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Narrativa
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por um teste para provar sua identidade. Odisseu e Penélope se reencontram e,
assim, a narrativa chega ao seu desfecho.
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eles estão presentes o uso de personagens contarem suas histórias e relatos,
trazendo para a realidade de eventos, e com relatos cheios de vida e emoções, é
possível entender a proposta de vender não só a realidade vivida pelo locutor que
transmite a história, mas também o imaginário turísticos, motivando a projeção de
abrir portas para outros viajantes poderem experienciar as mesmas aventuras (ou
similar) ao relatado.
Junto aos relatos podemos ver a diferença de costumes e hábitos em um
ambiente tão próximo , como o arquipélago grego e outros ambientes do
Mediterraneo, é possível reconhecer objetos da identidade cultural grega, romana e
de outros povos como os fenícios e alegorias filosóficas, com seres mitológicos,
como os deuses, semideuses e outros fenômenos fantásticos. É interessante de ver
as diferentes de maneiras de cada indivíduo passar seu relato ao próximo e as
diferentes maneiras de costumes e hospitalidade, como exemplo, onde em um
ambiente, Telêmaco, filho de Ulisses, é recebido com um banquete de diversos tipos
de carne de carneiro e seus meios hospitaleiros o oferecem passeios ao centro da
cidade e viagens de cavalo, ao mesmo tempo, Ulisses é recebido com vinho amargo
misturado com mel, e diversos banquetes de carne suína e especiarias.
É natural imaginarmos que por se tratar de séculos atrás, Ulisses é um
viajante e não um turista, mas além disso, ele vivencia as experiências, se mescla a
elas e consegue absorver parte da mensagem e do conhecimentos que cada
experiência o fornece, o viajante Ulisses e Telêmaco não só passam e vivem
diferentes experiências, mas também causam diferentes efeitos nos lugares
visitados e carregam um pouco desses lugar para o futuro lugar que será alvo de
visita, ou simplesmente carregam esse conhecimentos até a terra natal.
Além de ser um exemplo de relato de uma viagem, mesmo que fictícia, a obra
de Homero nos mostra outro conceito trabalhado, a alteridade. Embora não usada
de forma pacífica, Ulisses demonstrou alteridade no embate contra Polifemo,
abstraindo de seus costumes e tentando entender o que um Ciclope valorizava,
testando presenteá-lo com vinho, o que teve sucesso pois o ciclope nunca havia
bebido e adormeceu. Durante sua jornada Ulisses encontra alteridade em diferentes
momentos, encontros e relações, onde ele lida com as situações entendendo a
diferença em visão entre o outro e si mesmo, culminando numa das amostras mais
ancestrais do conceito de alteridade.
As viagens de Ulisses e todos os aspectos de sua interação e ações para
com os indivíduos envolvidos em sua trama trazem mais do que meramente um
conteúdo de lazer e mitológico, e provém também, interpretações filosóficas e
epifanias sobre seu lugar de pertencimento, sua função como indivíduo e como
instituições como família, amigos e a sociedade natal influenciam na realidade de
cada pessoa, não só na Grécia Antiga, mas até nos dias atuais. Ações como a
recusa de Ulisses por se tornar imortal ao lado da bela Ninfa Calypso e seu
sentimento de pertencimento à terra de Ítaca, foram alvos de discussões entre os
grandes filósofos da época, muito além dos 3 grandes pensadores gregos (Sócrates,
Aristóteles e Platão), e discussão essa que permanece e fomenta a mente dos
pensadores do tempo atual. Também é discutidos assuntos que conhecemos hoje
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como a Prudência para Aristóteles, que oferece a Virtude e a Eudaimonia como
recompensa mor de todos os desafios. outro assunto é o Sumo bem e como o auto
reconhecimento fornece a Beatitude, na época de humilde convicção de que a
sabedoria e a inspiração provinha dos deuses, atores necessários para formar o
imaginário da determinação em seguir seu caminho até o momento máximo da
Eudaimonia.
Influência da obra
A influência de Odisseia atinge até o turismo contemporâneo, onde viajantes,
inspirados pela obra, reproduzem caminhos os quais Ulisses percorreu ao retornar à
sua família. Alguns deles, elevam a similaridade e vão sem mapas modernos,
celulares ou bússolas, a fim de aperfeiçoar a experiência que Ulisses viveu na
famosa ficção de Homero.
Um grande momento na obra é quando os próprios personagens provocam e
comentam o fato de comentem sobre as viagens, sobre como cada relato de um
lugar distante fornece um pensamento a seu respeito, a determinação que surge no
ser para o conhecer outros lugares, florescer o desejo de ser viajante, e dar um
atendimento especial aos detalhes, saber diferenciar o estar em um local, do viver o
viver o local, são poucos esses momentos dentro da obra, mas são de referência
atenção para aqueles que vivem e estudam o turismo. No fim do livro, o próprio
Ulisses relembra a promessa feita a Tirésias, onde propõe continuar conhecendo
viajantes e fazer florescer o espírito da viagem a todos que estejam abertos.
A respeito da ocorrência real dos eventos, é difícil determinar até onde os
fatos se confundem com as impressões, mas independente de os relatos de Ulisses
serem reais ou não (Excluindo os aspectos mitológico e colocando-os como eventos
naturais), existem artefatos e destroços de naus que remetem àquela época,
trazendo a impressão de que tudo realmente aconteceu, e que houveram outros que
tentaram refazer o caminho traçado por Ulisses, não é possível mensurar
exatamente quantos foram os viajantes que desejaram passar pelas provações de
Ulisses, mas podemos afirmar que A Odisseia já tem influenciado o roteiro de
viagens a mais de 2 milênios, e ainda é influência para diversas viagens e contendo
suas referências em outros conteúdos como filmes, séries e outras histórias escritas
após muitos séculos de sua criação.
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Roteiro “iDyssey: uma jornada pela Odisseia, de Homero, em
versão iPhone” por Stefano de Luigi
O livro tem uma relação indireta com o turismo, a história envolve viagens,
aventuras e exploração de terras desconhecidas.
“Odisseia” de Homero contém elementos que podem ser relacionados ao
turismo, especialmente quando se considera a exploração de novos lugares, a
influência cultural e a inspiração para as pessoas viajarem e explorarem o mundo.
Referências
HOMERO. A Odisseia. Edição Abril Cultura, 1978. São Paulo. Tradução de Antonio
Pinto de Carvalho. Disponível na Biblioteca do Campus Porto, no complexo da
UFPel.
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GROSS, Matt. Pelos passos de Ulisses. O Tempo, 2011. Disponível em:
https://www.otempo.com.br/turismo/pelos-passos-de-ulisses-1.340237.