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SE7E CENTRO TECNOLÓGICO

ALISSON MIRANDA
ANDREZA LIMA
IRACI SOUZA

IATROGENIA
CONSEQUÊNCIAS A SAÚDE DEVIDO À CONDUTA DO PROFISSIONAL
IATROGENIA – CONCEITO

Iatrogenia (do grego: iatros = curador + genesis = origem) refere-se ao efeito


negativo sobre o paciente, resultante de qualquer procedimento curativo realizado
por um profissional de saúde ao aplicar produtos ou serviços pretensamente
benéficos, como sondagens, intubações, cirurgias e medicamentos. Alguns efeitos
iatrogênicos são facilmente constatáveis como, por exemplo, um linfedema
resultante de uma cirurgia de câncer de mama. Outros são menos óbvios, tais
como algumas interações medicamentosas.
Um efeito iatrogênico nem sempre é prejudicial como, por exemplo, uma cicatriz
criada por uma cirurgia. Um lugar especial entre as iatrogenias deve ser concedido
aos erros médicos (imperícia, imprudência e/ou negligência) pois são adventícios,
enquanto as demais iatrogenias são inerentes e até mesmo inevitáveis a certos
atos médicos.
De um modo geral pode-se dizer que a Medicina comporta duas grandes
dimensões: uma curativa, que tem por objetivo reparar as doenças e outra
preventiva, que visa evitar que elas ocorram. Ao lado delas convive inevitavelmente
a Medicina Iatrogênica, aquela que, independentemente da vontade do profissional,
causa danos aos pacientes decorrentes dos próprios atos curativos ou
propedêuticos.
As causas das iatrogenias incluem efeitos colaterais de medicamentos,
complicações decorrentes de procedimentos médicos, infecções hospitalares, erro
médico, projeto incorreto dos instrumentos médicos, ansiedade e insegurança do
médico ou da equipe de saúde em relação ao procedimento a ser executado,
tratamentos desnecessários, etc.
Tais causas podem ser provocadas por médicos, farmacêuticos, enfermeiros,
dentistas, psicólogos, psiquiatras, cientistas de laboratório e terapeutas. A
iatrogênese também pode resultar de tratamentos de medicina complementar e
alternativa, envolvendo ainda outros profissionais.
As iatrogenias podem causar os mais diversos efeitos sobre as pessoas, desde
uma doença que antes o paciente não tinha como, por exemplo, as ocasionadas
por uma vacina, até sequelas definitivas, como uma alteração da voz numa cirurgia
de laringe e mesmo a morte que pode ocorrer como acidente anestésico ou
cirúrgico, por exemplo.
IATROGENIA NO EUA E SUA INCIDÊNCIA E IMPORTÂNCIA
A iatrogenia é um fenómeno importante, e um risco severo para os pacientes. Um
estudo de 1981 refere que um terço das doenças num hospital universitário eram
de causa iatrogénica, que cerca de um em dez eram consideradas major, e que em
2% dos doentes a doença iatrogénica levou à morte. As complicações estavam
mais fortemente associadas com a exposição a medicamentos. Nesse estudo, os
principais fatores que levavam a problemas eram uma avaliação inadequada dos
pacientes, falta de monitorização e acompanhamento, e a não realização dos teste
de diagnóstico necessários.
Estima-se que, no ano de 2000, nos Estados Unidos da América (EUA), tenham
ocorrido:
• 12 000 mortes em cirurgias desnecessárias
• 7 000 mortes por erros de medicação em hospitais
• 20 000 mortes por outros erros hospitalares
• 80 000 mortes por infecções hospitalares
• 106 000 mortes por efeitos laterais dos medicamentos (não por erro)
No total foram estimadas 225.000 mortes/ano, que colocam a iatrogenia como
terceira causa de morte nos EUA, logo após doenças cardíacas e câncer.
IATROGENIA NO BRASIL
No Brasil, 148 pessoas morrem por dia devido a erro em hospitais públicos e
privados. Ao todo, 54.076 pacientes perderam a vida por esta razão em 2017.
Segundo um levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da
Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG), todo ano, dos 19,4 milhões
de pessoas tratadas em hospitais no Brasil, 1,3 milhão sofre pelo menos um efeito
colateral causado por negligência ou imprudência durante o tratamento médico.
A cada três minutos, cerca de dois brasileiros morrem em um hospital por
consequência de um erro que poderia ser evitado. A conclusão é de um estudo
apresentado no Seminário Internacional “Indicadores de qualidade e segurança do
paciente na prestação de serviços na saúde”, realizado em São Paulo.
Essas falhas, chamadas de “eventos adversos”, representam problemas como que
vão desde erro de dosagem ou de aplicação de medicamentos até uso incorreto de
equipamentos e infecção hospitalar. A pesquisa, realizada pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar (Iess), estima que, em 2015, essas falhas
acarretaram em 434.000 óbitos, o equivalente a 1.000 mortes por dia. Isso significa
que esses “incidentes” – erros, negligência ou baixa qualidade do serviço – podem
ser uma das principais causas de morte dos brasileiros. De acordo com esse
cenário, essas mortes seriam a primeira ou segunda causa de óbitos no país, à
frente de doenças cardiovasculares e câncer que em 2013 mataram 339.672 e
196.954 pessoas respectivamente.
Além da morte, os eventos adversos também podem gerar sequelas com
comprometimento do exercício das atividades da vida do paciente.
“Não existe sistema de saúde que seja infalível. Mesmo os mais avançados
também sofrem com eventos adversos. O que acontece no Brasil está
inserido em um contexto global de falhas da assistência à saúde nos diversos
processos hospitalares. A diferença é que, no caso brasileiro, apesar dos
esforços, há pouca transparência sobre essas informações e, sem termos
clareza sobre o tamanho do problema, fica muito difícil começar a enfrenta-
lo”, afirma Renato Couto, professor da UFMG e um dos autores do estudo.

QUESTÕES ÉTICAS DA IATROGENIA


Iatrogenia é uma palavra que deriva do grego: o radical iatro ("iatrós"), significa
médico, remédio, medicina; geno ("gennáo"), aquele que gera, produz; e "Ia", uma
qualidade.
A iatrogenia poderia, portanto, ser entendida como qualquer atitude do médico.
Entretanto, o significado mais aceito é o de que iatrogenia consiste num resultado
negativo da prática médica. Nesse sentido, um médico, ainda que disponha dos
melhores recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer
iatrogenias. Michael Balint reformulou este conceito ao afirmar que todo médico é,
em graus variáveis, iatrogênico, de modo que ele deve sempre considerar esse
aspecto quando trata seu paciente. Outros autores enfatizam que o fato de os
médicos lidarem com riscos os torna sujeitos a cometer iatrogenias.
Nesse âmbito, a denominação mais adequada poderia ser "iatropatogenia", termo
que enfatiza a noção maléfica do ato médico, isto é, um ato que provocará
prejuízos ao paciente. Iatrogenia (ou iatrogenose, iatrogênese) abrange, portanto,
os danos materiais (uso de medicamentos, cirurgias desnecessárias, mutilações,
etc.) e psicológicos (psicoiatrogenia – o comportamento, as atitudes, a palavra)
causados ao paciente não só pelo médico como também por sua equipe
(enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e
demais profissionais).
Sob esta óptica, os "erros médicos", tais como os conhecemos no Código de Ética
Médica (imperícia, imprudência, negligência) se enquadram na categoria de
iatrogenias, no entendimento contemporâneo.
Inúmeros são os trabalhos publicados na literatura acerca da iatrogenia entendida
como falhas do médico relacionadas a procedimentos, efeitos colaterais de
medicamentos prescritos, oriundas de procedimentos cirúrgicos, etc. (iatrogenia
direta). Pretende-se aqui abordar o tema de maneira mais ampla, porque a
iatrogenia envolve outros aspectos da prática médica, como, por exemplo, a
iatrogenia indireta (exercida por meio do contato interpessoal), que possui elevado
impacto social. A educação médica tem papel relevante na profilaxia de eventos
iatrogênicos, ao fornecer instrumentos necessários a melhor compreensão do tema
pelos graduandos. Pretende-se, neste artigo, abordar de forma sucinta alguns
princípios relacionados a esse tema, que é pouco trabalhado em nosso meio.
Resumindo, é apresentada uma revisão sobre os conceitos atuais de Erro Médico,
Iatrogênese e Imperícia, e sua relação com a Ética Médica, cuja interpretação
marxista é exposta, significando a atual importância do assunto para o nosso
Sistema Nacional de Saúde. Faz-se referência às particularidades da prática
psiquiátrica que se relacionam diretamente com os princípios da Ética Médica
aprovados pelos trabalhadores da Saúde, cuja interpretação e observância
contribuem para o desenvolvimento de nossas concepções e condutas como
profissionais de Saúde.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. Auerback A, Gliebe PA. Iatrogenic heart disease: common cardiac neurosis.


JAMA 1945; 129: 338-41.

2. Balint M. O médico, seu paciente e a doença. Rio de Janeiro: Atheneu; 1975.

3. Pinheiro R, Mattos R, orgs. Construção social da demanda: direito à saúde,


trabalho em equipe, participação e espaços públicos. Rio de Janeiro: UERJ /
ABRASCO; 2005.

FONTES BIBLIOGRÁFICA

1.https://www.abc.med.br/p/1289753/iatrogenia+o+que+e.htm

2.https://www.scielo.br/j/abc/a/7NGx485SX4HgXpjmmDMjYpw/?lang=pt#:~:text

3.https://www.scielo.br/j/rbem/a/TBkvps84VJnYt49HNh9Df6p/?lang=pt

4. http://www.rbmt.org.br/details/404/pt-BR/iatrogenia-na-medicina-do-trabalho--
mitose-
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%C3%A3o% 20em%2020175

5. https://revistavisaohospitalar.com.br/no-brasil-13-milhao-sofre-por-erro-
medicoespecialista-alerta-para-urgencia-do-tema/

6. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Iatrogenia

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