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C.E.

SESI – 166

Eloisa Silva de Oliveira – nº 09

1º ano B

Quincas Borba – Machado de Assis


Análise descritiva e psicológica da obra

Santo André

2020
C.E. SESI – 166

Eloisa Silva de Oliveira – nº 09

1º ano B

Quincas Borba – Machado de Assis


Análise descritiva e psicológica da obra

O seguinte trabalho tem como objetivo realizar uma análise

crítica e psicológica da obra, Quincas Borba – Machado de Assis,

citando os principais acontecimentos e filosofias presentes no livro,

além das características peculiares de cada personagem. Trabalho

organizado e mestrado pela professora de Língua Portuguesa e

Literatura, Roseli Pereira dos Santos.

Santo André

2020
Resumo da obra

A produção de Assis retém uma carga filosófica farta aos olhos de quem sabe ler, tendo em vista que esse saber não se
refere à apenas a habilidade de distinguir e relacionar letras, mas à habilidade cognitiva, visto que a obra apresenta
através de simples palavras, um enredo extraordinário, onde podemos nos encontrar em diversos personagens se
pararmos para refletir sobre suas peculiares e únicas características.

A bagagem cultural e reflexiva que é tratada no livro, não é nada menos que o Humanitismo, filosofia fictícia criada
por Joaquim Borba dos Santos – seu parente, professora haha –, o famoso Quincas Borba, a partir dela o leitor
consegue viajar muito mais longe em pensamentos se tentar.

A obra retrata a passagem da morte infortuna de Quincas Borba para as peripécias vividas por Rubião no Rio de
Janeiro devido a fortuna recém ganhada através do testamento de seu grande amigo, com a condição de que cuidasse
de seu cachorro, Quincas Borba – sim, o mesmo nome do dono, mas isso segundo Joaquim tinha uma explicação, ele
acreditava que seu nome iria sobreviver em seu cão e fiel escudeiro, perpetuando sua alma.

Rubião sempre foi um homem simples, professor que se tornou voluntário em um hospital como aspirante a
enfermeiro, onde pode cuidar de Quincas Borba.. Através dessa paixão, Rubião e Quincas Borba fortalecem seus laços
fraternais, a ponto do fidalgo de Minas Gerais, solitário mas coincidemente completo com seu cão, colocar o simples
Rubião como herdeiro universal de sua herança, com a obrigação de partilhar esses momentos com Quincas Borba, o
cão, sempre proporcionando seu bem-estar, além de o tratar, visto que o falecido dono acreditava, como humano.

Com tamanha fortuna em mãos, Pedro Rubião resolve partir para o Rio, esperava viver uma nova vida, sempre
visitando, quando possível, sua cidade natal no interior de Minas Gerais, Barbacena. Consigo leva o que restou de seu
amigo, seu cão, que havia partido em uma viagem prometendo voltar mas que não o fez pois seus dias se esgotaram.
As mudanças ocorrem já no trem, onde Rubião conhece por acaso um casal, Cristiano e Sofia de Almeida Palha, e
gera uma amizade. O casal se dispõe a ajudar Pedro em sua nova vida, escolhendo a decoração para sua casa e
preparando tudo para que sua chegada fosse com grande conforto em uma das propriedades herdadas de Borba.
Entretanto, a cada dia Rubião se vê mais apaixonado por Sofia, esposa de seu amigo, e como cortar laços? Como iria
explicar que não consegui ficar longe dela? Tendo isso em mente ele continuou, tentando sempre tirar ela de sua
cabeça e coração. Até que em uma bela noite, depois de um jantar na casa dos Palha, Rubião se via ao lado de Sofia,
sob a luz do luar, onde declarou seus sentimentos e acabou por assustar a dama que, por sua vez, delatou ao marido
quando todos já haviam ido embora. A partir desse momento conseguimos ver faíscas de interesses e desespero,
devido a dívida feita, sendo reveladas por parte de Cristiano, que reluta quando sua esposa diz que seria melhor cortar
laços, seja definitivamente, ou ao poucos.

Com o tempo, Rubião tem suas esperanças e tentativas de amor com Sofia frustadas, pois nunca foi correspondido,
mesmo que já fosse de se esperar, visto que tinha se apaixonado por uma mulher casada e, como nunca irir ser
retribuído pela amada, resolve então voltar para sua cidade natal, barrado por Cristiano que argumenta de todas as
formas para que o amigo fique, com medo de sua dívida ser agravada e se aproveitando da bondade do mineiro.
Rubião, convencido, decide continuar no Rio, sempre se encontrando com Sofia em passeios autorizados por seu
marido na tentativa de manter Pedro na Corte, onde se tornam sócios de uma importadora, Palha e Cia.

O tempo livre passsado com sofia apenas serviu para intensificar sua paixão por ela, causando crises de ciúmes no
homem que antes era tão calmo, a ponto de enlouquecer. O mineiro começa a pensar que é o próprio Napoleão III,
quando mais uma vez se declara para Sofia em uma carruagem, passando a entender que estava tendo alucinações. O
casal se oferece, com relutância, para cuidar do fidalgo mas logo é enviado para ser internado em um hospício, onde
Rubião foge com Quincas Borba, seu cachorro, e retorna para sua cidade natal, Barbacena. Quando chegou não foi
recebido por ninguém, por isso acabou dormindo na rua com seu cão e, logo em seguida, falecendo.

Aná lise filosó fica da obra


A obra de Machado de Assis buscou revelar as diferentes formas, relacionadas, de contemplar a morte, de forma que a
partir do momento de lêssemos, mudássemos nossa visão em relação à questão de o que é estar vivo, e o que é estar
morto. O autor não buscou apenas confrontar os tipos de teorias realistas, ele criou a sua, uma filosofia que torna a
morte mais “leve”, de certa forma, chamada de Humanitismo.

O Humanitismo, filosofia fictícia criada pelo autor, consiste em uma teoria parecida com a de Darwin, “Seleção
Natural”, pois acredita que os mais aptos irão sobreviver, mas que para isso terá que ocorrer lutas, talvez não diretas,
mas de qualquer forma, lutas. No começo da obra, Quincas Borba dá dois exemplos de Humanitas – substância para
qual convergem todas as coisas – para explicar à Rubião sua filosofia, no caso relata à Pedro sobre a morte de sua avó,
onde diz que quem a atropelou não se tornou culpado por sua morte, pois estava morrendo de fome e passar depressa
sobre sua avó, ou seja, a partir do Humanitas, todo ato do homem seria justificável desde seu seu objetivo fosse
atender à resolução de sua vontade.

Em segunda análise, Quincas Borba faz Rubião imaginar um contexto: duas tribos estão viajando com o objetivo de
chegar ao topo da montanha, mas para isso teriam que fazer uma pausa para comer, além do fato de que o único meio
de alimentação seria uma plantação de batatas onde as duas tribos iriam ter que passar, todavia, só teria suprimento
suficiente para uma das tribos continuar viagem, caso elas dividissem não chegariam inteiras ao topo da montanha por
desnutrição. A solução para isso seria a guerra, com o objetivo se suprir suas vontades e necessidades, nisso surge a
frase: “Ao vencedor, as batatas”.

Aná lise dos personagens


Joaquim Borba dos Santos: Era um homem com muitas posses, além de um filósofo excelente. Joaquim era
um grande homem, em caráter, índole, intelecto e principalmente… em paixão. Era apaixonado por tudo que
relacionava a vida e a morte de forma genuína e complexa mas ao mesmo tempo simples, filosofia qual ele
nomeou de Humanitismo, baseada na ideia do Humanitas – substância para qual convergem todas as coisas –
já mencionada anteriormente.
Pedro Rubião de Alvarenga: Era um homem simples, professor do primário no interior de Minas Gerais e
voluntário em um hospital. Rubião ao longo da obra demostra grande inocência sobre assuntos políticos da
Corte, onde foi inserido quando recebeu a herança de seu amigo, a ponto de ser enrolado por um casal que
pensava apenas em enriquecer. Todavia, no começo da literatura existe uma controvérsia desse ser inocente,
quando Pedro Alvarenga vê que sem o cachorro do dono não iria poder receber a herança e por esse motivo,
foi atrás de Quincas Borba, o cão.
Cristiano de Almeida Palha: Um homem de classe média, que viu em Rubião sua salvação financeira,
representa a ganância que muitas vezes é encontrada no ser humano.
Sofia de Almeida Palha: Uma mulher charmosa e requintada, que vê através desses atributos, uma forma de
ajudar seu marido a “prender” Rubião em Rio de Janeiro, devido à paixão do homem por ela, e assim usufruir
de suas ajudas financeiras. Acredito que representa o ser vaidoso que temos dentro de nós, que usamos para o
que bem entendemos, basta estar suprindo nossas vontande… e mais uma vez, podemos ver o Humanitas.

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