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CIEP 158 – PROFESSORA MARGARIDA THOMPSON

Como inovar para trabalhar o Folclore na escola


Abordar as histórias do Folclore na escola ajuda a reforçar as tradições
regionais e nacionais, assim como conhecer, compreender e respeitar a
pluralidade cultural do nosso país
Esse é um tema bastante explorado pelas instituições de ensino brasileiras
como forma de ensinar e fortalecer a cultura popular do país, abordando
suas lendas e tradições. E existem inúmeras atividades possíveis para
comemorar o Mês ou o Dia do Folclore na escola (22 de agosto), mas
aqui neste artigo, nosso intuito é dar dicas de como você pode inovar na realização deste trabalho.
Vamos começar observando que o Folclore brasileiro é composto por diferentes manifestações populares,
como:
• Festas e Encenações
• Músicas e Danças
• Linguagem, Literatura e Tradições Orais
• Culinária
• Lendas e Mitos
Ou seja, vai muito além daqueles personagens já muito conhecidos e exaustivamente trabalhados nas
escolas. Tendo em vista todo este leque de oportunidades para se falar sobre cultura popular, dá para inovar
bastante e fugir um pouco do Saci!
Faça teatros e festas
Carnaval, Festa Junina e Folia de Reis são parte do nosso Folclore. Essas datas são comemoradas e
estudadas na sua escola? São celebrações que fazem parte da cultura nacional e muito admirada por nós – e
por aqueles que vêm de fora para conhecer o Brasil. Além destas festas e encenações mais conhecidas,
existem outras, como a Congada, de origem africana e mais popular em Minas Gerais, a Farra do Boi e as
Cavalhadas, famosas na região Norte do país, e a Festa do Divino, celebrada com toques distintos em cada
canto do Brasil.
Cante e dance
Samba, frevo e xaxado são danças típicas brasileiras, o repertório de músicas e estilos musicais para
trabalhar em sala de aula é muito vasto, você pode trabalhar a dança e a consciência corporal, pode trabalhar
o canto e o teatro, usar estes ritmos e suas melodias para criar atividades inovadoras em sala de aula. Além
disso, existem as conhecidas cantigas de roda, “Atirei o Pau no Gato”, “Escravos de Jó” e “Ciranda-
Cirandinha”. Difícil encontrar quem não saiba os versos destas músicas.
Explore provérbios, adivinhações e piadas
Quem não gosta de uma boa piada ou aquela adivinhação? Nosso Folclore também é composto por estes
pequenos contos e anedotas que facilitam o riso. E não podemos nos esquecer dos provérbios – ou ditados
populares, ensinamentos que há tempos não perdem a temporalidade e são passados de geração em geração.
Quanto sentido e sabedoria no conhecimento popular: “Dinheiro compra pão, mas não compra gratidão!”.
A Literatura de Cordel, as frases de pára-choques de caminhão e os trava-línguas são outros elementos da
linguagem folclórica que podem render atividades divertidas e didáticas em sala de aula. Todos envolvem
muita leitura, rima, enfim, muitos tipos de aprendizados.
Não se esqueça dos pratos típicos-
A culinária também faz parte do Folclore brasileiro. Feijoada, cuscuz, pão de queijo, moqueca, churrasco,
acarajé, vatapá, canjica, pamonha, pé de moleque, sarapatel, quibebe. Uma riqueza de nutrientes e cultura
para abordar com os seus alunos. A inspiração para criar estes pratos típicos e deliciosos vem direto da nossa
cultura, da mistura de cores e sabores que é o Brasil.
Use as lendas e os mitos
Por último, mas não menos importantes, os temas mais tradicionais. Os personagens – as lendas e os mitos –
do Folclore brasileiro despertam o interesse e a curiosidade dos alunos. São uma ótima forma de trabalhar o
tema, claro, mas o que quisemos mostrar aqui neste artigo é que não são a única forma de fazê-lo.
De qualquer maneira, é sempre interessante trazer as lendas e mitos para os trabalhos sobre Folclore na
escola. O que você pode fazer, se quiser inovar, é pesquisar personagens ainda pouco conhecidos, ou mais
populares em outros estados do país. Veja alguns exemplos abaixo:
• Capelobo: monstro com corpo de homem, focinho de anta ou de tamanduá e pés de girafa, que perambula
durante as noites, em busca de algum alimento, pelas bandas do rio Xingu. Adora comer as cabeças de cães
e gatos recém-nascidos. Também adora beber o sangue de gente e de outros animais. Só pode ser morto com
um tiro na região do umbigo. É uma espécie de lobisomem indígena.
• Corpo-seco: homem muito cruel, que surrava a própria mãe. Ao morrer, foi rejeitado por Deus e o Diabo.
Não foi enterrado, porque a própria terra, enojada, vomitou seu corpo. Assim, perambula por aí, com o
corpo todo podre, ainda cheio de ódio no coração, fazendo mal a todos os que cruzam o seu caminho. Há
relatos desta lenda nos estados de São Paulo, Paraná, Amazonas, Minas Gerais e na região Centro-Oeste.
• Mapinguari: monstro que ainda hoje atemoriza os moradores da floresta na região amazônica. Segundo as
descrições, o Mapinguari é uma criatura parecida com um macaco, mais alto que um homem, de pelo
escuro, com grande focinho que lembra o de um cachorro, garras pontiagudas, uma pele de jacaré, um ou
dois olhos e que exala um forte mau cheiro. David Oren, ex-diretor de pesquisa no Museu Paraense Emílio
Goeldi, afirma que a lenda do Mapinguari é uma reminiscência de possíveis contatos de homens primitivos
com as últimas preguiças gigantes que viveram na região. A persistência de relatos recentes de avistamento
levou cientistas a organizarem expedições à região, que não resultaram, contudo, em encontro com ou
identificação do animal.
Cultura, diversidade, pluralidade, aceitação são conceitos que devem ser trabalhados no ambiente
escolar a todo tempo, e o Folclore é só mais um dos meios de colocar isso em prática.

Projeto Folclore ( Ideia – Proposta)

Justificativa:
O folclore é uma das características fundamentais de nossa identidade nacional, através dele nossos alunos
desenvolverão senso de origem e pertencimento a um grupo societário maior, construindo sua identidade ao passo
que se tornam cidadãos cientes dos valores e princípios positivos da cultura brasileira.
A necessidade de manter viva a cultura popular de nosso povo, de forma a proporcionar e divulgar o conhecimento e
as informações tão necessárias na construção de nossa história e identidade, nos levou a desenvolver este projeto,
que auxilia na compreensão do “Hoje”, baseado em experiências anteriores, resgatando o “ontem”, sem que o
mesmo se apague com tempo e as novas gerações não tenham acesso a sua origem.

Objetivos:
• Proporcionar conhecimentos sobre o folclore brasileiro, identificando suas
características e valores.
• Resgatar tradições.
• Valorizar o folclore brasileiro.
• Resgatar brincadeiras e músicas folclóricas.
• Desenvolver identificação com a identidade nacional brasileira.
Metodologia / Estratégias:
• Exposição de objetos e brincadeiras típicas do folclore brasileiro como pipas, bilboquê, bolinhas de gude, lata-fone,
pé de lata, pião, peteca, vai e vem, artesanatos, entre outros.
• Montagem de painéis com literatura de cordel, trava-línguas, cantigas de roda, provérbios populares, O que é? O
que é?, parlendas e lendas com seus personagens tais como: Lobisomem, Iara, Boto cor-de-rosa, Boitatá, Mula sem
Cabeça, Boi Bumbá, Curupira, Cuca, Negrinho do Pastoreio e Saci-Pererê.
• Exposição de livros sobre o folclore;
• Montagem de painel sobre o autor Mario de Andrade, estudioso do folclore nacional.
• Exibição da peça teatral “Nosso Mundo, Nossa História, Nosso Folclore”.
• Circuito de brincadeiras folclóricas: telefone sem fio, mímica, amarelinha, pula corda, corrida do ovo, cabo de
guerra, dança da cadeira e corrida do saco.
• Degustação de arroz doce.

Materiais Utilizados:
Cartolina, fita adesiva, papel sulfite, EVA emborrachado, EVA com glitter, cola, feltro, textos, figuras impressas,
barbante, papel celofane e livros.

Avaliação:

Será realizada a partir da observação da participação e interesse dos alunos na exposição e outras atividades
desenvolvidas. Também serão distribuídos prêmios aos alunos ganhadores das competições do Circuito de
brincadeiras folclóricas.

Anexos:

TEATRO: NOSSO MUNDO, NOSSA HISTÓRIA, NOSSO FOLCLORE

PRÓLOGO – Ruídos de uma grande metrópole, como trânsito, sirenes, tiros, gritos, etc. Várias pessoas entram.
Vestem camisetas de cor cinza, que representam a poluição do lugar em que vivem. A música entra baixinha e vai
aumentando de intensidade, substituindo os ruídos. As pessoas, hipnotizadas pela música, tiram a camiseta cinza.
Por baixo do cinza, uma camiseta colorida. Começam a brincar de roda.

CENA 1: SE ESSA RUA FOSSE MINHA

Se essa rua

Se essa rua fosse minha

Eu mandava, eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes

Para o meu, para o meu amor passar

Nesta rua, nesta rua tem um bosque

Que se chama, que se chama solidão

Dentro dele, dentro dele mora um anjo

Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

Tu roubaste, tu roubaste o meu também

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

É porque, é porque te quero bem

CENA 2: CIRANDA, CIRANDINHA

Ciranda, Cirandinha

Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia-volta

Volta-e-meia vamos dar

O anel que tu me destes

Era vidro e se quebrou


O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou

Por isso, dona Eliane

Entre dentro desta roda

Diga um verso bem bonito

Diga adeus e vá-se embora

Eliane: Sou pequenininha,

Da perninha grossa,

Vestidinho curto,

Papai não gosta.

CENA 3: PARLENDA DO DOCE

O doce perguntou pro doce:

Qual é o doce mais doce do que o doce de batata doce?

E o doce respondeu pro doce

Que o doce mais doce do que o doce de batata doce

É o doce de batata doce.

CENA 4: ADIVINHAÇÃO

O que é? O que é?

Que está sempre na sua frente, mas você não vê?

Resposta: O seu nariz

CENA 5: ESCRAVOS DE JÓ

Escravos de Jó

Jogavam caxangá

Tira, põe

Deixa ficar

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue zigue zigue zá

CENA 6: PARLENDA DO TEMPO

O tempo perguntou pro tempo

Quanto tempo o tempo tem


E o tempo respondeu pro tempo

Que o tempo tem tanto tempo

Quanto tempo o tempo tem

CENA 7: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que quanto mais ela enxuga, mais molhada ela fica?

Resposta: A toalha

CENA 8: LENDA DO CURUPIRA

Agora vou contar para vocês sobre o Curupira. A lenda do Curupira faz parte da mitologia dos índios tupis-guaranis.
O nome deste herói das matas é formado pela junção dos termos curu, parte inicial da palavra curumim, menino, em
tupi-guarani; e pira, que quer dizer corpo. A versão mais conhecida é a do Curupira como uma espécie de anão, de
cabelos vermelhos e dentes verdes, protetor das árvores e dos animais. Torna-se um perigoso inimigo daqueles
caçadores que matam por prazer, e não por necessidade, e costuma quebrar os machados de quem tenta abater as
árvores. Seus pés virados para trás deixam rastros falsos, despistando os caçadores. Diz a lenda que quem o vê na
floresta perde o rumo e não consegue mais encontrar o caminho de volta. E também que é impossível capturá-lo.
Para atrair suas vítimas, o Curupira pode chamá-las com gritos que imitam a voz humana. De acordo com a crença,
ao entrar na mata a pessoa deve levar um rolo de fumo para agradá-lo, caso cruze com ele.

CENA 9: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que cai de pé e corre deitado?

Resposta: A chuva

CENA 10: O CRAVO BRIGOU COM A ROSA

O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O cravo saiu ferido

E a rosa despedaçada

O cravo ficou doente

A rosa foi visitar

O cravo teve um desmaio

E a rosa pôs-se a chorar

CENA 11: TEREZINHA DE JESUS

Terezinha de Jesus

De uma queda foi ao chão

Acudiram três cavalheiros


Todos três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

O terceiro foi aquele

Que Tereza deu a mão

CENA 12: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Enche uma casa, mas não enche uma mão?

Resposta: O botão.

CENA 13: ALECRIM

Alecrim, alecrim dourado

Que nasceu no campo

Sem ser semeado (bis)

Foi o meu amor

Quem me disse assim

Que a flor do campo

É o alecrim.

CENA 14: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que mesmo atravessando o rio não consegue se molhar?

Resposta: A ponte

CENA 15: HOJE É DOMINGO

Hoje é domingo, pé de cachimbo

O cachimbo é de barro, bate no jarro

O jarro é de ouro, bate no touro

O touro é valente, bate na gente

A gente é fraco, cai no buraco

O buraco é fundo, acabou-se o mundo.

Painel sobre o escritor Mario de Andrade, estudioso do Folclore Nacional


Sites com material sobre folclore:

https://novaescola.org.br/conteudo/20578/folclore-10-materiais-de-nova-escola-para-trabalhar-no-contexto-
presencial-e-hibrido

https://editoraopet.com.br/blog_opet/como-trabalhar-o-folclore-na-sala-de-aula/

https://www.institutoclaro.org.br/educacao/para-ensinar/planos-de-aula/folclore-lendas-brasileiras/

https://www.youtube.com/watch?v=CX2JbeQj8Mg

https://www.youtube.com/watch?v=kBMbL-hh4hA

https://www.youtube.com/watch?v=Pgm3eehm71o

https://br.pinterest.com/pin/419538521516072805/

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