Você está na página 1de 30

Hipóteses do padrão a ar.

1. O fluido de trabalho é o ar, o qual circula continuamente em um circuito fechado,


sempre se comportando como um gás ideal.
2. Todos os processos que formam o ciclo são internamente reversíveis.
3. O processo de combustão é substituído por um processo de fornecimento de
calor a partir de uma fonte externa.
4. O processo de exaustão é substituído por um processo de rejeição de calor que
restaura o fluido de trabalho ao seu estado inicial.

Outra hipótese muito utilizada para simplificar ainda mais a análise é a de que o ar
tem calores específicos constantes, cujos valores são determinados à temperatura
ambiente (25 °C ou 77 °F).
Quando essa hipótese é utilizada, as hipóteses do padrão a ar são chamadas de
hipóteses do padrão a ar frio. Um ciclo ao qual se aplicam as hipóteses do padrão a
ar frequentemente é chamado de ciclo padrão a ar.
As hipóteses do padrão a ar anteriormente enunciadas permitem uma simplificação
considerável da análise sem desviá-la significativamente dos ciclos reais. Esse
modelo simplificado permite estudar qualitativamente a influência dos principais
parâmetros sobre o desempenho das máquinas reais.
VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM UM GÁS IDEAL

Para integrar as Equações, devemos conhecer as relações entre os calores específicos e a


temperatura. Entretanto, a diferença entre os calores específicos é sempre constante
Vamos considerar o comportamento de Cp0. Existem três possibilidades a serem examinadas.

1. Hipótese de calor específico constante

2. Equação analítica de Cp0 em função da temperatura, como aquelas indicadas na Tabela A.6

3. A terceira possibilidade é integrar os resultados dos cálculos da termodinâmica estatística, desde


a temperatura de referência T0 até qualquer outra temperatura T, e definir uma função
Essa função tem uma única entrada de temperatura. A Tabela A.7, para o ar, e a Tabela A.8, para
vários outros gases, foram construídas dessa maneira. A variação de entropia entre qualquer um
dos estados 1 e 2 pode ser calculada do seguinte modo:

As Tabelas de Gases Ideais, A.7 e A.8, fornecem os resultados mais precisos.


As equações apresentadas na Tabela A.6 obtemos boas aproximações.
A hipótese de calor específico constante fornece menor precisão, exceto para gases monoatômicos e para
outros gases a temperaturas inferiores à do ambiente.
Observar que todos esses resultados são parte do modelo de gás ideal, que podem, ou não, ser adequados
para um dado problema específico.
Processo isentrópico: Processo adiabático reversível.

Considerando o calor específico constante (análise aproximada)

Um processo isentrópico é
um caso particular de um
processo politrópico em que
o expoente é 𝑛 = 𝑘.
Calores específicos variáveis (análise exata)

Quando a hipótese de calor específico constante não é apropriada,


devemos usar uma relação isentrópica obtida a partir de

0 0
𝑃2 0 0
𝑃2
0 = (𝑠𝑇2 −𝑠𝑇1 ) − 𝑅 ln 𝑠𝑇2 = 𝑠𝑇1 + 𝑅 ln
𝑃1 𝑃1
0
𝑠𝑇2 0
𝑠𝑇2
0 0
𝑃2 𝑠𝑇2 −𝑠𝑇1 𝑃2 𝑒𝑅 𝑃𝑟2 = 𝑒𝑅
=𝑒 𝑅 = 𝑃2 𝑃𝑟2
𝑃1 𝑃1 0
𝑠𝑇1 0 = 𝑃𝑟 : pressão relativa
𝑒 𝑅
𝑠𝑇1 𝑃1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
𝑃𝑟1
𝑃𝑟1 = 𝑒𝑅

𝑣𝑟: volume específico


relativo
O CICLO BRAYTON
O ciclo padrão a ar Brayton é o ciclo ideal para a turbina a gás simples. Esse ciclo teórico é utilizado sem
mudança de fase, com um fluido de trabalho gasoso.
Ciclo padrão a ar Brayton
O ciclo de turbina a gás
aberto pode ser
modelado como um ciclo
fechado utilizando as
hipóteses do padrão a ar

(a) Ciclo aberto


(b) Ciclo fechado.
1-2 Compressão
isentrópica (em um
compressor)
2-3 Fornecimento de
calor a pressão
constante
3-4 Expansão
isentrópica (em uma
turbina)
4-1 Rejeição de calor a
pressão constante
1-2 Compressão isentrópica (em
um compressor)
2-3 Fornecimento de calor a
pressão constante
3-4 Expansão isentrópica (em
uma turbina)
4-1 Rejeição de calor a pressão
constante

variações das energias cinética e


potencial são desprezíveis
Os processos 1-2 e 3-4 são
isentrópicos e P2 = P3 e P4 = P1.
𝑟𝑝 é a razão de pressão e k =cp/cv é a razão dos calores
específicos. Sob as hipóteses do padrão a ar frio, a eficiência
térmica de um ciclo Brayton ideal depende da razão de pressão
da turbina a gás e da razão dos calores específicos do fluido de
trabalho. A eficiência térmica aumenta com esses parâmetros, o
que também acontece nas turbinas a gás reais. Um gráfico da
eficiência térmica em função da razão de pressão é mostrado
para k =1,4, que é o valor da razão dos calores específicos para o
ar à temperatura ambiente
A temperatura mais
alta do ciclo ocorre ao
final do processo de
combustão (estado 3),
e é limitada pela
temperatura máxima
que as pás da turbina
podem suportar. Isso
também limita as
razões de pressão que
podem ser usadas no
ciclo.

Para um valor fixo para a temperatura na entrada da turbina (T3), o trabalho líquido por ciclo aumenta com a razão de
pressão, atinge um máximo e, em seguida, começa a diminuir. Assim, deve haver um compromisso entre a razão de pressão
(e consequentemente a eficiência térmica) e o trabalho líquido produzido. Com um menor trabalho realizado por ciclo, um
maior fluxo de massa (portanto, um sistema maior) é necessário para manter a mesma potência, o que pode não ser
econômico. Na maioria dos projetos, a razão de pressão das turbinas a gás varia de cerca de 11 até 16.
𝑝2
𝑟𝑝 =
𝑝1

𝑝2
𝑟𝑝 =
𝑝1
Nas usinas de turbina a gás, a razão entre o trabalho do
compressor e o da turbina, chamada de razão de consumo de
trabalho, é muito alta.
Em geral, mais da metade do trabalho produzido na turbina é
usada para acionar o compressor.
A situação é ainda menos favorável quando as eficiências
isentrópicas do compressor e da turbina são baixas. Esse fato
contrasta com as usinas a vapor, nas quais a razão do consumo
de trabalho é de apenas alguns pontos percentuais. Isso,
porém, não é nenhuma surpresa, pois em usinas a vapor um
líquido é comprimido em vez de um gás, e o trabalho no
escoamento em regime permanente é proporcional ao volume
específico do fluido de trabalho.
Uma usina com alta razão de consumo de trabalho exige uma
turbina maior para fornecer os requisitos adicionais de energia
do compressor. Assim, as turbinas utilizadas nas usinas de
turbina a gás são maiores do que aquelas usadas nas usinas a
vapor com a mesma produção líquida de potência
O ar entra no compressor de um ciclo padrão a ar Brayton (fechado), a 0,1 MPa e 15 °C. A
pressão na seção de descarga do compressor é de 1,0 MPa e a temperatura máxima no
ciclo é 1 100 °C. Determine:
1. A pressão e a temperatura em cada ponto do ciclo.
2. O trabalho no compressor, o trabalho na turbina e o rendimento do ciclo.
Admitiremos, para cada um dos volumes de controle analisado, que o ar se comporte como gás ideal,
que o ar apresente calor específico constante (avaliado a 300 K), que cada processo ocorra em regime
permanente e que as variações de energia cinética e potencial nos processos sejam desprezíveis.
Uma usina a turbina a gás que opera em um
ciclo Brayton ideal tem razão de pressão de 8. A
temperatura do gás é de 300 K na entrada do
compressor e 1.300 K na entrada da turbina.
Utilizando as hipóteses do padrão a ar,
determine
(a) a temperatura do gás nas saídas do
compressor e da turbina,
(b) a razão de consumo de trabalho e
(c) a eficiência térmica.
A variação de calores específicos com a temperatura deve ser considerada
(a) As temperaturas do ar nas saídas do
compressor e da turbina são determinadas pelas
relações isentrópicas: Processo 1-2 (compressão
isentrópica de um gás ideal):
Diferenças entre ciclos de turbinas a gás reais e idealizados

O ciclo da turbina a gás real difere do ciclo Brayton ideal em


diversos aspectos.
Um deles é que alguma queda de pressão durante os processos
de adição e rejeição de calor é inevitável.
Mais importante é o fato de que o trabalho de compressão real
é maior, e o trabalho realizado pela turbina é menor por causa
das irreversibilidades.
As diferenças entre os comportamentos reais do compressor e
da turbina e os comportamentos isentrópicos idealizados
podem ser consideradas utilizando as eficiências isentrópicas
da turbina e do compressor como

onde os estados 2r e 4r são os estados de saída reais do


compressor e da turbina respectivamente, e os estados 2s e 4s
são os estados correspondentes ao caso isentrópico.
Considerando uma eficiência para o compressor de 80% e uma
eficiência para a turbina de 85%, determine (a) a razão de
consumo de trabalho, (b) a eficiência térmica e (c) a
temperatura na saída da turbina do ciclo de turbina a gás
discutido no Exemplo anterior.
(b) Nesse caso, o ar deixa o compressor com temperatura e
entalpia mais altas, as quais são determinadas como

As irreversibilidades que ocorrem dentro da turbina e do


compressor fizeram que a eficiência térmica do ciclo de turbina a
gás caísse de 42,6% para 26,6%.
(c) A temperatura do ar na saída da turbina é determinada por um balanço de energia na turbina:

Você também pode gostar