Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Gonçalo
2018
Renato Veloso Pereira
São Gonçalo
2018
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/D
P436 Pereira, Renato Veloso.
TESE O movimento de renovação geográfica no Brasil :
heranças, impasses e novas perspectivas no ensino
de geografia / Renato Veloso Pereira. – 2018.
132f.
CDU 911:37
_______________________________ ___________________________
Assinatura Data
Renato Veloso Pereira
Banca Examinadora:
_________________________________________________
Prof. Dr. Ruy Moreira
Faculdade de Formação de Professores – UERJ
_________________________________________________
Prof. Dr. Charlles da França Antunes
Faculdade de Formação de Professores - UERJ
_________________________________________________
Prof. Dr. Felipe Moura Fernandes
Instituto Superior Anísio Teixeira
São Gonçalo
2018
DEDICATÓRIA
Aos meus avós José e Jupira (In Memorian), sem os quais eu não seria.
À minha avó ―Gecinda‖ (In Memorian) pela minha criação, por seu afeto e por
sua doçura.
Aos meus pais, meus encontros essenciais, meus grandes exemplos.
Ao meu irmão, por toda nossa história.
À minha tia-avó Maria, nossa guerreira.
À resistência de todos os trabalhadores da UERJ.
Aos professores, técnicos-administrativos e funcionários da UERJ/FFP – São
Gonçalo.
Aos professores da Pós-Graduação de Geografia da FFP/UERJ.
Ao Mestre-mentor Prof. Dr. Ruy Moreira, com carinho, por todos esses anos
iluminando minha caminhada acadêmica na Geografia.
Ao Prof. Dr. Charlles da França Antunes, pelo apoio e pela confiança.
À Profª. Drª. Ana Cláudia Ramos Sacramento, pela dedicação, compromisso
e profissionalismo com seu ofício e seus alunos.
Ao Prof. Dr. Manoel Martins Santana Filho, pelos diálogos fecundos e
criteriosos.
Ao Prof. Dr. Felipe Moura Fernandes, pela pronta participação e contribuição
fecunda nesta parte da minha formação acadêmica.
Ao colega de turma e amigo Bernard Teixeira, companheiro de viagem cujos
diálogos tanto contribuíram para esta dissertação.
Ao amigo, vizinho e colega de turma Oswaldo Rezende, pelo companheirismo
e pela parceria.
Aos colegas de turma da Pós-Graduação, pela caminhada juntos.
À responsável pelo meu retorno aos estudos acadêmicos, Ludmila, minha
esposa, parceira e companheira incansável. Meu encontro necessário nesta vida,
por quem e com quem renovo afeto, admiração, respeito e vida.
Ao Vicente, vida e esperança revividas em mim e em Ludmila.
RESUMO
The present work is about the relationship between science and the teaching
of geography, their inheritances, their dilemmas and new perspectives that are
expressed from the renewal movement, opening in Brazil, after the Decade of 1970,
a wide-ranging debate about the critic ways of thinking/doing/producing/teaching
geography. Referenced in historical materialism and dialectical, but being so plural
throughout the renewal process— considering coexistence with other scientific-
philosophical lines of thought – a group of Geographers-teachers, unhappy with
science situation, education and political-economic-social-cultural, spawned a
movement around a theoretical-methodological-epistemological commitment, political
and social aimed at building a society with equity, paving new horizons for ways of
thinking/doing/producing/teaching geography. The definition of geographical space
as an object of study of geography opens an epistemological perspective to recast
their fundamentals in modernity (from the fragmented to critical reason). A renewal in
geographical science, based on assumptions of critical reason, surpassing the
fragmented reason – represented in geography by the structure N-M-E (Nature, Man
and Economics) – is necessary, due to the social-spatial changes in contemporary
times that requires reading and geographical explanation for the space stuck on time
combined as real shape of the movement, and also deals with issues which arise in
relation to Geography teaching and learning in school, providing the development of
spatial reasoning of students through social practices and knowledge, with the
objective of building knowledge and geographical concepts.
INTRODUÇÃO ...................................................................................... 9
REFERÊNCIAS..................................................................................... 128
9
INTRODUÇÃO
ponderar também que o desafio não está restrito somente à Geografia, mas à
Educação como um todo.
Da relação estabelecida entre geografia acadêmica e geografia escolar,
temos como objetivo geral analisar, a partir do movimento de renovação geográfica,
no Brasil, heranças, impasses e novas perspectivas na geografia que se ensina por
meio de algumas práticas. Para tanto, compreender algumas heranças e alguns
impasses da Geografia antiga à Geografia moderna e seu processo de
institucionalização acadêmica e escolar no mundo ocidental e, no Brasil, em
específico, é um dos objetivos específicos. Relacionar geografia acadêmica e ensino
de geografia a partir do movimento de renovação geográfica, no Brasil, no que há de
algumas referências da ciência geográfica produzida nos recentes decênios, é outro
objetivo específico.
A metodologia utilizada baseia-se em revisão bibliográfica, bem como na
análise de práticas de ensino, levando em conta as abordagens teóricas de diversos
autores acerca do assunto. O desenvolvimento da pesquisa bibliográfica se deu
através da consulta de livros, teses, dissertações, artigos publicados em periódicos,
revistas acadêmicas de circulação virtual, assim como artigos acadêmicos
disponíveis à consulta online, que tratam da temática que se pretende suscitar em
diferentes perspectivas e períodos históricos.
Caracterizada por categorias fundamentais como espaço, paisagem e meio
ambiente (de forma isolada ou combinada), a Geografia – que na
contemporaneidade, por meio do espaço global, é a ciência que sintetiza o mundo –,
―já foi definida como o estudo descritivo da paisagem, o estudo da relação homem-
meio e o estudo da organização do espaço pelo homem‖ (Moreira, 2014). Estas três
definições que trazem em sua episteme o reconhecimento da superfície terrestre à
classificação das várias áreas, tem como consequência no método muita informação
sem explicação.
Na busca do entendimento de seus paradigmas, Moreira divide a Geografia
moderna (nascida na segunda metade do século XVIII), em três fases distintas
diferenciadas por seus respectivos paradigmas, quais sejam: o paradigma holista da
baixa modernidade, o paradigma fragmentário da modernidade industrial e o
paradigma holista da hipermodernidade (ou pós-modernidade), como tendência
atual.
11
[...] é uma forma de olhar que flagra esse mesmo mundo, mas no modo
como o todo do universo verticalmente se projeta em paisagens na
superfície do planeta, as paisagens expressando em sua diversidade de
formas a complexidade cósmica das relações da Terra com o universo
(MOREIRA, 2014, p.14).
Sendo assim, Couto (2015) afirma que ‖Varenius propõe um duplo caminho
de investigar a paisagem: através da geografia geral (ou sistemática) e da geografia
especial (ou regional), incorporando os conceitos de espaço e superfície terrestre
(além da paisagem)‖. É o que diz Vitte:
Desta forma, além do estudo dos povos através das paisagens da superfície
terrestre e de sua representação cartográfica, o conceito de espaço é incorporado,
sendo abordado através de temáticas gerais ou na forma de estudos mais
localizados e singulares. Vale ressaltar que o conceito de espaço em Varenius está
22
Moreira (2014 apud Couto, 2015) também elenca duas outras maneiras de
analisar o discurso clássico para reconstituí-lo, por intermédio das distintas
definições de geografia, quais sejam: do estudo da relação homem-meio e do estudo
da organização do espaço pelo homem.
A Geografia da relação homem-meio e a Geografia da organização do espaço
pelo homem vão se constituir e se formalizar no período da Geografia moderna.
É entre os alemães que, por volta de 1754, a geografia inicia seu caminho
para o status científico. Os passos nesse sentido são já nítidos nas
discussões entre as duas vias que surgem: a geografia político-estatística e
a geografia pura. A primeira dá prosseguimento metodológico ao que vinha
sendo a geografia desde os tempos de Estrabão, no século I, e ganha
impulso com Varenius no século XVII. A segunda põe acento na questão
dos limites naturais de um território, tema tipicamente da Alemanha de
então e que virá despontar no final século XIX com Ratzel, particularmente
[...] (MOREIRA, 2009, p.10).
Leyser, entre outros, muito cedo, em 1726, salientou este ponto e advogou
o emprego das fronteiras naturais. Tais críticas não obtiveram resultados
práticos até que foram reforçadas pelos ensinamentos de Buache (1700-
1773) sobre o sistema do globo (Charpente de Globe). Segundo Buache, o
esqueleto da terra era simplesmente um determinado número de bacias
separadas por extensas linhas de montanhas e serras submarinas. Essa
teoria foi elaborada um século antes por Athanasius Kircher, porém
ignorada. Agora, reviveu, revestindo-se de certa expressão gráfica nos
acurados mapas de contorno dos relevos, tal como os que Buache construiu
para o seu estudo do Canal da Mancha (1737). A reação dos geógrafos foi
rápida. Esta contínua linha de montanhas parecia oferecer uma estável e
natural alternativa para a mudança, efetuada pelo homem, das fronteiras
das unidades políticas. Gatterer (Abriss der Geographie, 1775) usou o novo
limite para dividir o mundo em partes naturais. No seu trabalho, se
encontram pela primeira vez expressões tais como: Península dos Pirineus,
Terras Bálticas, Terras dos Cárpatos, Regiões Alpinas do Oeste, Sul e
Norte. Gatterer não se ajustou com os geógrafos político-estatísticos. A
classificação natural das regiões (vol.2) seguiu-se de uma descrição das
unidades políticas (vol.3), segundo a moda de Büsching, posto que mais
resumida. No entanto, a sua obra deu início à tendência para a geografia
pura (Reine Geographie) (TATHAM, 1959, p.203, apud MOREIRA, 2014,
p.15).
25
Tanto uma forma de geografia quanto outra se voltam assim para a questão
da identidade territorial e seus marcos de limite, emergindo no contexto da
Alemanha fragmentada às voltas com o problema da unidade como um
assunto identificado ao tema da unidade e diversidade regional dentro e fora
de um país. Assim, na aparência contrapostas, essas duas formas de
geografia apenas diferenciam-se em sua convergência para um mesmo
ponto: a geografia político-estatística privilegia a problemática da unidade
interna do Estado dos príncipes em que se divide a nação alemã, enquanto
a geografia pura estende-se para a questão mais além da unidade do todo
de uma Alemanha regionalmente diferenciada. Todavia, é a geografia pura
a forma que se identificará com o verdadeiro salto que o saber geográfico
experimentará quando da entrada da metade seguinte do século XVIII,
quando, com Kant, ganhará a tradução que a irá tornar se uma forma de
ciência moderna (MOREIRA, 2009, p.10).
Tatham observa:
A relação todo e parte que ele incorpora da corografia que lhe chega, traz o
conceito de espaço colado com o de recorte da paisagem, tendo o espaço como o
todo e a região o recorte. Com Kant, o espaço torna-se referência em substituição à
superfície terrestre.
A rigor, Kant não realiza grande transformação na Geografia que toma para
si. Apenas confere à percepção geográfica do mundo físico o rigor da
descrição e taxonomia que o seu conceito de espaço lhe permite, uma vez
que para ele o espaço é um dado a priori da percepção, um plano de
extensão geométrica preexistente ao olhar humano que já faz o fenômeno
vir à percepção humana ordenado nos parâmetros de uma ordem espacial
(o mesmo acontecendo com o tempo, mas na ordem da sucessão), cada
fenômeno ocupando um lugar e uma distância pré-determinados em suas
disposições recíprocas. Assim, a corografia ganha o sentido geométrico da
localização e distribuição que a Geografia vai usar para o aperfeiçoamento
da representação cartográfica, através da combinação rigorosa da
percepção sensível com o registro e precisão matemáticos dos mapas
(SANTOS, 2002, apud MOREIRA, 2015, p.14).
30
Não é para admirar que a noção de tempo, isto é, do tempo das sociedades
em movimento, tenha estado tão ausente da concepção dos fundadores da
ciência geográfica. O espaço de Kant era tridimensional. Para Newton, o
tempo era um continuum, um tempo tão absoluto quanto o espaço. A noção
de um tempo separado do espaço é responsável pelo dualismo história-
geografia que provocou tantos debates dentro e fora das preocupações com
a interdisciplinaridade (SANTOS, 1978, p.51).
A busca da articulação entre natureza e sociedade não foi tarefa fácil para
os geógrafos. A bem da verdade, construir uma ciência de articulação na
época em que surgiu oficialmente a Geografia pareceria ser como remar
contra a maré, pois neste período a visão de ciência dominante privilegiava
a divisão entre ciências da natureza e da sociedade. Embora as ciências de
caráter integrativo tenham tentado se expressar nesse momento, a exemplo
da Ecologia com Haeckel em 1886, e da Geografia desde antes com
Humboldt e Ritter na década de 1850 a história de seus desenvolvimentos
não é expressiva. Ao contrário da integração, o que prevaleceu no final do
século XIX e durante mais da metade do século XX foi a fragmentação.
Disto resultou algo comum aos geógrafos: o esfacelamento da Geografia e,
em particular, de uma parte desta denominada Geografia Física em
diferentes campos do conhecimento. A Ecologia, por sua vez, fica
encoberta, sendo revigorada com o surgimento da idéia de Ecossistema
com Tansley em 1935. A fragmentação científica do século passado é, sem
dúvida, a força que promove o primeiro impacto na existência da Geografia
Física. Ainda que na prática os geógrafos tenham seguido o caminho da
especialização, é importante lembrar que, em nível teórico, renomados
geógrafos tentaram a análise integrada do meio físico percorrendo
conceitos como os de Paisagem, inicialmente, Geossistema ou Sistemas
Físicos, posteriormente, na busca desta articulação. Este caminho é
retomado nos anos 70, exatamente no período em que emerge a discussão
ambiental e com ela o resgate da Ecologia e da idéia de relação entre os
organismos e seu ambiente (NUNES & SUERTEGARAY, 2001, p.15-16).
Ratzel chama seu solo, cria sua cultura e, sobre essa base, sua civilização,
num processo de antropogeografia (MOREIRA, 2014, p.17).
Depois de ser enviado para a Alemanha, aos 13 anos de idade, para estudar
em uma escola religiosa e, de retornar à casa dos pais (na França), por ter passado
por problemas com seus educadores, Reclus volta ao país que o acolheu, agora em
Neuwied, para ser professor, por dois anos.
Após se inscrever, em 1851, na Universidade de Berlim, onde também
participa dos debates com seus companheiros acadêmicos (dentre eles o da
unificação alemã, que se concretizaria oficialmente em 1871), ―Reclus cursa as
disciplinas ―Descrição da Terra‖ (com Ritter) e ―Economia Política‖ (com Wilhelm
Adolf Schmidt), campos disciplinares aos quais dedicou boa parte de sua vida
pesquisando e escrevendo‖ Zaar (2015).
Os estudos de Karl Ritter (1779-1859) historiador, geógrafo e seu professor
na Universidade de Berlim, também influíram na concepção metodológica de Reclus.
Além de ter cursado a disciplina ―Descrição da Terra‖, ministrada por Karl Ritter,
Elisée traduziu para o idioma francês várias obras suas, uma delas ―A configuração
dos continentes‖ logo depois da sua volta a França em 1857 (ZAAR, 2015:17).
Élisée Reclus, influenciado pelo pensador alemão Ritter, pensa que as
relações dos homens entre si é a forma como convivem comunitariamente desde o
começo com o meio.
Embora seja o primeiro La Blache que se difunde pelo mundo, e com ele a
geografia regional e a hegemonia mundial da ―escola francesa de
geografia‖, o segundo terá um papel particularmente importante a partir do
último quartel do século XIX, acompanhando a reorganização da economia
mundial pela segunda fase (a fase aberta com a segunda revolução
industrial e que Ernest Mandell designa de capitalismo avançado) da
industrialização (MOREIRA, 2014, p.36).
Paris. Também escreve o texto ―A noção de gênero de vida e seu valor atual‖, de
1948, ―com o qual atualiza para as sociedades industriais modernas o conceito
vidaliano, validando e aplicando-o à vida urbana e industrial já dominante no seu
tempo‖ Moreira (2015). Sobre os elementos dos gêneros de vida, diz Sorre:
Santos (2002) coloca que Max Sorre foi o "primeiro geógrafo a propor, com
detalhe, a consideração do fenômeno técnico em toda sua amplitude".
Centra sua análise no conceito de complexidade, ―foco pelo qual ele vê o todo
e as partes da superfície terrestre. A exemplo do ecúmeno terrestre, que conceitua
como uma rede de complexos‖ Moreira (2015). ―O ecúmeno, diz Sorre, do ponto de
vista da estrutura é um complexo de complexos, um todo formado e caracterizado
pela superposição e entrecruzamento de diferentes níveis de complexidade‖ (Idem).
Carl Ortwin Sauer (1889-1975), filho de imigrantes, nascido em Warrenton,
Wisconsin no meio oeste dos Estados Unidos, em local de colonização alemã, cujo
ambiente cultural é inspirado no Romantismo filosófico e estético de Goethe, com
seu texto ―A morfologia da paisagem‖, de 1925, filia-se a uma corrente da geografia
alemã, por meio da geografia da paisagem – em que Hettner desenvolve uma visão
corológica e de diferenciação de áreas – promovendo uma ruptura com a visão
―determinista‖ e fisiográfica da escola estadunidense, da qual (Sauer) é oriundo,
desenvolvendo uma concepção baseada no estudo das paisagens.
49
[...] George é um geógrafo urbano, que daí caminha para o todo integrativo,
mas a partir do espaço. É assim que para ele as sociedades variam na
história justamente por suas formas de organização espacial. Há antes de
mais nada as sociedades organizadas e não organizadas espacialmente.
Estas são as sociedades da natureza sofrida, aquelas em que a relação do
homem com o meio se faz ainda num quadro de ação técnica que pouco
modifica a paisagem natural que o homem habita. O alcance de um grau
superior de nível técnico leva o homem, entretanto, a alterar e ajustar a
paisagem natural ao seu modo, assim nascendo as sociedades de espaço
organizado. Estas podem ser sociedades espacialmente organizadas com
dominante agrícolas e sociedades espacialmente organizadas com
dominante industrial é, assim, para George, o divisor de águas, dissolvendo
a paisagem natural e substituindo-a pelo espaço na organização geográfica
global da sociedade (MOREIRA, 2014, p.21).
Manuel Correia de Andrade (1994, p.76) assinala que ―Geografia Crítica‖ era
um rótulo atribuído a todos os trabalhos que, embora partindo de perspectivas
diversas, ―se opunham ao exagero da quantificação da ciência geográfica‖, ainda
que tenha havido excessos na oposição ao quantitativismo num primeiro momento,
segundo o autor.
Segundo Moreira (2000), ―um corte epistemológico só se opera radicalmente
em uma ciência se emerge de fundo mergulho crítico nos próprios fundamentos em
que a ciência está apoiada.‖
Já se pode vislumbrar por volta dos anos 1950 uma ligeira tentativa de
reorientação da geografia acadêmica entre alguns geógrafos franceses. Em
geral, são geógrafos de formação marxista, dando seqüência à busca de
reativação do conceito de gênero de vida de Vidal por seu discípulo Max
Sorre nos anos 1930. É Pierre George (1909-2006), continuador dos
trabalhos e idéias de Sorre, o centro de referência dessa renovação. É com
George que a teoria da organização geográfica do espaço mundial perde
seus alicerces clássicos: a divisão natural em continentes. George toma
como nova referência os sistemas econômico-sociais, vendo as formas de
organização do espaço mundial segundo os sistemas socialista e
capitalista, este por sua vez diferenciando-se em desenvolvidos e
subdesenvolvidos. A geografia de cada país, incluindo-se suas condições
naturais, organizar-se-á segundo as regras sócio-econômicas de seu
sistema, o que põe no centro da organização as determinações da história.
A história determina o modo da relação do homem com o seu meio natural.
Assim, por exemplo, foram necessários anos de desenvolvimento
econômico-social para que os homens habitantes do Oriente Médio
descobrissem a forma de uso industrial do petróleo e o incorporassem como
fonte de energia e matérias-primas à sua existência (MOREIRA, 2009, p.20-
21).
Milton Santos no seu livro (―Por Uma Geografia Nova: da crítica da Geografia
a uma Geografia crítica)‖, produz importante análise sobre a questão do espaço,
abrindo e pavimentando o terreno do movimento de renovação. Segundo Moreira,
ao longo das páginas desse livro, descobre-se que a sociedade é o seu espaço
geográfico e o espaço geográfico é a sua sociedade. Ora, se o espaço tem essa
natureza, seu modo de entender muda de todo. Mais que isto: se ele é o objeto da
geografia, então na geografia tudo muda de todo.
Neste livro, Santos (1978) insere a Geografia no conjunto das ciências sociais
definindo o objeto da mesma. Também quer o fim da dicotomia homem x natureza,
na busca do ―espaço total de nossos dias.‖ Defende a dialética do espaço com a
questão da universalização da economia, que muitas vezes leva à universalização
do espaço. Também desenvolve a ideia da interação sociedade-espaço baseada na
relação histórica de cada sociedade se organizando dialeticamente com o espaço
geográfico. Na sua descoberta da historicidade do espaço, em que na interação
sociedade-espaço, ambos se organizam mutuamente, teoriza que:
[...] O espaço por suas características e por seu funcionamento, pelo que
ele oferece a alguns e recusa a outros, pela seleção de localização feita
entre as atividades e entre os homens, é o resultado de uma práxis coletiva
que reproduz as relações sociais, [...] o espaço evolui pelo movimento da
sociedade total (SANTOS, 1978, p.171).
Yves Lacoste (1997) em sua obra, ―A Geografia isso serve, em primeiro lugar,
para fazer a guerra‖ tem como eixos de reflexão as estratégias e ideologias
escamoteadas pelos agentes dos ―Estados maiores‖ nos raciocínios centrados no
espaço e, busca, também, a compreensão das funções e da importância da
geografia. Pensa que os conhecimentos geográficos são um saber estratégico, um
instrumento de poder intimamente ligado às práticas dos ―estados maiores‖ e dos
militares e, reflete sobre a relação do homem com o meio como projeto unitário.
Desmistifica a suposta ―neutralidade‖ da geografia e chama a atenção para as
consequências que podem advir para as populações atingidas pela ―organização‖ do
seu espaço. Ao compreender que o conceito de escala vigente na geografia é
matemático e que o modo de ver do geógrafo sobre a paisagem-espetáculo (que
escamoteia o real), no conceito de espacialidade é uma questão central a ser
superada, Lacoste faz a denúncia e a crítica político-ideológicas e a crítica teórico-
metodológica e epistemológica.
O século XIX marca um ponto de inflexão entre a geografia do saber
estratégico, dos ―Estados maiores‖ (controle e organização das pessoas no território
e para a guerra) e uma geografia de face ―moderna‖, acadêmica, formadora de
professores e de pesquisadores universitários (uma disciplina ―simplória‖, ―maçante‖,
―desinteressada‖, ―enfadonha‖ ―descritiva‖).
71
Para Lacoste (1997) ―a geografia dos professores, desde o fim do século XIX,
se tornou um discurso ideológico no qual uma das funções inconscientes, é a de
mascarar a importância estratégica dos raciocínios centrados no espaço‖. É o que
diz também Menezes:
1
A primeira edição do livro ―Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos‖, de Lana de Souza
Cavalcanti, é de 1998.
76
alemã no século XVIII e início do século XIX, o que explica a urgência desta
disciplina no ensino básico e a sua institucionalização na academia. Nesta
época, o capitalismo já estava presente na grande maioria dos Estados da
Europa, porém a Alemanha ainda não constituía um Estado Nacional. Muito
arraigada ao feudalismo, a elite germânica tinha dificuldades de implantar o
sistema capitalista. Além disso, a estrutura do território germânico em
unidades dispersas encontrava-se vulnerável diante o expansionismo cada
vez mais forte de França e Inglaterra (MENEZES, 2015, p.345).
Vesentini (1985) vai também nessa direção. A escola (que fora controlada
pela Igreja), agora sob o controle do Estado, torna-se mais um elemento da
secularização, apoiada na ciência (opondo-se aos dogmas religiosos desde o
Iluminismo). A efetivação da educação sob a perspectiva nacional e da escola
81
representa este conjunto espacial como algo natural e eterno, e não como uma
construção histórica.
A imagem que devia ser, inúmeras vezes, reproduzida por todos os alunos
(hoje não é mais assim) era, primeiro, a da pátria. Outros mapas,
representando outros Estados, entidades políticas cujo esquematismo dos
caracteres simbólicos vem tanto melhor ainda reforçar a idéia de que a
nação onde se vive é um dado intangível (dado por quem?), apresentado
como se tratasse não mais de uma construção histórica, mas de um
conjunto espacial engendrado pela natureza (LACOSTE, 1997, p.56).
O discurso geográfico escolar que foi imposto a todos no fim do século XIX
e cujo modelo continua a ser produzido hoje, quaisquer que pudessem ter
sido, aliás, os progressos na produção de idéias científicas, se mutilou
totalmente de toda prática e, sobretudo, foi interditada qualquer aplicação
prática. De todas as disciplinas ensinadas na escola, no secundário, a
geografia, ainda hoje, é a única a aparecer, por excelência, como um saber
sem a menor aplicação prática fora do sistema de ensino. Nenhuma
esperança de que o mapa possa aparecer como uma ferramenta, como um
instrumento abstrato do qual é preciso conhecer o código para poder
compreender pessoalmente o espaço e nele se orientar ou admiti-lo em
função de uma prática. Nem se pensar que a carta possa aparecer como
um instrumento de poder que cada qual pode utilizar se sabe interpretá-la. A
carta deve permanecer como prerrogativa do oficial, e a autoridade que ele
exerce em operação sobre ―seus homens‖ não se deve somente ao sistema
hierárquico, mas ao fato de que ele só é quem sabe ler a carta e pode
decidir os movimento, enquanto aqueles que ele mantém sob suas ordens
não o sabem (LACOSTE, 1997, p.56).
aos ensinos superiores, baseada na escola pública, apesar de ainda ser exclusiva
da elite branca, sem extensão aos escravos e pobres, já manifesta ideais
pedagógicos progressistas e leigos ―provenientes do ecletismo, do liberalismo e do
positivismo cientificista trazidos da Europa, como, por exemplo, a ideia de
construção de um sistema educacional Saviani (2010, apud Couto, 2014).
Com base nos estudos de Rocha (1996), foi no Imperial Colégio Pedro II, em
1837, por meio do Decreto de 2 de dezembro do mesmo ano, que a Geografia surge
como disciplina autônoma no currículo escolar brasileiro. Silva observa:
A partir dos anos 1930, diz Moreira (2014), a Geografia, no Brasil ganha sua
face institucionalizada e profissional com as instituições de ensino e as instituições
de pesquisa e planejamento estatal. São criadas a Universidade de São Paulo
(USP), em 1934, a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
implementada primeiramente com o nome de Universidade do Distrito Federal
(UDF), em 1935. No campo da geografia aplicada, em 1937, cria-se o IBGE. Em
1934, é fundada a Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB). Sobre os
profissionais formadores desse início de Geografia profissional:
São estrangeiros seus primeiros quadros. Pierre Monbeig vai vincular seu
nome à criação do curso universitário da USP. Pierre Deffontaines e Francis
Ruellan, à criação do curso da UFRJ (com o nome de Universidade do
Distrito federal – UDF); e Leo Waibel e uma enorme gama de outros
pesquisadores à implementação dos trabalhos do IBGE (MOREIRA, 2009b
e 2010 apud MOREIRA, 2014, p.96).
brasileira. Essas teses defendem que, a educação, deve ser essencialmente pública
e que o ensino elementar deve ser ativo, gratuito, obrigatório e centrado nos
interesses da criança.
―No programa de ensino do curso ginasial de geografia geral do Colégio
Pedro II já no contexto da Reforma Gustavo Capanema de 1942 (Fonseca, 1956,
pág. 92-93; Colesanti, 1984, pág. 50-51), aparece‖ segundo Couto (2010):
Bem como Gebran (2002). Esta visa à formação do aluno voltada para a
concepção produtivista que arregimenta jovens para o mercado de trabalho,
principalmente para as novas tarefas impostas pela indústria moderna.
Uma geografia que não pergunta o que engendra esses fenômenos, mas
apenas fornece um ―instantâneo‖ da paisagem. Não fazendo essa pergunta,
tal Geografia, implantada no Brasil a partir da ―escola francesa‖ e tendo
como mestre soberano Paul Vidal de La Blache, torna-se neutra e acrítica,
sem conseguir, ou evitando relacionar suas observações ―científicas‖ com
os problemas políticos, sociais e econômicos em ação na realidade
brasileira. Assim, releva suas bases metodológicas positivistas e
funcionalistas. É importante ressaltar que esse tipo de ação dessa
Geografia era muito pertinente com o grau de conhecimento do espaço e da
sociedade brasileira da época e com o pouco desenvolvimento imperante
dos meios de comunicação de massa, o que o tornava, muitas vezes, com
as descrições a única fonte de informações de determinada área
(PEREIRA, 1988, p.116-117).
Pereira (1988) ainda nos adverte que tal base teórica desdobrada para a
prática dentro da escola secundária descamba para o campo da memorização: não
é necessário pensar, basta decorar; este é o lema dessa Geografia.
Essa Geografia descritiva, mnemônica, sem aplicação prática na vida
cotidiana, compartimentada em vários ramos, que inventaria, classifica e de caráter
enciclopédico, refletia a sua base teórico-metodológica-conceitual.
Dentre os vários problemas abordados por Couto (2015), o que diz respeito a
determinados impasses teórico-metodológicos relativos ao ensino e a aprendizagem
de geografia, alguns dos quais analisados ao longo do processo de renovação da
geografia brasileira, contribui sobremaneira para a nossa análise.
No movimento do terceiro período (décadas de 1970-1980 e de 1990-2000)
esboçado por Couto (2010), há um resgate de tendências críticas com ênfase no
96
Desenvolvem-se cada vez mais os estudos que integram a prática social dos
estudantes, seus conhecimentos prévios, a problematização de seus saberes
espaciais e os ensinamentos de conteúdos/construção de conceitos para o
98
2
Michael F.D. Young considera o conceito de ―conhecimento poderoso‖ como um princípio curricular.
Segundo Young (2016) ―conhecimento poderoso‖ é aquele que se inspira no trabalho de
comunidades de especialistas, que denominamos de comunidades disciplinares, que são formas de
organização social para a produção de novos conhecimentos.
99
[...] seja pelo processo disciplinar dos parâmetros curriculares, seja pela
permanência da disciplinarização nos livros didáticos destinados ao ensino
médio, seja ainda pela organização disciplinar na formação de professores
e nas escolas (LOPES, 2008, p.83).
Mas que tipo de geografia é apropriada para o século XXI? É lógico que não
aquela tradicional baseada no modelo ―A Terra e o Homem‖, onde se
memorizavam informações sobrepostas (...). E também nos parece lógico
que não é aquele outro modelo que procura ―conscientizar‖ ou doutrinar os
alunos, na perspectiva de que haveria um esquema já pronto de sociedade
futura (...). Pelo contrário, uma das razões do renovado interesse pelo
ensino de geografia é que, na época da globalização, a questão da natureza
e os problemas ecológicos tornaram-se mundiais ou globais, adquiriram um
novo significado (...). O ensino de geografia no século XXI, portanto, deve
ensinar – ou melhor, deixar o aluno descobrir – o mundo em que vivemos,
com especial atenção para a globalização e as escalas local e nacional,
deve enfocar criticamente a questão ambiental e as relações
sociedade/natureza (...) deve realizar constantemente estudos do meio (...)
e deve levar os educandos a interpretar textos, fotos, mapas, paisagens
(VESENTINI, 1995, p.15-16, apud CAVALCANTI, 2013, p.23).
112
Em seu artigo ―A geografia como ciência das práticas e dos saberes espaciais
– por um novo modelo clássico de organização curricular‖, Couto(2017), tem como
ideia principal, a de compreender a geografia como ciência das práticas e dos
saberes espaciais para definir um formato de pesquisa e de ensino de geografia
como um novo discurso clássico.
O termo ―clássico‖ compreendido como o que capta questões nucleares do
desenvolvimento histórico das sociedades é baseado na ideia de Dermeval Saviani
e aqui é utilizado para subsidiar professoras e professores de geografia na
montagem de currículos e de programas e, assim, como discurso, servir de
instrumento de análise e construção de materiais e livros didáticos, organização de
aulas, conteúdos e métodos da prática pedagógica. Também apresenta a forma
como ao longo da história o discurso e a prática geográfica foram sendo construídos
até a sua institucionalização na escola e na universidade.
Depois de colocar a questão central da trajetória nuclear e original da
geografia como forma de saber – do problema geográfico posto pela história –,
baseado em Moreira (2014), Couto (2017), por meio dos arquétipos fundadores de
Estrabão e Ptolomeu, das distintas definições de geografia e das três partes
estruturantes da pesquisa e do ensino, apresenta o desenvolvimento das matrizes
clássicas do pensamento e da prática geográfica.
É, também, baseado numa teoria social do espaço em Moreira (2010b, 2013)
que busca a definição da geografia como uma ciência das práticas e dos saberes
espaciais e, a partir daí, as fases e os conteúdos da construção geográfica das
sociedades.
Propõe, assim, a geografia como componente curricular na escola básica
(possível articulação com o ensino de história nos cinco primeiros anos, porém
independente nos anos posteriores) e uma distribuição por níveis de ensino.
Do 1º ao 5º ano propõe trabalhar as fases de montagem e desenvolvimento
do arranjo espacial das diferentes sociedades e privilegiar a articulação da escala
local com a escala nacional-regional.
Do 6º ao 9º ano propõe trabalhar a montagem, desenvolvimento e
reestruturação espacial em três partes e articular as escalas locais, nacionais-
regionais e mundiais-regionais, quais sejam,
115
torna o arbítrio não uma liberdade de escolha nas condutas pedagógicas, mas uma
tarefa árdua e, frequentemente, de difícil implementação.
Por suposto que o papel do professor reflexivo – articulando teoria e prática –
é primordial para que qualquer conteúdo possa ser construído, aprendido,
depreendido da realidade. Promover o educando enquanto sujeito do processo de
ensino-aprendizagem é mister e essa tarefa só pode ser pensada no campo das
relações. Nesse sentido, Castellar e Vilhena (2010) ponderam:
O uso do livro didático deveria ser um ponto apoio da aula para que o
professor pudesse, a partir dele, ampliar os conteúdos, acrescentando
outros textos e atividades e, portanto, não o transformando no objetivo
principal da aula (CASTELLAR e VILHENA, 2010, p. 137).
Em análise dos Livros Didáticos adotados para o Ensino Médio nas escolas
públicas de Campina Grande (PB), Sampaio e Azevedo (2015), analisam, no
entanto, que as barreiras cotidianas enfrentadas pelos professores, acabam por
torná-los ―escravos‖ do livro didático, enquanto recurso pedagógico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRABANT, Jean Michel. Crise da Geografia, Crise da Escola. In: Revista Geosul –
nº2 – Ano 1 – 2º semestre/1986 – Ed. UFSC – Florianópolis –SC.
CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella & STEFENON, Daniel Luiz. A ciência geográfica
na escola: pressupostos de um currículo escolar fundamentado no conhecimento
disciplinar. Uni-pluri/versidad, Vol.15, n.1°, 2015.
______. A geografia como ciência das práticas e dos saberes espaciais - por um
novo modelo clássico de organização curricular. Rev. Tamoios, São Gonçalo (RJ),
ano 13, n. 2, págs. 5-25, jul-dez 2017.
LACOSTE, Yves. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. -
4ª ed.- Campinas, SP – Papirus, 1997.
LASTÓRIA, A.C.; MORAES, L.B. de; FERNANDES, S.A.S. DE. Diálogos sobre a
Geografia Escolar e linguagem cartográfica. In: ASSOLINI, F.E.P.; LASTÓRIA, A. C.
(orgs). Diferentes linguagens no contexto escolar: questões conceituais e
apontamentos metodológicos. Florianópolis-SC: Insular, 2013, pp.107-117.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Meio Ambiente e Ciências Humanas. 4ª ed. – São
Paulo – Annablume, 2005.
______. Para onde vai o pensamento geográfico?: Por uma Epistemologia Crítica.
2.ed, 1ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2012.
______. Para onde vai o pensamento geográfico?: Por uma Epistemologia Crítica.
2.ed, 2ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2014.
NUNES, João Osvaldo Rodrigues & Suertegaray, Dirce Maria Antunes. A natureza
da Geografia Física na Geografia. Terra Livre São Paulo, n. 17 p. 11-24 2º
semestre/2001.
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Geografia Clássica – Uma contribuição para
história da ciência Geográfica. In: Revista de Educação, Cultura e Meio Ambiente-
Dez.-N° 10, Vol I, 1997.
SAMPAIO, Tiago Marques; AZEVEDO, Sérgio Luiz Malta de. O livro didático de
Geografia no ensino médio: perspectivas institucionais e adoção nas escolas
públicas de Campina Grande-PB. Revista Científica da FASETE 2015.
131
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: Da Crítica da Geografia a uma Geografia
Crítica. 6ª ed., 2ª. Reimp. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
SILVA, Bruno dos Santos. Introdução aos estudos sobre a Geografia de Estrabão.
Mare Nostrum, ano 2010, v.1.
SILVA, Teresa Cardoso da. Jean Tricart: sua vida – sua obra. Geosul, Florianópolis,
v.18, n.35, p. 149-152, jan./jun. 2003.
VESENTINI, José William. Geografia Crítica e Ensino. In: Revista Orientação nº6 –
Instituto de Geografia – USP – São Paulo – 1985.