Você está na página 1de 41

Introdução a disciplina

Disciplina: MECÂNICA DOS SOLOS I

07/08/2023
MEMORIAL ACADÊMICO:

Técnico em Edificações: CEFET-MG 1985


Engenheiro Civil: PUC-MG 1993
Graduado em Licenciatura Técnica – ênfase em Solos: CEFET-MG 1994
Especialista em Produtividade e Qualidade – Escola de Engenharia de Piracicaba - SP
Especialista em Administração Pública – Uninter – Paraná
Especialista em Gestão de Projetos – Uninter – Paraná
Especialista em Gestão Ambiental – Ulbra – Santarém – PA – 2018
Especialista em Tecnologias Digitais para Educação – Ulbra – Santarém – PA - 2021
Especialista em Segurança do Trabalho – Grupo Poliminas - (Em andamento 2022)
Mestre em Saneamento Urbano e Processos Construtivos – UFPA – 2016
Doutorando em Ciências Ambientais – UFOPA – (Em Andamento – Defesa 03/2022)
EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS ATUAIS:

Professor Universitário CEULS Ulbra – Pavimentação, Saneamento, Tecnologia, Materiais,


Impacto Ambiental e Segurança do Trabalho - desde 2015.
Engenheiro da Prefeitura Municipal de Santarém – PARÁ – SEMINFRA/SEMURB –Área de
Pavimentação e Saneamento – desde 2015
Professor Substituto IFPA – desde maio 2022
Membro do Conselho Regional de Engenharia (CREA-PA) – (2019 – 2024)
Membro do CONSUPE ULBRA (Conselho Superior da Universidade Luterana do Brasil)
Membro do Conselho de Administração da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará)
Vice Presidente do FOPIESS – Fórum dos Pesquisadores das Instituições de Ensino Superior
e Pesquisa de Santarém
Avaliador do MEC – Cursos Presenciais e a Distância de Engenharia Civil (Ministério da
Educação) desde 2018.
Responsável pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento da Cidade de Santarém –
Pará (Gestão 2020 – 2023)
Responsável pelo Plano de Segurança Estrutural e Acessibilidade do Estádio do Barbalhão
em Santarém – PA – (2017 – 2022)
Atuando há 12 anos na região Amazônica – (2009 – 2022)
30 anos de experiência em Construções de grandes obras
INTERDISCIPLINARIDADE: Os conteúdos citados na ementa podem ser integrados com as disciplinas:
Fenômenos dos transportes (os conceitos de transporte de fluidos em meios porosos);
Probabilidade e estatística (conceitos empregados em estatística para tratamento de dados);
Topografia I (aplicação dos conceitos de geoprocessamento);
Hidráulica aplicada (conceito de pressão hidrostática);
Mecânica dos solos I (os conceitos referente a mecânica dos solos);
Obras geotécnicas (conceitos relacionados as tensões no solo, adensamento e cisalhamento);
Projeto de estradas e ferrovias (aplicação dos conceitos de propriedades mecânicas dos solos, adensamento e parâmetros de
compressibilidade);
Fundações (conceitos relacionados as tensões no solo, adensamento e cisalhamento);
Projeto de estradas e ferrovias (aplicação dos conceitos de propriedades geomecânicas dos solos, adensamento e parâmetros de
compressibilidade);
Pavimentação (aplicação dos conceitos de propriedades geomecânicas dos solos, adensamento e parâmetros de
compressibilidade, deformação dos solos).
OBJETIVO:
Fornecer ao aluno condições de identificar e resolver problemas específicos da
Engenharia Geotécnica relacionados à compressibilidade e resistência dos solos.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

CRAIG, R. F. Mecânica dos solos. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2014.

DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo: Cengage Learning, 2014.

PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Volume 1. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 3ª edição, 1973.

CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Volume 2. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 6ª edição, 1987.

CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Volume 3. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 4ª edição, 1987.

FIORI, Alberto Pio; CARMIGNANI, Luigi. Fundamentos de Mecânica dos Solos e das
Rochas. 2 ed. Oficina de Textos, 2009.

QUEIROZ, Rudney C. Geologia e Geotecnia Básica para Engenharia Civil.

SCHNAID, F. Ensaios de campo e suas aplicações à engenharia de fundações. São


Paulo/SP: Oficina de textos, 2000.
OBJETIVOS:

OBJETIVO GERAL:
- Compreender o funcionamento do processo de Cisalhamento de um solo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Compreender a importância de se estudar o cisalhamento dos solos.
- Entender o conceito de cisalhamento do solo.
- Estudar os principais tipos de escorregamento de massa devido ao cisalhamento do solo.
- Conhecer o ensaio de cisalhamento direto
- Resolver exercício prático de cisalhamento de solo.
CISALHAMENTO DOS SOLOS

PORQUE ESTUDAR?
Fonte: Band Jornalismo – 10/01/2022
CONSEQUÊNCIAS DO CISALHAMENTO NO CANION DE CAPITÓLIO - MG

- 10 VIDAS PERDIDAS

- 32 PESSOAS FERIDAS.

- PREJUÍSOS PARA O TURISMO LOCAL E NACIONAL.

- ALERTA PARA AS QUESTÕES DE SEGURANÇA EM RELAÇÃO AOS SOLOS.

- NECESSIDADE DE UMA MUDANÇA COM RELAÇÃO AS ANÁLISES E CRITÉRIOS DE


AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE CISALHAMENTO DE SOLOS EM LOCAIS PÚBLICOS.

Figura 1 – Tombamento do maciço rochoso em Capitólio-MG – Fonte: Vídeo Band Notícias 10/01/2022
Fonte: Jornal Nacional – 01/02/2019
CONSEQUÊNCIAS DO ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE BRUMADINHO:

- A barragem B1 da mineradora Vale na mina Córrego do Feijão, situada no


município de Brumadinho, rompeu-se em 25 de janeiro de 2019. A lama de
rejeitos de minério matou 270 pessoas. Os prejuízos causados por esse
desastre ainda não são totalmente conhecidos. (JORNAL UFMG –
26/01/2021).

- Impactos ambientais e sociais difíceis de serem calculados,

Figura 2 (a) (b) (c) – Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão

Fonte: Reportagem Jornal Nacional 01/02/2019


Conceitos:

Resistência ao Cisalhamento:

Define-se como resistência ao cisalhamento do solo a tensão


cisalhante que ocorre no plano de ruptura no instante da
ruptura. A Figura abaixo mostra um exemplo de ruptura de uma
massa de solo de uma encosta.

Figura 3 - Ruptura de massa de solo e sua movimentação sobre uma estrada

Fonte:Gerscovich (2010)
Conceitos:

Movimentos de Massas:
São movimentos gravitacionais responsáveis pela mobilização
de solo, sedimentos, vegetação ou rocha pela encosta abaixo,
geralmente potencializados pela ação da água. Ocorrem
basicamente quando as forças de tração, dadas pela gravidade
atuando na declividade do terreno, superam as forças de
resistências, principalmente as forças de atrito.
A principal força de tração que causa movimentos de massas é
a força de cisalhamento, quando esta supera o atrito, ocorre o
movimento (Montgomery, 1992).
RASTEJOS:
Movimento lento, descendente e contínuo da massa de solo de um talude,
corresponde a uma deformação plástica, sem geometria e superfície de
ruptura definidas.
Os rastejos afetam horizontes superficiais de solo e de transição solo/rocha,
como também em rochas alteradas e fraturadas.

Figura 4: Esquema para a ocorrência de rastejo (modificada de Bloom, 1988 apud Infanti
Jr. & Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).
ESCORREGAMENTOS:
Consistem no movimento rápido de massas de solo e/ou rocha, geralmente com
volume bem definido, em que o centro de gravidade do material se desloca para
baixo e para fora do talude, seja ele natural, de corte ou aterro. Esse processo
está associado a ruptura de cisalhamento, devido ao aumento das forças de
tensões ou a queda de resistência, em períodos relativamente curtos, diferentes
tipos de escorregamentos são identificados em função de sua geometria e da
natureza do material que instabilizam, sendo eles:

ESCORREGAMENTOS PLANARES:
São processos muito frequentes nas encostas serranas brasileiras, envolvendo solos
superficiais, com ruptura podendo ocorrer no contato com a rocha subjacente. O
movimento é condicionado por estruturas geológicas planares desfavoráveis a
estabilidade.

Figura 5 - Esquema para ocorrência de escorregamentos planares ou translacionais


(modificada de Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).
ESCORREGAMENTOS CIRCULARES (ROTACIONAIS):
Possuem superfícies de deslizamento curvas, sendo comum a ocorrência de
uma série de rupturas combinadas e sucessivas. Geralmente ocorre em
aterros, pacotes de solo ou depósitos mais espessos, rochas sedimentares ou
cristalinas intensamente fraturadas.

Figura 6 - Esquema para ocorrência de escorregamentos circulares (modificada de


Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis)
ESCORREGAMENTOS EM CUNHA:
estão associados a maciços rochosos, nos quais a existência de duas estruturas
planares, desfavoráveis à estabilidade, condiciona o deslocamento de um
prisma ao logo do eixo de intersecção destes planos. São comuns em taludes de
corte ou encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento.

Figura 7: Esquema para ocorrência de escorregamento em cunha (modificada de Infanti Jr. &
Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).
MOVIMENTO DE BLOCOS:
São movimentos rápidos de blocos e/ou lascas de rocha que caem pela ação da
gravidade, sem a presença de uma superfície de deslizamento, na forma de queda
livre, sendo divididos em 4 tipos:

Queda de Blocos: envolve materiais rochosos de volume e características diversas,


que se destacam de taludes ou encostas íngremes e se deslocam em movimentos
tipo queda livre.

Figura 8: Esquema para ocorrência de queda de blocos (modificada de Infanti Jr. & Fornasari
Filho, 1998; organizada por Fábio Reis)
Tombamento de Blocos: Movimento que se da pela rotação de blocos rochosos,
condicionado por estruturas geológicas no maciço rochoso, com grande
mergulho. Como foi o caso da tragédia em Capitólio-MG, que ocorreu em
janeiro de 2022.

Figura 9: Esquema para ocorrência de tombamentos de blocos Figura 10: Tombamento do bloco rochoso em Capitólio.
(modificada de Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Retirada do Vídeo Band Jornalismo – 10-01-2022
Reis)
Rolamento de Blocos: movimento de blocos rochosos ao longo de
superfícies inclinadas, que ocorre geralmente pela perda de apoio.

Figura 11: Esquema para ocorrência de rolamentos de blocos (modificada de Infanti Jr. &
Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).
Desplacamento: Consiste no desprendimento de lascas ou placas de rocha que se
formam a partir de estruturas (xistosidade, acamamento) que ocorre devido às
variações térmicas ou por alívio de pressão, o movimento pode se dar em queda
livre ou por deslizamento ao longo de superfícies inclinadas.

Figura 12: Esquema de ocorrência de desplacamento de blocos (modificado de Montgomery,


1992; organizada por Fábio Reis).
Ensaio de
Cisalhamento Direto
A Resistência ao cisalhamento envolve dois elementos:

Atrito: Força de contato que atua quando dois corpos se colidem e tendem a se
movimentar. Uma parte da resistência relacionada ao atrito pode ser demonstrada com
o atrito entre grãos e com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma área
plana horizontal.

Coesão: Força de atração entre os átomos e moléculas que resiste que um corpo quebre.
A atração química entre as partículas pode provocar a existência de uma coesão real.
A lei utilizada é a lei de Mohr-Coulomb, que possui a expressão:
O Ensaio de Cisalhamento Direto:

O ensaio de Cisalhamento Direto é uma das formas mais antigas e fáceis para
determinar a resistência ao cisalhamento do solo, onde o equipamento necessário é
uma caixa metálica para colocar o corpo de prova e é aplicada uma força horizontal
de forma a separar a caixa.
Tipos de Amostras:
Deformadas:

Indeformadas:
O objetivo deste ensaio é determinar a resistência de cisalhamento. Baseia-se em
submeter uma amostra a uma tensão normal fixa, e logo após, aplicar uma tensão
cisalhante crescente, através de uma superfície pré-determinada, até que a ruptura
por cisalhamento do solo aconteça. Com isso, se obtém uma correlação entre a
tensão cisalhante na ruptura e a tensão normal, definindo-se diretamente a
envoltória de Mohr-Coulomb

𝜎
𝛿
𝜏

𝜎
O Ensaio de Cisalhamento Direto é de fundamental importância pois garante, aos
projetistas, a determinação dos parâmetros geotécnicos: coesão e ângulo de atrito,
dados indispensáveis para subsidiar estudos geotécnicos. Como por exemplo, a
coesão e o angulo de atrito, são parâmetros ''de entrada'' para calcular o Fator de
Segurança (FS) de Taludes (análise de estabilidade); e/ou elaborar Projetos de
Contenções; e também para possibilitar a Análise de Estabilidade de Fundações.

Pavimentos
Rodoviários
Os ensaios de Cisalhamento Direto podem ser realizados das seguintes formas:

Teste Rápido: Nesse tipo de ensaio, a resistência ao cisalhamento é medida imediatamente


após a aplicação da tensão normal, não havendo tempo para consolidação do solo e nem
dissipação da pressão neutra (u) que ocorrerá na amostra. A força de cisalhamento é
aplicada rapidamente até romper a amostra e a água não terá condição de ser drenada.
Como desenvolverá pressão neutra, a tensão efetiva será a menor possível.

Teste Adensado Rápido: O ensaio é similar ao anterior, no entanto permite a drenagem


durante a aplicação da tensão normal ao plano de cisalhamento. A resistência ao
cisalhamento (τr), é medida após a aplicação da tensão normal (σ) e ao término do
adensamento primário da amostra.

Teste com Consolidação Lenta: Neste caso, o adensamento se dará lentamente, anulando-se
a pressão neutra completamente, isto é, permitindo a dissipação da poro-pressão tanto na
aplicação da tensão normal (σ), que é feita por partes, quanto na obtenção da tensão
cisalhante (τ) que vai sendo aplicada em estágios sucessivos até o rompimento do corpo de
prova. O tempo requerido para que haja toda a drenagem e não ocorra pressão neutra
dependerá da permeabilidade da amostra e poderá levar de 4 a 6 semanas.
Exercício de fixação 1: Foram realizados ensaios de cisalhamento de 3 amostras
de um solo arenoso (areia) obtendo-se os seguintes resultados:
- Ensaio 1: Tensão Normal: 50 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 25,0 KPa
- Ensaio 2: Tensão Normal: 100 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 65,0 KPa
- Ensaio 3: Tensão Normal: 250 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 162,5 Kpa
Determine a envoltória de resistência ao cisalhamento deste solo, considerando a
Tensão Neutra do solo igual a zero.

𝜎
Exercício de fixação 2: Foram realizados ensaios de cisalhamento de 3 amostras
de um solo silte-argiloso, obtendo-se os seguintes resultados:
- Ensaio 1: Tensão Normal: 70 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 30,0 KPa
- Ensaio 2: Tensão Normal: 120 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 45,0 KPa
- Ensaio 3: Tensão Normal: 240 KPa – Tensão Cisalhante na Ruptura: 130,5 Kpa
Determine a envoltória de resistência ao cisalhamento deste solo, considerando a
Tensão Neutra do solo igual a zero.

Exercício de Fixação 3: A pedogênese dos solos é gerada essencialmente pelos processos


intempéricos que desgastam a rocha original, transformando-as gradativamente em sedimentos
que dão origem ao material que compõe os solos. Estes solos, conquanto não sejam homogêneos
em toda a sua extensão, apresentam características específicas que os habilitam, com maior ou
menor qualidade, a resistirem às tensões cisalhantes provocadas pelo peso das edificações.
Indicar abaixo qual o melhor tipo de solo para fundações rasas:

a) Solo Arenoso
b) Solo Argiloso
c) Solo Siltoso
d) Solo Escuro
e) Solo Pantanoso

Você também pode gostar