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REATORES

NÃO IDEAIS

Distribuições de Tempos de Residência para Reatores


Químicos
Referências
Slides são conteúdos adaptados do:
FOGLER, H.S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 3ª.
Edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2002.
REATORES IDEAIS
• Reatores Ideais são aqueles para os quais se desenvolve
um modelo matemático específico a partir de condições
pré-estabelecidas.

• Em um reator ideal de escoamento uniforme, todos os


átomos que saem do reator permaneceram dentro dele
exatamente o mesmo tempo.

• O tempo que os átomos permaneceram no reator é


chamado tempo de residência do átomo no reator.
REATORES IDEAIS
• Em um reator batelada ideal, todos os átomos dos
materiais dentro do reator estiveram dentro dele por um
idêntico período de tempo.

• Para os outros tipos de reatores, os vários átomos da


alimentação permanecem tempos diferentes dentro do
reator: isto é, há uma Distribuição dos Tempos de
Residência (DTR) do material dentro do reator.
REATORES NÃO IDEAIS
• Reatores Não Ideais são aqueles para os quais é
necessário um tratamento matemático específico em
função de peculiaridades de reação e/ou reator. Para se
prever a conversão e a distribuição de produtos para tais
sistemas, faz-se necessário um modelo do padrão de
escoamento para o reator.
• Para modelar esses padrões, utilizamos combinações
e/ou modificações de reatores ideais.
REATORES NÃO IDEAIS
• Na maioria dos reatores não ideais o tempo de residência não
é igual para todas as moléculas, causando variações de
concentrações radiais ao longo do reator, isto significa que
precisamos inicialmente definir o tempo de residência e
calcular a distribuição de tempo de residência para cada
sistema.
• Pode-se visualizar a distribuição do tempo de residência
através de um experimento com o uso de traçadores,
injetando-se uma substância química, no reator no tempo t=0,
e então medindo-se a concentração do traçador, C, no
efluente do reator em função do tempo.
REATORES NÃO IDEAIS
• O traçador é introduzido sob a forma de degrau ou pulso .
• Para Entrada tipo pulso, a quantidade de traçador N0 é
repentinamente injetada de uma só vez na corrente de
alimentação do reator, em um tempo tão curto quanto
possível. A concentração na saída é então medida em função
do tempo. A curva de concentração-tempo no efluente é
chamada curva C na análise de DTR.
• A quantidade E(t) é chamada de função de distribuição de
tempo de residência.
DETERMINAÇÕES DA DTR
REATORES NÃO IDEAIS
• Analisaremos a injeção de um pulso traçador para um sistema
de uma única entrada e uma única saída, no qual somente o
escoamento (isto é, sem dispersão) transporta o material do
traçador através das fronteiras do sistema.

• Primeiro, escolhemos um incremento de tempo t


suficientemente pequeno tal que a concentração do traçador
C(t), entre os tempos t e t+t, seja essencialmente constante.
REATORES NÃO IDEAIS
• A quantidade de material de traçador, N, que sai do reator
entre os tempos t e t+t é, então,
N = C (t )vt (13.1)
• Onde v é a vazão volumétrica do efluente.

• Se dividirmos pela quantidade total de material que foi


injetada no reator, N0, obtemos:
N C (t )v (13.2)
= t
N0 N0

• Representando, assim, a fração de material que tem um


tempo de residência entre t e t+t.
REATORES NÃO IDEAIS
• Para a injeção de um pulso, definimos
C (t )v (13.3)
E (t ) =
N0

• De forma que
N (13.4)
= E (t )t
N0

• N0 (quantidade inicial do traçador) poderá ser obtida a partir


das medidas de concentração de saída, somando-se todas as
quantidade de material, N (quantidade de material que
permaneceu um período de tempo entre t e t+t, no reator),
REATORES NÃO IDEAIS
• Escrevendo a eq. (13.1) na forma diferencial , temos:
dN = C (t )vdt

• Integrando 
N 0 =  C (t )vdt
0

• A vazão volumétrica v é geralmente constante, por isso


podemos definir E(t) como
C (t )
E (t ) = 

 C (t )dt
0
REATORES NÃO IDEAIS
• Entrada tipo degrau, para um sistema com vazão volumétrica
constante. Considere uma taxa constante de adição de
traçador à alimentação que é iniciada no tempo t=0.
• A concentração do traçador na alimentação do reator é
mantida neste nível até que a concentração do efluente seja
indistinguível daquela da alimentação; o teste pode então ser
interrompido.
MODELOS PARA REATORES
NÃO-IDEAIS
• O modelo precisa ser matematicamente tratável.

• O modelo precisa descrever realisticamente as


características do reator não-ideal.

• O modelo não deve ter mais do que dois


parâmetros ajustáveis .
MODELOS DE ZERO PARÂMETROS
• MODELO DE ANTECIPAÇÃO MÁXIMA DA
MISTURA

• MODELO SEGREGADO
Modelos de zero parâmetros

• MODELO DE ANTECIPAÇÃO MÁXIMA DA


MISTURA
• Para se calcular a conversão para um reator na condição
de Antecipação máxima da mistura:
• -  representa o tempo que leva para o fluido se mover de um
ponto particular até o fim do reator. Movendo-se ao longo do
reator, da esquerda para a direita,  diminui e torna-se zero na
saída. No extremo esquerdo do reator,  aproxima-se do
infinito ou do tempo de residência máximo.
Modelo de zero parâmetros
• MODELO SEGREGADO
• Em um CSTR de mistura perfeita, assume-se que o fluido de
alimentação ao entrar no reator seja imediata e uniformemente
distribuído na mistura de reação. Dependendo do fluido, esta
mistura pode ocorrer no nível de microescala, e elementos de
diferentes idades (diferentes tempos de residência no reator)
poderão ser misturados em todo o sistema para formar um fluido
completamente micromisturado (isto é, microfluido).
• Se os elementos de fluido de diferentes idades não se misturarem
de forma nenhuma, os elementos se mantêm segregados, ou seja,
separados uns dos outros, e o fluido é designado completamente
segregado (isto é, macrofluido).
• Os extremos de micromistura completa e segregação completa são
os limites da micromistura de reação.
Modelo de zero parâmetros
• MODELO SEGREGADO
• As frações de fluido que tem diferentes tempos de residência
no reator, passa através deste sem se misturar, comportam-se
como se fossem micro reatores batelada. O tempo de reação
em qualquer um desses minúsculos reatores batelada, é igual
ao tempo que um glóbulo particular gasta no ambiente de
reação. A distribuição dos tempos de residência entre esses
glóbulos é dada pela DTR do reator particular.
• No modelo de escoamento segregado visualizamos o
escoamento através do reator como sendo constituídos por
uma série contínua de glóbulos.
Modelo segregado
• Para determinar a conversão média na corrente efluente,
precisamos calcular a média das conversões dos vários
glóbulos na corrente de saída:
[conversão média dos glóbulos que permanecem um tempo
entre t e t+t no reator]= [conversão alcançada depois de
permanecer um tempo t no reator]*[fração de glóbulos que
permanecem um tempo entre t e t+t no reator]

• Somando para todos os glóbulos, a conversão média será:


− 
X =  X (t ).E (t )dt
0
Modelo segregado
• A conversão para reações de 1a ordem, a partir do modelo
segregado

Como cada fração comporta-se como micro reator batelada:

• Para volume constante e com


Modelo segregado

• integrando, temos X (t ) = 1 − e − k

conversão média para uma reação de primeira ordem


Exemplo 1
• Deduza a equação da conversão para uma reação de primeira
ordem, usando o modelo segregado, quando se tem uma DTR
equivalente a: a) Um PFR ideal e b) um CSTR ideal. Compare
essas conversões com as obtidas da equação de projeto.
• Dados:
a) Para um PFR, a função DTR é
− 
X = 1 −  e − kt .E (t )dt
0

Substituindo a função DTR para um PFR temos:


− 
X = 1 −  e − kt . (t −  )dt
0
Utilizando as propriedades da integral da função delta de Dirac,
obtemos a conversão para o PFR com escoamento segregado

X = 1 − e − k
b) Para um CSTR, a função DTR é

Substituindo a função DTR para um CSTR temos:


 −t  − (1 /  + k ) t
− 1
X = 1−  e − kt
e dt = 1 − 

 e

dt
0
 0

− k
X=
1 + k
Exemplo 2

Calcule a conversão média ( X ) no reator, cuja amostra do
traçador hytane a 320 K foi injetada como um pulso e a
concentração do efluente foi medida em função do tempo,
resultando nos seguintes dados:
Reação de primeira-ordem, em fase líquida, irreversível, em
um fluido completamente segregado:

A→produtos
velocidade específica de reação é 0,1 min-1 a 320K.
Solução
− 
X =  X (t ).E (t )dt
0

C (t )
− k E (t ) =
X (t ) = 1 − e 

C
0
(t )dt


X = 0,387

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