Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ji-Paraná, RO
2022
1
Discente do curso de Engenharia Florestal do IFRO, Campus Ji-Paraná, Rondônia, Email: aguila.aline@gmail.com
2
Professora do IFRO, Campus Ji-Paraná, Rondônia, e-mail: andreza.mendoca@ifro.edu.br
Sumário
1. INFORMAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................3
1.1 Titularidade da floresta ......................................................................................................... 4
1.2 Tipo de vegetação predominante .......................................................................................... 4
1.3 Estado da floresta manejada ................................................................................................. 4
1.4 Categoria do Plano de Manejo Florestal .............................................................................. 4
2. OBJETIVOS DO MANEJO ..........................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................ 5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 5
3. ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA E PREPARAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO ......5
4. CAPACITAÇÃO DA EQUIPE PARA A COLETA ...................................................................6
5. PLANO DE USO ............................................................................................................................6
6. PLANEJAMENTO DA COLETA (PROCEDIMENTOS) ........................................................6
7. PRÉ COLETA ................................................................................................................................7
7.1 ACESSO A ÁREA DE COLETA ..................................................................................... 13
7.2 ABERTURA DE TRILHAS ............................................................................................. 13
7.3 INFORMAÇÕES DO RECURSO FLORESTAL NÃO-MADEIREIRO ........................ 14
7.4 INVENTÁRIO FLORESTAL (AMOSTRAL) ................................................................. 14
7.8 MONITORAMENTO DAS ÁREAS INVENTARIADAS ............................................... 18
8. PROCEDIMENTOS DE COLETA ............................................................................................19
8.1 COLETA, BENEFICIAMENTO E TRANSPORTE ........................................................ 19
9. PÓS COLETA ..............................................................................................................................20
9.1 Tempo de exploração......................................................................................................... 21
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................21
3
1. INFORMAÇÕES GERAIS
Aqui estão presentes todas as etapas do procedimento de realização do Manejo Florestal
Sustentável, da espécie Protium altsoni (breu branco) realizado na Terra Indígena do Kariuna,
no Estado de Rondônia. O projeto apresenta a seguinte metodologia: organização, orientação,
pré coleta, coleta e pós coleta. Orientações quanto ao inventário da área a ser manejada,
informações da espécie; as boas práticas de manejo da espécie explorada, parâmetros
ecológicos, o trato para com as comunidades locais (indígenas) e trabalhadores, entre outros. O
manejo sustentável da espécie indicada, baseia-se na Portaria Interinstitucional IBAMA –
IMAC N°01, de 12/08/2004, na qual, instrui normas para exploração econômica de produtos
florestais não de forma sustentável.
Com base no Plano de manejo extrativista sustentável orgânico, deve ser fundamentado
com base na Instrução Normativa Conjunta n° 17, de 28 de maio de 2009:
A Lei nº 12.651 de 2012 dispõe que a coleta de produtos florestais não madeireiros é
livre, no entanto, deve-se observar técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de
indivíduos da espécie manejada.
O Plano de Manejo Florestal Simplificado (PMFS) da espécie Protium altsoni (breu
branco) realizado na Terra Indígena Karipuna, apresenta o objetivo de melhorar a qualidade de
vida da comunidade local, por meio de atividades extrativistas sustentáveis para promover a
conservação da variação biológica e natural.
2. OBJETIVOS DO MANEJO
5. PLANO DE USO
É preciso realizar um documento constando informações quanto a cada espécie a ser
manejada, de forma a destacar dados fundamentais.
7. PRÉ COLETA
• Croqui da área (LOCALIZAÇÃO)
➢ CLIMA
O clima é equatorial quente e úmido. Dois (2) meses de seca. Calor e chuva com
temperatura média de 25 graus. Friagem atípico – junho e agosto chegando até 10 graus.
Chuvas: de setembro a abril. Os índices pluviométricos anuais entre 1.800 a 2.400 mm.
➢ SOLOS
O tipo de solo encontrado na área indígena KARIPUNA é: Argilossolo vermelho-
amarelo e Latossolo vermelho-amarelo.
➢ Argilossolo vermelho-amarelo: Segundo a EMBRAPA (2021), são solos
originados do “Grupo Barreiras de rochas cristalinas ou sob influência destas. Apresentam
horizonte de acumulação de argila, B textural (Bt), com cores vermelho-amareladas devido à
presença da mistura dos óxidos de ferro hematita e goethita”.
➢ Latossolo vermelho-amarelo: Segundo a EMBRAPA (2021), “são
identificados em extensas áreas dispersas em todo o território nacional associados aos relevos,
plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito
profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade”.
Fonte: autoria própria – mapa de solos TERRA INDÍGENA KARIPUNA – QGIS - 2022.
10
➢ VEGETAÇÃO
O mapa de vegetação da área está representado no gráfico abaixo. Feito por meio do
QGIS 3.16. O mapa compreende as informações do IBGE – Vegetação, e dados da Terra
Indígena. A vegetação predominante é de Floresta Ombrófila Aberta.
Fonte: autoria própria. Vegetação Terra Indígena Karipuna – Ombrófila Aberta. QGIS – 2022.
➢ HIDROGRAFIA
Bacia do Rio Madeira. Compreende os rios Jacy-Paraná e seu afluente pela margem
esquerda, o rio Formoso (a leste); os igarapés Fortaleza (ao norte), do Juiz e Água Azul (a oeste)
e uma linha seca ao sul, ligando este último igarapé às cabeceiras do Formoso” (LEÃO;
AZANHA, 2021).
• CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
O Protium altsoni (Breu) é da família Burseraceae, ordem Sapindales, classe
Magnoliopsida, das Magnoliophyta. Bastante encontrado na região amazônica, o óleo-resina é
conhecido como “breu” (SILVA, 2006).
As espécies de Burseraceae são conhecidas por exsudar resinas armazenadas em dutos
ou cavidades. Com traços de látex branco resinoso, em ramos e em formas de gotículas na
casca. Os ferimentos direcionados nos troncos são embranquecidos, por conta da rápida
secagem e a resina é aromática. A saída da resina ocorre de forma natural por conta da ação de
11
insetos. Sendo uma fonte botânica muito atrativa de compostos aromáticos, comercialmente
(Silva, 2006).
Nomes populares: breu branco verdadeiro, cicantaá-inua, almecegueira, breu branco do campo,
pau de mosquito, almescla, amescla, incenso, almácega, almesca, almá-cega brava, a. cheirosa, aimescia, breu
almácega, eIemi, eIemIeira, ibiracica, pau de breu, tacaá-macá, almiscar, animé, árvore do incenso, erva
feiticeira, icaríba, curacal, tacamahaco. haiawa, kurokai, ulu, encens gris, gommier, mesclão e breu preto
(PORTAL DA AMAZÔNIA, 2020).
Ecologia: A liberação de resina aromática no tronco formando pelotas é a sua
característica principal. Após a aplicação de um corte no tronco, a árvore libera a resina ou pode
ser encontrada naturalmente ao longo do tronco, por insetos.
➢ Época de Coleta
É preciso entender antes de tudo, o tempo ideal para a coleta da rezina, bem como suas
características fenológicas (floração e frutificação), que podem interferir na qualidade e
quantidade da rezina extraída.
12
➢ Práticas Tradicionais
Como dito, essas práticas devem ser respeitadas conforme a cultura local.
Amostras NInd AbsDe RelDe AbsDo MinAlt MaxAlt MédAlt dpAlt MinDia MaxDia MédDia dpDia
1 107 26,8 23,57 6,53 8,00 81,00 12,59 7,06 38,20 127,32 54,41 12,23
2 98 24,5 21,59 5,66 8,00 18,00 12,14 1,90 35,01 127,32 53,20 10,57
3 74 18,5 16,30 3,88 8,00 21,00 14,04 2,92 35,01 93,58 50,71 9,85
4 81 20,3 17,84 3,34 2,00 21,00 13,35 3,08 35,01 63,66 45,24 7,14
5 94 23,5 20,70 4,22 10,00 20,00 13,98 2,19 35,01 63,66 47,10 8,26
Fonte: Tabela (02), espécie Protium Altsoni. FITOPAC. 2022.
Amostras Vol AbsVol RelVol MinVol MaxVol MédVol dpVol NSpp AreaBas
1 323,34 80,83 25,86 1,146 12,73 3,022 1,808 1 26,13
2 276,02 69,01 22,08 0,917 12,73 2,817 1,390 1 22,64
3 226,29 56,57 18,10 0,917 14,44 3,058 1,872 1 15,50
4 183,66 45,92 14,69 0,193 6,68 2,267 1,064 1 13,34
5 240,83 60,21 19,26 0,963 5,41 2,562 1,096 1 16,87
Fonte: Tabela (03), espécie Protium Altsoni. FITOPAC. 2022.
17
➢ Classificação de indivíduos
Seleção das Matrizes
Foi realizado a seleção das matrizes, entre as árvores aptas para manejo de extração de
rezina, para a regeneração das vegetações futuras. A escolha das matrizes se deu pelas
características fenotípicas superiores às outras, com fuste retilíneo, copa bem formada e com
características fitossanitárias adequadas. Dessa forma, o objetivo do manejo não-madeireiro é
a coleta da resina do breu branco. Foram contabilizadas 454 espécies produtivas e destas
produtivas 136 serão deixadas como matrizes, restando 318 indivíduos a serem explorados.
Não será permitida a queimada da superfície do solo. O monitoramento deve ser feito
na área de coleta de três (3) em três (3) anos.
19
8. PROCEDIMENTOS DE COLETA
➢ Para a coleta foi preciso que, primeiramente, seja estendido no chão uma tela do tipo
sombrite, ou uma lona plástica em volta de toda a circunferência da árvore que será
explorada; com o objetivo de evitar qualquer contaminação e diminuição na perca de
material coletada.
➢ As pelotas de resinas no tronco devem ser coletadas com ajuda de um terçado ou uma
foice.
➢ Se a resina estiver na extremidade acima da árvore, o trabalhador deverá escalar com
técnicas de rapel ou peçonha (o profissional deverá possuir treinamento/capacitação e
utilizar de equipamentos de proteção individual – EPI para esta prática).
➢ Tempo de coleta: a prática da coleta pode ser feita o ano inteiro; porém, é indicado que
a resina seja coletada entre os períodos do verão ou seca – o índice de
umidade na resina é menor comparado ao período chuvoso.
➢ Não serão coletados: resinas de coloração escuras ou em decomposição; resinas com
encontradas em contato com o solo; e resinas com larvas de insetos.
➢ A coleta da resina pode ser realizada em árvores que estiverem caídas ou mortas
(cuidado com as impurezas).
➢ Separação: durante o procedimento de coleta, deve ser realizado a separação de acordo
com o tipo de resina; coloração, tipo de espécie (Breu branco, Breu amarelo, Breu
comum... entre outros), a fim de garantir a qualidade final do produto.
20
9. PÓS COLETA
Os procedimentos de pós coleta que devem ser seguidos estão listados conforme a tabela
abaixo:
HUGO, Vitor. Desbravadores, V.2. Manaus : Ed. Missão Salesiana de Humaitá, 1959
LIMA, Karina Ferreira; BATISTA, Marcio João Neves; SCHMAL, Barbara; SCHMAL,
Philippe. Manual de Boas Práticas de Manejo Florestal Não Madeireiro. © 2011 - Associação
Vida Verde da Amazônia – AVIVE
PELLICO-NETTO, S.; BRENA, D. A. Forest inventory. 248 pp. Federal Univ. of Parana,
Federal Univ. of Santa, 1993. PINTO, Andréia et al. Boas Práticas para Manejo Florestal e
23
SILVA, Érica Aparecida Souza. Estudos dos Óleos Essenciais extraídos de resinas de
espécies Protium spp. USP/IQSC-GQATP. SP. 2006.