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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP


INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS
CURSO DE FARMÁCIA – BACHARELADO
DISCIPLINA DE QUÍMICA ANALÍTICA

PREPARO DE SOLUÇÕES

AMANDA OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO


ANTÔNIO CARLOS ALVES DE SOUSA

TURMA: FA
PROFa. Dra. LUCIANA VIEIRA MATTOS

Sinop, MT
2022
INTRODUÇÃO
Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias,
na qual uma substância dispersa-se em toda extensão de outra. Dessa forma,
apenas uma fase é visível. O processo de preparo de soluções é muito
frequente cotidiano, como no preparo de uma xícara de café: a adição de
açúcar à água ou adoçante ao café resulta em uma solução.
Os componentes de uma solução denominam-se soluto e solvente.
Soluto é a substância que, usualmente, está em menor quantidade, dispersa no
solvente, a substância em maior quantidade.
As soluções podem ser classificadas de acordo com a quantidade do
soluto em soluções insaturadas, saturadas e soluções supersaturadas.
Soluções saturadas são aquelas em que a quantidade máxima de soluto está
dissolvida em dado volume de solvente. Adicionando-se mais soluto a uma
solução saturada, verifica-se que não ocorre dissolução e a solução passa a
ser classificada como supersaturada. Retirando-se soluto de uma solução
saturada – ou adicionando-se solvente – obtém-se uma solução insaturada, na
qual a solubilidade máxima do soluto no solvente ainda não foi atingida.
Quanto à natureza do soluto, podemos classificar as soluções em
moleculares, como uma solução aquosa de álcool, ou iônicas, como uma
solução salina. É possível também classificar soluções quanto ao seu estado
físico: soluções sólidas, como ligas metálicas, líquidas, o tipo mais frequente de
solução, e gasosas, como o ar atmosférico.¹
Uma das propriedades mais importantes das soluções é sua
concentração. A concentração refere-se à quantidade de soluto que está
dispersa em determinado volume de solvente. A concentração de soluções
pode ser expressa de várias maneiras, tais como: concentração molar, comum,
e percentual.2 É conveniente utilizar concentração molar, pois ela facilita os
cálculos. Obtém-se a concentração molar dividindo o número de mols de soluto
pelo volume total da solução.
Em muitos procedimentos analíticos, é comum preparar soluções a partir
de uma solução mãe, de concentração superior à concentração desejada. Para
tal, retira-se uma alíquota da solução mãe e adiciona-se a essa alíquota um
determinado volume de solvente. Esse processo é chamado de diluição. Para
calcular a concentração da nova solução obtida, utiliza-se a seguinte equação
(1):

C1 ⋅ V 1 = C 2 ⋅V 2 (1)

em que C1, V1, C2 e V2 representam a concentração inicial, o volume inicial, a


concentração final e o volume final, respectivamente.

OBJETIVOS
Preparar corretamente 100 mL das seguintes soluções: hidróxido de
sódio 0,50 M (solução 1), hidróxido de sódio 0,10 M (solução 2), ácido
clorídrico 1,0 M (solução 3) e ácido clorídrico 0,1 M (solução 4).

METODOLOGIA
Materiais e equipamentos

Balança analítica Balão volumétrico de 100 mL (4)

Bastão de vidro Béquer de 50 mL (2)

Pipetador de borracha Pipeta

Espátula

Reagentes

Ácido clorídrico (HCl) P. A. 37%

Hidróxido de Sódio (NaOH) P. A.

Água destilada

Procedimento experimental
Para o preparo da solução 1 foram pesados aproximadamente 2 gramas
de NaOH em béquer de 50 mL, ao qual adicionou se, em seguida,
aproximadamente 10 mL de água destilada. A mistura foi agitada com bastão
de vidro até que obtivesse aspecto límpido. Logo depois, transferiu-se
quantitativamente a mistura do béquer para um balão volumétrico de 100 mL,
lavando-se béquer três vezes durante o processo. Por fim, completou-se o
balão volumétrico até a marcação e homogeneizou-se a solução.
A solução 2 foi preparada diluindo-se a solução 1 em 5 vezes. Para isso,
retirou-se uma alíquota de 20 mL da solução 1 e transferiu-se a mesma para
um balão de 100 mL, devidamente identificado. Em seguida, o balão
volumétrico foi preenchido até a marcação e a solução foi homogeneizada.
O preparo da solução 3 foi realizado em capela de exaustão. Pipetou-se
uma alíquota de 8,4 mL de HCl 37% para um balão volumétrico de 100 mL,
preenchido até a metade com água destilada. Em seguida, adicionou-se água
destilada até a marcação do balão volumétrico e homogeneizou-se a solução.
Para o preparo da solução 4, foi realizada a diluição da solução 3.
Transferiu-se 10 mL da solução de HCl 1,0 M para um balão de 100 mL, que foi
completado com água destilada e devidamente identificado. Por fim,
homogeneizou-se a solução.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A massa necessária para a preparação da solução 1 foi previamente
calculada empregando-se a equação 2, que relaciona a concentração molar
(M), a massa molar (MM), a massa em gramas (m) e o volume em litros (V).

m
M= (2)
MM ⋅V

Dessa forma, obteve-se:


m
0,5 mol L−1 = → m = 2,0 g
40 g/ mol ⋅0.1 L
Contudo, a massa de sólido pesada foi de 1,9956, tornando a
concentração final da solução ligeiramente menor do que a concentração
desejada. A equação 1 pode ser utilizada novamente para calcular a
concentração exata da solução preparada no experimento, como segue:
1,9956 g −1
M= → M = 0,4988 mol L
40 g / mol⋅ 0,1 L
Visto que a solução 2 foi preparada a partir da solução 1, ela também
terá concentração inferior. É possível calcular a concentração da solução 2 a
partir da equação de diluição (equação 1):
−1 −1
0,4988 mol L ⋅20 mL = C2 ⋅ 100 mL → C 2 = 0,09976 mol L

O volume de HCl 37% necessário para preparar a solução 3 foi


previamente calculado empregando-se a equação 3:

d ⋅ Τ ⋅1000
M= (3)
MM

onde, M é a concentração molar, d é a densidade e Τ é a concentração


percentual. Em seguida, utilizou-se a equação da diluição. Assim, obteve-se:
1,18 g⋅ 0,37⋅1000 −1
M= → M = 11,96 mol L
36,5 g / mol
−1 −1
11,96 mol L ⋅V 1 = 1 mol L ⋅100 mL → V 1 = 8,36 mL

Entretanto, a pipeta utilizada não permitiu medir com precisão 8,36 mL


de HCl 37%. Logo, a concentração da solução preparada aproxima-se de:
−1 −1
11,96 mol L ⋅8,4 mL = C 2 100 mL → C2 = 1,0046 mol L

Da mesma forma que a solução 2, a solução 4 terá concentração


diferente da desejada, pois foi preparada a partir de uma solução de
concentração maior do que 1,0 M. A concentração da solução 4 pode ser
obtida da seguinte maneira:

1,0046 mol L−1 ⋅ 10 mL = C 2 ⋅100 mL → C2 = 0,1005 mol L−1

Em suma, todas as soluções preparadas apresentaram concentrações


diferentes das concentrações buscadas. Esses desvios, no entanto, estão
dentro dos limites toleráveis. Outrossim, é válido pontuar que a concentração
real das soluções pode divergir das concentrações calculadas em função de
outros fatores, tais como: presença de sujidades ou arranhões nas vidrarias
utilizadas, temperatura, equipamentos mal calibrados, reagentes vencidos ou
de baixa qualidade, erros operacionais e, ainda, erros aleatórios.

CONCLUSÕES
Os resultados obtidos foram satisfatórios. Foi possível aprofundar os
conhecimentos acerca dos cálculos empregados no preparo de soluções a
partir de reagentes sólidos e líquidos, e de procedimentos comuns em
laboratório, como pipetagem e o uso da capela de exaustão. Tornou-se
evidente, além disso, a necessidade de padronizar as soluções preparadas
para uso em procedimentos analíticos, visto que o preparo de soluções é um
processo que depende de inúmeras variáveis, muitas das quais estão fora do
controle do analista.

REFERÊNCIAS
[1] Preparo de soluções. Disponível em:
<https://www2.ufjf.br/quimica/files/2020/03/QUI147-AULA02.pdf>. Acesso em
24 de setembro de 2022.
[2} Vasconcelos, N. M. S. Fundamentos de Química Analítica Quantitativa.
Editora da Universidade Estadual do Ceará: Fortaleza, 2019.p.17-18.

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