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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS


SUJEITOS

Sete Lagoas
2021
O PROJETO DE VIDA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DOS
SUJEITOS

Trabalho de Licenciatura em Pedagogia apresentado


como requisito parcial para a obtenção de média
bimestral nas disciplinas do semestre.

Orientador: Prof(a). Silmara Valério.

Sete Lagoas
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................12
REFERÊNCIAS..........................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

Ficar em dúvida ou não saber ao certo o que escolher para o futuro,


além de ter vários conhecimentos e uma bagagem de emoções são situações que
todos os jovens enfrentam.
No ensino médio, os jovens tem que pensar e decidir o que serão no
futuro, considerando as possibilidades a sua volta, e além disso começam a querer
sua liberdade e conquistar tudo ao redor.
Essa “pressão” tende a ser negativa para os jovens, uma vez que os
mesmos perdem o foco no agora, focando-se apenas no futuro. É possível enxergar
essa visão na própria comunidade escolar, uma vez que o que o estudante será
após a formatura é o foco também dos professores e responsáveis.
Por isso, é preciso se atentar ao jovem e ao seu querer, não
limitando suas expectativas nem aumentando sobre eles a carga e a
responsabilidade de ser adulto.
Nesse contexto, o Projeto de Vida se apresenta como um grande
aliado, sendo um caminho frente aos inúmeros atalhos que a vida oferece e
ensinando aos jovens como ter metas para escolherem como serão como
indivíduos, dando a eles significados que duram e que são capazes de transcender
os interesses imediatos e individualistas.
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2 DESENVOLVIMENTO

As novas tecnologias têm ganhado força na educação, além das


demais áreas da sociedade. Podemos afirmar essa informação na atualidade, onde
as pessoas de todo o mundo tem enfrentado uma pandemia (COVID-19) e se
utilizado de diversos meios para se adaptar a sua nova realidade, sendo a
tecnologia a sua principal ferramenta.
Porém, muitos profissionais têm dificuldades em se adaptar ao uso
dessas novas tecnologias, sendo necessária uma explicação mais detalhada a
respeito disso.
Na escola “Clarice Lispector”, a diretora Sônia se comprometeu a
elaborar um material explicativo sobre os aspectos relacionados ao Projeto de Vida
e sua construção a partir das metodologias ativas, e por isso, terá o meu auxílio para
a confecção desse material.
Para auxiliar nessa missão, é necessário entender o que é o Projeto
de Vida e como ele surgiu.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio de
2018 tem como objetivo a construção de um currículo baseado na educação integral
e com o desenvolvimento pleno do estudante. Esse documento contém dez
competências, sendo o Projeto de Vida listado como uma delas, como um elemento
para construção da formação integral que visa reiterar o foco no estudante, em seu
protagonismo e no seu projeto de vida.
É importante ressaltar que para trabalhar com o projeto de vida no
contexto escolar é preciso considerar a diversidade de contexto da juventude,
conhecendo os estudantes social, cultural e afetivamente, levando em conta suas
origens, experiências e vivencias consideráveis que influenciam seu comportamento,
condutas, preferências etc. (DAYRELL; CARRANO, 2014)
A escola configura-se como um espaço social de construção e
formação de identidade dos adolescentes, sendo um meio importante de viabilização
de seus projetos de vida, especialmente no ensino médio, que é o período onde eles
sentem a pressão dos pais e começam a se posicionar profissional, social e
financeiramente. (SANTOS, K. S.; GONTIJO, S. B. F, p.24, 2020)
O sentido atribuído à escolarização, geralmente, remete os sujeitos ao
futuro. Ainda que projetos se orientem para o futuro, eles são pensados e
formulados no tempo presente, tendo por base experiências e
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oportunidades vividas e significadas no tempo presente (ARANTES e


KLEIN, p. 140, 2016)

A escola é um palco de experiências, efervescência cultural em que


os adolescentes expressam gostos, comportamentos, estilos e é a base que
promove o projeto de vida, uma vez que mostra aos jovens qual caminho seguir.
O projeto de vida é amplo, possuindo vertentes diversas que
contemplas as áreas da vida do sujeito. Ortega e Gasset (1983) defendem dois
elementos essenciais para a construção do projeto de vida: as circunstancias e a
vocação.
O primeiro abre espaço para a liberdade de escolha individual; já o segundo
traz a opção pessoal de segui-la ou não. A circunstância é dada, mas abre-
se em um leque de possibilidades à liberdade de escolha de cada indivíduo,
e a opção recai sobre aquela que se relaciona ao seu projeto. Este, por sua
vez, é imaginado em vista de suas circunstâncias que se inserem em um
contexto sócio-histórico e pessoal (p. 71)

Para o pesquisador Damon (2008), o projeto de vida tem um


conceito, sendo chamado de purpose ou projeto vital, sendo ele uma intervenção
que vai além de objetivos e metas estabelecidas individualmente, envolvendo o
propósito de alcançar algo que também é significativo para o mundo.
Os projetos vitais são construídos baseados em valores morais,
fazendo com que o sujeito expresse a vontade de fazer a diferença no mundo
baseando-se em suas potencialidades e interesses, com uma postura otimista, ativa,
persistente e empreendedora. Alguns pontos principais nos projetos vitais estão
abaixo:
1.Amplitude e estabilidade: projetos vitais podem ser entendidos como uma
espécie de meta, porém são mais estáveis e têm um alcance amplo, ao
passo que as metas são mais pontuais e imediatas.
2.Significado pessoal e autotranscendente: projetos vitais têm um
significado pessoal, mas também têm um componente externo, que se
traduz no desejo de fazer a diferença no mundo, de contribuir para assuntos
que transcendem os interesses autocentrados.
3. Algo a ser realizado: projetos vitais não se orientam para um fim definido,
dirigem-se sempre a uma realização, a uma forma de orientação a ser
seguida no curso da vida. Essa orientação pode ser material ou não
material, externa ou interna, perceptível ou não, mas trata-se de uma
característica necessária, não em sua concretude, mas em seu senso de
direção (DAMON; MENON; BRONK, 2003)

O Brasil já possui legislação protetiva para jovens, sendo uma delas


a Lei 12.852/13 que institui o Estatuto da Juventude. Em 2010 foi aprovada a PEC
da Juventude, Proposta de Emenda Constitucional n o 65, após tramitar sete anos no
Congresso Nacional.
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Em relação ao Projeto de vida, a Lei Federal 13.415, de 2017, prevê que “os
currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do
estudante, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de
seu projeto de vidae para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e
sócio emocionais”(BRASIL, 2017a, Art. 3., § 7º,grifo do autor)

A lei acima é conhecida como lei da reforma do ensino médio


brasileiro, e propõe mudanças no currículo, na estrutura, na jornada, criando
itinerários formativos e implementando uma série de modificações, porém sem
estrutura. Além de tudo, foi elaborada sem a participação da população, educadores,
especialistas, pesquisadores, professores e estudantes, ou seja, a parcela
diretamente ligada a área educativa.
Como resultado disso, os professores juntamente com a escola,
precisam ir atrás de alternativas pedagógicas para trabalhar o Projeto de Vida.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, homologada
em 2018,é o documento normatizador e regulamentador das alterações
provenientes Lei Federal 13.415/2017. A BNCC é um documento de caráter
normativo que define as aprendizagens essenciais e competências
gerais da educação básica e traz o projeto de vida na sexta
competência, ampliando-o para o mundo do trabalho e reiterando o foco
no protagonismo discente e no seu projeto de vida. Valorizar a diversidade
de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e
experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade (BRASIL, 2017b, p.9, SANTOS, K. S.;
GONTIJO, S. B. F, p.24, 2020).

O Projeto de Vida é citado nas competências gerais devendo estar


presente nas três etapas da educação básica, sendo educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio, porém é obrigatório nos currículos escolares
privilegiando o ensino médio.
Deve-se destacar que o trabalho com projeto de vida não deve ser
confundido com escolha profissional, nem desatrelado ao mundo produtivo, uma vez
que auxilia o jovem a se conhecer, entender sua relação com o mundo e desenhar o
que ele espera para si no futuro. (PEREIRA; TRANJAN).
Gontijo (2020) ao investigar a permanecia e êxito como forma de
inclusão dos estudantes, apresenta um modelo para elaboração de intervenções
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pedagógicas sendo o trabalho com o Projeto de Vida uma dessas possibilidades.


Apesar de ser considerado completo o jovem traçar um projeto de
vida devido as inúmeras possibilidades que o mundo pós-moderno apresenta e a
necessidade de fazer escolhas diante dessa multiplicidade é fundamental
desenvolver este tema na escola, pois ela é o lugar onde educar e aprender são
fenômenos que devem envolver todas as dimensões do ser humano.
A intervenção pedagógica tem como objetivo promover situações
que levem os jovens a pensar em que medida as atividades realizadas tanto na
escola como fora dela, estão associadas as escolhas e decisões que se referem ao
planejamento e a definição do seu Projeto de Vida, que não se resume a escolha
profissional, mas leva em conta várias vertentes que se ampliam as diversas
dimensões do estudante.
Implementar o projeto de vida numa escola é uma tarefa complexa
que demanda planejamento, formação docente, infraestrutura etc. Significa entrar
nos sonhos, expectativas e ideais dos jovens. É necessário conhecer a instituição
escolar, seus professores e gestores, buscando sempre conhecer sobre a realidade
dos estudantes de forma a interagir e colaborar na construção dos seus projetos de
vida, sendo um desafio para a comunidade escolar.

2.1 APRESENTAÇÃO
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9
1
1

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de ser considerado complexo o jovem traçar um projeto de


vida devido as inúmeras possibilidades que o mundo apresenta a eles e a
dificuldade de tomar decisões, conclui-se que é de extrema importância desenvolver
e trabalhar o tema na escola, pois ela é o local onde o educar e aprender são
fenômenos que envolvem todas as dimensões do ser humano.
O Projeto de Vida é traçado entre o ser e o querer ser, refletindo no
presente para projetar o futuro com ações concretas. Dessa forma, o projeto não
poderá ser individualizado, precisa se integrar as pessoas, aos familiares, a um
universo social e profissional que vai além das aspirações próprias, fazendo com
que os jovens se envolvam nas questões sociais e façam a diferença.
O Projeto de Vida vai além da sala de aula e da escola, sendo para
toda a vida, e apesar de sua implementação ser uma tarefa complexa que demanda
mais do que planejamento, é um desafio que traz benefícios para todos os
envolvidos.
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REFERÊNCIAS

SANTOS, Kaliana Silva; GONTIJO, Simone Braz Ferreira. Ensino Médio e Projeto
de Vida: possibilidades e desafios. 2020. Disponível em:
http://ojs.novapaideia.org/index.php/RIEP/article/view/27/18. Acesso em: 03 out.
2021.

AMORIM, Carine. Metodologias ativas: Como aplicar da melhor forma na sua


escola. 2021. Disponível em: https://blog.jovensgenios.com/metodologias-ativas-
como-aplicar/. Acesso em: 03 out. 2021.

AMORIM, Carine. O que são Metodologias Ativas? Tudo que você precisa
saber. Disponível em: https://blog.jovensgenios.com/metodologias-ativas/. Acesso
em: 03 out. 2021.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para


apresentação de trabalhos. 2. ed. Curitiba: UFPR, 1992. v. 2.

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