 22,7%
Antendimento demora demais 12,0%
Fui maltratado 8,0%
Negligência médica 5,3%
Quiseram me internar 5,3%
Sempre cheio 4,0%
Não tinha equipamento ou médicos 2,7%
Medo de chamarem o Conselho Tutelar 1,3%
Não informado 5,3%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.5.2 Consultórios na Rua

4.13.5.2.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

O consultório na rua nunca foi utilizado, no geral, por 68,2%, das crianças de 0 a 6 anos. A
situação que menos teve contato com o serviço foi o pertencente a "outras trajetórias de risco”,
totalizando 73,1% dos casos.

Tabela 305: Utilização do serviço Consultório na Rua na Faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço do Consultório na Acolhimento Pernoite Total
de risco
Rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca foi 29 64,4% 106 73,1% 15 50,0% 150 68,2%
Foi abordado ou atendido só uma vez 3 6,7% 7 4,8% 3 10,0% 13 5,9%
Foi abordado ou atendido mais de
uma vez 13 28,9% 29 20,0% 11 36,7% 53 24,1%
Não informou 0,0% 3 2,1% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Novamente a saúde foi muito bem avaliada, sendo que mais de 95% dos responsáveis
que tiveram as crianças atendidas se sentiram acolhidos e gostaram do atendimento. Entre as
categorias do pernoite o percentual atingiu 100%, ou seja, todos gostaram do atendimento
prestado no consultório na rua.

303
Tabela 306: Avaliação do serviço do Consultório na Rua na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do Consultório Acolhimento Pernoite Total
de risco
na Rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
cuidado) 15 93,8% 34 94,4% 14 100,0% 63 95,5%
Não gostei (Mal acolhido, tenho
medo, maltratado, etc.) 1 6,3% 1 2,8% 0,0% 2 3,0%
Não sei dizer 0,0% 1 2,8% 0,0% 1 1,5%
Respondentes 16 100,0% 36 100,0% 14 100,0% 66 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.5.2.2 CAs de 7 a 17 anos

Entre as CAS da faixa etária de 7 a 17 anos, o percentual de não atendimento, no geral,


foi de 71,4%, e a situação de outras trajetórias de risco foi a que menos utilizou o serviço (73,8%
nunca utilizou).

Tabela 307: Utilização do serviço Consultório na Rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço do Consultório Acolhimento Pernoite Total
de risco
na Rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca fui abordado 61 76,3% 256 73,8% 55 58,5% 372 71,4%
Fui abordado só uma vez 8 10,0% 35 10,1% 8 8,5% 51 9,8%
Fui abordado mais de uma vez 9 11,3% 38 11,0% 28 29,8% 75 14,4%
Não informou 2 2,5% 18 5,2% 3 3,2% 23 4,4%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 25%
declararam ter sido abordado por este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez),
sendo que 20% foram abordados mais de uma vez.

Entre as adolescentes desta faixa etária que declararam ter filhos (26 adolescentes),
38,5% declararam ter sido abordado por este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de
uma vez), sendo que 23,1% utilizaram mais de uma vez.

O consultório na rua recebeu avaliação positiva de 87,3% dos usuários que utilizaram o
serviço, sendo que a situação de acolhimento atingiu 100% de satisfação.

304
Tabela 308: Avaliação do serviço Consultório na Rua na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do Consultório Acolhimento Pernoite Total
de risco
na Rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
17 100,0% 63 86,3% 30 83,3% 110 87,3%
cuidado)
Gostei mais ou menos 0,0% 5 6,8% 3 8,3% 8 6,3%
Não gostei 0,0% 4 5,5% 2 5,6% 6 4,8%
Não sei dizer 0,0% 1 1,4% 1 2,8% 2 1,6%
Respondentes 17 100,0% 73 100,0% 36 100,0% 126 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é se sentirem mal atendidos (42,9%).

Gráfico 53: Motivo de não ter gostado do atendimento do Consultório na Rua

Fui mal atendido 42,9%

Serviço é ruim 21,4%

Quiseram me obrigar ir para o


ABRIGO/SAICA 14,3%

Demora demais 7,1%

Fui maltratado ou desrespeitado 7,1%

Perguntam demais 7,1%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

305
4.13.5.3 Hospital Público

4.13.5.3.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

Grande parte das crianças de 0 a 6 anos foi atendida pelo hospital (aproximadamente 70%).
Esse percentual foi maior na situação de outras trajetórias de risco, atingindo aproximadamente
77%.

Tabela 309: Utilização do serviço hospital público na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço do hospital Acolhimento Pernoite Total
de risco
público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 18 40,0% 30 20,7% 12 40,0% 60 27,3%
Levei, mas tive o
0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
atendimento negado
Só uma vez 6 13,3% 26 17,9% 4 13,3% 36 16,4%
Mais de uma vez 21 46,7% 86 59,3% 12 40,0% 119 54,1%
Não informou 0,0% 3 2,1% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A avaliação, novamente positiva, atingiu o percentual de 84,5% de satisfação. Sendo de


100% entre a opinião dos responsáveis por crianças na faixa de 0 a 6 anos, que pernoitam.

Tabela 310: Utilização do serviço hospital na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do Acolhimento Pernoite Total
de risco
hospital público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/
22 81,5% 93 83,0% 16 100,0% 131 84,5%
ouvido, cuidado)
Não gostei (Mal acolhido,
tenho medo, maltratado, 4 14,8% 19 17,0% 0,0% 23 14,8%
etc.)
Não sei dizer 1 3,7% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Respondentes 27 100,0% 112 100,0% 16 100,0% 155 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

306
4.13.5.3.2 CAs de 7 a 17 anos

A maioria das CASR de 7 a 17 anos utilizou o atendimento do hospital público (69,6%).

Tabela 311: Utilização do serviço do hospital público na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço do hospital Acolhimento Pernoite Total
de risco
público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 23 28,8% 90 25,9% 30 31,9% 143 27,4%
Só uma vez 12 15,0% 64 18,4% 19 20,2% 95 18,2%
Mais de uma vez 45 56,3% 180 51,9% 43 45,7% 268 51,4%
Não informou 0,0% 13 3,7% 2 2,1% 15 2,9%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 70%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 40% utilizaram mais de uma vez.

Entre as adolescentes desta faixa etária que declararam ter filhos (26 adolescentes),
76,9% declararam ter sido abordado por este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de
uma vez), sendo que 50% utilizaram mais de uma vez

Dos que utilizaram, 79,9% avaliaram que foram bem atendidos e se sentiram acolhidos.

Tabela 312: Avaliação do serviço do hospital público na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do hospital Acolhimento Pernoite Total
de risco
público
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
cuidado) 42 73,7% 199 81,6% 49 79,0% 290 79,9%
Gostei mais ou menos 5 8,8% 19 7,8% 4 6,5% 28 7,7%
Não gostei 5 8,8% 20 8,2% 8 12,9% 33 9,1%
Não sei dizer 5 8,8% 6 2,5% 1 1,6% 12 3,3%
Respondentes 57 100,0% 244 100,0% 62 100,0% 363 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é serem mal atendidos (23,0%) ou serem
maltratados (16,4%).

307
Gráfico 54: Motivo de não ter gostado do atendimento do hospital público
Fui mal atendido 23,0%
Fui maltratado 16,4%
Medo de tomar vacina/injeções 13,1%
Atendimento demora demais 8,2%
Outro 8,2%
Medo de me tirarem da família 6,6%
Medo de chamarem o Conselho Tutelar 4,9%
Não gosta de ficar doente 4,9%
Não informado 4,9%
Negligência médica 4,9%
Fica longe da mãe 3,3%
Não gosta de ser medicado 3,3%
Querem me obrigar ir para o ABRIGO/SAICA 3,3%
Quiseram me internar 1,6%
Sempre cheio 1,6%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.5.4 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS INFANTO-JUVENIL)

4.13.5.4.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

A maioria das crianças de 0 a 6 anos nunca utilizou o atendimento do CAPS infanto juvenil,
porém os poucos que utilizaram, avaliaram com 75% de satisfação.

Tabela 313: Utilização do serviço CAPS infanto-juvenil na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço do CAPS infanto Acolhimento Pernoite Total
de risco
juvenil
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 41 91,1% 138 95,2% 29 96,7% 208 94,5%
Levei, mas tive o atendimento negado 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Só uma vez 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Mais de uma vez 4 8,9% 2 1,4% 1 3,3% 7 3,2%
Não informou 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

308
Tabela 314: Avaliação do serviço CAPS infanto-juvenil na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do CAPS infanto Acolhimento Pernoite Total
de risco
juvenil
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ ouvido,
cuidado) 3 75,0% 2 66,7% 1 100,0% 6 75,0%
Não gostei (Mal acolhido, tenho
medo, maltratado, etc.) 1 25,0% 1 33,3% 0,0% 2 25,0%
Respondentes 4 100,0% 3 100,0% 1 100,0% 8 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.5.4.2 CAs de 7 a 17 anos

A maioria das CAs de 7 a 17 anos nunca utilizou o atendimento do CAPS infanto juvenil
(78,7%). Dos que utilizaram, 76,5% mencionaram que foram bem atendidos e se sentiram
acolhidos.
Tabela 315: Utilização do serviço CAPS infanto juvenil na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Utilizou serviço do CAPS Acolhimento Pernoite Total
risco
infanto juvenil
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 46 57,5% 299 86,2% 65 69,1% 410 78,7%
Só uma vez 4 5,0% 12 3,5% 8 8,5% 24 4,6%
Mais de uma vez 29 36,3% 18 5,2% 14 14,9% 61 11,7%
Não informou 1 1,3% 18 5,2% 7 7,4% 26 5,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 25%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 15% utilizaram mais de uma vez.

Entre os que foram atendidos pelo menos uma vez entre 7 e 17 anos, o percentual que
gostou atingiu no geral 76,5% da amostra, sendo menor no pernoite (68,2%).

Tabela 316: Avaliação do serviço CAPS infanto juvenil na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Avaliação do serviço do CAPS infanto Acolhimento Pernoite Total
de risco
juvenil
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido, cuidado) 27 81,8% 23 76,7% 15 68,2% 65 76,5%
Gostei mais ou menos 4 12,1% 2 6,7% 2 9,1% 8 9,4%
Não gostei 2 6,1% 4 13,3% 4 18,2% 10 11,8%
Não sei dizer 0,0% 1 3,3% 1 4,5% 2 2,4%
Respondentes 33 100,0% 30 100,0% 22 100,0% 85 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

309
Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é se sentirem maltratados (27,8%) ou se sentirem
mal atendidos (16,7%).

Gráfico 55: Motivo de não ter gostado do atendimento do CAPS infanto juvenil

Fui maltratado 27,8%

Fui mal atendido 16,7%

Quiseram me obrigar a voltar para casa 11,1%

Quiseram me internar 11,1%

Demora no atendimento 5,6%

Já frequenta a muito tempo 5,6%

Medo de me tirarem da família 5,6%

Medo de ser medicada 5,6%


Não se dá bem com as outras CA's, mas se diverte com
os passeios 5,6%

Obrigada a se medicar 5,6%

CA foi agredida 5,6%

Não quis responder 5,6%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

310
4.13.5.5 Hospital Psiquiátrico

4.13.5.5.1 Responsáveis de crianças de 0 a 6 anos

A maioria das crianças de 0 a 6 anos nunca utilizou o atendimento do hospital psiquiátrico,


porém os poucos que utilizaram, os responsáveis avaliaram com 100% de satisfação.

Tabela 317: Utilização do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço de um hospital Acolhimento Pernoite Total
de risco
psiquiátrico
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca levei 44 97,8% 140 96,6% 30 100,0% 214 97,3%
Levei mais de uma vez 1 2,2% 3 2,1% 0,0% 4 1,8%
Não informou 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

4.13.5.5.2 CAs de 7 a 17 anos

A maioria das CASR de 7 a 17 anos nunca utilizou o atendimento do hospital psiquiátrico


(88,3%). Dos que utilizaram, 82,5% avaliaram que foram bem atendidos e se sentiram acolhidos.

Tabela 318: Utilização do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Utilizou serviço de um hospital Acolhimento Pernoite Total
de risco
psiquiátrico
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Nunca usei 68 85,0% 310 89,3% 82 87,2% 460 88,3%
Só uma vez 4 5,0% 6 1,7% 2 2,1% 12 2,3%
Mais de uma vez 7 8,8% 17 4,9% 4 4,3% 28 5,4%
Não informou 1 1,3% 14 4,0% 6 6,4% 21 4,0%
Respondentes 80 100,0% 347 100,0% 94 100,0% 521 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Entre as CASR desta faixa etária que declararam ter alguma deficiência (20 CAs), 20%
declararam ter utilizado este serviço pelo menos uma vez (uma vez + mais de uma vez), sendo
que 10% utilizaram mais de uma vez.

Entre os que foram atendidos pelo menos uma vez entre 7 e 17 anos, tanto o acolhimento
como a situação outras trajetórias tiveram avaliação positiva acima de 80%, já no pernoite o
percentual de não gostou ou gostou mais ou menos é de 33,4%.

311
Tabela 319: Avaliação do serviço do hospital psiquiátrico na faixa etária de 7 a 17 anos por tipo de situação
Outras trajetórias de
Avaliação do serviço do hospital Acolhimento Pernoite Total
risco
psiquiátrico
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Gostei (Bem acolhido/ouvido,
cuidado) 9 81,8% 20 87,0% 4 66,7% 33 82,5%
Gostei mais ou menos 0,0% 0,0% 1 16,7% 1 2,5%
Não gostei 2 18,2% 3 13,0% 1 16,7% 6 15,0%
Respondentes 11 100,0% 23 100,0% 6 100,0% 40 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: Na situação de acolhimento do grupo de 7 a 17, a maioria das pesquisas foi feita com as CAs que estavam em SAICAs.

Quando se analisa o motivo das CAs de 7 a 17 anos não gostarem ou gostarem mais ou
menos do atendimento, a principal justificativa é o medo de tirarem ele da família, que
representa 42,9% dos respondentes.

Gráfico 56: Motivo de não ter gostado do atendimento do hospital psiquiátrico


Medo de me tirarem da família 42,9%
Fazem muitas perguntas 14,3%
Fui maltratado 14,3%
Medo de chamarem o Conselho Tutelar 14,3%
Medo de ficar internado 14,3%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

312
4.13.6 PERFIL DO SERVIÇO PÚBLICO POR REGIÃO EM SÃO PAULO CASR DE 7 A 17 ANOS

Perfil regional do acesso aos serviços e benefícios sociais conforme declarado pelas CASR 7 a 17 anos NA REGIÃO DE PESQUISA
Na tabela a seguir apresenta-se a análise acerca da utilização dos serviços públicos e acesso aos benefícios sociais, considerando a região
que a pesquisa foi realizada, apresentando os seguintes destaques:

✔ O único serviço que apresentou diferença estatisticamente significante, entre as regiões de São Paulo, foi o atendimento do consultório de
rua que mostrou que a Região Centro (36,0%) atende 2 vezes mais do que a Região Leste (18,0%);

✔ Na questão de ser atendido ou ter utilizado algum serviço do CCA/CJ/CEDESP/CCinter/Circo Social apresenta-se uma tendência da Região
Oeste (44,1%) e Sul (42,6%) acessar mais estes serviços do que a Região Leste (28,5%).

✔ Na questão sobre o acesso aos benefícios sociais, apresenta-se uma tendência da Região Leste (73,3%) ter mais acesso do que a Região
Oeste (55,9%) e Sul (55,6%).

✔ No acesso aos serviços culturais há uma tendencia da Região Oeste (46,2%) e Sul (42,6%) acessarem mais estes serviços que a Região Norte
(35,7%).

313
Tabela 320: Diferença da incidência dos serviços por região de PESQUISA em São Paulo
Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor
Área
Atividade Análise
Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Teste Ꭓ2
Utilizou algum serviço da UBS/ PS/ AMA 102 81,6% 149 86,6% 58 82,9% 70 75,3% 47 87,0% 0,178 Não significante
Saúde

Foi abordado por algum profissional do Consultório na Rua 45 36,0% 31 18,0% 15 21,4% 19 20,4% 16 29,6% 0,002 2,0
Foi atendido ou utilizou algum serviço de um hospital 79 63,2% 127 73,8% 49 70,0% 71 76,3% 37 68,5% 0,308 Não significante
Foi atendido ou utilizou algum serviço do
49 39,2% 49 28,5% 24 34,3% 41 44,1% 23 42,6% 0,061 Não significante
CCA/CJ/CEDESP/CCinter/Circo Social
Assistência
Social

Foi atendido ou utilizou algum serviço do CRAS | CREAS 50 40,0% 68 39,5% 27 38,6% 38 40,9% 17 31,5% 0,733 Não significante
Recebe benefício social 75 60,0% 126 73,3% 44 62,9% 52 55,9% 30 55,6% 0,092 Não significante
Foi abordado por algum profissional do SEAS 33 26,4% 39 22,7% 13 18,6% 24 25,8% 19 35,2% 0,323 Não significante
32 25,6% 54 31,4% 19 27,1% 35 37,6% 17 31,5% 0,534 Não significante
CT

Foi abordado por algum conselheiro tutelar


Foi atendido ou utilizou algum serviço dos Centros culturais
50 40,0% 65 37,8% 25 35,7% 43 46,2% 23 42,6% 0,635 Não significante
(música, dança, grafite etc.)
Educação
Cultura e
Esporte

Foi atendido ou utilizou algum serviço dos Centros esportivos


56 44,8% 90 52,3% 28 40,0% 50 53,8% 20 37,0% 0,175 Não significante
(futebol, skate etc.)
Está matriculado na escola 101 80,8% 141 82,0% 51 72,9% 75 80,6% 44 81,5% 0,572 Não significante
Respondentes (*) 125 - 172 - 70 - 93 - 54 - - -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

314
Perfil regional do acesso aos serviços e benefícios sociais conforme declarado pelas CASR 7 a 17 anos NA REGIÃO DE MORADIA
Três serviços se mostram com atuação diferente quando comparado a região de moradia, são eles:
✔ O atendimento do consultório de rua, que atende 3,3 vezes mais as CASR da Região Sul ( 35,2%) do que da Região Oeste (10,7%);
✔ A abordagem do SEAS alcançou 2,6 vezes mais os moradores da Região Central (36,9%) do que da Região Norte (14,1%); e,
✔ O benefício social que é recebido 1,9 vezes mais pelos moradores da Região Leste (73,4%) do que da Região Oeste (39,3%).
Tabela 321: Diferença da incidência dos serviços por região de MORADIA em São Paulo

Centro Leste Norte Oeste Sul P-valor


Área

Atividade Teste Análise


Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Sim % Sim Ꭓ2
Utilizou algum serviço da UBS/ PS/ AMA 48 73,8% 178 86,0% 69 81,2% 24 85,7% 58 81,7% 0,241 Não significante
Saúde

Foi abordado por algum profissional do Consultório na Rua 20 30,8% 52 25,1% 15 17,6% 3 10,7% 25 35,2% 0,052 1,2
Foi atendido ou utilizou algum serviço de um hospital 41 63,1% 154 74,4% 61 71,8% 20 71,4% 48 67,6% 0,349 Não significante
Foi atendido ou utilizou algum serviço do
CCA/CJ/CEDESP/CCinter/Circo Social (Serviço de convivência e 30 46,2% 73 35,3% 32 37,6% 12 42,9% 28 39,4% 0,548 Não significante
Assistência Social

fortalecimento de vínculos)
Foi atendido ou utilizou algum serviço do CRAS | CREAS (Assistentes
sociais que ajudam a proteger e a prevenir dos riscos - para CADúnico 25 38,5% 80 38,6% 35 41,2% 9 32,1% 26 36,6% 0,938 Não significante
e bolsa família)
Foi abordado por algum profissional do SEAS 24 36,9% 53 25,6% 12 14,1% 5 17,9% 18 25,4% 0,019 2,6
Recebe benefício social 37 56,9% 152 73,4% 45 52,9% 11 39,3% 40 56,3% 0,001 1,9
CT

Foi abordado por algum conselheiro tutelar 21 32,3% 60 29,0% 28 32,9% 6 21,4% 20 28,2% 0,742 Não significante

Foi atendido ou utilizou algum serviço dos Centros culturais (música,


26 40,0% 85 41,1% 33 38,8% 10 35,7% 36 50,7% 0,734 Não significante
Outras áreas

dança, grafite etc.)


Foi atendido ou utilizou algum serviço dos Centros esportivos
28 43,1% 114 55,1% 35 41,2% 10 35,7% 35 49,3% 0,137 Não significante
(futebol, skate, etc.)
Está matriculado na escola 53 81,5% 173 83,6% 61 71,8% 20 71,4% 57 80,3% 0,166 Não significante
Respondentes (*) 65 - 207 - 85 - 28 - 71 - - -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

315
4.14 PERFIL DOS RESPONDENTES DA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 6 ANOS

Na pesquisa realizada com os responsáveis de crianças de 0 a 6 anos, foram abordados


alguns temas referentes ao perfil do respondente, para contribuir na análise e percepção da
pesquisa. No tocante ao vínculo do responsável com a criança em situação de rua, a maioria
(91,8%) correspondeu os pais biológicos, de modo que a mãe representa 78,2% e o pai 13,6%.
Outros familiares representam 7,8%, e pessoas sem vínculo de parentesco (consanguíneo)
equivalem a 0,5% do total dos entrevistados. Ao analisar por situação, no acolhimento, todos
os responsáveis que tiveram trajetória de rua eram os pais biológicos, sendo a mãe o
equivalente a 88,9%. Nos responsáveis expostos a outras trajetórias de risco, os pais biológicos
representam 89%, outros familiares 10,4%, e pessoas sem vínculo consanguíneo 0,7%.

Tabela 322: Sobre o respondente em relação a criança na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
O que você é desta Acolhimento Pernoite Total
de risco
criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Mãe biológica 40 88,9% 109 75,2% 23 76,7% 172 78,2%
Pai biológico 5 11,1% 20 13,8% 5 16,7% 30 13,6%
Avó 0,0% 8 5,5% 0,0% 8 3,6%
Irmã/irmão 0,0% 4 2,8% 0,0% 4 1,8%
Padrasto 0,0% 1 0,7% 2 6,7% 3 1,4%
Avô 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Primo 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Pessoa adulta sem vínculo
de parentesco 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Quando o respondente não era a mãe ou o pai biológico, foi perguntado o motivo pelo
qual a criança não estava com algum deles no momento da pesquisa. Com relação à mãe
biológica, dentre os motivos citados, as principais afirmações foram de que a mãe estava
trabalhando ou, ela estava com a criança em situação de rua, no entanto, no momento da
entrevista o respondente acabou sendo outra pessoa que estava acompanhando a criança. Já
em relação ao pai biológico, foram citados diversos motivos, sendo os dois principais o pai estar
trabalhando (23,8%) e o pai estar preso (19,0%).

316
Tabela 323: Motivo de não ser a mãe biológica a responsável por responder a pesquisa, por tipo de situação
Outras trajetórias
Pernoite Total
Não está com a mãe de risco
Quant. % Quant. % Quant. %
Conflitos familiares 1 6,3% 0,0% 1 5,6%
Está com a mãe, só que não foi ela que respondeu
a pesquisa 6 37,5% 2 100,0% 8 44,4%
Está trabalhando 8 50,0% 0,0% 8 44,4%
Tem problemas com drogas 1 6,3% 0,0% 1 5,6%
Respondentes 16 100,0% 2 100,0% 18 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Tabela 324: Motivo de não ser o pai biológico o responsável por responder a pesquisa, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Não está com o pai de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Está trabalhando 0,0% 5 31,3% 0,0% 5 23,8%
Está preso 3 100,0% 1 6,3% 0,0% 4 19,0%
Não conhece o pai
0,0% 2 12,5% 1 50,0% 3 14,3%
biológico
Está com o pai, só que
não foi ele que respondeu 0,0% 2 12,5% 0,0% 2 9,5%
a pesquisa
Pais divorciados 0,0% 1 6,3% 1 50,0% 2 9,5%
Tem problemas com
0,0% 2 12,5% 0,0% 2 9,5%
drogas
Conflitos familiares 0,0% 1 6,3% 0,0% 1 4,8%
Faleceu 0,0% 1 6,3% 0,0% 1 4,8%
Não convive 0,0% 1 6,3% 0,0% 1 4,8%
Total Geral 3 100,0% 16 100,0% 2 100,0% 21 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Com relação ao sexo do responsável, a maioria era do sexo feminino (81,4%). Na


situação do acolhimento a proporção de mulheres responsáveis é ainda maior, o equivalente a
88,9%.

Tabela 325: Sexo dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Sexo de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Feminino 40 88,9% 115 79,3% 23 76,7% 178 80,9%
Masculino 5 11,1% 30 20,7% 7 23,3% 40 19,1%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

317
Tabela 326: Faixa etária dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Faixa de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
De 16 a 17 anos 0,0% 5 3,4% 2 6,7% 7 3,2%
De 18 a 30 anos 32 71,1% 74 51,0% 12 40,0% 118 53,6%
De 31 a 49 anos 12 26,7% 56 38,6% 16 53,3% 84 38,2%
De 50 a 59 anos 1 2,2% 7 4,8% 0,0% 8 3,6%
De 60 anos ou mais 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

No que diz respeito à identidade de gênero dos respondentes, teve-se 0,5% que se
identifica como mulher transgênero, estando na situação de outras trajetórias de risco.

Tabela 327: Identidade de Gênero dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Identidade de gênero de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Homem cisgênero 5 11,1% 28 19,3% 6 20,0% 39 17,7%
Mulher cisgênero 40 88,9% 116 80,0% 24 80,0% 180 81,8%
Mulher transgênero 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

A raça ou cor do responsável seguiu a mesma proporcionalidade, das crianças, sendo a


predominância para parda (43,2%) e preta (35,0%) e este perfil se aplica em todas situações.

Tabela 328: Raça/cor dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Raça/cor de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Parda 16 35,6% 63 43,4% 16 53,3% 95 43,2%

Preta 17 37,8% 51 35,2% 9 30,0% 77 35,0%

Branca 12 26,7% 24 16,6% 5 16,7% 41 18,6%


Amarela 0,0% 4 2,8% 0,0% 4 1,8%
Indígena 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

318
No tocante aos documentos dos responsáveis, 4,6% dos responsáveis não possuem
documento, de modo que 3,2% são brasileiros e 1,4% correspondem aos responsáveis
estrangeiros que não possuem documento com validade nacional. Ao observar por situação,
100% dos responsáveis que estão em instituição de acolhimento possuem pelo menos o CPF,
em outras trajetórias o percentual de responsáveis que não possui documento é de 6,2% e no
pernoite o percentual de não ter documentos é de 3,3%.

Tabela 329: Quais documentos que os responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos possuem, por tipo de situação
Outras
Acolhimento trajetórias de Pernoite Total
Quais documentos você tem
risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
CPF 45 100,0% 129 89,0% 27 90,0% 201 91,4%
Carteira de Identidade 33 73,3% 127 87,6% 29 96,7% 189 85,9%
Certidão de Nascimento 32 71,1% 125 86,2% 23 76,7% 180 81,8%
Carteira de Trabalho 25 55,6% 97 66,9% 19 63,3% 141 64,1%
Título de Eleitor 21 46,7% 95 65,5% 20 66,7% 136 61,8%
Passaporte 4 8,9% 8 5,5% 3 10,0% 15 6,8%
Não tenho documentos (Responsável
0 0,0% 6 4,1% 1 3,3% 7 3,2%
brasileiro)
Não tenho documentos brasileiros
0 0,0% 3 2,1% 0 0,0% 3 1,4%
(Responsável estrangeiro)
Registro de refugiado 4 8,9% 0 0,0% 0 0,0% 4 1,8%
CNH 1 2,2% 1 0,7% 0 0,0% 2 0,9%
CNM 0 0,0% 1 0,7% 0 0,0% 1 0,5%
Respondentes* 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

319
Tabela 330: Cidade de SP em que nasceu o responsável na faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Municípios do Estado de Outras trajetórias de
Acolhimento Pernoite Total
SP que nasceu o risco
respondente Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
São Paulo (SP) 16 66,7% 106 91,4% 15 68,2% 137 84,6%
Guarulhos (SP) 2 8,3% 1 0,9% 0,0% 3 1,9%
Itapevi (SP) 0,0% 2 1,7% 0,0% 2 1,2%
Marília (SP) 0,0% 0,0% 2 9,1% 2 1,2%
Peruíbe (SP) 0,0% 2 1,7% 0,0% 2 1,2%
Santa Isabel (SP) 2 8,3% 0,0% 0,0% 2 1,2%
Barra Bonita (SP) 1 4,2% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Campo Limpo (SP) 0,0% 0,0% 1 4,5% 1 0,6%
Carapicuíba (SP) 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Cubatão (SP) 1 4,2% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Francisco Morato (SP) 0,0% 0,0% 1 4,5% 1 0,6%
Garça (SP) 0,0% 0,0% 1 4,5% 1 0,6%
Osasco (SP) 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Pirajuí (SP) 1 4,2% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Rio Claro (SP) 0,0% 0,0% 1 4,5% 1 0,6%
Santo André (SP) 1 4,2% 0,0% 0,0% 1 0,6%
Santos (SP) 0,0% 0,0% 1 4,5% 1 0,6%
Suzano (SP) 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Taboão da Serra (SP) 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Taubaté (SP) 0,0% 1 0,9% 0,0% 1 0,6%
Respondentes 24 100,0% 116 100,0% 22 100,0% 162 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

320
Ao analisar a escolaridade dos responsáveis, 55% cursaram até o ensino fundamental,
de modo que destes, apenas 12,30% concluíram esta etapa de ensino (Ensino Fundamental
completo (1º ao 9º ano). Com relação ao ensino médio, 17,7% concluíram esta etapa de ensino
e o ensino superior foi iniciado por 2,7% e concluído por apenas 1,8%.

Tabela 331: Escolaridade do responsável na faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Qual sua escolaridade? de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
NS ou NR 0,0% 6 4,1% 7 23,3% 13 5,9%
Educação infantil (creche e pré-escola ou jardim de
infância) 0,0% 1 0,7% 3 10,0% 4 1,8%
1º segmento (1º ao 5º ano) do Ensino
Fundamental incompleto 2 4,4% 15 10,3% 0,0% 17 7,7%
1º segmento (1º ao 5ºano) do Ensino
Fundamental completo 1 2,2% 14 9,7% 2 6,7% 17 7,7%
2º segmento (6º ao 9ºano) do Ensino
Fundamental incompleto 7 15,6% 42 29,0% 7 23,3% 56 25,5%
Ensino Fundamental completo (1º ao
9º ano) 4 8,9% 15 10,3% 8 26,7% 27 12,3%
Ensino Médio incompleto 13 28,9% 24 16,6% 0,0% 37 16,8%
Ensino Médio completo 14 31,1% 23 15,9% 2 6,7% 39 17,7%
Superior Incompleto 2 4,4% 4 2,8% 0,0% 6 2,7%
Superior Completo 2 4,4% 1 0,7% 1 3,3% 4 1,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Além das informações pertinentes ao perfil dos responsáveis, foram abordados


aspectos relacionados à empregabilidade. Neste sentido, do total de responsáveis que estão
em situação de rua com crianças de até 6 anos, 81,8% encontram-se desempregados. Destes,
65% estão há mais de 2 anos, sendo que 48,9% estão nesta condição há 3 anos ou mais. Ao
observar por situação, entre os responsáveis acolhidos mais de 50% estão desempregados de
1 mês a 1 anos (52,9%), já entre aqueles que estão em outras trajetórias de risco, 56,7% estão
desempregados há mais de 3 anos, no pernoite este percentual é de 38,5%.

Tabela 332: Você está desempregado no momento, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Você está Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
desempregado no de risco
momento? Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não 11 24,4% 25 17,2% 4 13,3% 40 18,2%
Sim 34 75,6% 120 82,8% 26 86,7% 180 81,8%
Respondentes 45 100,0% 145 100,0% 30 100,0% 220 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

321
Tabela 333: Há quanto tempo está desempregado, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Há quanto tempo está Acolhimento Pernoite Total
de risco
desempregado?
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
1 a 6 meses 12 35,3% 20 16,7% 3 11,5% 35 19,4%

De 6 a 12 meses 1 2,9% 11 9,2% 4 15,4% 16 8,9%

1 ano 5 14,7% 6 5,0% 1 3,8% 12 6,7%

2 anos 6 17,6% 15 12,5% 8 30,8% 29 16,1%

3 anos ou mais 10 29,4% 68 56,7% 10 38,5% 88 48,9%


Respondentes 34 100,0% 120 100,0% 26 100,0% 180 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Dos entrevistados desempregados, 54,4% estão procurando emprego. Ao analisar por


situação, percebe-se uma diferença entre elas, de modo que no acolhimento menos de 50%
estão procurando emprego, já no pernoite este percentual é de 76,9% e aqueles que estão em
outras trajetórias de risco o percentual de responsáveis procurando trabalho é de 51,7%.

Tabela 334: Você está procurando emprego, responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação
Outras trajetórias
Você está procurando Acolhimento Pernoite Total
de risco
emprego
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Sim 16 47,1% 62 51,7% 20 76,9% 98 54,4%
Não 18 52,9% 58 48,3% 6 23,1% 82 45,6%
Respondentes 34 100,0% 120 100,0% 26 100,0% 180 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Entre os motivos pelos quais os responsáveis respondentes não estão procurando


emprego, 45,1% alegaram que não teriam com quem deixar os filhos. Vale destacar que 78,2%
dos responsáveis respondentes correspondem à mãe biológica. O segundo maior motivo citado
foi a preferência pelo trabalho informal, que representa 18,3%. Entre as situações, a preferência
pelo trabalho informal foi citada nos responsáveis que estão em outras trajetórias de risco
(24,1%) e entre aqueles que pernoitam na rua (16,7%). Entre os responsáveis acolhidos, esta
citação não foi mencionada, cujo segundo maior motivo citado foi o fato de a responsável estar
grávida ou de ter recém saído da maternidade (27,8%).

322
Tabela 335: Por que não está procurando emprego dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por situação
Outras
Acolhimento
trajetórias de Pernoite Total
Por que não está procurando emprego risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Não tem com quem deixar os filhos 13 72,2% 21 36,2% 3 50,0% 37 45,1%
Prefere o trabalho informal 0,0% 14 24,1% 1 16,7% 15 18,3%
Está grávida/acabou de sair da
5 27,8% 2 3,4% 0,0% 7 8,5%
maternidade
Não quer 0,0% 5 8,6% 0,0% 5 6,1%
É muito nova 0,0% 4 6,9% 0,0% 4 4,9%
Recebe benefícios 0,0% 3 5,2% 0,0% 3 3,7%
Não possui currículo 0,0% 2 3,4% 0,0% 2 2,4%
Pretende sair do país 0,0% 2 3,4% 0,0% 2 2,4%
Dificuldade por ser cigano 0,0% 1 1,7% 0,0% 1 1,2%
É cigano(a) 0,0% 0,0% 1 16,7% 1 1,2%
Está com depressão 0,0% 1 1,7% 0,0% 1 1,2%
Não sabe ler 0,0% 1 1,7% 0,0% 1 1,2%
Vai voltar para sua cidade natal 0,0% 0,0% 1 16,7% 1 1,2%
Não soube responder 0,0% 2 3,4% 0,0% 2 2,4%
Respondentes 18 100,0% 58 100,0% 6 100,0% 82 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Complementando a análise acerca das características de trabalho dos responsáveis,


52,7% não realizam outra atividade além daquela praticada na rua. Essa variação foi similar
entre as situações.

Tabela 336: Além desta atividade na rua, você exerce alguma atividade geradora de renda fora da rua, dos responsáveis
da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de situação

Além desta atividade na Outras trajetórias


Acolhimento Pernoite Total
rua, você exerce alguma de risco
atividade geradora de
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
renda fora da rua
Sim 8 42,2% 46 49,0% 10 46,7% 64 47,3%
Não 26 57,8% 74 51,0% 16 53,3% 116 52,7%
Respondentes 34 100,0% 120 100,0% 26 100,0% 180 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

Dos que realizam outra atividade profissional, a mais citada foi a diarista, o equivalente
a 64,1% e o trabalho informal foi citado por 37,5%. Como o entrevistado poderia responder
mais de uma alternativa, o percentual é superior a 100%. Entre os responsáveis acolhidos e que
realizam outra atividade além daquelas praticadas na rua, 100% afirmaram realizar outros
trabalhos informais.

323
Tabela 337: Qual atividade geradora de renda dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Qual atividade geradora de renda Acolhimento Pernoite Total
de risco
fora da rua
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Diarista 4 50,0% 32 69,6% 5 50,0% 41 64,1%
Trabalho informal 8 100,0% 13 28,3% 3 30,0% 24 37,5%
Pedreiro/Ajudante de pedreiro 2 25,0% 4 8,7% 1 10,0% 7 10,9%
Fazer/vender artesanato 1 12,5% 0,0% 3 30,0% 4 6,3%
Carregador 0,0% 2 4,3% 1 10,0% 3 4,7%
Cabeleireira 0,0% 2 4,3% 0,0% 2 3,1%
Manicure 1 12,5% 1 2,2% 0,0% 2 3,1%
Motorista 1 12,5% 1 2,2% 0,0% 2 3,1%
Operário 1 12,5% 1 2,2% 0,0% 2 3,1%
Tatuador 0,0% 2 4,3% 0,0% 2 3,1%
Ajudante de obra 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Aposentado 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Atendente 0,0% 0,0% 3 30,0% 3 4,7%
Auxiliar de cozinha 0,0% 2 4,3% 0,0% 2 3,1%
Auxiliar de limpeza 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Coleta de material reciclável 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Costureira 1 12,5% 0,0% 0,0% 1 1,6%
Cuidador 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Decora de festa 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Flanelinha 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Garçonete 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Lavadeira de roupa 1 12,5% 0,0% 0,0% 1 1,6%
Lavoura 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Professor 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Vendedor 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Vendedor ambulante 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Vendedor de móveis 0,0% 1 2,2% 0,0% 1 1,6%
Vigilante 1 12,5% 0,0% 0,0% 1 1,6%
Respondentes 8 - 46 - 10 - 64 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

324
Buscando compreender a situação de rua na infância do responsável, bem como
identificar se o respondente também foi submetido à realização de trabalho infantil,
considerando a dificuldade de muitas famílias em romper o ciclo intergeracional de pobreza e
de múltiplas vulnerabilidades, foi perguntado se o mesmo realizou alguma atividade de geração
de renda, quando era criança. Neste sentido, 60,5% dos respondentes afirmaram ter trabalhado
quando criança.

Tabela 338: Responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos que realizavam alguma atividade de geração de renda
quando criança
Realizava alguma atividade de geração de Total
renda quando era criança? Quant. %
Sim 133 60,5%
Não 87 39,5%
Respondentes 180 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

325
Dentre os que realizaram atividades geradoras de renda quando criança, 39,8%
afirmaram realizar algum trabalho na rua. Entre o grupo dos responsáveis que estão em outras
trajetórias de risco, este percentual é de 47,6%. A segunda atividade mais citada foi o trabalho
realizado em algum comércio ou oficina, o equivalente a 32,3% do total de respondentes que
trabalharam quando eram crianças, e entre os responsáveis acolhidos este percentual foi o mais
citado, correspondendo a 60,7% deste grupo. Outra atividade citada, que especificamente na
situação do pernoite foi uma das mais referidas, foi o trabalho em serviços gerais pedreiro,
eletricista, pintor, etc.) o equivalente a 33,3% dos responsáveis que pernoitam na rua.

Tabela 339: Atividade exercida quando criança pelos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo de
situação
Outras trajetórias
Qual atividade que você exercia Acolhimento Pernoite Total
de risco
quando criança
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Realizava algum trabalho na rua ( venda,
6 21,4% 40 47,6% 7 33,3% 53 39,8%
pedir, flanelinha, etc.)
Trabalhava em algum comércio, oficina,
17 60,7% 19 22,6% 7 33,3% 43 32,3%
etc.
Fazia faxina ou limpeza na casa de outras
1 3,6% 18 21,4% 1 4,8% 20 15,0%
pessoas
Trabalhava em serviços gerais (pedreiro,
4 14,3% 6 7,1% 7 33,3% 17 12,8%
eletricista, pintor, etc.)
Cuidava da minha casa (atividade
1 3,6% 11 13,1% 1 4,8% 13 9,8%
doméstica),
Trabalhava na atividade do campo
2 7,1% 6 7,1% 2 9,5% 10 7,5%
(trabalho rural)
Cuidava de outras crianças ou meus
2 7,1% 4 4,8% 0 0,0% 6 4,5%
irmãos
Motoboy 0 0,0% 2 2,4% 0 0,0% 2 1,5%
Reciclagem 0 0,0% 2 2,4% 0 0,0% 2 1,5%
Manicure 1 3,6% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,8%
Outro 1 3,6% 0 0,0% 0 0,0% 1 0,8%
Telemarketing 0 0,0% 1 1,2% 0 0,0% 1 0,8%
Trabalhava na feira 0 0,0% 1 1,2% 0 0,0% 1 0,8%

Trabalhava em restaurante 0 0,0% 1 1,2% 0 0,0% 1 0,8%


Respondentes 28 - 84 - 21 - 133 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação

326
Com o intuito de compreender os aspectos socioeconômicos dos respondentes, no
tocante a suficiência ou insuficiência dos recursos adquiridos para o sustento familiar,
principalmente com relação às demandas da criança, foram abordadas algumas perguntas a
compreender:

● A renda adquirida é suficiente para a família se alimentar todos os dias: 49,5%


dos respondentes afirmam que a renda é suficiente neste quesito, de modo que
entre aqueles que pernoitam este percentual é de 36,7%, ou seja, 63,3% que
pernoitam afirmam que a renda não é suficiente para suprir as necessidades
básicas alimentares. Entre os acolhidos esse percentual de suficiência também é
inferior à 40,% e aqueles que estão em outras trajetórias de risco o percentual
de suficiência foi um pouco superior aos demais, com 56,6%;

● A renda é suficiente para adquirir roupas para a criança: Com relação à


suficiência dos rendimentos para a aquisição de roupas ou brinquedos para as
crianças teve-se um total de 42,7% dos respondentes que alegam possuir
recursos para suprir tal demanda. Todavia, ao observar por situação o percentual
de responsáveis que afirmam ter recursos o suficiente para tal demanda no
pernoite é de 33,3% e entre aqueles que estão acolhidos este percentual é de
28,9%.

● A renda é suficiente para adquirir brinquedos e promover o lazer para a


criança: Já nas demandas relacionadas ao lazer e diversão das crianças o
percentual de respondentes que afirmam possuir recursos o suficiente para
atender tal demanda é de 37,3%, sendo este percentual ainda menor entre os
respondentes acolhidos e aqueles que pernoitam;

● Em caso de moradia fixa, a renda é suficiente para custear o consumo de


energia, água e gás: Novamente, entre aqueles que pernoitam ou estão
acolhidos os percentuais de suficiência foram os menores em relação àqueles
que estão em outras trajetórias de risco, de modo que a média dos respondentes
é de 43,2% que afirmam suficiência de recursos para suprir tal demanda.

327
● Por fim, com relação aos benefícios socioassistenciais, 73,2% dos respondentes
afirmaram receber algum benefício sendo este percentual maior entre aqueles
que estão acolhidos (86,7%) e os que pernoitam (80,0%).

Tabela 340: Afirmações positivas em relação a suficiência da renda dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos por tipo
de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Renda adquirida é suficiente para a família de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
A renda adquirida é suficiente para a família se
16 35,6% 82 56,6% 11 36,7% 109 49,5%
alimentar todos os dias
A renda é suficiente para adquirir roupas para a
13 28,9% 71 49,0% 10 33,3% 94 42,7%
criança
A renda é suficiente para adquirir brinquedos e
13 28,9% 59 40,7% 10 33,3% 82 37,3%
promover o lazer para a criança
Em caso de moradia fixa, a renda é suficiente
2 25,0% 58 46,8% 7 30,4% 67 43,2%
para custear o consumo de energia, água e gás
A família desta criança recebe algum benefício 39 86,7% 98 67,6% 24 80,0% 161 73,2%
A família tem cadastro no CADÚnico 33 73,3% 104 71,7% 24 80,0% 161 73,2%
Respondentes 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Ao analisar outras características relativas aos responsáveis, com relação ao consumo


de álcool ou outras drogas 45,9% afirmaram consumir alguma substância psicoativa. Dentre a
situação do acolhimento este percentual é de 55,5% e no pernoite 50%. Nas questões
relacionadas à violência sofrida pelo responsável, foram consideradas a violência psicológica, a
violência física, a violência sexual, preconceito e roubo ou furto. Desta maneira, 73,6% dos
responsáveis afirmaram ter sofrido pelo menos uma destas violações. Ao observar por situação,
entre os acolhidos o percentual foi ainda maior, de 84,4%, entre os que pernoitam na rua
chegou a 76,7% e aqueles que estão expostos a outras trajetórias de risco foi de 69,7%.

Tabela 341: Outras características dos responsáveis da faixa etária de 0 a 6 anos, por tipo de situação
Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Outras características de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
O responsável consome álcool ou
25 55,5% 61 42,1% 15 50,0% 101 45,9%
outras drogas
O responsável foi vítima de violência 38 84,4% 101 69,7% 23 76,7% 162 73,6%
Respondentes 45 - 145 - 30 - 220 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.


(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

328
5. PERGUNTA FINAL
Para o fechamento da pesquisa, foi feita uma pergunta do tipo aberta para que os entrevistados
pudessem dizer livremente sobre suas demandas, desejos e até seus sonhos. Para tanto, a seguinte
pergunta foi anunciada: Se tivesse poder, como um prefeito, por exemplo, o que você faria para
melhorar a qualidade de vida das crianças como a sua? As respostas foram múltiplas, uma pessoa
poderia citar mais uma ação a ser realizada. Para fins de apuração, as respostas foram padronizadas e
estão apresentadas nas tabelas 340 e 341.

No conjunto das respostas recebidas pelos responsáveis por crianças de 0 a 6 anos, são relatadas
ações que já estão no rol de políticas públicas existentes, as quais deveriam suprir as realidades vividas
e minimizar as desigualdades, ou seja, já estão consolidadas como um direito, porém diante da
conjuntura atual se provam insuficientes. A principal ação a ser feita seria dar casas às pessoas, a
necessidade de acesso à moradia digna foi padrão entre os grupos, em média 27,3%. Seguem algumas
respostas manifestadas:

“Eu ajudaria com casa, comida, roupa, tiraria todo mundo da rua, não aceitaria famílias usando as crianças
para conseguir dinheiro”

“Daria moradia financiada em parcelas baixas para mães"

“Faria casa grande para toda a família, alimentos e escola melhor”

“Casa própria, escola. As crianças não vão pra escola porque elas precisam trabalhar”

Moradia é uma necessidade básica essencial para proteção, dignidade e desenvolvimento saudável
do ser humano, é um dos direitos sociais fundamentais previstos no artigo 6º da Constituição Federal
(BRASIL, 1988).

Em segundo e em terceiro aparecem outros dois direitos sociais assegurados no mesmo supracitado
artigo 6º da Constituição, que conduzem a um processo de fortalecimento em direção maiores
oportunidades e consolidação da autonomia, são eles respectivamente o desejam em melhorar o acesso
à educação, que ficou com o mesmo percentual de 25% e o emprego, com mais 17,7% dos respondentes
informando desempenhar esta ação se fossem prefeitos da cidade.

“Criaria mais creches, mais escolas, mais CCA com atividades como dança, jazz”

“Transformar as fundações Casa em locais de oportunidades de trabalho e profissionalização”

“Mais oportunidades de emprego e estudo”

329
“Dar uma condição melhor de futuro, emprego para os pais, melhorar a convivência. Melhorar a educação.”

“Mais locais como CJ e locais que atendam crianças nos finais semana”

“Eu dava valor aos pobres, porque eles merecem muito mais.”

Tabela 342: Pergunta aberta final de 0 a 6 anos


Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Resposta de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Daria casas 15 33,3% 36 24,8% 9 30,0% 60 27,3%
Daria acesso à Educação 8 17,8% 39 26,9% 8 26,7% 55 25,0%
Aumentaria a quantidade de
13 28,9% 24 16,6% 2 6,7% 39 17,7%
empregos
Ajudariam as pessoas 6 13,3% 18 12,4% 5 16,7% 29 13,2%
Construiria/melhoraria os
abrigos/SAICA's/ Centros de 8 17,8% 14 9,7% 2 6,7% 24 10,9%
acolhimento
Melhoraria a alimentação das
3 6,7% 11 7,6% 3 10,0% 17 7,7%
pessoas
Melhoraria os benefícios e
1 2,2% 11 7,6% 3 10,0% 15 6,8%
programas públicos
Não soube responder 4 8,9% 9 6,2% 2 6,7% 15 6,8%
Acesso à saúde 1 2,2% 6 4,1% 0,0% 7 3,2%
Baixar o preço dos produtos 0,0% 3 2,1% 0,0% 3 1,4%
Distribuiria roupas 0,0% 1 0,7% 1 3,3% 2 0,9%
Fim às drogas 2 4,4% 0,0% 0,0% 2 0,9%
Melhoraria a segurança pública 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Melhoraria o acesso à cultura 1 2,2% 1 0,7% 0,0% 2 0,9%
Tirar todos da rua 0,0% 2 1,4% 0,0% 2 0,9%
Combateria o racismo 1 2,2% 0,0% 0,0% 1 0,5%
Fim da violência policial 0,0% 0,0% 1 3,3% 1 0,5%
Maior acesso a esportes 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Mais opções de lazer 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Mais vagas para jovem aprendiz 1 2,2% 0,0% 0,0% 1 0,5%
Melhoraria o salário 0,0% 1 0,7% 0,0% 1 0,5%
Não informado 1 2,2% 4 2,8% 1 3,3% 6 2,7%
Respondentes 45 - 145 - 30 - 220 -
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, portanto o total de citações é maior do que o total de respondentes. O
percentual foi calculado em relação ao total de respondentes por tipo de situação.

Entre as CASR de 7 a 11 anos, a principal ação realizada, se fosse prefeito, seria a mesma, dar
casas às pessoas, também foi padrão entre as situações, em média 30,9%.

“Ajudava, dava casa, alimentos, tirava da rua”

“Investir em moradia…”

“Não derrubar a casa das pessoas”

330
Em seguida aparecem outros direitos sociais, bastante pertinentes à idade, como a melhoria na
alimentação com mais 23,4% dos respondentes. Em terceiro, a melhoria de benefícios e programas
públicos, citado por 14,2% dos entrevistados. Relacionado a isso surgiram sugestões de programas de
transferência de renda específicos para adolescentes e bolsas de estudos.

“Daria comida pra todo mundo”

“Distribuir auxílio para as crianças, moradia digna”

“Ajudaria as crianças dando auxílio, como dinheiro, uns 500 reais. Daria cesta básica. Faria um bazar para
dar roupas para as crianças, daria uma sopinha, comida.”

“Melhorar a educação, bolsa auxílio para estudantes”

Tabela 343: Pergunta aberta final de 7 a 17 anos


Outras trajetórias
Acolhimento Pernoite Total
Resposta de risco
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Daria casas 28 35,0% 104 30,0% 29 30,9% 161 30,9%
Melhoraria a alimentação das pessoas 19 23,8% 81 23,3% 22 23,4% 122 23,4%
Melhoraria os benefícios e programas públicos 12 15,0% 51 14,7% 11 11,7% 74 14,2%
Daria acesso à Educação 12 15,0% 38 11,0% 5 5,3% 55 10,6%
Ajudariam as pessoas 4 5,0% 34 9,8% 8 8,5% 46 8,8%
Construiria/melhoraria os abrigos 14 17,5% 18 5,2% 9 9,6% 41 7,9%
Baixar o preço dos produtos 3 3,8% 30 8,6% 7 7,4% 40 7,7%
Distribuiria roupas 7 8,8% 23 6,6% 3 3,2% 33 6,3%
Mais vagas para jovem aprendiz 6 7,5% 20 5,8% 6 6,4% 32 6,1%
Mais opções de lazer 5 6,3% 19 5,5% 4 4,3% 28 5,4%
Aumentaria a quantidade de empregos 2 2,5% 13 3,7% 4 4,3% 19 3,6%
Tirar todos da rua 1 1,3% 11 3,2% 2 2,1% 14 2,7%
Cuidados com a população em situação de rua 2 2,5% 9 2,6% 1 1,1% 12 2,3%
Distribuiria brinquedos, celulares, videogames, etc.
0,0% 10 2,9% 2 2,1% 12 2,3%
para CA's
Aumento de salário 4 5,0% 5 1,4% 1 1,1% 10 1,9%
Cuidados com pop rua 1 1,3% 6 1,7% 2 2,1% 9 1,7%
Igualdade social 2 2,5% 5 1,4% 1 1,1% 8 1,5%
Acesso a saúde 3 3,8% 2 0,6% 2 2,1% 7 1,3%
Maior acesso a esportes 0,0% 7 2,0% 0,0% 7 1,3%
Cuidado com os animais 0,0% 4 1,2% 1 1,1% 5 1,0%
Fim às drogas 0,0% 5 1,4% 0,0% 5 1,0%
Outro 1 1,3% 3 0,9% 1 1,1% 5 1,0%
Apoio para famílias 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Benefício para CAs 1 1,3% 3 0,9% 0,0% 4 0,8%
Fim à violência policial 0,0% 4 1,2% 4 4,3% 8 1,5%
Limpeza das ruas 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Oportunidades 1 1,3% 1 0,3% 2 2,1% 4 0,8%
Projetos para CAs 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Transporte gratuito 0,0% 4 1,2% 0,0% 4 0,8%
Cuidados com dependentes químicos 0,0% 3 0,9% 0,0% 3 0,6%
Descriminalização da maconha 1 1,3% 0,0% 2 2,1% 3 0,6%
Segurança contra abuso sexual 1 1,3% 2 0,6% 0,0% 3 0,6%

331
Daria camas e cobertas 1 1,3% 1 0,3% 0,0% 2 0,4%
Fim do tráfico e roubo 1 1,3% 1 0,3% 0,0% 2 0,4%
Mais doações 0,0% 1 0,3% 1 1,1% 2 0,4%
Melhoraria o salário 2 2,5% 0,0% 0,0% 2 0,4%
Aumentaria a quantidade de empregos para pessoas
0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
LGBTQIA+
Aumentaria a quantidade de prisões 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Baixar preço dos produtos 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Benefícios para LGTBQIA+ 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Bolsa para estudantes 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Cuidado com imigrantes 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Cuidados para dependentes químicos 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Dar mais liberdade aos CA's 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Daria acesso a Cultura 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Fim à violência 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Limpeza de córregos 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Mais banheiros 0,0% 0,0% 1 1,1% 1 0,2%
Melhorar as ruas 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Melhorar o mundo 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Melhorar serviços da prefeitura 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Melhorar transporte público 0,0% 1 0,3% 1 1,1% 2 0,4%
Melhoraria a segurança pública 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Melhoraria as políticas públicas 1 1,3% 0,0% 0,0% 1 0,2%
Melhoraria o acesso à cultura 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Políticas de convivência 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Projeto para CAs 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Respeito 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Saneamento básico 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Tirar todos das ruas 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Um lugar para tomar banho 0,0% 1 0,3% 0,0% 1 0,2%
Não soube responder 8 10,0% 16 4,6% 3 3,2% 27 5,2%
Respondentes 80 - 347 - 94 - 521 -

Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

As crianças e adolescentes apresentaram uma gama de preocupações bastante vasta, que


incluem a si, o outro, os animais, o meio ambiente, as ruas e calçadas, o transporte público, desejam
toda melhoria que merecem, que começa nos banheiros e termina no mundo. Desejam diversão,
parques, passeios, doces, roupas, brinquedos. Querem o fim da violência, do abuso, do tráfico e do
roubo. Sabem que as famílias é quem precisam de apoio, para que então possam dar o suporte
necessário, e eles apenas desfrutem, cresçam, se desenvolvam física, emocional e intelectualmente de
maneira saudável. Mais uma vez se pode observar que tudo o que desejam de melhorias está garantido
em lei pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mas ainda encontra limites para se cumprir, dando
continuidade às desigualdades. Seguem outras sugestões se fossem prefeito da cidade:

“Internação para todos com respeito e amor ao próximo. Ajudar no que precisa, cuidar com
verdade”
“Lei para melhorar os sonhos deles e que acabasse com o abuso.”
“Criar políticas públicas para adolescentes acolhidos em Saicas após completarem a maioridade.”

332
“Doação de alimento, moradias. Entregar cestas básicas na escola e no CCA. Mudar o mundo pra
melhor.”
“Iria ajudar as famílias de crianças que precisam trabalhar.”
“Ajudaria quem não tem casa e o aquecimento global e várias brinquedotecas.”
“Aumentaria o salário, proibiria as drogas, os abusadores deveriam pagar indenização para as
vítimas, ajudaria os moradores de rua construindo abrigo”
“Iria dar cesta básica e conversar em casa”
“Eu ia baixar o gás, e outros alimentos”
“Dava sobremesa de mais qualidade. Aumentava o bolsa família e abaixava o preço das coisas.
Melhorar a qualidade de ensino e educação. Colocar o prefeito nas escolas.”

“Sei dos seus sonhos perdidos nos olhos da mãe do luar


Conheço o amor infinito que deixou por lá
Eu também tive um rio que secou
Também sou guerreiro e sonhador
Eu também sei cantar pra não gritar de dor

Voa menino, voa


pra sua estrela natal
Voa menino, voa
por cima do temporal”

Estrela Natal
Sergio Pererê

333
6. RESULTADOS DOS GRUPOS FOCAIS

Os grupos focais tiveram como objetivo promover a interlocução de diferentes atores


que acompanham em maior ou menor escala o fenômeno e as dinâmicas sobre crianças e
adolescentes em situação de rua. Para tal, criou-se um espaço multivocal para ouvir diferentes
percepções em relação às CASR e viabilizar a troca de informação, na intenção de trazer mais
contexto à pesquisa. Utilizamos como metodologia para a captação de informações a Teoria da
Atividade Histórico Cultural (TAHC) (VYGOTSKY, 1978) visando entender as percepções dos
atores, especialmente, sobre os riscos sociais e como se articulam, ao longo do tempo,
profissionais e pesquisadores que atuam no Sistema de Garantia de Direito da Criança e do
Adolescente (SGDCA).
Participaram dos três grupos focais os seguintes atores: representantes dos serviços de
abordagem social (SEAS), profissionais de CREAS, representantes de organizações e
movimentos sociais, conselheiros tutelares e pesquisadores. A inclusão dos grupos focais como
um método analítico no projeto teve a intenção de criar um espaço de escuta qualificada,
promovendo reflexões e encaminhamentos, através de diferentes olhares e diversas narrativas
em torno das situações que atravessam as CASR, propondo caminhos possíveis para (re) pensar
as políticas de proteção social.
Os grupos ocorreram nos dias 05, 06 e 14 de outubro de 2022, no Espaço Público do
Aprender Social - ESPASO. As reuniões duraram, em média, 2 horas e 30 minutos e contou com
dois pesquisadores-mediadores por grupo. No primeiro encontro contamos com a presença de
uma profissional da COVS-SMADS.
O primeiro grupo contou com a participação de 10 integrantes representando
organizações e movimentos sociais, além de pesquisadores atuantes na área; o segundo grupo
contou com 8 participantes que atuam nos conselhos tutelares (Cidade Tiradentes I, Ipiranga,
Grajaú, Rio Pequeno, Penha, Vila Prudente, Santo Amaro e Sé), três educadores sociais e uma
pesquisadora; o grupo três contou com trabalhadores do SEAS (Guaianazes, Lapa, Penha, M'boi
Mirim, Campo Limpo, Vila Mariana, Vila Maria, Ipiranga e Perus), contou ainda com
representantes da gestão de parcerias do CREAS de Itaquera, Jabaquara e Perus, além de um
educador social. O convite se estendeu para outros trabalhadores da assistência social que
atuam tanto nas instituições públicas como nas organizações e movimentos sociais, mas por se

334
tratar de uma participação voluntária, nem todos os convidados puderam comparecer por
conflitos na agenda, dentre outros motivos. As reuniões foram gravadas com a permissão dos
participantes frente ao compromisso ético em pesquisa de manutenção do anonimato dos
relatos.

6. 1 Mudanças dos Riscos Sociais ao longo do tempo

Nos encontros para os grupos focais utilizamos um dado-espelho sobre a atividade,


como primeiro estímulo (VYGOTSKY, 1978), em todos os grupos, com o objetivo de que os
participantes refletissem sobre os riscos sociais que acometem as CASR. Utilizou-se como
primeiro estímulo parte da resolução do CONANDA e do ECA sobre o conceito de “situação de
rua” de crianças e adolescentes: “I - trabalho infantil; II - mendicância; III - violência sexual; IV -
consumo de álcool e outras drogas; V - violência intrafamiliar, institucional ou urbana; VI -
ameaça de morte, sofrimento ou transtorno mental; VII - LGBTfobia, racismo, sexismo e
misoginia;VIII - cumprimento de medidas socioeducativas ou medidas de proteção de
acolhimento” (CNAS/CONANDA, 2016, ECA, 1990).
De acordo com os participantes, o perfil dos riscos no qual crianças e adolescentes estão
sujeitos mudou muito ao longo do tempo, um exemplo posto por eles foi em relação ao trabalho
infantil atrelado as infrações: antigamente pequenos furtos eram as maiores causas,
atualmente as atividades irregulares estão cada vez mais ligadas ao comércio varejista de
entorpecentes, dentre outros mercados ilegais, no qual circulam mercadorias furtadas e conta
com uma complexa rede de trabalhadores que precisam atuar sigilosamente para não
levantarem suspeitas (FELTRAN; FROMM, 2020).
Os participantes trouxeram ainda a percepção de que outro risco latente para esse
grupo é o consumo de drogas ilícitas que mudou a relação das CAs com os territórios:
atualmente, a criança ou adolescente já saem da sua região de origem direto para a cracolândia,
por exemplo, local no qual poderá conseguir drogas mais facilmente: “(...) antes essa CA passava
6 meses até conhecer a “cracolândia”, hoje faz esse trajeto em 2h e em pouco tempo esse
sujeito torna-se um dependente químico, sua vida fica mercê do consumo de drogas e para tal,
a mendicância, o roubo ou o furto são as possibilidades para as CAs manterem seu vício” (relato

335
de trabalhador). Esse relato traz uma dimensão importante sobre as drogas e a dependência
química, sendo que hoje as CAs e jovens têm maior facilidade em encontrá-las do que
antigamente e isso pode estar relacionado com a facilidade de locomoção e a concentração de
pontos de tráfico mais localizado. Outras modalidades de cooptação desse público para o
mercado ilegal também foram indicadas pelos participantes: “Em Santo Amaro havia um caso
em que um traficante do território tinha criado uma espécie de “centro de acolhimento” para
os meninos, tipo uma república. Ele ia para a porta dos Saicas da região fazer o aliciamento dos
meninos, oferecia casa, dinheiro, comida e liberdade. Inclusive tentaram [trabalhadores da
assistência] fazer uma reunião de rede com o traficante” (relato de um trabalhador).
A configuração territorial sempre foi um elemento importante quando pensamos em
riscos para as CASR. Um destaque importante relativo às questões territoriais, foi sobre as
distinções encontradas nas regiões: cada território tem um modo de funcionamento, com
normas, regras e dinâmicas distintas. Esse olhar serve como uma importante ferramenta para
a capacitação dos profissionais/educadores sociais, apropriando-os de métodos mais
amparados na realidade sócio-histórica das crianças e adolescentes atendidos. Uma das
percepções que um educador social compartilhou no grupo foi que “os espaços periféricos
acabam se tornando invisíveis por conta do centro demandar mais atenção e ser mais visível,
enquanto que na periferia é mais difícil diferenciar os meninos que moram em residência, com
os meninos em situação de rua., ao conversar com o pessoal das comunidades, essas pessoas
falavam que na própria região não havia crianças em situação de rua” (relato de educador).
Dessa maneira, a partir das percepções trazidas pelos participantes dos grupos reforça-se a
importância de estar constantemente dialogando com os atores sociais que atuam direta ou
indiretamente no atendimento de crianças e adolescentes em situação de rua, no que tange os
riscos sociais que este público está exposto, para que as estratégias de atendimento estejam
de acordo com a realidade social vivida pelas CASR, bem como e em conformidade com as
características vivenciadas nos respectivos territórios do município de São Paulo. Para a
elaboração de estratégias cada vez mais assertivas, as novas modalidades de “riscos”, como o
trabalho informal, precisam ser enfrentadas pelos gestores públicos na perspectiva da inserção
desse público em outras atividades.

336
6.2 Condições de Trabalho

Durante os encontros, os trabalhadores de diferentes esferas da área social afirmaram


que as dinâmicas de trabalho também influenciam na execução da atividade e nem sempre
positivamente. Os participantes mencionaram que o desmonte dos serviços e algumas questões
burocráticas, como as metas de atendimento, muitas vezes, se sobrepõem àquilo que objetiva
o trabalho com abordagem socioeducativa para uma construção coletiva, dificultando também
um plano individual de atendimento pautado nas múltiplas singularidades, dentre outras
tarefas. Sobre as metas de atendimento, os trabalhadores mencionaram que são muito difíceis
de serem cumpridas e que “a preocupação [para o cumprimento das metas] é somente com
número, quantidade de crianças e adolescentes abordados” (relato de trabalhador). Os
participantes mencionaram ainda que são poucos os territórios que atingem a meta e é uma
questão que precisa ser revista, pois não atingir a referida meta não significa que não houve
trabalho no território.
A precarização do trabalho ao longo do tempo foi um ponto discutido em todos os
grupos. De acordo com relatos dos participantes, desde 2016 há um desmonte afetando as
políticas públicas para CASR e os profissionais se encontram cada vez mais sobrecarregados
(demanda alta e poucos trabalhadores para a execução da atividade). Com isso, os
trabalhadores percebem sua saúde comprometida, acarretando cada vez mais em
afastamentos, especialmente por conta de questões graves que afetam a saúde mental, por
exemplo, “É um desafio não adoecer mentalmente, é preciso se colocar enquanto seres
humanos” (relato de trabalhador). De acordo com os relatos, baixa remuneração, salários
atrasados e desinvestimento em educação continuada também dificultam a execução plena da
atividade.
A precarização da atividade intensificou-se com o fenômeno da terceirização dos
serviços e de acordo com um dos relatos, “tira um pouco nossa autonomia” (relato de
trabalhador). Quando se observa a equipe terceirizada, vê-se muita gente adoecida e a equipe
não se identifica com o trabalho por muito tempo, principalmente porque não são formados
ou não têm experiência para atuarem na área, com isso muitos trabalhadores atuam apenas
para obterem uma remuneração: “as pessoas vão apenas porque precisam de um trabalho e

337
não pelo perfil, o trabalho não é apenas atendimento e encaminhamento para centro de
acolhida. Enquanto profissionais terceirizados eles não têm o mínimo de garantias, tem que
lidar com salários atrasados, não tem plano de saúde nem vale refeição, portanto, como
motivar o trabalhador para trabalhar em uma escala 6/1 na rua para reconhecer seu território,
sendo que não tem recurso para disponibilizar o kit higiene, material de educação sexual e o kit
lanche?” (relato de trabalhador). A “terceirização”, ou seja, subcontratação de trabalhadores,
foi concebida em um contexto pós-recessão econômica depois da segunda guerra mundial. Os
tempos mudaram e a terceirização permanece precarizando os vínculos laborais tornando os
trabalhadores meros “cumpridores de metas”. A consequência é o adoecimento dos
trabalhadores, tanto físico, como mental (SELIGMANN-SILVA, 2011).
De acordo com um dos trabalhadores: “munícipes denunciaram os orientadores que
estavam parados jogando damas com uma CASR... ele foi até o CREAS reclamar que o
profissional não estava trabalhando em seu expediente” (relato de trabalhador). O que deveria
ser feito, de acordo com o profissional, era uma conversa com essa munícipe para explicar o
que é a atividade, porém existem casos em que os profissionais, por estarem sobrecarregados,
acabam não falando sobre os motivos da abordagem, parecendo mais fácil só acolher ao invés
de explicar: “Isto é método, precisa desta compreensão, e isso foi se perdendo com o tempo”
(relato de trabalhador). Um dos participantes reforçou a necessidade de esclarecimento a
respeito da importância de aplicar métodos lúdicos quando se trata de criança e adolescentes
em situação de rua: “. Se não pode sentar na calçada, como vão aplicar uma metodologia mais
lúdica para estabelecimento e ou manutenção do vínculo?” (relatos de trabalhadores).
Outra discussão trazida foi o fato de não haver treinamento para a execução plena da
atividade. Com isso, como demonstra a literatura, os profissionais atuam a partir daquilo que
intuem ser o melhor modo, gerando, após algum tempo, desmotivação, sobrecarga e desgaste
mental (SELIGMANN-SILVA, 2011). A ausência de um quadro funcional robusto, que supra as
necessidades das CAs, foi apontado como um problema em todos os grupos focais. De acordo
com participantes do grupo I: “não existem mais CREAS com a equipe completa de profissionais
como já ocorrera no Núcleo de Proteção Jurídico Social e Apoio Psicológico (NPJ), quando foi
aprovado pelo Dr. Floriano Pesaro, e posteriormente passou a funcionar, inclusive com
concursos, e agora já são cerca de sete anos sem concursos para a área” (relato de trabalhador).
A ausência de uma formação continuada aliada a disseminação de conceitos norteadores ou

338
pressupostos metodológicos que qualifiquem suas intervenções para lidarem com as CASR
também foi mencionado como dificuldades para a execução das tarefas, com isso cada gerente,
cada equipe técnica constroem uma maneira de trabalhar de acordo com a demanda que ela
conhece, de acordo com o território que atua, em alguns momentos com o apoio do CREAS e a
SEAS que conhecem o território, pois “às vezes a capacitação é realizada por um profissional
que não possui perfil nem conhecimento técnico e operacional para realizar tal função” (relato
de um trabalhador).
Martins (2021) ressalta a importância de tornar as relações mais abertas e intensas, o
que contraria a lógica da eficiência: cumprimento de metas irreais, atribuições rígidas e
cristalizadas. Muitas vezes estar disponível para o outro é lido como "fazer nada", sendo assim,
a pesquisadora desenvolve a lógica de "fazer nada como um dispositivo clínico e político nos
territórios". Essa questão foi trazida pelos educadores, que evidenciaram ser cobrados de
certos protocolos e fluxos institucionais que caminham em descompasso com o fundamental
para que qualquer intervenção aconteça: o vínculo. Se não há possibilidade de "perder tempo"
com esse outro, como o vínculo é desenvolvido?
Nesta perspectiva, de acordo com os relatos, diversos assuntos foram trazidos no que
concerne à condição de trabalho, tais como: incremento no quadro funcional com a contratação
de mais profissionais para a diminuição da sobrecarga de trabalho, a necessidade de qualificar
e oportunizar capacitações continuadas para a equipe técnica que atua diretamente com o
público infanto juvenil, em especial as CASR e adequar os métodos de abordagem deixando
evidente para os demais atores e sociedade, que o atendimento as CASR precisa de estratégias
diferenciadas e abordagens lúdicas para o alcance de resultados esperados: maior efetividade
na construção dos vínculos e na execução da política pública em prol da garantia de direitos
humanos das crianças e adolescentes.

339
6.3 Trabalho em Rede

O ECA reconhece que a manutenção dos vínculos familiares e comunitários são muito
importantes para o desenvolvimento das CAs (ECA, 1990). Em se tratando dos serviços
socioassistenciais, uma das premissas é de que os trabalhadores que atuam junto às CASAR
também se vinculem a eles para que os resultados esperados sejam alcançados. De acordo com
os participantes dos grupos focais, a construção de vínculos tem sido cada vez mais difícil, tanto
pelas condições de trabalho insatisfatórias, quanto pela mudança de perfil das CASR, que estão
cada vez mais atuando no mercado varejista de drogas ilícitas e demais circuitos criminalizados,
no qual é importante “manter-se operando em sigilo” (FELTRAN; FROMM, 2020 p. 130)
De acordo com os participantes, há algum tempo os pesquisadores de campo da área da
infância e adolescência já não querem mais trabalhar com as categorias de vulnerabilidade e
risco social, pois após 30 anos da criação do ECA e das leis da proteção integral da criança e do
adolescente, isso ainda não foi completamente implementado, com isso vulnerabilidade e risco
social enquanto categoria não contempla o real sofrimento da população em situação de rua,
“risco é uma questão de momento” (relato de um trabalhador). A mudança conceitual foi
apontada como um fator importante e que reverbera na prática dos serviços.
De acordo com um dos relatos, a atualização conceitual em conformidade com a
RESOLUÇÃO Conjunta nº1 de 07 de junho de 2017 que dispõe sobre as diretrizes políticas e
metodológicas para o atendimento de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua no âmbito
da Política de Assistência Social e a mudança metodológica de abordagem junto ao público,
podem ajudar com avanços na pauta: “os observatórios não vão para frente porque ficam
presos a determinadas categorias que não condizem com a realidade, há uma necessidade de
atualização desse olhar, porque se ficar apenas sob este olhar de vulnerabilidade e risco social
deixa para o sujeito a condição dele ficar a vida inteira assim” (relato de trabalhador).
Toda a discussão conceitual trouxe à tona outras questões que dificultam a articulação
da rede para a execução das tarefas como prevê a legislação. Relatos afirmaram que há uma
grande dificuldade na articulação dos dados, por exemplo. Além de reverberar sobre a definição
de cada serviço, sem um conceito de CASR atualizado e disseminado para todos os atores do
SGDCA, acaba parecendo que a missão dos serviços é de “apagar incêndio ou enxugar gelo"
(relato de trabalhador). De acordo com um conselheiro tutelar a impressão é “que aquele

340
atendimento não deveria estar ali no CT, aquele atendimento deveria estar sendo feito pelos
serviços que realmente deveriam estar funcionando, se chegou ao CT, algum erro tem”... “Aí
pega uma criança que precisaria de um atendimento técnico e coloca na mão de um
conselheiro, que não exerce a função de técnico e ele utiliza do conhecimento empírico de vida
e acaba tomando decisões equivocadas, meramente para apagar o fogo” (relato de
trabalhador).
Ainda assim, os profissionais afirmaram que tentam, individualmente, criar dinâmicas
mais funcionais, “porém o fluxo de trabalho em campo é tão enlouquecido que acaba surgindo
essas tensões com os diferentes serviços que estão trabalhando com essa demanda, isso que
nos adoece enquanto profissionais, além de fragilizar a perspectiva do trabalho em rede”
(relato de trabalhador).
A ausência de um conceito consolidado sobre a situação das CASR dificulta a articulação
da rede aliado a cada vez menos trabalhadores atuando, muitas vezes, sem a formação
adequada para lidar com um público tão complexo que demanda atenção e afetividade. De
acordo com um dos relatos: “não dá para abrir uma eleição de CT se as pessoas que tiverem
interesse não participarem de um curso anterior, para um nivelamento metodológico e
conceitual, e depois da pessoa ver que tem interesse ou afinidade, abre-se o processo, e então
se aprovada a documentação, tudo certo, parte para um outro curso apenas para discutir e
qualificar dois conceitos: conselho tutelar e conselho de direitos, apenas depois disso elas
partem para o processo eleitoral. E ao se elegerem partem para um outro curso antes de
assumirem o cargo, curso de direitos e obrigações e como o estado vai dar condições de
trabalho para cada um, e só então começam a trabalhar” (relato de trabalhador). Fica evidente
que há desconhecimento sobre as atribuições do Conselho Tutelar e isso impacta no
funcionamento da rede de garantia de direitos.
O diálogo com outros atores da rede também foi mencionado. De acordo com a
impressão de alguns trabalhadores, há uma dificuldade em atuar com profissionais da saúde:
“a saúde sempre vai ser muito difícil, porque existe essa coisa sobreposta da saúde ter um saber
que a assistência não sabe, inclusive existe uma discrepância salarial gigantesca” (relato de
trabalhador). Ainda sobre a saúde, os participantes mencionaram uma experiência
interessante: “a saúde é terceirizada, mas houve um movimento de trabalhadores do
Consultório na Rua que impulsionou o SEAS, no que diz respeito à necessidade de se discutir a

341
população em situação de rua na base. Foi criado um grupo de trabalho de População em
Situação de Rua, no qual realizaram formação sobre saúde mental com os trabalhadores de
todos os níveis, além de realizarem um fórum intersetorial sobre drogas e direitos humanos na
zona norte, na rua Zaki Narchi, potencializando consideravelmente o espaço e reunindo pessoas
de diferentes áreas: da proteção básica, da saúde, educação e cultura, esse grupo fez tanto
barulho que algumas pessoas foram mandadas embora, e no ano de 2022 esse fórum retornou”
(relato de trabalhador).
Segundo relato dos trabalhadores, outro ponto que afeta a articulação em rede é que
existem leis que não são executadas, ou seja, não são implementadas de fato. A exemplo da Lei
13.431 de 04 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do
adolescente vítima ou testemunha de violência, que poderia favorecer nos trabalhos caso fosse
aplicada, bem como a necessidade de deixar claro os fluxos e atribuições de cada ator que atua
e compõe a rede de atendimento e proteção.
Os participantes dos grupos focais apontaram diversas mudanças ao longo do tempo
que impactam no fluxo do trabalho da rede: desde a reestruturação produtiva, aprofundada
nos anos 90 e 2000, até a não aplicação de Leis que trazem diretrizes importantes e podem
favorecer na disseminação de novos conceitos e serem experimentados pelos atores da rede
socioassistencial.
Sendo assim, nesta temática ficou evidente, a partir da perspectiva dos participantes, a
necessidade de reforçar o conceito de CASR para todos os atores sociais que atuam com o
público referido, estabelecer metas de implantação e cumprimento de fluxos de acordo com a
lei e em conjunto com os profissionais, para que haja maior efetividade das ações. Reforçou-se
ainda, a importância de evidenciar os papéis sociais de cada ator que compõe a rede de
atendimento do SGDCA para que os fluxos e encaminhamentos possam ser aplicados em
conformidade com as competências e responsabilidades de cada um.

342
7. CONSIDERAÇÕES

Os resultados da etapa amostral do 2º Censo de Crianças e Adolescentes em Situação


de Rua (CASR) trazem indícios das necessidades e riscos que permeiam as vivências das CASR.
Trata-se de dados importantes que poderão subsidiar ações para efetivar prevenção e
acolhimento, visando o desenvolvimento integral destas CAs. As análises mais profundas e
articuladas, assim como recomendações da equipe técnica da Painel Pesquisas, comporão o
relatório final.

Dentre os resultados aqui expostos, as atividades de trabalho praticadas pelas crianças


e adolescentes ganham relevância, pois impactam diretamente nos fatores de risco, assim
como na ausência deste público em espaços escolares, de cultura, esportes e lazer.

As informações referentes a essas atividades foram colhidas por abordagem direta com
os adolescentes ou responsáveis por crianças de 0 a 6 anos, de acordo com as cotas
selecionadas. Das várias atividades desempenhadas na rua pelas CASR, as atividades geradoras
de renda por meio do trabalho aparecem em maior número de vezes, assim como a
mendicância que apareceu com maior frequência nos dois grupos. Portanto, os adolescentes e
responsáveis encontram-se na rua principalmente para gerar renda e se alimentarem.

Os dados revelaram também a relação de CASR e os serviços ofertados pela Prefeitura


de São Paulo, os quais são utilizados pela maior parte do público, especialmente os serviços de
saúde e assistência social. Sobre os equipamentos de cultura, lazer e esportes, observa-se
pouca utilização, mas os que declararam utilizar estes serviços avaliaram positivamente.

Sobretudo, destacamos que os resultados desta pesquisa são de natureza quantitativa,


auxiliando-nos a conhecer a realidade das crianças e adolescentes em situação de rua de São
Paulo a partir de um cenário apresentado no tempo de realização das respectivas etapas.
Entretanto, é importante ressaltar que o cotidiano é dinâmico e apresenta complexidades,
especialmente na compreensão das singularidades das crianças e adolescentes. Faz-se
necessário, então, que pesquisas qualitativas sejam elaboradas com o objetivo de buscar
aprofundamentos nas dimensões relacionadas aos conteúdos apresentados.

343
Abaixo enfatiza-se alguns resultados apresentados no decorrer da análise:

● No momento da pesquisa desenhou-se um perfil amostral no qual teve-se mais CASR do


sexo masculino do que feminino, o que também se encontrou na etapa censitária. O que
se ressalta é prevalência do sexo masculino, principalmente no caso de 7 a 17 anos, e em
outras trajetórias de risco. O perfil deste tipo de situação (outras trajetórias de risco) está
diretamente associado à geração de renda, sendo este o principal motivo para estarem
em situação de rua. Dessa maneira, pode-se indicar que as CASR do sexo masculino estão
expostos precocemente a situações de trabalho infantil na rua para complementação e
contribuição da renda familiar;
● Sobre a raça/cor, prevalece a parda, sendo a mais frequente em todos os grupos
(de 0 a 6 e de 7 a 17 anos). Ao considerar a população não branca (composta pelas
raças/cores parda, preta, indígena e amarelo) a frequência é ainda maior;
● Em relação ao tempo de rua tem-se: na faixa etária de 12 a 17 anos,
aproximadamente 5% dos adolescentes estão na rua há mais de 12 anos; e na faixa de 7
a 11 anos, 10% das crianças estão há mais de 7 anos na rua – esses percentuais, apesar
de serem minorias, apontam a rua sendo utilizada como espaço de sobrevivência por
longos períodos (quase que permanente) por algumas CAs. Já o oposto, com menor
tempo de rua, reforça a transitoriedade da trajetória de rua vivenciada pela maioria das
crianças e adolescentes entrevistados.
● A pesquisa apontou 10% de CASR que não moram em São Paulo (SP) indicando essa
mobilidade intermunicipal, e ainda a grande variedade de dias em que permanecem na
rua: “às vezes”, “uma única vez” ou “duas vezes”, se sobressaindo em grandes percentuais
entre o acolhimento e outras trajetórias de risco e, “todos os dias”, mais relevante entre
as CASR do pernoite;
● Em relação à análise do período que a CASR frequenta a rua, percebe-se que entre aqueles
que estão expostos a outras trajetórias de risco existe uma predominância de estarem na
rua durante o período vespertino. Nas outras situações (acolhimento e pernoite) não foi
possível observar um padrão de frequência.
● Na faixa etária de 0 a 6 anos percebe-se uma desproporcionalidade entre a cidade natal
do responsável e a cidade natal da criança em situação de rua, esta última sempre em

344
percentuais maiores natos de São Paulo, destacando que a maioria são crianças
descendentes de famílias migrantes;
● Enfatizando essas diferenças de cidade natal, surpreendeu a representatividade de outros
países, se destacando nos dois grupos como 2º ou 3º mais frequente, se comparado com
naturais de outros estados brasileiros. Os países indicados como origem são países
relativamente pequenos se comparados com o Brasil, mas que se tornam significativos
comparados a população total em situação de rua – este público específico merece um
olhar diferenciado pois as motivações podem ser distintas;
● A questão de mobilidade, tirando um retrato do momento da pesquisa, mostra que em
ambas as faixas etárias os respondentes estavam, na sua maior parte, na mesma região
que moram quando responderam à pesquisa, e ambas mostraram que a menor
mobilidade neste sentido apresentou na Região Centro e maior na Região Sul, ou seja, os
moradores do Centro acabam estando em situação de rua na própria região, e os
moradores da Região Sul tendem a se deslocar, principalmente para o Centro e para a
Região Oeste;
● A geração de renda é o motivo mais alegado nos grupos de risco como fator para estar na
rua, principalmente entre aqueles que estão em situação do pernoite e outras trajetórias
de risco, independentemente se é a CA de 7 a 11 anos ou o respondente do grupo de 0 a
6 anos;
● Os casos de CASR são na maior parte da Região Leste e se identificam perfis diferentes da
região de moradia entre os tipos de situação, como por exemplo: Moradores da Região
Leste que estão em outras trajetórias de risco (79,3%) é proporcionalmente 1,3 vezes
maior que o da Região Centro (41,5%), no mesmo tipo de situação; e, moradores da
Região Oeste (21,4%) que estão em acolhimento, são proporcionalmente 3 vezes maiores
que os da Região Leste (6,7%), no mesmo tipo de situação;
● Sobre os locais em que dormem, entre as CASR que estão em situação de pernoite, nos
dois grupos etários (de 0 a 6 e de 7 a 17 anos) a barraca foi o local mais declarado;
● Em relação às atividades ilícitas (venda de produtos ilícitos e roubo/furto), a faixa etária
de 7 a 17 anos declarou praticar mais do que os respondentes de 0 a 6. Contudo, deve-se
ter cuidado ao analisar este dado, pois sabe-se que um adulto pode omitir situações,

345
enquanto a CA tem maior espontaneidade para revelar as atividades que pratica em seu
dia a dia.
● Mais do que as atividades exercidas, a rua oferece riscos sociais e quando analisado nesta
perspectiva, as situações de violação de direto são enfatizadas, de modo que 91,7% das
CASR da faixa etária de 7 a 17 estão expostos a trabalho infantil e 73,7% sofreram pelo
menos um tipo de violência.

Portanto, o perfil dos riscos sociais traz algumas situações que devem ser evidenciadas para
elaboração de políticas públicas:

● Os adolescentes (19,8%) têm 3,4 vezes mais chance de estar expostos a atividades de
geração de renda gravíssima do que as crianças (5,8%) de 7 a 11 anos;
● O sexo masculino (57,8%) na faixa etária de 7 a 17 anos brincam 1,2 vezes mais na rua
do que o sexo feminino (48,1%);
● O sexo masculino (33,4%) na faixa etária de 7 a 17 anos está 1,4 vezes mais exposto a
situações de consumir álcool e drogas na rua do que o sexo feminino (23,3%);
● No grupo de 7 a 17 anos, a Região 17 (94,1%) apresenta 1,5 vezes mais a venda de
produtos lícitos que a Região 3 8(63%);
● No grupo de 7 a 17 anos, a Região do Centro (16,5%) apresenta 3,1 vezes mais a prática
de roubo/furto do que a Região Oeste (5,3%);
● A Região 3 e Região 59 apresentaram maiores incidências de atividades geradoras de
renda gravíssima na faixa etária de 7 a 17 anos;
● A Região Oeste teve o maior percentual de responsáveis por crianças de 0 a 6 anos que
realizam a mendicância (87,5%). Já na faixa etária de 7 a 17 anos o maior percentual de
mendicância está entre as CASR da Região do Centro (70,9%).

7
Região 1: Anhanguera, Brasilândia, Cachoeirinha, Jaçanã, Jaguara, Jaguaré, Jaraguá, Mandaqui, Perus, Pirituba,
São Domingos, Tremembé, Tucuruvi, Vila Leopoldina, Vila Medeiros
8
Região 3: Butantã, Campo Belo, Campo Grande, Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra,
Cursino, Grajaú, Jabaquara, Jardim Ângela, Morumbi, Raposo Tavares, Sacomã, Santo Amaro, Socorro, Vila
Andrade e Vila Sônia
9
Região 5: Bela Vista, Belém, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Liberdade, Pari, República, Santa Cecília e Sé

346
● Quando observada as atividades desenvolvidas na rua, o grupo de acolhimento se
destaca com um perfil de que não realizava atividades de trabalho enquanto estava em
situação de rua em relação às outras situações (33,7% dos acolhidos não realizavam
atividade geradora de renda, já os que pernoitam o percentual foi de 8,5 e os que estão
em outras trajetórias de rua de 5,5) na faixa etária de 7 a 17 anos. Reforça-se ainda que
nos SAICAs as crianças e adolescentes estão protegidos para não realizarem atividades
de trabalho infantil. Além do que, entre os entrevistados que estavam acolhidos, 73%
afirmaram que preferem estar em acolhimento a estar na rua.

Pensando em sintetizar as informações pertinentes as situações de rua (acolhimento,


pernoite e outras trajetória de riscos) entre os grupos de 0 a 6 anos (destacados em vermelho)
e de 7 a 17 (destacado em azul), apresenta-se o infográfico a seguir, que traz em cada situação
e faixa etária, as características declaradas com maior frequência:

347
Outras
Acolhimento Pernoite
trajetórias
Grupo de 0 a 6 anos Grupo de 0 a 6 anos
Grupo de 0 a 6 anos (responsáveis respondentes)
(responsáveis respondentes)
(responsáveis respondentes)
Nascidos em São Paulo (SP), Natos de São Paulo, na sua
Crianças pardas não natas de maioria crianças pardas, que
na sua maioria crianças
SP, tem um menor tempo de ficam todos os dias da
pardas, ficam um ou dois dias
rua. São os responsáveis que semana na rua dormindo em
na rua, e mais aos finais de
os levam para a rua e estes sua maioria, em barracas.
semana. As crianças sempre
possuem baixo vínculo com Tem um vínculo familiar
vão com os responsáveis. Têm
outros familiares. Ficam esporádico e estão há maior
um vínculo familiar frequente,
normalmente um dia da tempo em SR, também geram
estão na rua para vender e
semana na rua, mas sem dia renda na rua com venda e
ganhar dinheiro e dormem
certo ou período. São os que sempre fazem mendicância.
todos os dias em casa.
mais praticam as atividades
"as vezes", não definindo um
padrão. Não tinham casa, e
indicam esta situação como
motivo de terem ido para a
rua. Quando estavam em SR,
dormiam em hotéis/abrigos e
outros locais.

Grupo de 7 a 17 anos
Grupo de 7 a 17 anos Grupo de 7 a 17 anos
CA’s pardos e pretos que
Natos de São Paulo, moram Natos de São Paulo, na sua
moram na Região Oeste ou
na Região Leste, na sua maioria CA pardos e pretos,
Leste, mas não são natos de
maioria são CA’s pardos e que não tem onde ficar e
São Paulo. Afirmam que o
pretos do sexo masculino, dormem em barracas.
abrigo é melhor do que na
ficam um ou dois dias na rua, Normalmente moram na
rua. Não tinham muita
mais ao final de semana e no Região Sul e não estão
mobilidade, afirmaram ficar
período da tarde. matriculados na escola. Tem
sempre no mesmo lugar.
Normalmente tem outro um vínculo familiar
Normalmente tem outra
familiar em SR. Tem um esporádico e estão há maior
pessoa em situação de rua, e
vínculo familiar frequente e tempo em SR, também geram
vivenciaram mais a violência
estão na rua para vender e renda na rua com venda e
sexual e o preconceito por
ganhar dinheiro. São os que sempre fazem mendicância.
outros motivos. Quando
menos usam drogas. Dormem
realizam alguma atividade, é a
todos os dias em casa.
mendicância.

Nesses tempos de desmantelamento de políticas públicas e dos direitos conquistados,


coloca-se como desafio aos governos municipais a efetivação da Proteção Integral planejada
em articulação permanente com o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
(SGDCA), que por sua vez requer na operacionalização da política pública a intersetorialidade e
interinstitucionalidade. Para tanto, defende-se uma Política Municipal de Atendimento à
Criança e Adolescente em Situação de Rua, cuja formulação de programas e políticas

348
considerem medidas de prevenção para impedir a continuidade de ida para as ruas de CAs,
assim como garantir atendimento àquelas CAs que já estão e têm permanecido em situação de
rua.

Para que a formulação destes programas e políticas sejam bem-sucedidas, de acordo


com Rizzini (2003) é necessário que “as crianças e adolescentes tenham voz ativa na construção
de programas e políticas públicas que dizem respeito ao seu futuro” (p. 09). A autora salienta
que grande parte dessas políticas acabam por atender mais às demandas adultas do que
propriamente às demandas infantis.

Em suma, é só a partir do olhar e da perspectiva da criança e do adolescente, levando


em consideração suas vivências, dificuldades, alegrias e desejos que modos de saber e fazer
concretos e potentes podem ser desenvolvidos.

349
8. REFERÊNCIAS
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353
9. ANEXO – COMPARATIVO COM A PESQUISA AMOSTRAL
REALIZADA NO ANO 2007

A seguir, será apresentado o comparativo de algumas informações referentes à pesquisa


amostral realizada no ano 2007 com a de 2022, trazendo a comparabilidade dos aspectos do
perfil da CASR, do tempo em que se encontram em situação de rua, da permanência e das
atividades realizadas na rua, declaradas pelos entrevistados. A análise compreende apenas o
grupo de crianças de 7 a 17 anos, pois a pesquisa de 2007 não abordou as crianças de 0 a 6
anos, nem seus respectivos responsáveis, sendo, portanto, possível traçar uma análise
comparativa apenas das CASR de 7 a 17 anos.
Neste sentido, ao analisar o perfil das CASR, percebe-se que do ano de 2007 para o de 2022,
houve um aumento de pessoas do sexo feminino, de modo que em 2007 correspondia à 22,2%
das CASR de 7 a 17 anos e em 2022 foi para 36,2%.

Tabela 344: Sexo das CASR – Pesquisa Amostral Tabela 345: Sexo das CASR - Pesquisa Amostral 2022
2007
Total
Total Sexo
Sexo Quant. %
Quant. %
Feminino 189 36,3%
Feminino 179 22,2% Masculino 332 63,7%
Masculino 626 77,8%
Total Geral 521 100,0%
Total Geral 805 100,0%
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
Fonte: FIPE, 2007.

Em relação a cor/raça o padrão prevalece sendo a maioria parda, seguida da preta.

Tabela 346: Raça/Cor das CASR – Pesquisa Amostral Tabela 347: Raça/Cor das CASR – Pesquisa Amostral
2007 2022
Total Total
Raça/cor Raça/cor
Quant. % Quant. %
Preta 334 41,5% Parda 229 44,0%
Parda 311 38,6% Preta 193 37,0%
Branca 157 19,5% Branca 90 17,3%
Indígena 1 0,1% Indígena 6 1,2%
Sem informação 2 0,2% Amarela 3 0,6%
Total Geral 805 100,0% Total Geral 521 100,0%
Fonte: FIPE, 2007. Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

354
No que diz respeito à faixa etária, também houve alteração, tendo mais crianças de 7 a
11 anos na rua no ano de 2022 do que em 2007.

Tabela 348: Faixa etária das CASR – Pesquisa Tabela 349: Faixa etária das CASR – Pesquisa
Amostral 2007 Amostral 2022
Total Total
Faixa etária Faixa etária
Quant. % Quant. %
Menos de 12 anos 212 26,3% Menos de 12 anos 223 42,8%
De 12 a 17 anos 593 73,7% De 12 a 17 anos 298 57,2%
Total Geral 805 100,0% Total Geral 521 100,0%
Fonte: FIPE, 2007. Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.

O perfil de permanência apresentou alterações entre os dois anos da pesquisa, os que


afirmaram ficar todos os dias reduzidos e os que não tem dia certo aumentou, mostrando uma
alteração de perfil em relação à permanência na rua. A pesquisa de 2022 revela que estar na
escola reduz o tempo de rua, e esse fator foi extremamente positivo na análise da pesquisa de
2022 e que pode ser um dos fatores que impactam diretamente no comportamento da
frequência em que ficam em situação de rua.

Tabela 350: Permanência na rua – Pesquisa Tabela 351: Dias da semana que – Pesquisa
Amostral 2007 Amostral 2022

Total Total
Permanência na rua Frequência que fica na rua
Quant. % Quant. %
Todos os dias, inclusive
sábado e 457 56,8% Todos os dias 175 33,6%
domingo Mais em dias durante a
Todos os dias, exceto 52 10,0%
semana (seg. a sex)
sábado e 208 25,8%
Mais nos finais de semana 97 18,6%
domingo
Só nos fins de semana 29 3,6% Não tenho dia certo 197 37,8%
Pelo menos uma vez por Total Geral 521 100,0%
91 11,3%
semana
Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
Menos de uma vez por
11 1,4%
semana
Outro 9 1,1%
Total Geral 805 100,0%
Fonte: FIPE, 2007.

355
Outro perfil que mudou foi em relação as atividades realizadas na rua, cuja atividade de
venda se destacou entre as CASR entrevistadas no ano de 2022 (66,2%), consolidando uma
perspectiva de situação de rua atrelada as atividades de trabalho infantil.

Tabela 352: Atividades realizadas na rua – Pesquisa Tabela 353: Atividades realizadas na rua –
Amostral 2007 Pesquisa Amostral 2022
Total Total
Atividade Atividade
Quant. % Quant. %
Venda 301 37,4% Venda 345 66,2%
Mendicância 393 48,8% Mendicância 329 63,1%
Outros serviços 284 35,3% Outros serviços 165 31,7%
Roubo/furto 61 7,6% Roubo/furto 52 10,0%
Exploração sexual Exploração sexual
4 0,5% 11 2,1%
comercial comercial
Total de citações 1.043 - Total de citações 902 -
Total de entrevistados 805 100,0% Total de entrevistados 521 100,0%
Fonte: FIPE, 2007. Fonte: Painel Pesquisas e Consultoria, 2022.
(*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta, (*) Nota: O entrevistado poderia citar mais de uma resposta,
portanto o total de citações é maior do que o total de portanto o total de citações é maior do que o total de
respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total de respondentes. O percentual foi calculado em relação ao total
respondentes. de respondentes.

356
Site da Painel:
www.painelpesquisas.com.br
Rua: Ibirapuera 715, Sala D – Floresta – Joinville/SC
Tel.: (55) 47 3025 5467 – (55) 47 3025 6267 – Cel.: (55) 47 9 9993 1043
atendimento@painelpesquisas.com.br

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