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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS


CURSO DE PSICOLOGIA

A CIÊNCIA DOS DISCENTES DE PSICOLOGIA ACERCA DO ANTICAPACITISMO


ENQUANTO MOVIMENTO DE LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS DA MINORIA

Projeto de pesquisa bibliográfica apresentado à


disciplina “Estágios básicos e Direitos Humanos”,
do Curso de Psicologia, como requisito parcial ao
desenvolvimento da disciplina.
Docente: Professora Rita Ferreira

OURINHOS/SP
2022
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS
CURSO DE PSICOLOGIA

PERINO, Augusto Garbeloti Junqueira; FIGUEIRA, Cassiano Leme; SANTOS, Felipe


José Barbosa; NASCIMENTO, Ismael Vitor Antunes; ARIOZO, Marcus Vinicius.

A CIÊNCIA DOS DISCENTES DE PSICOLOGIA DO ANTICAPACITISMO


ENQUANTO MOVIMENTO DE LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS DA MINORIA

OURINHOS/SP
2022
SUMÁRIO

RESUMO 4
JUSTIFICATIVA 4
MÉTODO 5
DISCUSSÃO 5
APANHADO HISTÓRICO ACERCA DA NOMENCLATURA ADEQUADA 5
NOÇÃO E CONCEITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA 6
PREVENINDO AS DEFICIÊNCIAS 9
DIREITOS HUMANOS E A LEGISLAÇÃO 11
A HUMANIZAÇÃO POR MEIO DO TRABALHO 12
AS DIFICULDADES QUE PERMEIAM A INCLUSÃO DO PCD NO ENSINO
SUPERIOR 15
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS 17
CONSIDERAÇÕES FINAIS 20
REFERÊNCIAS 22
RESUMO

O capacitismo está enraizado estruturalmente nas sociedades e culturas


espalhadas pelo globo afora, oprimindo direta e indiretamente a vida da pessoa com
deficiência (PcD), devido ao fato do diferente ser considerado inferior e desviante do
padrão ideal de corpo e intelecto. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre
questões concernentes aos direitos das pessoas com deficiência, promovendo e
divulgando tal debate. É válido ressaltar que as PcD ́s são, enquanto grupo, muitas
das vezes representadas na mídia como sujeitos “guerreiros” e “exemplos de
superação”. Infelizmente tais atitudes e discursos capacitistas ainda se perpetuam
dentro do corpo social. Em síntese, para que haja a construção de uma sociedade
plural, anticapacitista e repleta de conquistas para as minorias, faz-se urgente e
necessária a desconstrução da corponormatividade e de narrativas discriminatórias
carregadas de preconceito, para que, somente assim, consigamos resguardar e
assegurar os direitos humanos, visando sempre a inclusão, justiça e emancipação
social.

JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa se faz relevante para a sociedade devido ao fato dela abordar
uma temática de extrema relevância, que necessita ser cada vez mais divulgada
dentro da academia e dos círculos sociais. O principal intuito do trabalho é tornar
conhecida a luta anticapacitista entre os alunos do curso de Psicologia da UNIFIO.
Em síntese, esse debate se justifica pela busca da garantia dos Direitos Humanos,
Justiça e Emancipação Social. Esperamos contribuir, dentro deste tema, com uma
adequada e justa divulgação do movimento anticapacitista na formação de futuros
psicólogos.
MÉTODO

O presente trabalho tem como método o levantamento bibliográfico narrativo


de artigos científicos e livros-texto, associado à pesquisa de campo, com a utilização
de enquetes fechadas, visto que é uma pesquisa de opinião com fins educacionais
composta por seis perguntas. Sendo pertinente dizer que será feita, no final, a
análise dos dados, coletados por meio do Google Formulários.

DISCUSSÃO

APANHADO HISTÓRICO ACERCA DA NOMENCLATURA ADEQUADA

Ao pensarmos nas pessoas com deficiência em uma perspectiva


sócio-histórica, temos que considerar a forma de nomeá-las socialmente como um
fator crucial para a nossa reflexão. Os primeiros nomes os quais a quando massa
se referiam às pessoas com deficiência, eram ofensivos e excludentes, uma vez
que, afirmavam suas limitações os rechaçando do convívio social. Alguns termos,
como “os inválidos”, “os incapacitados”, “os defeituosos”, “pessoas com
necessidades especiais”, dentre outros, eram utilizados neste contexto (SASSAKI,
2005, p.1-2).
Em meados de 1988 a 1993, por líderes de organizações de pessoas com
deficiência, foi criado o termo “pessoas portadoras de deficiência” nos países de
língua portuguesa, mas foi modificado para “portadores de deficiência”. Sendo um
termo utilizado até os dias de hoje. Entretanto este termo se apresentou ser
bastante ofensivo para as pessoas, pois não é como se elas fossem capazes de
escolher ter ou não uma deficiência. (SASSAKI, 2005, p.3).
Entretanto, a partir de 1990, até os dias de hoje, foi sendo utilizado o termo
“pessoas com deficiência", tendo sido escolhido após a realização de reuniões e
debates com movimentos mundiais de pessoas com deficiência, tornando-se a
maneira mais correta de denomina-las. Como podemos constatar na citação abaixo:

Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo os do


Brasil, estão debatendo o nome pelo qual elas desejam ser chamadas.
Mundialmente, já fecharam a questão: querem ser chamadas de “pessoas
com deficiência” em todos os idiomas. E esse termo faz parte do texto da
Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e
Dignidade das Pessoas com Deficiência, a ser aprovada pela Assembleia
Geral da ONU em 2005 ou 2006 e a ser promulgada posteriormente através
de lei nacional de todos os Países-Membros (SASSAKI, 2005, p. 5).

Tendo sido escolhido pelos próprios PcD´s, e sendo aceito por todos
mundialmente, o termo “pessoas com deficiência” foi se popularizando e se tornando
o termo mais utilizado pela população. Sendo oficializado no Brasil em 2017 por
meio do PEC 25/20171 (Proposta de Emenda à Constituição, é um termo utilizado
quando é proposto ou realizado uma alteração na Constituição Federal) a
substituição de todos os termos já utilizados para nomear as pessoas que
apresentam impedimentos de longo prazo, por “pessoa com deficiência” (PcD),
caindo em desuso na norma culta as demais expressões já utilizadas em leis
anteriores à data da promulgação.
Pode-se se dizer então que, ao analisarmos a história da nomenclatura das
pessoas com deficiência, após serem julgadas e denominadas como “inválidas” ou
“incapazes”, hoje em dia após muita luta, se tornou oficial utilizar somente do termo
“pessoas com deficiência”, tendo sida escolhida pelas próprias PcD´s.

NOÇÃO E CONCEITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA

Primeiramente, é preciso salientar que os estudos sobre deficiência surgiram


no Reino Unido, em meados de 1970. Dentro do campo de estudos sobre a
deficiência, o Reino Unido instituiu a Lei Britânica de Doenças Crônicas e Pessoas
Deficientes, em 1970, e os Estados Unidos, a Lei Estadunidense de Reabilitação,
em 1973 (BARNES et al., 2002). Os estudos internacionais sobre deficiência
cresceram demasiadamente a partir da década de 1980 (BARTON, 1998). Inclusive,
o ano de 1981 foi considerado o ano internacional da pessoa deficiente. Tais estudos
tinham como um de seus alvos o combate às ideologias opressoras da sociedade,

1
Ao falarmos da PEC 25/2017, aprovada pelo Senado, a qual vem ao encontro das demandas sociais
brasileiras em prol da inclusão efetiva das pessoas com deficiência, a Proposta de Emenda
Constitucional alterou os “artigos 7, 23, 24, 37, 40, 201, 203, 208, 227 e 244 da Constituição Federal
para incorporar-lhes a nomenclatura “pessoa com deficiência”, utilizada pela Convenção Internacional
sobre o Direito das Pessoas com Deficiência”. Vale ressaltar, que a PEC 57/2019 originária da PEC
25/2017, ainda se encontra em processo de formação de mesa para início de votação e promulgação
na Câmara dos Deputados.
as quais humilham e segregam os corpos desviantes, como é o caso do corpo
deficiente.
Segundo a mais recente PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) realizada no ano
de 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o
Ministério da Saúde do Brasil, o país tem 17,3 milhões de pessoas com algum tipo
de deficiência. Tal número representa mais de 8% da população acima dos dois
anos de idade e quase metade dessa parcela é de idosos (IBGE, 2019).
Para Amiralian et al. (2000, p.97), existem inúmeras imprecisões de conceitos
no campo da deficiência, seja na pesquisa teórica ou na prática, com variações
referentes ao modelo médico e ao modelo social. Tais imprecisões conceituais
resultam numa dificuldade em aplicar os conhecimentos produzidos na área da
deficiência. Em virtude disso, faz-se urgente e necessário elucidar essas
conceituações e seus respectivos significados.
Conforme o glossário inclusivo da LBI (Lei Brasileira de Inclusão - Lei nº
13.146/15), o termo mais apropriado para se referir às pessoas que têm algum tipo
de acometimento de longa permanência é Pessoa com Deficiência. E, segundo esse
Estatuto, a PcD é:

Aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,


intelectual ou sensorial, o qual em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas (LBI, 2015, p.14).

Vale ressaltar, que a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) é um instrumento de


direitos que deve ser cumprido, respeitado e valer na prática. Foi elaborada pelo
Poder Legislativo e tem por dever fazer leis que melhorem a vida dos cidadãos
pertencentes a esse grupo minoritário. É notório que a LBI objetiva apontar que a
deficiência está na sociedade, não nas pessoas. Quanto mais acessibilidade e
oportunidades o indivíduo tiver à sua disposição, menores serão as barreiras
enfrentadas por ele por conta de suas características não-padronizadas. Por fim,
pode-se afirmar que a LBI traz soluções práticas para a área das Políticas Públicas.
No que tange à atual conceituação de deficiência, é preciso frisar que
deficiência é, segundo a atual CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde, um conceito abrangente relacionado às restrições sociais
impostas às pessoas que possuem variedade nas habilidades corporais (CIF, 2003).
O modelo da CIF substitui o enfoque negativo da deficiência e da
incapacidade por uma perspectiva positiva, considerando as atividades que
um indivíduo que apresenta alterações de função e/ou da estrutura do corpo
pode desempenhar, assim como sua participação social. A funcionalidade e
a incapacidade dos indivíduos são determinadas pelo contexto ambiental
onde as pessoas vivem. A CIF representa uma mudança de paradigma para
se pensar e trabalhar a deficiência e a incapacidade, constituindo um
instrumento importante para avaliação das condições de vida e para a
promoção de políticas de inclusão social. A classificação vem sendo
incorporada e utilizada em diversos setores da saúde e equipes
multidisciplinares. No entanto, será mais adequada à medida que for
utilizada por um número maior de profissionais, em locais diversos e a partir
de pessoas e realidades diferentes. (FARIAS e BUCHALLA, 2005, p.187).

A CIF está inclusa na família de classificações elaboradas pela Organização


Mundial da Saúde (OMS), tendo sido aprovada em maio de 2001 pela Assembleia
Mundial da Saúde - valendo ressaltar que a CIF substituiu a CIDID (Classificação
Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens). Tal como expõe
Farias e Buchalla (2005), a CIF identifica o que um sujeito pode ou não fazer em seu
cotidiano, levando em consideração as funções orgânicas e estruturas corporais,
assim como as dificuldades e as condições limitantes em realizar determinadas
tarefas e em participar na sociedade, exercendo sua cidadania. Lembrando que
alguns fatores ambientais podem também atuar enquanto facilitadores ou até
mesmo como barreiras na hora do indivíduo desempenhar suas atividades
rotineiras. Sinteticamente, um dos maiores objetivos da CIF é o de fornecer uma
linguagem padronizada, juntamente de um modelo descritivo de saúde/doença,
permitindo, assim, uma comparação de informações entre diversas nações e
também a comunicação entre pesquisadores, profissionais da saúde e usuários.
Para tanto, a CIF não se constitui em um mero instrumento para mensurar o estado
de funcionalidade dos sujeitos. E, ainda de acordo com Farias e Buchalla (2005,
p.190), “ela permite avaliar as condições de vida e fornecer subsídios para políticas
de inclusão social”.
Segundo o site do MPPR (Ministério Público do Paraná), a concepção de
deficiência percorreu um itinerário peculiar, o qual foi de um modelo biomédico, onde
a deficiência é vista como uma limitação do sujeito, para um modelo social, que
compreende a deficiência como resultante de limitações corporais, juntamente da
decisiva influência de variáveis sociais e ambientais do meio na qual está inserida.
Nesta nova abordagem, a Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF/OMS) foi escolhida e adotada para avaliar os indivíduos
nas esferas biológica, psicológica e social. Sabe-se que, hodiernamente, os
impedimentos físicos, mentais, intelectuais e sensoriais são tidos como inerentes à
diversidade humana.
Diante do exposto, podemos dizer que a deficiência é um conceito que
trilhou um longo percurso nos mais variados países do globo e também teve
significações distintas, as quais passaram de uma compreensão mística até uma
mais moderna, que considera a deficiência como patologia ou manifestação da
pluralidade e diversidade humana (SANTOS, 2008, p.516). Aos poucos, as pessoas
com deficiência passaram a se organizar politicamente e a ganhar notoriedade na
sociedade, atingindo significativas conquistas no decorrer de décadas de militância
política. A comunidade de pessoas com deficiência luta incessantemente para sair
dos estigmas de herói e de coitados.
Para Diniz, Barbosa e Santos (2009), o corpo com impedimentos representa
uma expressão da diversidade humana, contudo, é ainda um desafio para as
democracias e políticas públicas. Todo o processo de medicalização e normalização
dos corpos desviantes perpetrado, principalmente, pelo saber biomédico e religioso
está intimamente relacionado à segregação e marginalização de tais sujeitos, os
quais eram, muitas das vezes, confinados em instituições totais. As demandas das
pessoas com deficiência só foram reconhecidas nas últimas décadas como uma
questão de direitos humanos, graças à ONU e, em especial, à Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência. A garantia de uma vida digna está interligada
com a eliminação de barreiras e obstáculos no ambiente social, pois, somente assim
teremos uma sociedade mais acessível e inclusiva aos seres humanos com
impedimentos físicos, sensoriais e/ou intelectuais.

PREVENINDO AS DEFICIÊNCIAS

A gravidez pode ser caracterizada como o período de crescimento e


desenvolvimento do embrião na mulher, envolvendo muitas alterações psicológicas
e físicas (LLOPIZ, 2015). No Brasil, a adolescência é a única faixa etária que
apresenta taxas de natalidade frequentes, e isso pode ser um problema, pois grande
parte dos jovens não tomam atitudes preventivas de natalidade (LLOPIZ, 2015).
Assim, as atividades preventivas e educativas são essenciais na orientação e
educação dos adolescentes. Somado a isso, pode-se afirmar que o pré-natal é o
melhor meio para garantir a saúde do bebê e da mãe, entretanto, muitas crianças
acabam nascendo com uma série de deficiências e dificuldades, e isso se dá por
diversos fatores, os quais abordaremos logo a seguir (LLOPIZ, 2015).
A deficiência não é uma doença, porém, pode-se diminuir a probabilidade de
o bebê vir a ter um neurodesenvolvimento atípico. O acompanhamento preventivo
em saúde deve iniciar-se a partir do momento em que a mãe deseja ter filhos. De
acordo com o Ministério Público de Goiás (2010) há uma série de cuidados que
podem ser tomados pelo casal quando os cônjuges desejam um filho (a), tais como:

Procurar aconselhamento genético antes de engravidar, caso haja casos de


deficiência intelectual na família, casamentos entre parentes ou idade
materna avançada; Fazer um acompanhamento pré-natal adequado. Manter
uma alimentação saudável durante a gestação e não usar bebidas
alcoólicas, tabaco e outras drogas; Realizar o Teste do Pezinho (obrigatório
no Brasil) assim que o bebê nascer. Seguir recomendações de vacinas;
Oferecer ao bebê alimentação adequada e ambiente familiar saudável e
estimulador, além de cuidados para tentar evitar acidentes na infância;
Procurar o médico caso note problema no desenvolvimento e/ou
crescimento da criança (NETO e CELESTINO, p.1).

Tendo em vista os cuidados citados acima, é importante enfatizar que esses


dados deveriam ser divulgados de uma maneira mais ampla na sociedade, para que
todas as mulheres fiquem cientes de como se prevenir de maneira adequada. A
divulgação poderia ocorrer de várias maneiras, tais como: divulgação sobre os
cuidados nas redes sociais, palestras abordando o assunto, canais específicos de
televisão falando sobre o tema, entre outras maneiras.
Deve-se ressaltar o fato de que mulheres grávidas não devem de maneira
alguma ingerir bebidas alcoólicas ou consumir algum tipo de droga, pois assim, põe
em risco a saúde da mãe e do bebê. Os remédios controlados tomados pela grávida
necessitam ter uma recomendação médica. (MEHOUNDAR, 2012). A alimentação
adequada da gestante é outro fator crucial para a saúde do neném. Tudo deve ser
feito para evitar que o bebê nasça com algum problema ou deficiência.
A palavra deficiência pode ser definida de várias maneiras, entre elas, ela
pode ser classificada como:

O termo deficiência refere-se a uma série de condições gerais que limitam


biológica, psicológica ou socialmente a vida de uma pessoa ao longo de seu
desenvolvimento, a despeito do diagnóstico, rótulo ou nome que se atribua
a esta condição. (MAIA, 2006, p.13).
Segundo Oliveira (2000), podemos estimar que uma em cada dez pessoas
possuem algum tipo de deficiência, logo, a prevenção das deficiências deveria ser
algo almejado por todos. Dados da OMS (1975), comprovam que existem
aproximadamente quinhentos milhões de pessoas com deficiência no mundo e que
70% das deficiências poderiam ter sido evitadas. Levando em consideração dados
do IBGE (2010) há 45.606.048 pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, ou
seja, abrange 24% da população brasileira. Deve-se constatar que há diversas
causas das deficiências, a saber: fatores de risco e causas pré-natais, fatores
genéticos, ambientais, nutricionais, químicos, entre outros. Outro dado relevante
para se destacar é que o IBGE revela que 67% das pessoas com deficiência não
têm uma instrução adequada.
Assim, percebe-se claramente que as pessoas com deficiência são uma
minoria na sociedade em que vivemos. Visto isso, essas pessoas são invalidadas
pela sociedade justamente pelo fato delas serem diferentes da maioria, e com isso,
resulta-se em opressão, exclusão delas na sociedade e vulnerabilidade social
(SANTOS, 2008).
Diante do exposto, é recomendável às mulheres que desejam engravidar,
receber uma instrução adequada para prevenir o bebê de desenvolver algum tipo de
deficiência antes, durante ou depois da gestação. E é válido ressaltar também que a
população não deveria ter um preconceito generalizado em relação às pessoas com
deficiência, pois elas possuem tanta capacidade intelectual quanto o resto da
sociedade.

DIREITOS HUMANOS E A LEGISLAÇÃO

Os Direitos Humanos surgiu no pós-guerra e trata-se de uma declaração


firmada pela nação humana, com o intuito de garantir e proteger a dignidade
humana para todos, independentemente de etnia, gênero, religião, classe
socioeconômica e posicionamento político. Sua importância, na esfera dos 30
artigos promulgados, refere-se por ser uma carta magna, constituída em 1948.
Década na qual a eugenia estipulada pela Alemanha nazista violou os direitos de
mais de 11 milhões de vidas. A função de garantia dos direitos humanos é de tentar
garantir, através da legislação, a existência e sobrevivência da humanidade para que
acontecimentos históricos como o Holocausto e Hiroshima e Nagasaki não
aconteçam novamente.

Uma rede de crenças, processos e práticas que produz um determinado tipo


de corpo (o padrão corporal) que é projetado como perfeito, típico da
espécie e, portanto, essencial e totalmente humano. A deficiência é então
moldada como um estado diminuído de ser humano. (CAMPBELL, 2001, p.
44, tradução nossa).

A HUMANIZAÇÃO POR MEIO DO TRABALHO

Uma pesquisa realizada por Alves & Silva (2020) no estudo intitulado O que
as pessoas com deficiência Intelectual pensam sobre a sua Participação no Trabalho
a Partir de Dois Estudos de Casos, nos traz um estudo de caso onde aborda o que a
PcD pensa sobre sua participação no trabalho. O estudo conta duas pessoas com
deficiência intelectual, uma atende pelo nome de Caio, enquanto a outra, Laura,
nome fictícios para que a integridade dos participantes fosse resguardada. Caio
trabalha em uma multinacional de embalagens, sua atividade demanda
concentração na confecção de embalagens além dos demais processos psicológicos
superiores como atenção, percepção e memória. Já Laura tem Síndrome de Down e
trabalha em uma farmácia há nove anos. Ingressou no mercado de trabalho como
recepcionista e por se interessar na manipulação de florais e shampoos, teve a
oportunidade de participar de cursos de capacitação, onde sempre foi incentivada
pelo seu encarregado. “Tenho vontade de fazer as coisas que a farmacêutica faz,
xampu, creme, xarope, o mel é xarope pra pôr no vidro”. Relata ainda o sentimento
de segurança que encontra: “ele sempre cuidou de mim [referindo-se ao
empregador]. Ele é cuidadoso. Ele é importante [...]” (Alves & Silva, 2020).
Caio, por sua vez, demonstra certa passividade no trabalho, comportamento
considerado normal pois muitas das vezes quem toma as decisões sob uma PcD
são geralmente sua família ou profissionais da saúde. Caio faz com excelência as
funções que é designada a ele, se orgulha e muito de seu emprego, ele comenta:
“aprendi como fazer o serviço certo para o cliente, pra ele não achar ruim com a
gente [...] se o chefe falar pra fazer tal coisa tem que fazer” (Alves & Silva, 2020).
Não é do tipo conversa muito com os demais colegas pois diz que o desconcentra
de seus afazeres. Caio chega a reclamar do serviço de um dos colegas:
As bandeirinhas assim ó, pequenininhas assim ó, em um dia eu fiz
duzentas. O senhor fazia umas dez a vinte só, enrolava. Eu converso pouco
lá, o que tem que fazer eu faço, mas conversar só depois que não tiver
serviço (Alves & Silva, 2020).

Por exercer sua atividade de uma maneira muito atenciosa e produtiva, Caio
recebe uma promoção e é transferido de setor. Seus colegas por outro lado
passaram a almoçar sem convidá-lo e a caçoarem pelas suas costas. Caio então se
viu sendo alvo de discriminação. O que o fez pensar que estava sendo alvo de
discriminação? É interessante destacarmos que Caio por si só percebe que está
sofrendo discriminação e preconceito, por não só ter sido preconceituosamente tido
como inferior dos demais colegas de trabalho, como também por exercer a mesma
atividade que a deles, só que melhor. Evidenciamos, claramente que Caio domina
com afinco a linguagem e os signos do meio social na qual está inserido, internalizou
muito bem seus significados e, ao analisar tal fato ocorrido dentro da instituição de
trabalho, Caio teve a capacidade de associar a representação simbólica da
caçoação de seus colegas, preconceito disfarçado de brincadeiras, com a
discriminação e consequentemente, como uma a violação de seus direitos. “Essa
capacidade de significar só é alcançada em meio às relações sociais, após domínio
da linguagem e signos, sendo importante aquisição cultural que diferencia
radicalmente o homem dos animais” (ALVES, 2018, p.112).
Conseguir um emprego atualmente é demasiadamente difícil, já para
pessoas deficientes, podemos considerar ser ainda mais. Segundo os dados de
2016 da Relação Anual de Informações Sociais revelam que aqui no Brasil mais de
46 milhões de pessoas estavam empregadas, enquanto apenas 418 mil pessoas
são PcD (RAIS, 2016). Quando se trata de pessoas com deficiência intelectual, o
número é ainda menor, chegando a quase 35 mil pessoas em todo o país. Ainda
assim, mesmo com a Lei de Cotas (art. 93 da Lei nº 8.213/91) que permeia e dá
fundamentos para a inclusão de pessoas com deficiência não só ingressar como
também manter um emprego, por mais que tenham um cunho na legislação passível
a multa e reclusão, não são cumpridas.
Empregadores argumentam que, por mais que tenham de contratar PcD,
estes não apresentam perfil profissional necessário para que seja executado o
trabalho dentro da instituição, sendo assim, pessoas desqualificadas para o trabalho.
Alegam que as PcD´s, tanto o deficiente físico como o intelectual, irão usar de sua
própria condição para se desculparem por tarefas mal feitas, que são pessoas
imprevisíveis, voláteis, difíceis de lidar, incapazes de se adaptarem ao ambiente de
trabalho (ALVES & SILVA, 2020). Violante e Leite (2011) ressaltam a falta de
flexibilidade das empresas, não só no momento de contratação como permanecer
com o contratado, tais instituições alegam que é o sujeito que deve se adequar e se
acostumar com o espaço oferecido pela instituição e que, se o mesmo não
consegue se adaptar, é o responsável por sua falta de resiliência e fracasso na
instituição.
De fato, muitas pessoas com deficiência raramente concluem o ensino
médio, são poucos os que conseguem cursos técnicos e é ainda menor aqueles na
qual conseguem ingressar no ensino superior e isso se deve ao fato da falha do
Estado em não disponibilizar o mínimo necessário como transporte adequado, corpo
docente instruído, adaptações urbanísticas e arquitetônicos para que, dentro das
limitações da deficiência, as instituições de ensino pudessem englobar as PcD em
um ensino regular para que dessa forma, seja possível ingressarem no mercado de
trabalho com mais instrução. Não podemos deixar de considerar aquelas pessoas
que, consideradas normais pelo padrão de corponormatividade, isto é, o padrão de
funcionamento anatômico do corpo, são também exploradas pelas instituições
capitalistas onde sucateiam a mão de obra barata, explorando assim as pessoas,
sejam elas deficientes ou não (ALVES, 2018).
A Lei Brasileira de Inclusão (2015), no capítulo quatro onde disserta sobre o
Direito ao Trabalho, logo no artigo 34 diz: “A pessoa com deficiência tem direito ao
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.” Vimos claramente aqui a
violação dos direitos de pessoas que destoam do “normal”, imposto pela sociedade.
No parágrafo 1 da lei é evidenciado claramente que caberá à instituição, seja ela
pública ou privada, que tem a obrigação de garantir um ambiente de trabalho
acessível e inclusivo como por exemplo rampas de acesso, corrimão, pisos táteis.
A deficiência não desumaniza e inferioriza a pessoa, sua doença apenas
limita sua locomoção, aprendizagem, processamento e interpretação dos dados e
caberá então ao meio prover todas e quaisquer maneiras possíveis esse déficit para
que assim, tendo o mínimo necessário, o PcD possa exercer suas atividades em um
ambiente adaptado.
AS DIFICULDADES QUE PERMEIAM A INCLUSÃO DA PCD NO ENSINO
SUPERIOR

No Brasil, segundo o levantamento da ‘Education at Glance’ elaborado pela


Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2021), cerca
de 21% dos brasileiros concluem o ensino superior. Ainda assim, dentre os
matriculados nas instituições de ensino superior que correspondem a cerca de 44
milhões de alunos, menos de 1% corresponde a pessoas com algum tipo de
deficiência. Apesar de contar com a Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146 de 2015 a
seu favor, esta não garante a plena execução e cumprimento da lei dentro da
universidade de ensino, seja ela qual for, privada ou pública. Segundo o artigo 27,
diz: "A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida [...]".
Aqui fica claro que a lei institui que todos os níveis de inclusão devem ser incluídos
em todos os níveis de aprendizado, porém é evidente que, na prática, não é assim
que funciona. Alunos deficientes são escamoteados nas instituições por
apresentarem um desvio da corponormatividade padrão. Enquanto o Artigo 28
parágrafo II denota que “Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a
garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem por meio
da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e
promovam a inclusão”.
A Lei de Inclusão Brasileira (2015), além de garantir por lei o ingresso do
deficiente em redes de ensino superior, garante também sua permanência e
participação. Visamos claramente o quão importante é destacarmos não só o
ingresso como também a permanência e participação. Partindo do princípio da lei de
“[...] assegurando sistemas educacionais inclusivos”, segundo uma pesquisa
científica feita em campo por Silva & Pimentel (2022) com discentes da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) com deficiência visual e baixa visão, intitulada “A Inclusão
no Ensino Superior: Vivências de Estudantes com Deficiência Visual”, traz relatos
que ingressar na Universidade já foi um grande desafio pois, durante a prova do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a mesma não apresentava adaptações
necessárias para que alunos de baixa visão ou até mesmo aqueles desprovidos
totalmente da visão pudessem ter a chance de executar a prova. Ainda assim,
dentre os entrevistados, há relatos onde por falta de acessibilidade de acompanhar o
edital das datas do ENEM, houve alunos que perderam a chance de fazerem a
prova. A consequência disso foi uma enorme frustração da parte de Wel, um dos
alunos participantes da entrevista de campo cujo nome é fictício. O mesmo relata:

Desanimei um pouco com relação a entrar na universidade. Mas com o


passar do tempo, com o aumento de políticas públicas de apoio a pessoas
com deficiência, eu, incentivado pela família e também por interesse próprio,
aqui no caso da UFBA, eu soube que estava oferecendo um conjunto de
cursos chamado BI que era os Bacharelados Interdisciplinares, aí eu já tinha
feito talvez uns dois ENEM, dai, no segundo ou terceiro, eu me inscrevi e
passei, fui então selecionado (SILVA & PIMENTEL, 2022, p.5)

O ingresso no ensino superior é apenas o início dos problemas na vida


acadêmica pois uma PcD ainda terá de lutar por sua permanência dentro da
instituição de ensino e pela sua participação dentro da sala de aula. É notório
destacarmos que há de fato uma discriminação enraizada no amago social onde
todos aqueles que diferem do padrão estabelecido pela maioria é alvo de ser tratado
como inferior. Pessoas com deficiência física por exemplo, por não estarem dentro
de um padrão biomédico, por se encontrarem em uma representação social pela
minoria, são alvos de discriminação, de capacitismo onde o meio responsabilidade o
deficiente de sua “anormalidade” culpando de não de adequar ao “normal”
pré-estabelecido pela maioria. Como relata Pimenta (2017), mesmo que a legislação
dê um embasamento para o ingresso nas Instituições de Ensino Superior, a
permanência é árdua pois terão de lidar com barreiras arquitetônicas da
Universidade, empecilhos sociais e pedagógicos.
A luta pela permanência no curso é diária, relatos dos demais entrevistados
de Silva & Pimentel (2022) evidenciam que professores da UFBA passam filmes
com legendas e se esquecem que tem discentes cegos, não há funcionários que os
auxiliam para que se desloquem rumo ao Restaurante Universitário, nem mesmo os
colegas os ajudam. É uma constante invalidação tanto por parte dos professores
como também dos demais colegas que sala que enquanto elaboram trabalho em
grupo por exemplo, nunca se dirigem às PcD’s pedindo-lhes sua opinião. Muitas
vezes o preconceito e o capacitismo estão intrinsecamente disfarçados no silêncio.
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Da entrevista feita via Google Formulário, foram obtidas 72 respostas


referentes aos discentes de Psicologia da UNIFIO. Foram entrevistados uma
amostra de alunos de todos os termos do curso, todos maiores de idade, como
mostra o gráfico a seguir.

O gráfico a seguir mostra a participação dos alunos e seus respectivos

termos:
Dos entrevistados, foi evidenciado que mais da metade, cerca de 54% dos
alunos já ouviram falar da luta anticapacitista enquanto 21% não tem certeza de já
terem ouvido falar e os outros 25% afirmaram nunca terem sequer ouvido falar deste
movimento.
Quanto ao conhecimento dos alunos sobre o movimento da luta
anticapacitista os dados revelados são surpreendentes: Apenas 21% conhecem
muito bem este movimento pela luta e garantia dos direitos humanos de uma minoria
marginalizada pela sociedade. Estes 21% representam apenas 15 alunos: três do
Segundo Termo, um do Quarto Termo, um do Sexto, um no Oitavo Termo e nove do
Décimo termo. Isso nos mostra a falta de conhecimento dos alunos e podemos
evidenciar que, não está claro que, ao passar dos anos, os alunos passam a
conhecer ainda mais do assunto. É evidente que a instituição de ensino não faz
mobilizações com o objetivo de trazer à tona a necessidade de falar sobre a
importância de explanar mais acerca do preconceito de deficientes enraizado no

capacitismo.
Ainda assim, cerca de 44% dizem conhecer brevemente sobre o movimento
da luta anticapacitista, reconhecem que não dominam o assunto, porém ainda assim
apresentam algumas ideias superficiais sobre a luta, alegando conhecer uma coisa
ou outra. Por outro lado, os demais 35% correspondem aos alunos que não fazem
ideia do que a luta anticapacitista significa ou a quem representa. Ainda assim,
podemos dizer que, alunos dos entrevistados, apesar de mais da metade já terem
ouvido falar do assunto, uma parte considerável, cerca de 65%, representados por
aqueles que conhecem pouco ou a fundo esta luta, denotamos que, gradualmente,
este movimento de luta anticapacitista vem ganhando força e sendo cada vez mais
conhecida visto que é um movimento considerado recente.
Levando em consideração a amostragem de alunos que já ouviram falar da
luta anticapacitista, destes, menos da metade sabe de fato o que é a luta
anticapacitista, correspondendo a 38% enquanto os outros 62% correspondem aos
alunos que apresentam um breve conhecimento do assunto. Evidenciamos que
100% dos alunos do último ano já ouviram falar da luta e 82% conhecem muito bem
do que se trata enquanto os outros 18% admitem que conhecem apenas em partes.
Enquanto isso, os calouros, os alunos do primeiro ano, apresentaram pouco
conhecimento do assunto pois, dos entrevistados, apenas 27% já ouviram falar da
luta anticapacitista, 46% disseram que nunca ouviram falar ao passo que os outros
27% acreditam já terem ouvido falar deste movimento. Desses estudantes de
psicologia do primeiro ano, destacamos que apenas 12% conhecem de fato a luta
anticapacitista enquanto 61% dos entrevistados não conhecem coisa alguma. Já os
outros 27% da sala admitem não conhecerem totalmente, porém sabem uma coisa
ou outra.
Já os resultados obtidos dos alunos do terceiro ano, isto é, a metade do
progresso do curso, tornou-se claro que quase metade dos alunos já ouviram falar
da luta, cerca de 46%. Há aqueles que nunca ouviram falar da luta, 20% e há
também aqueles que acreditam já terem ouvido falar do movimento, 32%. Os
resultados mostram que apenas 7% conhecem realmente o movimento desta luta,
33% são representados por aqueles que não sabem do que se trata e 60% alegam
saber uma coisa ou outra.

Nos gráficos a seguir explanam a opinião dos entrevistados se acreditam se


pessoas com deficiência, tanto física quanto intelectual são capazes de trabalhar e
estudar, a grande maioria, cerca de 99% acreditam veementemente que PcD’s são
sim capazes de exercer atividades remuneradas e de estudarem. Aqui evidenciamos
que os alunos acreditam na capacidade de pessoas com deficiência e que estas
últimas, apesar de ter uma cognição ou funções motoras que destoam do padrão
social, ainda assim, isso não as tornam menos ou mais dignas e capazes, pois sua
deficiência apenas limita, de certa forma, a exercer determinadas atividades.

Nossa hipótese é que a UNIFIO enquanto instituição acadêmica, não faz


papel algum quanto a promoção da luta anticapacitista dentro do corpo
discente/docente no curso de formação de futuros psicólogos visto que, devido a
análise de dados, não há um crescimento da ciência dos alunos acerca do tema
abordado com o avançar dos anos do curso, o que nos faz levantar a hipótese de
que este conhecimento da luta não advém da universidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos destacar a dificuldade que tivemos para


encontrarmos estudos de cunho científico que explicassem acerca das dificuldades
das pessoas com deficiência. É uma temática ainda pouco estudada, pois, inclusive,
ao pesquisarmos “capacitismo” e “anticapacitismo” em bases de dados como Google
Acadêmico e SciELO, nos traz pesquisas recentes do ano de 2014 até atualmente.
Salientamos que, existem poucos artigos científicos os quais referenciam a luta
anticapacitista, geralmente apresentam títulos como “deficientes”, são raros os que
usam especificamente o termo “capacitismo” ou “anticapacitista”.
Nota-se também que, ao decorrer dessa pesquisa, levantamos a hipótese de
que nossa universidade não faz qualquer movimento enquanto propagação da
importância da luta do anticapacitismo. O conhecimento que os alunos trazem
advém do exterior, de fora dos perímetros da instituição de ensino. Por fim, frisamos
que tal tema merece ser explorado pela comunidade acadêmica a fim de que não só
seja conhecimento o movimento da luta anticapacitista, mas o de fazer uma
comunidade mais unida e conhecedora do movimento a fim de que possam
reconhecer as limitações de uma PcD e acabar de vez com o preconceito social
estrutural e estruturante.
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