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Abstract: Based on concepts about the myths, this paper analyzes the phenomenon of
permanent update of strong mythical figures in the social imaginary, especially in
children’s. Through a case study of Monster High franchise toys, we investigate how
the myth propaganda of the vampire Dracula, redevelop morbid values for girls from 6-
10 years, suggesting new lines of contemporary childhood.
Introdução
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Trabalho apresentado no GT 4- Abordagens Analíticas em Comunicação Visual, do Encontro Nacional
de Pesquisa em Comunicação e Imagem - ENCOI.
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Graduada em Design de Moda e discente dos Programas de Pós-graduação: Stricto Sensu em
Comunicação e Lato Sensu em Moda: Produto e Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina.
Contato: erica.alexan@gmail.com
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Metodologia
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homem natural com o homem social, reiterando a função elucidativa dos estudos
míticos.
Os estudos que partem das relações construídas por meio das imagens e a
condição humana diante os mais diferentes contextos, dispõe do conceito de imaginário
para teorizar sobre o mundo. No imaginário, entendido fundamentalmente como
coletivo, são resguardadas imagens, memórias, visões do real, leituras de vida e
regimentos do modo de ver, ser, agir, sentir e estar em sociedade. Por meio da
fundamentação levantada porassim Maffesoli (1998), considera-se que o imaginário
antecede a criação das imagens e que “Não é a imagem que produz o imaginário, mas o
contrário. A existência de um imaginário determina a existência de um conjunto de
imagens. A imagem não é o suporte, mas o resultado” (Maffesoli, 1998, p.
76).Circulando livremente pela história, o imaginário se vale como um valoroso
depósito de experiências que, em maior ou menor grau, são constantemente repetidas na
humanidade fornecendo orientações sobre o futuro.
Sendo então um espelho aberto para se observar trilhas da evolução
humana em sua relação às imagens, o imaginário é coletivamente construído
permeando-se com fenômenos sociais e históricos na forma de uma grande rede de
significados tramada pelo homem que está permanentemente buscando dar sentido para
o entorno. A partir disso, Maffesoli coloca o imaginário como base de sociabilidade e
ilumina sua relação de imaginário com questões contemporâneas estabelecendo que:
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perspectivas, uma vez que as personagens são apresentadas como filhas de famosas
figuras míticas. Draculaura, Frankie Stein e Clawdeen Wolf, as personagens principais,
são filhas de Drácula, Frankstein e Lobisomem, respectivamente.
Além da utilização de personagens já enraizados no imaginário coletivo,
a Mattel, empresa fabricante dos produtos Monster High, incorporou novas estratégias
na gestão da marca para garantir o sucesso de vendas. Desde o início a empresa encarou
o lançamento das bonecas como uma franquia completa de produtos próprios e
licenciados, apoiando o lançamento do desenho animado e outros produtos como
bicicletas, mp3 players, bolsas e diários quase que simultaneamente. Essa
abordagemmúltipla rompeu com o histórico da empresa que antevia impactos
mercadológicos dos brinquedos antes de iniciar o planejamento de extensão de linha.
(ZIMMERMAN, 2010).
Divulgando o slogan “Be yourself. Be unique. Be a monster!” (Seja você
mesma. Seja única. Seja um monstro!), o propósito da marca de bonecas é oferecer
respostas otimistas às manifestações de bullyng em mensagens de respeito à
diversidade. Dessa maneira, o discurso das narrativas visuais firmados por Monster
High lançam apropriações da monstruosidade como uma forma de mostrar a boa
convivência entre crianças com todos os tipos de diferenças, físicas e psicológicas,
como um incentivo a se verem imperfeitamente perfeitas. Tendo o ambiente escolar, a
Monster High School,a marca trata as garotas entre seis e dez anos com mensagens de
acolhimento e conforto para os problemas da pré-adolescência cada vez mais
precoce.As dramatizações abordam os desafios clássicos da vida adolescente como os
problemas de pertença a um determinado grupo e manifestações hormonais.
Ainda que a Mattel não destaque a personagem Draculaura como
protagonista da franquia, observações preliminares da recepção da marca apontam uma
significativa inclinação na identificação das meninas consumidoras com a personagem.
De personalidade delicada e sonhadora, especula-se que a primogênita do vampiro
Dráculaatraía grande parte do público que ainda é amarrado ao estereótipo de
feminilidade frágil, ainda que tão refutado atualmente. Draculaura é notadamente mais
baixa que suas companheiras (fig. 1) e é constantemente retratada como a mais
infantilizada do grupo, posição de oposição a outras personagens que tem ações muito
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Figura 01: Cena da animação Monster High com a personagem Draculauraladada pelas demais
personagens e destaque na representação doce da garota vampira. Fonte: Mattel Inc. disponível em
<mattel.com> Acesso em julho de 2014.
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tenta se esquivar dos conselhos de seu velho pai que, sem sucesso, tenta convencê-la de
voltar a beber sangue.Draculauraversa em seus diários,a convivência com o pai:
Considerações finais
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Referências
HARRISON, Lisi. Monster High, onde ser assustador é questão de estilo. São Paulo:
Little Brown, 2010.
ZIMMERMAN, Ann. Mattel's new playbook: toy first, franchise next. The Wall Street
Journal, Business Column. 3 de jun de 2010. Disponível em:
<http://online.wsj.com/articles/SB10001424052748704515704575282682475749528>
Acesso em: outubro de 2014.