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A FÉ DEPENDENTE
(Extraída da Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense – Ano 19 – nº 78 –
3T2023, com diversos Comentários Bíblicos e Notas Pessoais)
APRESENTAÇÃO E ABERTURA
Olá! Graça e paz da parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Amém! Você que nos
assiste e nos acompanha seja muito bem-vindo, você está no Canal Beit Sêfer Escola
Bíblica à distância. E eu estou muito feliz pela sua audiência e grato a Deus por todos que
nos assistem e nos acompanham.
Nós estamos estudando a Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense cujo
tema central neste trimestre será: Fé, Fidelidade e Força um estudo de Josué, Juízes e
Rute. Hoje na Lição de número 5 o tema será: A Fé Dependente.
INTRODUÇÃO
O processo de repartição da terra de Canaã revela algo singular. Os capítulos 14 e 15
contém a distribuição das terras do sul para Judá e Calebe; os 16 e 17 explicam a
repartição das terras centrais para os filhos de José; os 18 e19 tratam da divisão do
restante da terra e o capítulo 20 vai localizar as seis cidades de refúgio dentre as 48
cidades dedicadas aos levitas (capítulo 21).
As cidades refúgio foram especificamente designadas; desta forma uma pessoa que
acidentalmente matasse alguém e quisesse fugir para ter segurança, e ter um julgamento
justo teria que ir a uma delas; caso fosse para qualquer outra cidade, ele não seria
protegido. Elas eram acessíveis a todos, havia três de cada lado do Jordão. Desta forma
todos na terra de Israel estariam pertos o suficiente para chegar a uma destas cidades.
Elas também estavam abertas a todos, tanto para os filhos de Israel, como para os
estrangeiros e peregrinos entre eles.
Para dar início ao nosso estudo eu convido você a abrir e acompanhar com a sua Bíblia
a leitura em Números 35.6,13-15 (VIVA) – “Vocês darão quarenta e oito cidades aos
levitas. Seis delas serão Cidades de Refúgio para onde irão aqueles que matarem
alguém… 13 As seis cidades que vocês derem serão suas cidades de refúgio. 14 Designem
três cidades de refúgio deste lado do Jordão e três outras em Canaã. 15 As seis cidades
servirão de refúgio para os israelitas, para os estrangeiros residentes e para quaisquer
outros estrangeiros que vivam entre eles, para que todo aquele que tiver matado alguém
sem intenção possa fugir para lá”
ORAÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Pois bem uma pessoa que cometesse um delito sem intenção tinha que chegar à cidade
refúgio para estar seguro, pois o "vingador do sangue" estava procurando-o para matá-lo
"ao encontrá-lo" (Números 35:21; Josué 20). Após o julgamento ser proferido, ela teria
que permanecer na cidade de refúgio para onde fugiu até a morte do Sumo Sacerdote.
Porém, nem todo mundo podia ser aceito nas cidades refúgio, a concessão, todavia,
estava condicionada a natureza do crime. A lei fazia distinção entre homicídio intencional,
com premeditação, e homicídio sem intenção. Quando era culposo, concedia-se o asilo,
se era doloso, executava-se o culpado de assassinato à morte (Números 35.16-21;30-34).
Quais lições podem ser aprendidas com o estabelecimento e propósito dessas cidades?
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Josué 20-1-3 (VIVA) – “DISSE O SENHOR a
Josué: 2 "Diga ao povo de Israel que separe as cidades de refúgio, conforme as instruções
que dei a Moisés. 3 "Se alguém for culpado de matar alguma pessoa sem querer, poderá
fugir para uma destas cidades para ficar protegido dos parentes do morto; talvez eles
queiram matar o homicida, por vingança”
NP – Cabe destacar que ao determinar a construção das cidades de refúgio, Deus não
estava querendo com isso proteger o assassino, mas dar um lugar de refúgio àquele que
cometia homicídio involuntário. Uma vez ali, nenhum mal o podia alcançar. Uma vez
conduzido a uma cidade de refúgio, o homicida cumpria sua pena de reclusão por tempo
indefinido, enquanto durasse a vida do sumo sacerdote. Um homicida doloso não podia
comprar a vida por dinheiro, assim também o homicida culposo não podia comprar a sua
liberdade. Ambos haviam matado alguém e só a morte de um homem podia fazer a
expiação pela morte. Concluímos assim que o sumo sacerdote de Israel prefigurava o
Ministério Sacerdotal de Jesus (Hebreus 4.9).
[Desta forma podemos ver que] com a instituição das seis cidades-refúgio Deus queria
proporcionar para o infrator arrependido: santidade, descanso, comunhão, força, renovo
e segurança. Vemos, neste caso, uma clara manifestação do amor e da graça do Senhor
naquele tempo. De um modo geral, o Antigo Testamento é caracterizado pelo tempo de
Lei e muitos não conseguem visualizar a graça de Deus nesse longo período.
Mas desde as páginas iniciais visualizamos esta realidade. Quando o homem pecou, por
exemplo, Deus manifesta a Sua graça pela promessa do Salvador, vindo da semente da
mulher (Gênesis 3.15). A graça foi simbolizada quando Deus vestiu os culpados pelo
sacrifício do inocente (Gênesis 3.22). Caim, que merecia a morte por matar seu irmão,
recebe uma marca para não ser morto (Gênesis 4.15). Noé, que viveu numa época de
impiedade singular, “achou graça aos olhos do Senhor” (Gênesis 6.5-8). Séculos depois
Deus manifestaria Sua graça instituindo as cidades refúgio.
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Josué 21.1-3 (VIVA) – “ENTÃO OS LÍDERES da
tribo de Levi foram até Silo para falar com o sacerdote Eleazar, Josué, e os líderes das
outras tribos. 2 Disseram eles: "O Senhor instruiu Moisés no sentido de que nós levitas
devemos receber cidades para morar e pastagens para o nosso gado." 3 Assim eles
receberam algumas das cidades recém-conquistadas, bem como as pastagens nas
vizinhanças delas”
Segundo o Comentário Bíblico Beacon… os cabeças dos pais dos levitas… aproximaram-
se do "Comitê de Divisão de Terras" em nome de sua tribo e clamaram pela promessa que
Deus lhes fizera… Moisés separou esta tribo para o sacerdócio e lhes encarregou o
santuário e seus serviços de adoração. Por esta razão e porque eles deveriam servir como
mestres e pastores para a nação, os levitas não receberam um simples pedaço de terra
como as outras tribos, mas foram espalhados entre elas. Os três clãs levíticos que foram
distribuídos entre as tribos do norte da Palestina e da Transjordânia foram: Coate (v.5),
Gérson (v.6) e Merari (v.7)… Deste modo, desde o princípio da história desses povos,
aqueles que serviam a Deus em tempo integral eram colocados à parte. Esperava-se que
eles se mostrassem eficientes, se fossem aliviados das tradicionais preocupações
econômicas e das ansiedades. Pelos seus trabalhos eles recebiam uma contribuição das
posses das outras tribos. Era de grande importância que o povo fosse instruído no
conhecimento da lei divina e que lhe fossem mostrados exemplos piedosos. Os levitas
deveriam ajudar nesse treinamento.
[Desta forma] o capítulo 21 de Josué apresenta as quarenta e oito cidades dos levitas
(Veja a localização na imagem ao lado), que foram, ao final divididas em quatro partes:
a) os coatitas sacerdotais (v. 4, 8-19); b) os coatitas não sacerdotais (v. 5, 20-26); c) os
gersonitas (v. 6, 27-33) e d) os meraritas (v. 7, 34-40).
Importante observar como o Senhor foi conduzindo tudo, de maneira que as cidades
dadas aos sacerdotes coatitas estivessem bem próximas de Jerusalém, onde o templo
seria um dia construído (v.8-19). Os coatitas não-sacerdotais estavam mais distantes de
Jerusalém (v.20-26). As terras dadas aos levitas estavam livres para que eles a usassem
para a lavoura e pastagem de seus animais (provavelmente cordeiros) que eram usados
para os sacrifícios, bem como outros animais, que eram dados pelas demais tribos como
dízimo (Números 35.1-4).
A similaridade do pedido dos levitas (v. 2) com o pedido de Calebe (14.6-12), revela a fé
nas promessas do Senhor. Em que pese a promessa, esta tribo também precisou se
dedicar e lutar para que ela se concretizasse. O esforço, em linhas gerais, era para que a
adoração jamais fosse negligenciada, esquecida ou preterida no cotidiano do povo de
Israel. Cabe ressaltar, no entanto, que a maior herança dos levitas era o Senhor, não as
cidades em si. O próprio Deus afirmara isso: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua
terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua
porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel” (Números 18.20)
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Josué 21.43-45 (NVI) – “Assim o Senhor deu
aos israelitas toda a terra que tinha prometido sob juramento aos seus antepassados, e
eles tomaram posse dela e se estabeleceram ali. 44 O Senhor lhes concedeu descanso de
todos os lados, como tinha jurado aos seus antepassados. Nenhum dos seus inimigos
pode resisti-los, pois o Senhor entregou a todos eles em suas mãos. 45 De todas as boas
promessas do Senhor à nação de Israel, nenhuma delas falhou; todas se cumpriram”
[Podemos assim ver que] temos uma ideia que se repete nesses versos e que serve de
grande encorajamento para os servos de Deus:
Versículo 43: “...deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar...”
Versículo 44: “...segundo tudo quanto jurara a seus pais;
Versículo 45: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara
à casa de Israel;
Tudo o que o Senhor havia jurado, falado e prometido se cumpriu. Ele proporcionou a
Seu povo cada detalhe necessário a uma vida feliz, próspera e piedosa. Desde o que
falara no passado até a ocupação de Canaã, de maneira cabal tudo se concretizara. Nas
palavras do autor de Hebreus: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança;
porque fiel é o que prometeu” (10.23).
Deus ingressa Seu Povo na terra que escolheu, Ele dá paz e vitória sobre seus
adversários. Que a fé dependente dos servos do Senhor, seja a cada dia maior, crescente
e firme, de maneira que sirva de testemunhos aos povos em redor. “Deus cumpriu todas
as suas promessas para Israel e podemos estar certos de que Ele fará o mesmo conosco”.4