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COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL E RODADAS DE COOPERAÇÃO :


PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA SETOR INDUSTRIAL

Autores: Paulo Antônio Zawislak, Edi Madalena Fracasso e Luis Felipe Machado
Nascimento

Resumo
A necessidade de adequação das empresas de autopeças gaúchas às novas
tendências competitivas, especialmente com a instalação no RS da GM, da Ford e da
Navistar, impõe um esforço efetivo de capacitação. Para elevar o nível de capacidade
tecnológica das empresas e, consequentemente, a sua competitividade, é necessário
identificar os gargalos tecnológicos cuja eliminação pode ser viabilizada a partir de
projetos cooperativos. O presente artigo descreve uma proposta de metodologia com
vistas à "construção" de uma Plataforma Tecnológica ou seja de uma seqüência de
atividades que culminam num foro de compatibilização entre as demandas
tecnológicas do setor de auto peças, com a oferta tecnológica, isto é, com o potencial
de transferência de conhecimento e de tecnologia das instituições do sistema de
Ciência & Tecnologia contribuirá na indicação de caminhos para a formação de
parcerias entre empresas gaúchas e instituições do sistema de C&T do Estado.

1. INTRODUÇÃO

Palavra em moda nos dias de hoje, a “competitividade” tem sido interpretada das mais
diversas formas. Desde o popular sinônimo para “competição”, até o acadêmico paralelo com
a série de características que uma empresa, um setor ou uma região teriam para enfrentar a tal
competição. No que diz respeito ao que aqui irá se propor, competitividade deverá ser
entendida, de certa forma, como anterior mesmo às duas definições.
Neste sentido, a competitividade, a partir do conceito de Coutinho & Ferraz (1994),
pode ser definida como a capacidade de uma empresa, um setor ou uma região usar, adaptar e
desenvolver tecnologia, bem como formular e implementar estratégias e políticas para
conservar e, sempre que possível, ampliar uma posição de mercado. Está se tratando a
competitividade como uma capacidade e não como um momento (a competição em si), nem
um determinado conjunto específico de vantagens (as características). A noção aqui almejada
é dinâmica, não estática. E, neste sentido, está diretamente ligada a capacidade que um agente
econômico tem de realizar mudanças em seus modos de fazer, seus processos, seus produtos,
suas técnicas gerências, enfim, em suas tecnologias. É a capacidade de inovação e, por isso,
capacidade de enfrentar e resolver problemas que poderiam significar a perda da posição de
mercado, logo, perda de competitividade.
Dito desta forma, a competitividade é função direta dos problemas identificados, das
soluções encaminhadas e das inovações alcançadas. Mais do que isso, a competitividade,

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O autores agradecem as contribuições de Juliana Lacerda, bolsista de iniciação científica do CNPq, das
mestres em Administração Thaise Graziadio, Rosane Marques e Janaína Ruffoni. na elaboração deste projeto
Agradecem também a participação dos mestrandos Cláudia Pereira, Gabriela Silva, Gustavo Martins, Júlia
Ambros, Maria Aparecida Lima e Ronei Ferigolo.

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enquanto capacidade, será função direta de informações, conhecimento e percepção
disponíveis, seja a partir de avanços da ciência e da tecnologia, seja pela própria experiência
de enfrentar mercados.
O que se tem visto, recentemente, são sinais claros de mudança nos padrões de
competitividade (leia-se: mudança nas capacidades necessárias para ser competitivo). No
Brasil, com a abertura do mercado, as empresas nacionais têm sido obrigadas a alterar
radicalmente sua forma de atuação. Empresas com condições de competir em mercados
globais, têm mantido e até ampliado suas fatias de marcado. Outras, porém, com nítidas
deficiências competitivas, têm enfrentado problemas tecnológicos de difícil solução. A falta
de soluções não só acarreta perda de competitividade destas empresas, como também acaba
por levar o setor industrial do qual fazem parte, a região na qual se localizam, e até o
desempenho do próprio país, para níveis abaixo daqueles considerados competitivos.
Como efetivar esta busca de soluções tecnológicas em um país onde a maior parte dos
setores industriais com vantagens competitivas (siderurgia, metalurgia) são as chamadas
“commodities industriais”, alguns segmentos agro-industriais onde os setores “motores” da
economia (por exemplo, complexo automotivo, bens de consumo não duráveis e grande parte
do complexo agro-industrial) têm nítidas deficiências competitivas e onde os setores difusores
de progresso técnico (bens de capital, eletroeletrônico, alta tecnologia) são minoritários?
Como alcançar soluções tecnológicas eficientes se, dado o baixo índice de investimento em
pesquisa e desenvolvimento por parte da indústria e do próprio país, as empresas não têm
estrutura para a inovação?
Neste contexto, a solução dos problemas tecnológicos identificados implica no
fortalecimento de relações entre universidades, centros tecnológicos, demais instituições de
pesquisa científica e tecnológica com as próprias empresas .
Visando adequar a necessidade de desenvolvimento tecnológico com a carência de
recursos é que se insere a noção de rodadas de cooperação.
Em uma clara alusão às já conhecidas “rodadas de negócios”,
As rodadas de cooperação funcionam como um foro de compatibilização da demanda
tecnológica, ou seja, dos problemas tecnológicos, das necessidades de soluções e das
oportunidades de inovação identificadas em determinado setor industrial, com a oferta
tecnológica, isto é, com o potencial efetivo de transferência de conhecimento e tecnologia das
instituições dos sistema de ciência e tecnologia para as empresas de determinado setor.
O objetivo deste artigo é descrever mecanismos para identificar problemas
tecnológicos e possibilidades de inovação, com vistas a estabelecer contratos de cooperação
para o desenvolvimento tecnológico, enfim, mostrar como se constituem tais rodadas de
cooperação, quais são seus elementos, suas etapas e quais resultados potenciais.
O artigo está dividido em cinco partes. Na próxima seção, será discutida a necessidade
de estabelecer contratos de cooperação para ganhar competitividade. A seção 3 aborda
questões relativas ao conteúdo que estará em jogo na relação de troca entre oferta e demanda
tecnológica. Na quarta seção, as rodadas de cooperação serão apresentadas a partir do
mecanismo agregador de informações de demanda e oferta, a plataforma tecnológica. A
última seção será dedicada a uma agenda de trabalhos para a plataforma tecnológica da cadeia
automotiva do Rio Grande do Sul.

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2. COOPERAÇÃO E COMPETITIDADE

Para entender a necessidade de serem estabelecidas rodadas de cooperação para


encaminhar soluções concretas a problemas tecnológicos existentes em setores industriais, é
preciso abordar o próprio conceito de cooperação.
A idéia de cooperação como estratégia competitiva surge na noção básica de que “dois
são melhores que um”. Em se tratando de relações competitivas, isto parece paradoxal. Mas a
união de forças e a complementação de competências têm surgido como uma nova opção de
desenvolvimento tecnológico a custos mais baixos.
Na verdade, a cooperação tecnológica aparece como um legítimo redutor das
crescentes dificuldades de adequação aos padrões de desenvolvimento tecnológico existentes.
Complexidade tecnológica, ampla distribuição das fontes de informação, velocidade de
inovação são fatores que têm aumentado os custos de investimento em pesquisa e
desenvolvimento, impedindo que muitas empresas e, por conseqüência, muitos países tenham
condições de acompanhar o ritmo requerido de inovação (Pisano & Teece, 1989). Nestas
condições, a divisão de custos, com a óbvia divisão de mercados, acaba sendo uma opção
viável uma vez que, ao se reduzir o risco do investimento, aumenta-se a chance de
sobrevivência (Zawislak, 1996a).
A cooperação pode ser dos mais diversos tipos, desde relações entre clientes e
fornecedores, até a criação de novas empresas por parte de empresas rivais, passando pela
clássica interação universidade-empresa. Em se tratando de cooperação interfirmas, o
nascimento da relação de troca (porque toda cooperação envolve, necessariamente, a troca de
ativos, por exemplo, o conhecimento de uma tecnologia pelo conhecimento de um mercado)
se dá pelo fato de ambos os parceiros terem, de modo espontâneo, informações sobre o
mercado em que atuam e , em função destas informações, poderem optar por realizar um
contrato de cooperação.
Mas em se tratando da relação de troca entre instituições de pesquisa e empresas, o
problema se coloca, justamente, no início do processo: o desconhecimento de um sobre o que
o outro tem para trocar. Este falta de conhecimento se dá pelo simples fato destes agente não
atuarem, a priori, no mesmo ambiente. Quanto isto acontece, ou seja, quando não há
espontaneidade para o estabelecimento de uma parceria, e tal relação sendo a melhor forma de
garantir sobrevivência, é necessário criar mecanismos para encaminhar tal relação.
As rodadas de cooperação são um destes mecanismos para estimular a interação entre
instituições de pesquisa e empresas. Através da capacidade destas em colocar em prática os
conhecimentos desenvolvidos por aquelas, é possível garantir o desenvolvimento tecnológico
necessário para que empresas, setores e regiões sejam competitivos.

3. PROBLEMAS E SOLUÇÕES; DEMANDAS E OFERTAS

Operações produtivas são rotinas eficientes para se alcançar algum objetivo. Se a


rotina é a tecnologia em uso, problema é tudo aquilo que impede o funcionamento adequado,
rotineiro, da tecnologia. Pois a existência destes problemas implica na existência de uma
necessidade por soluções. Como uma solução caracterizará o contorno do problema, ou seja, o
retorno a uma rotina, esta necessidade traduz, na verdade, uma demanda; no caso, uma
demanda tecnológica.
A demanda traduz, enfim, a necessidade de mudança (solução e inovação) a ser
realizada para recolocar esta tecnologia em uma nova rotina eficiente (Zawislak & Dagnino,
1997). Estes três conceitos se interrelacionam como mostra a figura 1.

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DEMANDA
TECNOLÓGICA

Fora da Rotina
PROBLEMA
Rotina

TECNOLOGIA

Fonte: Zawislak & Dagnino, 1997


Figura 1: Relação “Tecnologia-Problema-Demanda Tecnológica”

Através desta figura fica implícito, ainda, que, para se identificar as demandas
tecnológicas, não basta conhecer a tecnologia em si. É necessário conhecer os problemas que
estão envolvidos com o uso presente da tecnologia em questão. É necessário portanto saber
quais são os problemas existentes.
Toda demanda subentende uma oferta. Essas demandas podem ser supridas de modo
interno, pela própria empresa, constituindo-se em soluções oriundas de projetos próprios de
P&D e engenharia, ou então, supridas por agentes externos. Neste caso, trata-se de resultados
de pesquisas realizadas em institutos de pesquisa, universidades, outras empresas, etc., cujo
resultado é, posteriormente, aplicado à produção.
Em suma, para toda demanda (necessidade de solução de algum problema
tecnológico) haverá uma oferta (forma – interna ou externa - e conteúdo – mais ou menos
complexo - de alcançar a solução).
O que se desprende, porém, da análise do caso brasileiro (ver estudos mais detalhados
como Coutinho & Ferraz, 1994, Ferraz et al., 1996, e ANPEI,1995) é o fato da demanda
tecnológica, salvo algumas exceções, não ser suprida por uma oferta interna. Resta, então, a
oferta externa.
As rodadas de cooperação são, dito de modo simplificado, a oportunidade (estimulada)
de cruzar demanda e oferta tecnológica. Em outras palavras, é o momento onde os problemas
tecnológicos identificados em um setor industrial e suas empresas encontram capacidade de
resposta (soluções e oportunidades de inovação) nas instituições do sistema de ciência e
tecnologia voltadas para tal setor, podendo encaminhar projetos cooperativos.
Porém, a oportunidade de cruzar demanda e oferta, por não ser espontânea, deve ser
precedida de atividades que garantam, no momento certo (assim como o momento onde duas
empresas concorrentes em um mesmo mercado decidem cooperar), o acúmulo suficiente de
informações para subsidiar a relação de troca. Sem estas informações não haverá
possibilidade de ser estabelecido um contrato de cooperação.
As informações necessárias dizem respeito às características gerais dos agentes
(empresas e instituições) e ao levantamento de demandas e ofertas tecnológicas. De um lado,
é necessário proceder ao levantamento de informações relativas ao setor industrial e suas
demandas tecnológicas e, do outro, das instituições de ciência e tecnologia e do seu potencial
de oferta para o setor em questão. Este levantamento de informações deve ser dividido em um
conjunto de atividades (que serão detalhadas na seqüência) e que caracterizam o que o
PADCT (1998) chama de “plataforma tecnológica” de determinada indústria (setor ou cadeia
produtiva).

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4. PLATAFORMA TECNOLÓGICA

A plataforma tecnológica é o conjunto de ações que leva ao estabelecimento de


rodadas de cooperação.

“rodadas de cooperação”
INSTITUIÇÕES
CADEIA oferta TECNO-
demanda
PRODUTIVA tecnológica tecnológica CIENTÍFICAS

plataforma tecnológica

Figura 2: A Plataforma Tecnológica

O estabelecimento de uma plataforma tecnológica, por um lado, reforça o


conhecimento que se possa ter das demandas tecnológicas e, por outro, amplia as
possibilidades de estabelecer as ligações com a oferta existente através de projetos
cooperativos 1.
É importante que se elaborem pesquisas voltadas para identificar as necessidades e as
potencialidades, para não correr o risco de ações a partir de julgamentos subjetivos, baseados
em experiências pessoais, o que põe a perder recursos da comunidade. É somente após estas
pesquisas que se estará apto a fazer julgamentos sobre o tipo de tecnologia que deve ser
privilegiado e as ações empresariais que devem ser favorecidos em função de suas nítidas
capacidades produtivas e competitivas (Zawislak & Dagnino, 1997).
Por trás deste processo de identificação de problemas e levantamento de prováveis
soluções está, então, o estabelecimento de novos padrões de interação entre oferta e demanda
tecnológica. Este novo padrão subentende a realização de diferentes atividades que permitam
o estabelecimento de um conjunto robusto relativo ao setor industrial em questão, suas
demandas e a oferta existente. Neste sentido, três as atividades são necessárias antes de
estabelecer rodadas de cooperação. São elas Diagnóstico industrial; Demanda tecnológica (da
indústria); e Oferta tecnológica (para a indústria).

4.1. Diagnóstico industrial


Para buscar o aprofundamento no que tange os problemas tecnológicos de um setor, é
necessário, antes, conhecer o setor, seus segmentos e o ambiente onde se inserem. Isto
caracteriza o exercício de diagnóstico, que, como qualquer processo para identificar
informações estratégicas (base de informações), deve considerar, em um primeiro momento,
fontes de dados secundários (Boyd, 1994).
É necessário buscar definições gerais para o próprio negócio do setor e dos padrões de
competitividade em jogo. A partir de outros estudos, de trabalhos publicados e levantamentos
documentais diversos, é possível estabelecer o perfil geral do setor: quais países dominam,
quais regiões têm vantagens, quais são as principais empresas, quais são as tendências
tecnológicas e gerenciais em vigor, etc.

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Além de propostas de projetos cooperativos, outras ações podem resultar da prática de instalação de
plataformas, como a promoção de negócios, a criação de associações específicas e/ou de mecanismos
permanentes de informação, etc.

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Num segundo momento, informações básicas, como por exemplo as disponíveis em
cadastros industriais, ajudam a estabelecer um verdadeiro mapa específico do setor: as
empresas, os produtos, as relações de fornecimento, o padrão de agregação de valor.
Só então será realizado o exercício de aprofundamento necessário para estabelecer o
diagnóstico industrial. A partir do conhecimento amplo do setor e do detalhe empresarial é
possível traçar a especificidade do setor. O perfil do setor será levantado a partir de
indicadores, tais como níveis de produtividade, técnicas gerências em vigor, grau de
automação, formação de mão-de-obra, etc. Estes indicadores poderão ser obtidos com visitas
e contatos a uma amostra de empresas, entrevistas com especialistas e representantes do setor

4.2. Seminários para Identificação da Demanda Tecnológica


Dados secundários, oriundos do diagnóstico, são, provavelmente, o mais rápido e
econômico modo para o pesquisador verificar hipóteses (Boyd, 1994). Contudo, trata-se de
uma informação pouco significativa se utilizada sozinha, sem entrevistas ou outras fontes que
especifiquem determinados aspectos. É neste sentido que utilizar idéias de indivíduos para
descrever um contexto ajuda a revelar novos elementos, até então desconhecidos (e não
fornecidos pelos dados secundários).
É por isso que, na identificação das demandas tecnológicas, deverão ser realizados
workshops regidos a partir da aplicação de técnica de levantamento de informações com
grupo focal (representantes do meio empresarial).
Esta técnica se baseia na exploração da capacidade de percepção dos principais atores
ligados ao objeto-fim: os problemas das/nas empresas. “Um grupo focal é constituído,
normalmente, de seis a doze pessoas dispostas em um mesmo lugar a fim de discutir o tópico
de interesse” (Boyd, 1994).
Os seminários com grupos focais têm-se mostrado eficientes, pois reúnem várias
pessoas que interagem no mesmo setor, mas que, por terem visões diferentes umas das outras,
geram novas idéias. Além disto, esta técnica possui a vantagem de ser prática, econômica e de
aplicação rápida, quase imediata tendo uma duração aproximada de 3 horas (Zawislak &
Dagnino, 1997).
Uma vez com as pessoas, um moderador abre os debates, com breves comentários
sobre o propósito do encontro, o tópico a ser discutido, as definições gerais, um relato do
diagnóstico do setor em questão, e coordena o andamento das atividades a partir de uma
pergunta-chave: "quais os principais problemas tecnológicos de sua empresa?" (ver seção 3).
O quadro 1, abaixo, resume as oito fases dos seminários de identificação .

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Fase Atividade Forma de
Realização
A Apresentação e discussão de alguns conceitos (relação entre tecnologia, problema e demanda) para estabelecimento Exposição
de uma “linguagem comum” (ver seção 4.1) moderador
B Cada participante deve responder à seguinte pergunta: “quais são os principais problemas tecnológicos do seu Individual
setor?”. Para responder a pergunta, o participante escreve os problemas em seis cartões (dois para cada nível de
gravidade dos problemas - alto, médio e baixo).
C A partir da elaboração de uma lista de problemas (os cartões são colados em uma superfície à vista de todos), segue- Grande grupo
se o entendimento dos problemas pelo grupo, quando os participantes têm liberdade para alterar ou acrescentar
novos problemas, evitando o debate.
D Agrupamento dos problemas apresentados em “nuvens de problemas”. Grupos de 3
Intervalo
E Descrição de cada “nuvem de problemas” através de uma frase que sintetize os problemas ali contidos. Grupos de 3
F Elaboração do quadro de problemas, onde são distribuídos, em 9 quadrantes, os problemas de acordo com a Grande grupo
governabilidade das empresas do setor (total, parcial ou nula), no que diz respeito a soluções de curto, médio ou
longo prazo.
G Cada participante deve escolher um dos problemas que julgue ser o mais grave e sugerir uma solução. Individual
H Elaboração de um ranking, segundo a urgência de solução. Grande grupo
Encerramento Moderador
Fonte: Zawislak & Dagnino, 1997
Figura 3: Fases e Atividades dos Seminários

Para facilitar a interpretação das informações obtidas, o quadro de problemas


(relacionando governabilidade e prazo de solução) originado da fase F de cada seminário (ver
Figura 3) deverá resumir "nuvens” (de problemas, oportunidades) (fase D). É, justamente, daí
que surgem as demandas, elaboradas a partir de soluções propostas a estes problemas
genéricos (fase G) e escalonadas por prioridades (fase H). O ranking apresenta os problemas e
suas respectivas soluções.

4.3. Levantamento da Oferta Tecnológica


A interação entre as instituições do sistema de ciência e tecnologia e os mais diversos
setores produtivos da sociedade tem sido condição fundamental para o desenvolvimento
tecnológico. Na realidade,
“mais forte se [farão as instituições] quanto mais produtivo se fizer este diálogo, compreendido
como interação com o contexto social e o momento histórico. Trata-se essencialmente de
responder às questões cujo equacionamento possa beneficiar a comunidade em seu conjunto.
Para isso, [não só as universidades, mas as instituições de C&T em geral devem] (...) transmitir
e transferir aos diversos setores socais os resultados obtidos no ensino e na pesquisa”
(Fracasso, 1992, p. VII).
Mais do que isso, “verifica-se (...) que, muitas vezes, [as] tecnologias podem e devem
ser viabilizadas em conjunto com [as instituições de ensino e pesquisa]” (Fracasso, 1992, p.
VII).
Pois é no intuito de facilitar esta ligação, este “diálogo”, ou, como ressalta Fracasso
(1992) de permitir que a comunidade possa “conhecer e acessar o potencial de pesquisa (...)
para viabilizar a transformação do conhecimento em produtos e processos úteis à sociedade”
que o levantamento e a organização da oferta existente deve ser realizado.
Muitas destas instituições possuem “experiência, eficiência e agilidade de adaptação
para atender às demandas de uma sociedade em movimento” (Strohaecker, 1996, p. 4).
Movimento este que é caracterizando, essencialmente, pela dinâmica das atividades
industriais.
Trata-se na verdade de um duplo movimento, onde as instituições demonstram seu
potencial de transferência de conhecimento e, ao mesmo tempo, são abertas oportunidades de
consolidação em novas áreas. Por um lado, deve-se aproveitar a capacidade de pesquisa
instalada e colocá-la a disposição do setor industrial seja para a formação de recursos
humanos, para o desenvolvimento de processos e produtos relacionados aos mais diversos

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setores. Por outro lado, as novas parcerias abrem um horizonte novo de possibilidades de
pesquisa e futuras interações (Strohaecker, 1996).
De um modo geral, as instituições de pesquisa podem agir no sentido de qualificação,
certificação, estudos de viabilidade, estudo de problemas técnico-gerenciais, desenvolvimento
de produtos e processos, estudos de localização, capacitação de recursos humanos, enfim,
atender às necessidades específicas dos setores produtivo.
Para que tudo isto se torne realidade, baseando-se na busca de permanente satisfação e
qualidade para os dois lados do processo, é necessário proceder a um amplo trabalho de
levantamento do potencial de transferência de conhecimentos de certas instituições para
determinados setores industriais, bem como estabelecer uma forma de apresentar a oferta
existente.
O levantamento da oferta deverá poder disponibilizar um catálogo de oportunidades de
interação e projetos cooperativos. Neste catálogo, deverão estar contidas, além de
informações institucionais, detalhes relativos aos temas de trabalhos, às palavras-chave, à
descrição das técnicas disponíveis, às aplicações e produtos, ao estágio de andamento dos
trabalhos, à equipe técnica e pesquisadores responsáveis.

4.4. Rodadas de Cooperação


Levantadas as demandas e as ofertas tecnológicas relativas a determinado setor, é
necessário proceder a contraposição destas informações. Este objetivo é atingido através de
um seminário, com duração prevista de um dia, com representantes das empresas e
representantes das instituições tecnológicas. A partir das demandas identificadas e das ofertas
levantadas, empresários, técnicos, pesquisadores poderão estabelecer os primeiros contornos
de projetos cooperativos. Eis as rodadas de cooperação.
As rodadas de cooperação” deverão ser realizadas em local específicos, sob a
coordenação e moderação de agentes externos às realidade-alvo (setor industrial e
instituições). Elas são divididas nas atividades demostradas no figura 4, abaixo.

Fase Atividade
A Apresentação
B Apresentação Demandas dos Segmentos da Cadeia
C Apresentação Ofertas das Instituições do Sistema de C&T
D Formação de grupos de trabalho (GTs: representantes empresas e representantes instituições)
E GTs para encontros e estabelecimento de potenciais parcerias ("Rodadas de Cooperação")
F Encerramento: apresentação de resultados dos GTs e "Rodadas de Cooperação":
• estabelecimento de um "Termo de Referência" com visão sinóptica dos principais
problemas da cadeia
• encaminhamento de propostas de projetos cooperativos
• encaminhamento de propostas de soluções a problemas setoriais
Figura 4: “Rodadas de Cooperação” - Roteiro de Atividades

Um primeiro momento das atividades (de A a C) será dedicada à realização de


apresentações das demandas e das ofertas. Nesta oportunidade serão tratadas as linhas gerais
das informações recolhidas nas etapas anteriores do projeto. Serão realizadas, em um segundo
momento (D e E), as rodadas de cooperação. Por fim (atividade F), haverá uma atividade
conjunta, reunindo todos os participantes em um fórum para encaminhar soluções setoriais,
projetos mais amplos, etc.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS: UMA AGENDA PARA A PLATAFORMA DA
CADEIA AUTOMOTIVA DO RIO GRANDE DO SUL

O presente trabalho representou o esforço para construir um modelo de plataforma


tecnológica que seja adaptável e aplicável aos mais diversos setores industriais. Cabe, porém,
ressaltar que tal exercício de pesquisa tem por alvo prático a cadeia automotiva do Rio
Grande do Sul.
Neste caso, dadas as peculiaridades típicas do setor na indústria gaúcha, é importante
que se apresentem alguns fatores e considerações para a realização de uma pesquisa.

5.1. A Cadeia Automotiva do Rio Grande do Sul


O desenvolvimento de novas tecnologias passa por novos padrões de relacionamento
interfirmas. De um lado, as empresas montadoras estão adotando a estratégia do global
sourcing, com os chamados fornecedores globais para os sistemas e módulos que compõem o
automóvel. De outro lado, há o surgimento de novas técnicas de gerenciamento da produção,
como é o caso do “consórcio modular”, onde os fornecedores de sistemas integram o próprio
chão-de-fábrica da montadora, assumindo, assim, uma série de responsabilidades, antes
exclusivas das montadoras.
Além disto, para alcançar os objetivos de atratividade num mercado global, as
empresas devem investir em tecnologia que signifique custos menores e produtos de maior
qualidade. Mas, ao mesmo tempo, a escassez de recursos que normalmente caracteriza o setor
torna-se uma barreira (Zilber, 1998).
Em todos os casos, há uma nítida exigência de maior especialização e capacidade
tecnológica por parte deste novo tipo de fornecedor.
Diante disto, é fundamental que as empresas, a fim de não perder competitividade face
às novas exigências tecnológicas e face aos fornecedores globais busquem novas formas de
aumentar a velocidade de atualização tecnológica.
Mas para que um novo padrão seja alcançado, as empresas devem ter claramente
identificados seus gargalos tecnológicos, bem como poder contar com mecanismos eficientes
para encaminhar soluções concretas. É somente de posse deste conhecimento que se inicia um
caminho para recuperação competitiva da cadeia.
O Estado do Rio Grande do Sul tem sido caracterizado como o segundo pólo nacional
de componentes automotivos (sistemas, autopeças e matéria-prima) país apesar de ter contado
até o momento com grandes montadoras de veículos instaladas localmente (Sindipeças, 1996).
Segundo o Cadastro Industrial da FIERGS (1998), são mais de 200 fornecedores de
primeiro e segundo nível na cadeia produtiva, bem como importantes produtores de matéria-
prima. Devidamente articulado, este conjunto de relações (montadora - fornecedor de
primeiro nível - fornecedor de segundo nível – produtor de matéria-prima) pode vir a
constituir-se numa verdadeira rede de difusão tecnológica (ver figura 1).

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Figura 5: CONFIGURAÇÃO BÁSICA DA CADEIA AUTOMOTIVA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

MONTADORAS

FORNECEDORES DE MÓDULOS E SISTEMAS


direções hidráulicas semi-eixos homocinéticos alto-falantes rolamentos tanques de combustível
bombas hidráulicas juntas homocinéticas antenas para rádio válvulas pára-choques pintura automotiva
colunas de direção eixo de tração computador de bordo tubos de cobre espelhos retrovisores
amortecedores caixas de câmbio sensores de velocidade tubos de escapamento calotas
comandos hidráulicos tomadas de força alarmes rodas e aros pára-lamas
juntas universais módulos de controle pneus
Diferenciais relógios digitais câmaras de ar
termostatos rolamentos
FORNECEDORES DE PEÇAS BÁSICAS
parafusos forjados brutos engrenagens p/ câmbio molas de precisão material de atrito capacitores
rebites de alumínio forjados usinados coroa e pinhão anéis de válvulas lonas de freio transistores
ferram. P/ aparafusar estampados redutor planetário guias de válvulas pastilhas de freio escovas p/ motores
ferram. Industriais estampados de precisão componentes cardan anéis de pistão pisos/revestim. Borracha
braçadeiras peças fundidas pistões componentes plásticos
grampos microfundidos de precisão elastômeros
tirantes peças de aço injetado peças em fibra de vidro
mangueiras de borracha
FORNECEDORES DE MATÉRIA-PRIMA
aço p/ construção mec. Polietileno
Barras laminadas polipropileno borracha
Barras forjadas
Aços inoxidáveis

Fonte: A partir de FIERGS (1998) por Gustavo Muller Martins e Júlia Ortiz Ambros.

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Uma série de estudos (Calandro, 1995; Zawislak, 1996b; Zawislak et al., 1997;
Marques, 1997), porém, apresentam a cadeia automotiva gaúcha como sendo caracterizada
por baixo conteúdo tecnológico, restringindo-se sua capacidade tecnológica à “tropicalização”
de processos importados. Além disto, ela tem sido altamente dependente de relações
cooperativas com outras empresas 2.
Este conjunto de informações reforça a urgência de ações de desenvolvimento
tecnológico. Estas ações iniciam-se pela constatação de que o Estado possui vantagens, entre
elas, instituições de C&T que dispõem de ofertas tecnológicas, por vezes, subutilizadas,
quando não desconhecidas pelo setor. É neste sentido, então, que identifica-se já a
importância da relação de cooperação como estratégia competitiva para o setor: como uma
forma de elevar a baixa capacidade tecnológica existente.

5.2. Plataforma Tecnológica da Cadeia Automotiva do Rio Grande do Sul


Neste contexto de novos padrões de relações industrias, o tratamento dos gargalos
identificados, traduzidos, ao mesmo tempo, pela busca de soluções a problemas tecnológicos
existentes e pelo aproveitamento de reais oportunidades de inovação, implica no
fortalecimento de relações tecnológicas entre universidades, centros tecnológicos, demais
instituições de pesquisa cientifica e tecnológica, e as próprias montadoras, com as empresas
fornecedoras.
Pois é na busca de estabelecer mecanismos para identificar estes gargalos e as
possibilidades de inovação, com vistas a estabelecer contratos de cooperação para o
desenvolvimento tecnológico, que se insere a metodologia de trabalho apresentada e que será
tratada para o caso da cadeia automotiva.
O diagnóstico da cadeia automotiva deve levantar e analisar informações básicas
relativas à, por exemplo, padrões globais de concorrência, características do setor automotivo
no Brasil, perfil da cadeia no Rio Grande do Sul. Para isto devem ser utilizadas fontes
secundárias, tais como, literatura em geral, Cadastro Industrial, catálogos, bases de dados
eletrônicas, cadastros SINDIPEÇAS-RS e ANFAVEA, relatórios de Pesquisa, o Panorama
Setorial “Setor Automotivo” de Gazeta Mercantil, Investnews, homepages correlatas, entre
outros.
Além disto, são necessárias entrevistas e palestras para complementar levantamento de
informações, contatos e visitas em empresas da cadeia automotiva.
Como resultado do diagnóstico, deverá ser possível:
• Estabelecer os padrões de referência para o perfil das empresas nos segmentos da
cadeia: produtividade, técnicas gerenciais, grau de automação, nível de agregação de
valor à cadeia, nível de formação da mão-de-obra, etc.;
• Estabelecer uma arquitetura de sistema de informações para elaboração de base de
dados relativa à cadeia automotiva RS.
Os seminários para verificação das demandas tecnológicas devem ser realizados com
empresários representantes de cada um dos segmentos da cadeia automotiva (ver figura 1),
onde cada empresa fica encarregada de enviar um representante que possa, junto com os das
demais empresas, dar uma visão significativa dos problemas tecnológicos de seus respectivos
segmentos, ou seja, engenheiros de projeto, encarregados dos processos, gerentes.

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Tanto GM, como Ford, irão adotar no estado o “consórcio modular”, baseado na íntima cooperação entre a
empresa montadora e seus fornecedores que passam a estar instalados na própria fábrica. A GM já anunciou seus
onze consorciados, sem uma presença gaúcha sequer. A Ford, que deverá anunciar em breve seus parceiros,
garante que não haverá privilégios e que o “critério será a competitividade da empresa” (Gazeta Mercantil RS,
29/04/98, p.1).

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O conjunto destas atividades deverá dar, além do detalhe dos gargalos de cada segmento,
uma visão geral da demanda tecnológica da cadeia. O conjunto destas informações deve ser
integrado ao diagnóstico da cadeia, formando uma base completa.
A atividade de levantamento da oferta tecnológica de instituições de C&T ligadas à
cadeia automotiva deverá inciar por um cadastramento das instituições, para, só então
estabelecer vinculos viáveis entre instituções e empresas.
Este objetivo será atingido a partir das seguintes metas:
• consultar empresários do setor para determinação de fatores-chave de oferta;
• Identificar potencial de transferência de tecnologia (oferta tecnológica) de
instituições de pesquisa a partir de cadastros de oportunidade de interação
univesidade-empresa, lista de Grupos de Pesquisa, livros de pesquisa de
universidades, banco de dados da Rede Metrológica, informações junto organismos
diversos (Projeto Porto Alegre Tecnópole - Tecnópole a Domicílio, SEBRAE,
SENAI) e centros tecnológicos (CETEMP, Mecatrônica, CNTL);
• consolidar lista das Instituições do Sistema de C&T que realizam pesquisas e
trabalhos ligados aos diversos segmentos da cadeia automotiva;
• visitar instituições do sistema de ciência e tecnológica do Rio Grande do Sul;
• entrevistar pessoas-chave das organizações (pesquisadores, responsáveis por grupos
de pesquisa e coordenadores de núcleos, etc) para levantamento de informações
sobre a oferta tecnológica relativa à cadeia automotiva;
• processar informações e elaborar cadastro das instituições identificadas.
As Rodadas de Cooperação devem realizadas através de seminário “Plataforma
Tecnológica da Cadeia Automotiva do RS”, foro para apresentação das demandas e ofertas e
encaminhamento de projetos cooperativos ("rodadas de cooperação"). Esta é, em linhas
gerais, a metodologia proposta para a “construção” de plataforma para o setor automotivo. A
expectativa é que com a aplicação desta metodologia com grau de economia de tempo e de
recursos seja possível encaminhar a solução dos principais problemas tecnológicos de setores
industriais.

6. BIBLIOGRAFIA

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