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SESI – 166
1º ano B
Santo André
2020
C.E. SESI – 166
1º ano B
Santo André
2020
Resumo da obra
A produção de Assis retém uma carga filosófica farta aos olhos de quem sabe ler, tendo em vista que esse saber não se
refere à apenas a habilidade de distinguir e relacionar letras, mas à habilidade cognitiva, visto que a obra apresenta
através de simples palavras, um enredo extraordinário, onde podemos nos encontrar em diversos personagens se
pararmos para refletir sobre suas peculiares e únicas características.
A bagagem cultural e reflexiva que é tratada no livro, não é nada menos que o Humanitismo, filosofia fictícia criada
por Joaquim Borba dos Santos – seu parente, professora haha –, o famoso Quincas Borba, a partir dela o leitor
consegue viajar muito mais longe em pensamentos se tentar.
A obra retrata a passagem da morte infortuna de Quincas Borba para as peripécias vividas por Rubião no Rio de
Janeiro devido a fortuna recém ganhada através do testamento de seu grande amigo, com a condição de que cuidasse
de seu cachorro, Quincas Borba – sim, o mesmo nome do dono, mas isso segundo Joaquim tinha uma explicação, ele
acreditava que seu nome iria sobreviver em seu cão e fiel escudeiro, perpetuando sua alma.
Rubião sempre foi um homem simples, professor que se tornou voluntário em um hospital como aspirante a
enfermeiro, onde pode cuidar de Quincas Borba.. Através dessa paixão, Rubião e Quincas Borba fortalecem seus laços
fraternais, a ponto do fidalgo de Minas Gerais, solitário mas coincidemente completo com seu cão, colocar o simples
Rubião como herdeiro universal de sua herança, com a obrigação de partilhar esses momentos com Quincas Borba, o
cão, sempre proporcionando seu bem-estar, além de o tratar, visto que o falecido dono acreditava, como humano.
Com tamanha fortuna em mãos, Pedro Rubião resolve partir para o Rio, esperava viver uma nova vida, sempre
visitando, quando possível, sua cidade natal no interior de Minas Gerais, Barbacena. Consigo leva o que restou de seu
amigo, seu cão, que havia partido em uma viagem prometendo voltar mas que não o fez pois seus dias se esgotaram.
As mudanças ocorrem já no trem, onde Rubião conhece por acaso um casal, Cristiano e Sofia de Almeida Palha, e
gera uma amizade. O casal se dispõe a ajudar Pedro em sua nova vida, escolhendo a decoração para sua casa e
preparando tudo para que sua chegada fosse com grande conforto em uma das propriedades herdadas de Borba.
Entretanto, a cada dia Rubião se vê mais apaixonado por Sofia, esposa de seu amigo, e como cortar laços? Como iria
explicar que não consegui ficar longe dela? Tendo isso em mente ele continuou, tentando sempre tirar ela de sua
cabeça e coração. Até que em uma bela noite, depois de um jantar na casa dos Palha, Rubião se via ao lado de Sofia,
sob a luz do luar, onde declarou seus sentimentos e acabou por assustar a dama que, por sua vez, delatou ao marido
quando todos já haviam ido embora. A partir desse momento conseguimos ver faíscas de interesses e desespero,
devido a dívida feita, sendo reveladas por parte de Cristiano, que reluta quando sua esposa diz que seria melhor cortar
laços, seja definitivamente, ou ao poucos.
Com o tempo, Rubião tem suas esperanças e tentativas de amor com Sofia frustadas, pois nunca foi correspondido,
mesmo que já fosse de se esperar, visto que tinha se apaixonado por uma mulher casada e, como nunca irir ser
retribuído pela amada, resolve então voltar para sua cidade natal, barrado por Cristiano que argumenta de todas as
formas para que o amigo fique, com medo de sua dívida ser agravada e se aproveitando da bondade do mineiro.
Rubião, convencido, decide continuar no Rio, sempre se encontrando com Sofia em passeios autorizados por seu
marido na tentativa de manter Pedro na Corte, onde se tornam sócios de uma importadora, Palha e Cia.
O tempo livre passsado com sofia apenas serviu para intensificar sua paixão por ela, causando crises de ciúmes no
homem que antes era tão calmo, a ponto de enlouquecer. O mineiro começa a pensar que é o próprio Napoleão III,
quando mais uma vez se declara para Sofia em uma carruagem, passando a entender que estava tendo alucinações. O
casal se oferece, com relutância, para cuidar do fidalgo mas logo é enviado para ser internado em um hospício, onde
Rubião foge com Quincas Borba, seu cachorro, e retorna para sua cidade natal, Barbacena. Quando chegou não foi
recebido por ninguém, por isso acabou dormindo na rua com seu cão e, logo em seguida, falecendo.
O Humanitismo, filosofia fictícia criada pelo autor, consiste em uma teoria parecida com a de Darwin, “Seleção
Natural”, pois acredita que os mais aptos irão sobreviver, mas que para isso terá que ocorrer lutas, talvez não diretas,
mas de qualquer forma, lutas. No começo da obra, Quincas Borba dá dois exemplos de Humanitas – substância para
qual convergem todas as coisas – para explicar à Rubião sua filosofia, no caso relata à Pedro sobre a morte de sua avó,
onde diz que quem a atropelou não se tornou culpado por sua morte, pois estava morrendo de fome e passar depressa
sobre sua avó, ou seja, a partir do Humanitas, todo ato do homem seria justificável desde seu seu objetivo fosse
atender à resolução de sua vontade.
Em segunda análise, Quincas Borba faz Rubião imaginar um contexto: duas tribos estão viajando com o objetivo de
chegar ao topo da montanha, mas para isso teriam que fazer uma pausa para comer, além do fato de que o único meio
de alimentação seria uma plantação de batatas onde as duas tribos iriam ter que passar, todavia, só teria suprimento
suficiente para uma das tribos continuar viagem, caso elas dividissem não chegariam inteiras ao topo da montanha por
desnutrição. A solução para isso seria a guerra, com o objetivo se suprir suas vontades e necessidades, nisso surge a
frase: “Ao vencedor, as batatas”.