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1. Descreve sobre a relação entre a escola, a sociedade, a psicologia e a educação.

É de nosso conhecimento a complexidade de nossa sociedade, a velocidade das


mudanças nas mais diferentes esferas, inclusive na privada. São perceptíveis
também as mudanças na estrutura das famílias, especialmente no cuidado dos
filhos realizado por babás e cuidadoras, assim como o encaminhamento
prematuro às escolas. A psicologia e outras ciências reconhecem a interferência
dessa realidade social (do entorno) do desenvolvimento e na constituição desses
sujeitos, assim como as implicações disso nas instituições escolares.

A escola é uma instituição criada pela cultura e aceita pela sociedade, recebem
precocemente as crianças em seus espaços e estão fazendo a passagem da
criança do meio familiar (privado) para o meio social (público), refletindo,
portanto todas as questões e mudanças da contemporaneidade. Muitos são os
fatores surgidos da relação crianças, escola, sociedade, educação e psicologia.

Pensando nos teóricos Vigotski e Wallon que entendem o desenvolvimento


humano como um processo histórico, construído socialmente (cultura, condições
sociais, linguagem e etc) e que estão em constantes interações com o sujeito
constituindo-o e sendo constituída por ele, seria então o espaço da escola um
lugar de muito cuidado, já que as crianças e jovens ocupam esses espaços por
um enorme tempo e trazem para este, todas as questões de seus tempos. Uma
questão a ser tratada é a falta de componentes curriculares que tratem da saúde
mental de forma holística. Para Wallon, a pedagogia e a psicologia devem andar
juntas, as relações de ensino aprendizagem devem ser movidas pelo desejo e
pela paixão, é possível e necessário identificar, prever e construir condições
favoráveis ao aprendizado – papel da psicologia. Essas relações entre as ciências
e os espaços sociais devem desenvolver-se e se anteciparem ás demandas sociais
de cada época.

Quando pensamos na escola pública do Brasil na atualidade concluímos que a


ela tem sido atribuído um papel de mudanças que ela não tem alcançado (índices
de analfabetos, repetência, evasão e baixos rendimentos dos exames de medição
do governo). Essa situação envolve elementos de ordem política, administrativa,
pedagógica, didática, intra e interpessoal.

O psicólogo deve refletir criticamente com todos os públicos envolvidos (alunos,


professores, funcionários, pais, equipe multidisciplinar e comunidade) a respeito
das problemáticas ocorridas na escola e que afetam o desenvolvimento dos
alunos com vistas a discutir e sugerir encaminhamentos.

A educação é um local de transmissão de conhecimentos, de socialização e de


construção e aprendizado de regras sociais, mas deve ser também um espaço de
trocas, diálogos, críticas, etc., de forma a ajudar na formação de cidadãos.
Observa-se, contudo que a educação em nosso país é por vezes utilizada para
reproduzir uma ordem existente: ora tradicional, ora liberalista, ora tecnicista e
quase nunca, crítica, impossibilitando que os participantes do processo sejam
protagonistas de suas existências, perdendo-se as oportunidades de
transformações sociais.

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