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(IHS) Progresso e Decadência: Provas da Existência da Alma — 21/10/1997 – Domingo – p. 1 de 6

Progresso e Decadência do Homem: Provas da Existência da Alma – ACC12/10/1997-


Dom.

Advertência:
1. Esta reunião não visa propor ao expositor que seja dada exatamente como vem no texto, nem dar uma última
palavra a respeito do assunto; serve de mera sugestão.
2. Ela vem em linguagem semifalada para facilitar a exposição. Claro está também que é preciso enriquecê -la com
a criatividade de quem vai dar a reunião.

Razão do tema sugerido


As provas da existência de Deus como, por exemplo, as “Cinco Vias
de São Tomás" já são bem conhecidas de todos nós. Porém não se encontra
tão facilmente provas a respeito da existência da alma.
Já citamos isso anteriormente e tomo a liberdade de repetir, disse
nosso Pai e Fundador que os Ambientes, Costumes e Civilizações tem como
meta apontar a presença ou ausência de Deus nas coisas. Nesse sentido, o
presente ACC tratará de modo “sui generis" sobre a existência da alma,
num enfoque novo e segundo a linha RCR.
Pretende ele mostrar como só o homem pode ascender ao mais
elevado progresso ou regredir à mais primitiva condição pelo fato de ser
criado de matéria e espírito.

[O expositor deve começar a reunião segurando uma latinha de cerveja Skol.]


Vou hoje começar a nossa reunião tratando de uma curiosidade. Vejo que todos
estão estranhando o fato de eu estar segurando essa latinha de cerveja Skol, é claro que eu
não vou tomar cerveja enquanto faço reunião, ainda que esteja calor [No caso de estar
frio, dizer: “ainda que estivesse calor, eu não faria isso".] eu não vou fazer essa grosseria.
Mas acho que poucos aqui conhecem a origem desse nome Skol... Não pensem que é o
nome de alguém, nome do dono da cervejaria. Por exemplo, Phillips é o nome do dono da
empresa. Então rádio-gravador Phillips, Phillips é o nome do proprietário. Mas Skol não é
nome de uma pessoa, ainda que alguém chame Skol, não é o caso dessa cervejaria.
Querem saber de onde veio o nome? Então vou contar o caso, porque é interessante.
Antes vou mostrar um slide de alguns personagens “simpáticos”, “amáveis”; gente
“muito boa”. Por favor, passe o slide.
[Aqui deve ser projetado o slide de uma gravura figurando bárbaros, de
preferência os germanos.]
Estão vendo? Que gente simpaticíssima, não?! Pois é. A história do nome dessa
cerveja começa com eles, por incrível que pareça. Ou melhor, por incrível que não pareça,
mas é isso mesmo!

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Estes daqui são bárbaros. Os bárbaros — para simplificar muito — eram povos
semi-selvagens; que habitavam os confins da Ásia, na antiguidade, e que foram cada vez
mais se aproximando do Ocidente, da Europa. Eles foram invadindo a Europa, invadindo,
até que, com a decadência do Império Romano, eles tomaram Roma e derrubaram o
império.
Como é que era essa gente boazinha?
Havia uma multidão deles: Tártaros, Celtas, Germanos... Vocês já devem ter
ouvido falar dos vândalos, dos hérulos, dos visigodos, ostrogodos, “monstrogodos",
vikings, etc. A gente até diz quando alguém faz uma depredação qualquer: “Esse sujeito é
um vândalo!” ou então: São uns vândalos! Por quê? Porque os vândalos, como esses
todos que eu citei, faziam parte dos bárbaros germanos. Os germanos deram origem aos
alemães, aos ingleses, ao suecos, dinamarqueses, noruegueses, etc.
Então, entre os germanos, havia uma classe que tinha o costume de comemorar a
vitória contra os inimigos pegando os crânios dos vencidos e bebendo dentro deles uma
espécie de bebida fermentada, uma antepassada da cerveja. Imagine uma bebida que é
antepassada da cerveja, que gosto deveria ter?... Nossa Senhora!!! Ainda mais dentro de
um crânio...
Só que para como que brindar, eles chocavam os crânios dos inimigos e diziam?
Skol! Interessante, não é? Pois é, esta é a origem do nome; foi o que inspirou ao dono da
cervejaria pôr este nome.
Havia uns bárbaros não-germanos que eram ainda piores. Por exemplo, os hunos.
Quando nascia uma criança, nascia um hunozinho, a mãe, no inverno, dava banho durante
uma semana no filho em água geladíssima. Se a criança sobrevivesse, aí, sim! era um
menino digno de ser chamado huno, um guerreiro huno. Depois disso, eles nunca mais
tomavam banho na vida, passavam a vida inteira sem ver água. A roupa... Bom, eles se
vestiam de peles. Eles só trocavam quando apodrecia no corpo. A bebida predileta deles
era leite de égua fermentado... Eles passavam a vida praticamente em cima dos cavalos.
Dormiam em cima do cavalo inclusive!!! Não estou exagerando, hein! Isso são os
historiadores da época que contam.
Agora, para sobreviverem nessa vida, tinha que ser uns monstros, uns tipos
ferocíssimos!!! Imaginem!!!
Átila, o rei dos hunos, tinha o costume de saborear uma carne de uma maneira
completamente diferente do que a mãe da gente costuma preparar... Também não era à
moda francesa, não. Ele pegava um pedaço de carne, colocava entre ele e o cavalo, e ia
galopando pra lá, pra cá, sei lá para que canto. Quando a carne — depois de uma semana
mais ou menos — estava assada com o suor do cavalo dele, aí ele jantava a carne...
Agora a gente entende as expressões: “Mas que barbaridade!” Que coisa bárbara!
Vem desses costumes “delicados”.
Bom, mas porque que eu estou tratando da cerveja Skol, dos bárbaros? É porque eu
queria mostrar uma coisa interessante para vocês, que é a seguinte. Assim como na
história nós ficamos admirados com essas rudezas, também ficamos admirados com tudo
que é civilizado. Por exemplo, a champagne. A champagne é nada mais nada menos do
que um vinho espumoso, produzido na cidade francesa de Champagne. Daí o nome da
bebida. Outra coisa que é fruto da civilização é o cumprimento. Sabem como é que
surgiu? Na Idade Média havia muitas lutas, batalhas. Por exemplo, as Cruzadas. Então o

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cavaleiro ia para Jerusalém pelear contra os muçulmanos para libertar o Santo Sepulcro
das mãos dos infiéis. A arma da época não era como hoje: “pistola Mauser não sei quanto,
calibre 45, não-sei-quê". Era espada mesmo e o homem tinha que ter coragem mesmo,
não adiantava dar um tiro escondido, matar à distância; tinha que se aproximar e lutar.
Bom, mas havia o costume de quando se cumprimentava alguém, se conhecia
alguém, pôr a mão do lado esquerdo, que era onde estava a espada e fazer uma pequena
vênia. Então era cumprimento, mas com a mão na espada, porque se houver qualquer
coisa...
Só que quando se queria dar certeza que o outro era amigo mesmo, era um íntimo,
a pessoa em vez de pôr a mão na espada dava a mão para o outro, como querendo dizer:
“Você é da minha confiança, e eu dou-lhe minha mão como prova de que não vou pegar
da espada".
Interessante, não é? Isso é civilização. Claro, o homem não deve ser um bicho
rugindo no mato, querendo avançar em todo mundo. O homem deve ser combativo, mas
polido também. Aí, então, ele é completo.
Então nós vemos que o homem dá para duas coisas: para um requinte de civilização
e para um auge de barbárie.
Vamos ver um outro slide aqui.
[Slide de um homem bem primitivo, meio pré-histórico.]
Estão vendo que homem primitivo, parece da Idade da Pedra Lascada, não é? Uma
coisa de assustar!
Eu conheci um professor muito católico — excelente católico, mas também
excelente professor — que dizia que o homem que inventou a roda deveria ser um gênio
da época. Claro! Foi preciso descobrir um sistema de locomoção, de transporte por terra, e
um gênio conseguiu. Para nós isso não é nada. Hoje aparece um Dr. Megas da Silva aí,
inventor de um supercomputador, seis vezes mais rápido que o 486, que o 586, é o
“666"!!!...
Mas isso, depois que inventaram o primeiro computador, é mais fácil do que o
invento da roda para aquela época. Porque o ponto de partida, partir do zero, sempre é
mais difícil. A prova disso é que os Astecas — são os índios que deram origem aos
mexicanos — eles só conheceram a roda com a descoberta da América pelos espanhóis,
só aí!
Antes de mostrar outros slides, eu queria só fazer mais uma observação.
Eu vou começar dizendo uma coisa óbvia, mas que ajuda ao nosso raciocínio.
Peguem no reino animal qualquer bicho. Por exemplo, o leão. O leão nunca muda de
comportamento. Se nós pegarmos a descrição que alguns estudiosos antes de Nosso
Senhor Jesus Cristo fizeram do comportamento dos animais, a descrição é exatamente a
mesma. Eu citei o leão. O leão é sempre o mesmo, desde a época de Noé até hoje. Então
ele dorme lá suas 18 horas por dia, depois acorda com uma fome... “fome de leão", não é?
Só que quem caçou para ele a presa foi a “esposa". A leoa é quem caça. Ela caça e espera
o leão acordar para comer, quando ele come, aí sim é que ela e os filhotes tomam o resto
da festa.
Mas o leão foi assim, é assim e vai ser assim até o fim do mundo.
Outro animal, por exemplo, é o cachorro. Existe uma raça de cachorros chamada

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mastin napolitano. É um cão terrível.


Esse animal é tão feroz que já matou e mutilou muita gente. Recentemente, no
Paraná, um cachorro deste decepou a perna de um jovem de seus 18 anos, que cuidava de
vários mastins de um canil. Ele foi lavar o canil e o cachorro atacou o jovem, decepando a
perna dele. O rapaz foi levado para o hospital correndo risco de morrer, tão violenta foram
as mordidas.
Agora, vocês vão ficar assustados — ou me chamar de mentiroso, pelo menos —,
mas o cão tem, por centímetro, 500 kilos de pressão mandibular!!! Isso é uma verdadeira
brutalidade! Esse cão que atacou o jovem paranaense já havia atacado e matado o próprio
dono... O rapaz cuidava dos cachorros e não sabia disso.
O interessante vem agora: Na época do Império Romano, os romanos punham
esses cachorros na arena para brigar com outros animais. E eles enfrentavam até
elefantes!!! Não quero dizer que ganhavam a disputa, mas vejam que para atacar um
elefante é preciso de ferocidade, não é?
Então, esses animais não mudaram de comportamento, continuam ferozes ainda.
Estas coisas que eu estou dizendo são evidentes, eu sei bem. Mas é que têm certas
coisas que, apesar de evidentes, nem sempre a gente considera. Por que eu estou dizendo
o óbvio, então? É porque se o homem é capaz de constituir uma civilização, se é capaz de
progredir, de sair dos bárbaros do Skol, do leite de égua fermentado e do bife assado no
suor do cavalo, prova que o homem tem algo que o torna especialmente diferente do
animais. O homem muda de comportamento ao longo dos séculos, enquanto os animais
estão fixados nos seus.
Ninguém aqui ouviu dizer que existe uma cidade superbem-construída, onde os
habitantes são cavalos. Então a cidade de cavalalândia. “Uma coisa formidável, os cavalos
lá fizeram uma cidade estupenda! A gente vê um cavalo passando ao lado do outro e
dizendo:
— Então Sr. Cavalo Pereira, como está passando? E os filhos, como estão?
— Ah, vão bem, graças a Deus. E a sua mãe, já melhorou de saúde?”
Claro, isso não existe, nem é possível existir.
Mas nós costumamos definir o homem como um animal racional; não é isso? Então
dá impressão que a única diferença está nisso. Mas o homem é um animal racional porque
ele tem algo que não é animal, que é espiritual: chama-se alma.
A inteligência, a razão vem da alma do homem e é possível um homem progredir,
deixar de ser um huno, de ser vândalo, porque ele tem alma. Daqui a pouco explico
melhor essa questão.
Vamos ver alguns slides agora para que tudo isso fique muito mais claro na nossa
cabeça.
[Projeção de slides com personagens, monumentos, quadros, objetos, coisas que
mostram o progresso da civilização. Tudo evidentemente comentado.]
Alguém poderia objetar que não é tão certo assim que os animais não tem alma.
Poderia dizer:
— Não é verdade que os animais não progridem, pois se a gente ensina um animal,
domestica para um circo, por exemplo, ele faz coisas impressionantes.
Isto é verdade. Mas ele é incapaz de aprender sozinho, como se deu com o homem,

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e incapaz de ensinar aos outros, dar continuidade ao que aprendeu. Ele não ultrapassa o
que aprendeu, fica estagnado.
Mas assim como por estes slides vemos que o homem pode subir da condição de
bruto, progredir tanto porque tem alma, assim também a gente entende que só ele é capaz
de afundar tanto, decair tanto porque tem alma.
Vimos e está provado que o animal não progride, não se “civiliza", por assim dizer.
Mas também não afunda mais do que estava, não é capaz de afundar na sua condição.
Nem um de nós ouviu dizer que os ursos — para pegar de exemplo — agora se
tornaram mais ferozes do que antes, e estão formando quadrilha, invadindo cidades,
assaltando e matando gente, fazendo misérias, virando carros... Não acontece, isto é certo!
Porém com o homem isto se dá. A título de exemplo, queria mostrar um outro slide
que eu guardei que ilustra bem isso.
[Slide de meninos de uma tribo da África degustando um pão de moscas...]
O que nós estamos vendo agora parece um pão de farinha especial, talvez pão
preto, uma iguaria qualquer, no entanto é um pão de moscas! Parece inacreditável que
uma cabeça humana cogitasse de fazer isso, mas fez! E é um alimento disputado,
imaginem!
Já pensaram que o mesmo homem, o mesmo ser vivo que um dia apresentou ao
mundo um croissant criou o pão de moscas! E como isso é possível?
E é, é possível! Tendo alma, o homem tem inteligência, portanto tem lucidez para
escolher entre o bem e o mal. Está constantemente sendo puxado para cima ou para baixo.
Ele é capaz de atos de virtude ou de defeito, coisa impossível aos animais. Para nós
existem os Mandamentos, se cumprimos, subimos, se desrespeitamos, nos embrutecemos.

Conclusão: A razão indica ao homem que ele deve praticar o bem e rejeitar o
homem, a partir do momento que ele peca, ele falseia a razão, ele cria um raciocínio
qualquer por onde ele justifica o pecado, e com isso se animaliza.
Como explicar que uma mãe troque um filho por um gravador? Como explicar que
uma mãe atire seus filhos do alto de um prédio, pois não suportava ser solicitada por eles?
Que um pai mate toda a sua família incendiando sua própria casa?
Como explicar a santidade de uma mãe que só encontra paz quando vê a conversão
do filho, como Santa Mônica em relação a Santo Agostinho? Que um homem abandone
todas as suas riquezas e vá viver no deserto, como Santo Antão?
Se não é a vida da alma, não há como explicar a civilização ou a barbárie dos
povos, o pecado e a virtude. A Terra não seria outra coisa do que um imenso reino
animal...
* * * * *

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