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ISSN: 2525-8761
RESUMO
O solo é um dos principais materiais utilizados nas obras viárias, tem grande
disponibilidade para ser utilizado, possui baixo custo e é pouco prejudicial à natureza e a
saúde humana. No entanto, é possível que o solo local encontrado a disposição para a
execução da construção não apresente as propriedades e características necessárias para
suportar os esforços oriundos do tráfego e das intempéries, desta forma, se faz necessário
a correção do solo disponível para que este atenda às exigências de projeto de aterros
sobre solos moles são caracterizados por baixa resistência epermeabilidade, e alta
deformabilidade. Assim, deve-se atentar para o baixo fator de segurança durante e logo
após a construção do aterro, visto que, nessas fases, o carregamento é máximo, porém a
resistência do solo de fundação é mínima, por causa do excesso de poropressão gerado.
No final da construção, com o decorrer do tempo, há uma tendência de aumentar a
estabilidade, em consequência do ganho de resistência promovido pelo adensamento do
solo mole. Existem diversos métodos para corrigir e estabilizar os solos, e é fundamental
ABSTRACT
Soil is one of the main materials used in road works, has great availability to be used, has
low cost and is little harmful to nature and human health. However, it is possible that the
local soil found available for the execution of the construction does not present the
properties and characteristics necessary to support the efforts arising from traffic and
inclement weather, therefore, it is necessary to correct the available soil so that it meets
the requirements of landfill design on soft soils are characterized by low resistance and
permeability, and high deformability. Thus, attention should be paid to the low safety
factor during and shortly after the construction of the landfill, since, in these phases, the
loading is maximum, but the resistance of the foundation soil is minimal, because of the
excess pore pressure generated. At the end of the construction, over time, there is a
tendency to increase stability, as a result of the resistance gain promoted by the thickening
of the soft soil. There are several methods to correct and stabilize soils, and it is essential
to know them in order to make a correct choice, technically and economically
speaking.Based on this, this article of bibliographic review of interpretative and
comparative analysis between some soil stabilization processes was produced, bringing
concepts, classifications, presenting the different types of stabilization and stabilizers,
including the new trends of scientific research in this segment.
1 INTRODUÇÃO
A necessidade da execução de escavações urbanas cada vez mais profundas tem
imposto aos engenheiros o grande desafio de equilibrar elevados esforços horizontais com
um mínimo de deslocamentos do maciço de solo e das estruturas localizadas nas
vizinhanças.
Muitos materiais têm sido estudados para serem inseridos como agentes
estabilizantes, que melhorem as características geotécnicas de solos e, conjuntamente, os
agregados de resíduos sólidos, provenientes da indústria da construção civil que tem se
mostrado como materiais promissores para uso em camadas de pavimentos.
Estes materiais possuem, inclusive, normatização própria para tal finalidade, a
ABNT NBR 15115/2004 (Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil –
Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos) e ABNT NBR 15116/2004
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS
A estabilização de solos é uma prática milenar, desenvolvida a princípio de forma
rudimentar, foi sendo aprimorada com o tempo. Tem sido considerada a principal
preocupação dos pesquisadores do segmento de geotecnia e engenharia civil, que buscam
por soluções mais eficientes e econômicas. É um processo realizado para estabilizar e
suplementar as propriedades de resistência do solo, maximizando a adequação para um
determinado uso. A estabilização do solo pode ser realizada por métodos mecânicos ou
químicos (MOUSAVI et al., 2017).
Segundo Vargas (1985), chama-se estabilização de solos o processo pelo qual se
confere ao solo uma maior resistência estável às cargas, ao desgaste ou à erosão, por meio
de compactação, correção da sua granulometria e da sua plasticidade ou de adição de
substâncias que lhe confiram uma coesão proveniente da cimentação ou aglutinação dos
seus grãos.
A estabilização de um solo consiste em dotá-lo de condições de resistir a
deformações e ruptura durante o período em que estiver exercendo funções que exigem
essas características, num pavimento ou outra obra qualquer (SENÇO, 2001).
Para obter uma execução bem-sucedida na estabilização de solo, é necessário a
realização de ensaios laboratoriais e testes de campo, embora os ensaios de laboratório
resultem em resistências maiores do que o material correspondente do campo, eles ajudam
a avaliar a eficácia dos materiais estabilizados em campo e auxiliam na determinação do
tipo de estabilizante e de sua quantidade. Estabilidade, força, compressibilidade,
permeabilidade e durabilidade do volume são as informações relevantes sobre as
de se estudar diferentes técnicas construtivas que possam vir a minimizar ou, até evitar
por completo esse fenômeno (MARTINS & ABREU, 2002).
Para o caso de obras sobre solos moles, surgem incertezas sobre o comportamento
real da obra devido à variabilidade do perfil geotécnico e às dificuldades na previsão
acurada da dissipação do excesso de poropressão como também dos deslocamentos que
ocorrem na camada de argila.
Um fator de grande relevância nos estudos do comportamento dos aterros e obras
sobre solos moles corresponde às análises de suas condições de estabilidade interna
(aterro), estabilidade externa (fundação) e estabilidade global (aterro + fundação)
(ALMEIDA, 2010).
Figura 2: Fator de segurança de aterros não-reforçados e reforçados: (a) reforçocolocado na interface aterro-
fundação; (b) reforço incorporado ao talude do aterro
Figura 3:Geotêxteis
Figura 6:Geocélula
Geogrelhas: são materiais geossintéticos com forma de grelha. A principal aplicação das
geogrelhas é em reforço de solos (Figura 8).
Figura 8:Geogrelhas
Figura 9:Geogrelhas
Para este processo de adensamento não ocorra, de forma homogênea no solo, uma
parte tiver um recalque maior que a outra, ocorrerá um recalque diferencial que pode gerar
danos à estrutura que estiver sobre ele, causando trincas fissuras ou até mesmo levar a
ruina da estrutura. Exemplos conhecidos de recalques diferenciais são os prédios da orla
de Santos (figura 11) com recalques máximos entre 40 e 120 cm e a Torre de Pisa (figura
12), que antes do processo de restauração ocorrido entre 1990 e 2001, estava com o topo
3,90 metros abaixo de onde ele estaria, se a torre estivesse totalmente na vertical.
Conforme os exemplos apresentados nas figuras 10, 11 e 12, pode-se perceber que
o recalque que causa mais problemas é o recalque diferencial, por ele ocorrer de forma
não uniforme no solo. No caso dos exemplos citados, os recalques diferenciais causaram
uma inclinação na estrutura, o da Torre de Pisa foi amenizado com a injeção de cimento
de alta resistência abaixo de sua fundação, técnica que também foi utilizada na Catedral
Metropolitana da Cidade do México, onde o recalque foi total e não causou grandes
problemas na estrutura. Já no prédio de Santos, existem alternativas para recolocar o
prédio no lugar, através do levantamento do prédio com a utilização de macacos
hidráulicos e do reforço da fundação com estacas (SOARES & MELO, 2014).
5 CONCLUSÃO
Através de uma extensa revisão bibliográfica feita no início desta pesquisa pôde-
se conhecer mais um pouco como é o comportamento do solo, para que serve, as
mudanças que se pode fazer nele para melhorar sua estabilidade.
Com base no que foi apresentado até então, pode-se concluir que as obras em
aterros dispõem de variadas possibilidades de soluções para estabilização de solos; seja
ela estabilização física, mecânica, químicas ou a combinação entre elas, do mesmo modo
que possuem muitas opções de estabilizantes químicos que podem ser usados. Na prática
é comum executar mais de um tipo de estabilização ao mesmo tempo, sendo a
compactação junto a correção granulométrica; a adição de estabilizantes químicos e a
compactação; ou até mesmo a combinação dos três métodos juntos.
REFERÊNCIAS
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3.ed São Paulo: Oficina de Textos,
2016. 353 p.il.
SENÇO, W. de. Manual de Técnicas de Pavimentação. vol. 2. 2. ed. São Paulo: Pini,
2001.
SOARES, M. R.; MELO, T. M. de. Aterro estaqueado sobre solo mole – Estudo de Caso.
Monografia Graduação de Engenharia Civil. DOCTUM. Minas Gerais, 2014.
VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos, Ed. McGraw Hill, SP, 1985.