Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS


TECNÓLOGO EM AGROECOLOGIA
DISCIPLINA: FRUTICULTURA

MICHELLINE PONCIANO DA SILVA

ANALISE GERMINATIVA DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES


TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS

VIÇOSA- ALAGOAS
DEZEMBRO/2022
MICHELLINE PONCIANO DA SILVA

ANALISE GERMINATIVA DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES


TI´POS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS

Trabalho apresentado a disciplina de


fruticultura no campus de Engenharia de
Ciências Agrárias da Universidade de
Viçosa- Alagoas como parte dos requisitos
exigidos para obtenção da nota AB2.

ORIENTADOR(A): Prof.ª Vanuze Costa de


Oliveira

VIÇOSA -ALAGOAS
DEZEMBRO, 2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 10
2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 19
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO. .................................................................... 22
4 CONCLUSÕES.............................................................................................. 25
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 26
ANALISE GERMINATIVA DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES
TIPOS DE SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS

RESUMO

Este trabalho foi conduzido na Universidade Federal de Alagoas- UFAL, no Campus


de Engenharia de Ciências Agrárias, entre os dias 12/09/2014 e 12/12/2022, no
estado Alagoas. O mesmo teve como objetivo avaliar a eficiência dos substratos no
desenvolvimento de mudas da melancia, quanto ao número de plântulas,
comportamento/desenvolvimento do sistema, número de folhas, comprimento do
haste e diâmetro do caule, sendo comparados os tratamentos T0 - substrato de cana
de açúcar e solo, T1 – substrato de fruta e solo, T2 - substrato de cinza e solo, T3 –
apenas solo, T4 - substrato convencional e solo, T5- apenas substrato convencional,
a partir de um delineamento experimental em sacos plásticos com 6 tratamentos,
totalizando 30 sacos de substratos mais solo. Avaliando os tratamentos, verificou-se
que o tratamento T3 apresentou maior valor médio, diferindo dos demais grupos,
seguido do tratamento T4, T5 e T1. Com base nos resultados podemos concluir que
a utilização apenas do solo nessa cultura foi mais eficiente, tendo assim melhor
recomendação para a produção de mudas da melancia.

Palavras-chave: Substrato. Citrullus Lanatus. Eficiência.


1. INTRODUÇÃO

A melancia (Citrullus lanatus) é uma planta nativa das regiões tropicais da


África equatorial. Atualmente é considerada uma das hortaliças mais importantes
produzidas e comercializadas no Brasil, superada apenas pelo tomate, batata e
cebola.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
produção média nacional no período 1990-2004 foi de 571.581 t em uma área média
de 75.795 ha, com uma produtividade média de frutos de 7.541 kg/ha (IBGE, 2006).
Os maiores produtores foram os estados do Rio Grande do Sul (132.810 t),
Bahia (75.949 t), São Paulo (68.330 t) e Goiás (54.194 t), representando um total
de 58% das frutas produzidas no País.
Embora possa ser cultivada em uma variedade de tipos de solo, a melancia
se dá melhor em solos profundos e de textura média, com boa drenagem interna
e boa disponibilidade de nutrientes. Deve-se evitar solo pesado com
encharcamento, que a cultura não tolera. Uma vez selecionada a área, deve-se
realizar uma análise do solo para quantificar a necessidade de aplicação de
calcário e fertilizante.
A cultura da melancia suporta solos ácidos médios e pode produzir bem na
faixa de pH de 5,5 a 7,0. Se o pH estiver abaixo de 5,5, o calcário deve ser aplicado
pelo menos três meses antes do plantio.
A melancia se adapta melhor a climas quentes e secos com temperaturas
do ar na faixa de 25 a 30ºC e precipitação média de cerca de 500 mm por ciclo.
Nessa faixa de temperatura, a germinação ocorre mais rápido e o poder vegetativo
é maior e garante o aumento do número de flores femininas por planta.
A melhor época para o cultivo de melancia sob condições chuvosas é de
meados de junho a agosto e sob irrigação de agosto a março. Na estação chuvosa,
o risco de perda de safra é maior, dependendo da intensidade e concentração da
precipitação.
A melancia tem uma grande importância socioeconômica por ser cultivado
principalmente por pequenos agricultores, devido ter fácil manejo e menor custo
de produção quando comparada a outras hortaliças.
Para Ferreira e Souza (2011), a horticultura vem sofrendo grandes
transformações tecnológicas, produzindo novas variedades cada vez mais
produtivas, novos híbridos, sementes peletizadas, permitindo um plantio de
precisão e reduzindo o consumo de sementes. Concomitantemente com estas
inovações surge o setor de produção de mudas.
Na região do nordeste brasileiro, a semeadura direta tem sido a pratica mais
comum para o estabelecimento da cultura da melancia, uma vez que o plantio é
fácil e o custo das sementes é baixo (COSTA et al., 2008).
Tanto na produção de mudas como no sistema de semeadura direta, o
estabelecimento das plântulas é essencial. Diante disto, o presente trabalho teve
como objetivo analisar a germinação de sementes de melancia (tradicional) na
produção de mudas e semeadura direta no município de Viçosa/Alagoas.
2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em campo no dia 12/09 até 12/10 de 2022 na


Universidade Federal Alagoas, localizada na cidade de viçosa. O primeiro
experimento (semente sobre o solo) objetiva-se na analise do melhor substrato na
produção de sementes de melancia.
Viçosa possui um clima árido, sem estações bem definidas, no inverno sua
temperatura média é de 22°C e no verão 35°C. Já a precipitação média anual
varia de 1 300mm a 1 400mm, distribuídos de forma irregular durante o ano, o
período chuvoso começa no outono/inverno tendo início em dezembro/janeiro e
término em setembro. A precipitação média anual é de 1309,9 mm. A vegetação
é predominantemente do tipo Floresta Subperenifólia, com partes de Floresta
Hipoxerófila. Os solos dessa unidade geoambiental são representados pelos
Latossolos nos topos planos, sendo profundos e bem drenados. As amostras
foram irrigadas 1 vezes ao dia.
A cultivar de C. lanatus utilizada na condução do experimento foi tradicional,
o delineamento utilizado foi substratos com solo em sacos platicos, utilizadas
sementes plantadas em 06 tipos de solos com substratos: eles são T0 substrato
de cana de açúcar e solo , T1 substrato de fruta e solo, T2 substrato de cinza e
solo, T3 apenas o solo, T4 substrato convencional e solo, T5 apenas substrato
convencional.
O experimento foi conduzido com preparo dos substratos, realizando a
mistura dos componentes de cada tratamento separadamente de forma
homogênea juntamente com o solo.
Os materiais utilizados para este experimento foram: os substratos, solo,
sacos plásticos identificados, 30 sementes de melancia, aparelho celular com
câmera para capturar imagens do processo, entre outros materiais para relatório.
Os parâmetros avaliados são descritos a seguir: Número de folhas; Número
de plantulas.
O comprimento da parte haste e o comprimento de raiz será avaliado com
uma régua graduada em cm.
O número de folhas, comprimento parte aérea e comprimento de raiz foram
avaliados aos 60 dias da semeadura. A parte aérea será medida do colo até o ápice
da última folha, o comprimento de raiz será medido do colo até a extremidade da
raiz.
Após a coleta de dados, estes foram submetidos a análise, as estatísticas
concluídas foram feitas pelos discentes do 5º período de agroecologia da
Universidade Federal de Alagoas. Disciplina responsável fruticultura.
Orientador(a): prof.ª vanuze costa de oliveira.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela apresenta a analise do experiemento, através do quadrado médio,


para os itens avaliados: Número de folhas; Número de plantulas, o comprimento
da parte haste e o comprimento de raiz.
Tabela 1. Analise (Quadrado Médio) da Porcentagem em produção de mudas em
sacos plasticos.

N° de N° de Comp. Diâmetro do
Tratamentos folhas plantulas Haste Caule
T0R1 0 0 0 0
T0R2 0 0 0 0
T0R3 0 0 0 0
T0R4 0 0 0 0
T0R5 0 0 0 0
0 0 0 0
T1R1 0 0 0 0
100cm;
T1R2 25 2 100cm 0,1mm; 0,4mm
T1R3 0 0 0 0
87cm;
T1R4 53 2 145cm 0,4mm;
165;102;
T1R5 74 3 134 0,3; 0,3;0,4
30,4 1,75 1,6M 0,38MM
T2R1 0 0 0 0
T2R2 0 0 0 0
T2R3 0 0 0 0
T2R4 0 0 0 0
T2R5 0 0 0 0
0 0 0 0
120cm;
T3R1 39 2 86cm 0,3mm; 0,3mm
T3R2 23 1 162cm 0,5mm
T3R3 30 2 76cm;72cm 0,3mm;0,4mm
T3R4 25 1 175cm 0,4mm
T3R5 20 1 136cm 0,3mm
27,4 1,4 133cm 0,5mm
65cm;
T4R2 34 2 110cm 0,2mm; 0,3mm
T4R3 18 1 120cm 0,3mm
T4R4 21 1 164cm 0,4mm
T4R5 19 2 80cm;118cm 0,3mm
18,4 1,2 131cm 0,3mm
T5R1 13 1 37cm 0,4mm
T5R2 7 1 44cm 0,4mm
T5R3 0 0 0 0
T5R4 0 0 0 0
T5R5 25 2 65cm;70cm 0,4mm; 0,3mm
9 0,8 0,43cm 0,38mm

A porcentagem de germinação, numericamente, foi superior para a


produção de mudas em sacos platicos na tabela do substarto apenas solo T3.
Em muitos casos, a porcentagem de germinação indicada no rótulo da
embalagem de determinado lote de sementes, nem sempre irá corresponder à
emergência das plântulas em campo obtida pelo produtor. Essa situação se deve
ao fato de que os valores de germinação são obtidos em laboratório sob condições
ótimas de temperatura, umidade, substrato.
Em campo, as condições de ambiente nem sempre são ideais e, portanto,
podem influenciar a germinação das sementes, interferindo na emergência das
plântulas.
De acordo com os resultados obtidos, pode-se observar que houve efeito
significativo entre os tratamentos sendo T3 superior, depois T4, T5 e T1
proporcionando maiores valores de altura da planta (ATPL), número de folhas
(NF), comprimento da raiz (CR), Esses resultados estão relacionados com à
fertilidade dos substratos e solo, que envolve componentes como nutrientes, água,
aeração, reação do solo, microrganismos, textura e temperatura, e estes, num
estádio ótimo, conferem a fertilidade desejável (SOUZA; FERREIRA ,1997), o que
provavelmente ocorreu no uso desses materiais tiveram uma influência maior no
desempenho final das plantas.
O parâmetro número de folhas teve sua maior expressividade no
tratamento apenas solo (T3), entretanto não diferiu estatisticamente do substrato
(T0 e T2), constatando dessa maneira que apenas o solo pode ser utilizado como
uma alternativa mais barata sendo que bem manejado, assim obsevou-se não
afetar a produtividade e ser essencial na produção de mudas.
4. CONCLUSÕES

O uso do apenas do solo bem manejado proporcionou mudas de melancia


com maior altura de plantas, número de folhas, comprimento da raiz e
consequentemente maior massa seca total em relação aos outros substratos.
Podendo ser uma ótima opção para se alcançar mudas de qualidade e
consequentemente reduzir custos na produção.
REFERÊNCIAS

AGRIANUAL.Anuário da Agricultura Brasileira, 2007. São Paulo: FNP


Consultoria & Comércio, 2007. 544 p.

ANDRADE JÚNIOR, A. S. de; RODRIGUES, B. H. N.; ATHAYDE SOBRINHO, C.;


BASTOS, E. A.; MELO, F. de B.; CARDOSO, M. J.; SILVA, P. H. S. da; DUARTE,
R.
L. R. A cultura da melancia. 2. ed. rev. ampl. Brasília, DF: Embrapa Informação
Tecnológica; Teresina: Embrapa Meio- Norte, 2007. 85 p. (Coleção Plantar, 57).

COSTA, C. L. L.; COSTA, Z. V. B.; JUNIOR, C. O. C.; ANDRADE, R.; SANTOS, J.


G. R. Utilização de bioestimulante na produção de mudas de melancia. Revista
Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.3, n.3,- p. 110-115 de abril/junho de 2008.

DIAS, R. C. S.; SOUZA, R. N. C.; SOUZA, F. F.; BARBOSA, G. S.; DAMACENO,


L.
S. Sistemas de produção de melancia. Embrapa Semiárido. ISSN 1807-0027,
Versão Eletrônica. Ago/2010.

EMBRAPA MEIO-NORTE. Atlas Climatológico do Estado do Piauí.


Documentos:
101. Teresina : Embrapa Meio-Norte, 2004. 151 p.

EMBRAPA MEIO-NORTE. A cultura da melancia. 2. ed. rev. amp. – Brasília,


DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2007. 85 p. : il. – (Coleção Plantar, 57).

FERREIRA, A. A.; SOUZA, R. Produção de mudas de hortaliças em bandejas:


economia de sementes e defensivos. Disponível em:
<http://www.snagricultura.org.br>. Acesso em: 08/05/2011.

IBGE.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Anuário


estatístico do Brasil: SIDRA 2006. Rio de Janeiro. 2006. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 11/05/2011.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Produção


Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 11/05/2011.
JUNIOR, A. S. A.; DIAS, N. S.; JUNIOR, L. G. M. F.; DANIEL, R.; RIBEIRO, V. Q.
Doses de potássio via fertirrigação na produção e qualidade de frutos de
melancia em Parnaíba, PI. Irriga, Botucatu, v. 10, n. 3, p. 205-214, agosto-
outubro, 2005.

LABORIAL, L. G.; VALADARES, M. B. On the germination of seeds of


Calotropis procera. Anais da Academia Brasileira de Ciências, São Paulo,
n.48, 174-186, 1976.

NASCIMENTO, W. M.; DIAS, D. C. F. S.; SILVA, P. P. da. Qualidade fisiológica


da semente e estabelecimento de plantas de hortaliças no campo. In: XI
Curso sobre Tecnologia de Produção de Sementes de Hortaliças. Porto
Alegre/RS, 2011.

NASCIMENTO, W. M.; SILVA, J. B. C.; CARRIJO, O. A. Germinação de


sementes de hortaliças em diferentes substratos para produção de mudas.
Horticultura Brasileira. Brasília, julho 2003.

POPINIGIS, F. 1985. Fisiologia das sementes. Brasília, 2ª ed., 250 p.

ROCHA, Marta R. Sistemas de cultivo para a cultura da melancia. 2010. 76


paginas. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo). Universidade Federal de
Santa Maria. Santa Maria, 2010.

SILVA, E. A. da, MENDONÇA, V., TOSTA, M. S., OLIVEIRA, A. C., REIS, L. L.,
BARDIVIESSO, D. M. Germinação da semente e produção de mudas de
cultivares de alface em diferentes substratos. Semina: Ciências Agrárias,
Londrina, v. 29, n. 2, p. 245-254, abr./jun. 2008.

SOUZA, Flávio de França. Cultivo da melancia em Rondônia. Porto


Velho: Embrapa Rondônia, 2008. 103 p.

TILLMANN, M. A. A. Analise de sementes. Universidade Federal de Pelotas


(UFPel), 2010. 83p. (UFPel – Curso de Ciência e Tecnologia de Sementes –
Modulo 10 – Análise de sementes), 2010.
APÊNDICE

Figura 1. Enchimento de sacos platicos com solo e substrato.

Figura 2. Plântulas emergidas aos 8 dias.


Figura 3. Marcação e coveamento semea

Você também pode gostar