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Escola Politécnica
Departamento de Engenharia Química
Sumário
1. Resumo 3
2. Introdução 3
2.1. Objetivos 3
2.2. Fundamentação Teórica 3
2.2.1. Tempo de Residência 3
2.2.2. Modelo de dispersão axial para reatores tubulares 3
2.2.3. Modelo N-tanques 8
2.2.4. Modelo de Cholette-Cloutier (CSTR) 10
3. Discussão e Resultados 12
3.1. Reator Tubular 12
3.1.1. Tratamento dos dados 12
3.1.2. DTR 14
3.1.3. Modelo da Dispersão Axial 16
3.1.4. Modelo N-tanques 20
3.2. Reator tanque 22
3.2.1. Tratamento de dados 22
3.2.2. Modelo de Cholette-Cloutier 27
3.2.3. Análises da fração de volume ativo e fração de vazão de curto-circuito 29
4. Conclusões 30
5. Referências 31
1. Resumo
A partir dos dados originais experimentais e dos conceitos teóricos de distribuição de
tempo de residência, analisou-se as equações de DTR para os reatores tubulares e tipo
tanque de mistura, a fim de obter as curvas relacionadas, além da modelagem dos
problemas de escoamento e determinação dos modelos analíticos da distribuição dos
tempos de residência.
2. Introdução
2.1. Objetivos
Assim como em um PFR ideal, considera-se um reator tubular com fluxo de massa
apenas no eixo z, em que a velocidade independe da posição radial. Assume-se também as
hipóteses de estado estacionário e de área transversal constante. Entretanto, adiciona-se a
hipótese de difusão axial, de forma que a vazão molar de traçador é dada por:
Fig. 1. Volume de controle para o balanço molar do traçador inerte ao longo do reator
Arranjando a equação:
Para Δz → 0:
Substituindo a eq.5 na eq.2:
O termo CT0 refere-se à concentração molar do traçador inerte T para um sinal pulso,
sendo definido pela razão entre a massa de traçador injetada (M) e o volume do vaso (V).
Realizando as devidas substituições na eq.7:
Sob a hipótese de que não há difusão imediatamente antes do reator (z = 0-) nem
imediatamente após (z = L+), são obtidas as seguintes condições de contorno:
a) Para z = 0:
Como não há difusão fora do intervalo [0+, L-], o primeiro termo é nulo. Em seguida,
dividindo a equação por U.Ac:
b) Para z = L:
Rearranjando os termos:
Dividindo ambos os lados por CT0 e fazendo as devidas substituições:
O balanço molar para o primeiro tanque, que recebe o traçador em um regime pulso,
é dado por:
Dessa forma:
Repetindo os mesmos procedimentos para os tanques 3 e 4:
Por fim, para se obter a E(t) basta verificar a corrente de saída de traçador para o
último tanque, que será proporcional à própria concentração no tanque:
Ou em termos adimensionais:
Realizando um balanço molar para o traçador no reator CSTR ideal, de volume Vs, a
partir de t = 0+, imediatamente após a injeção do traçador:
Para t > 0, não há mais entrada de traçador, e devido à sua inércia a taxa de reação
é nula, de maneira que:
Por sua vez, o valor de CTS,0 leva em conta que apenas uma fração 1-β do traçador
chega até o reator CSTR, pela razão das vazões:
Por fim, para encontrar a curva E(t), é preciso apenas normalizar a eq.52:
Ou em termos adimensionalizados:
3. Discussão e Resultados
*Para os pontos próximos das extremidades, a média se baseia apenas nos valores de absorbância
vizinhos com índices (i+j-8) existentes.
Em teoria, a absorbância deveria ser diretamente proporcional à concentração, de
acordo com a lei de Lambert-Beer [1], posto que os parâmetros k e b são constantes:
Abs: absorbância
k: absortividade molar
b: comprimento do caminho da amostra
C: concentração da substância
3.1.2. DTR
Sob a hipótese de que praticamente todo o corante já havia escoado pelo reator
tubular após um tempo tf, para se obter E(t), basta normalizar a curva de absorbância
obtida, ou seja, forçar a área da curva ser unitária:
Como uma primeira estimativa do tempo médio da curva, é possível realizar uma
média ponderada dos tempos de residência:
Assim, com base na curva de E(t) em função de t, é obtida a DTR normalizada para
o reator tubular, demonstrada no gráfico abaixo:
Figura 8. Modelo de dispersão axial para diferentes valores de Pe: 10, 15, 20, 25 e 30.
Levando em conta que a água, a 25°C, possui uma densidade de 0,9970 g/cm3e
uma viscosidade dinâmica de 0,8949 cP[2] e que os anéis de Raschig têm um diâmetro de
0,8 cm:
Por sua vez, a porosidade do leito é calculada pela razão entre o volume de vazios e
o volume total do reator, considerando o volume efetivo do reator de 0,8 L:
Observa-se pela fig.12 que o modelo também se ajustou bem aos dados
experimentais, com pequenos desvios em geral.
Os valores de τ obtidos pelos dois modelos também são coerentes com a vazão e
volume efetivo do tanque:
Tabela 1: Comparação dos tempos de residência médios obtidos por diferentes métodos.
Primeiramente, realizou-se uma média dos pontos a partir de seus vizinhos, a fim de
facilitar a identificação de mudanças no comportamento da curva:
Dessa forma, pela eq. 72, obteve-se a curva de absorbância média abaixo:
Observa-se que o gráfico acima apresenta um ajuste ótimo apenas para as regiões
com baixa variação da absorbância. Em seguida, aplicou-se o logaritmo natural da
absorbância, com objetivo de discernir mais precisamente os trechos linear (após o pico) e
não-linear (antes do pico), cuja divisão está representada em vermelho:
Figura 14. Seções da curva de absorbância.
Assim, a otimização dos resíduos para o trecho linear pode ser realizada novamente
pelo método dos mínimos quadrados:
Por meio das eq.57 e 58, mas considerando dessa vez um intervalo [0, ∞[, devido à
cauda longa da curva de absorbância, obtêm-se a E(t) e τ para o reator tanque:
Em seguida, a curva F(t) pode ser obtida integrando-se a curva E(t) obtida
anteriormente, de um intervalo 0 a t:
Figura 18. Curva F(t) para o reator tanque.
Figura 19. Comparação da DTR entre o modelo CSTR ideal e os dados experimentais.
Figura 20. Comparação da F(t) entre o modelo CSTR ideal e os dados experimentais.
A partir das figuras acima, observa-se que para a seção exponencial posterior ao
pico, o comportamento do tanque se aproxima de um CSTR ideal. Entretanto, a maior
discrepância em ambos os gráficos, mais notavelmente no primeiro (fig. 29), se dá na região
inicial do pico, correspondente ao sinal aproximadamente pulso, uma vez que no CSTR
ideal se supõe mistura perfeita, de maneira que não há saída inicial de grande quantidade
de traçador de uma vez só (bypass), mas um decrescimento exponencial, mais brando.
Por definição, α se refere à razão entre a vazão entre o volume efetivo e o total,
portanto, 1-α pode ser definido como o volume morto, enquanto que β se refere à razão
entre a vazão de bypass e a total:
β (%Curto-circuito) 14,0
Outra alternativa para se obter os valores dos parâmetros é através do valor de F(θ)
na equação de Cholette-Cloutier:
A partir do gráfico de ln(1-F(θ)) em função do tempo adimensionalizado θ,
determinam-se os valores de α e β:
β (%Curto-circuito) 13,2
4. Conclusões
Deste estudo sobre a Distribuição do Tempo de Residência em um Reator Real,
tira-se a importância da modelagem matemática como auxílio aos problemas de
engenharia. Foram vistas diversas ferramentas e modelos os quais permitem abordagens
mais complexas de modo a romper as barreiras da predição apenas para casos ideais. O
tratamento de dados aumentou a acuracidade dos modelos, estes os quais poderiam
facilmente serem introduzidos em um simulador de processos permitindo uma modelagem
mais precisa e condizente com a realidade.
Referente ao estudo do reator tubular, percebe-se que o modelo matemático
utilizado para estudá-lo fornece resultados bem condizentes com o esperado, tanto o
modelo axial, quanto o modelo de N tanques em série. Já o estudo do comportamento do
CSTR, apresenta curvas bem semelhantes a do modelo ideal e o motivo de certos desvios
vem da não idealidade como o curto-circuito e o volume morto, mensurados nos parâmetros
𝜶 e 𝜷.
Quanto a experimentos futuros, o experimento no reator CSTR pode ser alterado
para contar com um mecanismo de agitação, visto que assim o traçador teria um maior
tempo de residência aproveitando um maior volume do reator. Junto a isso, um
posicionamento adequado da alimentação e saída de fluido significaria uma menor vazão
em curto-circuito. Por fim, é necessária uma calibração pré-experiência do colorímetro de
modo que a absorbância seja diretamente proporcional à concentração no reator,
eliminando a necessidade de determinar linhas de base, fonte apreciável de erros.
5. Referências