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GRUPO I
A equinococose-hidatose é uma doença causada por vermes da espécie Echinococcus granulosus, que
pertencem ao mesmo filo da planária. A sua transmissão ocorre, usualmente, através do consumo de água
ou de alimentos contaminados com ovos libertados através das fezes de certos animais, embora o contacto
direto com um animal que se encontre infetado possa constituir uma possível via de entrada no organismo.
O ciclo de vida de Echinococcus granulosus, representado na figura 1, depende da existência de um
hospedeiro definitivo (cão) e de um hospedeiro intermediário (ovelha, cabra, porco, etc.). O Homem é
considerado um mero hospedeiro “acidental”.
O parasita adulto sobrevive até três anos no interior do intestino delgado do hospedeiro definitivo, sendo
que 4 a 5 semanas após a infeção atinge a maturidade sexual, evidenciando 2 a 9 mm de comprimento, e
inicia a produção de ovos por autofecundação (1). Estes são libertados para o exterior através das fezes (2).
Após a entrada de ovos para o hospedeiro intermediário, mediante o contacto com pastos ou através da
ingestão de água e/ou alimentos contaminados, a camada de queratina protetora dos ovos é destruída, por
ação de enzimas presentes no suco gástrico, libertando-se as oncosferas (embriões). Estas perfuram a
parede intestinal (3) e ao alcançarem a corrente sanguínea e/ou linfática migram, primeiramente, em direção
ao fígado e pulmões. Nesses órgãos, as oncosferas crescem e transformam-se em quistos hidáticos (4).
Estas últimas formas larvares desenvolvem-se, até atingirem cerca de 15 cm de diâmetro, e multiplicam-se
assexuadamente por fragmentação.
O ciclo de vida completa-se quando os órgãos que contêm os quistos são ingeridos por um hospedeiro
definitivo. Ao nível do seu intestino delgado, os quistos diferenciam-se, adquirindo um escólex composto por
quatro ventosas e uma dupla fileira de 28 a 50 ganchos (5), que lhes permite aderirem à parede intestinal
(6), até se converterem em parasitas adultos (1).
Quisto fixa-se ao
intestino delgado
pelo escólex
Adulto
(no intestino
delgado)
Desenvolvimento do
escólex no quisto
Ingestão de
quistos
Hospedeiro definitivo
Hospedeiro
intermediário Ovo
(nas fezes)
Hospedeiro “acidental”
Forma infetante
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1. A ovelha, tal como o Homem, apresenta circulação dupla e completa, em que o sangue
(A) venoso circula na artéria aorta.
(B) arterial circula na artéria pulmonar.
(C) venoso circula na veia pulmonar.
(D) arterial circula na artéria aorta.
3. Echinococcus granulosus é um ser vivo ______. À semelhança da planária possui difusão de gases
(A) unissexuado … direta
(B) unissexuado … indireta
(C) hermafrodita … indireta
(D) hermafrodita … direta
5. As transformações sofridas pelos quistos no interior do cão, que lhes permite adquirir um escólex,
devem-se à ______. A parte do ciclo que ocorre no interior deste hospedeiro ______ a variabilidade
genética de Echinococcus granulosus.
(A) alteração da constituição génica … diminui
(B) expressão diferencial do genoma … diminui
(C) expressão diferencial do genoma … aumenta
(D) alteração da constituição génica … aumenta
Explique de que modo, o desenvolvimento das oncosferas no interior dos hospedeiros intermediários
contribui para o alastramento das infeções causadas por Echinococcus granulosus, ao nível de
eventuais hospedeiros definitivos.
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GRUPO II
As tartarugas são animais que pertencem à ordem Testudines e que apresentam uma grande dispersão
geográfica, ocupando um elevado número de ambientes distintos.
A proximidade filogenética destes répteis com outros grupos de répteis (e também com aves) é, há muito
tempo, objecto de discórdia. A grande questão é se os parentes mais próximos das tartarugas serão as
cobras e lagartos ou os crocodilos (e as aves).
A análise comparativa dos crânios de diferentes vertebrados fornece dados importantes para a
reconstrução da filogenia, já que as semelhanças entre os mesmos são explicadas pela evolução a partir de
um mesmo ancestral. Nos vertebrados existem três tipos de crânios (figura 2), diferenciados pela
quantidade de aberturas (fenestras temporais) que evidenciam na ossificação:
Crânio Anapsida – não apresenta fenestras e é considerado o mais primitivo;
Crânio Sinapsida – apresenta uma fenestra inferior, tal como o crânio de mamíferos;
Crânio Diapsida – apresenta duas fenestras, uma inferior e uma superior, sendo evidenciado por
répteis (cobras, lagartos e crocodilos, por exemplo) e aves.
O crânio das tartarugas é distinto dos acima descritos, evidenciando uma reentrância lateral em cada
lado do crânio, sendo essa fenestra considerada superior (figura 3). Até ao final do século XX, as evidências
anatómicas levaram a afirmar que as tartarugas possuíam um crânio derivado de Diapsida, em que as duas
fenestras se teriam fundido numa só, e que seriam, por isso, parentes próximas dos lagartos e das cobras
(répteis pertencentes à ordem Lepidosauria).
Porém, a análise do DNA nuclear trouxe novos dados para a reconstrução da filogenia, sugerindo que
as tartarugas são muito mais próximas dos Archosauria, ordem a que pertencem os répteis crocodilianos e
as aves (figura 4). Atualmente, a análise conjunta dos dados morfológicos e moleculares (análise do DNA
nuclear, mitocondrial e RNA’s) indiciam um elevado grau de proximidade filogenética entre as Testudines e
os répteis crocodilianos.
Reentrância
Figura 2. Representação dos diferentes tipos de crânios Figura 3. Representação do crânio de tartaruga,
de vertebrados. As setas indicam a localização das evidenciando a reentrância lateral.
fenestras.
Figura 4. Representação do ramo dos Tetrapoda, demonstrando as hipóteses alternativas de parentesco entre a ordem
Testudines e os outros grupos de Amniota. (1) Testudines como grupo basal, (2) Testudines como répteis mais
primitivos, (3) Testudines e Lepidosauria (cobras e lagartos) como grupos de répteis filogeneticamente mais próximos,
(4) Testudines e Archosauria (crocodilianos e aves) como grupo irmão de répteis filogeneticamente mais próximos e
(5) Testudines e Crocodilianos como grupos filogeneticamente mais próximos.
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1. As fenestrais temporais permitem a inserção dos músculos que asseguram o movimento das mandíbulas.
O seu surgimento, associado a um aumento da musculatura, permite uma maior amplitude do movimento
das mandíbulas, possibilitando a diversificação da dieta alimentar. Numa perspetiva lamarckista, o
aparecimento de fenestras temporais no crânio nos vertebrados resultou
(A) da necessidade de ingerir novos tipos de alimentos.
(B) das pressões selectivas impostas pelas mudanças ocorridas no ambiente.
(C) do aparecimento de mutações em populações ancestrais de vertebrados.
(D) da herança de fenestrais inscritas no genoma de uma espécie ancestral.
2. De acordo com a figura 2, os crânios dos vertebrados, atendendo ao número e à localização das
fenestras temporais, correspondem a estruturas ______, resultantes da atuação de pressões seletivas
______.
(A) análogas … diferentes
(B) análogas … semelhantes
(C) homólogas … semelhantes
(D) homólogas … diferentes
6. Faça corresponder a cada uma das descrições, expressas na coluna A, a respetiva designação, que
consta da coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(a) Fósseis que apresentam características que atualmente se (1) Evolução divergente
encontram em grupos distintos. (2) Formas sintéticas
(b) Estruturas pouco desenvolvidas e sem função aparente em (3) Evolução convergente
determinados grupos de seres vivos e que permitem o (4) Estruturas homólogas
estabelecimento de relações filogenéticas. (5) Estruturas vestigiais
(c) Tanto as folhas alongadas e flexíveis das videiras como os
caules dos feijoeiros permitem a fixação a estruturas de suporte.
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GRUPO III
A fermentação é um processo metabólico utilizado pelas leveduras, fungos unicelulares, bactérias para a
obtenção de ATP a partir de um substrato.
A qualidade dos produtos alimentares e a sua influência na nutrição e na saúde humana tem vindo a ter
um lugar de destaque nos meios científicos. Essa preocupação deve-se ao grande número de produtos
alimentares existentes e à tendência atual de se ingerir produtos naturais. Dentro desses produtos destaca-
se o iogurte. A qualidade deste produto é uma consequência, das condições de fabrico, da qualidade, dos
aspetos microbiológicos e do tratamento térmico do leite, da cultura láctica utilizada, uma vez que, da sua
ação sobre os componentes do leite, resultarão as características desejáveis no produto. Um dos grandes
problemas, que tem contribuído para a perda do consumo do produto, é a contaminação por fungos como
as leveduras que podem causar alterações de sabor, cor e alterações nas embalagens. Assim, foi
desenvolvido um estudo com o objetivo de verificar a qualidade química de diferentes marcas de iogurte.
MATERIAL E MÉTODOS
– Obtenção das amostras de iogurte: foram utilizadas quatro marcas de diferentes iogurtes, com e
sem adição de polpa de frutas, totalizando seis tratamentos. As amostras são oriundas de lotes de fabrico
diferentes e foram recolhidas mensalmente em diferentes estabelecimentos ao longo de três meses. As
amostras foram transportadas em caixas de material isotérmico contendo cubos de gelo, sempre à mesma
temperatura e transportadas imediatamente para o Laboratório de Microbiologia do Departamento de
Biologia.
– Preparação das amostras: cada amostra foi prontamente identificada por números. A
homogeneização das amostras foi efetuada na própria embalagem e após a abertura das mesmas,
observou-se a aparência do produto. Em condições asséticas (sem microrganismos), prepararam-se as
amostras.
– Determinação de pH: o pH foi determinado pela medida direta com um pHmétro da marca Hanna
Instruments, introduzindo-se o elétrodo diretamente nas amostras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Setenta e duas amostras de iogurtes foram analisadas quanto às características químicas, em três
diferentes lotes de fabrico (abril, maio e junho) em supermercados.
LOTES
Tratamento I II III
1 (sem sabor) 4,39 4,25 4,29
2 (com sabor) 3,76 4,25 3,81
3 (com sabor) 4,00 4,17 3,81
4 (com sabor) 4,10 4,27 4,35
5 (com sabor) 4,11 4,21 4,19
6 (com sabor) 3,95 3,98 4,03
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Lactobacillus crescem e toleram valores de pH mais baixos do que as pertencentes ao género
Streptococcus
2. O iogurte que manteve os valores de pH em torno do valor desejável nos três lotes foi
(A) o iogurte 1.
(B) o iogurte 2.
(C) o iogurte 3.
(D) o iogurte 4.
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9. As leveduras podem utilizar dois processos de obtenção de energia a partir de glucose – a fermentação
alcoólica e a respiração celular aeróbia. Refira e explique a diferença de rendimento energético entre os
dois processos.
GRUPO IV
Os microrganismos endófitos, como alguns fungos, vivem no interior de plantas. O maracujá-doce da
espécie Passiflora alata é uma planta nativa da América do Sul, frequentemente colonizada por estes
fungos. Os genes que codificam as subunidades dos ribossomas destes fungos estão separados no DNA
por duas regiões que são transcritas, mas não incorporadas no rRNA que entra na constituição dos
ribossomas. Estas regiões, designadas por ITS (Internal Transcribed Spacer), permitiram aos investigadores
criar uma base de dados que possibilita não só a distinção entre as espécies de fungos, mas também o
estabelecimento de relações filogenéticas entre eles.
Com o objetivo de identificar fungos endófitos em Passiflora, foram colhidas 18 amostras de DNA fúngico
para comparação das sequências nucleotídicas das suas regiões ITS com as existentes na base de dados.
Das dezoito, apenas a amostra 12 apresentou um resultado com qualidade suficiente para a análise
filogenética. Esta amostra foi identificada como pertencente ao género Cercospora (figura 5), uma vez que
possui uma sequência nucleotídica 99% idêntica. Algumas espécies do fungo Cercospora, de que são
exemplos C. zeae-maydis e C. sorghi, são patogénicas.
Figura 5.
1. Considere as seguintes afirmações relativas à reprodução assexuada por esporulação do fungo C. zeae-
maydis.
I. No processo de formação dos esporos ocorrem fenómenos de recombinação genética.
II. Ao germinarem, os esporos dão origem a fungos geneticamente idênticos.
III. A possível ocorrência de mutações génicas constitui a única fonte de variabilidade genética entre os
esporos.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II é verdadeira; I e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e III são verdadeiras; II é falsa.
2. O DNA analisado contém a informação para a síntese de uma molécula essencial para a formação de
estruturas _____, fundamentais na _____.
(A) não membranares … transcrição
(B) membranares … tradução
(C) membranares … transcrição
(D) não membranares … tradução
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3. A análise da figura 5 permite-nos afirmar que
(A) Septoria e Cercospora apresentam um ancestral comum mais recente do que o fungo da amostra
12 e Cercospora.
(B) o fungo da amostra 12 e Septoria apresentam um ancestral comum mais recente do que Gibberella
e Sphaceloma.
(C) Septoria partilha mais informação genética com Gibberella do que com o fungo da amostra 12.
(D) Sphaceloma partilha mais informação genética com Mycosphaerella do que com Fusarium.
FIM
Cotações
Grupos Itens
Cotações (pontos)
I 1 2 3 4 5 6 7
5 5 5 5 5 6 12 43
II 1 2 3 4 5 6 7
5 5 5 5 5 9 15 49
III 1 2 3 4 5 6 7 8 9
5 5 5 5 5 5 9 6 12 57
IV 1 2 3 4 5 6 7 8
5 5 5 5 5 6 5 15 51
Total 200
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