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PERFIL QUÍMICO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE LAVANDA

COMERCIALIZADOS EM BELO HORIZONTE


Enzo Mendes Leão 1, Clara Cardoso Costa 1, Ana Maria de Resende Machado1,
Esther Maria Ferreira Lucas 1
1
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Departamento de Química
E-mail: enzuleao@gmail.com

Dentre os óleos essenciais utilizados em aromaterapia o de Lavanda (Lavandula officinalis)


é um dos mais difundidos devido às propriedades ansiolíticas e analgésicas atribuídas à
presença de linalol e acetato de linalila[1]. Conforme a ISO 3054:2017[2], para que o óleo de
lavanda seja considerado próprio para uso em produtos fitoterápicos é necessário que este
atenda às concentrações máximas e mínimas destes metabolitos. Frequentemente, os óleos
comercializados apresentam problemas de qualidade ocasionados por adulterações ou pela
distorção das informações botânicas[3]. O presente trabalho objetivou avaliar a qualidade
dos óleos essenciais de Lavanda comercializados no Mercado Central de Belo Horizonte
através da análise cromatográfica de 4 amostras de marcas e preços distintos, que variam
entre R$ 5,00 e R$ 50,00. Estas foram diluídas e submetidas a análise por CG/MS.
Observou-se que três destas amostras, cujo preço foi entre R$ 40,00 e R$ 50,00,
apresentaram perfis químicos semelhantes, tendo o linalol e o antranilato de linalila, como
componentes majoritários. Nenhuma das amostras apresentou acetato de linalila, porém
todos demais constituintes detectados foram terpenos. Dentre estas 4 amostras, apenas uma
apresentou um contaminante da classe dos ftalatos. A amostra com menor custo apresentou
composição química bastante diversa das demais, com apenas 5 terpenos e substâncias que
não são características da lavanda, como 5 glicóis e 7 pertencentes a classe das fragrâncias
de almiscares sintéticos. Nessa amostra, embora não fosse majoritário, havia a presença do
linalol. Portanto, nota-se que nenhuma das amostras atendem a normalização vigente,
embora quatro possam ser identificadas como óleos oriundos da espécie vegetal em
questão. Além disso, a amostra com menor custo, possivelmente, não se trata de um óleo
essencial de lavanda, visto a presença dos glicóis e do de almíscar sintético.

REFERÊNCIAS
1
ALVES, Bárbara. Óleo Essencial de Lavanda (Lavandula augustifolia) no tratamento da
ansiedade. Dissertação (Bacharelado em Química) – UFSJ, São João del-Rei. 2018.
2Essential oil of lavandin Abrial (Lavandula angustifolia Mill. x Lavandula latifolia Medik)

French type. International Standard. ISO 3054. 2017.


3
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 4ed. Porto
Alegre/Florianópolis: Ed. UFRGS / Ed. da UFSC, 2002.

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