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CINEMA E A PRODUÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL

Por Camila Lutfi Cásper


A arte é o reflexo de uma sociedade e, no Brasil, o cinema assumiu o principal papel de
construir a identidade nacional. Contudo, as artes sempre foram menosprezadas pela
população brasileira e o desincentivo às produções artísticas reflete em um país com
um povo de baixa capacidade crítica.
O cinema é um espaço importantíssimo para analisar a história da nação e também
para compreender as críticas de cada época. Ele forma a identidade do brasileiro
porque seu caráter engajado evidencia a situação do país e representa uma face
importante de representatividade.

CINEMA E A PRODUÇÃO DA IDENTIDADE


O papel da arte é criticar. Positiva ou negativamente, ela critica algum ponto da
sociedade e influencia a reflexão do espectador. No cinema, isso não poderia ser
diferente: além de criticar, ele representa a sociedade e carrega a história do país
desde o estilo de produção até o produto final.
O cinema, assim como toda arte, encontra-se em constante mudança e sua trajetória é
completamente diferente em determinadas épocas, por exemplo, no Cinema Novo,
depois o Cinema Marginal e logo na criação da Embracine, em meio à Ditadura Militar
e suas tensões políticas; também a retomada das pazes com a população com o
cinema nacional nos anos 2000 a partir da produção de O Auto da Compadecida e a
criação da Ancine, promovendo um estopim de filmes de todos os gêneros, rendendo
várias indicações ao Oscar, como foi o caso de Cidade de Deus e abrindo uma grande
vertente para os filmes de entretenimento e comédia sucessos de bilheteria, como
Minha Mãe é uma Peça.
Entretanto, há ainda muito preconceito das produções nacionais porque as pessoas,
por muitas vezes, não entendem que a arte, além do intuito de entretenimento, é feita
para desconstruir
padrões e provocar
desconforto e reflexão
do espectador. O reflexo
da sociedade estará
gravado para sempre na
história, mas a
sociedade continua a
querer desviar o olhar
das críticas. Devido a
isso, o cinema brasileiro
ainda se encontra muito desvalorizado e frases como “Ah, não! É filme nacional, não
quero ver!” são comuns hoje.

REPRESENTATIVIDADE DA CULTURA NACIONAL


Além do seu caráter crítico, o cinema, considerado como
produção audiovisual, também é um dos principais veículos
propagadores de representatividade. Filmes que abordam a
diversidade cultural do país são potenciais de ampliação da
visão de mundo das pessoas. O poder de influência das
artes conta muito com a capacidade de representar a
diversidade brasileira, pois a pluralidade de experiências
enfatiza a necessidade de desconstrução das bolhas sociais
existentes.
Porém, a representatividade no Brasil continua sendo uma
enorme batalha. A permanência da discussão sobre a
repercussão de conteúdos LGBTQIA+, o fato de ainda ser
estranho para vários indivíduos encontrar negros e
indígenas interpretando papéis superiores e a falta de
representatividade de todos os tamanhos de corpos revela
uma situação escandalosa.
Compreender o cinema como identidade nacional está
diretamente ligado à compreensão do Brasil como uma
nação. Em um cenário como esse, há muito o que se
aprender do cinema brasileiro e, principalmente, a entendê-
lo como uma forma de julgamento e reflexo do mundo.
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