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PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
Livro Eletrônico
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
Bernardo Machado
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Segurados do RGPS.. .......................................................................................................................................................4
Regime Geral de Previdência Social......................................................................................................................4
Beneficiários do RGPS...................................................................................................................................................6
Filiação....................................................................................................................................................................................7
Inscrição.................................................................................................................................................................................9
Segurado Obrigatórios................................................................................................................................................13
Contribuinte Individual.. ............................................................................................................................................. 28
Segurado Facultativo..................................................................................................................................................48
Trabalhadores Excluídos do RGPS......................................................................................................................50
Resumo................................................................................................................................................................................52
Questões de Concurso................................................................................................................................................55
Gabarito...............................................................................................................................................................................63
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................64
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
Bernardo Machado
Apresentação
Querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje, inicia-se o estudo em relação ao Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), estudando os temas filiação e inscrição, segurados obrigatórios do RGPS, segurado
facultativo e os trabalhadores excluídos do RGPS!
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Segurados do RGPS
Bernardo Machado
SEGURADOS DO RGPS
EXEMPLO
Imagine, portanto, um determinado município da federação, o qual preenche todos os requisitos
previstos na CF/88 e na Lei n. 9.717/1998 para fins de criação de RPPS a favor de seus servi-
dores públicos efetivos, mas, que na data da entrada em vigor da EC n. 103/2019, não possuía
tal regime a favor destes servidores. Após a citada EC, o citado município deseja criar RPPS a
favor de seus servidores públicos efetivos. Dessa forma, indaga-se: será possível a criação do
citado RPPS? Não, pois o art. 40, § 22 da CF/88 veda a instituição de novos regimes próprios
de previdência social.
Uma vez que não pode mais ser criado RPPS pelo ente da federação que não criou o citado
regime antes da recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), esses servidores
públicos efetivos ficam a margem da previdência social brasileira, professor?
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
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É por isso que o RGPS ampara os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores pú-
blicos efetivos não amparados por RPPS.
Já os RPPS amparam os servidores públicos efetivos, quando o ente da federação possui
regime próprio, além dos militares dos Estados e do DF.
Cabe ressaltar que a União e todos os Estados da Federação possuem RPPS. Em relação
aos Municípios, apenas alguns possuem RPPS, como é o caso, por exemplo, do município do
Rio de Janeiro e do município de São Paulo.
Importante frisar que a União ainda possui a incumbência do pagamento da inatividade
remunerada dos membros das Forças Armadas, as quais são instituições nacionais, per-
manentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República e dentro dos limites da lei, constituídas pela Marinha,
pelo Exército e pela Aeronáutica, e destinam-se a defender a Pátria e a garantir os poderes
constituídos, a lei e a ordem.
Os militares das Forças Armadas possuem um tratamento previdenciário diferenciado,
uma vez que estes não se aposentam, mas sim recebem uma inatividade remunerada, seja
na condição de reserva remunerada, seja na condição de reformados. Tais valores, conforme
preceitua o art. 53-A da Lei n. 6.880/1980 (Estatuto dos Militares), são encargos financeiros
do Tesouro Nacional.
Cabe apenas mencionar a diferença entre a reserva e a reforma do militar. A diferença
reside principalmente na disponibilidade do militar para, em caso de necessidade, ser rein-
corporado ao serviço ativo das Forças Armadas em situações extremas como, por exemplo,
estado de guerra ou estado de sítio. Tal reincorporação ocorre no caso do militar na reserva e
não no caso do militar reformado. Portanto, enquanto o militar na reserva segue à disposição
das Forças Armadas, o militar reformado está definitivamente afastado.
Além dos regimes básicos listados acima, ainda temos, na estrutura da previdência social
brasileira, a previdência complementar.
A previdência complementar privada se subdivide em aberta, acessível a todos, e fechada,
acessível apenas a certos beneficiários, como, por exemplo, os empregados de determinada
empresa (Petros – acessível aos funcionários da Petrobras ou Previ – acessível aos funcio-
nários do Banco do Brasil). São os famosos fundos de pensão, os quais são fiscalizados pela
PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).
Por fim, há, ainda, a previdência complementar a ser instituída pelo ente da federação a
favor dos seus servidores públicos efetivos, as quais apenas poderão oferecer plano de bene-
fícios na modalidade contribuição definida, o qual será efetivado por intermédio de entidade
fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar,
nos termos do art. 40, § 15, da CF/88.
A partir do momento em que seja criada a citada previdência complementar, os servidores
públicos efetivos passarão a se aposentar pelos RPPS com o mesmo teto aplicado aos be-
neficiários do RGPS, recebendo a complementação do benefício da entidade de previdência
complementar, caso venha a aderir ao citado regime, tendo em vista o seu caráter facultativo.
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Previdêcia
Social Aberta
Brasileira
Privada
Fechada
Previdência
Complementar
Aberta
Servidores Públicos
Fechada
Beneficiários do RGPS
Os beneficiários do RGPS são as pessoas físicas que fazem jus a uma prestação previ-
denciária, seja essa prestação um benefício ou um serviço.
Os beneficiários, como gênero, têm como espécies os segurados e os seus dependentes.
Os segurados se dividem em segurados obrigatórios e facultativos.
Já os segurados obrigatórios se subdividem em segurados empregados, empregados
domésticos, contribuinte individuais, trabalhadores avulsos e os segurados especiais.
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Empregado
Empregado Doméstico
Segurados
Beneficiários Trabalhador Avulso
Facultativo
do RGPS
Dependentes Segurado Especial
Filiação
A filiação é o vínculo jurídico que se cria entre a previdência social brasileira e a pessoa
física, de onde decorrem direitos e obrigações.
Uma vez que o nosso sistema tem como característica a filiação compulsória, caso a
pessoa exerça atividade remunerada, estará filiada ao sistema.
Veja o seguinte caso prático!
EXEMPLO
Imagine uma pessoa que passa a vender produtos de porta em porta. Perceba que essa pessoa
está exercendo uma atividade remunerada. Portanto, estará filiada ao RGPS, ou seja, foi criado
o vínculo jurídico entre essa pessoa e o RGPS, de onde decorrem direitos e obrigações. Uma
vez que o sistema tem a característica de ser contributivo, essa pessoa deverá contribuir.
Pergunta: e se essa pessoa não quiser contribuir? Resposta: ela não tem essa faculdade. Essa
pessoa será obrigada a contribuir, sob pena de estar devedora em relação à previdência social.
A filiação para o segurado obrigatório é completamente diferente em relação ao segura-
do facultativo. Enquanto que para o segurado obrigatório a filiação decorre do exercício da
atividade remunerada, para o segurado facultativo, a filiação decorre de um ato de vontade.
Lembre-se de que o segurado facultativo é aquela pessoa, maior de 16 anos, que não
exerce uma atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório (exemplo:
dona de casa).
Dessa forma, essa pessoa só terá o amparo do RGPS se demonstrar a vontade (ato voli-
tivo) de se filiar ao sistema. Portanto, para o segurado facultativo, a sua filiação decorre de
sua inscrição (ato onde o segurado é cadastrado no RGPS), a qual é formalizada com o 1º
pagamento.
Veja o seguinte caso prático, para o melhor entendimento acerca da filiação do segurado
facultativo junto ao RGPS!
EXEMPLO
Imagine um segurado empregado do RGPS, o qual fica desempregado. Para continuar contando
tempo de contribuição e carência, essa pessoa decide contribuir para o RGPS na qualidade de
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segurado facultativo. A grande pergunta é a seguinte: o que ele precisa fazer para poder con-
tribuir na qualidade de segurado facultativo? Ele precisa ter um novo número que o identifique
junto à previdência social? Ele precisa comunicar o fato do desemprego ao INSS? Nada disso!
Como ele já contribui, tendo como seu identificador o número do seu PIS, basta ele pegar uma
guia de previdência social (GPS) e pagar, colocando como código de recolhimento da GPS o
código de segurado facultativo mensal. A partir do momento em que a citada guia é processa-
da pela rede arrecadatória, tais informações migram para o banco de dados do INSS, o CNIS
(ato de inscrição), passando a previdência social a entender, em decorrência das informações
constantes nessa guia, que essa pessoa passou a ser um segurado facultativo. Perceba que
a filiação da pessoa como segurado facultativo do RGPS apenas ocorreu com a sua inscrição
nessa qualidade, a qual foi formalizada com o pagamento.
Visualiza-se esquematicamente a diferença entre a filiação do segurado obrigatório e a
filiação do segurado facultativo:
EXEMPLO
Imagine, portanto, um professor que presta serviço para uma escola e, ao mesmo tempo, minis-
tra aulas particulares. Esse professor estará filiado ao RGPS como segurado empregado em
relação à escola e filiado ao RGPS como contribuinte individual em relação às aulas particulares.
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Por fim, cabe ressaltar que para um único caso de segurado obrigatório a sua filiação não
irá decorrer do exercício da atividade remunerada.
É o caso do trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física (PRPF) para o
exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro
do período de um ano.
Apesar desse trabalhador rural ser um segurado empregado do RGPS (art. 9º, I, “r”, do
Decreto n. 3.048/1999), a sua filiação não decorre do exercício da atividade remunerada, mas
sim em declaração prevista em ato do Secretário Especial da Receita Federal do Brasil do
Ministério da Fazenda por meio de identificação específica (atualmente, o eSocial).
A GFIP/eSocial é uma obrigação acessória (obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma
coisa) que a empresa está obrigada a cumprir. Nesse caso, a empresa será o produtor rural
pessoa física (equiparado a empresa). O produtor rural pessoa física está obrigado a entregar
a GFIP/eSocial e, uma vez entregando a GFIP/eSocial, estará criando a filiação do trabalhador
rural a seu serviço junto ao RGPS.
Cabe mencionar que o exercício de atividade prestada de forma gratuita e o serviço volun-
tário, nos termos do disposto na Lei n. 9.608/1998, não geram filiação obrigatória ao RGPS.
Por fim, é importante frisar que o aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que
voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a
essa atividade, ficando sujeito às contribuições para fins de custeio da Seguridade Social.
Inscrição
A inscrição é um ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, mediante comprovação
dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização.
Ainda que aparentemente seja um tema muito fácil para fins de provas de concurso pú-
blico, alguns detalhes devem ser mencionados.
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Primeiramente, o segurado, para fins de que sejam vertidas as suas contribuições para
o RGPS, deve possuir um número que o identifique no Cadastro Nacional de Informações
Sociais (CNIS).
Tal identificação poderá ser feita pelo NIT (número de identificação do trabalhador), que
será único, pessoal e intransferível; ou pelo Cadastro de Pessoas Físicas - CPF.
Dessa forma, o número de inscrição da pessoa física no CNIS poderá ser oriundo das
seguintes fontes:
• Número de Identificação do Trabalhador - NIT, atribuído pelo INSS;
• Programa de Integração Social - PIS;
• Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP; ou
• Número de Identificação Social - NIS, atribuído e validado pela CEF quando a pessoa física
é inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais - CadÚnico.
Ademais, não caberá atribuição de novo número de inscrição se o segurado já possuir
NIT/PIS/Pasep/NIS, ainda que seja efetuada alteração de categoria profissional.
Por fim, o número no CPF é suficiente e substitutivo para a apresentação do NIT/PIS/Pa-
sep/NIS, desde que a inscrição existente no CNIS contenha o número do CPF validado com
a base da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil - RFB.
Para muitos, possuir um número é a inscrição do segurado!
Professor, se o conceito de inscrição fosse esse, como explicar que o segurado que exerce,
concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS será obrigatoria-
mente inscrito em relação a cada uma delas? Isso quer dizer que o segurado terá tantos
NIT quanto forem essas atividades?
Não!
Vamos entender o conceito de inscrição por meio de um caso prático!
EXEMPLO
João é professor de matemática e ministra aulas em uma determinada escola “A”. Além de
ministrar aulas de matemática nessa escola, João ministra aulas particulares em sua casa.
João, ao ser admitido pela escola A, fornece o número do seu PIS. Dessa forma, a escola A está
obrigada a pagar as contribuições previdenciárias em relação à remuneração paga a João, efe-
tuar o desconto de suas contribuições, além de informar os dados de João para a previdência
social, por meio da GFIP/eSocial.
Quando a empresa entrega a GFIP/eSocial, essas informações migram para o banco de dados
do INSS, mais conhecido como CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
A partir do momento que as informações migram para o banco de dados do INSS, essa autarquia
federal fica sabendo que João, CPF tal, n. de PIS tal, exerce atividade na escola A recebendo
um valor mensal de tanto.
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Ou seja, a partir do momento que a empresa entrega a GFIP/eSocial, é feita a inscrição do segu-
rado em relação a essa atividade.
Em relação às aulas particulares, João deverá contribuir por conta própria, desde que não con-
tribua em relação ao limite máximo mensal previsto na legislação (será visto esse limite em
aulas futuras).
Imaginando que não contribua pelo limite máximo, João será obrigado a contribuir por meio
de uma guia, conhecida como Guia de Previdência Social (GPS). Nessa guia, João irá colocar o
código de pagamento (contribuinte individual mensal), a competência de recolhimento, o iden-
tificador, que nada mais é do que o n. do seu PIS, e o valor da contribuição social.
Uma vez efetuado o pagamento, essas informações migrarão para o banco de dados do INSS
(CNIS).
Assim, o INSS irá visualizar, além da atividade exercida na escola A, a qual ele estará inscrito
junto ao INSS como segurado empregado, que João exerce atividade remunerada como con-
tribuinte individual.
Perceba que João, efetuando o seu pagamento, estará realizando a sua inscrição em relação
a essa atividade.
Percebe-se, portanto, que João é cadastrado junto ao RGPS como segurado empregado e como
contribuinte individual.
Dessa forma, conclui-se que a inscrição do segurado empregado é feita pela própria empresa,
assim como do trabalhador avulso e do contribuinte individual, a partir de 04/2003, quando
presta serviço para a empresa, bem como, com a entrada em vigor da LC n. 150/2015, cabe ao
empregador doméstico fazer a inscrição do empregado doméstico a seu serviço.
Para os demais casos (contribuinte individual, que presta serviço por conta própria, segurado
especial e segurado facultativo), a inscrição é feita pelos próprios segurados.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
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A inscrição no RGPS exige a idade mínima de 16 anos. A única exceção a essa regra é o
menor aprendiz.
O art. 7º, XXXIII, da CF/88 proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores
de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de 14 anos.
Portanto, a única possibilidade de inscrição abaixo dos 16 anos de idade é o menor apren-
diz, cuja inscrição é a partir dos 14 anos.
Por fim, cabe ressaltar mais uma proteção destinada para o segurado especial.
Para o segurado especial, permite-se a sua inscrição post mortem (após a morte), desde
que presentes os pressupostos da filiação.
Ou seja, os dependentes do segurado especial poderão efetuar a inscrição do segurado
mesmo após a sua morte, quando forem solicitar a pensão por morte. É importante perceber
que os pressupostos da filiação devem estar presentes, ou seja, deve ser comprovado que
o segurado exercia a atividade rural, ou de extrativismo vegetal ou de pesca artesanal, em
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros.
Por uma conclusão lógica, não será admitida a inscrição post mortem de segurado contri-
buinte individual e de segurado facultativo, conforme prevê o art. 17, § 7º, da Lei n. 8.213/1991.
A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu grupo familiar e
conterá, além das informações pessoais:
• A identificação da propriedade em que é desenvolvida a atividade e a informação de a
que título ela é ocupada;
• A informação sobre a residência ou não do segurado na propriedade em que é desenvol-
vida a atividade, e, em caso negativo, sobre o Município onde reside; e
• Quando for o caso, a identificação e a inscrição da pessoa responsável pelo grupo familiar.
O segurado especial integrante de grupo familiar que não seja proprietário do imóvel ru-
ral ou da embarcação em que desenvolve sua atividade deve informar, no ato da inscrição,
conforme o caso, o nome e o CPF do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante
ou assemelhado.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Segurados do RGPS
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Conforme determina o art. 20, § 1º, do RPS, a filiação à previdência social dos segurados obri-
gatórios decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada. No caso do segurado
facultativo, a filiação decorre da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição.
Errado.
Segurado Obrigatórios
Empregado
Conforme determina a legislação previdenciária, segurado empregado é aquele que presta
serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordina-
ção e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.
Pode-se observar, portanto, 4 características básicas: pessoalidade, não-eventualidade,
subordinação e onerosidade.
A pessoalidade significa que o empregado não se pode fazer substituir por outra pessoa,
uma vez que o contrato de trabalho é intuitu personae, ou seja, é personalíssimo.
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Segurados do RGPS
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Características do Empregado
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob
sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
O art. 9º, I, “a”, do RPS elenca a definição clássica de segurado empregado, já estudada
inicialmente.
O diretor empregado é aquele que é contratado ou promovido para ser diretor de uma
sociedade anônima, mantendo as características inerentes a uma relação de emprego.
Dessa forma, tem direito ao FGTS, 13º salário, férias, no caso de uma despedida arbitrária
terá direito ao aviso prévio, 40% de multa no FGTS...
Já o diretor não empregado é aquele que é eleito pela assembleia dos acionistas para ser
diretor de uma sociedade anônima, não mantendo as características inerentes a uma relação
de emprego.
Portanto, diferentemente do diretor empregado, o diretor não empregado não tem direi-
to a FGTS, 13º salário, férias, no caso de uma despedida arbitrária não terá direito ao aviso
prévio, 40% de multa no FGTS... O diretor não empregado é segurado obrigatório do RGPS na
qualidade de contribuinte individual.
contratado ou promovido,
Diretor mantendo as características
Empregado
empregado inerentes a uma relação de
emprego
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b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em legislação
específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou não, prorrogável por até
noventa dias, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal
regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas;
EXEMPLO
Uma empresa (tomadora de serviços) necessita contratar mão de obra, tendo em vista o acrés-
cimo extraordinário de serviço (exemplo: lojas em certos períodos do ano, como na época do
natal). Nessa situação, a empresa não contrata diretamente a pessoa física, mas sim uma
empresa de trabalho temporário, que aloca a sua mão de obra (trabalhador temporário) na
empresa tomadora.
Perceba que o vínculo do trabalhador temporário não é com a empresa tomadora de ser-
viços, mas sim com a empresa de trabalho temporário. Portanto, em relação ao trabalhador
temporário, quem assina a carteira de trabalho, recolhe o FGTS, paga 13º salário, férias... é a
empresa de trabalho temporário e não a empresa tomadora de serviços.
Por fim, cabe ressaltar, que o trabalhador temporário é contratado em apenas duas situações,
ou seja, para atender a necessidade de substituição de pessoal regular e permanente (exemplo:
uma segurada da empresa que ficou grávida e vai se licenciar durante o período da licença
maternidade, recebendo o benefício previdenciário conhecido como o salário-maternidade),
ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas (caso prático demonstrado).
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O art. 9º, I, “d”, do RPS é a alínea mais complicada de se visualizar na prática. É o caso do
brasileiro ou do estrangeiro que trabalha em uma empresa domiciliada no exterior.
Entretanto, tal empresa no exterior é controlada por uma empresa brasileira, tendo em vista
que a maioria do capital votante pertence a essa empresa, que tenha sede e administração
no Brasil e cujo controle efetivo está sob a titularidade de pessoas físicas residentes no país.
EXEMPLO
Imagine uma grande instituição financeira brasileira que adquire o controle de um banco no
exterior.
Essa grande instituição financeira contrata um brasileiro para trabalhar nesse banco adquirido
no exterior, com o intuito de divulgar a sua filosofia de trabalho.
Perceba que apesar desse brasileiro trabalhar nesse banco no exterior, ele está vinculado a ins-
tituição financeira que o contratou, sendo, portanto, segurado obrigatório do RGPS na qualidade
de segurado empregado.
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluí-
dos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
O art. 9º, I, “e”, do RPS menciona o caso da pessoa que presta serviço no Brasil a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira.
A preocupação do legislador é em relação às missões diplomáticas e repartições consu-
lares que entendem ser imunes a absolutamente tudo.
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Segurados do RGPS
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Nesse momento, cabe levar a seguinte regra para fins de prova preparatória de concurso público:
Sempre que um brasileiro já for amparado por regime previdenciário de outro país, não será
segurado obrigatório do RGPS, em nenhuma categoria, ou seja, não será enquadrado como
segurado empregado ou como contribuinte individual.
EXEMPLO
Imagine um brasileiro trabalhando no consulado americano, já amparado pelo regime de previ-
dência dos Estados Unidos.
Nessa situação, não será segurado obrigatório do RGPS, tendo em vista o amparo de regime
previdenciário de outro país.
Caso queira ter a tutela do RGPS, esse brasileiro poderá contribuir para o RGPS na qualidade
de segurado facultativo.
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos
quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por
regime próprio de previdência social;
O art. 9º, I, “f”, do RPS é a situação de um brasileiro civil contratado pela União para traba-
lhar em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo.
EXEMPLO
Imagine um brasileiro civil, domiciliado na Suíça, que seja contratado pela União para trabalhar
na Organização Mundial de Saúde (organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro
efetivo).
Essa pessoa será enquadrada como segurado obrigatório do RGPS como segurado empregado,
desde que não esteja vinculado ao regime previdenciário da Suíça.
Perceba que, se a pessoa já tiver o amparado do regime previdenciário da Suíça, não será segu-
rado obrigatório do RGPS.
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O art. 9º, I, “f”, do RPS deve ser estudado em conjunto com o art. 9º, V, “d” do RPS.
O inciso V menciona as situações de contribuinte individual.
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
de previdência social;
Conclui-se, portanto, que, quando a União contrata um brasileiro civil para trabalhar no exterior
em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, será enquadrado como
segurado obrigatório na qualidade de segurado empregado, desde que não esteja vinculado
ao regime de previdência do país do organismo oficial internacional. Entretanto, quando o
brasileiro civil trabalha no exterior em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja
membro efetivo, será enquadrado como segurado obrigatório na qualidade de contribuinte
individual, desde que não esteja vinculado ao regime de previdência do país do organismo
oficial internacional.
Contratante é a
Segurado empregado
União
Brasileiro Civil em
Organismo Oficial
Internacional no Exterior
Contratante não é a Contribuinte
União individual
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasi-
leiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei
no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa
filiar-se ao sistema previdenciário local;
O art. 9º, I, “g”, do RPS menciona a situação do brasileiro civil prestando serviço à União
no exterior, em repartições governamentais brasileiras.
EXEMPLO
Imagine um brasileiro civil, domiciliado e contratado na Itália, para trabalhar em um consulado
brasileiro na Itália. Esse brasileiro, desde que não amparado pelo regime de previdência da Itália,
será segurado obrigatório do RGPS na qualidade de empregado.
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Segurados do RGPS
Bernardo Machado
EXEMPLO
Imagine uma empresa contratando um estagiário sem celebrar o termo de compromisso ou
sem contratar um seguro de acidentes pessoais a favor do estagiário.
Nessa situação, estará contratando em desconformidade com a lei, fazendo com que esse
estagiário seja enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Pergunta: e a bolsa de complementação educacional do estagiário? Será considerada remune-
ração, ou seja, será considerado fato gerador de contribuição previdenciária? Resposta: sem a
menor sombra de dúvidas!
Dessa forma, a empresa que contrata deverá pagar as contribuições previdenciárias sobre essa
remuneração paga, além da necessidade de se efetuar o desconto do segurado (esse ponto
será estudado nas nossas próximas aulas).
Pergunta: e se o estagiário for contratado em conformidade com a lei? A bolsa de complemen-
tação educacional do estagiário será considerada remuneração? Resposta: de jeito nenhum!
Nessa situação, o estagiário, caso queira, poderá contribuir para o RGPS na qualidade de segu-
rado facultativo, não sendo o valor recebido a título de bolsa de complementação educacional
considerado remuneração.
Segurado facultativo
Conformidade com a
lei
Bolsa - não é considerada
remuneração
Estagiário
Segurado empregado
Desconformidade
com a lei
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Segurados do RGPS
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i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
O art. 9º, I, “i”, do RPS menciona a figura do servidor que exerce, exclusivamente, cargo
em comissão.
O cargo em comissão é aquele destinado ao livre provimento e exoneração, de caráter
provisório, destinando-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, podendo
recair ou não em servidor público efetivo.
Dessa forma, quando recai sobre servidor que exerce, exclusivamente, o cargo em comis-
são (não é servidor público efetivo), será enquadrado como segurado obrigatório do RGPS
na qualidade de empregado.
EXEMPLO
Imagine um servidor público efetivo que seja nomeado para ser secretário de fazenda do Estado
do Rio de Janeiro. Nessa situação, o servidor será cedido para exercer o cargo em comissão,
permanecendo vinculado ao seu regime de origem. Nessa situação, não será enquadrado como
segurado empregado do RGPS.
PEGADINHA DA BANCA
Não confundir cargo em comissão com função de confiança. Explica-se o porquê!
O cargo público, conforme preceitua o art. 3º da Lei n. 8.112/1990, é o conjunto de atribuições
e responsabilidades na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Portanto, o cargo público possui 3 características básicas: atribuições, responsabilidades e
posto na estrutura da Administração Pública.
O cargo em comissão, conforme já mencionado, pode ser provido por qualquer pessoa, pois
possui essas 3 características.
Entretanto, a função de confiança, em que pese ser uma função destinada apenas às atribuições
de direção, chefia e assessoramento, assim como é a regra do cargo em comissão, não detém
essas 3 características mencionadas, mas apenas 2 (atribuições e responsabilidades). Como a
função de confiança carece da característica do posto, esta função deverá ser preenchida por
quem faz parte da Administração Pública, ou seja, por um servidor público efetivo.
Portanto, quem exerce, exclusivamente, cargo em comissão, será um segurado obrigatório do
RGPS na qualidade de segurado empregado.
Já aquele que exerce a função de confiança é um servidor público efetivo, sendo, em regra
amparado pelo RPPS. Só não será amparado pelo RPPS, caso o Ente da federação não tenha
condição de criar o citado regime, situação na qual este será vinculado ao RGPS. Na próxima
alínea, será estudada essa situação!
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Segurados do RGPS
Bernardo Machado
Servidor segurado
RGPS
Comissionado empregado
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime
próprio de previdência social;
O servidor público efetivo é aquele que foi aprovado em concurso público de provas ou
de provas e títulos.
Regra geral, esses servidores públicos são vinculados ao RPPS do Ente da federação
(exemplo: Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil é vinculado ao RPPS da União).
Entretanto, certos Entes da Federação não possuem servidores públicos efetivos suficien-
tes para manter o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
Dessa forma, a Lei n. 9.717/1998, lei que regulamenta as regras gerais para a organiza-
ção e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do
Distrito Federal, veda a criação do RPPS sem que o ente da federação possua um número
mínimo de segurados que consigam manter o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
Ademais, atualmente, com a recente reforma da previdência social (EC n. 103/2019), foi
inserido o § 22 no art. 40 da CF/88, o qual veda a instituição de novos regimes próprios de
previdência social.
Portanto, os RPPS existentes na data da entrada em vigor da EC n. 103/2019 persistem,
enquanto não forem extintos, não podendo ser criados novos RPPS.
Professor, uma vez que não pode ser criado o RPPS pelo Ente da federação, tendo em vista
a inexistência de um número mínimo de segurados, esses servidores públicos efetivos
ficam a margem da previdência social brasileira?
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l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respec-
tivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal;
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante de emprego público;
Em relação a alínea “m” transcrita acima, a partir da EC n. 19/1998, não há mais a exi-
gência de um regime jurídico único para os servidores da administração direta, autárquica e
fundacional. Ou seja, cada esfera do governo poderá instituir regime estatutário ou contratual,
com a possibilidade de conviverem os dois, sendo que o regime adotado pela administração
direta poderá ser diverso do das autarquias e fundações.
Entretanto, o STF concedeu liminar na ADI n. 2.135-4 para suspender a eficácia do art.
39, caput da CF/88, com a redação da EC n. 19/1998, mas com efeitos ex nunc (não retroa-
gem) subsistindo a legislação editada nos termos da emenda declarada suspensa. Ou seja,
em decorrência da concessão da citada liminar, volta-se a necessidade da existência de um
regime jurídico único para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional,
sendo adotado o regime estatutário ou o regime contratual, não existindo a possibilidade da
convivência concomitante dos citados regimes.
Portanto, o art. 9º, I, “m”, do RPS só é aplicável aos servidores dos Entes da Federação
ocupantes de emprego público no período entre o início da vigência da redação dada ao art.
39, caput, da CF/88 pela EC n. 19/1998 até ter sido concedida a liminar na ADI n. 2.135-4,
tendo em vista os efeitos ex nunc dados na citada liminar.
Tais servidores, conforme determina a Lei n. 9.962/2000, são regidos pela CLT, e legislação
trabalhista correlata, naquilo que ela não dispuser em contrário, sendo enquadrados como
segurados obrigatórios do RGPS na qualidade de segurados empregados.
n) Revogado;
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21
de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em
conformidade com a Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994;
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Segurados do RGPS
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Notário e Oficial e
Contribuinte individual
Registro
p) aquele em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não
seja vinculado a regime próprio de previdência social;
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Segurados do RGPS
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q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,
salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
O art. 9º, I, “q”, do RPS menciona a figura do empregado que trabalha para o organismo
oficial internacional em funcionamento do Brasil.
Perceba que, diferentemente da alínea “f”, onde o brasileiro civil trabalha no exterior em
organismo oficial do qual o Brasil seja membro efetivo, nesse caso o organismo oficial inter-
nacional está funcionando no Brasil.
Portanto, a pessoa que trabalha para esse organismo oficial internacional é segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de empregado.
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no
5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não
superior a dois meses dentro do período de um ano
s) aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com subordinação,
de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, em
conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943;
Conforme preceitua o art. 443, § 3º, da CLT, considera-se como intermitente o contrato de
trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas,
dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador,
exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
No contrato de trabalho intermitente, temos um colaborador que tem seu vínculo com a
empresa, mas não trabalha com uma carga horária definida e é pago somente pelas horas
trabalhadas. Ele pode, por exemplo, prestar somente 20 horas de serviço por mês. Entretanto,
devem ser respeitados os limites máximos de 44 horas semanais e 220 horas mensais.
Tal colaborador, em que pese ser contratado por meio de um contrato de trabalho intermi-
tente, é considerado um segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado empregado.
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“Menor aprendiz”
O menor aprendiz é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado empregado.
Entretanto, tal enquadramento não se encontra nem nas leis básicas, nem no decreto, mas sim
na IN INSS/PRES n. 128/2022.
Conforme determina o art. 7º, XXXIII, da CF/88 é proibido o trabalho noturno, perigoso ou in-
salubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de 14 anos.
Portanto, a partir dos 14 anos de idade, a pessoa pode exercer atividade remunerada como
menor aprendiz.
O contrato de aprendizagem está regulamentado nos arts. 428 e seguintes da Consolidação
das Leis Trabalhistas – CLT. Segue abaixo a transcrição do art. 428 da CLT:
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e
menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profis-
sional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz,
a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE SEGURADO EMPREGADO QUE CAEM NAS PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO
Diretor empregado
Trabalhador temporário
Brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social
Estagiário contratado em desconformidade com a lei
Servidor que ocupa, exclusivamente, cargo em comissão
Exercente de mandato eletivo
Contratado como trabalhador intermitente
Menor aprendiz
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Segurados do RGPS
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O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a re-
gime próprio de previdência social, é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Certo.
Empregado Doméstico
Empregado doméstico é aquele que presta serviço de forma contínua, subordinada,
onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins
lucrativos, por mais de 2 dias por semana.
Tal conceito está previsto no art. 1º da LC n. 150/2015, que é a lei que dispõe sobre o
contrato de trabalho doméstico.
Vamos fazer uma análise mais detalhada da definição!
Primeiramente, o serviço deve ser contínuo. Apesar da legislação previdenciária, antes da
entrada em vigor da LC n. 150/2015, não definir o que seria um serviço contínuo, era necessá-
rio se basear nos entendimentos jurisprudenciais, apesar de não existir súmula ou orientação
jurisprudencial das seções especializadas. Para esses entendimentos, continuidade pressu-
põe ausência de interrupção, de forma que o trabalho se desenvolva de maneira expressiva
ao longo da semana, diferente de não-eventualidade visto anteriormente para o segurado
empregado. Com base nessa interpretação, a diarista que presta serviço numa residência
apenas em alguns dias da semana, sem se desenvolver de maneira expressiva ao longo da
semana, recebendo por dia, não se enquadrava no critério do trabalho de natureza contínua.
Com a entrada em vigor da LC n. 150/2015, foi normatizado o entendimento acerca do
serviço contínuo, uma vez que o art. 1º da citada lei determina que o empregado doméstico
é aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de fina-
lidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 dias
por semana. Dessa forma, o serviço só é considerado contínuo quando prestado por mais
de 2 dias por semana.
O serviço deve ser prestado à pessoa ou família, ou seja, para o empregador doméstico
e não para empresa. Portanto, empregador doméstico nada mais é do que a pessoa ou fa-
mília que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado
doméstico.
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Além disso, o serviço deve ser prestado no âmbito residencial do empregador doméstico
que pode ser, entre outras, a sua casa, casa de campo, inclusive veículos de transporte par-
ticular (automóvel, helicóptero...). Portanto, um motorista particular, nada mais é do que um
empregado doméstico, assim como a babá, um jardineiro, caseiro...
Deverá ainda ser prestado em atividades sem fins lucrativos. Ou seja, uma vez que o em-
pregador doméstico utilize o seu empregado doméstico em uma atividade com fins lucrativos,
essa relação deixa de existir.
Assim sendo, o empregador doméstico, tendo em vista que o empregado doméstico exerce
atividades com fins lucrativos, passará a ser enquadrado como contribuinte individual e, como
possui segurado a seu serviço (empregado doméstico que se tornou empregado), passa a ser
considerado empresa para fins previdenciários, como será visto nas próximas aulas. Isso faz
com que essa pessoa, agora empresa, seja tributada como tal, tendo que, inclusive, cumprir
as obrigações acessórias, como elaborar folha de pagamento, elaborar Guia de Recolhimento
do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social (GFIP)/eSocial, entre outras.
Conforme os mais recentes entendimentos jurisprudenciais, nessa situação, entende a
jurisprudência que existe uma dupla jornada, ou seja, existe a relação de empregador domésti-
co em relação ao empregado doméstico concomitantemente com a relação de uma empresa
em relação ao empregado. Portanto, existe um duplo vínculo.
Por fim, deve receber remuneração pela contraprestação do serviço prestado ao empre-
gador doméstico.
Características do Empregado
Doméstico
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Carlos Afonso se enquadra como empregado doméstico, tendo em vista que presta um serviço
de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial
desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por semana.
Letra b.
Contribuinte Individual
A categoria de contribuinte individual foi criada pela Lei n. 9.876/1999 e unificou as ca-
tegorias de segurado empresário, segurado trabalhador autônomo e segurado equiparado a
trabalhador autônomo existentes até aquela data.
A definição básica de contribuinte individual se divide em duas. A primeira seria aquela
pessoa que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego. Pode-se citar, como exemplo, um pintor que no mesmo
mês presta serviço a diversas empresas, sem ter vínculo com nenhuma delas.
A segunda seria a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de
natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Pode-se citar como exemplo uma pessoa que
exerce atividade comercial em via pública.
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d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
de previdência social;
e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa:
1. o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limitada, urbana
ou rural;
2. o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima;
3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este último, quando
não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural;
f) Revogado;
g) Revogado;
h) Revogado;
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de dire-
ção condominial, desde que recebam remuneração;
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas,
sem relação de emprego;
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não;
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da
Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do §1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo
único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma
dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal;
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade coo-
perativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
o) (Revogado pelo Decreto n. 7.054 de 2009)
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar
n. 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições
abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais;
q) o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei n. 12.871, de
22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária específica estabelecida por
organismo internacional ou filiação a regime de seguridade social em seu país de origem, com o
qual a República Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade social;
r) o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei
n. 13.958, de 18 de dezembro de 2019.
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Segurados do RGPS
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Portanto, pessoa que exerce atividade remunerada e que não se enquadre como segurado em-
pregado, ou empregado doméstico, ou trabalhador avulso, ou segurado especial, enquadra-se
como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Apenas para facilitar o estudo posterior sobre o segurado especial, será feita a análise da
alínea “a”, além de certas alíneas que merecem destaque.
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em
caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou
extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses
dos §§ 8º e 23 deste artigo;
Caso o segurado exerça atividade agropecuária, qualquer que seja a sua forma, em área
superior a 4 módulos fiscais será contribuinte individual. Entretanto, caso exerça atividade
agropecuária em área inferior ou igual a 4 módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extra-
tivista poderá ser contribuinte individual ou segurado especial. Será contribuinte individual
quando exercer a atividade com empregados (permanentes) ou preposto, enquanto que será
segurado especial quando exercer a atividade individualmente ou em regime de economia
familiar, ainda que com o auxílio de terceiros.
Contribuinte
Atividade Agropecuária Área > 4 módulos fiscais
Individual
Empregados Contribuinte
(permanentes) /
Atividade Agropecuária Presposto Individual
(área ≤ 4 módulos
fiscais) / Pesqueira /
Extrativista
Regime de Economia
Segurado Especial
Familiar
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As hipóteses dos §§ 8º e 23 do art. 9º do RPS são aquelas em que o segurado não é en-
quadrado como segurado especial ou é excluído da categoria de segurado especial, devendo,
portanto, ser enquadrado como contribuinte individual.
A pessoa física, proprietária ou não, explora atividade por intermédio de prepostos quan-
do, na condição de parceiro outorgante, desenvolve atividade agropecuária, pesqueira ou de
extração de minerais por intermédio de parceiros ou meeiros.
EXEMPLO
Imagine Joaquim, proprietário de uma terra, que deseja exercer a atividade por intermédio de
alguém, ou seja, por intermédio de um preposto.
Perceba que Joaquim não quer pessoalmente exercer a atividade agropecuária ou pesqueira,
mas sim que alguém exerça a atividade por ele, recebendo uma cota limite na participação dos
frutos da parceria.
Dessa forma, Joaquim entra em contato com um amigo, Zezinho, que aceita celebrar um con-
trato de parceria com Joaquim.
Tendo em vista que Joaquim cederá a terra crua, foi estipulado um percentual de cota limite de
10% na participação dos frutos da parceria.
No caso em comento, Joaquim, parceiro outorgante, é considerado segurado obrigatório do
RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Depende! Pode, inclusive, ser enquadrado como segurado especial (será estudado com
mais detalhes no tópico segurado especial).
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em
caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o
auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
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Até a Emenda Constitucional n. 20/1998, que alterou a redação ao art. 195, § 8º, da CF/88,
o garimpeiro que trabalhasse individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que
com o auxílio eventual de terceiros, era enquadrado como segurado especial.
Entretanto, com a alteração da redação do citado dispositivo, o garimpeiro, em qualquer
situação, é enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte
individual.
Conforme Natureza e
Remuneração
Quantidade do Trabalho
Valor Despendido
pela Entidade
Religiosa
Independe da Natureza e
Não é remuneração
Quantidade do Trabalho
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio
de previdência social;
Já foi estudada a alínea “d” do RPS, quando do estudo do art. 9, I, “f” do RPS (segurado
empregado).
A alínea “d”, aqui estudada, se refere ao brasileiro civil que trabalha em organismo oficial
internacional do qual o Brasil é membro efetivo, sem mencionar a União como contratante.
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Segurados do RGPS
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EXEMPLO
Imagine, portanto, um brasileiro civil, domiciliado nos Estados Unidos, que trabalhe na Organi-
zação das Nações Unidas (organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo).
Essa pessoa será enquadrada como segurado obrigatório do RGPS como segurado contribuinte
individual, desde que não esteja vinculado ao regime previdenciário dos Estados Unidos.
Caso a contratação fosse feita pela União, esse mesmo brasileiro civil seria enquadrado como
segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado empregado.
Conclui-se, portanto, que quando a União contrata um brasileiro civil para trabalhar no exterior
em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, será enquadrado como
segurado obrigatório na qualidade de segurado empregado, desde que não esteja vinculado
ao regime de previdência do país do organismo oficial internacional. Entretanto, quando o
brasileiro civil trabalha no exterior em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja
membro efetivo, será enquadrado como segurado obrigatório na qualidade de contribuinte
individual, desde que não esteja vinculado ao regime de previdência do país do organismo
oficial internacional.
Contratante é a
Segurado empregado
União
Brasileiro Civil em
Organismo Oficial
Internacional no Exterior
Contratante não é a
Contribuinte individual
União
Desde que não vinculado a
regime previdenciário
estrangeiro
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Portanto, diferentemente do diretor empregado, o diretor não empregado não tem direi-
to a FGTS, 13º salário, férias, no caso de uma despedida arbitrária não terá direito ao aviso
prévio, 40% de multa no FGTS... O diretor não empregado é segurado obrigatório do RGPS na
qualidade de contribuinte individual.
contratado ou promovido,
Diretor mantendo as
Empregado
empregado características inerentes a
uma relação de emprego
A remuneração recebida pelo síndico pode ser por meio de um valor estipulado e pago
mensalmente a essa pessoa, ou a própria isenção da taxa condominial.
A isenção da taxa condominial é considerada remuneração, pois contempla todas as
características de uma parcela remuneratória, ou seja, tem a característica da habitualidade,
integração ao patrimônio do trabalhador, pagamento pelo e não para o trabalho e irrelevância
do título.
Analisam-se as citadas características pensando em um caso prático.
EXEMPLO
João é empregado de uma empresa e recebe mensalmente o valor de R$ 2.000,00. Foi convoca-
da uma assembleia para a eleição do síndico do seu condomínio, tendo João sido eleito pelos
condôminos. Na convenção do condomínio, existe a previsão da isenção da taxa condominial.
O condomínio no prédio de João é no valor de R$ 500,00.
A isenção é habitual, pois ocorre mensalmente (previsibilidade).
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Integra o patrimônio do trabalhador, pois, caso João não fosse síndico, teria que tirar parte
do seu ganho mensal e pagar o condomínio. Ou seja, teria que retirar R$ 500,00 do seu ganho
mensal de R$ 2.000,00 e pagar o condomínio. Perceba que João, mensalmente, tem um ganho
de R$ 500,00, pois não mais precisa gastar esse valor com o seu condomínio, podendo levar a
esposa ao Outback, ou o filho ao cinema, ou tomar um chopp com os amigos.
O pagamento é pelo e não para o trabalho, tendo em vista que a isenção visa apenas a satisfação
pessoal de João, não sendo necessária para a execução do trabalho. É muito diferente de um
capacete fornecido a um operário de uma obra de construção civil, que recebe o equipamento
que é necessário para a execução do trabalho.
Por fim, a isenção obedece à característica da irrelevância do título. O condomínio pode rotular
a isenção como uma indenização, partindo do pressuposto que as parcelas indenizatórias não
são consideradas fatos geradores de contribuição previdenciária. Apesar de rotular como inde-
nização, verifica-se que estamos diante de uma parcela remuneratória. Dessa forma, deverá ter
a incidência de contribuição previdenciária sobre esse valor.
Cabe ainda ressaltar que, caso o síndico não seja remunerado e não exerça uma ativida-
de que o enquadre como segurado obrigatório do RGPS, poderá contribuir para o RGPS na
qualidade de segurado facultativo.
Síndico de
Condomínio
p) o Microempreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar
n. 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições
abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.
O MEI é o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 - Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$
81.000,00, optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática
de recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores
fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês.
Empresário Individual
Microempreendedor
Receita bruta de até R$ 81.000,00
Individual -MEI
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§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas “j” e “l” do inciso V do caput, entre outros:
I – aquele que trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou
motorista de transporte remunerado privado individual de passageiros, ou como operador de trator,
máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, sem vínculo empregatício;
II – aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em au-
tomóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei n. 6.094, de 30 de agosto de 1974;
III – aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial
em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei n. 6.586, de
6 de novembro de 1978;
IV – o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros;
V – o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;
VI – aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, até dois dias por semana;
VII – o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a
delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres públicos,
admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;
VIII – aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigran-
jeiros ou assemelhados;
IX – a pessoa física que edifica obra de construção civil;
X – o médico residente de que trata a Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981;
XI – o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação
de médio ou grande porte, nos termos da Lei n. 11.959, de 2009;
XII – o incorporador de que trata o art. 29 da Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964;
XIII – o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei n.
6.855, de 18 de novembro de 1980;
XIV – o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei n. 9.615, de 24 de março
de 1998;
XV – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990,
quando remunerado;
XVI – o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira,
empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;
XVII – o transportador autônomo de cargas e o transportador autônomo de cargas auxiliar, nos
termos do disposto na Lei n. 11.442, de 5 de janeiro de 2007;
XVIII – o repentista de que trata a Lei n. 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que não se en-
quadre na condição de empregado, prevista no inciso I do caput, em relação à referida atividade; e
XIX – o artesão de que trata a Lei n. 13.180, de 22 de outubro de 2015, desde que não se enquadre
em outras categorias de segurado obrigatório do RGPS em relação à referida atividade.
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Trabalhador Avulso
Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana
ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação
obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei n. 12.815, de 5
de junho de 2013, ou do sindicato da categoria.
Reproduz-se aqui a definição das Leis n. 8.212/1991 e 8.213/1991 e do Decreto n. 3.048/99
para tirarmos algumas conclusões.
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Leis n. 8.212/1991 e 8.213/1991: “quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empre-
gatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento”.
Decreto n. 3.048/99: “aquele que, sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana
ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação
obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei n. 12.815, de 5 de
junho de 2013, ou do sindicato da categoria”.
Atente para o fato de as leis definirem o trabalhador avulso sem determinar a intermediação
obrigatória, fato que só é feito pelo Regulamento. Portanto, para fins de prova, a definição de
trabalhador avulso, conforme as leis, se assemelha demais com o contribuinte individual. A
diferença está no fato da seguinte expressão: “serviços de natureza urbana ou rural definidos
no regulamento”.
sindicalizado ou não
sindicato da
categoria
EXEMPLO
Imagine o caso de uma embarcação chegando ao porto do Rio de Janeiro com uma grande carga
de mercadorias. Essa embarcação possui apenas a mão de obra necessária para que essas
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Perceba que tanto o operador portuário, quanto o OGMO tem interesse comum em relação
a contratação do trabalhador avulso.
Dessa forma, conforme determina o art. 124, I, do Código Tributário Nacional – CTN, são
solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal.
Ademais, o art. 2º, § 4º, da Lei n. 9.719/1998 determina que o operador portuário e o ór-
gão gestor de mão de obra são solidariamente responsáveis pelo pagamento dos encargos
trabalhistas, das contribuições previdenciárias e demais obrigações, inclusive acessórias,
devidas à Seguridade Social, vedada a invocação do benefício de ordem.
Estamos, portanto, diante da primeira situação de responsabilidade solidária prevista na
legislação previdenciária.
Na prática, o dinheiro para fins de pagamento do trabalhador avulso vem do operador
portuário, que repassa os valores ao OGMO.
O OGMO fica responsável em pagar efetivamente o trabalhador avulso, elaborar folha
de pagamento, prestar informações à previdência social por meio da Guia de Recolhimento
do FGTS e informações a previdência social (GFIP)/eSocial, além de ser responsável pelo
recolhimento das contribuições previdenciárias por meio de um documento de arrecadação
(atualmente, por meio de DARF).
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Uma vez estudado o trabalhador avulso portuário, passa-se a estudar o trabalhador avulso
não portuário.
EXEMPLO
Imagine uma indústria de extração de sal necessitando contratar mão de obra, para fins de
extração de sua produção.
A indústria de extração de sal entra em contato com o sindicato da categoria que aloca a mão
de obra na indústria.
No caso da indústria de extração de sal, será a própria indústria que prestará informações à
previdência social por meio da Guia de Recolhimento do FGTS e informações a previdência
social (GFIP)/eSocial e será responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias
por meio de um documento de arrecadação (atualmente, por meio de DARF).
Já o sindicato tem a incumbência de efetuar a intermediação da mão de obra, elaborar a folha
de pagamento por contratante de serviços e o efetivo pagamento ao trabalhador avulso, após
o repasse dos valores pelo tomador de serviços (no caso, a indústria de extração de sal), além
do pagamento do salário-família, mediante convênio.
Perceba que, diferentemente do trabalhador avulso portuário, onde o OGMO é responsável
pelo pagamento do trabalhador avulso, elaboração de folha de pagamento, prestar informa-
ções por meio da GFIP/eSocial e efetuar o recolhimento das contribuições previdenciárias, o
sindicato da categoria, no caso do trabalhador avulso não portuário, é um mero intermediador,
ficando os encargos previdenciários a cargo do tomador de serviços.
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Por fim, segue abaixo a definição do trabalhador avulso no RPS, para fins de conhecimento
das situações possíveis de contratação:
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O trabalhador avulso é aquele que presta serviços sem vínculo empregatício, de natureza urbana
ou rural, a diversas empresas, com intermediação de sindicato ou órgão gestor de mão de obra.
O que diferencia o trabalhador avulso do contribuinte individual é justamente a obrigatorieda-
de da intermediação do órgão gestor de mão de obra ou do sindicato da categoria, além de o
trabalhador avulso exercer apenas as atividades previstas no art. 9º, VI, do RPS (ex: ensacador
de café, cacau, sal e similares).
Errado.
Segurado Especial
O segurado especial é o produtor que explore atividade agropecuária em área de até 4
módulos fiscais, ou de seringueiro ou extrativista vegetal, além do pescador artesanal, inclu-
sive cônjuge ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou a estes equiparados,
que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de
terceiros a título de mútua colaboração.
Segurado
Especial Individualmente ou regime de economia familiar
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§ 8º, definia que segurado especial poderia exercer as suas atividades sem empregados
permanentes, as leis e o decreto determinavam no conceito de regime de economia familiar
que o serviço deveria ser prestado sem empregados, fazendo com que o grupo familiar não
pudesse ter empregados em nenhum momento, inclusive no período da colheita da safra.
A Lei n. 11.718/2008 terminou com esse conflito, determinando a seguinte definição para o
conceito de regime de economia familiar: “Entende-se como regime de economia familiar a
atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e
ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes”.
Subsistência do grupo
Regime de
Economia Condições de mútua dependência e colaboração
Familiar
Perceba que agora o grupo familiar poderá ter empregados, bastando que os mesmos não
sejam permanentes. É permitido, portanto, a contratação por prazo determinado, à razão de
no máximo 120 pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados, ou, ainda,
por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período
de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.
A redação determinada pela lei, ao definir a razão para que os empregados não sejam
enquadrados como permanentes, não é muito clara. Dessa forma, faremos a interpretação
em conjunto. Essa interpretação será feita a contrario sensu.
Caso o grupo familiar contrate 1 empregado, o mesmo poderá trabalhar para este grupo
pelo período de 120 dias. Caso o grupo familiar contrate 2 empregados, os mesmos poderão
trabalhar para este grupo pelo período de 60 dias. Caso o grupo familiar contrate 3 empre-
gados, os mesmos poderão trabalhar para este grupo pelo período de 40 dias. Caso o grupo
familiar contrate 4 empregados, os mesmos poderão trabalhar para este grupo pelo período
de 30 dias... Por fim, caso o grupo familiar contrate 120 empregados, os mesmos poderão
trabalhar para este grupo por apenas 1 dia no ano civil.
O auxílio eventual de terceiros é aquele exercido ocasionalmente, em condições de mútua
colaboração, não existindo subordinação nem remuneração.
EXEMPLO
Imagine João, pequeno produtor rural, e sua família, que trabalham em regime de economia
familiar (segurados especiais). Sem condições para contratar empregados, João entra em
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contato com seu vizinho Huguinho, também pequeno produtor rural, e sua família (segurados
especiais), solicitando ajuda para fins de colheita de sua safra. O grupo familiar de Huguinho,
muito solidário, ajuda o grupo familiar de João na colheita de sua safra. Após o serviço, João
convida Huguinho para um bom bate papo com um café quentinho e um belo bolo de fubá.
Perceba que, no caso prático, não existe subordinação nem remuneração. Assim, quando
Huguinho e sua família forem colher a sua safra, o grupo familiar de João também irá cola-
borar, caracterizando, assim, a condição de mútua colaboração.
Vale lembrar que, regra geral, o segurado especial não pode receber outra fonte de ren-
dimento, sob pena de ser desenquadrado da categoria de segurado especial, salvo algumas
situações.
Importante ressaltar que o recebimento de outra fonte de rendimento por um dos membros
do grupo apenas desenquadra essa pessoa da categoria de segurado especial, não desen-
quadrando o grupo como um todo.
EXEMPLO
Imagine novamente João, pequeno produtor rural, e sua família (segurados especiais). A filha
de João, Maria, ajuda o grupo familiar, mas também exerce concomitantemente atividade remu-
nerada na cidade. Dessa forma, Maria não é considerada segurada especial, mas apenas João
e os demais membros da família.
Não se pode esquecer, como dito anteriormente, que existem situações de recebimento
de outra fonte de rendimento que não desenquadra a pessoa como segurado especial. Uma
das inovações da Lei n. 11.718/2008 foi a ampliação dessas situações em que o segurado
apesar de possuir outra fonte de rendimento mantém a seu enquadramento como segurado
especial. Seguem abaixo as situações, as quais foram retiradas do art. 9º, § 8º, do RPS:
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Segurados do RGPS
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Outras fontes
de Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de
rendimento organização da categoria de trabalhadores rurais
Assim, caso o segurado empregado seja eleito para o exercício do mandato de dirigente
sindical, manterá o enquadramento, durante o mandato, de segurado empregado. Da mesma
forma, caso o trabalhador avulso seja eleito para o exercício do mandato de dirigente sindical,
manterá o enquadramento, durante o mandato, de trabalhador avulso.
Essa mesma lógica deve ser aplicada ao segurado especial, uma vez que essa regra se
aplica a todos os segurados do RGPS. Portanto, caso um segurado especial seja eleito para
o exercício do mandato de dirigente sindical, manterá o enquadramento, durante o mandato,
de segurado especial.
Cabe ressaltar as situações que não descaracterizam a condição de segurado especial.
Seguem abaixo as situações:
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Segurados do RGPS
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É importante deixar claro que o RPS determina que não descaracteriza a condição de segu-
rado especial a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo
de beneficiamento ou industrialização artesanal. Considera-se processo de beneficiamento
ou industrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa
física, desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados
– IPI. Portanto, em regra, não é possível a incidência do IPI.
Entretanto, o RPS determina que é possível a participação do segurado especial em so-
ciedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de
empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial
ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar n. 123, de 14
de dezembro de 2006, não o excluindo de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o
exercício da sua atividade rural na condição de segurado especial, a pessoa jurídica com-
ponha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em
Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
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Pesacador
Artesanal
Utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei n.
11.959, de 29 de junho de 2009
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Segurado Facultativo
O segurado facultativo é aquele maior de 16 anos de idade, que deseja integrar o sistema
previdenciário, apesar de não exercer atividade remunerada que o enquadre como segura-
do obrigatório do RGPS. São exemplos de segurados facultativos: dona de casa, estagiário
(contratado em conformidade com a lei), estudante, etc.
Maior de 16 anos
Segurado
Facultativo
Para o aluno que estuda lendo a lei, segue uma breve consideração em relação ao segu-
rado facultativo.
O conceito de segurado facultativo está previsto no art. 14 da Lei n. 8.212/1991 e no art.
13 da Lei n. 8.213/1991. Segue a redação do art. 14 da Lei n. 8.212/1991:
Art. 14. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos de idade que se filiar ao Regime
Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 21, desde que não incluído
nas disposições do art. 12.
Ué, professor? Maior de 14 anos de idade? Não foi explicado que o segurado facultativo é
aquele maior de 16 anos de idade?
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Com a nova redação, ficou proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores
de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir
de 14 anos.
Como as nossas leis básicas, no que tange ao conceito de segurado facultativo, passam a
estar incompatíveis materialmente com a CF/88, estas são consideradas não recepcionadas,
estando, por consequência, revogadas.
Portanto, o art. 14 da Lei n. 8.212/1991 e o art. 13 da Lei n. 8.213/1991, por serem incom-
patíveis materialmente com a CF/88, tendo em vista a nova redação dada pela EC n. 20/1998
ao art. 7º, XXXIII, da CF/88, foram revogados tacitamente (decorrência da não recepção).
Pela lógica da nova redação do art. 7º, XXXIII, da CF/88, é proibido que uma pessoa, regra
geral, trabalhe tendo menos de 16 anos de idade (exceção ao menor aprendiz a partir dos 14
anos de idade). Ora! Se a pessoa não pode trabalhar tendo menos de 16 anos de idades, esta
não pode se enquadrar como segurado obrigatório do RGPS. Se ela não pode ser enquadrada
como segurado obrigatório, não tem lógica o ordenamento jurídico permitir que ela venha a
verter contribuições na qualidade de segurado facultativo.
Por esse motivo, o RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048/1999, por ter sido publicado após
a EC n. 20/1998, na redação que trata do conceito de segurado facultativo, já veio em conso-
nância com a nova redação do art. 7º, XXXIII, da CF/88, ou seja, adotando a idade mínima de
16 anos para a pessoa se enquadrar na qualidade de segurado facultativo.
Portanto, o fundamento de validade do conceito de segurado facultativo do RPS não são
os artigos das nossas leis básicas, os quais estão revogados, mas a própria CF/88.
Dando seguimento ao estudo, o art. 11, § 1º, do RPS prevê, ainda, uma lista de pessoas
que podem se enquadrar na qualidade de segurado facultativo do RGPS. A citada lista é me-
ramente exemplificativa (numerus apertus). Seguem as citadas situações:
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XI – o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste
serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação
da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria;
XII – o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado a regime próprio de previdência social ou não
enquadrado em uma das hipóteses previstas no art. 9º.
EXEMPLO
Eu, Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, sou amparado pelo RPPS da União.
Entretanto, ministro aulas de Direito Previdenciário em diversos cursos preparatórios para con-
curso público e pós-graduação.
Dessa forma, estou vinculado ao RPPS, por ser Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, e
estou vinculado ao RGPS na qualidade de contribuinte individual, tendo em vista que eu exerço
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Segurados do RGPS
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uma atividade que me enquadra como segurado obrigatório. Portanto, contribuo para ambos
os regimes, podendo, inclusive, no futuro, receber benefícios por ambos os regimes.
Excepcionalmente, os trabalhadores amparados por regime próprio de previdência pode-
rão obter filiação facultativa, na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não
permita, nesta condição, contribuição ao regime próprio (art. 11, § 2º, do RPS). Essa regra
não se aplica para a esfera federal, uma vez que a Lei n. 8.112/1990, no seu art. 183, § 3º,
permite que o servidor, quando se afasta sem vencimento, contribua para o seu próprio regime.
EXEMPLO
Imagine um servidor público efetivo de um Município amparado por RPPS.
Esse servidor público se licencia para tratar de interesses particulares, sem remuneração duran-
te o período da licença.
A lei que regulamenta o RPPS desse servidor não permite que ele contribua para o seu próprio
regime durante esse período de licença.
Como fica esse período de licença, para fins de contagem de tempo de contribuição e carência?
Para que esse servidor não tenha um prejuízo, basta que ele, durante o período da licença, con-
tribua para o RGPS na qualidade de segurado facultativo.
Assim, esse período contará tanto para efeitos de tempo de contribuição, quanto para efeitos
de carência.
Será necessário apenas que o segurado solicite ao INSS uma Certidão de Tempo de Contribui-
ção e averbe esse tempo no seu RPPS.
Chegamos ao fim da parte teórica da nossa aula. Faça com atenção os exercícios pro-
postos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo. Bons estudos e até a
nossa próxima aula.
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RESUMO
• Os beneficiários do RGPS são as pessoas físicas que fazem jus a uma prestação previ-
denciária, seja essa prestação um benefício ou um serviço.
• Os beneficiários, como gênero, têm como espécies os segurados e os seus dependentes.
• Os segurados se dividem em segurados obrigatórios e facultativos.
• Os segurados obrigatórios se subdividem em segurados empregados, empregados
domésticos, contribuinte individuais, trabalhadores avulsos e os segurados especiais.
Empregado
Empregado Doméstico
Segurados
Beneficiários Trabalhador Avulso
Facultativo
do RGPS
Dependentes Segurado Especial
• A filiação é o vínculo jurídico que se cria entre a previdência social brasileira e a pessoa
física, de onde decorrem direitos e obrigações.
• A filiação para o segurado obrigatório decorre do exercício da atividade remunerada.
• A filiação para o segurado facultativo decorre de sua inscrição (ato onde o segurado é
cadastrado no RGPS), a qual é formalizada com o 1º pagamento.
• Aquele segurado que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades.
• A inscrição é um ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, mediante comprovação
dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização.
• A inscrição só é possível a partir dos 16 anos, salvo o menor aprendiz (a partir dos 14
anos).
• Aquele segurado que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
é obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma dessas atividades.
• A inscrição do segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, que
presta serviço para a empresa a partir de 04/2003, é feita pela própria empresa, bem
como a inscrição do empregado doméstico é feita pelo empregador doméstico. A ins-
crição dos demais segurados é feita pelos próprios.
• É possível a inscrição post mortem do segurado especial, desde que presentes os pres-
supostos da filiação.
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PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE SEGURADO EMPREGADO QUE CAEM NAS PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO
Diretor empregado
Trabalhador temporário
Brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social
Estagiário contratado em desconformidade com a lei
Servidor que ocupa, exclusivamente, cargo em comissão
Exercente de mandato eletivo
Contratado como trabalhador intermitente
Menor aprendiz
PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE CONTRIBUINTE INDIVIDUAL QUE CAEM NAS PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO
Garimpeiro
Ministro de confissão religiosa (padre, pastor...)
Brasileiro civil que trabalha no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo,
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social
Empresário individual
Diretor não empregado
Sócio administrador e sócio cotista, desde que o cotista receba remuneração pelo seu trabalho na sociedade
Cooperado
Síndico de condomínio, quando remunerado
Microempreendedor Individual – MEI
Notário e tabelião
Pessoa física que edifica obra de construção civil
Médico residente
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• Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana
ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória
do órgão gestor de mão de obra (OGMO) ou sindicato da categoria.
• O segurado especial é o produtor que explore atividade agropecuária em área de até 4
módulos fiscais, ou de seringueiro ou extrativista vegetal, além do pescador artesanal,
inclusive cônjuge ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou a estes
equiparados, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais
do grupo familiar, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com
o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração.
• Segurado facultativo é o maior de 16 anos de idade que se filiar ao RGPS, mediante con-
tribuição, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como
segurado obrigatório da previdência social.
• O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito Federal
ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do
RGPS, desde que amparados por RPPS.
• Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades
abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios
em relação a essas atividades.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2010) Considere que Lucas tenha exer-
cido, individualmente, de modo sustentável, durante toda a vida, a atividade de seringueiro
na região amazônica, tendo os frutos dessa atividade sido sua única fonte de renda. Após o
falecimento dele, os herdeiros — demonstrados os pressupostos de filiação — poderão requerer
a inscrição de Lucas, como segurado especial, no RGPS.
002. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Célia, professora de uma univer-
sidade, eventualmente, presta serviços de consultoria na área de educação. Por isso, Célia
é segurada empregada pela atividade de docência e contribuinte individual quando presta
consultoria. Nessa situação, Célia tem uma filiação para cada atividade.
003. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2003) A inscrição é o ato pelo qual o segu-
rado é cadastrado no RGPS, por meio de comprovação de dados pessoais e outros elementos.
004. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2003) A filiação ao RGPS representa
ato volitivo em relação ao trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, preste
serviços a terceiros.
005. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2003) A filiação materializa a inscrição
junto ao RGPS e objetiva a identificação pessoal do segurado.
006. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2003) É vedada a inscrição de segurado
após sua morte, exceto em caso de segurado especial.
007. (CESPE/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ/2006) Considere que
um cidadão trabalhe como cobrador de ônibus e vigia noturno, concomitantemente. Nessa
hipótese, apesar de ambas as atividades estarem abrangidas pelo RGPS, o referido cidadão
somente será obrigado a filiar-se em relação a uma delas.
008. (CESPE/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ/2008) Não há limite
de idade para inscrição no RGPS, considerando-se a necessária proteção ao trabalhador, em
especial a universalidade do atendimento.
009. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) A filiação do segurado obrigatório
ao RGPS decorre automaticamente do exercício da atividade remunerada.
010. (CESPE/TRT 7ª REGIÃO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017) Leandra,
que trabalha como manicure autônoma há cinco anos, prestando seus serviços diretamente
aos seus clientes, que são pessoas físicas, nunca realizou qualquer contribuição previdenciária.
Nessa situação hipotética, Leandra
a) É considerada automaticamente inscrita no RGPS, pelo simples fato de desempenhar a re-
ferida atividade profissional.
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GABARITO
1. C 36. C
2. C 37. E
3. C 38. E
4. E 39. C
5. E 40. E
6. C 41. E
7. E 42. E
8. E 43. C
9. C 44. E
10. d 45. c
11. E 46. E
12. E 47. E
13. C 48. E
14. E 49. E
15. C 50. C
16. E 51. E
17. E 52. C
18. Anulada. 53. d
19. E 54. C
20. E 55. E
21. C 56. E
22. C 57. E
23. C 58. E
24. E 59. C
25. E 60. E
26. C 61. C
27. E
28. C
29. C
30. C
31. E
32. E
33. E
34. d
35. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2010) Considere que Lucas tenha exer-
cido, individualmente, de modo sustentável, durante toda a vida, a atividade de seringueiro
na região amazônica, tendo os frutos dessa atividade sido sua única fonte de renda. Após o
falecimento dele, os herdeiros — demonstrados os pressupostos de filiação — poderão requerer
a inscrição de Lucas, como segurado especial, no RGPS.
A filiação ocorre em relação a todas as atividades. Dessa forma, uma vez que Célia exerce a ati-
vidade docente, estará filiada ao RGPS na qualidade de segurada empregada, enquanto que, em
relação à atividade de consultoria, estará filiada ao RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Certo.
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É justamente o contrário! A inscrição materializa a filiação, uma vez que tem o objetivo de ca-
dastrar o segurado no RGPS.
Errado.
Perfeita a afirmativa! Admite-se a inscrição “post mortem” (após a morte) apenas para o segu-
rado especial, desde que presentes os pressupostos da filiação.
Certo.
A filiação ao RGPS ocorre em relação a todos os vínculos. Dessa forma, o cidadão será filiado ao
RGPS em relação à atividade como cobrador de ônibus, além de ser filiado ao RGPS em relação
à atividade de vigia noturno.
Errado.
A inscrição no RGPS exige a idade mínima de 16 anos, salvo o menor aprendiz a partir dos 14 anos.
Errado.
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O RGPS é um regime de filiação obrigatória. Portanto, uma vez que Leandra exerce uma ativida-
de remunerada, esta estará filiada ao RGPS, sendo enquadrada como segurada obrigatória do
regime. No caso em comento, Leandra será segurada obrigatória na qualidade de contribuinte
individual.
a) Errada. Leandra é considerada automaticamente filiada no RGPS, pelo simples fato de de-
sempenhar a referida atividade profissional.
b) Errada. Leandra não tem a opção, uma vez que o RGPS é um regime de filiação obrigatória.
Portanto, uma vez exercida a atividade remunerada, Leandra estará automaticamente filia-
da ao RGPS.
c) Errada. A filiação é o vínculo jurídico que se cria entre a previdência social brasileira e a pessoa
física, de onde decorrem direitos e obrigações. Dessa forma, como o sistema é contributivo,
a partir da filiação, Leandra estará obrigada ao pagamento das contribuições previdenciárias.
Portanto, a contribuição é devida a partir da filiação e não da inscrição.
Letra d.
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Segurados do RGPS
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O pescador artesanal que faz da pesca a profissão habitual é um segurado obrigatório do RGPS,
na qualidade de segurado especial. Portanto, uma vez que ele está filiado ao RGPS, é criado
o vínculo jurídico entre ele e o RGPS, de onde decorrem direitos e obrigações. Portanto, ele é
obrigado a verter contribuições para o RGPS.
Errado.
Beneficiários do RGPS são as pessoas físicas que fazem jus as prestações previdenciárias. Os
beneficiários se dividem em segurados e dependentes.
Errado.
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Segurados do RGPS
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No caso em comento, o professor não é servidor efetivo, não sendo, por consequência, ampa-
rado por RPPS. O professor, nomeado como secretário de educação, exerce, exclusivamente,
cargo em comissão, sendo enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de
empregado.
Errado.
O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a re-
gime próprio de previdência social, é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Certo.
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O servidor que exerce, exclusivamente, o cargo em comissão, será enquadrado como segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de empregado.
Errado.
O gabarito inicial da questão foi “certo”. Entretanto, a questão foi anulada posteriormente, ten-
do em vista a insuficiência de dados. A banca examinadora não menciona se Nelson ocupa,
exclusivamente, cargo em comissão. Poderia ser que Nelson fosse um servidor público efetivo
cedido para ocupar o cargo em comissão. Nessa situação, não seria enquadrado como segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de empregado, tendo em vista que Nelson ficaria vinculado
ao seu regime de origem.
Anulada.
O organismo oficial internacional está em funcionamento no Brasil e não no exterior. Dessa for-
ma, Beatriz é segurada obrigatória do RGPS na qualidade de empregada e não de contribuinte
individual.
Errado.
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ser aposentado por RPPS, pois pessoa vinculada ao RPPS está excluída do RGPS. Entretanto,
tal exclusão apenas ocorre se a pessoa não exerça uma atividade que a enquadre como segu-
rado obrigatório do RGPS. Perceba que Otávio exerce atividade que o enquadre como segurado
obrigatório e, por esse motivo, é segurado do RGPS, devendo contribuir para o sistema (sistema
contributivo).
Errado.
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Ótima questão para ser cobrada em prova, tendo em vista que o erro é sutil! Leve a seguinte
regra para fins de prova! Quando a União contrata um brasileiro civil para trabalhar no exterior
em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, será enquadrado como
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segurado obrigatório na qualidade de segurado empregado, desde que não esteja vinculado ao
regime de previdência do país do organismo oficial internacional (art. 9º, I, “f”, do Decreto n.
3.048/99). Pode-se dar como exemplo um brasileiro civil, domiciliado na Suíça, que seja contra-
tado pela União para trabalhar na Organização Mundial de Saúde (organismo oficial internacional
do qual o Brasil é membro efetivo). Essa pessoa será enquadrada como segurado obrigatório
do RGPS como empregado, desde que não esteja vinculado ao regime previdenciário da Suíça.
Entretanto, quando o brasileiro civil trabalha no exterior em organismo oficial internacional do
qual o Brasil seja membro efetivo, será enquadrado como segurado obrigatório na qualidade de
contribuinte individual, desde que não esteja vinculado ao regime de previdência do país do
organismo oficial internacional (art. 9º, V, “d”, do Decreto n. 3.048/99). Dessa forma, uma vez
que a banca examinadora não mencionou a União como contratante, estamos diante de um
segurado obrigatório na qualidade de contribuinte individual e não como empregado.
Errado.
A pessoa física que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de
carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é segurada obrigatória da previdência social,
na qualidade de empregado, conforme o disposto no art. 9º, I, “e”, do RPS. Cabe ressaltar que,
caso o brasileiro seja amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão
diplomática, este não será enquadrado como segurado obrigatório do RGPS.
Certo.
O exercente de mandato eletivo em qualquer Ente da Federação (no caso em comento, estadual)
é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de empregado, desde que não vinculado a regime
próprio de previdência social, devendo contribuir para esse regime de previdência.
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Os empregados das empresas públicas são beneficiários do RGPS, sendo segurados obrigató-
rios na qualidade de empregado.
Errado.
Aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, é segurado obrigatório da previdência
social na qualidade de empregado doméstico.
Errado.
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Aquele que presta serviço, em caráter eventual e sem a intermediação de sindicato, a uma ou
mais empresas, sem relação de emprego, é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de
contribuinte individual.
Letra d.
036. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Miguel, civil, brasileiro nato que mora
há muito tempo na Suíça, foi contratado em Genebra para trabalhar na Organização Mundial de
Saúde. Seu objetivo é trabalhar nessa entidade por alguns anos e retornar ao Brasil, razão pela
qual optou por não se filiar ao regime próprio daquela organização. Nessa situação, Miguel é
segurado obrigatório da previdência social brasileira na qualidade de contribuinte individual.
É o caso do brasileiro civil que trabalha no exterior em organismo oficial do qual o Brasil seja
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime de
previdência do país estrangeiro. Repare que a banca examinadora não menciona a União como
contratante, pois nesse caso estar-se-ia diante de um segurado empregado. Portanto, estamos
diante de um segurado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
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Segurados do RGPS
Bernardo Machado
O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo (no caso, a ONU), ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando cober-
to por regime próprio de previdência social, é segurado obrigatório do RGPS. Caso este seja
contratado pela União, será enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de
segurado empregado. Caso este não seja contratado pela União, será enquadrado como segu-
rado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Certo.
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Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da
família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes. Portanto, o grupo familiar pode ter empregados, bastando que os
mesmos não sejam permanentes. É permitido, portanto, a contratação por prazo determinado,
à razão de no máximo 120 pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados,
ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o
período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença.
a) Errada. Considera-se segurado especial o cônjuge ou companheiro, bem como filho maior
de 16 anos de idade ou a este equiparado (no caso, enteada), do pequeno produtor rural ou
seringueiro ou extrativista vegetal ou pescador artesanal, que, comprovadamente, trabalhem
com o grupo familiar respectivo.
b) Errada. Considera-se segurado especial a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglo-
merado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de
produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
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comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade agropecuária em área de até 4 mó-
dulos fiscais
d) Errada. A contribuição do segurado especial é de 1,2% sobre a receita bruta, proveniente da
comercialização da sua produção rural, além de 0,1% para financiamento de benefícios concedi-
dos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais
do trabalho (GILRAT), totalizando 1,3%, conforme será melhor estudado no momento oportuno.
Tal contribuição é relativa ao grupo familiar. Portanto, o segurado especial não contribui para o
sistema securitário de forma individual.
e) Errada. Cleide faz jus ao salário-maternidade.
Letra c.
A partir da EC n. 20/98, o garimpeiro não mais pode ser enquadrado como segurado especial.
Portanto, o garimpeiro, qualquer que seja a forma do exercício de sua atividade, é segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Errado.
O fato de Aparecida exercer atividade remunerada no grupo escolar próximo faz com que ela
deixe de ser enquadrada como segurada especial. Portanto, nem toda a família se enquadra
na categoria de segurado especial. É importante ressaltar que os demais membros da família
continuam sendo enquadrados como segurados especiais.
Errado.
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O segurado especial não pode receber outra fonte de rendimento, sob pena de ser desenqua-
drado da categoria de segurado especial, salvo algumas situações. O recebimento de dinheiro
decorrente de programa assistencial oficial do governo federal é uma das situações que não
descaracteriza a condição de segurado especial.
Errado.
O segurado especial é o produtor que explore atividade agropecuária em área de até 4 módulos
fiscais, ou de seringueiro ou extrativista vegetal, além do pescador artesanal, inclusive cônjuge
ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou a estes equiparados, que, comprova-
damente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar, individualmente ou
em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua
colaboração. Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos
membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconô-
mico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem
a utilização de empregados permanentes. Portanto, caso o pescador exerça essa atividade
como principal meio de vida tendo empregados permanentes, este será considerado segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Errado.
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O segurado especial é o produtor que explore atividade agropecuária em área de até 4 módulos
fiscais, ou de seringueiro ou extrativista vegetal, além do pescador artesanal, inclusive cônjuge
ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou a estes equiparados, que, comprova-
damente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar, individualmente ou
em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua
colaboração. A banca preparatória tentou confundir o aluno, mencionando o evento que enseja
a concessão da aposentadoria especial, o qual é a efetiva exposição permanente do segurado
a agente nocivo (físico, químico ou biológico), que prejudica a sua saúde ou integridade física.
Com a recente reforma da previdência social, implementada pela EC n. 103/19, além da citada
efetiva exposição, há a necessidade de que o segurado atinja uma idade mínima, a depender do
agente nocivo (o assunto “aposentadoria especial” será melhor abordado no momento oportuno).
Errado.
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a) empregada.
b) trabalhadora avulsa.
c) contribuinte individual.
d) segurada facultativa.
e) segurada especial.
A pessoa física maior de dezesseis anos que, por ato volitivo, se inscreve como contribuinte da
previdência social do Brasil, desde que não exerça atividade remunerada que implique filiação
obrigatória, é denominada segurada facultativa.
Letra d.
Perfeita a afirmativa! O bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especia-
lização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja
vinculado a qualquer regime de previdência social, poderá contribuir para o RGPS na qualidade
de segurado facultativo.
Certo.
Pastor evangélico que atue exclusivamente em sua atividade religiosa é considerado segurado
obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual.
Errado.
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O segurado facultativo é aquele maior de 16 anos de idade que não exerce atividade remunerada
que o enquadre como segurado obrigatório do RGPS.
Errado.
Perfeita a afirmativa! A dona de casa e o estudante, caso não exerçam atividade remunerada
que os enquadre como segurados obrigatórios da previdência social, podem contribuir para o
RGPS na qualidade de segurados facultativos.
Certo.
Síndico de condomínio quando não remunerado não é segurado obrigatório do RGPS. Caso
queira, pode contribuir para o RGPS na qualidade de segurado facultativo. Entretanto, no caso
abordado pela banca examinadora, João é servidor público aposentado. Conforme determina
o art. 201, § 5º, da CF/88, é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo,
de pessoa participante de RPPS. Dessa forma, João não pode se filiar ao RGPS na qualidade
de segurado facultativo, tendo em vista já ser amparado por RPPS.
Errado.
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Caso o servidor público efetivo venha exercer atividade que o enquadre como segurado obri-
gatório do RGPS, será considerado como tal, devendo efetuar suas contribuições, ainda que
amparado por regime próprio de previdência.
Certo.
Bernardo Machado
Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.
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