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Betty Fernandes
2020-2021
Índice
Apontamento de Aula/ Gramática………………………………………………………………………………………………………………………1
Tipos de Autores…………………………………………………………………………………………………………………………………………….1
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Apontamentos de Aula/Gramática:
Processos fonológicos:
Tipos de Autores: Inserção de segmentos (+ PEP):
Autor autodiegético- conta a sua própria Prótese- inicio
história; -stare > estar
Autor homodiegénico- conta uma história onde Epêntese- meio
aparece, mas não como personagem principal; -humile> humilde
Autor heterodiegético- conta uma história e Paragoge- fim
não faz parte dela -ante> antes
Supressão de segmentos (- ASA):
Aférese -início
Analise das palavras: -avantagem> vantagem
Síncope- meio
-Auto – o próprio; -opera> obra
-Hemo- semelhante/igual; Apócope – fim
-salutem > saúde
-Hetero- a outra pessoa
-Diegético-história Alteração de segmentos:
Vocalização- Transformação de uma consoante numa
Idade Média- Classicismo (Renascimento)- Barroco- vogal.
Romantismo- Realismo -delectare> deleitar
Classicismo (Renascimento)- os clássicos
sentiam-se aprisionados às regras; Camões- -Análise sintática: ver como as palavras estão colocadas
regras restritas; na frase e que função desempenham;
Barroco: a beleza vem em 1ºlugar; exagero na -Análise morfológica: onde a palavra se encontra.
estética e adjetivações; Sermão- seduz através
das alegorias e metáforas;
Romantismo- o individuo quer paz, libertando aAnalise
alma; de palavras:
Poesia- menos figuras de estilo e menos rimas. -docere- Ensinar (conduzir alguém a algum lado);
-Docente:
Recursos expressivos: -ente- aquele que.
Figuras semânticas ou de pensamento: Ex: estudante – aquele que estuda;
Alegoria- expressão de uma ideia abstrata através Lente- aquele que lê;
da sua materialização. Amante- aquele que ama;
Antítese- apresentação de uma ideia através do -Amante- sofreu uma evolução semântica porque amar
contraste entre 2 entidades. estava normalmente fora do casamento quebrando a
Apóstrofe- interpelação de uma entidade com palavra de Deus.
recurso ao vocativo.
Figuras de sintaxe:
Anáfora- Repetição de 1 ou mais palavras no inicio
de versos/frases, para intensificar a ideia por ela
(s) expressa.
Paralelismo- repetição de uma
frase/ideia/construção frásica.
Interrogação retórica- enunciação de uma
pergunta para enfatizar o assunto e não para
obter uma resposta
Metáfora: aproximação de 2
conceitos/realidades, que partilham entre si
uma mesma característica. Ex: “bicho da terra
tão pequeno”3 (=Homem);
Textos argumentativos/expositivo
Texto que expressa uma opinião ou tese
fundamentada por diversos argumentos sólidos e
válidos: Sermão de Santo António aos Peixes.
Estrutura:
Introdução/Tese – apresentação clara da
ideia/opinião que se quer defender
Desenvolvimento/Corpo argumentativo –
apresentação das razões que justificam e
sustentam a tese.
Conclusão – demonstração clara da tese
defendida.
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Sermão de Santo António aos Peixes
Antes de regressar a Lisboa, lança O Sermão de Santo
O século XVII é uma época de grandes crises a nível António, denunciando os comportamentos corruptos
europeu e nas terras colonizadas: dos colonos do Maranhão.
Europa- tempo de crise generalizada; poder
da Inquisição; lutas religiosas. Não sendo bem aceite em Portugal nem no Brasil parte
Portugal- progressivo aumento do poder da para Itália e morre aos 89 anos cego e quase surdo, mas
Inquisição. isso não o impedira de escrever os seus sermões.
Brasil- Exploração dos Índios brasileiros,
vítimas de ganância por parte dos colonos Objetivos da eloquência (docere, delectare,
brancos; obtenção de medidas favoráveis aos movere)
jesuítas e aos Índios.
O objetivo principal do sermão é levar os fiéis a
O final do século XVI foi marcado, a nível religioso, reconhecerem os seus erros e a alterarem os
pela reação violenta da Igreja Católica à Reforma comportamentos.
Protestante.
Deu-se o aparecimento de um fulgurante estilo Objetivos do Sermão:
arquitetónico destinado a impressionar os católicos Docere (educar/ensinar) - conseguida através de
indecisos, o Barroco- a arte barroca está ao serviço citações bíblicas e de autores da Igreja ou de
dos ritos da Igreja. obras clássicas: Fazer a “divulgação do Evangelho”
As Igrejas tornam-se assim locais de fausto e de luxo, e expor “alguns conceitos doutrinais”.
ricamente ornadas. Delectare (agradar)- Fascinar, dar prazer-
A arte Barroca é conhecida pela elegância e exagero. concretizado através de um discurso ricos em
recursos expressivos (alegoria, metáfora,
comparação, antítese, enumeração, gradação,
Biografia da vida de Padre António Vieira: interjeição);
Movere (persuadir, levar à adoção de
Padre António Vieira nasceu em Lisboa tendo ido determinados comportamentos) - função critica e
para o Brasil, com os pais, aos 6 anos de idade, onde moralizada, baseada na argumentação bem
ser tornou o “pai grande” dos Índios, definiu este construída, recorrendo a elementos de
povo como difícil e defendeu os seus direitos. autoridade, como exemplos bíblicos, e um
O contato direto com os Índios nos sertões discurso apelativo, repleto de recursos como a
brasileiros e o seu fundamentado conhecimento apóstrofe, interrogação retórica e frases
proporcionaram-se uma nova visão do ser humano, exclamativas e imperativas.
que determinará a sua ação empenhada na defesa
dos direitos dos índios e que lhe trará muitos Padre António Vieira vai censurar o comportamento
desgostos com os colonos. dos colonos portugueses no Maranhão e defender os
Aprendeu a ler e a escrever no Colégio do Jesuítas e direitos dos Índios.
em 1633 estreou o Pulpito.
Tornou-se conselheiro do rei D.João V e aos 73 anos
ficou livre da Aquisição.
Foi um homem muito culto, escrevendo 200 sermões
e 500 cantos e gostava muito de viajar, explorando
diversos países da Europa.
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outros “santos doutores da Igreja”, SantoQue
António
se há éde fazer aos pregadores que não
considerado não só o sal da terra,
pregam?
como também
Cristo dizo que
sal devem ser lançados fora e pisados
do mar, motivo pelo qual será elepelos
o escolhido
Homens, como
logo, é assim que deve ser.
exemplo para tornar a obra de Padre António Vieira o
mais plausível e fiável possível. L23-37: A corrupção não diminuiu, aumentou.
Qual a atitude dos Homens ao ouvir o sermão?
“Pregado na cidade de S.Luís do Os pregadores chegam a S.Luís de Maranhão e tentam
Maranhão no ano de 1654 ”- Brasil (nordeste brasileiro) evitar a corrupção.
onde o Padre António Vieira observou tudo O povo está a ser corrompido.
“alegórico” - tem muitas metáforas. Os clones portugueses vão para o Brasil com o objetivo de
ficarem lá e desenvolverem a região, mas quando chegam
Pregado a 7 de Junho - Dia de Santo António lá vêm que é uma terra rica e deixaram de lado os seus
Santo António ≠ Padre Santo António objetivos.
O Padre Santo António inspirou-se no Santo António Convertem-se em pessoas gananciosas (que vão atras da
para escrever o Sermão. riqueza), explorando os Índios (seres dóceis que não
tinham grande resistência, não tinham rendimento e não
-(L1-2)- “ (…) falando com os Pregadores, “sois o sal da eram trabalhadores).
terra” (…) quer que façam na terra o que faz o sal. Quando o Santo António fez o Sermão, o povo virou-se
O Padre António Vieira dirige-se aos pregadores e diz encontra ele, então ele deixa de se virar para os Homens
que são o sal da Terra pois estes não estão a cumprir o e fala com para os peixes (mar)- Padre António Vieira
seu dever nela. acha que é o melhor que se há de fazer, então segue o
exemplo.
-(L4-13) A causa da corrupção continua porque:
- “ou é porque o sal não salga” – ou é porque os Solução que Santo António arranja:
pregadores não estão a cumprir o seu trabalho (pregar); Mudou de púlpito;
- “ou porque a terra se não deixa salgar” - ou porque o Mudou de auditório.
povo não se deixa influenciar;
- “os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina” “Deixa as praças, vai-se às praias; deixa a terra, vai-se ao
- “(…) os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, (…) a não mar, e começa a dizer a altas vozes: Já que não me querem
querem receber- o povo (ouvintes) não querem receber a ouvir os Homens, ouçam-me os peixes. (…) António
verdadeira doutrina; pregava e eles ouviam”.
- “os Pregadores dizem uma coisa e fazem outra” - os
pregadores não dão o exemplo; Padre António Vieira, no seu Sermão, faz com que os
-“os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que homens não pensem que são eles os criticados, mas sim os
fazer o que dizem”- os ouvintes preferem fazer o que eles peixes. Fala das qualidades dos peixes, que são as
fazem do que ouvir o que eles dizem; qualidades que os Homens não possuem e dos defeitos
-“os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo”- os dos peixes que são os defeitos dos Homens.
pregadores inspiram-se na sua própria vida e esquecem-
se dos ideais cristãos- Pregam-se a si mesmos e não a Insípido- sem sabor
Cristo
L38-47: O sermão faz parte do Barroco, pois apresenta
“ou é porque o sal (sujeito) não salga, ou porque a terra excesso de figuras de estilo, preocupa-se pela estética e
não se deixa salgar, Ou porque….” pela beleza.
L13- “Não é tudo isto verdade?” - pergunta retórica. -L44/45: “Oh, maravilhas do Altíssimo! Oh, poderes do
que criou o mar, e a terra!” – Anáfora (figura de estilo) -
recurso expressivo que sugere que apesar da situação
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estar má é necessário a intervenção divina. Dirige-se
-L44: “Oh”
a - interjeição (figura de estilo)
Deus. -L45: “(…) Altíssimo!” - Frase exclamativa.
-L63: “Senhora do mar” – o Exórdio (Introdução) 5.Pretende evidenciar algumas situações interpelando o
termina com a exposição de uma figura divina. público, de modo a que este reflita, ao salientar
questões retoricas. Relaciona o lema: docere (ensinar),
Resolução Página 42 do Manual: delectare (deleitar) e movere (influenciar).
2.
a) Homens; 6.No exórdio é apresentado o tema a tratar e apresenta-
b) Evitar a corrupção; se as personagens principais: o emissor, Padre António
c) Expressão que comprova que objetivo do sal falhou: Vieira e o recetor, os peixes.
“mas quando a terra se vê tão corrupta como está a
nossa” (L3); 7. O autor anuncia no início que o sal são os pregadores
d) O sal não salga; e que os peixes são os homens. As alegorias são logo no
e) A terra não se deixa salgar; início defeitos uma vez que ele próprio se refere a eles e
f) Os pregadores não pregarem a verdadeira doutrina; por isso não deixa dúvidas que se refere aos homens.
g) Os pregadores dizem uma coisa e fazem outra;
8.
2.1. A resposta dada na interrogação retórica surge de
uma repetição estrutural (l4/l5). Os recursos expressivos
são: Metáfora (l1), Interrupção e Paralelismo;3.1: Como
Santo António fez, o Padre António Vieira passou a falar
com os peixes em vez de falar como os Homens.
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L31: “Aristóteles” - para dar credibilidade ao sermão,
Análise Capítulo II- P45-46 Padre António Vieira usa exemplos bíblicos, neste caso,
usa a opinião de um grego filosofo.
A partir deste capítulo, todo o Sermão é uma
porque os peixes são uma metáfora L32-33: “não domam, nem domesticam” - os peixes são
ou personificação
dos Homens. Assim, as virtudes dosos únicos
peixesanimais
serveminteligentes,
de pois fogem do Homens; os
Homens são
contraste aos comportamentos humanos, maso maior
os perigo
vícios dos peixes coincidem com os vícios humanos
Os peixes fogem aos homens para não serem
Será neste capítulo que o pregador se dirige aos peixes, domesticados.
tendo como principal alvo não estes, mas o Homem.
Assim, ao apresentar os louvores em geral, demonstra L34-41: Argumento para dar credibilidade.
que os peixes são melhores que os Homens, pelo que,
quanto mais longe destes estiverem, melhor. Os homens são piores que os peixes.
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L16/17: “Para cá, para cá” - os Homens
L64: “Maranhão”
olham para o– Brasil
Sertão, onde se comem uns aos outros, em vez de
olharem para a cidade (para eles).
L17: “para a Cidade é que haveis de olhar.” - critica aos
clonos.
L17: “Tapuias” - vivem nos Sertões, são caneáveis.
Padre Santo António, primeiro argumenta e depois L3/4: “Roncadores” - peixes muito pequenos que fazem
mostra exemplos que comprovem a sua muito barulho.
argumentação. L4: “roncas do mar” - fazem muito barulho.
L4-6: “Se com uma linha de coser, e um alfinete torcido
L42-54: Alegoria: há muita maldade. Os Homens vos pode pescar um aleijado, porque haveis de roncar
comem-se uns aos outros, todos os dias, a toda a hora, tanto? Mas por isso roncais.” – Falam muito, mas são
como se fossem pão. insignificantes.
L51: “São o pão” (índios) “quotidiano dos grandes (ricos,
colonos)” L6: “Espadarte” - peixe grande
L6/7: “Porque, ordinariamente, quem tem muita espada
Padre António Vieira defendo os Índios, os mais fracos. tem pouca língua” - Argumento: Quem age não precisa de
falar.
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: Os pegadores são as pessoas que se
L6-24: Exemplo para provar que o argumento
deslocaméde Portugal para o Brasil e que se
verdadeiro- Pedro teve muita língua,instalam
pois disse
lá que era posteriormente, pessoas a viver
e levam
muito valente e seria o último a morrer, mas,
à custa no entanto,
deles.
foi o primeiro a ser morto.
L55: “Vizo-Rei ou Governador” - aproveitam-se dos
L19/20: “Vós, Pedro, sois o valente que havíeis de outros e vão sempre com os pegadores.
morrer por mim, e não pudeste uma hora vigiar
comigo?” – Pedro adormeceu. L56: “cá” - Cidade de Luís de Maranhão (Brasil).
L57: “lá” - Portugal.
L24/25: “Medi-vos” – modo: presente do conjuntivo
com valor de imperativo (é um apelo), 3º pessoa do
L57: “os menos ignorantes” - os mais espertos.
plural- Padre António Vieira apela a que as pessoas
reflitam e vejam que não têm motivos para falar tanto.
L58: “e buscam a vida por outra via” – vão por outro
caminho- vão apegados, mas chegam ao Brasil e
O imperativo só tem 2 pessoas.
Nas pessoas, tu e vós, usamos o presente do largam.
conjuntivo (com valor de imperativo).
L66: “Herodes” - Padre António Vieira faz referência
L26: “roncaram” - Pretérito mais-que-perfeito. a Herodes (e frases bíblicas) para dar credibilidade,
pois ele quis matar Jesus por que se sentiu
L28/29: “O que é a Baleia entre os peixes era o gigante ameaçado.
Golias entre os homens” - A baleia é comparada a
Golias- lá pelos Homens pensarem que são muito ricos, L69: “Defuncti sunt enim qui quaerebant animan
muito fortes, não significa que sejam invencíveis. Pueri” - exemplo de autoridade.
L31: “Gigante” - Golias.
L101: “O Tubarão morre porque comeu” - morre
porque come de mais”.
L37-40: Exemplo de Pilatos e Caifás- Padre António
Vieira vais buscar exemplos bíblicos para ser mais
credível. L108: “pouca água” - a água benta livra-nos de todo o
L39: “Caifás” - falava muito sem saber e ordenou a mal do pecado de Adão e Eva.
morte de Jesus. L103-109: Pecado de Adão e Eva.
L39/40: “Pilatos” - não quis saber e deixou que
Cristo fosse condenado à morte. L110: “Voadores” - peixes com a capacidade de voar
devido à enormidade das suas barbatanas- armam-se
L41-43: Exemplo de Cristo. em maiores.
L42: “ninguém houve jamais que o ouvisse falar em L110-140: Os voadores representam as pessoas que
saber (…) deu tamanho brado” - ficou em silêncio e se acham mais que os outros. Acabam por se encher
sabia muito, tendo um melhor resultado. de dívidas, ficando sem o que sempre quiseram
adquirir e perdendo tudo o que já tinham devido aos
L46: “Pegadores” – peixes que se pegam aos juros serem elevadíssimos.
outros- representam os indivíduos que se tentam
pegar às pessoas mais fortes para tirar proveito L126-130: os Voadores já corriam o risco de ser
delas. Estas pessoas são os Parasitas Sociais e pescados, mas agora corriam ainda mais, pois
vivem à custa dos outros. queriam ser aves.
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L181: “capelo” -cabelo. L216/217: “bastava antigamente ser Português, não era
necessário ser Santo” - Antigamente tudo o que os
L181: “Monge” -vive privado da felicidade.
Portugueses faziam era pelo bem, pois espalhavam a fé.
L182: “raios estendidos” -tentáculos.
Ser Português já não era um orgulho, pois, com os
L182: “parece uma estrela” - a Estrela
representa luz e felicidade. descobrimentos os portugueses tornaram se cobiçados e
à busca de dinheiro, escravizando o Índios.
L182: “não ter osso, nem ter espinha” - movimenta-se
Enquanto que antes, tínhamos apenas o objetivo de
suavemente.
combater os infiéis à Igreja e expandir, assim, a Fé
Cristã- O enriquecimento muda as pessoas.
Características boas do Polvo:
Parece um Monge;
L128/129: “Mandou Cristo a São Pedro que fosse
tem raios estendidos;
pescar, e que na boca do primeiro peixe, que tomasse,
parece uma estrela;
acharia uma moeda, com que pagar certo tributo”- a
não tem osso nem espinha, movimenta-se
moeda não seria suficiente para pagar o tributo, então
suavemente.
Cristo ordenou que o 1° peixe a aparecer com a moeda
seria o 1° a morrer.
Características más do Polvo:
Essa moeda simboliza a cobiça e os mais tratos das
é falso.
pessoas que eram roubadas pelos piratas. O peixe que
vinha com a moeda na boca merece a morte pois
L184: “hipocrisia” - falsidade;
simboliza o pecado e a exploração.
L184: “santa” – o que é bom é inofensivo.
L184: “hipocrisia tão santa” - Antítese: fisicamente ele é
L143-145: Os Homens não conseguem fugir à
inofensivo (representa tudo o que há de bom) mas na
condensação.
realidade ele é o pior de todos, finge ser quem não é.
L187: “Camaleão são gala, no Polvo são malícia” - o Neste último capítulo o Padre António Vieira despede-se
Camaleão fica colorido quando quer seduzir ou está dos peixes.
feliz, enquanto que o Polvo ganha cores com más Os peixes não falam (só escutam), não entendem, não
intenções. Disfarçar-se para conseguir agir em qualquer desejam e atingem sempre o fim que lhes foi destinado
momento e conseguir casar a presa. (servir o Homem).
Com isto, o Padre apresenta um retrato de si próprio
L194-199: Padre António Vieira dá um exemplo bíblico como pecador
para comprovar o seu argumento: Judas entregou Cristo Os peixes podem apresentar-se a Deus porque não
a mostrou isso a toda a gente, ou seja, não se escondeu, pecaram e o Padre é pecador e não poderia apresentar-se
entregou-o à vista de todos, enquanto que Judas (o a Deus.
Polvo) finge e entrega (cassa) sem que ninguém dê Por último, o orador faz um apelo aos peixes (Homens)
conta ( “O Polvo escurecendo-se a si tira a vista aos para que louvem e respeitem Deus, seu criador.
outros”), logo o Polvo, consegue ser ainda mais traidor.
L1: “despido”- despedir.
L198: “aleivoso” - traidor.
L2/3: “A vossa bruteza é melhor que a minha razão, e o
L201: “Água” - o céu é azul e é refletido na água. vosso instinto melhor que o meu alvedrio” - os peixes
são brutos (ignorantes) vão pelo instinto, enquanto que
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os Homens são racionais. É essa racionalidade que torna
os Homens más pessoas.
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