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Resumo: Este trabalho visa enfocar, especialmente, o direito da pessoa portadora de deficiência
à educação, entendendo-se esta como um dos direitos fundamentais da pessoa humana. Também
observa esse direito sob a luz dos vários mandamentos do Direito Internacional, ao analisar,
mesmo brevemente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre os
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
além de outros instrumentos internacionais de proteção dos Direitos Humanos, e sua incidência
sobre nosso ordenamento jurídico, bem como observar os mandamentos de nossa Constituição
Federal de 1988 e outros documentos infraconstitucionais, especialmente a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, visando à educação inclusiva e concomitante aceitação social da
pessoa deficiente. Tendo em vista que os deficientes são uma significativa parcela da população
mundial e o assunto ainda é tratado de forma evasiva ou mesmo evitado, queremos mostrar que
quaisquer que sejam as várias acepções de insuficiência, carência, ausência ou perda de
capacidades funcionais ou atributos físicos, deve-se sempre levar em consideração a dignidade da
pessoa humana, realçando-se a idéia de que, por mais divergente que seja a pessoa do padrão de
"normalidade" da maioria das demais, deve-se sempre buscar sua aceitação e inclusão social,
visando minorar sua situação depreciativa e sua dificuldade de se relacionar.
1. Introdução
O presente trabalho tem como enfoque o Direito à Educação como Direito Fundamental e a pessoa
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portadora de deficiência.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o censo de 2000 revelou
existirem 24,6 milhões de pessoas portadoras de, pelo menos, uma das deficiências investigadas, o
que corresponde a 14,5% da população brasileira, que era de 169,8 milhões naquele ano.
Assim, os dados estatísticos revelam tratar-se de uma expressiva parcela da sociedade brasileira
e, à medida que o número de pessoas deficientes aumenta, necessário se faz não apenas positivar
os seus direitos, mas também assegurar-lhes o seu exercício, preservando-se-lhes, assim, a
devida dignidade e cidadania.
A proteção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência evoluiu nas últimas décadas,
passando de uma quase nulidade para enfoque meramente assistencialista e que, infelizmente,
perdura na mentalidade do povo, já de há muito tempo, remontando à Idade Média, passando uma
grande parcela da humanidade a reconhecer, atualmente, mas apenas formalmente o significado
de Estado Democrático de Direito, com a garantia da Dignidade Humana a todos os seus membros,
portadores ou não de deficiência.
Assim, pretendemos com este estudo, de início, analisar o conceito de pessoa portadora de
deficiência, segundo a perspectiva da Constituição Federal de 1988, apoiados na legislação
internacional existente, deixando claro que não queremos esgotar o assunto, mas tão-somente
proporcionar uma análise da questão para melhor entendimento dos termos utilizados.
Adotamos a expressão "pessoa portadora de deficiência", termo acolhido pelos primeiros
movimentos de defesa de direitos dessa categoria social, e ainda hoje reconhecido por muitos
como o mais adequado, enfatizando a "pessoa" e não a "deficiência", também, por ser esta a
expressão utilizada por nossa Carta Magna (LGL\1988\3), em alguns de seus artigos.
É dentro desses limites que observaremos a Educação e a pessoa portadora de deficiência,
verificando, de forma primordial, o dever do Estado em proporcioná-la e o direito das pessoas
portadoras de deficiência em recebê-la, a fim de se garantir o Princípio base de nosso Estado, que
é a Dignidade da Pessoa Humana.
O tema, por sua importância e fundamentalidade para a inserção da pessoa portadora de
deficiência no cerne da sociedade em que vive, garantindo-lhe direitos, e também para o exercício
da cidadania desse grupo de pessoas, merece uma maior visibilidade e atenção. Portanto, faz-se
necessário o seu enfoque por parte da sociedade como um todo, na medida em que a Educação
tem um papel de suma relevância quanto ao destino das pessoas portadoras de deficiência em
relação à sua plena inserção no meio social.
2. Deficiência e a pessoa "portadora de" ou "com" deficiência
Como um enfoque inicial de nosso trabalho, abordamos o conceito de deficiência e também da
pessoa portadora de algum tipo desta, lembrando que não é uma extensiva delimitação do tema,
mas tão-somente uma colocação para o entendimento dos termos amplamente utilizados em nossa
tarefa.
Como o assunto ainda é tratado, de forma evasiva e evitado pela sociedade, com um sentido
muito descaracterizado de seu real significado, vamos tentar indicar o sentido da palavra
deficiência.
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Norberto Bobbio reflete que, dessa multiplicação de direitos surge o fenômeno da especificação, 6
afirmando que, com relação ao gênero, reconhecem-se as diferenças entre homem e mulher; em
relação às fases da vida, distinguem-se os direitos da infância, da velhice e da fase adulta do
homem, e que, quanto às limitações, considera-se a pessoa normal e a portadora de alguma
deficiência, querendo aqui indicar a pessoa portadora e a não portadora de deficiências.
Assim, após a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e dentro do conceito de proteção aos
direitos do homem em termos pactuados internacionalmente, não obrigatoriamente seguindo a
cronologia de edição dos atos, temos que nos reportar a dois pactos subseqüentes, que
complementaram a primeira Declaração e que, todos em conjunto, formam a denominada "Carta
Internacional dos Direitos Humanos", conforme nos ensina Flávia Piovesan: 7
"Todavia sob um enfoque estritamente legalista (não compartilhado por este trabalho) a
Declaração Universal, em si mesma, não apresenta força jurídica obrigatória e vinculante. Nessa
visão, assumindo a forma de declaração (e não de tratado), vem a atestar o reconhecimento
universal de direitos humanos fundamentais, consagrando um código comum a ser seguido por
todos os Estados.
À luz desse raciocínio e considerando a ausência de força jurídica vinculante da Declaração, após
a sua adoção, em 1948, instaurou-se uma larga discussão sobre qual seria a maneira mais eficaz
em assegurar o reconhecimento e a observância universal dos direitos nela previstos. Prevaleceu,
então, o entendimento de que a Declaração deveria ser 'juridicizada', sob a forma de tratado
internacional, (...) concluído apenas em 1966, com a elaboração de dois tratados internacionais
distintos - o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos
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Em 03.01.1976, após quase dez anos de sua edição, entrou em vigor o PIDESC, somente após sua
35ª ratificação, feita pela Jamaica, tendo este tempo entre sua adoção pela ONU e sua entrada
em vigor decorrido apenas em função das necessárias ratificações pelos Estados signatários,
número esse de ratificações que o próprio instrumento determinou.
Concordante com os ritos de nossa Constituição Federal (LGL\1988\3), o PIDESC foi aprovado em
12.12.1991 pelo Congresso Nacional Brasileiro, através do Dec. Leg. 226/91 e já em 24.01.1992, o
Estado brasileiro ratificou sua adesão ao citado Pacto, através do depósito do documento em que
se vinculou a ele como Estado-parte, ratificação essa feita junto ao Secretariado Geral da ONU.
Após o trâmite exigido por nossa Carta Magna (LGL\1988\3), de apreciação pelo Congresso
Nacional e da assinatura do Tratado, ou seja, sua ratificação, o PIDESC foi promulgado em
06.07.1992 pelo Dec. 591/92 da Presidência da República, vinculando-se a ele, então, para efeitos
legais, o nosso Direito Interno.
O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais - PIDESC, que na sua forma de
"tratado" internacional adotado mediante as exigências constitucionais locais de cada Estado-
parte, bem como pelos próprios procedimentos nele mesmo exigidos, vincula os signatários a vários
direitos que a seguir elencamos, citando os correspondentes artigos:
- Direito ao trabalho - art. 6.º;
- Direito a condições justas de trabalho e de associação sindical - arts. 7.º e 8.º;
- Direito à previdência e seguro social - art. 9.º;
- Direito à proteção da família e nível adequado de vida - arts. 10 e 11;
- Direito a um elevado nível de saúde física e mental - art. 12;
- Direito à educação com a obrigatoriedade e gratuidade da educação primária - arts. 13 e 14;
- Direito do indivíduo de participar da vida cultural, de desfrutar do progresso científico e de
beneficiar-se da produção da qual seja ele autor. - art. 15.
Assim, como visto, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais traz, em seu
bojo, o Direito à Educação, que é o nosso enfoque neste estudo.
O Pacto contempla, especificamente em seu art. 13, a noção de que o direito à educação é um
direito humano, sendo, portanto, um direito fundamental, conforme transcrição do citado artigo:
"Art. 13.º - 1. Os Estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda a pessoa à
educação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do sentido de sua dignidade e a fortalecer o respeito pelos direitos
humanos e liberdades fundamentais. (...)" (Grifo nosso.)
Prossegue então o PIDESC, ainda no "item" 1 do mesmo artigo, dizendo que a educação deverá
ser adotada para o desenvolvimento da personalidade humana em sua dignidade, e para o
fortalecimento dos Direitos Humanos, enfocando as idéias básicas das liberdades fundamentais, da
justiça e da paz.
E, ainda aqui, também de valiosa importância ressaltar,
"(...) Concordam ainda que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar
efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades
das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. (...)."
O item 2, com suas alíneas, contempla a obrigatoriedade do ensino fundamental e sua
acessibilidade a todas as pessoas, bem como sua gratuidade. Já o ensino médio (2.º grau),
incluindo-se nele o técnico e o profissionalizante, apesar da não obrigatoriedade de sua
gratuidade, deve também ser acessível a todos e ministrado de forma generalizada, bem como a
busca de uma progressiva implantação daquela almejada gratuidade, enquanto o ensino superior
só se submete à obrigatoriedade da acessibilidade a todos e da progressiva implantação da sua
gratuidade, não contemplando aquele dispositivo sua obrigatoriedade a todos os indivíduos.
Ainda nesse artigo faz-se expressa referência ao oferecimento de ensino básico, na medida do
possível, às pessoas que não o receberam ou não o concluíram na época adequada. Então, têm-
se:
a) Ensino Fundamental - obrigatório, acessível a todos e gratuito;
b) Ensino Médio - acessível a todos, mas não obrigatório e com gratuidade almejada;
c) Ensino Superior - acessibilidade, mas não obrigatoriedade a todos e gratuidade almejada;
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Nesse sentido, trazemos o ensinamento de Cançado Trindade, 1 3 de que "foi tão-somente nos
tempos modernos que se veio a aceitar, na teoria e na prática, que não havia impossibilidade
lógica ou jurídica de normas de direito internacional se dirigirem diretamente aos indivíduos como
pessoas protegidas a nível internacional (...)", fazendo ele ver que o Direito Internacional se
transforma num direito protetor do homem, dirigindo-se também à proteção do indivíduo e não
mais direcionado somente aos Estados pactuantes de tratados e convenções.
E prossegue o autor sobre a pessoa humana em relação ao sistema de direitos internacionais: "
(...) Fator determinante da posição dos indivíduos em um sistema de proteção internacional reside
no reconhecimento de sua capacidade processual, i.e., de seu direito de recorrer a um órgão de
supervisão internacional". 1 4
Então, para o desenvolvimento do pensamento e também das normas jurídicas de proteção ao
portador de deficiência, importante ressaltarmos os esforços de vários países, enquanto membros
da comunidade internacional, e ainda da ONU e seus organismos específicos, como a OIT -
Organização Internacional do Trabalho, a OMS - Organização Mundial de Saúde, o PNUD -
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e também da Unesco - Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, bem como, do Unicef - Programa das
Nações Unidas para a Infância.
Ainda, dentre os vários documentos internacionais de proteção ao portador de deficiência, que
são a base das legislações sobre o assunto, podemos citar a Declaração dos Direitos do Impedido,
de 1975, as Normas Internacionais do Trabalho sobre a Readaptação Profissional da OIT, de 1983,
as Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as pessoas portadoras de deficiência, da
Assembléia Geral da ONU, de 1993, a Declaração de Salamanca, de 1994, que trata das ações
sobre necessidades educativas especiais. Ainda aqui há que se lembrar de todas as declarações
específicas relativas ao enfoque da deficiência de forma geral, que são "a base filosófica" dos
documentos normativos relativos à matéria, conforme Maria de Lourdes Canziani: 1 5
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"Todos esses documentos e normas internacionais mencionados têm sua base filosófica inspirada
na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), na Declaração dos Direitos das Pessoas com
Retardamento Mental (1971), nas Resoluções da Organização Mundial de Saúde para a Prevenção
de Deficiências e Reabilitação (1976), na Declaração dos Direitos da Criança (1979), na
Declaração dos Direitos da Pessoa Surda e Cega (1971), na Carta dos anos 80, nas
Recomendações da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher, na Declaração da I Conferência de Ministérios de Saúde e Bem-Estar Social dos Países da
América e Espanha (1981), nas Recomendações dos Congressos e Seminários Interamericanos
sobre Retardamento Mental organizados pelo Instituto Americano Del Nino (1965-1976 e 1986), na
Declaração Mundial sobre Educação para Todos, no Programa de Ação Mundial de Saúde, no
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outras organizações que lutam pela proteção
e defesa das pessoas."
Vimos, portanto, que muitos são os Organismos Internacionais, as Declarações e Tratados, enfim,
documentos de proteção aos Direitos Humanos, editados e pactuados internacionalmente, que
tratam da proteção aos direitos dos portadores de deficiência, e que também incidem em nosso
país, uma vez que nosso Estado é membro da ONU e ainda da OEA - Organização dos Estados
Americanos, a qual contempla, em nível regional, a proteção dos Direitos Humanos nas Américas.
Em nível regional, então, temos de lembrar da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem, adotada em abril de 1948, anteriormente à Declaração Universal, quando foi aprovada
também a própria OEA. Sem nos alongarmos no exame das Cartas, vale lembrar também da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, chamada de "Pacto de San José da Costa Rica", de
1969, que foi ratificado pelo Brasil em 1992 (Dec. 678/92), o qual garantiu Direitos Civis e Políticos
às pessoas nos Estados Americanos. Nesse âmbito regional de defesa dos Direitos Humanos, nosso
país ratificou várias declarações de direitos, mas, importante frisar, sob nosso enfoque, a
Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as
Pessoas Portadoras de Deficiência (1999).
A Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as
Pessoas Portadoras de Deficiência, conhecida também como Convenção da Guatemala, foi
adotada pelo Brasil, pela sua ratificação, através do Dec. 3.965/2001, que vinculou nosso país, em
termos jurídicos, ao Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos, especificamente aos
direitos dos portadores de deficiência, uma vez que esta não é meramente uma Declaração de
Direitos, mas um documento pactuado, obedecidos os critérios trazidos por nossa Constituição
Federal (LGL\1988\3) que, no seu art. 5.º, § 2.º, obriga nosso ordenamento jurídico a não excluir
outros direitos "decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte".
Para frisar, ainda, a obrigatoriedade da vinculação de nosso país aos direitos dos portadores de
deficiência trazidos pelos pactos internacionais, temos o art. 5.º, § 3.º, da CF/1988 (LGL\1988\3),
incorporado pela EC 45/2004, que nos obriga a reconhecer os pactos de que o Brasil seja parte em
matéria de Direitos Humanos, como sendo equivalentes às Emendas Constitucionais, conforme
explica Pedro B. de Abreu Dallari, 1 6 "(...) que, originalmente eram apenas dois os parágrafos. A
nova regra é fruto certamente da intenção de se superar controvérsia que se estabeleceu
inicialmente na doutrina e posteriormente na jurisprudência brasileira (...)". Assim, estabeleceu-se
que os direitos previstos em tratados internacionais sobre direitos humanos são considerados em
nosso ordenamento jurídico de forma constitucional, e não mais, a contrario sensu, como se
discutia, somente equiparados à legislação infraconstitucional.
Então, a Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra
as Pessoas Portadoras de Deficiência trouxe em seu bojo, os conceitos básicos. Definiu
"deficiência" e "discriminação" logo de início; no art. 2.º estabelece seus objetivos como sendo a
prevenção e a eliminação de todas as formas de discriminação e as medidas necessárias para
favorecer a plena integração das pessoas portadoras de deficiência à sociedade; além das formas
como devem os Estados agir em relação a toda essa sistemática.
4. O ordenamento jurídico brasileiro e os portadores de deficiência
Como vimos acima, o Brasil adota o sistema de garantia dos Direitos Humanos, através do art. 5.º,
§§ 2.º e 3.º, da CF/1988 (LGL\1988\3), quando institui que os tratados internacionais são
integrados a nosso ordenamento na categoria de normas constitucionais.
Assim, no campo do Direito Internacional, nosso país está adstrito aos mandamentos pactuados
em todos os âmbitos de proteção aos direitos dos portadores de deficiência, seja em nível global,
seja em nível regional, ao ratificar os tratados que tratam da proteção dos Direitos Humanos,
garantindo a todos os indivíduos, quer tenham ou não alguma deficiência, a proteção aos seus
direitos fundamentais, com fulcro na dignidade da pessoa humana, que é elemento fundamentador
de nossa Constituição.
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Ainda, em nossa Carta Magna (LGL\1988\3), especificamente quanto aos Direitos Sociais -
Capítulo II, também integrantes dos "Direitos e Garantias Fundamentais", temos no art. 6.º os
Direitos Sociais, que são: "a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados", na
forma que a Constituição estabelece. E, ainda no art. 196, da CF/1988 (LGL\1988\3), o
mandamento diz que: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação" (grifos
nossos), assim, direito de toda e qualquer pessoa, portadora ou não de deficiência.
Ainda no âmbito dos Direitos Sociais, reza a Constituição, no art. 7.º, que "São direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condiçãosocial (...)"
(grifo nosso), o inciso XXXI que traz a "proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência".
Em seu Curso de Direito Constitucional, Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior
explicam Direitos Sociais ao dizerem que "(...) os direitos fundamentais de segunda geração, são
aqueles que reclamam do Estado um papel prestacional, de minoração das desigualdades sociais".
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Também nossa Constituição, na descrição das atribuições federativas, traz: "Art. 23. É
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela
guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência; (...)" (Grifo nosso.)
No art. 37, da CF/1988 (LGL\1988\3), quando aborda os princípios da Administração Pública traz
que: "VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão".
No art. 203, da CF/1988 (LGL\1988\3), que institui que a Assistência Social será prestada a quem
necessitar, estabelece ainda que tem por objetivo "V - a garantia de um salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios
de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei".
Também, no artigo 227, da CF/1988 (LGL\1988\3), impõe o mandamento, que transcrevemos:
"Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
§ 1.º. O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do
adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os
seguintes preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-
infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de
deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de
deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
§ 2.º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e
de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.(...)." (Grifos nossos.)
Ainda em relação ao que reza o artigo anteriormente citado, nas "Disposições Constitucionais
Gerais", traz a Lei Maior o art. 244, cuja ordem transcrevemos in verbis: "Art. 244. A lei disporá
sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2.º."
Todos esses direitos garantidos constitucionalmente em nosso país, vêm regulados por ampla
legislação infraconstitucional que vem ao encontro dos mandamentos insertos na nossa Lei Maior,
com a intenção de assegurar ao portador de deficiência, sua inclusão na sociedade brasileira.
Nosso tema central neste estudo é a Educação e o Portador de Deficiência, para o que, então,
passamos neste ponto a discorrer sobre a Educação como Direito constitucionalmente garantido.
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(Grifos nossos.)
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional trouxe um capítulo específico relativo aos
portadores de deficiências, denominado "Capítulo V - Da Educação Especial".
No art. 58, da LDB, conceitua a "Educação Especial" como sendo "a modalidade de educação
escolar, (...) para educandos portadores de necessidades especiais". E reza ainda que deverá
também ser "oferecida preferencialmente na rede regular de ensino", claramente visando à
facilitação da inclusão do deficiente no seio da sociedade. Assegura este artigo, em seu § 1.º
que: "Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender
às peculiaridades da clientela de educação especial". Ainda, quando não for possível o
atendimento dos portadores de necessidades especiais nas classes regulares, em função da
especificidade do educando, o ensino se dará "em classe, escolas ou serviços especializados",
conforme o § 2.º. Já o art. 58, § 3.º, da LDB institui que a educação especial será ministrada
também durante a educação infantil, atendendo-se o educandos de zero a seis anos.
Quanto às atribuições dos sistemas de ensino em relação aos "educandos com necessidades
especiais", o artigo 59, da Lei 9.394/96 estabelece, conforme transcrevemos:
"Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às
suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão
do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor
tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o
respectivo nível do ensino regular."
Também o art. 60, da LDB estabelece que: "Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo Poder Público." E o seu parágrafo único ainda institui que: "O Poder Público
adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às
instituições previstas neste artigo", dando notória preferência à inserção do portador de
deficiência na rede pública regular de ensino, com vistas a facilitar a inclusão do educando na sua
comunidade, facilitando não só sua inserção, mas também a eliminação da discriminação dos
demais alunos em relação aos primeiros.
Assim, a nosso ver, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não só reafirmou o
mandamento constitucional de educação especializada ao deficiente, como também ampliou sua
abrangência ao garantir o acesso ao ensino em nível mais elevado, de acordo com a capacidade
do educando, seja ele portador ou não de qualquer deficiência.
5.3 A educação inclusiva
Com visto acima, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional garante, em tese, a inclusão
dos "educandos portadores de necessidades especiais", preferencialmente na rede regular de
ensino, seja nos estabelecimentos públicos como nos particulares, ao determinar que o ensino
respeitará a especificidade de cada educando em relação ao ensino ministrado, especificando
pormenorizadamente o mandamento constitucional.
Ainda, a Constituição de 1988 trouxe uma inovação significativa ao tratar da pessoa portadora de
deficiência, estabelecendo não somente a regra geral relativa ao princípio da igualdade, mas
também a proteção ao seu trabalho, proibindo qualquer discriminação no tocante ao salário e
admissão do portador de deficiência (art. 7.º, XXXI, da CF/1988 (LGL\1988\3)).
Outro grande avanço da Constituição Federal (LGL\1988\3) é a reserva de vagas para cargos
públicos às pessoas portadoras de deficiência (art. 37, VIII, da CF/1988 (LGL\1988\3)), além da
assistência social que tem por objetivo a "habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
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deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária" (art. 203, IV, da CF/1988
(LGL\1988\3)), e ainda a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência (art. 203, V, da CF/1988 (LGL\1988\3)).
Prosseguindo, nesse sentido Rossana Teresa Curioni explica que, o mandamento do art. 205, da
CF/1988 (LGL\1988\3): "(...) De forma implícita, visou também oficializar a escola como instituição
principal do processo ensino aprendizagem, o preparo e capacitação profissional, em virtude do
regime democrático e o processo de formalização da escola (educação escolarizada). O conteúdo
do artigo 205, da CF/1988 (LGL\1988\3), aplica-se também aos alunos com necessidades
especiais, em razão do princípio da igualdade, assegurado pela nossa Carta Maior". 2 9
Os fatores citados acima facilitam e estimulam a inclusão do deficiente na comunidade em que
vive. No campo específico da educação, nosso enfoque central, temos que é dever do Estado
assegurar atendimento especializado às pessoas portadoras de deficiência, de preferência, na
rede regular de ensino (art. 208, III, da CF/1988 (LGL\1988\3)).
Nesse sentido, Luiz Alberto David Araújo ensina que "a educação deve ser ministrada sempre
tendo em vista a necessidade da pessoa portadora de deficiência. Assim, pode parecer óbvio, mas
dependendo do tipo e do grau de deficiência é que se poderá estabelecer linhas de atuação na
educação. Um deficiente mental leve poderá estudar em classes comum, da mesma forma que um
deficiente físico (locomoção), ou portador de deficiências múltiplas ou mentais graves. Na
verdade, a educação inclusiva contempla a adaptação da escola às necessidades do aluno, daí
porque é possível tal solução". 3 0
E, aliando-se o Direito à Educação às condições relativas à acessibilidade do educando deficiente,
nossa Carta Magna (LGL\1988\3) determina que a "lei disporá sobre normas de construção dos
logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência" (art. 227, § 2.º, da CF/1988
(LGL\1988\3)).
Novamente, relembramos que o acesso ao ensino fundamental, obrigatório e gratuito, é um direito
público subjetivo e de eficácia plena, conforme o art. 208, § 1.º, da CF/1988 (LGL\1988\3) e
reafirmamos que esse direito inclui todas as pessoas, sejam elas deficientes ou não, e que o seu
não-oferecimento pelo Poder Público, ou mesmo sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente, autorizando a propositura de medidas judiciais que garantam a oferta.
Vale trazer ainda, neste ponto, que leis posteriores contemplaram e ratificaram os direitos acima
citados, com respeito à educação. Por ser esta o objeto de estudo deste trabalho trazemos,
então, o Estatuto da Criança e do Adolescente (LGL\1990\37) - ECA (LGL\1990\37), de 1990, que
no seu art. 54, III, estabelece como dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente
portador de deficiência atendimento educacional especializado.
Retornamos aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, estabelecidos por nossa
Constituição, e que são a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1.º, II e III, da CF/1988
(LGL\1988\3)), os quais representam o que toda pessoa portadora de deficiência persegue, ou
seja, ser cidadão com dignidade.
Cidadania é, antes de mais nada, o resultado de uma integração social, de modo a tornar-se o
indivíduo realmente "cidadão", buscando a dignidade da pessoa, para que essa possa cumprir
deveres e usufruir dos seus direitos.
Como vimos, o portador de deficiência tem sua dignidade assentada no princípio da igualdade. Luiz
Alberto David de Araújo leciona que: "Igualdade formal deve ser quebrada diante de situações,
que logicamente, autorizem tal ruptura. Assim, é razoável entender-se que a pessoa portadora de
deficiência tem, pela sua própria condição, direito à quebra da igualdade, em situações das quais
participe com pessoas sem deficiência". 3 1
Assim, o deficiente tem necessidade de proteção especial em função da desvantagem física,
sensorial ou psíquica que possui em relação à pessoa não portadora de deficiência e, para que
seja respeitado o princípio constitucional da dignidade humana impõe-se observar o princípio da
isonomia.
Então, na educação inclusiva poderá haver um tratamento diferenciado para o aluno portador de
deficiência, visando garantir a aplicação da isonomia como condição da cidadania.
Relembrando, foi a Declaração de Salamanca, na Conferência Mundial sobre necessidades
educativas especiais (1994) que introduziu esse novo pensamento em relação ao aluno portador
de deficiência. Nesse evento, foram abordadas as questões da acessibilidade e da qualidade do
ensino para pessoas portadoras de deficiência.
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O papel da escola inclusiva deve ser o de ajudar pessoas a se tornarem "menos deficientes",
integrando-as à comunidade. Mas ainda se verifica que a escola não cumpre completamente o seu
papel, em função de vários fatores que contribuem para tal, como:
• professores sem qualificação específica para atender adequadamente às necessidades do
educando;
• crianças e adolescentes desinformados e despreparados para conviver e aceitar os colegas
portadores de deficiência, vindo, portanto, a rejeitá-los;
• profissionais da escola que se opõem à integração dos alunos com deficiência;
• edifícios inadequados que impedem ou dificultam o acesso de pessoas portadoras de deficiência;
• o preconceito das famílias de crianças e jovens não portadores de deficiência, que acreditam ser
o contato com tais pessoas prejudicial a seus filhos, ou que a presença daqueles prejudique a
reputação da escola, até mesmo com o fim de protegê-los;
• o receio dos pais e familiares de crianças ou jovens com deficiência, que isolam seus filhos da
sociedade, mantendo-os em casa e longe do convívio social;
• o complexo da pessoa portadora de deficiência que não foi ensinada e encorajada a enfrentar o
mundo e a sociedade com confiança em si própria. 3 2
Mesmo com as tais dificuldades apontadas, a inclusão é a forma mais eficaz de fazer valer a
cidadania dessa parcela da comunidade que, como vimos, é considerável, conforme apurado pelo
IBGE, sendo formada de 14% da população nacional e de 10% da população mundial e que vem
sendo paulatinamente sendo ampliada.
A cidadania é o exercício pleno de todos os direitos e deveres das pessoas de uma sociedade e
depende fundamentalmente da educação. Assim, para que haja uma efetiva inclusão das pessoas
portadoras de deficiência, imprescindível se faz informar e formar a sociedade para tal mudança.
A inclusão deve ser ampla, para não sermos taxativos, pois deveria ser completa, e não parcial,
devendo assim haver uma efetiva inclusão econômica, através de trabalho digno às pessoas
portadoras de deficiência, uma inclusão social, com a intenção de reduzir o preconceito em
relação ao portador de deficiência, uma inclusão ambiental, através da queda das barreiras
arquitetônicas, adaptando a escola ao aluno e não o contrário e, finalmente, a inclusão
educacional, no sentido de serem os portadores de deficiência inseridos na rede comum de ensino,
em todos os seus níveis, inclusive o superior, o que favorece todas as demais "inclusões", na
medida em que se quebram os preconceitos dos demais educandos e se proporciona educação
ampla aos deficientes, possibilitando, assim, sua inclusão no seio da sociedade e respeito à sua
dignidade, propiciando a efetiva cidadania a todos.
Frisando o que já afirmamos anteriormente, cidadania é o exercício pleno de todos os direitos e
deveres e depende fundamentalmente da educação. Para que haja uma efetiva inclusão das
pessoas portadoras de deficiência, imprescindível informar e formar a sociedade para tal mudança.
6. Considerações finais
1. Face à expressiva parcela da população composta por pessoas portadoras de deficiências na
sociedade brasileira, parcela esta crescente no decorrer do tempo devido a vários fatores,
incluindo-se entre eles a violência em geral, faz-se necessária a positivação de direitos das
pessoas portadoras de deficiência, e que definitivamente se efetive o exercício destes, por ser
processo absolutamente necessário para a confirmação da democracia e da prática da cidadania
em nosso país, vez que com isso é que se preserva a dignidade da pessoa humana também
daqueles que tenham necessidades especiais por sua inclusão no grupo social e conseqüente
eliminação ou amenização de preconceitos que porventura sofram por parte de outros indivíduos
"desinformados" ou não tão bem informados socialmente;
2. Por ser a educação direito constitucional também da pessoa portadora de deficiência, como de
qualquer outra pessoa, face ao que reza o art. 205, da CF/1988 (LGL\1988\3), deve ser ela
ministrada considerando-se o tipo e grau de limitação, sejam eles quais forem, não podendo essa
deficiência restringir a cidadania do deficiente e sua inclusão em todos os ramos da sociedade.
Deve também ser ministrada de acordo com as necessidades específicas de cada educando,
adaptando-se a escola a eles, e não o contrário, para que seja realmente uma educação inclusiva
e que garanta o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana;
3. Apesar de ser na escola onde se exercita de forma mais relevante a integração ou inclusão das
pessoas portadoras de deficiência ou necessidades especiais, muito há que se fazer para o bom
desempenho e melhora do preparo das instituições de ensino, em quaisquer dos seu níveis, para
que aqueles possam exercer alguma atividade economicamente produtiva e profissional, devendo
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