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MELHORAMENTO DE SOLO COM ADIÇÃO DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO EM
PAVIMENTOS
João Gabriel Benvindo da Luz1
Bruno Antonio Raupp Alves1
Thiago Guerra2

O setor da construção civil tem grande relevância na economia pois sua atuação é
constante e nas mais diversas formas, contudo o resíduo gerado em suas atividades é
muito expressivo e muitas vezes é descartado incorretamente. Por outro lado, o colapso
de um solo pode causar danos graves em obras como trincas, fissuras, depressões em
pavimentos rodoviários, dentre outros, sendo necessário o estudo de processos de
estabilização do solo para melhorar as características do mesmo (SILVA, 2016;
FERREIRA, 2005). Com a finalidade de minimizar os danos causado pelo descarte
incorreto dos resíduos da construção e demolição (RCD) diversas propostas são
estudadas, entre elas está o uso desse resíduo como agregado granulométrico no
melhoramento de solo. O objetivo desta revisão bibliográfica é verificar a viabilidade
desta proposta comparando o resultado de ensaios laboratoriais realizados por alguns
pesquisadores do tema. O RCD constitui quase a metade dos resíduos sólidos urbanos
pois é gerado em construções, reformas, demolições e a destinação desse material é de
responsabilidade da empresa de construção e do gerador do resíduo (SILVA, 2016;
SINDUSCON-MG, 2014). Segundo Silveira (2016) a crescente quantidade de entulho
gerado no Brasil é decorrente do alto crescimento de obras em todo o país. Porém,
muitas vezes o RCD é disposto irregularmente, como em cursos d’água ou espaços
urbanos, onde ele causa impactos negativos para o ambiente e a população local. Nos
espaços urbanos, de forma mais acentuada nos bairros periféricos, é observado um
grande comprometimento na qualidade do ambiente e na paisagem local, podendo atrair
o descarte de outros tipos de materiais como o próprio lixo doméstico e prejudicando as
condições de tráfego no local (PINTO, 1999). Já nos cursos d’água o RCD disposto pode
obstruir o sistema de drenagem superficial e a obstrução de córregos, podendo acarretar
em enchentes (PINTO, 1999). De acordo com Tavares (2018), as camadas superiores de
pavimento flexível são formadas por misturas betuminosas enquanto as camadas
inferiores são formadas por materiais granulares ou por camadas de solo estabilizadas
com cimento ou brita, também são caracterizados por apresentar deflexões em áreas
restritas. O RCD é incorporado nas camadas de base e sub-base do solo servindo como
material granulométrico alternativo para a estabilização do solo (RUFINO, 2020). A
metodologia de pesquisa usada nos estudos foi constituída basicamente de ensaios
laboratoriais sendo avaliado pincipalmente o Índice de Suporte Califórnia (ISC) ou
California Bearing Ratio (CBR). O resultado do estudo de Ferreira (2018), mostra a mistura
com proporção de 30% de solo siltoso argiloso e 70% RCD atinge 62% de resistência
inicial do solo com expansão de 0,5%, sendo assim viável a sua aplicação na camada
base de um pavimento. Porém, Sousa (2017) observou que usando uma proporção de
60% de RCD e 40% de solo laterítico não houve coesão na mistura pois requereu a
adição de um volume elevado de água durante a preparação, tornando inviável para o
ensaio. Já Araújo (2018) mostra que em ensaios realizados com 30% de RCD, também
no solo laterítico, apresentam resistência inicial de 26,7%, sendo a proporção mais
adequada para o uso em camadas de sub-base de um pavimento nesse tipo de solo.
Contudo o CBR desse solo puro é de 33,5%, superior à mistura, portanto a substituição

1
2

1
Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da UNIVEL– Centro Universitário Univel;
2
ORIENTADOR: Professor Doutor Thiago Guerra do Curso de Engenharia Civil da UNIVEL–
Centro Univesitário Univel.
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do agregado comum nesse caso se justificaria pela questão ambiental e pela redução do
custo com aterro. A diferença nos resultados dos estudos pode ser explicada pela
proporção de resíduo e pelo solo utilizado em cada ensaio. Assim sendo, observa-se que
o uso do RCD como agregado no melhoramento de solo é de fundamental importância
pois o volume de resíduos produzidos é grande e muitas vezes não recebe a destinação
correta (RUFINO, 2020). Nesse sentido, o uso desse material e as pesquisas sobre o
tema devem ser incentivados afim de beneficiar o meio ambiente, os espaços urbanos e
também a economia das empresas do setor, visto que o custo é reduzido e as empresas
que tratam e fornecem esses resíduos têm mais demanda.
 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, C. C. L., Sales, N. S. Análise da mistura do agregado de resíduos da
construção e demolição (RCD) associado ao solo laterítico para aplicação em sub-
base de pavimentos. 1º Congresso Sul-Americano de Resíduos Sólidos e
Sustentabilidade, Gramado-RS, 2018.
FERREIRA, S.R.M.; AMORIM, S.F.; VAREJÃO-SILVA, M.A. Sistema de Informação
Gergráfica dos Solos Expansivos e Colapsíveis do Estado de Pernambuco
(SIGSEG/PE). Simpósio Brasileiro de aplicações de Informática em geotecnia, 5. Belo
Horizonte: Editora FAPI, p. 119-124, 2005.
PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da
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Departamento de Engenharia da Construção Civil, Escola Politécnica da USP, São Paulo,
1999.
RUFINO, G. L.; SANTOS, R.O.G. Análise bibliográfica do uso de resíduos de
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Americano de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade Faculdades Integradas de Santa Fé
do Sul, 2018.