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Censura

Ambos os textos, “A pluralidade das censuras e das propagandas da ditadura” de Carlos


Fico e “os donos do tempo: jornalistas e historiadores” de Beatriz KUSHNIR, discutem
sobre a censura no período ditatorial no Brasil. Carlos Fico inicia o seu texto
problematizando a questão dos “porões da ditadura”, expressão usada para designar as
praticas repressivas do regime militar, especialmente as torturas e as mortes.

Segundo Carlos Fico, essas praticas foram denunciadas na primeira fase do regime
militar pela imprensa, porem com inicio da censura política dos jornais, foram
escondidas da população. Um aspecto importante que Carlos Fico salienta em seu texto
é a discussão sobre a censura, ele afirma que no período ditatorial não houve apenas
uma única censura, mas sim duas. Antes de 64 havia uma lei de censura, esta integrava
na rotina dos teatros era uma censura moral, que zelava pelos atentados morais e aos
bons costumes, após 68 ela passa a ser política. Calos Fico afirma que ate o ano de
1973 o regime apesar de praticar a censura política ela negava a sua existência, nesse
mesmo ano uma ação obrigou ao governo a admitir a pratica da censura com base no
AI-5.

O autor mostra ainda a dicotomia entre o “legal” e “revolucionário”, segundo ele essa
dicotomia buscava legitimar as ações dos militares, ou seja, as ações que eles
praticavam era ao mesmo tempo legal e revolucionaria, pois era necessário acabar com
os subversivos.

A autora Beatriz KUSHNIR discute a questão da censura focando principalmente no


trabalho dos jornalistas. Ela afirma que muitos jornais e jornalistas foram afetados pelo
AI-5. Muitas redações foram invadidas, depredadas e ate destruídas. A autora cita o
exemplo do jornal o estado de são Paulo, onde a ação sensória manteve no jornal por
mais de seis anos, o jornal teve que preencher espaços com outras matérias, geralmente
era estampado na capa do jornal receitas e poemas, como forma de ironizar a noticia que
deveria ter saído naquele espaço. Beatriz discute a ideia de “autocensura”, segundo ela
para que a imprensa não deixasse de existir é adotada a autocensura. A autora ressalta
que a autocensura não foi praticada pela maioria dos jornalistas, existiram jornalistas
que colaboraram com o regime e outros que resistiram e se opuseram.

A autora faz ainda uma analise do trabalho do historiador e do jornalista, segundo ela o
historiador e o jornalista se aproximam e se afastam, se aproximam pelo fato de
poderem falar sobre o tempo presente e se afastam enquanto aos métodos, pois o
segundo ela o jornalista é apressado, escreve para o esquecimento, enquanto que o
historiador não se preocupa com a hora e procurar escrever os fatos com rigor para
repassar informações confiáveis.
Tortura

No texto intitulado, “mortos sem sepultura EM CENA: A ESCOLHA E A FORMA” a


autora Maria Abadia Cardoso aborda o tema da tortura no Brasil no ano de 1977. Essa
discussão é realizada através da analise da peça teatral “Mortos sem sepultura” que
esteve em cartaz no período de 1977 a 1978, o texto discute a tortura no Brasil durante
o período ditatorial, e mostra como e porque ela acontecia.

Analisa como essas três instancias “a tortura o torturado e o torturador” podem ser
pensadas no Brasil nos anos de 1977. Durante a ditadura militar a pratica da tortura se
institucionalizou Com isso, praticas como prender, violentar e até eliminar que fazia
oposição ao regime, eram validas. As marcas da tortura em muitos casos não são
superadas, a autora mostra relatos de pessoas que cometeram suicídio após serem
torturadas. Traz ainda relato de Jacob Gorender, que descreve com riqueza de detalhes
as praticas da tortura que acontecia com inúmeros métodos e crueldade. Ao avaliar a
tortura no Brasil a autora afirma que ela se legitimou como política de Estado. A autora
problematiza a pratica da tortura, mostrando que se a tortura fere os direitos humanos,
como essa pratica durou 20 anos no Brasil. Para os militares a tortura foi legitimada,
era legal e necessária para acabar com a subversão no país, sendo assim, para eles, não
estariam passando por cima dos direitos dos indivíduos estavam salvando o país da
subversão.

Enfim, o texto traz uma importante discussão sobre a tortura, a autora traz elementos
importantes para compreender o período, alem da analise do espetáculo, relatos,
analise de fotos e documentos para que possamos compreender melhor o que foi a
tortura na ditadura militar no Brasil.

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