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ANÁLISE DE PERSONAGEM, ANIMES

Um retrato
do mau –
Análise de
personagem –
Dio Brando
Quando pensamos em vilão, muitos
personagens vem na nossa cabeça, correto?

Desde vilões clássicos como o Lex Luthor, ou


sobrenaturais como o Dracula de Castlevania.
Em animes, costumamos pensar em vilões
derradeiramente malignos ou com intenções
sombrias, tipo o Orochimaru de Naruto.

Mesmo todos eles tendo uma característica em


comum, a maldade. Eles tem mais do que
apenas isso.

Eles tem uma motivação.

O Lex Luthor faz o que ele faz, pelo poder. O


Drácula faz pela sua falta de humanidade e
seu passado sombrio, sendo sempre rejeitado.
O Orochimaru fez por algo científico, afim de
ser o maior ninja, conseguir a vida eterna e até
mesmo ressuscitar os mortos para lutarem ao
seu favor.

Podem não parecer motivações nobres, até


porque elas não são.

Mas isso não tira a “razão” dos vilões.

Temos até o caso do Kira, de Death Note. Onde


o cara que aparentemente tentava fazer o
bem, acabava se tornando tão mau quanto as
pessoas que julgava em seu caderno.

Mas, então significa que… as motivações criam


os vilões?

Não exatamente, temos um exemplo que


prova o contrário dessa premissa, mesmo
conseguindo extrair um pouco de seus
motivos para causar tanto mal.

Sim, hoje falarei sobre o Dio Brando, do


aclamado anime “Jojo’s Bizarre Adventure”. A
maior parte das ações referentes ao Dio que
vou falar aqui são da Parte 1 (Phantom Blood),
mas vamos tentar entender o que levou Dio
Brando a se tornar o que ele é na Parte 3 (sem
falar muito dela, isso fica para outro artigo).

Por que vilões são tão lindos?

Afinal, o que torna Dio nesse demônio que


todos conhecemos e julgamos.

Claro, eu não vou defender o Dio, ele


simplesmente matou o meu Jojo favorito, mas
é importante analisar um personagem que foi
tão icônico para o anime. Eu mesmo, só
comecei a assistir Jojo por causa dos memes
feitos com o Dio.

No início da parte 1, vemos que o pai do Dio,


Dario Brando, era um ladrão e bêbado, já que
ao encontrar a carroça do Joestar tombada, a
primeira coisa que ele pensa em fazer é roubar
os pertences dele.

Anos depois, mostra-se ele de cama sob os


cuidados de Dio, que nutre um enorme
desprezo por ele. O que sabemos de sua
infância é que ele tinha um carinho enorme
por sua mãe, essa que era tratada
extremamente mal por Dario. Tal tratamento
fez com que a mesma morresse em agonia
tempos depois, o que acarretou ainda mais no
ódio de Dio pelo pai.

Imagine que a única coisa que motivava você a


ser feliz, ou pelo menos tentar, é tirada de você
da pior maneira possível. Provavelmente você
ficaria furioso, ou até mesmo amaldiçoaria o
patético mundo em que decidiu nascer.

Mas, o que você faria sobre isso?

Lembra que eu citei o Kira lá no começo do


artigo? Então, vamos voltar nele um pouco.

O seu ideal no começo do anime era “Nobre”


(matar alguém que é criminoso, não te faz
menos criminoso), visto que ele queria fazer a
justiça com suas próprias mãos. Porém,
lentamente (na verdade, desde o episódio 3
isso já começa a se caracterizar um pouco), ele
começa a assumir uma personalidade mais…
controladora? Ele basicamente fica com um
complexo de Deus, onde ele pode
simplesmente julgar tudo e todos, como se a
verdade dele fosse absoluta.

O Kira achava o mundo podre, mas acabou


ficando tão pobre e cruel quanto ele, isso
quem assistiu o anime sabe muito bem.

Inclusive, há quem diga que o Lelouch de Code


Geass é uma versão muito mais moderada e
melhorada de Kira, sendo realmente justo,
mesmo que seus fins justificasse seus meios.

Voltando ao Dio.

Ele também estava encarando esse “choque de


realidade”, onde percebe o quão podre o
mundo é. Mas ao contrário dos personagens
citados acima, não procura mudá-lo, muito
pelo contrário.

Em seu leito de morte, Dario Brando diz para


Dio ir para a Mansão Joestar, para que ele seja
criado pelo Lorde daquela mansão e possa
ficar rico. Dio aceita, mas não por causa de seu
pai, ele coloca em sua cabeça que pisaria em
qualquer um que aparecesse em seu caminho,
que atrapalhasse a sua subida no mundo, para
que finalmente possa se vingar do lugar que o
causou tanta dor.

Parece bem maligno e típico de vilões, claro


que o Dio tem um excesso de autoconfiança e
complexo de superioridade, visto a forma que
ele trata o Jonathan (que inclusive tratava o
Dio muito bem, como se realmente fosse um
irmão), mas pense comigo.

Entre fazer o mundo um lugar legal, para que


ninguém passe pelo que você passou ou
simplesmente para fazer uma mudança
positiva e se vingar daquilo que te causou
tanta dor e sofrimento, por que alguém
escolheria a primeira opção? Mesmo sendo
uma atitude nobre para caramba, tentar
melhorar algo que só te fez mal, parece um
tanto quanto burrice, certo?

Mesmo que seja a atitude correta, as pessoas


com esse aspecto de “Complexo de Deus”
como o Dio, ou o Kira, não pensariam assim.
Dio simplesmente quer acabar com tudo e
todos, simplesmente porque nada do mundo
nunca tentou fazer algo de bom para ele (fora
os Joestar). Ele não se esconde por trás de
palavras bonitas e nobres, como o Kira fazia,
simplesmente almeja por poder e ascender no
mundo, para que possa ser o melhor entre
todos os vivos e mortos.

Pelo olhar do Dio dá para perceber que


ele não é flor que se cheire.

É um pouco preguiçoso concluir que o Dio é


simplesmente mau e tem complexo de Deus
(seu próprio nome significa Deus, em italiano),
mesmo isso sendo verdade, já que o próprio
anime fala isso.

Dio é simplesmente alguém desgostoso da


vida e que mesmo quando colocado em um
ambiente legal para ele, onde as pessoas
realmente se importam e cuidam de seu bem
estar, já era tarde de mais. Ele almeja e procura
por poder, cade vez mais, nunca satisfeito com
o que tem, desde tentar roubar a herança dos
Joestar, até colocar a máscara de pedra para
conseguir a imortalidade e poderes
sobrenaturais.

Tudo o que ele passou, desde ser criado nas


ruas de Londres, até ter um pai abusivo,
contribuíram para esse pensamento egoísta
de Dio. Por quê não tornar o mundo um lugar
melhor… para mim? Se apenas eu sou o melhor
nesse mundo.

Mesmo que alguém tentasse mudar o Dio, e


tentaram, não seria possível. O anime deixa
claro o tempo todo que ele é realmente mau
por natureza, todas essas frustrações e
traumas o deixaram do jeito que ele é
apresentado na Parte 1. Mesmo o caloroso
coração de Jonathan não pôde ajudar Dio.

Mesmo levando esses aspectos da vida do Dio,


que muito provavelmente deixou ele desse
jeito maligno, não justifica nenhum de seus
atos de crueldade.

De qualquer forma, sempre é bom entender o


ponto de vista das outras pessoas! Isso que nos
torna humanos, coisa que Dio deixou de ser
faz tempo.

Esse foi a primeira análise psicológica da


Taverna! Qual personagem você gostaria de
ver na próxima? Deixe sugestões!

Escreva conosco!
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PUBLICADO POR

Jack

Afundo pessoas em jogos


eletrônicos, amante de jogos indie,
adorador de Undertale e otaku
fedido!
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24 SET 2018

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2 comentários sobre
“Um retrato do mau –
Análise de
personagem – Dio
Brando”

ll
3 NOV 2020 ÀS 00:56

se você ler a novel do Dio ele dirá claramente


que desprezava totalmente a mãe dele por
conta da bondade genuína dela, para ele isso a
tornava um ser fraco e patético… disse
inclusive que ela mereceu morrer! por ser tão
ingênua e benevolente.

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