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ANESTÉSIOLOGIA 01

SAIS ANESTÉSICOS

Definição = SUBSTÂNCIAS QUE INIBEM REVERSIVELMENTE OS PROCESSOS


DE EXCITAÇÃO E CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO SEM PRODUZIR
INCONSCIÊNCIA

PROPRIEDADES DESEJÁVEIS

-NÃO IRRITANTE AOS TECIDOS


-NÃO CAUSAR ALTERAÇÃO PERMANENTE NA ESTRUTURA DO NERVO
-TOXICIDADE SISTÊMICA BAIXA
-EFICAZ
-TEMPO DE INÍCIO DA ANESTESIA BREVE
-DURAÇÃO DA AÇÃO SUFICIENTE PARA COMPLETAR O PROCEDIMENTO
-POTÊNCIA PARA PROPORCIONAR ANESTESIA COMPLETA SEM O USO DE
SOLUÇÕES EM [ ] NOCIVAS
-NÃO PRODUZIR REAÇÕES ALÉRGICAS
-ESTÁVEL EM SOLUÇÃO E PRONTAMENTE BIOTRANSFORMADO NO CORPO
-ESTÉRIL

ANESTÉSICO LOCAL

-Impedem a geração e a condução de um impulso nervoso

-Bloqueio da via entre a origem do impulso e o cérebro

-O impulso abortado, impedido de chegar ao cérebro, não pode ser


interpretado como dor pelo paciente

ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS NERVOS

 Neurônio capaz de transmitir mensagens entre o SNC e todas as


partes do corpo
 Neurônios sensoriais (aferentes) - capazes de transmitir a sensação
de dor
 Neurônios motores (eferentes) - conduzem impulsos do SNC para a
periferia
NEURÔNIO

-É a celula que compõe o sistema nervoso

-100 bilhões de neurônios no encéfalo

-Funções dos neurônios: reagir a estímulos, transmissão da


excitação para outros neurônios, músculos e glândulas

Neurônio sensorial = Os neurônios sensoriais levam a


informação captada do ambiente externo até o sistema
nervoso, por meio dos receptores de estímulos (sejam
eles mecânicos ou químicos). Os interneurônios, grupo
de neurônios mais numeroso, transmitem o sinal dos
neurônios sensoriais ao sistema nervoso central.

DENTRITOS = Recebem o impulso nervoso

CORPO CELULAR = Processa o impulso nervoso, suporte metabólico

AXÔNIO = Transmitem o impulso nervoso a partir do corpo celular em


direção ao próximo neurônio
AXÔNIO

-Longo cilindro de citoplasma neural

-Envolto por bainha fina - MEMBRANA NERVOSA

-A excitabilidade e a condução dos nervos sensitivos são atribuíveis a


alterações que se desenvolvem no interior da membrana nervosa

MEMBRANA NERVOSA
As membranas biológicas são organizadas para bloquear a difusão de
moléculas solúveis em água, para ser seletivamente permeáveis a
determinadas moléculas através de poros ou canais e para transduzir
informações por receptores proteicos

-Estrutura não distensível flexível

-Constituída por uma bicamada de fosfolipídeos e proteínas, lipídeos e


carboidratos associados

-Os lipídeos estão orientados com suas extremidades hidrofílicas voltadas


para a superfície externa e suas extremidades hidrofóbicas projetando-se
para o meio da membrana

As proteínas são classificadas como proteínas de transporte (canais) e


como sítios receptores
-As proteínas canais são consideradas poros contínuos através da
membrana, permitindo o fluxo passivo de alguns íons (Na+, K+, Ca++)

-Outros canais são providos de “portões”, permitindo o fluxo de íons


apenas quando o portão se encontra aberto

PROTEÍNAS DA MEMBRANA NERVOSA

-Separa concentrações iônicas muito diferentes no interior do axônio


daquelas do exterior

-Em repouso - impede a passagem de íons

-Quando um impulso nervoso passa - a condutividade elétrica da


membrana aumenta e permite a passagem de íons

-O movimento desses íons proporciona fonte de energia imediata para a


condução de impulsos ao longo do nervo

FIBRAS NERVOSAS MIELINIZADAS

-Algumas fibras nervosas são cobertas por uma camada lipídica isolante de
mielina

-As fibras nervosas mielinizadas incluem todos os axônios, exceto os


menores deles

-Cada fibra nervosa mielinizada está envolvida por sua própria bainha de
mielina (forma especializada de células de Schwann)
-A camada mais externa de mielina consiste no citoplasma da célula de
Schwann e em seu núcleo

-Há constrições (nodos de Ranvier) localizadas a intervalos regulares (0,5 -


3 mm)

-Nodos de Ranvier formam um intervalo entre duas células de Schwann


adjacentes e suas espirais de mielina

-Nos nodos a membrana do nervo está diretamente exposta ao meio


extracelula

 As propriedades isolantes da bainha de mielina possibilitam que um


nervo mielinizado conduza impulsos de maneira muito mais rápida
que um nervo não mielinizado de tamanho igual

ELETROFISIOLOGIA DA CONDUÇÃO NERVOSA

-Para criar e "levar" o impulso nervoso, o neurônio precisa despolarizar a


membrana

-Potencial elétrico em repouso do nervo: -70 mV


[ ] iônica é diferente em cada lado da membrana
O interior do nervo é negativo em relação ao exterior
ETAPA 1 – DESPOLARIZAÇÃO

UM ESTÍMULO EXCITA O NERVO, LEVANDO À:


A) Fase inicial de DESPOLARIZAÇÃO
A carga negativa no interior do nervo vai diminuindo

B) Quando o potencial elétrico em declínio atinge um nível crítico, resulta


em uma Fase rápida de DESPOLARIZAÇÃO - POTENCIAL DE DESCARGA

C) INVERSÃO DE POTENCIAL ELÉTRICO


Interior do nervo é eletricamente positivo (+ 40 mV) em relação ao
exterior

ETAPA 2 – REPOLARIZAÇÃO

A) O potencial elétrico gradualmente se torna mais negativo no interior da


célula nervosa em relação ao exterior, até que seja o potencial de - 70 mV
novamente
A VARIAÇÃO QUE OCORRE DURANTE A DESPOLARIZAÇÃO É SUFICIENTE
PARA PROPAGAR O IMPULSO NERVOSO DENTRO DO NEURÔNIO

COMO OCORRE A COMUNICAÇÃO ENTRE OS NEURÔNIOS?

-Neurônios são células

-Apresentam características de células

-Transmitem a informação recebida dentro do próprio neurônio através


de sinais elétricos (impulso nervoso)

-Comunicação entre neurônios elétricos ocorre através de sinais


químicos (neurotransmissão)

ELETROQUÍMICA NA CONDUÇÃO NERVOSA

O processo de DESPOLARIZAÇÃO e REPOLARIZAÇÃO da membrana


depende de dois fatores:

1.[ ] de íons no interior e no exterior da membrana


2.Permeabilidade da membrana aos íons sódio e Potássio

Os gradientes iônicos diferem no meio intra e extra porque a membrana


nervosa exibe permeabilidade seletiva

ESTADO DE REPOUSO
Discretamente permeável aos íons sódio (Na+) Livremente permeável
aos íons potássio (K+) Livremente permeável aos íons cloreto (Cl–)

O K+ permanece no interior porque a carga negativa da membrana


restringe os íons positivos por atração eletrostática

O Cl– permanece fora da membrana porque a influência eletrostática


oposta força a migração para fora

O Na+ migra para dentro porque a concentração e o gradiente


eletrostático favorecem tal migração
Somente o fato de a membrana nervosa em repouso ser
relativamente impermeável ao sódio impede um influxo maciço desse íon
ELETROQUÍMICA NA CONDUÇÃO NERVOSA

Célula em repouso (-70 mV)


ESTÍMULO
= repouso garante que não haverá transmissão de impulso nervoso

ESTIMULO

Abertura canais de Na+


Entram 3 Na+ e saem 2 K+ = DESPOLARIZAÇÃO

(+ 40 mV)
Propagação do impulso nervoso = POTENCIAL DE DESCARGA =

Fechamento dos canais de Na+ Abertura dos canais de K+


= REPOLARIZAÇÃO

*DESPOLARIZAÇÃO ACONTECE PELA ENTRADA DE Na+

*REPOLARIZAÇÃO ACONTECE PELA SAÍDA DE K+

CANAIS DE NA+
DISSEMINAÇÃO DE IMPULSOS
-O impulso propagado trafega ao longo da membrana do nervo em
direção ao SNC
-Nervos não mielinizados: disseminação mais lenta pois uma corrente
maior é necessária para carregar a membrana

CONDUÇÃO SALTATÓRIA
MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

Os anestésicos locais agem nos CANAIS DE Na+, realizando um bloqueio


reversível nesses canais

cátion deanestésico local

BLOQUEIO NERVOSO NÃO DESPOLARIZANTE

Os anestésicos locais são classificados por sua capacidade de reagir com


sítios receptores específicos no canal de sódio:

1.Dentro do canal de sódio (anestésicos locais que são aminas terciárias)


2.Na superfície externa do canal de sódio
3. e 4. Em portões de ativação ou inativação (veneno de
escorpião)

AGENTE ANESTÉSICO
MAIORIA: AMINAS TERCIÁRIAS

São ANFIPÁTICOS

-Possuem características lipofílicas e hidrofílicas

-Parte lipofílica: derivados do ácido benzóico, amilina ou tiofeno

-Parte hidrofílica: amino derivado do álcool etílico/ácido acético

DERIVADOS DOS ÉSTERES OU DAS AMIDAS

-Os AL derivados de ésteres são hidrolisados em solução


aquosa

-Os AL derivados de amidas são mais resistentes à hidrólise

-São bases fracas

-Se combinam prontamente com ácidos para formar sais de anestésico


local - ficam muito solúveis em água e estáveis

-O pH de uma solução de anestésico local (e o pH do tecido em que é


infiltrado) influencia muito sua ação no bloqueio do nervo

-A acidificação do tecido diminui a eficácia do anestésico local

-Resulta em anestesia inadequada quando os anestésicos locais são


infiltrados em áreas inflamadas ou infectadas
-O processo inflamatório gera produtos ácidos

-O pH do tecido normal é de 7,4; o pH de área inflamada é de 5a6

-O pH das soluções sem adrenalina é aproximadamente 6,5

-Soluções contendo adrenalina têm pH em torno de 3,5

-O pH mais baixo tem mais probabilidade de produzir sensação de


ardência na infiltração, bem como início da anestesia mais lento

A elevação do pH de uma solução de anestésico local:


-Acelera o início de sua ação

-Aumenta sua eficácia clínica

-Torna sua infiltração mais confortável

-Por ser instável, a base do anestésico local precipita nas soluções


alcalinizadas, tornando pouco adequadas para uso

DISSOCIAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

NA FÁBRICA:

HCL (ÁCIDO CLORICO)+ AL CLORIDRATO + H20

ÁCIDO + BASE = SAL + ÁGUA

*** O SAL SERÁ SOLÚVEL***

É O QUE TEMOS DENTRO DO TUBETE ANESTÉSICO


PH DA SOLUÇÃO: +/- 5,5 (LIGEIRAMENTE ÁCIDO)

-Os anestésicos estão disponíveis para uso como sais ácidos


-Existem simultaneamente moléculas sem carga (RN) - base e moléculas
com carga positiva RNH - cátion
-A proporção de cada forma iônica na solução varia com o pH da solução
ou dos tecidos em torno
-pH ácido: maior parte da solução anestésica existe na forma catiônica

pH alcalino: equilíbrio se desloca para a forma da base livre

-O Pka (constante de dissociação) também influência na proporção


relativa das formas iônicas

-Pka = medida da afinidade de uma molécula pelos íons hidrogênio

-Quando pH = Pka exatamente 50% do AL existe na forma RN e 50% na


forma RNH+

-O Pka do anestésico local influência no tempo de início de ação do


anestésico local

-Quanto mais formas catiônicas o AL possuir, mais lento será seu início de
ação

-Quanto maior o pKa da solução anestésica, menos moléculas RN e maior


será o tempo de início de ação do AL

INÍCIO DA AÇÃO E DURAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS


DIFUSÃO: influenciada pelo gradiente de concentração

 Quanto maior a [ ] inicial do anestésico local, mais rápida é a difusão


e mais rápido é o início de ação

LIPOSSOLUBILIDADE: relacionada coma potência do anestésico


(capacidade do farmaco de realizar efeito farmacológico desejado)

-O aumento da lipossolubilidade permite que a anestesia penetre


mais facilmente na membrana do nervo

-bloqueio de condução mais eficaz em concentrações mais baixas

GRAU DE LIGAÇÃO PROTEICA

-Responsável pela duração da atividade do anestésico

-Os AL com maior grau de ligação proteica fixam-se mais firmemente aos
sítios receptores de proteínas e possuem duração de atividade clínica mais
longa

VASOATIVIDADE

-Afeta potência e tempo de duração do AL

-AL com mais propriedades vasodilatadoras promovem aumento da


perfusão sanguínea, sendo absorvido pelo compartimento cardiovascular
mais rapidamente, tendo duração da ação mais curta e redução na
potência

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