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Ficha de preparação

Nome N.º Turma Data

Avaliação Professor(a)

Para responderes aos itens 1.1. a 2., ouve a gravação e segue as instruções.

TEXTO A

Fonte: Jean-Pierre Sarrazac, Vou ao teatro ver o mundo, TNSJ e INCM, 2016.

1. Assinala, nos itens 1.1. a 1.3., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

1.1. O teatro caracteriza-se especialmente


a. pela representação das ações em palco.
b. pelo enfoque em ações passadas em espaços amplos.
c. pelo destaque dado a ações ocorridas em locais afastados.

1.2. O teatro contemporâneo valoriza ações dramáticas centradas em


a. questões políticas.
b. desavenças familiares.
c. conflitos interiores.

1.3. A representação de ações simples, sem traços de heroísmo, é comum no


a. teatro clássico.
b. teatro medieval.
c. teatro contemporâneo.

2. Ao longo do texto, apresentam-se algumas diferenças entre o teatro e o romance. Identifica essas
diferenças, associando os elementos da Coluna B aos elementos da Coluna A.

Coluna A Coluna B

a. Contém descrição e narração.


b. Restringe-se à ação das personagens.
1. Teatro
c. A ação é frequentemente apresentada no passado.
2. Romance
d. A ação decorre no presente.
e. Apresenta o contexto em que as personagens se movem.

1.

2.
Livro aberto, 8.º ano
Lê o Texto B e as notas.

TEXTO B

A arte n o palco da vida

Quantas vidas cabem n u ma vida? Na vida e obra de Yvette Centeno os cam-


biantes 1 são muitos, pois diversos são os caminhos trilhados por alguém cuja ener-
gia transformadora sempre conseguiu alcançar o improvável equilíbrio de articu-
lar, com singular mestria2, distintas áreas da palavra, o primeiro pilar do seu labor3,
5 com as artes pictóricas e a música. Talvez fruto da sua ascendência germano-po-
laca, ou da sua passagem por diversas paragens – Lisboa, Coimbra, Porto, Tavira, Paris,
Buenos Aires, Berlim ou Londres e outros destinos onde investigou e ensi-
nou – são várias as matrizes que contribuíram para a pluralidade de interesses e o
domínio de vários idiomas, que por sua vez se ampliaram n u ma obra que engloba
10 ensaios, ficção, poesia, teatro e tradução, elementos múltiplos de u m curriculum
extenso que nos devolvem uma visão do mund o, livre e despojada 4 de fronteiras,
tendo como denominador o ofício da literatura e o diálogo civilizacional que as
artes estabelecem com a cultura e a sociedade.
Em 1956, em Coimbra, foi cofundadora do CITAC5; em Lisboa, na Faculdade de
15 Letras, Yvette Centeno prosseguiu esta proximidade com o palco elaborando pro-
postas dramatúrgicas no Cénico de Direito, o embrião do Teatro Aberto. Neste
ensejo6 de se desmultiplicar em atos que espelhassem os diversos caminhos per-
corridos, cofundou o Centro de Investigação do Imaginário Literário e o Gabinete
de Estudos de Simbologia, na Universidade Nova. Criou a área disciplinar de Estu-
20 dos Teatrais […]; como Professora Catedrática coordenou as áreas da Literatura
Comparada, Literatura Alemã, História das Ideias e u m seminário dedicado a Fer-
nando Pessoa.
Cidadã do mund o , recebeu várias distinções, destacando-se a de Chevalier de
l’Ordre des Palmes Academiques e a Verdienstkreuz 1. Klass, em 1997. […]
25 Quantas vidas cabem n u ma vida? A resposta, no caso de Yvette K. Centeno, al-
berga inúmeros palcos e vidas a uma só voz!

Carla Ferreira de Castro (Professora Auxiliar na Universidade de Évora),


in Programa do 35.º Festival de Almada, 2018 (com supressões)

1. cambiantes: combinações, variantes, diferenças. 2. mestria: conhecimento, habilidade. 3. labor: trabalho. 4. des-
pojada: livre, sem [fronteiras]. 5. CITAC: Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. 6. ensejo: oportu-
nidade.

Livro aberto, 8.º ano


3. Ao longo do texto, apresentam-se dados sobre a vida de Yvette Centeno. Numera-os pela ordem
em que são referidos.
Distinções recebidas
Obra produzida
Origem e cidades onde viveu
Percurso profissional e académico

4. Assinala, nos itens 4.1. a 4.4., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

4.1. A frase “Na vida e obra de Yvette Centeno os cambiantes são muitos” (linhas 1-2) realça
a. a extensão da obra desta autora.
b. a capacidade de articular formas de arte distintas.
c. o seu amor pelo teatro.
d. a sua adaptação a diferentes lugares.

4.2. A autora do texto considera que a ascendência germano-polaca de Yvette Centeno


a. contribuiu, sem dúvida, para a pluralidade de interesses da escritora.
b. foi mais relevante no seu percurso do que o facto de ter vivido em vários países.
c. provavelmente influenciou a extensão do seu currículo.
d. foi determinante para o interesse da escritora pela literatura.

4.3. Na frase das linhas 14 a 16, os locais em que Yvette Centeno trabalhou ocorrem em cons-
tituintes com a função sintática de
a. modificador do nome.
b. predicativo do sujeito.
c. complemento oblíquo.
d. modificador do grupo verbal.

4.4. O pronome relativo “que” (linha 11) refere-se ao seguinte:


a. “a pluralidade de interesses e o domínio de vários idiomas” (linhas 8-9).
b. “[n]uma obra que engloba ensaios, ficção, poesia, teatro e tradução” (linhas 9-10).
c. “ensaios, ficção, poesia, teatro e tradução” (linha 10).
d. “elementos múltiplos de um curriculum extenso” (linhas 10-11).

5. Completa a afirmação seguinte com uma das palavras abaixo apresentadas.

Na medida em que integra dados relativos à vida de Yvette Centeno, o Texto B pode
ser classificado como .

1 biográfico 2 autobiográfico 3 memorialístico 4 jornalístico

Livro aberto, 8.º ano


Lê o texto:
Cena 1
Tempo do Presente Circa 1520 (v. Sinopse)

Nau da carreira da Índia. Dia.


O palco está no escuro.
Uma única luz, branca e coada, ilumina, à direita baixa, Mestre João sentado a uma mesa, com
uma pena na mão, escrevendo a sua crónica e detendo-se, a espaços para repousar e meditar.
Som: marulhar monótono do mar, muito próximo, eventualmente o grasnar de aves indicando a
proximidade de terra.
Mestre João (Escrevendo e lendo alto, em tom vagaroso e melancólico) – Hoje, de regresso
das índias a casa, no termo de tantos anos de ausência e de tantos e tão distintos paradeiros, o
meu coração está cheio de memórias e de melancolias...

Mestre João detém-se por momentos.

Mestre João – São dez horas. Estamos de novo prestes daquela Angra de S. Brás...

Mestre João interrompe de novo a escritura/leitura.

Mestre João (Prosseguindo) -...daquela Angra de S. Brás de tantos distantes acontecimentos. E


em mim acorda a lembrança daquele náufrago, que o meu entendimento e os meus sentidos
haviam já para sempre esquecido...

Apagam-se lentamente as luzes sobre o espaço da narração.

(Passagem para o tempo do perfeito, o tempo da memória de Mestre João).

Cena 2
Tempo do Perfeito 1501 (v. Sinopse)

Ilumina-se o palco: Angra de S. Brás (terra) e nau. Dia.


Barris de água em terra, prontos a embarcar; outros já no batel.
A esquerda baixa, as luzes revelam um marinheiro que pousou o barril que transportava. Está
inclinado, tentando erguer do chão um corpo inanimado, pegando-lhe por debaixo dos braços.

Marinheiro (Para fora, alvoroçado) – Ajuda! Aqui! É um náufrago! Está como morto!
(Chamando:) Diogo Anes! Nicolau! Chegai aqui!

O marinheiro arrasta com dificuldade o corpo. Surge outro marinheiro.

Diogo – O que foi?

Marinheiro – Encontrei-o entre as rochas como morto. Ajuda-me aqui!

Diogo inclina-se, amparando também o náufrago.


Diogo (Benzendo-se) – Deus misericordioso, é um dos nossos! Como veio ele aqui parar? (Para
fora, pedindo também auxílio:) Nicolau! Nicolau!

Os dois tentam carregar o náufrago, que não dá acordo de si.

Marinheiro – Temos que o levar para bordo, ainda respira! (Puxando:) Uuoupa!

Diogo (Segurando o náufrago pelas pernas) – Toma-o tu firme pelos braços! Uuoupa!

Marinheiro – Pobre diabo, como teria vindo aqui parar?

Diogo – Ele nos contará, se viver.

Os dois erguem o corpo, um segurando-o pelas pernas e o outro pelos braços. A custo,
transportam-no para bordo. Luzes.

PINA, Manuel António – Aquilo que os olhos veem ou O Adamastor. Vila Nova de Famalicão: Angelus Novus, 2012. 978-

972-8827-86-1.p.12-14

6. Ordena os eventos.

a) Um marinheiro descobre um náufrago nas rochas.


b) Diogo, um marinheiro, reconhece o náufrago como fazendo parte da tripulação.
c) Os dois carregam o náufrago para bordo.
d) Surge outro marinheiro que o ouviu gritar.
e) Mestre João escreve e lê em voz alta.

7. Assinala as afirmações com V (verdadeira) ou F (Falsa).

a) O tempo do perfeito corresponde às memórias do Mestre João, ao seu passado.


b) Ambas as cenas se passam durante uma viagem ao Ocidente.
c) A segunda cena evoca o passado.

8. Identifica a didascália que evidencia a religiosidade dos homens.

9. Descreve a reação da tripulação ao náufrago encontrado.

10. A oração sublinhada, na frase «(…) as luzes revelam um marinheiro que pousou o barril que
transportava.», é subordinada

a) substantiva completiva.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adverbial causal.
d) adjetiva relativa explicativa.

11. As formas verbais presentes na frase «as luzes revelam um marinheiro que pousou o barril»
encontram-se, respetivamente,

a) no pretérito perfeito e no pretérito imperfeito.


b) no pretérito imperfeito e no pretérito perfeito.
c) no presente e no pretérito perfeito.
d) no pretérito perfeito e no presente.

12. Indica a função sintática desempenhada pelo segmento «com dificuldade», na frase «O
marinheiro arrasta com dificuldade o corpo.»

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13. Identifica a subclasse do verbo na frase «A custo, transportam-no para bordo.».

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