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JOSY DE SOUZA SOTERIO

UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ


CURSO DE PEDAGOGIA

PRODUÇÃO INTERDISCIPLINAR
JOSY DE SOUZA SOTERIO

Trabalho apresentado à
Universidade Norte do Paraná
do curso de Pedagogia.

PRODUÇÃO INTERDISCIPLINAR

Cariacica
2022
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva trazer uma revisão bibliográfica a partir da leitura


do texto “Ensino Médio e Projeto de Vida: Possibilidades e desafios”, de SANTOS e
GONTIJO (2020), centralizando a questão a partir da Base Nacional Comum
Curricular e nas modificações do currículo educacional na contemporaneidade.
Analisaremos a questão percorrendo a evolução e os desdobramentos do
currículo na educação, bem como os caminhos traçados para a implementação de
novas metodologias e componentes curriculares, como o “Projeto de Vida” na
educação básica, mas principalmente discorreremos quanto ao impacto dessas
mudanças na vida, na educação integral e na perspectiva futura do estudante do
século XXI.
Alguns dos elementos trabalhados neste trabalho, a partir da análise de
SANTOS e GONTIJO (2020) são questionamentos e apontamentos de
possibilidades, como por exemplo a obtenção do sucesso na construção de uma
proposta pedagógica considerando o Projeto de vida como componente curricular,
levando em conta suas várias vertentes; não se resumir a uma escolha profissional
devendo ampliar-se aos múltiplos espectros da vida do sujeito em questão; primar
pelo fomento ao autoconhecimento, a relação com o outro e com a sociedade, o
planejamento e a preparação para o mundo do trabalho.
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DESENVOLVIMENTO

O Projeto de Vida e a formação integral dos sujeitos

A educação básica sofreu várias metamorfoses ao longo dos séculos.


Podemos citar os primórdios da educação no Brasil, onde tal oportunidade era
ofertada apenas aos mais abonados da sociedade, o que consistia numa parcela
mínima da população.
Através de pesquisas e utilizando o site “História no Mundo” enquanto
referência, é possível afirmar que na década de 1920 surgiu o movimento Escola
Nova, formado por um grupo de estudiosos sobre o tema da Educação, propondo
mudanças no ambiente educacional e uma nova conformação do papel do Estado
como articulador das ideias e propostas para a educação de crianças e
adolescentes. Depois da queda do Estado Novo (1945), surge a proposta da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essa lei ficou tramitando por anos até ter
sua aprovação final em 1961 (Lei nº 4024). Tratava-se de um movimento de defesa
da escola pública, universal e gratuita. E apenas após a redemocratização do país,
foi promulgada a Constituição Brasileira de 1988, que universalizou o ensino
fundamental e procurou dar foco para a erradicação do analfabetismo no país.
A partir daí houveram outras inúmeras mudanças e transformações, o que
também condiz com a evolução das gerações. Podemos destacar a geração atual,
designada “geração Z” ou pós-millenial, enquanto a geração central na discussão
que traremos a seguir.
A análise e revisão bibliográfica feita por SANTOS e GONTIJO (2020), as
autoras salientam que “os costumes, comportamentos, valores vão se modificando a
cada geração, a cada década e com isso a representação social reestrutura-se
paulatinamente assim como os sujeitos inseridos no contexto sócio-histórico-cultural.
Como destacado por Mannheim (1968), o grau de mudanças em uma sociedade
interfere no significado atribuído aos jovens e ao papel que a educação deverá
desempenhar. Ter consciência dessas mudanças é importante para que a escola, os
professores, pais e a sociedade saibam conduzir esse adolescente.” Seguindo com
“a modernidade presente no cotidiano das pessoas, essa aquisição de papéis e a
representação social ganham um novo mundo – o espaço virtual. As redes sociais,
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smartphones, aplicativos, selfies fazem parte da geração que traz um espírito


empreendedor, entende o novo, capta e transforma tudo. A geração Z é a definição
sociológica para pessoas nascidas entre os anos de 1990 a 2010. São nativos
digitais, conectados, móveis, não viram o mundo sem internet e tem como
características serem hiper cognitivos, capazes de viverem múltiplas realidades,
tanto presenciais quanto digitais.”.
Nesse sentido e de acordo com o que foi apresentado, as características da
geração z não se enquadram num modelo de educação arcaico, baseado no
conteudismo e no tecnicismo, mas sim num modelo que visa a integralidade, que vai
desde a formação intelectual à formação para a vida.
SANTOS e GONTIJO (2020) afirmam que “a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) do Ensino Médio de 2018 visa a construção de um currículo
baseado na educação integral e com o desenvolvimento pleno do estudante. Entre
as dez competências listadas no documento encontra-se o projeto de vida como um
dos elementos para construção da formação integral. A BNCC como documento
norteador dos currículos escolares busca, por meio dessa competência, reiterar o
foco no estudante, no protagonismo discente e no seu projeto de vida.”
Já não cabe mais ao estudante do século XXI um modelo educativo que não
corresponda às suas expectativas e anseios futuros. Os desejos dos estudantes
dessa geração já não são os mesmos da geração anterior. É necessário construir
uma educação onde as metodologias ativas estejam presentes, onde os caminhos
sejam diversos e abertos à inúmeras possibilidades. Nesse sentido, e de acordo
com as autoras, “a escola como palco de experiências, efervescência cultural na
qual os adolescentes expressam gostos, comportamentos, estilos é um ambiente
rico para promover a solidez, planificação e orientação de um projeto de vida já que
sua formação aponta para o futuro.”
Para uma educação que atenda aos anseios do estudante do século XXI, é
importante ressaltar também a utilização das metodologias ativas na educação. As
metodologias ativas são ferramentas que dinamizam as aulas e as tornam mais
interessantes e palpáveis para os estudantes. Existe uma série de metodologias
ativas que podem ser utilizadas em inúmeros contextos. Nesse sentido, MORAN
(2020), ressalta as transformações causadas através dessas metodologias e
salienta que “as metodologias ativas são caminhos para avançar para um currículo
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mais flexível, mais centrado no aluno, nas suas necessidades e expectativas. As


organizações educacionais que nos mostram novos caminhos estão experimentando
currículos mais flexíveis, mais centrados em que os alunos aprendam a integrar
conhecimentos amplos, valores, projeto de vida através de problemas reais, desafios
relevantes, jogos, atividades e leituras individuais e em grupo; presenciais e digitais.”
Há alguns autores que confundem o projeto de vida enquanto uma mera
disciplina para efetivar uma escolha profissional, mas o projeto de vida se trata de
uma formação integral para a vida. É importante salientar ainda que “o projeto de
vida nunca termina, ele vai além da sala de aula, da escola é para toda a vida. Os
jovens se inserem em um contexto mais amplo da comunidade e podem
desenvolver valores essenciais ao processo de decisão sobre seu futuro,
conservando sua singularidade em um projeto coletivo. Aqui a educação integral
consolida-se como possibilidade de desenvolvimento pessoal e social. O aluno deve
refletir sobre seu processo de aprendizagem na escola associado aos caminhos
para construção do seu projeto de vida, em que medida as atividades realizadas
dentro da escola irão contribuir para consecução do seu projeto. Perceber a relação
de causa e consequência entre as ações realizadas no passado, como elas
interferem no presente e como poderão interferir no futuro.”
Por fim, é necessário que os educadores se atualizem e estudem as novas
temáticas postas, estejam alinhados às pautas contemporâneas e compreendam a
importância da implementação de novas modalidades na educação.
Para finalizar, SANTOS E GONTIJO (2020) reforçam que “implantar o projeto
de vida na escola é tarefa complexa que demanda planejamento, formação docente,
infraestrutura, entre outros aspectos. É adentrar os sonhos, expectativas, ideais dos
jovens. É fundamental que a instituição escolar - seus professores e os gestores -
busquem conhecer sobre a realidade dos estudantes de forma a interagir e
colaborar na construção de seus projetos de vida. O desafio está posto.”
Que enquanto educadores possamos contribuir para a formação integral dos
estudantes do século XXI visando sua formação integral, tanto intelectual quanto
pessoal. Que possamos ver no futuro jovens autônomos, solidários, independentes e
protagonistas de suas próprias histórias.
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Infográfico
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão bibliográfica contribuiu para a minha formação enquanto futura


educadora e profissional da educação, pois é a partir do estudo e de novas
descobertas que conseguimos trilhar um caminho promissor.
A partir das leituras indicadas foi possível constatar que as metodologias
ativas e o projeto de vida na educação contribuem para a formação integral dos
educandos, mostrando possibilidades para que os mesmos adquiram conhecimento
intelectual e, ao mesmo tempo, consigam projetar aquilo que querem construir para
além do espaço escolar.
Ofertar possibilidades para os estudantes é garantia de uma educação não
arcaica e que não está presa em caixas, mostrando que é possível alçar voos mais
altos, que é possível sonhar e alcançar aquilo que foi almejado.
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REFERÊNCIAS

História no Mundo. História da Educação no Brasil. Disponível em:


<https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/a-historia-da-educacao-no-brasil-
em-fatos-e-datas.htm>. Acesso em: 20 de novembro de 2022.

MANNHEIM, K. O Problema da Juventude na Sociedade Moderna. In: BRITO,


Sidney. (Org.). Sociologia da Juventude I: da Europa de Marx à América Latina de
hoje. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968. P. 69-94.

MORAN, J. Metodologias ativas para realizar transformações progressivas e


profundas no currículo. Gerencia projetos de inovação, com metodologias ativas
e tecnologias digitais, 2020.

SANTOS, K. S.; GONTIJO, S. B. F. Ensino Médio E Projeto De Vida:


Possibilidades E Desafios. Rev. Nova Paideia - Revista Interdisciplinar em
Educação E Pesquisa Brasília/Df, V. 2, N. 1. P. 19 – 34 – Ano 2020.

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