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Português 11.

ºano

Objetivos de
Contextualização da Obra Eloquência
Século XVII = crises a nível europeu e nas terras Padre António Vieira (1608 – 1697) Docere (educar/ensinar) Função pedagógica – citações bíblicas e
colonizadas - Jesuíta de autores da igreja ou de obras clássicas.
Cultura: Barroco - Pregador oficial da corte Delectare (deleitar = ter prazer; agradar) Função estética– discurso
- Primazia das emoções (sentimento em detrimento - Perseguido pela Inquisição rico em recursos expressivos.
da razão + Consílio de Trento + Contrarreforma) - Contacto direto com os índios Movere (persuadir= convencer) Função crítica e moralizadora –
- Estilo arquitetónico destinado a impressionar e (defende os seus direitos) mover a massa (o público) através de uma argumentação bem
deslumbrar (arte enquanto mediadora humanidade- -1654: profere o Sermão de Santo constituída e um discurso apelativo = crítica social SERMÃO = levar
Deus, ao serviço da igreja) António, denunciando os os fiéis a reconhecerem os seus erros e a alterarem
Linguagem: intenções de persuasão; estratégias comportamentos corruptos dos comportamentos – apresenta uma importante componente lúdica.
retóricas e argumentativas; linguagem colonos do Maranhão. ➝ Arma fundamental da Contrarreforma
artificiosa/engenhosa.

Intenção persuasiva e Estrutura da obra – ideias essenciais


Crítica Social INTRODUÇÃO Capítulo I: Exposição do tema / Conceito predicável (máxima
exemplaridade Exórdio inspiradora)
• Discurso figurativo: por meio «Vos estis sal terrae» (Pregadores/ doutrina / ouvintes) – Invocação à
Padre António Vieira pretendia: DESENVOLVI.
de artifícios linguísticos e da Virgem Maria para que lhe dê inspiração (Domina Maris / Ave Maria)
sua estratégia argumentativa, ➝ condenar a corrupção dos Exposição Capítulo II: LOUVORES EM GERAL
assente no conceito predicável mais poderosos (de quem Confirmação Peixes são: as primeiras criaturas criadas por Deus; bons ouvintes;
de natureza bíblica «Vos estis sol esperava um pouco mais de obedientes; devotos.
idoneidade) Peixes Capítulo III: LOUVORES EM PARTICULAR
ferroe». Vieira constrói imagens, (recetor)
cenários, personagens, virtudes e ➝ persuadir o auditório (a Peixe de Tobias – cura a cegueira e afasta os demónios

vícios que espelham a realidade e abandonar as práticas erradas, Rémora – tem o poder de orientação e de acalmar
Homens
o contexto em que os seus convertendo-o às práticas Torpedo – faz tremer e impede a pesca
(extensão
interlocutores (peixes que cristãs) metafórica) Quatro-olhos – defende-se dos ataques vindos do céu e da terra
simbolizam os homens) estão ➝ Impressionar os ouvintes Capítulo IV: REPREENSÕES EM GERAL
Peixes: comem-se uns aos outros, sendo que os maiores comem os
inseridos e tão bem conhecem. ➝ Levar à reflexão mais pequenos; revelam ignorância e cegueira.
• Recursos expressivos: Santo António como modelo a Capítulo V: REPREENSÕES EM PARTICULAR
alegoria, comparação, metáfora, seguir Roncadores – orgulhosos e arrogantes;
anáfora, antítese, apóstrofe, Pregou aos peixes - os homens Pegadores – oportunistas e parasitas;
enumeração, gradação. não o ouviam e não mudavam o Voadores – presunçosos e ambiciosos;
• Alegoria: por definição, a seu comportamento Polvo – traiçoeiro, falso, hipócrita.
alegoria é a concretização de uma pecaminoso. CONCLUSÃO Capítulo VI
abstração. Assim, os peixes Habitantes do Maranhão - Peroração «Com esta última advertência vos despido, ou me despido de vós,
representam e simbolizam as ataque à corrupção aí existente- Peixes meus peixes»
virtudes e as repreensões ou comportamento usurpador dos (recetor) DESPEDIDA DO ORADOR – APELO PARA POREM OS
defeitos dos seres humanos. colonos portugueses - usando os ↓ ENSINAMENTOS EM PRÁTICA - O pregador compara-se aos peixes,
peixes como personificação. Homens mas, ao invés deles, assume que é pecador (pedido de louvor a Deus)

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