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SÃO MATEUS-ES
2020
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SÃO MATEUS-ES
2020
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
Bibliotecária responsável Sheila Guimarães Martins CRB6-ES 671
97 f. : il. ; 30 cm.
CDD 22 – 621.473
1
DECLARAÇÃO DA AUTORA
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 22 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10 bar na entrada da turbina de
contrapressão............................................................................................................ 74
Figura 23 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 20 bar na entrada da turbina de
contrapressão............................................................................................................ 74
Figura 24 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de
contrapressão............................................................................................................ 75
Figura 25 – Diagrama Produtivo do ciclo a vapor cogerativo com turbina de
condensação e extração de vapor e segundo o Modelo H&S. .................................. 76
Figura 26 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10 bar na entrada da turbina de
condensação. ............................................................................................................ 82
Figura 27 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 20 bar na entrada da turbina de
condensação. ............................................................................................................ 83
Figura 28 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de
condensação. ............................................................................................................ 83
Figura 29 – Área do campo coletor em função da taxa de radiação para diferentes
pressões de vapor na entrada da turbina de contrapressão e de condensação. ...... 85
Figura 30 – REAr função da PET da turbina de contrapressão e de condensação. . 86
Figura 31 – REA em função da pressão de vapor na entrada da turbina de
contrapressão............................................................................................................ 87
Figura 32 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de contrapressão. .......................................................................................... 88
Figura 33 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de condensação. ........................................................................................... 88
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 17 – Valor dos fluxos para pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da turbina
de contrapressão....................................................................................................... 73
Tabela 18 – Sistema de equações de custos do ciclo a vapor cogerativo com turbina
de condensação e extração de vapor segundo o Modelo H&S. ................................ 77
Tabela 19 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 10 bar na entrada da turbina de condensação................................ 78
Tabela 20 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 20 bar na entrada da turbina de condensação................................ 79
Tabela 21 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de condensação. .......................... 80
Tabela 22 – Valor dos fluxos físicos para pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de condensação. ........................................................................................... 81
Tabela 23 – Exergia do sol para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20
e 28,68 bar na entrada da turbina de condensação. ................................................. 82
9
LISTA DE SÍMBOLOS
Subscritos
𝑇 Turbina
𝐵 Bomba
10
𝑒𝑛𝑡 Entrada
𝑠𝑎𝑖 Saída
𝐿 Líquida
𝑃 Processo
𝑒 Elétrico
𝑡 Térmico
𝑐𝑜𝑛𝑣 Convecção
𝑐𝑜𝑛𝑑 Condução
𝑒𝑞 Equivalente
𝑡𝑜𝑡 Total
𝑢 Útil
𝑟𝑎𝑑 Radiação
𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 Perdas de calor para o ambiente
𝑅 Remoção de calor
𝑟 Receptor
𝑎 Ambiente
𝑎𝑏 Abertura do coletor
𝑜 Óleo térmico
𝑖 Interno
𝑒 Externo
𝑣 Vidro
𝑎𝑟 Ar
𝑤 Vento
𝐸 Eficiência do coletor
𝐶𝐶 Campo coletor
𝑇𝐶 Trocador de calor
𝑞 Quente
𝑓 Frio
𝑚𝑙 Média logarítmica
0 Referência
𝑠 Sol
𝑤 Potência
ℎ Base entálpica
𝑥 Base exergética
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
3.6 TERMOECONOMIA......................................................................................... 45
4 METODOLOGIA..................................................................................................... 50
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 58
5.3.2 Ciclo com turbina condensação e extração de vapor – Modelo H&S ........ 76
5.4.3 Potência líquida por unidade de água doce produzida em relação a PET. 86
6 CONCLUSÃO......................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 92
13
1 INTRODUÇÃO
A energia solar pode ser dividia em dois tipos: a geração fotovoltaica e a heliotérmica
(LIMA e outros, 2013). Ao se tratar de eficiência de conversão de radiação solar em
energia térmica a geração heliotérmica se mostra muito superior a fotovoltaica. De
acordo com Teske e Leung (2016), a energia heliotérmica tem como benefícios
substituir a energia gerada por combustíveis fósseis, reduzir a emissão de gases de
efeito estufa, que causam mudanças climáticas e ainda possui um potencial
energético inesgotável. Além disso, a instalação de uma usina heliotérmica promove
o desenvolvimento da região, cria postos de trabalho diretos na sua construção e
manutenção. Com a probabilidade de que os custos de implantação vão diminuir
significativamente, esse tipo de energia tem a capacidade de ser economicamente
viável em regiões ensolaradas ao redor do mundo. O IBICT (2017) destaca que a
14
Além da produção de energia elétrica, tem se tornado cada vez mais comum nas
plantas potência a geração de energia elétrica e térmica num mesmo equipamento,
para utilização própria ou por terceiros, diminuindo ou evitando o uso sistemas
próprios de produção de calor (BRANDÃO, 2004). A instalação que utiliza uma planta
de conversão termomecânica de energia com o objetivo de produção de eletricidade
e calor consiste numa planta de cogeração. A cogeração permite que o rejeito de uma
máquina térmica seja utilizado para fins de aquecimento de um dado processo ou em
um equipamento (CESPEDES; JÚNIOR, 1998). Como o transporte desses rejeitos
envolve perda de calor não é viável destina-los a locais muito afastados, portanto
devem ser utilizados em processos que existem na região. Na cogeração com ciclos
a vapor, são possíveis dois sistemas: com turbinas de condensação e extração de
vapor ou com turbinas de contrapressão (LORA; NASCIMENTO, 2004).
Desde de 2015 o município de São Mateus tem sofrido uma crise hídrica em
consequência da invasão do Rio Cricaré, fonte do abastecimento de água da região,
pela água do mar, tornando-a salgada e prejudicando o fornecimento de água própria
para consumo humano (GAZETA ONLINE, 2017). Uma alternativa para solucionar
esse problema seria promover a dessalinização da água da Rio, e um dos métodos
16
para realização desse processo envolve vapor como o que circula em um ciclo
Rankine de potência.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
pode ser reduzido em relação ao tamanho do campo solar. Por outro lado, os custos
civis específicos permanecem constantes independentemente do tamanho da planta.
Verificou-se que a relação entre o custo do PTC e a área do campo solar diminui
significativamente à medida que o tamanho do campo solar aumenta.
Shahin, Orhan e Uygul (2016) propõem um modelo que integra um sistema de coleta
de energia solar que aquece a água em um ciclo Rankine convencional para a
produção de energia elétrica e térmica. Uma análise termodinâmica do modelo
proposto é realizada para avaliar e melhorar seu desempenho. Os autores avaliaram
equações de energia para cada subsistema: os coletores solares (calha parabólicas e
um campo de espelhos planos) e o ciclo Rankine. Essas equações são usadas para
simular o desempenho do sistema geral sob radiação solar constante e um estudo
paramétrico é realizado para determinar o efeito de vários parâmetros de projeto e
operação na eficiência e na potência total do sistema. As diferentes condições
operacionais incluem diferentes intensidades de radiação solar, geometrias dos
coletores, fluxos de massa dos fluidos de transferência de calor e valores de
temperatura.
Calise e outros (2018) apresentam um modelo de uma usina solar alta temperatura.
O sistema compreende um ciclo combinado aliado a um ciclo solar equipado com
PTCs. A energia solar é utilizada para produzir vapor adicional a ser fornecido à
turbina a vapor da central elétrica. O sistema é baseado na transferência de calor,
explorando a energia solar térmica. A análise é desenvolvida por um modelo de
simulação dinâmico, incluindo algoritmos detalhados para o cálculo dos desempenhos
dos componentes do sistema. O trabalho apresenta uma comparação
termoeconômica e ambiental entre o ciclo solar e um ciclo convencional, movido a
combustíveis fósseis. Um estudo de caso, referente a uma usina com potência
máxima de cerca de 100 MW em Almeria (sul da Espanha) é apresentado e discutido.
Valenzuela e outros (2018) propõem em seu estudo uma usina CSP de cogeração
baseada na tecnologia parabólica. O estudo de cogeração considera duas usinas
diferentes, uma para energia e calor, e outra para energia e refrigeração, que foram
estudadas em Santiago, no Chile. Os resultados mostram um benefício na
substituição de combustíveis fósseis quando a usina de cogeração é comparada a
21
Em uma indústria de papel e celulose, Ferrarini (2016) analisa um sistema que tem o
intuito de atender as demandas de energia térmica, mecânica e elétrica da unidade.
Com o objetivo definir o custo exergético unitário dos produtos finais da planta, uma
análise termoeconômica foi realizada através da alocação de custos aplicada com
diferentes modelos termoeconômicos. Foi constatado, através das análises desse
estudo, que discussões sobre investimentos e melhorias nesse processo são cabíveis
para aperfeiçoar os sistemas de conversão de energia e amenizar as perdas na
utilização de recursos primários.
Belisario (2012) foca seu estudo nos gases residuais disponíveis em uma usina
siderúrgica para geração de energia. O autor apresenta uma central de cogeração
operando com ciclo Rankine de potência, contendo equipamentos regenerativos com
a função de atender a necessidade de energia mecânica e energia térmica (vapor de
processo). Três modelos termoeconômicos (Modelo E, Modelo E&S e Modelo H&S)
são utilizados para realizar uma avaliação termoeconômica. O cálculo de indicadores
de desempenho da planta foi feito a partir dos resultados obtidos. Foram constatados
resultados mais coerentes para avaliação do sistema em questão no Modelo E e no
Modelo H&S, enquanto o Modelo E&S forneceu resultados inconsistentes.
22
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Moran e Shapiro (2009) afirmam que compondo um sistema de potência a vapor existe
um ciclo termodinâmico, no qual o fluido de trabalho fica submetido, quando circula
por vários elementos interligados. Esse ciclo é conhecido como ciclo Rankine.
Utilizada na maioria das usinas de potência a vapor, a água é o fluido de trabalho que
apresenta a maior aplicabilidade em ciclos Rankine. Figura 1 ilustra os quatro
componentes do ciclo: turbina, condensador, bomba e caldeira.
3.1.1.1 Turbina
Onde:
𝑄̇ = taxa de transferência de calor (𝑄̇ ) entre a turbina e a vizinhança [W]
𝑊̇𝑇 = potência gerada pela turbina [W]
𝑚̇ = vazão mássica de água que flui pelo sistema [kg/s]
∆ℎ12 = variação de entalpia do fluido do estado 1 para o estado 2 [kJ/kg]
∆𝐸𝐶 = variação de energia cinética [J/kg]
∆𝐸𝑃 = variação de energia potencial [J/kg]
3.1.1.2 Condensador
3.1.1.3 Bomba
3.1.1.4 Caldeira
As Equações 1(1 a 6 fornecem a energia que entra que sai do sistema em forma de
calor e trabalho. A partir desses dados é possível calcular a eficiência térmica do
sistema que é um parâmetro que descreve o desempenho da uma planta de potência
a vapor.
Moran e Shapiro (2009) definem a eficiência térmica (𝜂) do sistema como a quantidade
de energia introduzida no sistema pela caldeira que é transformada em potência
líquida (𝑊̇𝐿 ). Sendo assim tem-se a Equação 7.
(ℎ1 − ℎ2 ) − (ℎ4 − ℎ3 )
𝜂= (8)
(ℎ1 − ℎ4 )
3.2 COGERAÇÃO
uma parte do vapor se une ao vapor vivo para elevar a energia térmica recebida pelo
primeiro efeito, ou para com que a demanda de vapor da cogeração seja menor para
a mesma produção de água doce.
𝑊̇𝑃
𝐶𝐸𝑒 = (11)
𝑉̇
𝑄̇𝑃
𝐶𝐸𝑡 = (12)
𝑉̇
Numa planta dual a capacidade a ser instalada é um valor relativo que é dado pela
razão entre a potência líquida gerada e a capacidade de produção de água
dessalinizada, como mostra a Equação 13.
31
𝑊̇𝐿
𝑅𝐸𝐴 = (13)
𝑉̇
A relação potência líquida por produção de água doce (𝑅𝐸𝐴) muda com o tipo de
sistema de cogeração e com as propriedades do vapor entregue à unidade de
dessalinização: quanto mais altos forem as propriedades do vapor, maior a REA.
que operam no Estados Unidos, desde dos anos 80. As SEGS foram projetadas e
instaladas no Deserto de Mojave, no sul da Califórnia. A primeira usina instalada está
em operação desde 1985 e a última, desde 1991. Essas usinas são compostas por
vastos campos de coletores parabólicos utilizados para fornecer a energia térmica
necessária para produzir vapor em um ciclo Rankine que gera energia elétrica.
Existem três tipos de coletores que estão instalados nas usinas SEGS: LS-1 para
SEGS I, LS-2 para SEGS II a VII, e LS-3 (Figura 5) para parte das SEGS VII, VIII e IX.
Através do receptor é circulado um fluido térmico que é aquecido pela radiação solar
e retorna a uma série de trocadores de calor para gerar vapor superaquecido de alta
pressão no ciclo Rankine e depois segue de volta ao campo solar. Esse vapor se
34
Dentre os fluidos térmicos utilizados sistemas de circulação solar podem ser citados:
ar, água, sais e óleos sintéticos. O fluido mais usado em grande parte das plantas de
geração de energia solar e que é utilizado atualmente nas SEGS é um óleo sintético
conhecido como Therminol VP-1.
𝑇1 − 𝑇2 (14)
𝑄̇ =
𝑅
1 (15)
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑣 =
𝑢(𝜋𝐷𝐿)
Onde:
• 𝑢 é o coeficiente de transferência de calor por convecção;
• 𝐷1 é o diâmetro medido do centro do cilindro até a superfície onde ocorre a
transferência de calor de uma camada para outra;
• 𝑘 é a condutividade térmica do material da camada cilíndrica;
• 𝐷2 é o diâmetro medido do centro do cilindro até o início da camada onde ocorre
a condução.
• 𝐿 é o comprimento do corpo.
1 (17)
𝑅𝑡𝑜𝑡 =
𝑈𝐴
Deste modo, é possível escrever a partir da Equação 18 uma relação para a taxa de
transferência de calor total sistema:
𝑄̇𝑡𝑜𝑡 = 𝑈𝐴 ∆𝑇 (18)
Sob condições de estado estacionário, a taxa de calor útil (𝑄̇𝑢 ) recebida pelo óleo
térmico que passa pelo coletor, pode ser calculada pela diferença entre a taxa de
energia fornecida pela radiação incidente (𝑄̇𝑟𝑎𝑑 ) e as perdas de calor da superfície do
receptor para o ambiente (𝑄̇𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 ) multiplicada pelo fator de remoção de calor (𝐹𝑅 ),
que funciona como um coeficiente de correção do calor útil (KALOGIROU, 2014).
Por sua vez, o fluxo de energia fornecido pela radiação solar traduz-se na expressão:
Onde:
𝐴𝑎𝑏 = área de abertura do coletor [m²]
𝐺 = taxa de radiação solar no local [W/m²]
𝐴𝑟 = área superficial do receptor [m²]
𝑈𝐿 = coeficiente global de perda de calor no tubo receptor [W/m²K]
𝑇𝑎 = temperatura do ambiente [K]
𝑚̇𝑜 = vazão mássica de óleo térmico [kg/s]
𝑐𝑝𝑜 = calor específico a pressão constante do óleo Therminol VP-1 [J/kgK]
𝑇𝑠𝑎𝑖 = temperatura do óleo na saída do tubo receptor [K]
37
Como mostra a Figura 6 a expressão pode ser desmembrada nos seguintes termos:
a energia térmica absorvida pelo fluido térmico por condução ao longo da camada
cilíndrica do tubo (𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑑,𝑟 ) e convecção da parede interior do receptor para o óleo
(𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 ); as perdas térmicas que ocorrem na superfície externa da cobertura de
vidro, que está em contato com o ar, por convecção (𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑣−𝑎 ) e por radiação
(𝑄̇𝑟𝑎𝑑,𝑣−𝑎 ); e entre o vidro e o tubo receptor, região de vácuo, o calor é perdido por
radiação (𝑄̇𝑟𝑎𝑑,𝑟−𝑣 ).
Fonte: Autora.
𝑇𝑟 − 𝑇𝑜
𝑄̇𝑢 = (24)
𝑅𝑒𝑞,𝑟−𝑜
𝐷
1 ln ( 𝐷𝑒 )
𝑅𝑒𝑞,𝑟−𝑜 = 𝑅𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 + 𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑,𝑟−𝑜 = + 𝑖 (25)
𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 𝜋𝐷𝑖 𝐿 2𝜋𝐿𝑘𝑟
Combinando os termos das Equações 22, 24 e 25, a temperatura do tubo receptor (𝑇𝑟 )
pode ser calculada através da Equação 26.
𝑇𝑟 − 𝑇𝑜
𝐴𝑎𝑏 𝐺 − 𝐴𝑟 𝑈𝐿 (𝑇𝑟 − 𝑇𝑎 ) =
𝐷
ln ( 𝐷𝑒 ) (26)
1 𝑖
𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 𝜋𝐷𝑖 𝐿 + 2𝜋𝐿𝑘𝑟
−1
𝐴𝑟 1
𝑈𝐿 = [ + ] (28)
𝐴𝑣 (𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑣−𝑎 + 𝑢𝑟𝑎𝑑,𝑣−𝑎 ) 𝑢𝑟𝑎𝑑,𝑟−𝑣
39
Como o coletor é uma superfície completamente coberta por outra superfície muito
maior (o ambiente), o coeficiente da radiação perdida do vidro para o ambiente
(𝑢𝑟𝑎𝑑,𝑣−𝑎 ) pode ser calculado a partir da Equação 29 (KALOGIROU, 2014).
Kalogirou (2014) sugere que o coeficiente da perda de energia por radiação no vácuo
entre o receptor e a cobertura de vidro (𝑢𝑟𝑎𝑑,𝑟−𝑣 ), dois cilindros concêntricos, pode ser
obtido pela Equação 30:
𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑣−𝑎 pode ser calculado através da Equação 33, a partir do número de Nusselt
para o escoamento externo do ar no vidro (𝑁𝑢𝑣 ), do diâmetro externo do tubo de vidro
(𝐷𝑣 ) e da condutividade do ar (𝑘𝑎 ).
𝑁𝑢𝑣 ∙ 𝑘𝑎 (33)
𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑣−𝑎 =
𝐷𝑣
𝑁𝑢 = 0,3(𝑅𝑒)0,6 (34)
𝑅𝑒 para escoamento sobre um cilindro circular pode ser expresso por uma relação
entre o diâmetro externo do tubo (𝐷𝑒 ), a velocidade do escoamento (𝑣), a densidade
(𝜌) e viscosidade (𝜇) do fluido como é dado abaixo (INCROPERA e outros, 2008).
𝜌𝑣𝐷𝑒 (35)
𝑅𝑒 =
𝜇
De forma análoga ao que foi feito para a convecção na superfície de vidro a Equação
38 foi obtida para o coeficiente da convecção que ocorre do tubo para o óleo:
𝑁𝑢𝑜 ∙ 𝑘𝑜 (38)
𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 =
𝐷𝑣
Onde o número de Prandtl do óleo (𝑃𝑟𝑜 ) pode ser calculado pela Equação 40:
𝑐𝑝𝑜 𝜇𝑜 (40)
𝑃𝑟𝑜 =
𝑘𝑜
O número de Reynolds também pode ser definido pela expressão a seguir que envolve
a vazão mássica do óleo (𝑚̇𝑜 ) (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2010).
4𝑚̇𝑜 (41)
𝑅𝑒𝑜 =
𝜇𝑜 𝜋𝐷𝑖
𝑈 𝐹 𝐴
𝑚̇𝑜 𝑐𝑝 (− 𝐿 𝐸 𝑟 )
𝐹𝑅 = [1 − 𝑒 𝑚̇𝑜 𝑐𝑝 ] (42)
𝐴𝑟 𝑈𝐿
1
𝑈𝐿
𝐹𝐸 = (43)
1 𝐷𝑒 𝐷𝑒 𝐷𝑒
𝑈𝐿 + 𝑢𝑐𝑜𝑛𝑣,𝑟−𝑜 𝐷𝑖 + 2𝑘𝑡 + ln ( 𝐷𝑖 )
Fonte: Autora.
43
A área do campo de coletores (𝐴𝐶𝐶 ) que é obtida pelo produto do número de coletores
em paralelo (𝑛), número de coletores em série (𝑚), área de abertura do coletor (𝐴𝑎𝑏 )
e comprimento do coletor (𝐿).
𝑊̇𝐿
𝑅𝐸𝐴𝑟 = (45)
𝐴𝐶𝐶
Trocador de calor é o equipamento utilizado para realizar a troca de calor entre dois
fluidos que se encontram a temperaturas distintas e estão separados por uma parede
sólida. Esse processo ocorre em várias aplicações de engenharia como por exemplo
no condicionamento de ar, no aquecimento de um ambiente e na geração de potência.
Os trocadores de calor podem ser classificados de três maneiras em relação a
configuração do escoamento: escoamento cruzado, paralelo e contracorrente. Devido
a disposição de seu escoamento o trocador de calor contracorrente, para uma mesma
taxa de transferência de calor, demanda uma área menor em relação aos outros tipos
o que vantajoso no que se refere a sua instalação (INCROPERA e outros, 2008).
Fonte: Autora.
Aplicando o balanço de energia nos fluidos quente e frio, de forma similar ao que foi
feito nos itens 3.1.1.1 a 3.1.1.4, as Equações 46 e 47 podem ser obtidas para a taxa
de transferência de calor no trocador.
Outra expressão sugerida por Incropera e outros (2008) para o trocador de calor é a
Equação 48, que relaciona a área superficial (𝐴𝑇𝐶 ), o coeficiente global de
transferência de calor (𝑈) e as temperaturas dos fluidos (𝑇𝑓 e 𝑇𝑞 )
3.6 TERMOECONOMIA
A princípio, apenas a exergia é usada para que seja definida a estrutura produtiva
(Modelo E). Buscando melhores resultados as parcelas térmica, mecânica e química
são desagregadas. Entretanto, essa desagregação não é o bastante para separar
apropriadamente o custo dos resíduos e dos equipamentos dissipativos. Diante disso,
os fluxos de neguentropia são incluídos como fluxo fictício na estrutura produtiva. Essa
aplicação da neguentropia com a exergia conduz a algumas inconsistências e
47
3.6.1 Modelo E
O modelo E resume-se a exergia total sendo utilizada para definir os fluxos físicos de
um sistema no diagrama produtivo (SANTOS, 2015). Recomenda-se que esse modelo
seja usado no estudo de sistemas que possuem apenas equipamentos cuja a função
produtiva pode ser unicamente determinada em termos da exergia total.
A quantidade de recursos externos a ser fornecida a uma dada planta térmica para
formar um determinado fluxo define o custo desse fluxo (SANTOS, 2009). Os recursos
externos podem ter seus custos atribuídos em base monetária ou exergética. Em base
exergética, os custos são calculados de acordo com o fluxo produtivo exergético (𝐸𝑖:𝑗 )
que consta na variação de dois fluxos físicos, como mostra a Equação 51.
Por sua vez, o custo exergético unitário de um fluxo (𝑐𝑖:𝑗 ) é definido pela quantidade
de recursos exergéticos exigidos para se formar uma unidade do fluxo produtivo, e
pode ser obtido a partir do o balanço de equações de custo baseado na Equação 52.
48
Assume-se custo exergético unitário igual a 1 para insumos externos. Atribui-se custo
zero a todas as perdas, uma vez que todos os custos gerados no processo devem ser
incluídos nos custos finais dos produtos. Dessa forma um sistema de equações pode
ser montado, no qual os custos exergéticos unitários podem ser determinados.
1 𝑇𝑎 4 4 𝑇𝑎
𝐸𝑠𝑜𝑙 = 𝐴𝐶𝐶 𝐺 (1 + ( ) − ( )) (53)
3 𝑇𝑠 3 𝑇𝑠
Onde 𝑇𝑠 = 5800 K
49
O Modelo H&S compreende os fluxos físicos do sistema térmico analisados com base
na entalpia e na entropia. Ele se difere do anterior pois nesse modelo a exergia física
é desagregada em sua parcela entálpica e entrópica (SANTOS, 2009). Nesse modelo,
os produtos dos equipamentos que elevam a entalpia da água aparecem na forma
dos fluxos de entalpia (𝐻𝑖:𝑗 ) e os que reduzem a entalpia do fluido tem a mesma como
insumo. Os equipamentos que causam aumento de entropia (𝑆𝑖:𝑗 ) do fluido a têm como
insumo e a mesma é produto dos equipamentos onde a entropia do fluido é reduzida.
A divisão entre parcelas entálpica e entrópica da exergia corresponde a desagregação
da exergia física (𝐸𝑖:𝑗 ) em suas parcelas térmica e mecânica, respectivamente, como
mostram as Equações 54, 55 e 56.
4 METODOLOGIA
Foi desenvolvida uma pesquisa exploratória de caráter quantitativo para análise desse
sistema. No programa Engineering Equation Solver (EES), estão contidas
propriedades termodinâmicas dos fluidos em análise, bem como o método interativo
resolução sistemas de equações e funções matemáticas necessárias para resolução
das equações que descrevem o sistema.
Utilizando dados sobre a taxa de radiação recorrente na região e sobre o coletor solar
escolhido, a quantidade de coletores em série em pode ser avaliada em relação a
vazão mássica do óleo e a variação de temperatura do mesmo. Diferentes valores
para a taxa de radiação foram usados para o estudo. Dessa forma definiu-se, baseado
na quantidade de coletores em série, a vazão mássica do óleo para que esse alcance
a variação de temperatura determinada.
com as horas do dia de cada dia do ano. Os dados são coletados no horário
correspondente ao Tempo Universal Coordenado, Universal Time Coordenated (UTC)
em inglês, definido pela Decea (2018) como “escala de tempo coordenado, mantida
pela Agência Internacional de Pesos e Medidas e utilizada como padrão de hora
certa”. O fuso horário do brasileiro corresponde a um atraso de três horas em relação
a esse horário, ou seja, UTC-3. Nesse período existia o horário de verão no Brasil, em
que os relógios são atrasados em uma hora, logo o horário na região ficava atrasada
duas horas em relação ao UTC (UTC-2). Sendo assim, essa correção foi feita nas
informações provenientes do INMET, de modo que os parâmetros registrados na
região de São Mateus estivessem de acordo com o horário UTC-3. De acordo com o
site do Governo do Brasil, de 2018 para 2019 horário de verão teve início em 4 de
novembro e término em 16 de fevereiro, portanto nesse período foi subtraído duas
horas do horário em que os dados foram registrados ao invés de três como foi feito
para o restante do ano.
Para definir a faixa de radiação que seria utilizada na análise do sistema, primeiro foi
definida qual seria a radiação mínima necessária para que o óleo começasse a ser
aquecido. A partir das Equações do Item 3.4 é possível determinar esse valor ao
considerar que o taxa de calor útil (𝑄̇𝑢 ) recebida pelo óleo térmico é igual a zero.
Considerando os dados do coletor da Tabela 1 a radiação mínima encontrada foi 67,23
W/m².
O registro de taxas de radiação varia também com os meses do ano: nos meses mais
quentes (verão) existem taxa de radiação maiores e nos meses mais frios (inverno)
as taxas de radiação são mais baixas. A Figura 9 exibe a variação da taxa de radiação
durante as horas do dia nos meses de janeiro e julho de 2019, o mês mais quente e o
mês mais frio do ano, respectivamente.
52
Figura 9 – Taxa de radiação solar em relação as horas do dia nos meses de janeiro e
julho 2019.
1200
Taxa de radiação [W/m²]
900
600
jan/19
jul/19
300
0
9 10 11 12 13 14 15 16 17
Hora do dia
Fonte: Autora.
Na Figura 9 nota-se que em relação ao mês mais quente e o mês mais frio do ano a
taxa de radiação incidente em São Mateus se concentra no intervalo de 300 a 1200
W/m² durante o dia. A temperatura ambiente foi considerada 25°C e a pressão
atmosférica igual a 1 bar. Foi verificado que o valor para velocidade do vento mais
recorrente do intervalo de dados foi de 5 m/s.
O coletor LS-3 foi selecionado para análise pois é o coletor mais recorrente em
pesquisas acadêmicas (AL-SULAIMAN, 2013; SHAHIN; ORHAN; UYGUL, 2016). As
características do coletor estudado constam na Tabela 1.
.
53
Fonte: Autora.
Fonte: Autora.
Os cálculos térmicos referentes aos equipamentos dos dois ciclos foram realizados
de acordo com as Equações 3 e 9 para as turbinas, Equação 4 para o processo e para
o condensador e Equações 5 e 10 para as bombas. O trabalho na bomba de óleo foi
desconsiderado pois é desprezível em relação aos demais fluxos do sistema. A
eficiência isentrópica das bombas e turbinas é de 80%, pois é um valor típico para
esse tipo de ciclo (AL-SULAIMAN, 2014; SHAHIN; ORHAN; UYGUL, 2016). Foi
considerado que o sistema funciona em regime permanente, não existe queda de
pressão ou perda de calor nas tubulações e que o trocador de calor, o campo coletor
e o condensador operam sob pressão constante. Em um ciclo Rankine o pinch point
é o ponto em que a diferença de temperatura entre a fonte de calor e o fluido de
trabalho é mínima, assegurando que a temperatura da fonte de calor não fique abaixo
da temperatura de evaporação da fluido de trabalho (QUOILIN e outros, 2011). Para
este trabalho foi definida uma variação de 10 °C entre a temperatura do óleo e do
vapor, ou seja, a temperatura do pinch point é de 390°C para o vapor na entrada da
turbina.
A análise termoeconômica dos ciclos foi feita a partir dos modelos E e H&S. Faria e
outros (2013) atesta em sua pesquisa que para ciclos sem equipamentos dissipativos
os modelos E e H&S fornecem os mesmos resultados. Sendo assim, o ciclo com
turbina de contrapressão foi analisado de acordo com o modelo E. Por sua vez, no
ciclo com turbina de condensação existe um equipamento dissipativo: o condensador,
e por isso foi analisado a partir do modelo H&S.
Nos sistemas analisados a geração de vapor do ciclo Rankine é feita por meio de um
trocador de calor com escoamento contracorrente no qual a água entra como líquido
comprimido e sai como vapor superaquecido, enquanto o óleo térmico circula no
sentido oposto. A taxa de transferência de calor no trocador pode ser definida pelas
Equações 46 e 47. O coeficiente global de transferência de calor (U) é diferente para
cada evento que ocorre com o fluido de trabalho. Yue, You e Huang (2016) sugerem
0,2 kW/m²K como o coeficiente para trocadores de calor em que acontece mudança
de fase. Sendo assim, a taxa de transferência de calor no trocador (𝑄̇𝑇𝐶 ) também é
calculada pela Equação 48.
57
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando que a taxa de radiação em São Mateus variou entre 300 e 1200 W/m²
no período definido, além dessas taxas também foram utilizadas na análise do sistema
os valores intermediários de 600 e 900 W/m². Shahin e outros (2016) e Valenzuela e
outros (2005) em trabalhos semelhantes a esse, consideram campos com 10
coletores em série do tipo LS-3. Sendo assim, a vazão de óleo em 10 coletores em
série foi estudada de acordo com a temperatura de saída do óleo, que não deve
exceder 400 °C (limite térmico do óleo), como mostra a Figura 12.
59
600
300 W/m²
550
600 W/m²
400
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8
Vazão de óleo [kg/s]
Fonte: Autora.
Figura 13 - Diagrama T-s do ciclo a vapor com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na
entrada da turbina de contrapressão.
Fonte: Autora.
62
A potência líquida (𝑊̇𝐿 ), a eficiência térmica do ciclo a vapor (𝜂), vazão de água doce
produzida (𝑉̇ ), e a área do campo coletor (𝐴𝐶𝐶 ) foram calculadas para a faixa de
radiação e PETs definidas para o sistema da Figura 10. A Tabela 7 apresenta os
resultados. A Figura 14 mostra a produção de água doce e de potência líquida em
função da PET.
Tabela 7 – Potência líquida, eficiência térmica, vazão de água doce e área ocupada
para diferentes taxas de radiação e pressões na entrada da turbina de contrapressão.
PET 𝑊̇𝐿 𝜂 𝑉̇ 𝐴𝐶𝐶 [hectare]
[bar] [kW] [%] [m³/h] 300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
10 1041 10,84 107,42 4,868 1,972 1,234 0,898
20 1363 14,25 102,71 4,838 1,960 1,227 0,892
28,68 1509 15,83 100,26 4,812 1,950 1,220 0,887
Fonte: Autora.
Pode ser observado na tabela acima que a potência líquida e a eficiência aumentam
com o aumento da PET, mas se mantém as mesmas para diferentes taxas de radiação
quando a pressão é mantida constante. O Estado 2 (saída da turbina) tem a pressão
constante pois é a condição de entrada do processo. Logo, quanto maior a pressão
do vapor no Estado 1 (entrada da turbina), maior a expansão sofrida pelo vapor para
que o mesmo chegue ao Estado 2, gerando mais trabalho, dessa forma a potência
líquida aumenta com o aumento da PET, como mostra a Figura 14.
1500 90
1200 60
900 30
600 0
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora.
A função do ciclo solar é produzir energia térmica que demanda o ciclo a vapor para
passar o fluido de trabalho do Estado 4 para o Estado 1. Considerando a PET
constante, com o aumento da taxa de radiação incidente um campo coletor com uma
área menor é suficiente para produzir a mesma quantidade de energia, como pode
ser observado na Tabela 7. Sendo assim, a área do campo coletor tende a diminuir
com o aumento da taxa de radiação. Por sua vez, o aumento da PET também diminui
a área ocupada pelo campo coletor. Como a temperatura do Estado 1 é constante, ao
elevar a pressão fluido uma quantidade menor de energia é necessária para elevar a
temperatura do Estado 4 ao 1, dessa forma menos unidades de coletores são
necessárias. Uma vez constatado que tanto o aumento da PET quanto da radiação
provocam a diminuição do campo coletor, a Figura 15 ressalta que a taxa de radiação
tem um impacto muito maior que a PET em relação a variação da área do campo
coletor, visto que a energia térmica inserida no sistema quando o mesmo é submetido
a maiores taxas de radiação é mais significante que a redução da demanda de calor
do Estado 4 para o 1 que ocorre com o aumento da PET.
não muda com a variação da radiação e taxas maiores implicam em campos coletores
menores, logo cresce a quantidade de energia produzida por área ocupada. Já o
aumento da PET implica no aumento de trabalho gerado, e para a taxa de radiação
constante o campo permanece com o mesmo tamanho, logo a REAr aumenta.
3
300 W/m²
600 W/m²
2
900 W/m²
1200 W/m²
1
0
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora.
0,15
0,12
REAr [kW/m²]
300 W/m²
0,09
600 W/m²
0,00
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora.
65
Figura 17 - Diagrama T-s do ciclo a vapor com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na
entrada da turbina de contrapressão.
Fonte: Autora.
Tabela 11 – Potência líquida, eficiência térmica, vazão de água doce e área ocupada
pelo campo coletor para diferentes taxas de radiação e pressões na entrada da turbina
de condensação.
PET 𝑊̇𝐿 𝜂 𝑉 𝐴𝐶𝐶 [hectare]
[bar] [kW] [%] [m³/h] 300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
10 2921 15,07 107,42 9,863 3,996 2,501 1,819
20 3482 18,07 102,71 9,804 3,972 2,486 1,808
28,68 3742 19,53 100,26 9,751 3,951 2,472 1,798
Fonte: Autora.
A Tabela 11 mostra que a potência líquida e a eficiência térmica do ciclo com turbina
de condensação se comportam do mesmo modo que no ciclo com turbina de
contrapressão: aumentam com ao aumento da PET, pois é maior a expansão sofrida
pelo vapor na turbina para chegar aos Estados 7 e 2, gerando mais energia; e são
constantes para diferentes taxas de radiação, visto que a variação da radiação reflete
apenas no tamanho do campo necessário para gerar a energia que demanda o ciclo
com dada PET. A produção de água dessalinizada também não é alterada com a
mudança de radiação, porém é reduzida a medida que PET aumenta (Figura 18), pois
com isso menos energia térmica é fornecida a unidade dessalinizadora.
3700 90
3200 60
2700 30
2200 0
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora.
68
9
8
7
6 300 W/m²
5 600 W/m²
4 900 W/m²
3
1200 W/m²
2
1
0
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora.
A Figura 20 exibe a relação entre a potência líquida e a área ocupada pelo campo
coletor (REAr) em função da PET para o ciclo com turbina de condensação. Como foi
observado no item anterior, quanto maior a taxa de radiação, maior a REAr, pois a
potência líquida independe da taxa de radiação e taxas maiores implicam em campos
coletores menores maximizando a potência líquida produzida por área ocupada. O
aumento da PET implica no aumento do trabalho gerado, e com a taxa de radiação
constante, o tamanho do campo é mantido, mas à medida que a PET aumenta a
potência líquida aumenta, assim a REAr é maior.
69
0,18
REAr [kW/m²]
0,14
300 W/m²
600 W/m²
0,10
900 W/m²
1200 W/m²
0,06
0,02
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
Fonte: Autora
Nesse sistema os equipamentos têm apenas uma entrada e uma saída. Existem os
equipamentos que aumentam a exergia do fluido de trabalho, ou seja, produzem
exergia; e os equipamentos que a exergia é seu insumo: retiram exergia do mesmo.
Fonte: Autora.
70
Neste trabalho os custos foram calculados em base exergética de acordo com o fluxo
produtivo exergético (𝐸𝑖:𝑗 ) calculado pelo Equação 51. A exergia do sol é calculada
pela Equação 53. O sistema de equações para o modelo E foi montado de acordo
com a Equação 52, para determinar custos exergéticos unitários, como mostra a
Tabela 12.
Tabela 13 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 10 bar na entrada da turbina de contrapressão.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐸1:2 877,7 4,522 3,664 3,439 3,335
𝐸1:4 3271 4,072 3,300 3,097 3,003
𝐸2:3 2070 4,522 3,664 3,439 3,335
𝐸4:3 2,93 4,645 3,764 3,533 3,426
𝐸6:5 4540 2,934 2,377 2,231 2,163
𝑊̇𝑃 214,9 3,815 3,091 2,901 2,813
𝑊̇𝐵 3,568 3,815 3,091 2,901 2,813
𝑊̇𝑇 1041 3,815 3,091 2,901 2,813
𝑊̇𝐿 1037 3,815 3,091 2,901 2,813
𝑉̇ 201,31 5,057 4,098 3,846 3,73
Fonte: Autora.
Tabela 14 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 20 bar na entrada da turbina de contrapressão.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐸1:2 1117 4,348 3,523 3,307 3,206
𝐸1:4 3537 3,743 3,033 2,847 2,76
𝐸2:3 1934 4,348 3,523 3,307 3,206
𝐸4:3 6,269 4,338 3,515 3,3 3,199
𝐸6:5 4513 2,934 2,377 2,231 2,163
𝑊̇𝑃 205,41 3,563 2,887 2,71 2,627
𝑊̇𝐵 7,634 3,563 2,887 2,71 2,627
𝑊̇𝑇 1363 3,563 2,887 2,71 2,627
𝑊̇𝐿 1355 3,563 2,887 2,71 2,627
𝑉̇ 192,47 4,75 3,849 3,613 3,503
Fonte: Autora.
72
Tabela 15 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de contrapressão.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐸1:2 1224 4,258 3,466 3,253 3,154
𝐸1:4 3661 3,597 2,937 2,757 2,673
𝐸2:3 1877 4,258 3,466 3,253 3,154
𝐸4:3 9,167 4,208 3,429 3,219 3,121
𝐸6:5 4488 2,934 2,377 2,231 2,163
𝑊̇𝑃 200,51 3,455 2,816 2,643 2,563
𝑊̇𝐵 11,16 3,455 2,816 2,643 2,563
𝑊̇𝑇 1509 3,455 2,816 2,643 2,563
𝑊̇𝐿 1498 3,455 2,816 2,643 2,563
𝑉̇ 187,89 4,622 3,766 3,534 3,427
Fonte: Autora.
Tabela 16 – Exergia do sol para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20
e 28,68 bar na entrada da turbina de contrapressão.
VALOR [kW]
FLUXO PET [bar]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
10 13320 10790 10130 9822
𝐸𝑠𝑜𝑙 20 13240 10730 10070 9762
28,68 13160 10670 10010 9709
Fonte: Autora.
73
Tabela 17 – Valor dos fluxos para pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da turbina
de contrapressão.
VALOR [kW]
FLUXO
10 bar 20 bar 28,68 bar
𝐸1:2 877,7 1117 1224
𝐸1:4 3271 3537 3661
𝐸2:3 2070 1934 1877
𝐸4:3 2,93 6,269 9,167
𝐸6:5 4540 4513 4488
𝑊̇𝑃 214,9 205,41 200,51
𝑊̇𝐵 3,568 7,634 11,16
𝑊̇𝑇 1041 1363 1509
𝑊̇𝐿 1037 1355 1498
𝑉̇ 201,31 192,47 187,89
Fonte: Autora.
Nota-se que as Figuras 22, 23 e 24 são semelhantes entre si mostrando que para as
três pressões estudadas os custos exergéticos unitários da potência líquida e da
vazão de água doce estão próximos para as taxas de radiação de 600, 900 e 1200
W/m², e que a taxa de 300 W/m² se distancia das outras apresentando custos mais
elevados. Também pode ser observado nessas figuras, assim como nas Tabelas 13,
14 e 15, que os custos exergéticos unitários da potência líquida e da água doce
diminuem com o aumento da radiação para a PET constante. Isso ocorre pois com o
aumento da taxa de radiação, o fluxo de exergia do sol diminui (Tabela 16), ou seja,
um menor fluxo externo é necessário para gerar a mesma a vazão de água
dessalinizada e a mesma potência líquida.
74
Figura 22 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10 bar na entrada da turbina de
contrapressão.
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
Figura 23 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 20 bar na entrada da turbina de
contrapressão.
20 bar
Custo exergético unitário da potência líquida
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
75
Figura 24 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de
contrapressão.
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
A exergia do sol também diminui com aumento da PET, visto que com uma PET maior,
é menor a variação de entalpia, ou seja, menor a energia, que demanda o trocador de
calor para levar a água do Estado 4 para o Estado 1, dessa forma são necessários
76
menos coletores em paralelo para sustentar a mudança de estado da água. Isso faz
com que os custos exergéticos unitários dos produtos finais do sistema diminuam e
medida que essa pressão aumenta, como é mostrado nas Figuras 22, 23 e 24.
Fonte: Autora.
77
Os fluxos de potência (𝑊̇𝐿 , 𝑊̇𝐵1 , 𝑊̇𝐵2 e 𝑊̇𝑃 ) são produtos da turbina de condensação
(TV-CD). A potência líquida (𝑊̇𝐿 ) e o vapor do processo (𝑉) são os produtos finais do
sistema. O único insumo exergético externo do sistema é a exergia do sol (𝐸𝑠𝑜𝑙 ). A
Tabela 19 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 10 bar na entrada da turbina de condensação.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐻10:9 19390 3,857 3,127 2,935 2,846
𝐻1:6 19390 4,693 3,804 3,571 3,463
𝐻1:7 2081 4,767 3,864 3,627 3,517
𝐻2:3 7476 4,767 3,864 3,627 3,517
𝐻4:3 0,464 6,772 5,489 5,153 4,997
𝐻6:5 7,102 6,867 5,567 5,223 5,067
𝐻7:2 1305 4,767 3,864 3,627 3,517
𝐻7:8 8531 4,767 3,864 3,627 3,517
𝑆10:9 10180 4,693 3,804 3,571 3,463
𝑆1:6 12820 4,994 4,048 3,800 3,685
𝑆2:3 7080 5,034 4,080 3,830 3,714
𝑆2:7 392,6 4,994 4,048 3,800 3,685
𝑆4:3 0,088 4,994 4,048 3,800 3,685
𝑆6:5 1,306 4,994 4,048 3,800 3,685
𝑆7:1 325,5 4,994 4,048 3,800 3,685
𝑆7:8 6458 4,949 4,011 3,765 3,651
𝑊̇𝑃 214,9 5,826 4,723 4,433 4,299
𝑊̇𝐵1 0,464 5,826 4,723 4,433 4,299
𝑊̇𝐵2 250 5,826 4,723 4,433 4,299
𝑊̇𝑇 3386 5,826 4,723 4,433 4,299
𝑊̇𝐿 2921 5,826 4,723 4,433 4,299
𝑉 107,4 4,949 4,011 3,765 3,651
Fonte: Autora.
79
Tabela 20 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 20 bar na entrada da turbina de condensação.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐻10:9 19270 3,608 2,925 2,745 2,662
𝐻1:6 19270 4,219 3,420 3,210 3,113
𝐻1:7 2725 4,284 3,473 3,260 3,161
𝐻2:3 7193 4,284 3,473 3,260 3,161
𝐻4:3 0,464 6,105 4,949 4,645 4,504
𝐻6:5 15,20 6,236 5,054 4,744 4,601
𝐻7:2 1213 4,284 3,473 3,260 3,161
𝐻7:8 8155 4,284 3,473 3,260 3,161
𝑆10:9 10120 4,219 3,420 3,210 3,113
𝑆1:6 12170 4,477 3,629 3,406 3,303
𝑆2:3 6812 4,524 3,667 3,442 3,338
𝑆2:7 363,8 4,477 3,629 3,406 3,303
𝑆4:3 0,088 4,477 3,629 3,406 3,303
𝑆6:5 2,794 4,477 3,629 3,406 3,303
𝑆7:1 491,9 4,477 3,629 3,406 3,303
𝑆7:8 6218 4,424 3,586 3,366 3,264
𝑊̇𝑃 205,4 5,257 4,261 4,000 3,879
𝑊̇𝐵1 0,464 5,257 4,261 4,000 3,879
𝑊̇𝐵2 250 5,257 4,261 4,000 3,879
𝑊̇𝑇 3938 5,257 4,261 4,000 3,879
𝑊̇𝐿 3482 5,257 4,261 4,000 3,879
𝑉̇ 102,7 4,424 3,586 3,366 3,264
Fonte: Autora.
80
Tabela 21 – Custo exergético unitário dos fluxos para diferentes taxas de radiação
com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de condensação.
CUSTO EXERGÉTICO UNITÁRIO [kW/kW]
FLUXO VALOR [kW]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
𝐻10:9 19170 3,503 2,840 2,666 2,585
𝐻1:6 19170 4,019 3,258 3,058 2,965
𝐻1:7 3017 4,081 3,308 3,105 3,011
𝐻2:3 7035 4,081 3,308 3,105 3,011
𝐻4:3 0,464 5,823 4,720 4,431 4,296
𝐻6:5 22,22 5,959 4,830 4,534 4,397
𝐻7:2 1176 4,081 3,308 3,105 3,011
𝐻7:8 7961 4,081 3,308 3,105 3,011
𝑆10:9 10070 4,019 3,258 3,058 2,965
𝑆1:6 11820 4,262 3,455 3,243 3,144
𝑆2:3 6663 4,309 3,493 3,279 3,179
𝑆2:7 351,5 4,262 3,455 3,243 3,144
𝑆4:3 0,088 4,262 3,455 3,243 3,144
𝑆6:5 4,085 4,262 3,455 3,243 3,144
𝑆7:1 568,2 4,262 3,455 3,243 3,144
𝑆7:8 6081 4,208 3,411 3,202 3,105
𝑊̇𝑃 200,5 5,016 4,066 3,816 3,701
𝑊̇𝐵1 0,464 5,016 4,066 3,816 3,701
𝑊̇𝐵2 250 5,016 4,066 3,816 3,701
𝑊̇𝑇 4193 5,016 4,066 3,816 3,701
𝑊̇𝐿 3742 5,016 4,066 3,816 3,701
𝑉̇ 100,3 4,208 3,411 3,202 3,105
Fonte: Autora.
81
Tabela 22 – Valor dos fluxos físicos para pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de condensação.
VALOR [kW]
FLUXO
10 bar 20 bar 28,68 bar
𝐻10:9 19390 19270 19170
𝐻1:6 19390 19270 19170
𝐻1:7 2081 2725 3017
𝐻2:3 7476 7193 7035
𝐻4:3 0,464 0,464 0,464
𝐻6:5 7,102 15,20 22,22
𝐻7:2 1305 1213 1176
𝐻7:8 8531 8155 7961
𝑆10:9 10180 10120 10070
𝑆1:6 12820 12170 11820
𝑆2:3 7080 6812 6663
𝑆2:7 392,6 363,8 351,5
𝑆4:3 0,088 0,088 0,088
𝑆6:5 1,306 2,794 4,085
𝑆7:1 325,5 491,9 568,2
𝑆7:8 6458 6218 6081
𝑊̇𝑃 214,9 205,4 200,5
𝑊̇𝐵1 0,464 0,464 0,464
𝑊̇𝐵2 250 250 250
𝑊̇𝑇 3386 3938 4193
𝑊̇𝐿 2921 3482 3742
𝑉̇ 107,4 102,7 100,3
Fonte: Autora.
82
Tabela 23 – Exergia do sol para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20
e 28,68 bar na entrada da turbina de condensação.
VALOR [kW]
FLUXO PET [bar]
300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
10 bar 26980 21870 20530 19910
𝐸𝑠𝑜𝑙 20 bar 26820 21740 20410 19790
28,68 bar 26670 21620 20300 19680
Fonte: Autora.
Figura 26 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10 bar na entrada da turbina de
condensação.
10 bar
Custo exergéticounitário da potênica líquida
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
83
Figura 27 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 20 bar na entrada da turbina de
condensação.
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
Figura 28 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 28,68 bar na entrada da turbina de
condensação.
28,68 bar
Custo exergético unitário da potência líquida
300 W/m²
4
600 W/m²
900 W/m²
3 1200 W/m²
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
84
As Figuras 26, 27 e 28 se parecem mostrando que para cada nível de PET, assim
como no ciclo com turbina de contrapressão, com a turbina de condensação os custos
exergéticos unitários dos produtos finais do sistema para taxa de 300 W/m² são mais
elevados. Através das mesmas figuras e das Tabelas 19, 20 e 21 observa-se que com
a PET constante, o aumento da taxa de radiação causa a diminuição dos custos
exergéticos unitários dos produtos finais do sistema pois o fluxo de exergia do sol
diminui (Tabela 23), assim como foi observado no sistema com turbina de
contrapressão.
A quantidade de exergia do sol para gerar os produtos finais com a radiação de 300
W/m² é até 36% maior do que para as outras taxas de radiação. Logo, com PET
constante, os custos exergéticos unitários dos produtos finais do sistema para essa
taxa de radiação são significativamente maiores do que para as outras taxas.
Esse aumento de área se justifica porque no ciclo com turbina de condensação circula
o dobro do fluxo de vapor utilizado no de contrapressão, e com a PET constante a
variação de entalpia entre os Estados 6 e 1 (condensação) e entre os Estados 4 e 1
(contrapressão) é quase a mesma, logo é preciso o dobro da área que demanda o
ciclo com turbina de contrapressão para absorver a energia necessária para atender
o ciclo com turbina de condensação.
1
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
contrapressão condensação
Fonte: Autora.
A Figura 30 mostra a relação entre a potência líquida produzida no ciclo por unidade
de área ocupada em função da PET, para a radiação de 600 W/m², para os dois
sistemas estudados.
86
0,06
0,04
0,02
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
condensação contrapressão
Fonte: Autora.
5.4.3 Potência líquida por unidade de água doce produzida em relação a PET
A Figura 31 exibe relação entre a potência líquida do ciclo por unidade de água doce
produzida para os dois sistemas em função da PET. A produção de água
dessalinizada e a potência líquida não variam com a taxa de radiação. Percebe-se
87
que em ambos os sistemas a REA cresce com o aumento da PET. Como foi
observado na Figura 14 e na Figura 18, com aumento da PET aumenta a potência
líquida do ciclo e, ao mesmo tempo, diminui a produção de água dessalinizada. Dessa
forma, a quantidade de potência líquida por volume de água doce produzida (REA)
tende a crescer. Como mostram as Tabela 7 e Tabela 11, a produção de água
dessalinizada é a mesma para ambos os ciclos para determinada PET, portanto a
REA do ciclo com turbina de condensação é maior que a do ciclo com turbina de
contrapressão na mesma proporção que o trabalho de um ciclo é maior que o do outro.
1,4
1,0
0,6
0,2
5 10 15 20 25 30
PET [bar]
condensação contrapressão
Fonte: Autora.
Na Figura 32 foram unidas as informações das Figuras 22, 23 e 24, plotando os custos
unitários exergéticos dos produtos finais do sistema para as diferentes taxas de
radiação e com diferentes níveis de pressão na entrada da turbina de contrapressão.
O mesmo foi feito na Figura 33, unindo as Figuras 26, 27 e 28 para as mesmas taxas
de radiação e níveis de pressão na entrada da turbina de condensação.
88
Figura 32 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de contrapressão.
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
Fonte: Autora.
Figura 33 – Custo exergético unitário dos produtos finais do ciclo a vapor cogerativo
para diferentes taxas de radiação com pressão de 10, 20 e 28,68 bar na entrada da
turbina de condensação.
Custo exergético unitário da potência líquida
2
2 3 4 5 6
Custo exergético unitário da água dessalinizada
10 bar 300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
20 bar 300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
28,68 bar 300 W/m² 600 W/m² 900 W/m² 1200 W/m²
Fonte: Autora.
89
6 CONCLUSÃO
Esse trabalho teve como objetivo estudar e comparar a ocupação física, a produção
de água doce e energia e o custo exergético dos produtos finais de um sistema
composto por um ciclo solar integrado a um ciclo a vapor cogerativo, com turbina de
contrapressão ou com turbina de condensação e extração de vapor, atendendo o
processo de dessalinização.
Os custos exergéticos unitários dos produtos finais diminuíram tanto com o aumento
da PET quanto com o aumento taxas de radiação no campo coletor. Considerando a
menor taxa de radiação e a menor PET estudada (300 W/m² e 10 bar) até o maior
nível de PET (28,68 bar) e a máxima taxa de radiação da região (1200 W/m²), o custo
exergético unitário da potência líquida e da água doce tiveram redução de cerca 35%,
para os dois sistemas. Também cabe aos dois sistemas apresentados a consideração
que a taxa de radiação de 300 W/m² gera resultados bastante inferiores as outras
taxas estudadas, uma vez o sistema sob efeito dessa taxa apresentou campo
coletores até 6 vezes maiores, a uma mesma PET, e custos exergéticos unitários dos
produtos finais até 3 vezes maiores, o que tornaria um sistema adequado a essa taxa
de radiação muito custoso em relação as demais. Também se notou que no sistema
com turbina de condensação, para dada PET e taxa de radiação, o custo exergético
unitário da água doce é menor que para o sistema turbina de contrapressão. Já o
custo exergético unitário da potência líquida, é menor no sistema com turbina de
contrapressão.
91
REFERÊNCIAS
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