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limites UEPB

de consistência Prof. Osires de Medeiros


Mecânica dos Solos I

CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE

De um modo geral, os solos grossos são perfeitamente identificáveis por meio de


suas curvas granulométricas, isto é, areias ou pedregulhos de iguais curvas
granulométricas comportam-se, na prática, de maneira semelhante.

A experiência mostrou que, para os solos finos, não basta a granulometria


para caracterizá-los, pois suas propriedades plásticas dependem:

Teor de Composição química


e mineralógica
umidade
Mecânica dos Solos I

CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE

Em 1911, Albert Mauritz Atterberg, cientista sueco, propôs os ensaios


para a caracterização da plasticidade dos solos, os quais ficaram
conhecidos como “Limites de Atterberg”
Mecânica dos Solos I

CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE

Certos solos, ao serem manipulados, fazendo-se variar o seu teor de umidade,


adotam uma consistência característica, que desde épocas antigas tem sido
denominada PLÁSTICA.

O conceito de PLASTICIDADE foi introduzido por ceramistas, e depois adotado


pelos engenheiros.

PLASTICIDADE: a propriedade do solo de submeter-se a grandes


deformações sem sofrer fissuras ou apresentar ruptura, ou ainda
sem apresentar variação de volume, sob certas condições de
umidade
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CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE

LIMITES DE CONSISTÊNCIA

O comportamento de um solo argiloso varia enormemente com seu teor de


umidade, podendo passar de um estado de consistência quase líquido ao estado
sólido, passando por vários estados intermediários.

Ex:
Estado líquido – Solos moles (lama);
Estado sólido – Cerâmica e tijolos.
.

Os teores de umidade limites, entre os estados de consistência são chamados


LIMITES DE CONSISTÊNCIA. A passagem de um estado para outro ocorre de
forma gradual de acordo com a variação do teor de água do solo (teor de
umidade).
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CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE
LIMITES DE CONSISTÊNCIA

ƒOs teores de umidade limites entre os vários estados de consistência dos


solos argilosos, são chamados limites de consistência de Atterberg

SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO h%

LC LP LL

IP (%) = LL - LP
ƒ

Os limites, as suas determinações em laboratório foram padronizadas por


Artur Casagrande e arbitrariamente fixadas.
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CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE
LIMITES DE CONSISTÊNCIA

SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO h%

LC LP LL

• LL – limite de liquidez

•LP – limite de plasticidade;

• LC – limite de contração

• IP - índice de plasticidade,
IP (%) = LL - LP
Mecânica dos Solos I

CONSISTÊNCIA E PLASTICIDADE
LIMITES DE CONSISTÊNCIA

SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO h%

LC LP LL

• ESTADO SÓLIDO - Quando o seu volume “não varia” por variações de umidade;

• ESTADO SEMI- SÓLIDO - O solo apresenta fraturas e se rompe ao ser trabalhado. Solo
quebradiço.

• ESTADO PLÁSTICO – Quando podemos moldá- lo sem que o mesmo apresente fissuras .

•ESTADO LÍQUIDO – Quando o solo possui propriedades e aparência de uma suspensão,


não apresentando resistência ao cisalhamento. O solo flui entre os dedos.
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA

Os procedimentos de rotina e os aparelhos usados nos ensaios para


determinar os limites de consistência dos solos são padronizados e
especificados nos Métodos de Ensaios. Das descrições destes ensaios,
percebe-se que eles são bastante dependentes do operador.

• LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR- 6459 (ABNT)

• LIMITE DE PLASTICIDADE – NBR – 7180 (ABNT)


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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA

LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR- 6459 (ABNT)

• É o teor de umidade de um solo quando são necessários 25 golpes no aparelho de


Casagrande, com uma altura de queda de 1 cm, para fechar a ranhura padrão aberta
na amostra com um cinzel padronizado (NBR 6459).
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA

LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR- 6459 (ABNT)

• O recipiente contendo a amostra é deixado cair de uma altura padrão, batendo


sobre a base do aparelho, e o número de golpes necessários para provocar o
fechamento desse sulco é registrado.

•Adicionando água à amostra, vai-se repetindo tal procedimento, com várias


umidades.

13mm
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA


LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR- 6459 (ABNT)
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA


LIMITE DE LIQUIDEZ - NBR- 6459 (ABNT)
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA

LIMITE DE PLASTICIDADE – NBR – 7180 (ABNT)

• LP – É o teor de umidade que marca a passagem de um solo argiloso do estado


plástico para o estado semi-sólido (NBR 9180).

•Uniformiza-se cerca de 15 g de solo e sobre uma placa de vidro procura-se moldar,


rolando o solo entre a mão e a placa, pequenos cilindros de 3 mm de diâmetro e
cerca de 10 cm de comprimento.

• O LP é o teor de umidade,para o qual os cilindros começam a fissurar quando


atinge 3 mm de diâmetro e um comprimento de ≈ 10cm.
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DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA


LIMITE DE PLASTICIDADE – NBR – 7180 (ABNT)

Se a amostra atingir o diâmetro de 3 mm sem se


fragmentar, amassar o material,e repetir o
procedimento descrito
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ÍNDICE DE PLASTICIDADE
IP = LL - LP

• Define a zona em que o solo se acha no estado plástico.


ƒ

• ƒPor ser máximo para as argilas e nulo para as areias, fornece um critério para
se ajuizar o caráter argiloso de um solo.

ƒQuanto maior o IP, mais plástico o solo.

• ƒ
Quando um material não possui plasticidade, considera-se o IP =0 e escreve-se:
IP = NP (não plástico).

Segundo Jenkins:
• IP = 0 → não plástico
• 1 < IP < 7 → pouco plástico
• 7 < IP < 15 → medianamente plástico
• IP > 15 → altamente plástico
Entre os diversos métodos possíveis para representar e comparar as propriedades
de plasticidade dos solos, o mais utilizado é a Carta de Plasticidade, desenvolvida
por Arthur Casagrande.
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LIMITE DE CONTRAÇÃO
É o teor de umidade que separa o estado semi-sólido do sólido.

Uma argila, inicialmente saturada e com teor de umidade próximo do limite de


liquidez, ao perder água sofrerá uma diminuição do seu volume igual ao volume de
água evaporada, até atingir um teor de umidade igual ao limite de contração. A partir
deste valor, a amostra secará a volume constante.

SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO h%

LC LP LL
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Valores típicos de limite de liquidez, limite de plasticidade e limite de contração de alguns minerais
Mecânica dos Solos I

ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA

Mede a consistência do solo em função da sua umidade natural.

LL − h
Ic =
IP
ENSAIO DE COMPRESSAO
SIMPLES
Ic < 0 argila muito mole Consistência Resistência (kPa)
0< Ic < 0,50 argila mole Muito mole < 25
0,5 < Ic < 0,75 argila média Mole 25 a 50

0,75<Ic < 1,0 argila rija Média 50 a 100


Rija 100 a 200
Ic >1,0 argila dura
Dura > 400
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ÍNDICE DE ATIVIDADE

• A superfície das partículas dos argilo-minerais possui uma carga elétrica negativa,
cuja intensidade depende principalmente das características do argilo-mineral
considerado.

• As atividades físicas e químicas decorrentes desta carga superficial constituem a


chamada “atividade da superfície do argilo-mineral”.

•Segundo Skempton (1953) a atividade dos argilo- minerais pode ser avaliada pela
equação:
IA = IP / (% < 0,002mm)

• %<0,002mm representa a porcentagem de partículas com diâmetro inferior a 2µ


presentes no solo.
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ÍNDICE DE ATIVIDADE

A atividade coloidal serve como indicação da maior ou menor influência das propriedades
mineralógicas e químico-coloidal, da fração argila, nas propriedades de um solo argiloso

• Via de regra são os coloides menores que 1μm de diâmetro. Como as frações
de argila atingem até 2μm, nem todas as argilas são estritamente coloidais,
mesmo assim as suas partículas maiores possuem características do tipo
coloidal.

Atividade Ac
Baixa < 0,75
Normal 0,75 < Ac < 1,25
Alta > 1,25
Questão. A Tabela apresenta dados que foram obtidos a partir do ensaio de
limite de liquidez numa argila utilizando o aparelho de Casagrande.
Determine:

a) Determine o LL desta argila.


b) Sabendo que o limite de plasticidade deste solo é 28.9%
calcular o índice de consistência (IC).
c) Descreva o solo a partir do IC obtido.

Cápsula 53 46 84 69 17
Amostra + cápsula + água (g) 63.28 57.63 46.34 61.27 45.44
Amostra seca + tara (g) 61.13 55.51 44.16 59.34 43.23
Água (g)
Cápsula (g) 56.47 51.07 39.75 55.71 39.24
Amostra seca (g)
Teor de umidade (%)
Nº de golpes 43 32 24 17 10
a) LL (%)?

Cápsula 53 46 84 69 17
Amostra seca + cápsula + água (g) 63.28 57.63 46.34 61.27 45.44
Amostra seca + tara (g) 61.13 55.51 44.16 59.34 43.23
Água (g) 2.15 2.12 2.18 1.93 2.21
Cápsula (g) 56.47 51.07 39.75 55.71 39.24
Amostra seca (g) 4.66 4.44 4.41 3.63 3.99
Teor de umidade (%) 46.14 47.75 49.43 53.17 55.39
Nº de golpes 43 32 24 17 10
Cápsula 53: Obs.1: A massa da tara
é a mesma massa da
Amostra seca (g) = [amostra seca + tara] (g) – cápsula (g) cápsula!
Amostra seca (g) = 61.13 – 56.47 = 4.66 g
Obs.2: Realiza-se
esses cálculos para
todas as cápsulas.

Água (g) = [amostra seca + cápsula + água] (g) – amostra seca (g) – cápsula (g)
Água (g) = 63.28g – 4.66g – 56.47g = 2.15g
Teor de umidade (%) = massa da água (g)/ amostra seca (g)
Teor de umidade (%) = 2.15g/4.66g = 0.4617 x 100% = 46.14%
a) LL (%)?
Logo, o limite de liquidez para este solo é 50,5%.

Limite de Liquidez Linear (Limite de Liquidez)

56

54

52
Teor de umidade (%)

(25; 50,5)

50

48

46

44
10 100
Número de golpes
b) IC?

Tabela. Índice de consistência do solo.


LL(%) h(%) IP(%) IC IC médio
50.5 46 21.6 0.21
50.5 48 21.6 0.12
50.5 49 21.6 0.07 0.014
50.5 53 21.6 -0.12
50.5 55 21.6 -0.21

Tabela. Nível de consistência do solo.


c) IC = (LL – h) / IP LL(%) h(%) h média(%) IP(%) IC
Muito moles: IC < 0
46
Moles: 0 < IC < 0.50
48
Médias: 0.50 < IC < 0.75
50.5 49 50.2 21.6 0.014
Rijas: 0.75 < IC < 1.00
53
Duras: IC > 1.00
55
O solo possui consistência mole!
Obrigado!

E-mail: osiresdemedeiros@gmail.com
Telefone: (83) 99646-5725

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