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SÃO PAULO – SP
2011
MARISA EULÁLIO ROCHA
SÃO PAULO – SP
2011
R672h Rocha Maria Eulálio, Maria Eulálio.
259 f. ; 30 cm.
Bibliografia: f. 245-250.
Em primeiro lugar, a Deus, por sempre iluminar e guiar o meu caminho; Ao Prof. Dr.
Rafael Antônio Cunha Perrone, pelas sábias orientações, competência, disposição e
confiança, sempre presentes durante a realização deste trabalho; À Prof. Dra. Ana
Gabriela Godinho Lima e Prof. Dra. Rosana Helena Miranda, pela atenção, carinho,
sugestões e comentários apontados, essenciais para o crescimento deste trabalho;
Aos amigos pelo companheirismo e incentivo constante, em especial à Ianna e
Carla, amigas com quem divido esta conquista;
Obrigada!
RESUMO
Durante muito tempo, e até hoje, o hospital é encarado de uma forma negativa,
como sendo um local de morte, dor, sofrimento, dentre outros sentimentos. O
arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, que hoje se
destaca na área da arquitetura hospitalar, apresenta um novo olhar sobre as
instituições de saúde. O arquiteto propõe medidas projetuais que tornam os espaços
hospitalares menos frios e hostis, a fim de melhorar o bem-estar do paciente e
acelerar no seu processo de cura. A pesquisa, por sua vez, discorre sobre o
percurso do Lelé na consolidação dos hospitais da Rede Sarah, objeto de estudo
deste trabalho, com base nos conceitos da humanização do edifício hospitalar.
Descreve as transformações dos edifícios hospitalares ao longo do tempo e as
questões que foram enfrentadas por Lelé para a produção de uma arquitetura
hospitalar de maior qualidade.
Palavras Chave: João Filgueiras Lima, Lelé; Humanização Hospitalar; Rede Sarah
Kubitschek;
ABSTRACT
For a long time and even today, the hospital is perceived in a negative way, as a
place of death, pain, suffering, among other feelings. The Brazilian architect João
Filgueiras Lima, known as Lele, who now stands out in the field of hospital
architecture, presents a fresh look at health institutions. The architect proposes
measures projective spaces that make hospitals less cold and hostile in order to
improve the welfare of the patient and speed up the healing process. The research,
in turn, discusses the journey of Lele in the consolidation of the Rede Sarah
Kubitschek of Hospitals, the object of the present study, based on the concept of the
humanization of the hospital building. Describes the transformation of the hospital
buildings over time and the issues that were faced by Lele to produce a higher quality
of hospital architecture.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
1. HUMANIZAÇÃO ................................................................................................... 17
1.1. Saúde e Humanização ....................................................................................... 17
1.1.1. Definindo humanização ................................................................................... 17
1.2. As primeiras iniciativas de humanização do edifício hospitalar .......................... 20
1.3. O edifício hospitalar no Brasil ............................................................................. 27
1.4. Humanização da saúde pública do Brasil........................................................... 30
1.4.1. Programa Nacional De Humanização do Ambiente Hospitalar (PNHAH) ....... 31
1.4.2. Humaniza SUS ................................................................................................ 32
2. DIRETRIZES PARA A HUMANIZAÇAO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR ............... 36
2.1. O papel do arquiteto de edifícios hospitalares .................................................... 38
2.2. Atributos para a humanização do ambiente hospitalar ....................................... 40
2.2.1 Controle do ambiente ....................................................................................... 43
2.2.2. Suporte social .................................................................................................. 45
2.2.3. Distrações positivas ........................................................................................ 47
2.2.4.Luz.................................................................................................................... 51
2.2.6 Textura ............................................................................................................. 58
2.2.7 Aroma ............................................................................................................... 59
2.2.8 Som .................................................................................................................. 60
2.2.9 Forma ............................................................................................................... 62
2.3 Percepção/Psicologia Ambiental ......................................................................... 65
2.4. Exemplo de humanização: “The healing enviroment” ........................................ 69
2.4.1 The Pebble Project ........................................................................................... 70
3. JOÃO FILGUEIRAS LIMA “LELÉ”: ..................................................................... 73
3.1. Considerações sobre o arquiteto ........................................................................ 74
3.2. Lelé e os hospitais da rede Sarah Kubitcheck .................................................... 77
3.3. A concepção arquitetônica dos hospitais da rede Sarah .................................... 80
4. ESTUDO DE CASOS/HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK ................ 86
4.1 Hospital distrital de Taguatinga: a experiência .................................................... 89
4.2 Hospital Sarah Kubitschek Brasília ..................................................................... 90
4.2.1. Projeto de arquitetura .................................................................................... 114
4.2.2. Ampliações do hospital Sarah Kubitschek Brasília – CTRS – Brasília, DF, 1995
– 1997 ..................................................................................................................... 119
4.2.3. Humanização do hospital Sarah-Brasília....................................................... 123
4.3 Hospital Sarah Kubitschek Salvador ................................................................. 136
4.3.1 Projeto de arquitetura ..................................................................................... 151
4.3.2. HUMANIZAÇÃO DO HOSPITAL SARAH – SALVADOR .............................. 165
4.3.3 Centro de Tecnologia da Rede Sarah Kubitschek – CTRS ............................ 182
4.4 Hospital Sarah Kubitschek Lago – Norte ........................................................... 189
4.4.1 Humanização Sarah Lago Norte .................................................................... 200
4.5 Hospital Sarah Kubitschek Rio de Janeiro ........................................................ 217
4.5.1 Humanização do Hospital Sarah – Rio de Janeiro ......................................... 231
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 242
APÊNDICES ........................................................................................................... 249
LISTA DE ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO
A visita aos hospitais, por sua vez, foi de fundamental importância no sentido
de garantir mais consistência à pesquisa, onde a teoria pode ser vivenciada. Os
fatores estudados no capítulo 2 como atributos para a humanização são percebidos
claramente nas unidades. Os ambientes se adéquam perfeitamente aos objetivos
pelo qual foram criados: promover a cura; a tecnologia é empregada a favor dos
usuários; o edifício se desliga de padrões e prima por soluções menos onerosas e
ecologicamente mais corretas, como a substituição de ar condicionado pela
iluminação e ventilação natural , por exemplo.
1. HUMANIZAÇÃO
O hospital permanece com esse caráter até o começo do séc. XVIII, onde
surge um novo conceito de hospital: o “hospital terapêutico”, considerado uma
invenção relativamente nova por Michel Foucault em sua célebre conferência “O
Nascimento do Hospital”. A partir daí, a doença já passa a ser reconhecida como um
fato patológico e a preocupação com as questões espaciais e funcionais tornam-se
mais importantes.
Com base nessa forma diferente de se ver o mundo, houve uma mudança
na maneira de se organizar o hospital que, até então, utilizava-se a forma
do claustro, comum nas comunidades religiosas. Essa forma de
organização dos hospitais é banida em proveito de um espaço que deve ser
organizado medicamente. Além disso, se o regime alimentar, a ventilação, o
ritmo das bebidas e outras variáveis ambientais são fatores de cura, o
médico, controlando o regime dos doentes, assume, até certo ponto, o
funcionamento econômico do hospital, até então de privilégio das ordens
religiosas. (FOUCAULT, 2006, P.109)
As concepções e teorias de
Jacques René Tenon e Florense
Nightingale associados à utilização do
modelo pavilhonar de construção de
hospitais se disseminaram por todo o
ocidente. Na mesma época em que o
sistema pavilhonar se consolidava na
Europa como a forma mais perfeita da
arquitetura Hospitalar, na América do
Norte o modelo começava a ser
substituído por um novo paradigma: o
Figura 1.5 – Centro Médico de Cornell em Nova York.
partido arquitetônico de bloco compacto, Fonte: mtarquitetura.com.br/conteúdo/publicações/
HOSPITAL_TERAPEUTICO.pdf
com vários pisos, também conhecido
com o modelo vertical. (TOLEDO, 2004,
p. 97)
De acordo com Toledo (2004), depois do México, o Brasil foi o segundo país
da América do Sul a construir uma edificação destinada exclusivamente a receber
enfermos: o Hospital da Santa Cruz da Misericórdia de Santos, criado por Braz
Cubas em 1543.
28
De há uns dez anos pra cá, o Brasil tem dado ainda mais atenção ao
atendimento da saúde no país, estabelecendo alguns programas através do
Ministério da Saúde, que tem como foco principal a humanização no atendimento à
Saúde nos hospitais.
Como já visto o PNHAH tem como meta “promover uma mudança na cultura
de atendimento em saúde no Brasil” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Em 2003, por
sua vez, outro programa é criado pelo Ministério da Saúde, o Humaniza SUS, com
base na humanização, onde “lança mão de ferramentas e dispositivos para
consolidar redes, vínculos e a co-responsabilização entre usuários, trabalhadores e
gestores” e, além disso, também destaca o conceito de ambiência, ressaltando o
tratamento dado ao espaço físico “entendido como espaço social, profissional e de
relações interpessoais, que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e
humana” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
seguros. “Situações e condições que não se pode controlar, são aversivas e causam
estresse em qualquer ambiente, não só no hospitalar” (VASCONCELOS, 2004, p.
36).
Figura 2.3 – Exemplo de Sala de Espera que promove a socialização. Hospital Carol Ann Breast
Health Center, Oakland, CA.
Fonte: www.jainmalkin.com
47
Além das salas de espera e dos quartos, outros espaços devem ser
propostos pelos arquitetos para que aumente o suporte social, tais como ambientes
de reuniões, livrarias, espaços para lazer e, até mesmo, espaços para orações.
Figuras 2.4 e 2.5 – Área destinada para oração e Livraria. Hospital Carol Ann Breast HealtCenter,
Oakland, CA e Eisenhower Memorial Hospital, Rancho Milagres, Califórnia, EUA.
Fonte: www.jainmalkin.com
Figura 2.6 – Sala de Espera de Hospital Infantil. Derbyshire Children’s Hospital, UK.
Fonte: http://portal.uninove.br/marketing/cope/pdfs_revistas/exacta/exactav5n1/exacta_v5n1_3d25.pdf
49
Outro exemplo de sala de espera projetada para hospital infantil que possui
elementos para promover bem estar às
crianças é o Valley Children’s Medical
Center, Madera, Califórnia, EUA. Aí estão
presentes desde a mescla de cores frias
com cores vibrantes, até aquários e
brinquedos como, por exemplo, um
escorregador.
No consultório odontológico do
Dental Clinic, em Los Angeles, na
California, um retroprojetor foi colocado
no teto, com a intenção de distrair os
pacientes enquanto são atendidos.
Esse termo foi criado pelo psicólogo experimental, Robert Ader, que
constatou que o sistema imunológico era livre e soberano e tinha vínculo com a
mente. “Se refere à todas emoções que estão em jogo na patenogia das doenças
físicas que se associam às disfunções imunológicas, especialmente doenças
associadas a estados de relativa incompetência imunológica como câncer, infecções
e doenças alérgicas” (VASCONCELOS, 2004, p. 47).
Nesse sentido, segundo Gapell (1991), existem seis fatores que afetam o
bem estar físico e emocional dos pacientes, são eles: luz, cor, textura, aroma, forma
e som. A deficiência de um projeto arquitetônico de um edifício hospitalar que não
adote esses seis fatores de forma adequada pode gerar desconforto nos usuário e
atrapalhar no processo de cura dos mesmos, ao passo de que, aplicando
corretamente esses fatores, pode ser considerada parte importante no tratamento.
2.2.4.Luz
Tanto a luz natural quanto a luz artificial devem ser empregadas, visando a
qualificação dos espaços hospitalares, “principalmente quando o estado fragilizado
dos pacientes e sua longa permanência na instituição são considerados”
(VASCONCELOS, 2004, p.48).
52
Por outro lado, em ambientes onde a luz fria é empregada, pode causar o
desconforto e consequentemente uma certa impaciência por parte do usuário,
despertando a vontade de ir embora. Esta sensação de “frieza” de um ambiente, no
entanto, pode ser amenizada com o uso de cores, abajures e elementos de
comunicação visual.
2.2.5 Cor
O grau de reflexão dos efeitos das cores sobre as pessoas é grande, seja no
campo de trabalho, em uma área de repouso, ou em um leito de hospital. Caso
ocorram contrastes excessivos e intensos nos ambientes, pode causar desconforto
para o usuário desse determinado espaço.
56
Figura 2.16 – Kettering Health Network Skymore Figura 2.17 – Ohta Nishinouchi Hospital, Japão.
Hospital, EUA Fonte: Medical Facilities, 1995.
Fonte: Medical Facilities, 1995.
Outra característica das cores quentes e frias á a capacidade que elas tem
de afetar no conforto térmico dos ambientes. Embora a temperatura seja a mesma
as pessoas tendem a sentir mais frio em ambientes com tonalidades frias e calor em
ambientes com tonalidades mais quentes. As cores, portanto, são determinantes,
quando usadas corretamente, para amenizar o aspecto frio a que se associa o
hospital.
Portanto, não existem regras pré - estabelecidas fixas para o uso da cor.
Deve-se adequar a cada tipo de situação, considerando fatores como idade, cultura,
intensidade solar, tamanho do espaço e as atividades a que serão destinadas para
cada espaço.
58
2.2.6 Textura
As texturas para a arquitetura são como a moda para o corpo. A função das
nossas vestimentas não está apenas associada à proteção do corpo, mas existem aí
características intrínsecas que dizem respeito, por exemplo, à personalidade, à
cultura, dentre outros fatores relacionados a cada pessoa. Segundo Afonso,
Heidtmann Junior (2007), na arquitetura, as texturas utilizadas podem comunicar aos
usuários das edificações a sua época de construção, a época em que a intervenção
foi feita, ou uma nova função ou efeito plástico que se queira fazer identificável.
2007, p. 06 apud REIS, 2002) Portanto, os espaços podem ser enriquecidos pelo
uso adequado de determinadas superfícies, proporcionando conforto.
2.2.7 Aroma
A tensão e o medo podem ser driblados através do cheiro, é por este motivo
que, ultimamente, os hospitais vem adotando a aromatização com o intuito de
eliminar esse desconforto causado pelo cheiro característico do qual o associam.
60
Segundo Gappel (1991), o cheiro é o mais evocativo dos sentidos, tem uma
relação muito íntima com o lado emocional, e faz o caminho mais rápido de ligação
com o cérebro estimulando-o a resgatar memórias.
Algumas alternativas, por sua vez, podem ser utilizadas para aromatizar os
ambientes hospitalares, tais como o uso de saches, de aromatizantes de ambientes,
de arranjos florais e da própria vegetação. “As plantas, além de exalar bons aromas,
podem purificar o ar interno absorvendo toxinas, alegrando o ambiente e
promovendo o contato com a natureza” (VASCONCELOS, 2004, p. 57).
2.2.8 Som
Figura 2.20 – Zen Garden, Esenhower Medical Figura 2.21 – Zen Fountain in Garden, UCF Faculty
Center, Rancho Milagre, CA. Dental Practice, Los Angeles, CA.
Fonte: www.jainmalkin.com Fonte: www.jainmalkin.com
2.2.9 Forma
Quando isso não ocorre, o arquiteto deve planejar suportes que promovam
esse “isolamento”, tais como, cortinas fixadas no teto (Figura 2.22), biombos, ou até
mesmo elementos do mobiliário (Figura 2.23), que da maneira em que são
dispostos, podem funcionar como uma divisória.
Figura 2.23 – Rainbow Babies and Children´s Hospital Cleveland, Ohio, EUA.
Fonte: http://www.posarq.ufsc.br/defesas/dissertacao007.pdf
Um dos vilões nos hospitais são os corredores que parecem ser infinitos. A
disposição dos leitos deve ocorrer de forma a diminuir o percurso nesses corredores,
que tanto causam medo e ansiedade nos pacientes. Os corredores devem receber
um tratamento especial, para que fiquem mais agradáveis e causem a distração dos
que por ele transita. É o caso do corredor e circulação do Medical Clinic and
Wellness Center, na Califórnia, que por sinal, recebeu a certificação Gold do LEED
(Leadership in Energy and Environmental Design) e do corredor da Dental Clinic,
também na California. (Figura 2.24 e 2.25)
64
Figura 2.24 e 2.25 – Corredor do Medical Clinic and Wellness Center/ Dental Clinic
Fonte: www.jainmalkin.com
Pelo estudo dos hospitais da Rede Sarah, é possível perceber como estes
fatores são aplicados no Brasil e quais outros atributos adotados pelo arquiteto que
possibilitam a humanização desses hospitais.
Na arquitetura, por sua vez, além da relevância dos aspectos, tais como,
culturais, estéticos, construtivos e funcionais, considera-se também os fatores como
a percepção, satisfação dos usuários e “as implicações das intervenções em termos
de paisagem, propiciando a elaboração de propostas mais centradas no indivíduo
e/ou no social e nas implicações ecológicas das interferências realizadas” (ELALI,
1997).
Psicologia Ambiental, por sua vez, é essa área de estudos que existe em
comum entre os dois setores, Psicologia e Arquitetura, constituindo-se lócus, onde a
soma entre o conhecimento psicológico e o arquitetônico pode alimentar a produção
de um espaço mais humanizado (ELALI, 1997). Ela ainda afirma que:
Foi com base nessas pesquisas que o Center of Health Design decide
chamar atenção para a importância de aprimorar o grau da evidência da influência
do espaço na recuperação dos pacientes estimulando instituições, através do The
Pebble Project, a realizarem estudos de casos que relatem a importância do Healing
Enviroment na qualidade do cuidado, através de suas experiências e resultados.
Dentre eles pode-se citar o Rady Children’s Hospital & Health Center,
localizado em San Diego, na California, que tem como missão restaurar, manter e
melhorar a saúde e o potencial de desenvolvimento das crianças através da
excelência no atendimento e do cuidado com a instalação física da instituição.
Figura 2.28 e 2.29 – Rady Children’s Hospital & Health Center, San Diego, CA.
Fonte: www.rchsd.org
João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, nasceu no Rio de Janeiro,
em 1932, no bairro do Encantado, e passou a maior parte da sua infância na Ilha do
Governador. Formou-se em arquitetura pela Universidade do Brasil (atual
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), em 1955, bastante influenciado
nessa época pelo arquiteto e pintor Aldari Toledo.
Os arquitetos importantes então no Brasil eram: Vila Nova Artigas, Rino Levi,
Affonso Reidy e os três irmãos Roberto Marcelo, Maurício e Milton. Oscar Niemeyer
e Lucio Costa, naturalmente, e Carlos Leão. Mas os únicos a qual Lelé teve acesso
na época da faculdade foram Aldari Toledo e um pouco, Jorge Morera.
Pode-se dizer que a história da vida profissional do arquiteto Lelé foi sendo
esboçada concomitantemente às primeiras edificações erigidas em Brasília.
A oportunidade de participar de uma experiência de tal magnitude foi crucial
para seu amadurecimento, pois a complexa realidade apresentada
determinou que sua formação teórica seguisse empiricamente, em função
do conhecimento prático apreendido durante a execução das obras
(GUIMARÃES, 2003, p. 17).
E mais adiante:
Portanto, vale ressaltar que Brasília, para Lelé, tem uma conotação mais
concisa que a de uma simples conquista nacional. (...) A construção de uma
nova capital representou o ponto de partida, pois, ao participar dessa
história, Lelé conseguiu incorporar os conceitos de pré-fabricação que
orientaram os projetos executados durante a criação do CEPLAN e travar
um diálogo com os grandes mestres cariocas- Lúcio Costa e Oscar
Niemeyer, aprendendo avidamente a desconfiar o tipo de linguagem e as
ideias difundidas naquele dado momento (GUIMARÃES, 2003, p. 40).
Lúcio Cota, na apresentação do livro sobre a obra de Lelé afirma que ele
chegou na hora certa para preencher uma lacuna no desenvolvimento da arquitetura
brasileira, visto que ele enfrenta e resolve de forma racional, econômica e com
apurado teor arquitetônico os mais variados e complexos desafios que a sociedade
moderna programa e impõe.
considerada pelo mesmo como a melhor de sua vida. Dentre os amigos que
conhece em Brasília, também, ganha destaque o artista Athos Bulcão, que se torna
parceiro de Lelé nos seus trabalhos. São desse artista, a portas e painéis coloridos
que compõem as suas obras.
Para que se possa fazer uma análise mais precisa, se faz necessário, antes
de tudo, entender como que surgiu a Rede Sarah de hospitais. Destacam-se pelo
inovador sistema de tratamento conhecido como progressive care, onde o paciente,
de acordo com a sua evolução, vai mudando de sala, o que ajuda a melhorar
também o psicológico dos mesmos, mediante o tratamento com equipamentos e
procedimentos médicos específicos, em ambientes adequados. Esses ambientes
são exatamente o foco do estudo e análise dessa pesquisa, ilustrando as vantagens
que Lelé introduziu no sistema construtivo desses hospitais e que, portanto,
possibilitam provocar sensações agradáveis em pacientes e funcionários.
Outro diferencial de Lelé diz respeito ao baixo custo e curto prazo de suas
obras. Seus projetos para a construção de edifícios – em particular hospitais – são
todos com custos muitos reduzidos, aspecto relevante apenas para um raro grupo
de arquitetos que, além de dominarem o ofício de criar e construir, valorizam o lado
social das obras (BOTIN, 2008).
Diante disso, percebe-se que Lelé adota uma filosofia diferente e inovadora
para lidar com a recuperação motora e a saúde geral do paciente. Trata-se,
portanto, de um empreendimento da maior relevância no panorama do atendimento
médico-hospitalar nacional no país.
80
Assim como já foi dito anteriormente, Lelé possui uma forma diferenciada de
tratar os seus projetos hospitalares. Utiliza de maneira singular recursos que tornam
suas obras especiais.
Figura 3.2 – Cama-Maca concebida por Lelé. Figura 3.3 – Trolley também concebida por Lelé.
Fonte: Rebello e Leite, 2008. Fonte: Google Earth
Lelé possibilita, em suas obras, uma flexibilidade estrutural por meio do uso
de materiais e sistemas construtivos de tal forma que proporcione uma
maior adaptabilidade dos ambientes, fazendo com que o edifício hospitalar
não fique obsoleto, ultrapassado, pois permite mudanças sem afetar a
estrutura. O partido arquitetônico em construções modulares, além da
possibilidade da produção em série, possibilita a fácil manutenção e
instalações e o uso de paredes não estruturais ou divisórias removíveis
(RIBEIRO, 2007, p. 05).
Assim, os autores citados acima ainda afirmam que essas peças tornam-se
executáveis por qualquer pessoa, em qualquer lugar, que queira fazer uso de seus
sistemas construtivos para resolver as necessidades arquitetônicas específicas da
obra em questão.
1
Foi um dos mais importantes escritores da literatura alemã.
82
Para Lelé:
Sejam eles jardins, integrados aos espaços, e obras de arte espalhadas pelo
hospital, melhorando a qualidade espacial e a conseqüente melhoria do bem estar
do paciente, seja a utilização de iluminação e ventilação naturais, que possibilitam,
83
Lelé trabalha muito bem essa questão da escala do ser humano, reduzindo
dessa forma a distância entre o hospital e o paciente. Esta aproximação, por sua
vez, não diz respeito apenas a redução da escala dos seus compartimentos. A
2
Arquiteto e Professor adjunto do curso de Comunicação/Cinema da UniverCidade. Doutor em Psicologia Social
pela Uerj. Texto disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.118/3372
84
Guimarães (2003) destaca que “talvez a maior contribuição dada por Lelé à
história da arquitetura contemporânea resida nas conquistas obtidas no campo da
industrialização da construção, evidenciadas nos modelos sofisticados que aliam
tecnologia de ponta à criatividade”.
A rede Sarah, gerida pela Associação das Pioneiras Sociais (APS), foi
criada em 1976 com o nome de Subsistema de Saúde na Área do Aparelho
Locomotor, tendo seu primeiro hospital construído no intervalo entre os anos de
1976 – 1980, em Brasília, DF.
O projeto de Lelé para esse hospital foi fruto de treze anos de discussões
com o médico Aloysio Campos da Paz, co – fundador da rede juntamente
com o economista e engenheiro Eduardo Kértesz. A concepção do edifício
foi prenúncio da arquitetura adotada posteriormente nas demais unidades
da Rede, especialmente no que tange à organização espacial voltadas para
terapias baseadas na mobilidade dos pacientes e na permanência ao ar
livre (WESTPHAL, 2007, p.08).
Ainda, de acordo com esse autor, para atender a essas funções básicas, foi
implementado em Salvador um conjunto de edifícios com as seguintes destinações
industriais:
Segundo Lelé, nesse hospital foi possível experimentar algumas ideias que
foram aplicadas posteriormente à Rede Sarah.
áreas para possíveis ampliações, bem como para proporcionar terraços ajardinados
de ação terapêutica.
INTRODUÇÃO
No ano seguinte, esse projeto obteve fundos para a sua criação e o projeto
de arquitetura executivo começa a ser desenvolvido.
O Hospital Sarah Kubitschek de Brasília foi o que deu origem à Rede Sarah
e o primeiro trabalho realizado por Lelé para a Associação das Pioneiras Sociais
(APS), sendo construído no período que se estende entre 1976 e 1980. Segundo
Lelé (1999), aí foram introduzidas, pela primeira vez, as técnicas de terapia
baseadas na possibilidade de grande mobilidade do paciente.
3
Disponível em: www.sarah.br. Acesso em 05/10/2010.
92
FICHA TÉCNICA
Local: SMHS – Qd 101 – Bloco n.45 – Asa Sul – CEP 70334-900 – BRASÍLIA – DF
Arquitetura (equipe): Claudio Bois; Haroldo Pinheiro; Jacó Sanowcz; José Lourenço
de Souza; Kristian Schiel; Marlene Aparecida Freire; Marco Antônio Pinheiro;
Rubens Lara Arruda;
4
Dados retirados da dissertação de mestrado de RIBEIRO, Gislene Passos. Conforto Ambiental e
Sustentabilidade na Obra de João da Gama Filgueiras Lima (Lelé): Os Hospitais da Rede Sarah.
94
IMPLANTAÇÃO
5
Entrevista do arquiteto Lelé à revista AU, disponível em: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-
urbanismo/175/imprime104612.asp. Acesso em 04/10/2010.
95
Urbanização da área
96
SISTEMA CONSTRUTIVO
Figura 4.4 – Vista do espaço de internação. Divisões do espaço através de biombos ou persianas
móveis.
Fonte: Arquivo pessoal.
Esse partido justifica a flexibilidade tão defendida por Lelé. Apesar de ter
sido construído no final dos anos 70 e começo dos anos 80, o arquiteto já tinha a
visão de que possíveis mudanças ocorreriam visto o aparecimento de novas
técnicas e tecnologias, por exemplo.
99
6
Dados obtidos na visita guiada aos hospitais Sarah.
Figura 4.5 – Esquema pilar duplo. Instalações ocorrem entre um pilar outro.
Fonte: MINIOLI, 2007, p.63.
100
Outro sistema estrutural adotado por Lelé foi o que se baseia no uso de
elementos pilar – viga – laje, com grandes dimensões e vãos. Esse sistema adotado
para a construção do prédio de internação é intencional, visto a necessidade que o
arquiteto tem em garantir amplos espaços internos, com possibilidade de
flexibilidade do mesmo, além de sua integração a espaços verdes, em escala
adequada e com pé direito duplo.
101
Figura 4.7 e 4.8 – Viga vierendeel em dois momentos. No primeiro caso, aplicada na parede da varanda.
No segundo, aproveitando o pé direito duplo da varanda, são colocadas ao longo dos corredores do
nível superior.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 4.9 e 4.10 – Iluminação da circulação através da abertura da viga vierendeel. Vista da viga e o
fechamento com o caixilho de vidro.
Fonte: Arquivo Pessoal.
102
Figura 4.11 – Vista da enfermaria. Macas dispostas de frente para as aberturas da viga, permitindo a visão
do exterior.
Fonte: Arquivo Pessoal.
103
Esses vãos são vencidos através do piso formado por laje nervurada
também de 60 cm de altura x 1,15 de largura, dispostas no sentido transversal do
prédio.
Com a mudança das lajes para moldagem in loco, elas não seriam mais
apoiadas posteriormente nas vigas, mas passariam a ser concretadas
juntamente com elas, tornando o sistema engastado. A laje do terraço
continua pendurando-se na vierendeel externa (pois a traciona) e apoiando-
se na viga vierendeel interna (pois a comprime). Porém, no trecho interno
ao pavimento, a laje, que já estava pendurada na vierendeel do mesmo
pavimento, passou a estar pendurada também na viga vierendeel do
pavimento inferior, que é uma solução mais incomum ainda. Nesta viga de
baixo foi feita uma dobra, com 1,25 m (mesa de compressão) em sua parte
superior, fazendo com que a laje seja engastada nessa dobra em seu berço
superior, e não diretamente na viga, deixando um afastamento de 30 cm
entre ela e a laje. Segundo Lelé, em termos da estrutura esse detalhe não
seria necessário, mas foi usado para criar um nicho para abrigar as
instalações prediais (MINIOLI, 2007, p. 69).
Figura 4.14 – Vigas vierendeel fundidas separadamente e moldadas sobre escoramento provisório.
Fonte: MINIOLI, 2007, p. 66.
105
Figura 4.15 e 4.16 – Detalhe da montagem das vigas e foto da viga vierendeel moldada in loco.
Fonte: MINIOLI, 2007, p.66 e Arquivo Pessoal.
INSTALAÇÕES PREDIAIS
No Sarah Brasília não foi diferente. As instalações são postas de forma que
não fiquem estanques, permitindo, assim como nos ambientes, certa flexibilidade.
Apesar de não serem vistas, estas estão presentes de tal forma a serem acessíveis.
Minioli (2007), afirma que às obras de Lelé tem uma linguagem industrial, embora
não aparente como tal.
transversal a cada 1,15 m, nas lajes nervuradas. O trânsito vertical das instalações
se dá entre os pilares duplos.
Essas canaletas são conectadas a outras contidas nas vigas duplas e que
por sua vez ligam-se aos quadros parciais de distribuição fixados no bojo dos pilares
duplos.
107
Figura 4.19 e 4.20 – Calhas embutidas entre as vigas duplas por onde passam as fiações. Painéis de
distribuição.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.21 e 4.22 – Luminárias fixadas nas eletrocalhas. Vista das vigas duplas no teto da circulação do
hospital.
Fonte: Arquivo Pessoal.
108
Instalação de ar condicionado
SHEDS
Porém, segundo Lelé, esses componentes não foram bem executados, visto
que, ao longo dos anos foram apresentando problemas de infiltração. Como o reparo
em cada peça acarretaria em gastos muito elevados – já que não se sabia ao certo
de onde estava vindo a infiltração – a solução foi uma capa metálica sobre toda a
estrutura existente.
Com esse exemplo, vemos que as soluções são refinadas a cada projeto.
Os conceitos são mantidos, mesmo com mudanças requeridas durante o
desenvolvimento e detalhamento de um projeto arquitetônico. O trabalho realizado
com outros profissionais exige certas adaptações. A postura do arquiteto é de
promover, dentro das condições possíveis, um avanço em relação aos projetos
anteriores (MINIOLI, 2007, p.76).
TÉRREO
Na área destinada à espera, são organizados grupos definidos pela cor das
cadeiras. Estas são dispostas lado a lado e funcionam como uma forma de fácil
comunicação entre funcionários e pacientes, sendo cada um, de acordo com o seu
tratamento, destinado a uma cor das cadeiras de espera. Localizado em frente à
espera, está o ambulatório. Nesse espaço, são distribuídos boxes, onde ocorrem as
consultas. Cada ala do ambulatório também possui diferenciação através de cores,
referentes a cada grupo de espera, presentes na porta de acesso, nas cortinas dos
boxes e nas placas. (Figuras 4.30 e 4.31)
Figura 4.30 e
4.31 – Sala de
Espera e
Ambulatório.
Fonte: Arquivo
Pessoal.
115
PAVIMENTO TIPO
ENFERMARIAS
Figura 4.33; 4.34; 4.35 – Alojamento para acompanhantes. Vista do Corredor, vista do boxe com beliche e
banheiro.
Fonte: Arquivo Pessoal
RESIDÊNCIA MÉDICA
Este andar é destinado aos médicos convidados pelo hospital Sarah, já que
atualmente, o hospital não oferece moradia para os médicos residentes (MINIOLI,
2007, p. 58).
4.2.2. Ampliações do hospital Sarah Kubitschek Brasília – CTRS – Brasília, DF, 1995
– 1997
FICHA TÉCNICA
Arquitetura (equipe): Ana Amélia Ribeiro; Haroldo Pinheiro; Hurandy Matos; José
Fernando Minho;
CENTRO DE ESTUDOS
AUDITÓRIO
7
Dados retirados da dissertação de mestrado de RIBEIRO, Gislene Passos. Conforto Ambiental e
Sustentabilidade na Obra de João da Gama Filgueiras Lima (Lelé): Os Hospitais da Rede Sarah.
121
A boca do palco tem um vão livre de 24m, vencido por treliça metálica
apoiada em pilares contidos nas paredes laterais do corpo do palco.
Nas figuras abaixo pode-se ter uma ideia da configuração do espaço interno
desse novo auditório e de como a circulação é trabalhada.
Segundo Dr. Aloysio, este hospital foi construído com o intuito de concretizar
os seguintes ideais, estabelecidos por esse médico como norteadores para a
consolidação de um hospital mais humano.
Trabalhar: para que a utopia deste hospital seja educar para a saúde, de
tal modo, até que todos, protegidos da doença, dele não mais
necessitem;
Este espaço de concreto, aço e vidro existe para que qualquer ser humano,
rico ou pobre, seja atendido com dignidade e competência, de modo
rigorosamente gratuito e igualitário. Nenhum serviço que aqui se realiza,
pode ser cobrado (...). Caso você perceba a mínima tentativa deste princípio
fundamental, saiba que este espaço de entrega e de amor ao próximo terá
sido corrompido. Logo, não hesite: Saia, proteste! Não permita a violação do
seu direito de cidadania. Todos os que aqui trabalham, como verdadeiros
servidores públicos, devem retornar a você em serviços qualificados, o
imposto que você paga, como cidadão. Este é o princípio maior desta
instituição.
125
A obra de Lelé, por sua vez, é uma conversa entre arquitetura, engenharia e
design. O arquiteto busca usar a tecnologia a favor dos seus projetos, criando
soluções que respondam às expectativas para a finalidade com o qual o hospital foi
criado.
No Sarah Brasília há uma sintonia entre as peças criadas por Lelé com a
arquitetura como um todo. Além da função para qual são criadas, aliam beleza ao
edifício, característica considerada por Lelé, como fundamental, para um projeto de
arquitetura.
É com esse intuito que Lima firma parceria com o artista plástico Athos
Bulcão, responsável por dar vida às superfícies lisas das paredes dos hospitais da
Rede Sarah, onde esse arquiteto acredita e aposta nas cores vibrantes como
alternativas para transformar os espaços em ambientes mais alegres, sendo
paradigmático e contra a psicologia hospitalar que ditava a predominância de cores
neutras para acalmar o paciente.
Figura 4.42; 4.43; 4.44; 4.45 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Brasília.
Fonte: Arquivo Pessoal.
128
Figura 4.46; 4.47 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Brasília.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.48; 4.49; 4.50 – Integração dos ambientes com espaços verdes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
129
Figura 4.51; 4.52; 4.53 – Integração dos ambientes com espaços verdes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.54; 4.55; 4.56 – Integração dos ambientes com espaços verdes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.57; 4.58 – Vista da Enfermaria. Pacientes na varanda assistindo à uma apresentação
musical
Fonte: MINIOLI, 2007. Integração interior x exterior. Fonte: Arquivo Pessoal.
Com exceção do centro cirúrgico – que necessita que seu ambiente seja
hermeticamente fechado para evitar contaminações –, salas para exames e àquelas
que abrigam muitas máquinas, todos os outros espaços não possuem ar
condicionado. Por esses ambientes não precisarem de ventilação e iluminação
natural, ficam dispostos no subsolo.
Lelé também criou brises móveis, dispostos ao longo das paredes, a fim de
evitar a penetração direta do sol nos ambientes. A cor, tão defendida pelo arquiteto
está aí presente, quando o amarelo vibrante é atribuído para dar cor a este
elemento.
sempre assistido por um funcionário, tendo acesso aos mesmos com facilidade e
possibilitando-os comunicar-lhes possíveis insatisfações.8
Nas áreas onde existe qualquer tipo de perigo, tais como as salas que
contenham radiação intensa, placas advertem a entrada de pessoas nesses
ambientes.
Em salas de exame, como raio X, por exemplo, além da placa fixada à porta
indicando entrada restrita no ambiente, possui uma luminária , que quando acesa
(emitindo luz vermelha), indica que a sala está em uso e, portanto, a proibição da
entrada na mesma.
8
Dados obtidos na visita ao hospital.
135
INTRODUÇÃO
anos da proposta deste projeto, Lelé viu a Figura 4.72 – Sarah Salvador.
Fonte: www.sarah.br
necessidade de uma reformulação do
mesmo, onde previsto para ser construído com componentes em argamassa
armada, foi reproposto a partir da associação de técnicas diversas, o conjunto
portante e a cobertura em metal e os vedos, em alvenaria ou argamassa armada
(PEIXOTO, 1996; LATORRACA, 1999;).
FICHA TÉCNICA
Loca: Av. Presidente Tancredo Neves, 2782, Caminho das Árvores, CEP 41820090
IMPLANTAÇÃO
9
Dados retirados de textos expostos no CTRS Salvador.
139
Figura 4.75 e 4.76 – Topografia do terreno onde foi implantado o Sarah Salvador.
Fonte: arquivo CTRS
10
Dados retirados de textos expostos no CTRS Salvador.
140
PARTIDO
O hospital Sarah Salvador difere do HDAL de Brasília por ter sido construído
em um terreno de dimensões maiores, o que possibilitou a distribuição de todos os
setores dessa unidade, em um único pavimento.
Nessa unidade, porém, esses princípios ganham em valor por terem sido
construídos em grandes áreas, permitindo um contato mais próximo entre os
espaços internos e externos, privilegiados por grandes jardins e matas preservadas
(PEIXOTO, 1996; LATORRACA, 1999;)
SISTEMA CONSTRUTIVO
11
Disponível em: http://www.piniweb.com.br/construcao/premio-pini/artigo113380-1.asp Pesquisado em: 27 de
novembro de 2010.
146
Trabalhando junto com os sheds, para essa unidade, Lelé utiliza pela
primeira vez o sistema de ventilação através de galerias semi – enterradas que
funcionam não só para captar os ventos dominantes e dispor as tubulações do
hospital, mas também como fundação.
12
O Bidim é uma manta não tecida de filamento de poliéster parecida com um feltro.
148
Figura 4.82 e 4.83 – Esquema de ventilação através da tomada de ar do exterior pelas galerias.
Imagem interna da galeria.
Fonte: LATORRACA, 1999.
“No caso do arrimo projetado por Lelé essas armações são fixadas em um
dos extremos em placas, de argamassa armada, pré-moldadas. Cada placa
é composta por dois losangos. As peças pré-moldadas são encaixadas
umas nas outras, formando a parede. A criatividade de Lelé expressa-se
não só na forma de dispor as armações nas placas pré-moldadas, como
também em suas formas. Note-se que o desenho final é bastante agradável,
longe dos visuais enfadonhos das paredes nuas dos arrimos convencionais”
(REBELLO, 2008, p.124)
Figura 4.88 – Esquema das instalações do Sarah Salvador. Andar térreo e galeria semi-enterrada.
Fonte: Arquivo CTRS.
151
INTERNAÇÃO13
Entrada
Principal
Circulação Principal
Apartamentos Enfermaria
Enfermarias
Posto de Enfermagem
13
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
152
Entrada
Principal
Biblioteca
Auditório
14
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
154
15
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
155
Entrada
Principal
Fisioterapia
Hidroterapia
Varanda da Enfermaria
AMBULATÓRIO16
Entrada
Principal
Espera do Ambulatório
16
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
157
Figura 4.106 e 4.107 – Vista do Ambulatório para o salão social e para a entrada principal.
Fonte: Arquivo Pessoal.
RAIO X17
17
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
18
Aparelho dotado de iluminação especial para perfeita observação dos negativos ou chapas radiográficas.
158
ADMINISTRAÇÃO19
19
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
159
Circulação Principal
Figura 4.110 – Planta Baixa.
Fonte: LATORRACA, 1999.
Administração
INTERNAÇÃO E ALTA20
20
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
160
INTERNAÇÃO – 1 ESTÁGIO21
21
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
161
Entrada
Principal
CENTRO CIRÚRGICO22
22
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
162
Entrada
Principal
SERVIÇOS DE NUTRIÇÃO23
23
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
163
LAVANDERIA24
24
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
164
Figura 4.120 e 4.121 – Lavanderia e Expurgo de roupa suja do centro cirúrgico na lavanderia.
Fonte: Arquivo Pessoal.
SERVIÇOS DE LIMPEZA25
CENTRAL DE MATERIAL26
São setores mais isolados dos serviços gerais, sem comunicação direta ou
específica com qualquer outro setor do hospital. Por essa razão, estão localizados
25
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
26
Idem
27
É um condicionador de ar que utiliza água gelada ao invés de gás refrigerante.
165
na situação mais extrema dos pavimentos dos serviços gerais, tendo acesso interno
para a circulação principal e externo para o pátio de serviços.
28
Texto retirados dos painéis dispostos na entrada do Sarah Salvador.
166
29
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
168
O fluxo vertical de baixo para cima é garantido por dois efeitos associados:30
30
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
169
Figura 4.126 e 4.127 – Vista interna do hospital. Cobertura de sheds que favorecem no conforto dos
ambientes. Vista interna da galeria.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.128 – Esquema da ventilação nas enfermarias. Figura 4.129 – Vista interna a enfermaria.
Fonte: Arquivo CTRS. Fonte: LATORRACA, 1999.
Figura 4.132 e 4.133 – Vista das canaletas de ventilação nas paredes. Ventiladores acoplados às
calhas pra otimizar o conforto dos ambientes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Todos esses ventiladores são produzidos no CTRS, sendo estes fixados nas
calhas presentes entre as vigas duplas.
31
Entrevista concedida à PORTO, Cláudia Estrela, em 15 de abril de 2009, Brasília. Disponível em:
http://www.docomomo.org.br/seminario%208%20pdfs/168.pdf. Acesso em: 29 de novembro de 2010.
172
Figura 4.134 e 4.135 – Muros me argamassa armada com detalhes coloridos criados por Athos Bulcão.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.136; 4.137; 4.138; 4.139 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Salvador.
Fonte: Arquivo Pessoal.
173
Figura 4.140 e 4.141 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Salvador.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.142; 4.143; 4.144; 4.145 – Áreas verdes nos arredores do edifício.
Fonte: Arquivo Pessoal.
174
32
Disponível em http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/175/imprime104898.asp. Acesso: 29 de
novembro de 2010.
175
Figura 4.150; 4.151; 4.152; 4.153; 4.154; 4.155 – Vistas da área verde.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.162 e 4.163 – Área externa integrada aos corredores do Sarah Salvador.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.168; 4.169; 4.170; 4.171 – Imagens do centro de criatividade e de quadros produzidos
pelos pacientes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
180
INTRODUÇÃO
Figura 4,176; 4.177 – Corredor de entrada para o CTRS e encosta da colina onde está implantado o
Hospital Sarah.
Fonte: Arquivo Pessoal.
184
33
Trecho extraído do texto do ante-projeto do hospital Sarah Brasília. Fonte: Arquivo do CTRS.
186
FICHA TÉCNICA
Local: Av. Presidente Tancredo Neves, 2782, Caminho das Árvores – CEP 41820-
090 – SALVADOR-BA
34
Disponível em: www.sarah.br. Acesso em 05/10/2010.
190
FICHA TÉCNICA
Arquitetura (equipe): Ana Amélia Monteiro; André Borém; Neuton Barcelar; Sônia
Almeida;
INTRODUÇÃO
Segundo Latorraca (1999), o Sarah Lago Norte foi construído para atender a
essa demanda, com a intenção da implantação de um setor específico de tratamento
em um terreno ideal, situado às margens do lago de Brasília e doado à APS pelo
governo do Distrito Federal.
IMPLANTAÇÃO
35
Dados retirados da dissertação de mestrado de RIBEIRO, Gislene Passos. Conforto Ambiental e
Sustentabilidade na Obra de João da Gama Filgueiras Lima (Lelé): Os Hospitais da Rede Sarah.
192
PARTIDO
1.Estacionamento; 6.Ginásio;
Figura 4.201 e 202. Planta baixa. 2.Serviço; 7.Cais;
Fonte: Latorraca, 1999. 3.Internação; 8.Palco Flutuante;
4.Vestiários; 9.Galerias;
5.Ambulatório; 10.Escola de excepcionais;
194
SISTEMA ESTRUTURAL
Todos esses elementos que constituem a estrutura desses blocos são pré-
fabricadas produzidas no CTRS de Salvador, transportadas e montadas no local da
construção.
Assim como nos outros hospitais da Rede, no Sarah Lago Norte, Lelé
propõe um grande espaço, sem divisórias fixas. Nesse espaço estão localizadas,
além do ginásio, as alas destinadas para cada tipo de pacientes, crianças, jovens e
adultos, de acordo com a gravidade do problema de cada paciente e o tipo de
tratamento que irão receber.
Figura 4.224; 4.225; 4.226 – Corredor de acesso aos espaços/Imagem da parede vazada no galpão
destinado ao tratamento dos pacientes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Essa nova unidade projetada por Lelé também foi construída segundo os
princípios da humanização, a fim de garantir aos usuários maior conforto e maior
possibilidade de reabilitação.
Deslumbrante, cercada pelo verde e pelo lago. O terreno acidentado faz com
que a edificação fique em dois platôs distintos: o mais alto, onde estão o centro de
36
Anne-Lise Crhistesen fundou o Centro de Neurociências de Copenhague, na Dinamarca, em 1985.
37
Dados da Secretaria de Saúde do DF. Disponível em:
http://www.saude.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=24496 Acesso em: 05/10/2010.
201
Figura 4.231; 4.232 – Vista do nível mais alto onde estão o centro de estudos e a escola de
excepcionais para o nível inferior, onde está o bloco principal.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.235 e 4.236 – Acesso do nível inferior para o nível superior e vice versa.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Nas alas de tratamento, além das camas – macas, existem outros diversos
tipos de produtos desenvolvidos pelo arquiteto e pela equipe do hospital que
auxiliam no tratamento dos pacientes. São produtos desenvolvidos para exercitar o
equilíbrio e a recuperação motora dos pacientes.
Figura 4.262; 4.263; 4.264 – Mobiliário infantil desenvolvido por Lelé e desenvolvidos na própria
instituição.
Fonte: Arquivo Pessoal.
210
Figura 4.269 e 4.270 – Vista da varanda e do píer. Vista aproximada da varanda em frente a ala infantil.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.274 e 4.275 – Vista da área da piscina e do piso para treino de marcha.
Fonte: Arquivo Pessoal.
Figura 4.281 e 4.282 – Vista do corredor e detalhe do quadro produzido por pacientes.
Fonte: Arquivo Pessoal.
214
38
Dados da Secretaria de Saúde do DF. Disponível em:
http://www.saude.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=24496 Acesso em: 05/10/2010.
215
INTRODUÇÃO
Essa mais nova unidade, última da Rede a ser construída, foi inaugurada em
maio de 2009. O atendimento desse hospital é focado na reabilitação, que dá
chances ao paciente à reinserção no seu cotidiano, com qualidade de vida.
39
Dados da Secretaria de Saúde do DF. Disponível em:
http://www.saude.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=24496 Acesso em: 05/10/2010.
218
Figura 4.295 – Centro de Reabilitação Infantil marcado em vermelho e Hospital Sarah marcado em
laranja.
Fonte: Google Earth.
FICHA TÉCNICA
IMPLANTAÇÃO
Localiza-se em um terreno de 80.000 m², com lote que ocupa uma quadra,
próximo à Lagoa de Jacarepaguá, em uma região baixa e parcialmente inundada.
Tem uma ligação pavimentada de cerca de 700 m de comprimento com a Avenida
Salvador Allende e entrada principal pela Avenida Embaixador Abelardo Bueno, que
servirá de ligação entre o Hospital e o Centro de Reabilitação.
PARTIDO
40
Trecho do texto Técnica e Arte a Serviço da Cura, de LEAL, Ledy Valporto, retirado do site
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/175/imprime104830.asp, Acesso em: 03/12/10.
222
forros planos por sua vez são constituídos de peças basculantes de policarbonato,
guarnecidas por caixilhos metálicos. Os espaços compreendidos entre os forros e as
coberturas, com pé direito sempre superior a 4m, compõem, num só tempo, um
grande colchão de ar, ventilado e um difusor de luz solar que penetra pelos sheds.41
Serviços Técnicos;
Internação;
41
Trecho do texto Técnica e Arte a Serviço da Cura, de LEAL, Ledy Valporto, retirado do site
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/175/imprime104830.asp, Acesso em: 03/12/10.
223
Serviços Gerais;
O terreno, que era parcialmente alagado, foi aterrado até atingir a conta
1,80m acima do nível da Lagoa de Jacarepaguá. Nessa cota está situado o piso
técnico, que ocupa a projeção dos serviços técnicos, internação e serviços gerais.
42
Dados retirados de textos do CTRS Salvador
224
SISTEMA CONSTRUTIVO
43
Dados retirados de textos do CTRS Salvador.
228
ventilação flexível: quando está muito quente, este sistema é fechado, de modo a
evitar a entrada direta da luz do sol, o que provoca mais calor e quando a
temperatura está mais agradável, é aberto (PERÉN, 2006, p. 207).
Figura 4.304 – Vista da rampa desde o Segundo nível, sob a cobertura em arco
móvel e Vista dos arcos móveis sob a cobertura.
Fonte: PERÉN, 2006.
229
A estrutura do solário, por sua vez, é composta por plataformas que são
engastadas em cada um dos lados de um pilar de treliça metálica, rotulado ao nível
do solo. O sistema estrutural do solário é completado por quatro tirantes ancorados
no solo e no topo do mastro e que constituem também os apoios laterais das
plataformas.
231
Lelé afirma que a cada hospital o processo evolui, mas não com a intenção
de criar uma marca arquitetônica, mas sim a humanização dos hospitais.44
Para tanto, Lelé coloca em prática mais uma vez seus ideais para a
construção de um hospital humanizado. Flexibilidade e extensibilidade da
construção, padronização dos elementos construtivos, iluminação e ventilação
natural, integração dos espaços com áreas verdes, bem como a integração do
interior e exterior são aplicadas na elaboração do projeto para esse hospital.
44
Entrevista de Lelé à revista Veja, edição 1736 de 30 de janeiro de 2002.
45
Entrevista de Lelé à revista Veja, edição 1736 de 30 de janeiro de 2002.
232
Lelé afirma que cidades com o clima similar ao do Rio de Janeiro, o uso do ar
condicionado é indispensável. No entanto, deve-se haver a preocupação em poupar
o uso desse equipamento, visto o alto custo do mesmo e também a probabilidade de
trazer consigo problemas respiratórios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É a partir desse raciocínio que Lelé se destaca, por saber tratar de forma tão
coerente uma arquitetura que se adéqüe a todos, mesmo se tratando de usuários
com pensamentos, classe social e culturas por vezes, tão diferentes.
cada projeto. Com esse intuito foi que Lelé viajou para o leste europeu em busca do
conhecimento sobre a nova técnica construtiva que se utilizava por lá, a tecnologia
de racionalização do uso do concreto armado, utilizada naqueles países para a
construção em massa, durante o período de recuperação da segunda guerra,
considerada pelo arquiteto como ideal para ser aplicada no Brasil, enquanto um país
que não dominava a técnica da construção metálica.
Foi com essa técnica de pré-fabricação que foi construído o Hospital Distrital
de Taguatinga e o primeiro hospital da Rede Sarah, o Sarah Central de Brasília.
Logo depois, já na construção do Sarah salvador, o arquiteto já começa a utilizar a
técnica do pré-fabricado em argamassa armada, um material bem mais leve e
flexível, fácil de transportar e instalar, utilizando mão de obra de baixa
especialização.
E como ele mesmo diz: “A arquitetura só é boa para mim, se for boa para
todos, ai sim, me sinto realizado.”
242
REFERÊNCIAS
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projetos de ambientes de saúde. In: SANTOS, Mauro; BURSZTYN, Ivani (Orgs.).
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