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Estabilizacao de solo com biocimento para pavimento de estrada florestal View project
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All content following this page was uploaded by Machado Carlos Cardoso on 14 February 2017.
1. INTRODUÇÃO
As estradas florestais são as mais importantes vias de acesso às flo-
restas, servindo para viabilizar o tráfego de mão-de-obra e os meios de
produção, que serão necessários para a implantação, proteção, colheita
e transporte da madeira e/ou produtos florestais. Normalmente, estas
estradas tem como principal característica, um tráfego reduzido, às ve-
zes temporário, e um tráfego pesado, ocorrendo normalmente em um
único sentido.
No setor florestal, estimava-se uma extensão da malha rodoviária
florestal na década de 80 em 700 mil quilômetros (MACHADO e
MALINOVSKI, 1986), tendo este número aumentado consideravelmente
com o decorrer das novas ampliações das empresas florestais. Também,
aumentou nos últimos anos, as exigências em termos de solicitações para
estas estradas, devido ao volume elevado de tráfego, normalmente de
veículos de alta tonelagem; aumento das distâncias de transporte em vias
de baixa qualidade; necessidade de trafegabilidade durante todo o ano
com qualidade e maior segurança e; necessidade de estradas com maior
vida útil.
Por isso, o setor de estradas tem adquirido grande importância den-
tro de um empreendimento florestal, uma vez que os custos do binômio
estrada-transporte incidem significativamente sobre o valor final da ma-
deira.
1
Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
E-mail: <machado@ufv.br>.
2
Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO, 84.500-000, Irati-PR.
E-mail: <eslopes@irati.unicentro.br>.
3
Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal da UFV. E-mail: <giovani.santanna@bol.com.br>.
gens que podem ser resumidas como economia no custo geral de transporte
(SENÇO, 1997).
Com relação à classificação de pavimentos, pode-se, em linhas gerais,
adotar a Terminologia Brasileira (TB-7) da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT), em que os pavimentos são classificados da seguinte
forma:
a) Pavimentos rígidos: são aqueles pouco deformáveis, constituídos prin-
cipalmente de placas de concreto e cimento assentados sobre o solo de
fundação ou sub-base intermediária.
b) Pavimentos flexíveis: são aqueles constituídos por um revestimento
betuminoso sobre uma base granular ou de solo estabilizado
granulometricamente. Apresentam deformações até um certo limite, porém
não levando ao rompimento.
A TB-7 define claramente alguns parâmetros do pavimento rodoviário:
- Subleito: é o terreno de fundação do pavimento ou do revestimento.
- Sub-base: é a camada corretiva do subleito, ou complementar à base,
quando por qualquer circunstância não seja aconselhável construir o pavi-
mento diretamente sobre o leito obtido na terraplenagem.
- Base: é a camada destinada a resistir e distribuir os esforços verticais
oriundos dos veículos sobre a qual se constrói um revestimento.
- Revestimento: é a camada, tanto quanto possível impermeável, que
recebe diretamente a ação do rolamento dos veículos e destinada a econô-
mica e simultaneamente, a melhorar as condições do rolamento quanto à
comodidade e segurança; e resistir aos esforços horizontais que nele atuam,
tornando mais durável a superfície de rolamento.
d) Ensaio de Compactação
Para a determinação dos parâmetros de massa específica seca e
umidade ótima, dos solos foram realizados os ensaios de compactação
de acordo com o método AASHTO - Proctor Normal, correspondente
à NBR 7.182/82. Para tal, utilizou-se apenas cinco amostras de solo,
separadas em dois grupos: duas amostras com teor de argila abaixo de
10% e três amostras com teor acima de 10%. Esta separação ocorreu
em função das semelhanças entre os solos dentro de um mesmo grupo
obtido na análise granulométrico. As seguintes amostras foram analisadas:
e) CBR
Com a finalidade de determinar a capacidade de suporte dos solos
foi determinado o índice de CBR das cinco amostras de solo utilizadas
no ensaio anterior, seguindo o procedimento recomendado pela norma
NBR 9.895/87. No que se refere aos corpos de prova, trabalhou-se
com o teor ótimo de umidade e peso específico seco máximo determina-
dos nos ensaios de compactação.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Análise Granulométrica Conjunta
Pelo resultado apresentados no Quadro 2, observa-se que todas as
amostras apresentaram 0% de pedra, ou seja, nenhuma partícula ficou
retida na peneira de 2,0 mm. Todas as amostras foram classificadas como
solos granulares, constituídas, na maior parte, por areia fina e média, em
função da percentagem que passa na peneira de 0,074 mm ser menor
que 35 %.
Considerando a fração argila e silte, verifica-se, que apenas as amos-
tras P1A1_SEC; P2A1_PRI e P7A1_SEC apresentaram um baixo teor
de argila (menor de 10%). De acordo com a classificação “Highway
Research Board (HRB)”, todos os solos das estradas da empresa foram
classificadas como sendo A-2-4, com índice de grupo 0, Sendo assim,
por esta classificação, todos são considerados como material de bom a
excelente para a estradas. Além disso, em função da maior proporção
de argila em relação ao silte, todas as amostras foram classificados como
Areia Argilosa, com exceção do P1A1_SEC, que é uma Areia Siltosa.
3.4. C.B.R
Pelos resultados apresentados no Quadro5, observa-se que os solos foram
agrupados em dois grupos, denominados G1 e G2.
Como discutido anteriormente, um solo para ser utilizado como reforço do
subleito de estrada, deve possuir um C.B.R superior ao do subleito, ao passo
que para a sub-base, deve apresentar C.B.R. igual ou superior a 20%, enquanto
que para a base, este deve ser superior a 80%.
Apesar dos resultados satisfatórios obtidos nos ensaios anteriores (Análise
Granulométrica e Limites de Atterberg), verifica-se que, em uma análise prelimi-
nar, somente os solos do grupo G1 poderão ser utilizados como reforço do
subleito, enquanto do G2, como sub-base, ao passo que todos os solos das
estradas foram considerados impróprios para uso como base de estradas. Vale
ressaltar que, as maiorias das estradas principais e secundárias estão situadas no
Perfil P3, cujo solo apresenta um C.B.R impróprio para uso como base.
4 – CONCLUSÕES
As estradas florestais são as mais importantes vias de acesso às florestas,
viabilizando a implantação, proteção, colheita e transporte da madeira e/ou pro-
dutos florestais. Todavia, devido o aumento da frota de veículos, bem como do
aumento da tonelagem ou carga transportada, tornou-se indispensável melhoria
nos padrões construtiva das rodovias florestais.
A falta de materiais de qualidades geotécnicas que atendam as exigências
do DNER para camadas de reforço do subleito, base e sub-base de pavimentos
flexíveis, tem sido considerado um dos condicionantes nos projetos de pavimen-
tação para as estradas florestais. Assim, torna-se importante o conhecimento
prévio das características geotécnicas dos solos que compõe as estradas, possi-
bilitando a tomada de decisões na busca de melhorias na sua qualidade, com
vistas a propiciar o tráfego de veículos durante todo o ano, redução de danos à
frota de veículos, aumento da vida útil das estradas e redução dos custos de
produção.
5 - LITERATURA CITADA
FERNANDES, E. N. Sistema inteligente de apoio ao processo de
avaliação de impactos ambientais de atividades agropecuárias. Viçosa:
UFV, 1997. 122 p. (Doutorado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de
Viçosa, 1997.
MEDINA, J. Mecânica dos Pavimentos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ,
1977. 380p.
MACHADO, C. C. e MALINOVSKI, J. R.. Rede viária florestal. Curitiba,
UFPr, FUPEF, 157p., 1986.
SENÇO, W. Manual de técnicas de pavimentação de pavimentação. São
Paulo: Pini, 1997. 174 p.