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Exame

Ciência

Azitromicina contra covid-


19 aumenta risco de
parada cardíaca, diz
estudo
Pesquisadores apontam que risco aumenta
quando medicação é administrada em
combinação com outros remédios, como a
hidroxicloroquina e a cloroquina
Por Tamires Vitorio
17 set 2020, 08h42

Mais um estudo aponta que o uso do antibiótico


azitromicina, comum para o tratamento de
faringite, não é e8caz contra o novo coronavírus
e pode aumentar o risco de ataques cardíacos
em pacientes que a utilizam, e,
consequentemente, de morte, segundo um
estudo feito pela Universidade de Illinois em
Chicago. Mas a preocupação com a medicação
não é de agora: em 2012 o Food and Drug
Administration (FDA), análogo à Anvisa
brasileira, publicou um anúncio a8rmando que o
antibiótico estava ligado a eventos cardíacos,
mas nada, à época, foi comprovado pela
variação de resultados de pesquisas.

O que os pesquisadores descobriram é que a


azitromicina, por si só, não é associada com
aumento em problemas cardíacos, mas a
situação piora quando ela é administrada com
outras medicações que afetam o
funcionamento do coração. "Nossas
descobertas indicam que pesquisadores e
clínicos parem de usar a azitromicina como um
tratamento potencial contra a covid-19.
Descobrimos que o antibiótico quando
administrado com outras drogas que também
interferem no coração, a combinação é ligada a
um aumento de 40% em eventos cardíacos,
como desmaios, palpitações e paradas
cardíacas", explica Haridarshan Patel, um dos
autores do estudo. A pesquisa foi publicada no
prestigiado jornal cientí8co Jama.

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a covid-19
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As drogas que podem interferir com o


funcionamento cardíaco são remédios de
pressão alta, inibidores da enzima de conversão
da angiotensina (ACE), alguns antidepressivos,
a hidroxicloroquina e a cloroquina, opioides e
até mesmo relaxantes musculares. A
azitromicina em conjunto a hidroxicloroquina
tem sido um tratamento em determinados
locais contra o vírus, mas diversos estudos
apontam que sua utilização não traz benefícios
e pode até causar uma piora em casos de
SARS-CoV-2.

Outro estudo publicado no jornal


cientí8co Clinical Microbiology and Infection,
por exemplo, mostra que a combinação das
duas medicações é extremamente perigosa.

Em julho, o maior estudo brasileiro feito sobre a


medicação mostrou que nem o uso da
cloroquina sozinha, nem combinada com a
azitromicina teve algum benefício em relação
ao tratamento padrão para os casos do vírus.
Segundo os pesquisadores, a hidroxicloroquina
não reduziu a mortalidade do vírus e, em 15
dias, o número de óbitos para quem tomou a
medicação foi parecido com o dos outros
tratamentos.

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Mais recentemente, um estudo brasileiro


mostrou que o antibiótico é também ine8caz
para o tratamento de casos graves de covid-19.
Os pesquisadores apontam que a azitromicina
só deve ser prescrita quando há o diagnóstico
de pneumonia bacteriana.

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