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A história dele

Ele cresceu em uma família numerosa com cinco irmãos, ocupando o posto
de irmão mais velho entre todos. Nunca conheceu o seu pai, e sua criação ficou a
cargo de sua mãe, que lutava contra um diagnóstico de transtorno
bipolar(apresentar um laudo), e seu padrasto, que tinha uma relação conturbada
com o álcool e frequentemente manifestava comportamentos agressivos. A
situação era ainda mais complexa devido ao fato de a mãe, em virtude de seu
transtorno, muitas vezes não poder trabalhar, tornando o padrasto a principal fonte
de sustento da família.
Com o tempo, a mãe, exausta dos episódios de agressão, tomou a corajosa
decisão de expulsar o padrasto de casa. Essa ação trouxe consigo desafios
financeiros significativos para a família.
Devido a essas dificuldades financeiras e à instabilidade emocional de sua
mãe, ele se viu obrigado a abandonar a escola antes mesmo de concluir o ensino
fundamental(15). Embora tenha realizado alguns trabalhos, de baixa remuneração,
para contribuir com a renda familiar, suas perspectivas eram severamente limitadas.
O racismo que enfrentava na sociedade agravava ainda mais sua situação, e a falta
de uma educação formal completa dificultava suas oportunidades de vida.
Durante um período, ele e sua mãe se esforçaram para sustentar a família,
mas a situação se agravou consideravelmente quando ele descobriu que se tornaria
pai, ainda em uma fase muito precoce de sua vida. Alguns meses depois
aconteceria o incidente que tornaria sua situação financeira pior ainda, sua filha,
Eduarda dos Santos Lope, foi diagnosticada com histiocitose x, uma complicada
doença que poderia trazer a óbito a criança caso não houvesse o tratamento
adequado, que na época custava R$20.000. Sem vislumbrar alternativas viáveis, ele
acabou aceitando a única opção que parecia oferecer uma solução rápida para seus
problemas: envolver-se no tráfico de drogas.
Uma das testemunhas vai confirmar a história

A vida dele no tráfico

Após entrar no mundo do tráfico, ele começou a se destacar e logo foi


promovido a cargos mais importantes, já que, muitos de seus superiores
frequentemente perdiam a vida em confrontos com traficantes rivais e com a
polícia. Em questão de meses, ele ascendeu ao cargo de gerente e se tornou o braço
direito do chefe, Erismar Rodrigues Moreira. No entanto, pouco tempo depois o
chefe foi dado como morto após um tiroteio com as autoridades.
Entretanto, o chefe foi encontrado vivo por seu grupo posteriormente, em
péssimas condições, e considerando que a polícia havia o considerado morto, levou-
o a tomar a decisão de "forjar sua própria morte" para remover o alvo de suas costas
e conseguir se recuperar de seus ferimentos. Durante esse tempo, o réu se passaria
por líder do morro.
Ciente dos perigos envolvidos, e da possibilidade de sua filha crescer sem o
pai, ele tentou sair desta vida. No entanto, a preocupação com a situação de sua
família e o temor de que eles voltassem a passar por necessidades o levaram a
tomar a decisão de continuar.
Se encontrando nesta posição, ele utilizou sua influência para fazer a
diferença em sua comunidade. Seu foco principal era abordar os desafios
financeiros que a população enfrentava, oferecendo assistência e apoio sempre que
possível. Além disso, ele se esforçou para evitar conflitos violentos. Seu papel de
liderança foi direcionado não apenas para seus próprios interesses, mas também
para o bem-estar coletivo de sua comunidade. Tornando esta uma nova
responsabilidade para ele.
No entanto, ele não ocupava a posição de chefe de fato, apenas se fazia
passar por tal. Assim, continuava subordinado ao líder real e era obrigado a
obedecer às ordens deste. Sua motivação principal era garantir a segurança e o
bem-estar não apenas de sua própria família, mas também de sua comunidade. Isso
frequentemente o colocava em situações difíceis, onde precisava tomar decisões
complexas e tentar persuadir seu líder a evitar ações violentas que pudessem
prejudicar sua comunidade. Sua liderança disfarçada era guiada pelo desejo de
proteger aqueles que ele considerava sua responsabilidade.
Testemunha para comprovar que ele ficava emocionalmente mal quando era
obrigado a tomar decisões violentas
Testemunha para dizer que ele ajudava

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