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Aula 17

Magnetismo I

Medicina – FUVEST 2021

Professor Lucas Costa


Professor Lucas Costa
Aula 17 – Medicina – FUVEST 2021

Sumário
1 - Considerações iniciais ...................................................................................................................... 3
2 - Magnetismo ..................................................................................................................................... 3
2.1 – O campo magnético terrestre .................................................................................................. 4
2.2 - O campo magnético .................................................................................................................. 6
2.3 - A experiência de Oersted .......................................................................................................... 9
2.3.1 - Regra da mão direita (RMD) ............................................................................................ 12
2.4 - A lei de Briot-Savart-Laplace ................................................................................................... 13
2.4.1 - Indução magnética no centro de uma espira circular ..................................................... 15
2.4.2 - Indução magnética devido a um solenoide e toroide ...................................................... 18
3 - Interação magnética...................................................................................................................... 24
3.1 - Módulo da força magnética ................................................................................................... 25
3.2 - Orientação da força magnética .............................................................................................. 26
3.3 - As propriedades da força magnética sobre uma partícula .................................................... 29
3.4 - O movimento das partículas com carga em um campo magnético homogêneo................... 29
3.4.1 - Retilínea............................................................................................................................ 29
3.4.2 - Circunferencial.................................................................................................................. 31
3.4.3 - Helicoidal .......................................................................................................................... 37
4 - Resumo da aula em mapas mentais .............................................................................................. 42
5 - Lista de questões ........................................................................................................................... 43
5.1 - Já caiu na FUVEST ................................................................................................................... 43
5.2 - Já caiu nos principais vestibulares .......................................................................................... 46
6 - Gabarito das questões sem comentários ...................................................................................... 54
6.1 - Já caiu na FUVEST ................................................................................................................... 54
6.2 - Já caiu nos principais vestibulares .......................................................................................... 54
7 - Questões resolvidas e comentadas ............................................................................................... 54
7.1 - Já caiu na FUVEST ................................................................................................................... 54
7.2 - Já caiu nos principais vestibulares .......................................................................................... 60
8 - Considerações finais ...................................................................................................................... 74
9 - Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 74
10 - Versão de Aula ............................................................................................................................. 74

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nesta aula de número 17, serão abordados os seguintes tópicos do seu edital:
• Campos magnéticos e ímãs.
• Campo magnético terrestre.
• Modelo microscópico para ímãs e propriedades magnéticas dos materiais.
Esses assuntos se enquadram no subtópico denominado Magnetismo.

As aulas 17 e 18 são complementares e abordam os principais tópicos relacionados ao


Magnetismo. Na primeira, estudamos campos magnéticos e ímãs, além do campo magnético
terrestre. Na segunda trabalhamos as correntes gerando campos magnéticos (fios e bobinas) além
da Indução eletromagnética.

2 - MAGNETISMO
Chamamos de magnetismo a propriedade que certos minérios de ferro, cobalto e níquel,
possuem para atrair alguns corpos como fragmentos de ferro, por exemplo. O primeiro material
com propriedades magnéticas observadas pelo homem na natureza foi a magnetita, Fe3 O4 , que
possui o magnetismo em forma natural.
Alguns metais, quando submetidos a um processo chamado imantação, transformam-se em
ímãs artificiais. Quando colocamos limalha de ferro próximo a um ímã em forma de barra, observa-
se que a limalha é mais fortemente atraída por suas regiões extremas, denominadas polos do ímã.
Os ímãs permanentes possuem as mais variadas formas, de acordo com a sua utilização:

Figura 17.1: Representações de ímãs.

Quando suspendemos um ímã de barra pelo seu centro de gravidade com um fio, de tal
maneira que ele pode girar livremente por esse ponto, observa-se que a barra sempre se orienta
em uma mesma direção.

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2.1 – O CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE

A direção de orientação de um ímã coincide, aproximadamente, com as orientações norte e


sul da Terra. Por isso, os polos de um ímã são chamados de polo norte e polo sul.

Figura 17.2: Ímã se orientando de acordo com o campo magnético terrestre.

Essa propriedade mostra a existência do campo magnético terrestre. Além disso, podemos
construir as bússolas, instrumentos formados por uma agulha magnética, que são capazes de
orientar o homem geograficamente.

Figura 17.3: Orientação de uma bússola com o campo magnético terrestre.

O fato de a agulha magnética apontar para o polo norte geográfico é porque no polo norte
geográfico existe um polo sul magnético. Consequentemente, no polo sul geográfico existe um
polo norte magnético. Vale lembrar que os polos geográficos e os polos magnéticos da Terra não
estão exatamente no mesmo local, como ilustrado abaixo.

Figura 17.4: Representação simplificada do campo magnético terrestre. O polo sul magnético terrestre está próximo do polo norte geográfico. Assim, o polo
norte magnético terrestre está próximo do polo sul geográfico.

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Outra propriedade dos ímãs consiste na inseparabilidade dos polos magnéticos. Quando
dividimos um ímã ao meio, produzimos outros dois ímãs com seus respectivos polos norte e sul,
como na figura abaixo.

Figura 17.5: Princípio da inexistência do monopolo magnético.

Dessa forma, é impossível obter um ímã com somente um polo magnético, semelhante a um
corpo carregado com uma carga um único sinal. Além disso, ao manusear dos ímãs de polos
magnéticos bem conhecidos, facilmente você observará que polos magnéticos de mesmo nome se
repelem e de nomes diferentes se atraem.

Polos magnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes diferentes se atraem.

Figura 17.6: Interação magnética entre polos.

(2019/INÉDITA)
Assinale a alternativa falsa, em relação ao campo magnético da terra.
a) Não é uniforme.
b) O eixo norte-sul geográfico está próximo ao eixo sul-norte magnético.
c) Perto dos polos magnéticos os fenômenos magnéticos, na atmosfera, são mais intensos.
d) As linhas de indução saem do norte geográfico e ingressam no sul geográfico terrestre.
e) O extremo norte da agulha magnética de uma bússola se orienta ao polo sul magnético terrestre.
Comentários:
Vamos analisar todas as alternativas:
a) Correto. Assim como a superfície da terra não corresponde a uma esfera uniforme, as
diferenças de relevo e de densidade dos pontos da terra resultam num campo magnético não
uniforme.

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b) Correto. A correspondência entre os eixos é exatamente a descrita nessa alternativa.


c) Correto. Perto dos polos, as linhas de campo são mais densas e, portanto, os fenômenos
nessa região são mais intensos.
d) Incorreto. As linhas de indução saem do sul geográfico (norte magnético) e ingressam no
norte geográfico (sul magnético).
e) Correto. As linhas de campo vão em direção ao polo sul magnético, portanto a agulha da
bússola fica orientada nessa direção.
Gabarito: “d”.

2.2 - O CAMPO MAGNÉTICO

Um ímã também cria ao seu redor uma região de influências, que se manifestam tanto em
outros ímãs quanto em alguns materiais, como o ferro, o cobalto, o níquel e outras ligas metálicas.
Denominamos essa região por campo magnético e a representamos, matematicamente, pelo vetor
indução magnética 𝐵⃗ , cuja unidade no SI é o Tesla (𝑇).

Neste momento, iremos apenas definir a direção e o sentido de 𝐵⃗ . Para definir as linhas de
força é necessário utilizar um elemento sensível ao campo. No caso do campo elétrico, a partícula
de prova era carregada positivamente e para o caso do campo magnético deve ser usado uma
agulha magnética.
Ao colocarmos uma série de agulhas dispostas sequencialmente ao redor de um ímã e fazer
coincidir o polo norte de um com o polo sul da seguinte, podemos definir a linha de força.

Figura 17.7: Orientação das linhas de força do campo magnético.

O sentido das linhas de força é determinado pela direção estabelecida pelo polo norte da
agulha magnética. Por isso, observa-se que as linhas de indução magnética saem do polo norte e
entram no polo sul.
Nas linhas de indução, o vetor ⃗𝑩
⃗ tangencia as linhas em cada um de seus pontos e tem
sentido concordante com elas. É comum chamar o vetor indução magnética 𝐵 ⃗ de vetor campo
magnético ou até mesmo de campo magnético.

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Figura 17.8: Orientação da indução magnética, dada as linhas de força.

É importantíssimo destacarmos que as linhas de indução magnética nunca se cruzam. Caso


⃗ teria duas orientações possíveis, gerando um absurdo.
isso acontecesse, o vetor 𝐵

Figura 17.9: As linhas de força nunca se cruzam. Se elas se cruzassem, geraria um absurdo.

Lembre-se que essa propriedade também existe com relação às linhas de força de um campo
elétrico. Saiba também que ao representarmos um conjunto de linhas de indução, a região onde a
concentração de linhas (densidade de linhas) é mais intensa é onde o campo magnético é mais
intenso. Tal fato ocorre nas proximidades dos polos do ímã.
Um campo magnético que possui vetor indução magnética de mesma intensidade em todos
os pontos, a mesma direção e o mesmo sentido é denominado campo magnético uniforme. Para
atender a essas restrições, as linhas de indução de um campo magnético uniforme são retas,
paralelas, igualmente orientadas e igualmente espaçadas. Podemos ter uma boa aproximação de
um campo magnético uniforme na região entre duas faces polares norte e sul próximas, como na
figura abaixo.

Figura 17.10: Campo magnético uniforme ou homogêneo.

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Quando colocamos um pequeno ímã no interior de um campo magnético uniforme de


indução magnética 𝐵 ⃗ , o campo exerce forças magnéticas nos polos do ímã. Verifica-se
experimentalmente que a força magnética sobre o polo norte tem o mesmo sentido do vetor 𝐵 ⃗ ea
⃗ e ainda, essas forças possuem a
força magnética sobre o polo sul tem sentido contrário ao de 𝐵
mesma intensidade.

Figura 17.11: Ao inserir um ímã com as polaridades dispostas como na imagem, as forças magnéticas nos polos do ímã levarão a um equilíbrio estável,
quando ele está submetido a um campo magnético homogêneo.

Em Magnetismo, é comum usarmos a notação de flecha. Essa escrita consiste em uma bolinha
com um ponto, como a vista frontal da ponta de uma flecha, para representar o vetor saindo do
plano da folha e uma bolinha com uma “cruzinha”, como a vista da traseira de uma flecha, para
representar o vetor entrando no plano do papel.

Figura 17.12: Representação de vetores saindo e entrando do plano da folha.

(2019/INÉDITA)
Acerca dos ímãs e das interações magnéticas, é incorreto afirmar que
a) Um ímã faz com que limalhas de ferro sejam aderidas predominantemente nas regiões próximas
às suas extremidades.
b) Quando um ímã sofre um corte transversal, cada uma das novas partes formam novos ímãs, cada
um com dois polos.
c) Quando um ímã sofre um corte transversal, os polos são separados e o ímã é desfeito.
d) Polos de nomes diferentes se atraem e de nome diferente se repelem.
e) As linhas do campo magnético de um ímã saem do polo norte e entram no seu polo sul
Comentários
a) Correto. As regiões das extremidades do imã possuem linhas de campo magnético mais
concentrado provocando forças mais intensas enquanto as regiões centrais do imã contém as linhas
mais esparsas, assim a tendência é a limalha de ferro ir ocupando lugares próximos às extremidades
dos polos acompanhando as linhas magnéticas.
b) Correto. Cada divisão de um imã gera novos imãs contendo os dois polos sul e norte, até o
limite da menor partícula que ainda terá dois polos.
c) Incorreto. Os polos não são separados, na verdade dois novos ímãs são formadas, cada
qual com seus dois polos.

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d) Correto. Os opostos se atraem, os iguais se repelem.


e) Correto. As linhas do campo magnético de um ímã saem do polo norte e entram no seu
polo sul.
Gabarito: “c”

2.3 - A EXPERIÊNCIA DE OERSTED

Hans Christian Oersted (1777 – 1851), professor de filosofia natural na Universidade de


Copenhague, em 1807 iniciou os estudos a respeito da eletricidade em uma agulha magnética de
uma bússola. A famosa experiência de Oersted foi a seguinte: colocou um arrame por onde circulava
uma corrente elétrica em cima de uma bússola e observou que o polo norte da agulha se desviava
para oeste.

Figura 17.13: Deflexão da bússola para oeste ao fechar a chave do circuito, quando o fio de arame está em cima da bússola.

Em seguida, colocou este arame debaixo da bússola e observou que a agulha também se
desviava, mas agora para leste.

Figura 17.14: Deflexão da bússola para leste ao fechar a chave do circuito, quando o fio de arame está abaixo da bússola.

A partir desses resultados, Oersted conclui que a agulha imantada da bússola só poderia se
mover pois ela sofreu ação de uma força magnética, e que a corrente elétrica no arame foi quem
gerou esta força. Em outras palavras, Oersted deduziu que a corrente elétrica produziu o efeito
magnético. Consequentemente, o efeito magnético da corrente elétrica não estava apenas
confinado no interior do arame, mas em todo espaço ao redor do fio, onde estava inserida a agulha.
A conclusão da experiência de Oersted é que quando a corrente elétrica atravessa um
condutor, em torno deste se estabelece um campo magnético. Mais tarde, um amigo matemático
em destaque naquela época chamado A. M. Ampere (1775 – 1836), estudou os experimentos de
Oersted.

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Ampere fez passar uma corrente por uma bobina (solenoide), que é um conjunto de espiras
circulares com um eixo comum, e percebeu que o campo magnético estabelecido na bobina era
semelhante ao de um ímã de barra.

Figura 17.15: Se aproximarmos limalhas de ferro em um solenoide, elas terão forma semelhante ao aproximá-las de um ímã de barra, pois os campos
magnéticos são semelhantes.

Afinal, qual é a essência da experiência de Oersted? As partículas com carga elétrica em


movimento são as fontes do campo magnético.

Figura 17.16: Quando a carga elétrica está em repouso, temos apenas um campo elétrico associado a ela. Entretanto, quando a carga está em movimento, se
associa um campo elétrico e um campo magnético.

Assim, podemos dizer que para um condutor atravessado por uma corrente, o campo elétrico
que há em torno dele é consequência do movimento orientado dos elétrons livres.

Figura 17.17: Representação do campo magnético e da movimentação orientada dos elétrons livres no condutor. Lembrando que a corrente elétrica tem
sentido convencional oposto ao movimento ordenado dos elétrons.

A partir de agora, vamos representar o campo magnético que há em torno de um condutor


sendo atravessado por uma corrente utilizando as linhas de indução magnética.

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Figura 17.18: Regra da mão direita para determinar a indução magnética, de acordo com as linhas de força. No caso da figura, a corrente está para cima.

De acordo com a orientação das agulhas magnéticas ao redor do fio, foi possível criar uma
regra prática para determinar o sentido das linhas de indução, redobre a atenção no próximo tópico.
Antes disso, vamos praticar:
(2019/INÉDITA)
O físico dinamarquês Hans Oersted percebeu que uma agulha magnética mudava a sua direção
quando próxima de uma corrente elétrica. Dessa forma, concluiu que se a corrente elétrica é capaz
de desviar um corpo com propriedades magnéticas, então ela gera no espaço ao seu redor um
campo magnético.
O campo magnético originado por um ímã deve-se a correntes elétricas microscópicas determinadas
pelos movimentos dos elétrons no interior de seus átomos.
Um ímã foi dividido em duas partes, como na ilustração abaixo:

Nesse caso, podemos afirmar que


a) se a extremidade A for aproximada do polo norte de um outro ímã ocorrerá atração.
b) se a extremidade A for aproximada do polo norte de um outro ímã ocorrerá repulsão.
c) as duas novas partes não apresentarão propriedades magnéticas
d) suspendendo-se a parte II pelo seu centro de gravidade a extremidade B se volta, de maneira
aproximada, para o norte geográfico
e) suspendendo-se a parte I pelo seu centro de gravidade a extremidade A se volta, de maneira
aproximada, para o sul geográfico
Comentários
Quando um ímã é dividido transversalmente em duas partes, formam-se dois novos ímãs.
Portanto, a extremidade A é um polo norte, e a extremidade B, um polo sul. Dessa forma,
Aproximando-se A do polo norte de outro ímã, constata-se repulsão.

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a) Incorreta. A extremidade A é um polo norte, ao ser aproximada do polo norte de outro


ímã, ocorre a repulsão.
b) Correta. A extremidade A é um polo norte, ao ser aproximada do polo norte de outro ímã,
ocorre a repulsão.
c) Incorreta. As duas novas partes apresentarão propriedades magnéticas, sendo que a
extremidade A funcionará como um polo norte e a extremidade B um polo sul.
d) Incorreta. A extremidade B de II, polo sul, se volta para o norte magnético, que é,
aproximadamente, o sul geográfico.
e) Incorreta. A extremidade A de I, polo norte, se volta para o sul magnético, que é,
aproximadamente, o norte geográfico.

Gabarito: “b”

2.3.1 - Regra da mão direita (RMD)


A regra que permite estabelecer o sentido das linhas que representam o campo magnético
que envolve um condutor percorrido por corrente é denominada regra da mão direita. Aplicamos a
regra da seguinte maneira: o polegar da mão direita tem que estar orientado no sentido da corrente
e os outros 4 dedos tem que envolver ou abraçar o condutor. A forma como se orienta estes últimos
será o sentido das linhas de indução magnética. A figura abaixo mostra como se aplica a RMD.

Figura 17.19: Aplicação da regra da mão direita.

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O polegar da mão direita tem que estar orientado no sentido da corrente e os outros 4 dedos
devem envolver o condutor. A forma como os quatro dedos envolvem o condutor representa o
sentido das linhas de indução magnética.
Tenha em mente que as linhas de indução sempre envolvem o condutor seja reto seja curvo,
como veremos logo adiante em espira circular percorrida por corrente.

Figura 17.20: O campo dessa espira é chamado campo dipolar magnético, pois se assemelha também ao de um ímã de barra.

Embora a regra da mão direita (RMD) tenha sido aplicada sabendo o sentido da corrente
elétrica e, com isso, determinamos o sentido das linhas de indução, podemos estabelecer o sentido
da corrente elétrica a partir das linhas de indução.

2.4 - A LEI DE BRIOT-SAVART-LAPLACE

Após termos estudado a origem do campo, a direção e o sentido, vamos aprender como
calcula a intensidade do vetor indução magnética.
Como vimos, quando um condutor é percorrido por uma corrente elétrica, temos um campo
magnético na região do fio. Este efeito magnético pode ser apresentar de forma mais intensa ou
mais amena para diferentes posições próximas ao fio.

Figura 17.21: Condutor percorrido por uma corrente elétrica.

Por exemplo, quando pegamos um plano que contenha as linhas de indução em destaque na
figura logo acima, vemos que:

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Figura 17.22: Plano qualquer para mostrar como varia a intensidade de ⃗𝑩


⃗ com a distância até o condutor.

Neste caso, devemos ter que:


𝐵𝑀 = 𝐵𝑃 e 𝐵𝑃 < 𝐵𝑆
Dos experimentos com corrente elétrica em espiras formadas por fios condutores, foi
concluído que quanto maior a intensidade da corrente 𝐼, maior era o efeito magnético sobre a
espira. Além disso, em pontos mais distantes do condutor, menor era o efeito magnético. Por fim,
quanto maior o comprimento do condutor, maior era o efeito magnético.
Para um condutor reto finito, encontramos a seguinte relação para o módulo da indução
magnética em 𝐴:

Figura 17.23: Indução magnética de um fio condutor infinito.

𝜇0 ⋅ 𝑖 Indução magnética de um fio


𝐵𝐴 =
2𝜋 ⋅ 𝑟 condutor infinito

[𝐵𝐴 ] = 𝑇 = 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎 [𝜇0 ] = 𝑇 ⋅ 𝑚/𝐴 [𝑖 ] = 𝐴 [𝑟 ] = 𝑚

Nessa relação, o campo magnético 𝐵𝐴 , deve ser encontrado em Tesla [𝑇] caso a corrente 𝑖 é
seja adotada em ampere (A), a distância do ponto A até o condutor, 𝑟, dada em metro (m), e a
permeabilidade magnética do vácuo, 𝜇0 , 4𝜋 ⋅ 10−7 𝑇 ⋅ 𝑚/𝐴. Como podemos ver, a intensidade de
⃗ é inversamente proporcional a distância 𝑟.
𝐵
Observe que pela regra da mão direita, se a corrente está entrando no plano da folha, as
linhas de campo possuem sentido horário. Por outro lado, se a corrente está saindo do plano da
folha, então as linhas de campo possuem sentido anti-horário, como na figura abaixo:

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Figura 17.24: Sentido das linhas de campo de acordo com o sentido da corrente elétrica.

Obviamente, não precisamos decorar este resultado, basta apenas aplicar a regra da mão
direita envolvente. Mostramos este resultado apenas para salientar a relação da corrente com as
linhas de campo.

2.4.1 - Indução magnética no centro de uma espira circular


Uma espira percorrida por uma corrente elétrica funciona como um dipolo magnético.
Lembre-se que o campo magnético associado a uma espira com corrente se assemelha a um ímã de
barra, como mostra a figura abaixo.

Figura 17.25: Representação das linhas de indução em uma espira circular.

Para aplicações futuras, tenha em mente que uma espira com corrente tem um norte e um
⃗ no centro da espira:
sul magnético. Aplicando a RMD, podemos determinar a orientação do vetor 𝐵

Figura 17.26: Indução magnética no centro da espira circular de acordo com a RMD.

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⃗ é dada pela Lei de B.S.L. da seguinte forma:


O módulo de 𝐵

Figura 17.27: Vetor indução magnética para um condutor em formato de um arco de circunferência.

𝜇0 ⋅ 𝑖 𝜃 Indução magnética de um fio


𝐵𝑂 = ⋅( )
2 ⋅ 𝑟 2𝜋 condutor infinito

[𝐵𝑂 ] = 𝑇 = 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎 [𝜇0 ] = 𝑇 ⋅ 𝑚/𝐴 [𝑖 ] = 𝐴 [𝑟 ] = 𝑚

Em que 𝜃 é o ângulo central em radianos.

(2019/QUESTÃO)
Um condutor muito longo tem o formato conforme indica a figura abaixo, determine o módulo da
indução magnética em 𝑂.

Comentários:
Para resolver este problema, vamos dividir o condutor em 3 partes e determinar a indução
no ponto 𝑂 devido a cada parte.

Cada condutor estabelece em 𝑂 uma certa indução magnética e o vetor resultante é dado
pela soma vetorial:

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⃗𝑂 = 𝐵
𝐵 ⃗1 +𝐵
⃗2+𝐵
⃗3
Note que para os condutores 1 e 3, o ponto 𝑂 está situado no prolongamento dos fios. Pela
lei de B.S.L. a indução magnética gerada pelos fios na direção dos seus prolongamentos deve ser
nula, já que o ângulo formado entre 𝑑𝑙 e 𝑟 ser igual a zero. Então:
⃗ 3 = ⃗0
⃗1 = 𝐵
𝐵
Portanto, o campo no ponto 𝑂 dependerá apenas do arco com corrente:
𝐵𝑂 = 𝐵2
Como vimos anteriormente, 𝐵2 é dado por:
𝜇0 ⋅ 𝐼 𝜋 𝜇0 ⋅ 𝐼
𝐵2 = ( ) ⇒ 𝐵𝑂 = 𝐵2 =
2 ⋅ 𝑟 2𝜋 4⋅𝑟
⃗ 2 , que é o mesmo de 𝐵
O sentido de 𝐵 ⃗ 𝑂 é dado pela RMD.

𝝁𝟎 ⋅𝑰
Gabarito: 𝑩𝑶 = 𝑩𝟐 = .
𝟒⋅𝒓

De acordo com a Lei de Briot-Savart-Laplace podemos demonstrar que a indução magnética


⃗ ) no prolongamento do condutor é nula.
(𝐵

𝐵𝐽 = 𝐵𝑀 = 0

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Uma forma de intensificar o campo magnético associado a uma espira com corrente é colocar
mais espiras de mesmo raio e percorridas pela mesma intensidade de corrente.

Figura 17.28: Campo magnético sendo intensificado devido à associação de N espiras circulares iguais.

2.4.2 - Indução magnética devido a um solenoide e toroide


Chamamos de solenoide um fio metálico enrolado sobre uma superfície cilíndrica, que forma
uma bobina de secção circular.

Figura 17.29: Representação de um solenoide.

Neste caso, a bobina é formada por 𝑁 voltas. Quando passamos uma corrente pelo condutor,
se estabelece um campo magnético semelhante ao de um ímã de barra. Por isso, dizemos que o
solenoide com corrente é um dipolo magnético.

Figura 17.30: Linhas de indução magnética em um solenoide.

O campo magnético no interior do solenoide pode ser considerado homogêneo se o


comprimento 𝐿 é bem grande com respeito a secção 𝐴. A partir dessa consideração pode-se mostrar
que o módulo da indução magnética no seu interior é dado por:

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Figura 17.31: Representação do corte longitudinal de um solenoide com corrente elétrica.

𝑁
𝐵𝐴 = 𝜇0 ⋅ 𝑖 ⋅ ( )
𝐿
Como o campo é considerado uniforme no interior do solenoide, temos que:
𝑁
𝐵𝐴 = 𝐵𝐽 = 𝐵𝐷 = 𝜇0 ⋅ 𝑖 ⋅ ( )
𝐿
𝑁
Chamamos o termo de número de espiras por unidade de comprimento e denotamos pela
𝐿
letra 𝑛. Se o arame possui diâmetro igual a 2𝑟, então os 𝑁 enrolamentos ao longo do comprimento
𝐿, definem que:
𝑁 1
𝐿 = 𝑁 ⋅ 2𝑟 ⇒ = =𝑛
𝐿 2𝑟
Logo, o módulo da indução magnética no interior do solenoide pode ser escrito como:

Indução magnética no
𝐵𝐴 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝑖
interior do solenoide

[𝐵𝐴 ] = 𝑇 = 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎 [𝜇0 ] = 𝑇 ⋅ 𝑚/𝐴 [𝑛] = 𝑚−1 [𝑖 ] = 𝐴

Utilizando limalhas de ferro, podemos ver que o campo em um solenoide se distribui da


seguinte forma:

Figura 17.32: Ao colocar limalha de ferro em um solenoide com corrente, temos a seguinte disposição das limalhas.

Pela RMD, as linhas de campo são representadas por:

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Figura 17.33: Regra da mão direita para determinação das linhas de indução em um solenoide.

Quando as espiras do solenoide se encontram muito afastadas, as linhas de campo são dadas
por:

Figura 17.34: Linhas de indução em um solenoide que possuem enrolamentos não tão próximos.

Experimentalmente, nota-se que as linhas de indução magnética no interior do solenoide


estão muito concentradas, mas fora dele são muito dispersas. Caso o solenoide fosse infinitamente
longo, o campo em seu exterior seria nulo.

Figura 17.35: Solenoide com enrolamentos muito próximos, o campo fora dele é praticamente nulo.

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Quando dobramos um tubo de secção transversal circular aos poucos e juntamos seus
extremos, se forma um toroide. Dessa forma, se enrolarmos um fio condutor envolta do tubo
toroidal, formamos uma bobina denominada toroide.

Figura 17.36: Representação de uma bobina toroidal.

O módulo da indução magnética nos pontos inteiros do toroide é dado por:

𝑁 Indução magnética nos


𝐵 = 𝜇0 ⋅ ⋅𝑖
𝐿𝑚 pontos inteiros do toroide

Em que:
𝐿𝑚 = 2𝜋𝑅𝑚
Chamamos 𝑅𝑚 de raio médio. Uma propriedade muito importante de uma bobina toroidal
com corrente está no fato do campo magnético associado a ela se encontrar confinado no interior
do toroide, além do módulo da indução em todos os pontos ser praticamente o mesmo.
𝑅1 + 𝑅2
𝑅𝑀 =
2

(2019/QUESTÃO)
Um condutor muito longo é dobrado como na figura abaixo. Determine a intensidade da indução
magnética em 𝐴.

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Comentários:
Vamos dividir o condutor em dois fios condutores semi-infinitos nos eixos 𝑂𝑋 e 𝑂𝑍 e
superpor as induções magnéticas no ponto 𝐴:

Os sentidos de 𝐵1 e 𝐵2 devido aos fios semi-infinitos 𝑂𝑋 e 𝑂𝑍, respectivamente, geram


⃗1 e𝐵
campos em 𝐴 com orientações dadas pela RMD, como na figura logo acima. Note que 𝐵 ⃗ 2 estão
em um plano paralelo ao formado por 𝑂𝑋 e 𝑂𝑍. Os módulos destes campos são dados por:
𝜇0 𝐼
𝐵1 = 𝐵2 = 𝐵 =
4𝜋𝑏
Conforme vimos o campo para um fio semi-infinito. Então, o módulo da indução magnética
em 𝐴 é dado pela soma vetorial:
⃗𝐴 = 𝐵
𝐵 ⃗1 +𝐵
⃗ 2 , com 𝐵
⃗1 ⊥ 𝐵
⃗2

𝐵𝐴 = √𝐵12 + 𝐵22 = √𝐵2 + 𝐵2 = 𝐵√2

𝜇0 𝐼
𝐵𝐴 = √2
4𝜋𝑏
𝝁𝟎 𝑰
Gabarito: 𝑩𝑨 = √𝟐.
𝟒𝝅𝒃

(2019/QUESTÃO)
O aro da figura abaixo tem secção uniforme. Calcule o módulo da indução magnética em 𝑂.

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Comentários:
Ao chegar no nó 𝐴, a corrente se divide nos arcos 𝐴𝐶 e 𝐴𝐹𝐶, retornando o seu valor ao sair
por 𝐶. Para calcular a indução magnética em 𝑂 vamos dividir nosso condutor em 4 partes:

Como (1) e (4) são fios semi-infinitos retos e seus prolongamentos passa por 𝑂, esses trechos
não geram indução magnética em 𝑂. Dessa forma, a indução em 𝑂 é devido a (2) e (3):
⃗𝑂 = 𝐵
𝐵 ⃗2+𝐵
⃗3
⃗2e𝐵
Pela RMD podemos determinar os sentidos de 𝐵 ⃗ 3 . Se supormos que 𝐵2 > 𝐵3 , então:
𝐵𝑂 = 𝐵2 − 𝐵3
Como vimos, um arco de circunferência condutor, percorrido por corrente, gera um campo
no centro dado por:
𝜇𝐼 𝜃
𝐵= ( )
2𝑅 2𝜋
Assim, para os arcos (2) e (3), temos:
𝜇0 𝐼 𝛽 𝜇0 (𝐼 − 𝑖) 2𝜋 − 𝛽
𝐵0 =
( )− ( )
2𝑅 2𝜋 2𝑅 2𝜋
𝜇0
𝐵𝑂 = [𝛽𝑖 − (𝐼 − 𝑖)(2𝜋 − 𝛽)]
4𝜋𝑅
Para determinar uma relação entre 𝐼 e 𝑖, devemos notar que os terminais dos arcos (2) e (3)
estão submetidos a mesma ddp:
𝑈2 = 𝑈3
𝑅2 𝑖 = 𝑅3 (𝐼 − 𝑖)
Como o fio tem secção uniforme, podemos usar a segunda lei de Ohm e determinar uma
relação entre as correntes a partir da medida dos arcos:
𝜌𝐿𝐴𝐶 𝜌𝐿𝐴𝐹𝐶
𝑖= (𝐼 − 𝑖 )
𝐴 𝐴
𝐿𝐴𝐶 𝑖 = 𝐿𝐴𝐹𝐶 (𝐼 − 𝑖)
Mas da geometria plana, temos que:

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𝐿𝐴𝐶 = 𝑅 ∙ 𝛽 e 𝐿𝐴𝐹𝐶 = 𝑅 ∙ (2𝜋 − 𝛽)


Portanto:
𝑅 ∙ 𝛽 ∙ 𝑖 = 𝑅 ∙ (2𝜋 − 𝛽) ∙ (𝐼 − 𝑖)
𝛽 ∙ 𝑖 = (2𝜋 − 𝛽) ∙ (𝐼 − 𝑖)
𝛽 ∙ 𝑖 − (2𝜋 − 𝛽) ∙ (𝐼 − 𝑖) = 0
Assim:
𝜇0
𝐵𝑂 = [𝛽𝑖 − (𝐼 − 𝑖)(2𝜋 − 𝛽)]
4𝜋𝑅
𝜇0
𝐵𝑂 = [0]
4𝜋𝑅
𝐵𝑂 = 0
Gabarito: 𝑩𝑶 = 𝟎.

3 - INTERAÇÃO MAGNÉTICA
Antes da experiência de Oersted pensava-se que uma forma de relacionar eletricidade e
magnetismo era analisar de qual forma uma carga em repouso interagia com um ímã, mas na prática
não se observava nenhum efeito.

Figura 17.37: Ao se aproximar um ímã de uma carga em repouso, a carga não se desvia.

Por outro lado, quando colocava a carga para realizar um movimento pendular e aproximava
um ímã da carga, notava-se que havia uma conexão entre o ímã e a carga, alterando a trajetória da
carga no movimento pendular.

Figura 17.38: Carga elétrica realizando um movimento pendular. Quando aproximamos um ímã, há um desvio na trajetória.

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Diante disso, podemos dizer que um ímã pode desviar a trajetória de uma carga elétrica em
movimento. Quando a partícula está em repouso, ela sofre apenas influência de campo elétrico,
mas quando ela está em movimento deve ser associado um campo magnético e este campo é
responsável pela interação com o ímã.
Em tubos de raios catódicos este efeito é mais evidente. Os raios catódicos, como na figura
abaixo, são elétrons (cargas negativas) muito rápidos que se obtém entre os eletrodos submetidos
a uma grande diferença de potencial.

Figura 17.39: Representação de um tubo de raios catódicos sem e com a presença de um campo magnético.

Denominamos a ação magnética sobre as cargas em movimento de força magnética (𝐹𝑚𝑎𝑔 ).


De acordo com os experimentos, esta força possui alguns aspectos com relação a sua intensidade e
sua direção.
Sabemos que a força magnética 𝐹𝑚𝑎𝑔 depende do ângulo que forma entre a direção do
movimento dos elétrons e do campo. Além disso, vemos que o módulo de 𝐹𝑚𝑎𝑔 aumenta quando o
ângulo vai de 0° a 90° (máx). Vale lembrar da matemática que a função trigonométrica seno (𝑠𝑒𝑛(𝛼))
é crescente neste intervalo e se encaixa bem no modelo da força magnética.

3.1 - MÓDULO DA FORÇA MAGNÉTICA

Após todas as observações a respeito do experimento com o tubo de raios catódicos,


podemos dizer que o módulo da força magnética é expresso por:

Figura 17.40: Carga elétrica em movimento em uma região onde existe um campo magnético de intensidade B.

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𝑭𝒎𝒂𝒈 = |𝒒| ⋅ 𝒗 ⋅ 𝑩 ⋅ 𝒔𝒆𝒏(𝜶) Módulo da força magnética

[𝑭𝒎𝒂𝒈 ] = 𝑵 [𝒒] = 𝑪 [𝒗] = 𝒎/𝒔 [𝒔𝒆𝒏(𝜶)] = 𝒂𝒅𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍

Em que:
• |𝑞| é o módulo da carga da partícula dada em coulomb (𝐶).
• 𝑣 é a intensidade da velocidade da partícula em 𝑚/𝑠.
• 𝐵 a intensidade da indução magnética na região onde a partícula está se movendo. Sua
unidade é o Tesla (𝑇).
• A força magnética, como toda força, é expressa em newton (𝑁).
• O ângulo 𝛼 é formado entre a velocidade 𝑣 e a direção do campo magnético 𝐵
⃗.

3.2 - ORIENTAÇÃO DA FORÇA MAGNÉTICA

Vimos que para determinar o sentido das linhas de indução magnética usamos a regra da
mão direita envolvente (𝑅𝑀𝐷). Entretanto, para determinar a direção da força magnética vamos
utilizar a regra da mão esquerda espalmada (𝑅𝑀𝐸).
Nesta regra, utilizamos a seguinte configuração dos elementos da mão:
• Com a mão espalmada, os dedos da mão esquerda, exceto o polegar, indicam a direção da
velocidade da partícula.
• As linhas de indução devem perfurar a palma da mão esquerda.
• Consequentemente, a força magnética é determinada pela direção do polegar, que deve
formar um ângulo de 90° com os outros dedos.

Figura 17.41: Aplicação da regra da mão esquerda espalmada para a determinação da orientação da força magnética.

De acordo com os experimentos nota-se que a ação magnética sobre a partícula em


movimento é perpendicular a direção de seu movimento e a direção do campo magnético. Portanto,
a força magnética é perpendicular ao plano formado pela velocidade e pelas linhas de indução
magnética. Vetorialmente, temos:

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Figura 17.42: Os três vetores são perpendiculares, induzindo a utilização de produto vetorial para a definição de força magnética.

Os experimentos em laboratórios mostram que ao inverter o sinal da carga, mantendo as


demais condições de campo e de velocidade, as partículas se desviam em sentidos opostos.

Figura 17.43: Inversão de sentido de deslocamento, quando a carga tem sinal negativo, em um campo entrando no plano da folha.

Para o campo saindo da folha temos a seguinte situação:

Figura 17.44: Inversão do sentido do deslocamento, quando a carga tem sinal negativo, em um campo saindo do plano da folha.

(2019/QUESTÃO)
Uma partícula com carga −𝑞 se move com velocidade 𝑣 = −𝑣0 𝑗̂ em uma região onde existe um
⃗ = 𝐵0 𝑘̂. Determine a direção da força magnética experimentada por
campo magnético dado por 𝐵
essa partícula.
Comentários:
Utilizando o sistema de referência 𝑋𝑌𝑍, de acordo com o enunciado, temos:

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Pela RME, lembrando que devemos inverter o sentido do polegar, temos:

Gabarito: vide figura.

(2019/QUESTÃO)
Determine a direção da força magnética em uma partícula com carga +𝑞, que se aproxima de um
fio que é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 𝐼, como na figura abaixo.

Comentários:
Primeiramente, devemos determinar a direção da indução magnética devido ao fio
percorrido pela corrente 𝐼. Para isso, devemos usar a regra da mão direita envolvente, como vimos
anteriormente. Portanto, o campo magnético na partícula está entrando no plano da folha.
Agora, basta aplicar a regra da mão esquerda espalmada e determinaremos o sentido de
𝐹𝑚𝑎𝑔 :

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Para a configuração mostrada no enunciado do problema, a força magnética é horizontal e


orientada para a esquerda. Analisando a dinâmica do problema, vemos que a força magnética é
sempre perpendicular à velocidade e este fato traz consequências importantes.

3.3 - AS PROPRIEDADES DA FORÇA MAGNÉTICA SOBRE UMA PARTÍCULA

Como estudamos em Dinâmica, se uma força é perpendicular à velocidade, ela não altera seu
módulo, mas sim a sua direção. Por este motivo, a 𝐹𝑚𝑎𝑔 pode somente alterar a direção de 𝑣 .
Como consequência desta propriedade, podemos inferir que como não se varia o módulo da
velocidade, também não se varia a energia cinética e. Em contrapartida, ao variar a direção da
velocidade, se tem como resultado a variação da direção da quantidade de movimento da partícula
⃗ = 𝑚 ⋅ 𝑣 ).
(𝑄
Além disso, vimos na aula de Trabalho e Energia que quando uma força é perpendicular à
velocidade (a trajetória), o trabalho mecânico produzido por esta força é nulo (𝑊𝐹𝑚𝑎𝑔 = 0).

𝐹𝑚𝑎𝑔 ⊥ 𝑣 ⇒ 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⊥ 𝑑 (𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑗𝑒𝑡ó𝑟𝑖𝑎)


Logo:

𝑾𝑭⃗𝒎𝒂𝒈 = ⃗𝑭𝒎𝒂𝒈 ⋅ ⃗𝒅 = 𝟎 O trabalho da força magnética

Vale lembrar que todas essas propriedades aqui enunciadas são válidas para um campo
magnetostático, isto é, que não depende do tempo, um campo magnético estacionário. As
propriedades acima não são válidas em um campo magnético variante no tempo e no espaço.

3.4 - O MOVIMENTO DAS PARTÍCULAS COM CARGA EM UM CAMPO MAGNÉTICO HOMOGÊNEO

Dizemos que campo magnético é homogêneo quando ele é invariável no espaço e no tempo,
isto é, em qualquer posição e em qualquer instante temos o mesmo 𝐵 ⃗ . Quando uma partícula
carregada entra em uma região onde existem um campo homogêneo, ela pode seguir três
trajetórias muito particulares na região do campo. A forma da trajetória vai depender de como a
partícula entra na região do campo e de como se manifesta ou não a ação magnética na partícula.
As três trajetórias são: retilínea, circunferêncial e helicoidal.

3.4.1 - Retilínea
Quando a partícula tem velocidade paralela as linhas de indução magnética (LIM), a partícula
não experimenta nenhuma força magnética. Então, ela apresenta trajetória retilínea, sem sofrer
desvio.

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(2019/INÉDITA)
No vão livre entre duas placas carregadas existe um campo magnética uniforme de módulo 𝐵 =
400 𝑚𝑇. Uma carga positiva entra com velocidade de 200 𝑚/𝑠 na região do campo magnético e
mantém sua velocidade constante.

A diferença de potencial entre as placas é de


a) 1,2 𝑉 b) 2,4 𝑉 c) 2,8 𝑉 d) 3,2 𝑉 e) 4,4 𝑉
Note e adote:
Despreze a força gravitacional sobre a carga.
Comentários:
A diferença de potencial entre as placas é dada pelo produto entre o campo elétrico e a
distância das duas.

𝑉 =𝐸⋅𝑑

Precisamos determinar o valor do campo elétrico no interior das placas para então
determinar 𝑉. Para que a carga mantenha sua velocidade constante (módulo, direção e sentido), ela
deve realizar um MRU no interior das placas.
Portanto, analisando as forças elétricas e magnéticas, temos:

Para a condição do problema, temos que o módulo da força elétrica será igual ao módulo do
campo magnético:

𝐹𝑒𝑙 = 𝐹𝑚𝑎𝑔

𝐸⋅𝑞 =𝑞⋅𝐵⋅𝑣

𝐸 = 𝐵 ⋅ 𝑣 = 400 ⋅ 10−3 ⋅ 200 = 8 ⋅ 10−3 ⋅ 104 = 80 𝑉/𝑚

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Finalmente, a diferença de potencial será de:

𝑉 = 𝐸 ⋅ 𝑑 = 80 ⋅ 4 ⋅ 10−2 = 3,2 𝑉

Gabarito: “d”.

3.4.2 - Circunferencial

Neste caso, a partícula deve entrar na região do campo magnético homogêneo


perpendicularmente, ou seja, sua velocidade deve formar 90° com as LIM.

Para que a trajetória seja uma circunferência, ao entrar perpendicularmente na região do


campo magnético homogêneo, a força e a velocidade são sempre perpendiculares. Assim, a força
não altera a magnitude da velocidade, apenas a sua direção.
Além disso, como a força é perpendicular à velocidade, então a partícula descreverá um
movimento circular uniforme (MCU), em que a força magnética sempre apontará para o centro da
trajetória. O raio da trajetória circular 𝑅 pode ser determinado pela segunda lei de Newton.
𝑅𝑐𝑝 = 𝑚 ⋅ 𝑎𝑐𝑝
Como a força magnética é a resultante centrípeta do movimento, então:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑅𝑐𝑝
𝑣2
|𝑞| ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵 = 𝑚 ⋅
𝑅
Finalmente:

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𝒎⋅𝒗
𝑹= Raio da trajetória circunferêncial de uma partícula
|𝒒| ⋅ 𝑩

[𝑹] = 𝒎 [𝒎] = 𝒌𝒈 [𝒗] = 𝒎/𝒔 [𝒒] = 𝑪 [𝑩] = 𝑻 = 𝑻𝒆𝒔𝒍𝒂

Como a partícula descreve um MCU, sabemos que este tipo de movimento é periódico.
Devemos recordar que o período é dado por:
2𝜋 𝑣 2𝜋
𝜔=
⇒ =
𝑇 𝑅 𝑇
Mas da expressão do raio 𝑅, podemos dizer que:
𝑣 𝑞⋅𝐵
=
𝑅 𝑚
Portanto:
𝑞 ⋅ 𝐵 2𝜋
=
𝑚 𝑇
Finalmente:

𝟐𝝅 ⋅ 𝒎
𝑻= Período da trajetória circunferêncial de uma partícula
𝒒⋅𝑩

[𝑻] = 𝒔 [𝒎] = 𝒌𝒈 [𝒒] = 𝑪 [𝑩] = 𝑻 = 𝑻𝒆𝒔𝒍𝒂

Não decore essas relações, saiba como chegar até o que for pedido na questão, tendo em
mente que a força magnética atua como resultante centrípeta no caso de uma trajetória
circunferencial.

Não decore a expressão do raio e do período da trajetória circular de uma partícula


descrevendo uma trajetória circunferêncial. Saiba deduzi-las a partir tendo em mente que a força
magnética atua como resultante centrípeta nesse caso.

Vamos praticar:
(2019/QUESTÃO)
Determine em que ponto a partícula irá sair da região do campo. Despreze os efeitos gravitacionais
e considere que 𝑞 = +2 𝑚𝐶 e 𝑚 = 4 𝑔.

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Comentários:
Inicialmente, calculamos o raio da trajetória da partícula na região dentro do campo
magnético.
𝑚𝑣 (4 ⋅ 10−3 )(5)
𝑅= ⇒𝑅= ⇒ 𝑅 =5𝑚
𝑞𝐵 (2 ⋅ 10−3 )(2)
Aplicando a regra da mão esquerda espalmada, dado que a carga é positiva (não precisa
inverter o sentido da força), a partícula descreverá uma semicircunferência, como na figura abaixo:

Portanto, a partícula deve sair no ponto (5,0).


Gabarito: Sairá no ponto (𝟓, 𝟎).

(2019/INÉDITA)
Um elétron de massa 𝑚𝑒 = 9,1 ⋅ 10−31 𝑘𝑔 e carga 𝑞𝑒 = 1,6 ⋅ 10−19 𝐶 é lançado com velocidade de
módulo 6,4 ⋅ 104 𝑚/𝑠, perpendicularmente às linhas de indução de um campo magnético uniforme,
constante e de módulo 3,2 ⋅ 10−6 𝑇.

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Desprezando-se os efeitos da gravidade, o elétron descreverá uma trajetória circular de raio


__________. Nesse caso, quando a partícula penetra a região de atuação do campo, a força
magnética terá direção ___________, sentido __________ e módulo de _____________.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) 11 𝑐𝑚 - horizontal – para a direita - 3,3 ⋅ 10−20 𝑁
b) 11 𝑚 - horizontal – para a esquerda - 3,3 ⋅ 10−20 𝑁
c) 11 𝑐𝑚 - vertical – para cima - 6,9 ⋅ 10−20 𝑁
d) 22 𝑐𝑚 - vertical – para baixo - 6,9 ⋅ 10−20 𝑁
e) 22 𝑐𝑚 - vertical – para cima - 3,3 ⋅ 10−18 𝑁
Comentários
A força magnética terá, inicialmente, direção horizontal e sentido para a direita. Isso pode ser
percebido pela regra da mão espalmada. O seu módulo pode ser calculado por:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = |𝑞| ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 1,6 ⋅ 10−19 ⋅ 6,4 ⋅ 104 ⋅ 3,2 ⋅ 10−6

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 3,3 ⋅ 101 ⋅ 10−21 = 3,3 ⋅ 10−20 𝑁

Sendo a força magnética a própria resultante centrípeta, podemos determinar o seu raio:

𝐹𝑐𝑝 = 𝐹𝑚𝑎𝑔

𝑚 ⋅ 𝑣2
= |𝑞| ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵
𝑅
𝑚 ⋅ 𝑣2 𝑚⋅𝑣
𝑅= =
|𝑞| ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵 |𝑞| ⋅ 𝐵

9,1 ⋅ 10−31 ⋅ 6,4 ⋅ 104 18,2 ⋅ 10−27


𝑅= =
1,6 ⋅ 10−19 ⋅ 3,2 ⋅ 10−6 1,6 ⋅ 10−25

𝑅 ≅ 11 ⋅ 10−2 𝑚 = 11 𝑐𝑚

Gabarito: “a”

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(2019/QUESTÃO)
Uma partícula de 2 𝑔 e carregada com +4 𝑚𝐶 entra em um campo magnético homogêneo como na
figura abaixo. Desprezando efeitos da gravidade, determine o tempo que a carga leva para deixar o
campo.

Comentários:
Quando a partícula eletrizada entra perpendicularmente ao campo em 𝐴 e a partir dessa
posição, a única força que atua sobre a carga é a 𝐹𝑚𝑎𝑔 . Como vimos em teoria, esta força é sempre
perpendicular a velocidade da partícula. Por isso, a partícula descreverá uma trajetória circular
enquanto estiver dentro do campo magnético. Assim, o centro desta trajetória é o ponto 𝑂 já que a
força centrípeta (neste caso é a 𝐹𝑚𝑎𝑔 ) sempre deve apontar para o centro da trajetória circular.
Então, devemos ter a seguinte trajetória para a partícula:

̂ é de 𝜃 = 𝜋 𝑟𝑎𝑑. Como a partícula


Pela geometria do problema, deduzimos que o arco 𝐴𝐵
3
realiza um MCU, então:
𝜃 = 𝜔 ⋅ Δ𝑡
Mas, a resultante centrípeta é a força magnética, então:
𝑅𝑐𝑝 = 𝐹𝑚𝑎𝑔
𝑚 ⋅ 𝜔2 ⋅ 𝑅 = 𝑞 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵 ⇒ 𝑚 ⋅ 𝜔2 ⋅ 𝑅 = 𝑞 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝑅 ⋅ 𝐵
𝑞⋅𝐵
𝜔=
𝑚
Portanto:
𝑞⋅𝐵 𝜃⋅𝑚
𝜃= ⋅ Δ𝑡 ⇒ Δ𝑡 =
𝑚 𝑞⋅𝐵

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Substituindo valores, temos:


𝜋
⋅ 2 ⋅ 10−3 1
Δ𝑡 = 3 ⇒ Δ𝑡 = 𝑠
𝜋 3
4 ⋅ 10−3 ⋅
2
Gabarito: 1/3 s

(2019/QUESTÃO)
Uma esfera carregada com 𝑞 = −15 𝑚𝐶 e de 30 𝑔 é lançada em um campo magnético, como na
figura abaixo. Determine a intensidade do campo elétrico que deve ser colocado na região, para que
a esfera realize um movimento circular uniforme em um plano vertical. Calcule também a máxima
força de Lorentz (𝐹𝐿 = 𝐹𝑒𝑙 + 𝐹𝑚𝑎𝑔 ) que atua na esfera. Considere 𝑣0 = 5 𝑚/𝑠 e 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:
De acordo com o enunciado, a partícula deve descrever uma trajetória circular em um MCU.
Como vimos, para que isto seja possível, a resultante 𝐹𝑟𝑒𝑠 sobre a esfera deve ser perpendicular a
velocidade da esfera (𝑣0 ) o tempo todo e, assim, seu módulo deve ser constante.
Esta condição só será possível se a força elétrica (𝐹𝑒𝑙 ) anular o efeito da força gravitacional
(𝐹𝑔 ). Logo, a resultante sobre a esfera será a força magnética (𝐹𝑚𝑎𝑔 ) e, consequentemente, a
partícula descreverá um MCU.

Portanto:
𝐹𝑒𝑙 = 𝐹𝑔 ⇒ 𝐸 ⋅ 𝑞 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⇒ 𝐸 ⋅ 15 ⋅ 10−3 = 30 ⋅ 10−3 ⋅ 10
𝐸 = 20 𝑁/𝐶
Este campo deve ser homogêneo e suas linhas de força estão orientadas de cima para baixo.
Assim, como a carga é negativa, a força elétrica estará orientada para cima, equilibrando com a força
gravitacional. A força de Lorentz é determinada pela soma da força elétrica com a força magnética.
𝐹𝐿 = 𝐹𝑒𝑙 + 𝐹𝑚𝑎𝑔

Aula 17 – Magnetismo I 36
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Para que 𝐹𝐿 seja máxima, 𝐹𝑒𝑙 e 𝐹𝑚𝑎𝑔 devem ter o mesmo sentido. Isto acontece quando a
esfera está na posição mais baixa de sua trajetória, como na figura logo abaixo:

Nesta condição de força de Lorentz máxima, temos:


𝐹𝐿 = 𝐹𝑒𝑙 + 𝐹𝑚𝑎𝑔
𝐹𝐿 = 𝐸 ⋅ 𝑞 + 𝑞 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵
𝐹𝐿 = 20 ⋅ 15 ⋅ 10−3 + 15 ⋅ 10−3 ⋅ 5 ⋅ 0,1
𝐹𝐿 = 0,3075 𝑁
Gabarito: 𝟐𝟎 𝑵/𝑪 e 𝟎, 𝟑𝟎𝟕𝟓 𝑵

3.4.3 - Helicoidal
Quando a partícula ingressa em um campo formando um ângulo 𝛼 entre os vetores 𝑣 e 𝐵 ⃗,a
trajetória descrita é espiralada de raio fixado pela chamada hélice circular da helicoide.

Figura 17.45: Partícula descrevendo um movimento helicoidal.

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Para melhor entender a natureza deste movimento, basta decompor a velocidade na direção
paralela e perpendicular ao campo.

Figura 17.46: Decomposição da velocidade paralelamente e perpendicularmente ao campo.

O símbolo // denota paralelo, já ⊥ representa perpendicular.


Como a componente paralela ao campo 𝑣// não gera força na partícula, o movimento nesta
direção será um movimento retilíneo uniforme (MRU), com velocidade constante nesta direção. Por
outro lado, a componente perpendicular ao campo (𝑣⊥ ) descreverá uma trajetória circular (MCU).
Quando compomos o movimento circular com o movimento retilíneo de avanço
paralelo ao campo, formamos a trajetória helicoidal.
Uma característica importante da trajetória helicoidal é o passo (𝑙). Quando a partícula
completa uma volta no MCU, no MRU ela avançou uma distância denominada passo da helicoide.
Então, podemos dizer que o passo é igual a:
𝑙 = 𝑣// ⋅ ∆𝑡
O intervalo definido pelo passo é o período do MCU da partícula. Portanto:
2𝜋 ⋅ 𝑚
𝑙 = 𝑣// ⋅
𝑞⋅𝐵
2𝜋 ⋅ 𝑚
𝑙 = 𝑣 ⋅ cos 𝛼 ⋅
𝑞⋅𝐵
Finalmente:

𝟐𝝅 ⋅ 𝒎 ⋅ 𝒗 ⋅ 𝐜𝐨𝐬 𝜶
𝒍= Passo da trajetória helicoidal de uma partícula
𝒒⋅𝑩

[ 𝒍] = 𝒎 [𝒎] = 𝒌𝒈 [𝒗] = 𝒎/𝒔 [𝒒] = 𝑪 [𝑩] = 𝑻

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(2019/QUESTÃO)
Uma partícula carregada com +2 𝑚𝐶 se move com velocidade 𝑣 = (0; 3; 4) 𝑚/𝑠. Repentinamente,
se estabelece um campo magnético uniforme de indução 𝐵 ⃗ = (0; 0; −2𝜋) 𝑚𝑇. Calcule o período
de seu movimento, desprezando os efeitos gravitacionais. Considere 𝑚𝑝𝑎𝑟𝑡 = 4 ⋅ 10−3 𝑔.
Comentários:
A velocidade da partícula é escrita em função de suas componentes:
𝑣 = (𝑣𝑋 ; 𝑣𝑌 ; 𝑣𝑍 ) = (0; 3; 4) 𝑚/𝑠
Note que no interior campo, a velocidade é constante e se move em um plano paralelo ao
plano 𝑌𝑍. Quando se estabelece o campo magnético uniforme de indução 𝐵 ⃗ = (𝐵𝑋 ; 𝐵𝑌 ; 𝐵𝑍 ) =
(0; 0; −2𝜋) 𝑚𝑇, as linhas de indução estão orientadas na direção −𝑍. Então, quando se estabelece
o campo, temos a seguinte situação:

Como a partícula está eletrizada com uma carga positiva, então magnética que surge na carga
é perpendicular à velocidade 𝑣𝑌 e às linhas de indução magnética. Dessa forma, a força magnética
é dada pela RME, utilizando a velocidade 𝑣𝑌 e o campo 𝐵𝑍 . A componente da velocidade 𝑣𝑍 apenas
desloca a partícula na direção de 𝑍. A direção da força magnética é dada pela RME:

Como bem sabemos, estes elementos são típicos de uma trajetória helicoidal. Então:

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O período do movimento é calculado quando a partícula dá uma volta na trajetória circular


no plano 𝑋𝑌. Então:
Δ𝑆1 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 = 𝑣𝑌 ⋅ 𝑇
2𝜋 ⋅ 𝑅 = 𝑣𝑌 ⋅ 𝑇
O raio da trajetória do movimento circular de uma partícula dentro de um campo magnético
é dado por:
𝑚 ⋅ 𝑣𝑌
𝑅=
𝑞⋅𝐵
Lembrando que é a componente 𝑣𝑌 que é perpendicular à força magnética e ao campo.
Então:
𝑚 ⋅ 𝑣𝑌 2𝜋 ⋅ 𝑚
2𝜋 ⋅ = 𝑣𝑌 ⋅ 𝑇 ⇒ 𝑇 =
𝑞⋅𝐵 𝑞⋅𝐵
Substituindo valores, temos:
2𝜋 ⋅ 4 ⋅ 10−6
𝑇= ⇒ 𝑇 =2𝑠
2 ⋅ 10−3 ⋅ 2𝜋 ⋅ 10−3
Gabarito: 2 s.

(2019/QUESTÃO)
Uma partícula com +20 𝑚𝐶 e de 1 𝑔 tem velocidade 𝑣 = (3𝑗̂ + 4𝑘̂ ) 𝑚/𝑠 e passa pelo ponto
𝐴(80; 0; 40) 𝑐𝑚, em um campo magnético homogêneo de 𝐵 ⃗ = 0,5𝑗̂ 𝑇. Quantas voltas ela dá até
que passe por 𝐶 (80; 240𝜋; 40) 𝑐𝑚? Despreze os efeitos gravitacionais sobre a partícula.

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Comentários:
Segundo as condições do problema, temos:

Note que como 𝑣𝑌 //𝐵 ⃗ , a partícula descreverá um MRU na direção 𝑌. Por outro lado, 𝑣𝑍 é
⃗ . Logo, a partícula descreverá um MCU no plano 𝑋𝑍, devido à ação da força
perpendicular a 𝐵
magnética.
Para determinar o número de voltas que a partícula dá até chegar em 𝐶, devemos calcular o
tempo gasta para executar uma volta (período) e o tempo para ele deslocar em 𝑌 deve ser múltiplos
do período.

Δ𝑡 = 𝑛 ⋅ 𝑇, 𝑐𝑜𝑚 𝑛 ∈ ℕ
No MRU, temos:
𝑑𝑌 = 𝑣𝑌 ⋅ Δ𝑡
O período do MCU é dado por:

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2𝜋 ⋅ 𝑚
𝑇=
𝑞 ⋅ 𝑣𝑍
Logo:
𝑑𝑌 2𝜋 ⋅ 𝑚 240𝜋 ⋅ 10−2 (2𝜋 ⋅ 1 ⋅ 10−3 )
=𝑛⋅ ⇒ =𝑛⋅ ⇒ 𝑛 = 32
𝑣𝑌 𝑞 ⋅ 𝑣𝑍 3 20 ⋅ 10−3 ⋅ 4
Gabarito: 32 voltas

4 - RESUMO DA AULA EM MAPAS MENTAIS


Atenção: use o(s) mapa(as) mental(ais) como forma de fixar o conteúdo e para
consulta durante a resolução das questões, não tente decorar as fórmulas específicas
para cada situação, ao invés disso entenda como deduzi-las.
Tente elaborar os seus mapas mentais, eles serão de muito mais fácil assimilação do
que um montado por outra pessoa. Além disso, leia um mapa mental a partir da parte
superior direita, e siga em sentido horário.

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5 - LISTA DE QUESTÕES

5.1 - JÁ CAIU NA FUVEST

1. (2020/FUVEST)
Um solenoide muito longo é percorrido por uma corrente elétrica 𝐼,conforme mostra a figura
1.

Em um determinado instante, uma partícula de carga 𝑞 positiva desloca‐se com velocidade


instantânea 𝑣 perpendicular ao eixo do solenoide, na presença de um campo elétrico na
direção do eixo do solenoide. A figura 2 ilustra essa situação, em uma seção reta definida por
um plano que contém o eixo do solenoide.

O diagrama que representa corretamente as forças elétrica ⃗⃗⃗⃗


𝐹𝐸 e magnética ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝐵 ,atuando sobre
a partícula é:

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2. (2017/FUVEST)
As figuras representam arranjos de fios longos, retilíneos, paralelos e percorridos por correntes
elétricas de mesma intensidade. Os fios estão orientados perpendicularmente ao plano desta
página e dispostos segundo os vértices de um quadrado. A única diferença entre os arranjos
está no sentido das correntes: os fios são percorridos por correntes que entram ⊗ ou saem ⊙
do plano da página.

O campo magnético total é nulo no centro do quadrado apenas em


a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) III e IV.

3. (2014/FUVEST)
Partículas com carga elétrica positiva penetram em uma câmara em vácuo, onde há, em todo
seu interior, um campo elétrico de módulo 𝐸 e um campo magnético de módulo 𝐵, ambos
uniformes e constantes, perpendiculares entre si, nas direções e sentidos indicados na figura.
As partículas entram na câmara com velocidades perpendiculares aos campos e de módulos
𝑣1 (grupo 1), 𝑣2 (grupo 2) e 𝑣3 (grupo 3). As partículas do grupo 1 têm sua trajetória encurvada
em um sentido, as do grupo 2, em sentido oposto, e as do grupo 3 não têm sua trajetória
desviada. A situação está ilustrada na figura abaixo.

Considere as seguintes afirmações sobre as velocidades das partículas de cada grupo:

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I. 𝑣1 > 𝑣2 e 𝑣1 > 𝐸/𝐵


II. 𝑣1 < 𝑣2 e 𝑣1 < 𝐸/𝐵
III. 𝑣3 = 𝐸/𝐵
Está correto apenas o que se afirma em
a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III.
Note e adote:
Os módulos das forças elétrica (𝐹𝐸 ) e magnética (𝐹𝑀 ) são:
𝐹𝐸 = 𝑞𝐸
𝐹𝑀 = 𝑞𝑣𝐵

4. (2012/FUVEST)
Em uma aula de laboratório, os estudantes foram divididos em dois grupos. O grupo A fez
experimentos com o objetivo de desenhar linhas de campo elétrico e magnético. Os desenhos
feitos estão apresentados nas figuras I, II, III e IV abaixo.

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Aos alunos do grupo B, coube analisar os desenhos produzidos pelo grupo A e formular
hipóteses. Dentre elas, a única correta é que as figuras I, II, III e IV podem representar,
respectivamente, linhas de campo
a) eletrostático, eletrostático, magnético e magnético.
b) magnético, magnético, eletrostático e eletrostático.
c) eletrostático, magnético, eletrostático e magnético.
d) magnético, eletrostático, eletrostático e magnético.
e) eletrostático, magnético, magnético e magnético.

5.2 - JÁ CAIU NOS PRINCIPAIS VESTIBULARES

1. (2020/UFPR)
Grandezas físicas são caracterizadas pelos seus valores numéricos e respectivas unidades. Há
vários sistemas de unidades, sendo que o principal, em uso na maioria dos países, é o Sistema
Internacional de Unidades – SI. Esse sistema é composto por sete unidades básicas (ou
fundamentais) e por unidades derivadas, formadas por combinações daquelas. A respeito do
assunto, considere as seguintes afirmativas:
1. No SI, a unidade associada com a grandeza capacitância é farad.
2. No SI, a unidade associada com a grandeza energia é erg.
3. No SI, a unidade associada com a grandeza campo magnético é tesla.
4. No SI, a unidade associada com a grandeza pressão é pascal.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

2. (2019/UNESP)
A configuração do campo magnético terrestre causa um efeito chamado inclinação magnética.
Devido a esse fato, a agulha magnética de uma bússola próxima à superfície terrestre, se
estiver livre, não se mantém na horizontal, mas geralmente inclinada em relação à horizontal
(ângulo 𝛼, na figura 2). A inclinação magnética é mais acentuada em regiões de maiores
latitudes. Assim, no equador terrestre a inclinação magnética fica em torno de 0°, nos polos
magnéticos é de 90°, em São Paulo é de cerca de 20°, com o polo norte da bússola apontado
para cima, e em Londres é de cerca de 70°, com o polo norte da bússola apontado para baixo.

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Esse efeito deve-se ao fato de a agulha magnética da bússola alinhar-se sempre na direção
(A) perpendicular às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo sul geográfico da Terra.
(B) tangente à Linha do Equador e ao fato de o eixo de rotação da Terra coincidir com o eixo
magnético que atravessa a Terra.
(C) tangente às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo norte geográfico da Terra.
(D) tangente às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo sul geográfico da Terra.
(E) paralela ao eixo magnético terrestre e ao fato de o polo sul magnético terrestre estar
próximo ao polo norte geográfico da Terra.

3. (2017/UNESP)
Um motor elétrico é construído com uma espira retangular feita com um fio de cobre
esmaltado semirraspado em uma extremidade e totalmente raspado na outra, apoiada em dois
mancais soldados aos polos A e B de uma pilha. Presa a essa espira, uma hélice leve pode girar
livremente no sentido horário ou anti-horário. Um ímã é fixo à pilha com um de seus polos
magnéticos (X) voltado para cima, criando o campo magnético responsável pela força
magnética que atua sobre a espira, conforme ilustrado na figura.

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Se A for um polo ____________, B um polo ____________ e X um polo ____________, dado


um impulso inicial na espira, ela mantém-se girando no sentido ____________.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) negativo – positivo – sul – horário
(B) negativo – positivo – norte – anti-horário
(C) positivo – negativo – sul – anti-horário
(D) positivo – negativo – norte – horário
(E) negativo – positivo – norte – horário

4. (2017/EEAR)
Um projétil de dimensões desprezíveis carregado com uma carga elétrica negativa atinge com
velocidade inicial 𝑣0 o orifício de uma câmara que possui em seu interior um campo magnético
uniforme paralelo à sua trajetória, como mostra a figura abaixo. Qual orifício melhor
representa a possibilidade de escape do projétil?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

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5. (2017/AFA)
Dois longos fios paralelos estão dispostos a uma distância l um do outro e transportam
correntes elétricas de mesma intensidade i em sentidos opostos, como ilustra a figura abaixo.

Nessa figura o ponto P é equidistante dos fios. Assim, o gráfico que melhor representa a
intensidade do campo magnético resultante B, no ponto P, em função da abscissa x, é

6. (2017/EAM)
Um ímã encontra-se, inicialmente, a uma certa distância de uma esfera de ferro que está em
repouso sobre uma mesa, cujo atrito pode ser desprezado.

Assinale a opção que apresenta de forma correta o comportamento da esfera quando da


aproximação do ímã.
a) A esfera se moverá para a direita quando o polo Norte for aproximado.
b) A esfera se moverá para a direita quando o polo Sul for aproximado.
c) A esfera se moverá para a esquerda qualquer que seja o polo aproximado.
d) A esfera permanecerá em repouso quando o polo Sul for aproximado.
e) A esfera permanecerá em repouso quando o polo Norte for aproximado.

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7. (2016/EAM)
As bússolas, instrumentos de orientação cuja invenção é atribuída à China do século I a.C., são
utilizadas até hoje em diversas situações. Sobre as bússolas, é correto afirmar que
(A) apontam sempre na direção exata do polo norte geográfico da Terra.
(B) se alinham seguindo as linhas de indução do campo magnético da Terra.
(C) por serem imantadas, não podem sofrer influência de correntes elétricas.
(D) mesmo próximas de um ímã, continuam apontando para o polo norte geográfico da Terra.
(E) permitem uma navegação segura, pois indicam exatamente a direção que se quer seguir.

8. (2015/EAM)
O magnetismo terrestre sempre foi um mistério para muitos estudiosos. As bússolas são
constituídas por uma agulha magnética que pode girar livremente em torno de um eixo
vertical, permitindo aos navegadores orientarem suas embarcações de acordo com
coordenadas geográficas definidas a partir dos pontos cardeais. Sobre o magnetismo terrestre
e o funcionamento das bússolas, assinale a opção correta.
a) Nas regiões próximas à linha do equador, o magnetismo terrestre é nulo.
b) Nas regiões polares, o magnetismo terrestre é nulo.
c) Os polos magnéticos da Terra coincidem com seus polos geográficos.
d) A agulha magnética de uma bússola pode ser orientada em qualquer direção, de acordo
com a rota de navegação a ser seguida.
e) A agulha magnética de uma bússola orienta-se de acordo com o campo magnético da Terra,
alinhando-se com esse campo e apontando para o polo sul magnético do planeta.

9. (2018/COLÉGIO NAVAL)
Sobre eletricidade e magnetismo analise as afirmativas abaixo e assinale a opção que
apresenta o conceito INCORRETO.
a) Partículas ou corpos com cargas elétricas de sinais iguais se repelem e com sinais opostos se
atraem.
b) Um corpo é dito neutro quando possui igual quantidade de prótons e elétrons.
c) Um corpo é dito eletrizado positivamente quando inicialmente neutro, por algum processo
de eletrização recebe prótons de outro corpo.
d) Em um sistema eletricamente isolado, dois corpos inicialmente neutros e de materiais
diferentes, quando atritados entre si adquirem cargas elétricas de mesmo módulo e sinais
opostos.
e) A Terra pode ser considerada como se fosse um grande imã, em que o polo magnético norte
se encontra próximo ao polo geográfico sul e o polo magnético sul próximo ao polo geográfico
norte.

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10. (2019/COLÉGIO NAVAL)


Em 1820, o físico dinamarquês Oersted montou um experimento que consistia em um circuito
elétrico simples constituído por uma bateria, fios de cobre e uma chave que permitia a ele abrir
ou fechar o circuito. Tendo colocado próximo a um trecho retilíneo do circuito algumas
bússolas, notou que, ao fechar o circuito, as bússolas ali colocadas sofreram uma deflexão, o
que permitiu a ele concluir que:
a) ao quebrar um ímã em pedacinhos, cada pedacinho será um novo ímã com polos norte e sul
magnéticos.
b) o elétron apresenta carga elétrica negativa e o próton positiva.
c) a Terra apresenta polos magnéticos norte e sul.
d) corrente elétrica gera campo magnético.
e) corrente elétrica gera campo elétrico.

11. (2011/ITA)
Uma corrente 𝐼𝐸 percorre uma espira circular de raio 𝑅
enquanto uma corrente 𝐼𝐹 percorre um fio muito longo, que
tangencia a espira, estando ambos no mesmo plano, como
mostra a figura. Determine a razão entre as correntes 𝐼𝐸 /𝐼𝐹
para que uma carga 𝑄 com velocidade 𝑣 paralela ao fio no
momento que passa pelo centro 𝑃 da espira não sofra
aceleração nesse instante.

12. (2012/ITA)
Assinale em qual das situações descritas nas opções abaixo as linhas de campo magnético
formam circunferência no espaço.
a) Na região externa de um toroide.
b) Na região interna de um solenoide.
c) Próximo a um ímã com formato esférico.
d) Ao redor de um fio retilíneo percorrido por corrente elétrica.
e) Na região interna de uma espira circular percorrida por corrente elétrica.

13. (2013/ITA)
Uma espira circular de raio 𝑅 é percorrida por uma corrente elétrica 𝑖 criando um campo
magnético. Em seguida, no mesmo plano da espira, mas em lados opostos, a uma distância 2𝑅
do seu centro colocam-se dois fios condutores retilíneos, muito longos e paralelos entre si,
percorridos por correntes 𝑖1 e 𝑖2 não nulas, de sentidos opostos, como indicado na figura. O
valor de 𝑖 e o seu sentido para que o módulo do campo de indução resultante no centro da
espira não se altere são respectivamente.

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a) 𝑖 = (1/2𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.
b) 𝑖 = (1/2𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e anti-horário.
c) 𝑖 = (1/4𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.
d) 𝑖 = (1/4𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e anti-horário.
e) 𝑖 = (1/𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.

14. (2014/ITA)
As figuras mostram três espiras circulares concêntricas e coplanares percorridas por correntes
de mesma intensidade 𝐼 em diferentes sentidos. Assinale a alternativa que ordena
corretamente as magnitudes dos respectivos campos magnéticos nos centros 𝐵1 , 𝐵2 , 𝐵3 e 𝐵4 .

a) 𝐵2 > 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵1 b) 𝐵1 > 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵2


c) 𝐵2 > 𝐵3 > 𝐵4 > 𝐵1 d) 𝐵3 > 𝐵2 > 𝐵4 > 𝐵1
e) 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵2 > 𝐵1

15. (2016/ITA)
Um líquido condutor (metal fundido) flui no interior de duas chapas metálicas paralelas, Inter
distantes de 2,0 cm, formando um capacitor plano, forme a figura. Toda essa região interna
está submetida a um campo homogêneo de indução magnética de 0,01 T, paralelo aos planos
das chapas, atuando perpendicularmente à direção da velocidade do escoamento. Assinale a
opção com o módulo dessa velocidade quando a diferença de potencial medida entre as placas
for de 0,40 𝑚𝑉.
a) 2 cm/s b) 3 cm/s
c) 1 m/s d) 2 m/s
e) 5 m/s

16. (2017/ITA)
Uma carga 𝑞 de massa 𝑚 é solta do repouso num campo gravitacional 𝑔 onde também atua
um campo de indução magnética uniforme de intensidade 𝐵 na horizontal. Assinale a opção
que fornece a altura percorrida pela massa desde o repouso até o ponto mais baixo de sua
trajetória, onde ela fica sujeita a uma aceleração igual e oposta à que tinha no início.

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a) 𝑔(𝑚/𝑞𝐵)² b) 𝑔(𝑞𝐵/𝑚)² c) 2𝑔(𝑚/𝑞𝐵)²


d) 2𝑔(𝑞𝐵/𝑚)² e) 𝑔(𝑚/𝑞𝐵)²

17. (2018/ITA)
Uma massa 𝑚 de carga 𝑞 gira em órbita circular de raio 𝑅 e período 𝑇 no plano equatorial de
um ímã. Nesse plano, a uma distância 𝑟 do ímã, a intensidade do campo magnético é 𝐵(𝑟) =
𝜇/𝑟 3 , em que 𝜇 é uma constante. Se fosse de 4𝑅 o raio dessa órbita, o período seria de:
a) 𝑇/2 b) 2𝑇 c) 8𝑇 d) 32𝑇 e) 64𝑇

18. (2019/ITA)
Seja uma partícula de massa 𝑚 e carga positiva 𝑞, imersa em um campo magnético uniforme
⃗ , com velocidade inicial 𝑣 no instante de tempo 𝑡 = 0. Sabe-se que 𝜃 é o ângulo entre 𝑣 e 𝐵
𝐵 ⃗,
cujos respectivos módulos são 𝑣 e 𝐵. Pode-se afirmar que a distância mínima percorrida pela
partícula até que sua velocidade readquira a mesma direção e sentido iniciais é dada por:
𝑚𝑣 𝑚𝑣 𝑚𝑣
a) 𝜋 cos 𝜃 b) 2𝜋 cos 𝜃 c) 𝜋 sen 𝜃
𝑞𝐵 𝑞𝐵 𝑞𝐵
𝑚𝑣 𝑚𝑣
d) 𝜋 e) 2𝜋
𝑞𝐵 𝑞𝐵

19. (2009/ITA)
A figura representa o campo magnético de dois fios paralelos que conduzem correntes
elétricas. A respeito da força magnética resultante no fio da esquerda, podemos afirmar que
ela

a) atua para a direita e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
b) atua para a direita e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
c) atua para a esquerda e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
d) atua para a esquerda e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
e) atua para a esquerda e tem magnitude menor que a da força no fio da direita.

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6 - GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

6.1 - JÁ CAIU NA FUVEST

1. A 2. D 3. E

4. A

6.2 - JÁ CAIU NOS PRINCIPAIS VESTIBULARES

1. C 2. D 3. E

4. A 5. A 6. C

7. B 8. E 9. C
𝑰𝑬 𝟏
10. D 11. = 12. D
𝑰𝑭 𝝅

13. D 14. C 15. D

16. C 17. E 18. E

19. D

7 - QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS

7.1 - JÁ CAIU NA FUVEST

1. (2020/FUVEST)
Um solenoide muito longo é percorrido por uma corrente elétrica 𝐼,conforme mostra a figura
1.

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Em um determinado instante, uma partícula de carga 𝑞 positiva desloca‐se com velocidade


instantânea 𝑣 perpendicular ao eixo do solenoide, na presença de um campo elétrico na
direção do eixo do solenoide. A figura 2 ilustra essa situação, em uma seção reta definida por
um plano que contém o eixo do solenoide.

O diagrama que representa corretamente as forças elétrica ⃗⃗⃗⃗


𝐹𝐸 e magnética ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝐵 ,atuando sobre
a partícula é:

Comentários
Sendo o campo elétrico horizontal e com sentido da esquerda para a direita, temos que, para
uma carga positiva, a força elétrica se orienta no mesmo sentido do campo, sendo também para a
direita.
Se o solenoide é percorrido por uma corrente no sentido indicado na figura, somos capazes
de determinar o sentido do campo magnético pela regra da mão direita envolvente:

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Dessa forma, o campo magnético terá mesma direção e sentido que o campo elétrico. Usando
a regra da mão esquerda espalmada, somos capazes de determinar a direção e sentido da força
magnética:

Para a velocidade entrando no plano do papel, e campo magnético horizontal e para a direita,
temos força magnética vertical e para baixo, para uma carga positiva.
Gabarito: “a”.

2. (2017/FUVEST)
As figuras representam arranjos de fios longos, retilíneos, paralelos e percorridos por correntes
elétricas de mesma intensidade. Os fios estão orientados perpendicularmente ao plano desta
página e dispostos segundo os vértices de um quadrado. A única diferença entre os arranjos
está no sentido das correntes: os fios são percorridos por correntes que entram ⊗ ou saem ⊙
do plano da página.

O campo magnético total é nulo no centro do quadrado apenas em


a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) III e IV.
Comentários:
Uma vez que a corrente elétrica que percorre os fios tem a mesma intensidade, o módulo do
campo magnético por elas induzido é o mesmo. Para determinarmos o sentido de cada um dos
vetores de indução magnética devemos usar a regra da mão direita:

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Aplicando essa regra, teremos para cada uma das quatro situações:

É possível concluir que o campo magnético total é nulo no centro do quadrado em II e III.
Gabarito: “d”.

3. (2014/FUVEST)
Partículas com carga elétrica positiva penetram em uma câmara em vácuo, onde há, em todo
seu interior, um campo elétrico de módulo 𝐸 e um campo magnético de módulo 𝐵, ambos
uniformes e constantes, perpendiculares entre si, nas direções e sentidos indicados na figura.
As partículas entram na câmara com velocidades perpendiculares aos campos e de módulos
𝑣1 (grupo 1), 𝑣2 (grupo 2) e 𝑣3 (grupo 3). As partículas do grupo 1 têm sua trajetória encurvada
em um sentido, as do grupo 2, em sentido oposto, e as do grupo 3 não têm sua trajetória
desviada. A situação está ilustrada na figura abaixo.

Considere as seguintes afirmações sobre as velocidades das partículas de cada grupo:

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I. 𝑣1 > 𝑣2 e 𝑣1 > 𝐸/𝐵


II. 𝑣1 < 𝑣2 e 𝑣1 < 𝐸/𝐵
III. 𝑣3 = 𝐸/𝐵
Está correto apenas o que se afirma em
a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III.
Note e adote:
Os módulos das forças elétrica (𝐹𝐸 ) e magnética (𝐹𝑀 ) são:
𝐹𝐸 = 𝑞𝐸
𝐹𝑀 = 𝑞𝑣𝐵
Comentários:
Se as partículas possuem carga elétrica positiva, então a força elétrica será vertical e para
cima, mesmo sentido do campo elétrico. A força magnética, por sua vez, será vertical e para baixo.
Isso pode ser percebido fazendo uso da regra da mão espalmada.

Nas partículas do grupo 3 temos que a força elétrica terá mesmo módulo da força magnética,
daí podemos escrever:

𝐹𝑀 = 𝐹𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣3 ⋅ 𝐵 = 𝑞 ⋅ 𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣3 ⋅ 𝐵 = 𝑞 ⋅ 𝐸

𝐸
𝑣3 =
𝐵
Para as partículas do grupo 2, a força magnética tem módulo maior que a força elétrica, isso
fica evidenciado pelo seu desvio para baixo. Daí podemos escrever:

𝐹𝑀 > 𝐹𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣2 ⋅ 𝐵 > 𝑞 ⋅ 𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣2 ⋅ 𝐵 > 𝑞 ⋅ 𝐸

𝐸
𝑣2 >
𝐵

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Consequentemente:

𝑣2 > 𝑣3

Para as partículas do grupo 1, a força magnética tem módulo menor que a força elétrica, isso
fica evidenciado pelo seu desvio para cima. Daí podemos escrever:

𝐹𝑀 < 𝐹𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣2 ⋅ 𝐵 < 𝑞 ⋅ 𝐸

𝑞 ⋅ 𝑣2 ⋅ 𝐵 < 𝑞 ⋅ 𝐸

𝐸
𝑣1 <
𝐵
Consequentemente:

𝑣1 < 𝑣3

Em suma, temos:

𝐸
𝑣1 < 𝑣3 = < 𝑣2
𝐵
Gabarito: “e”.

4. (2012/FUVEST)
Em uma aula de laboratório, os estudantes foram divididos em dois grupos. O grupo A fez
experimentos com o objetivo de desenhar linhas de campo elétrico e magnético. Os desenhos
feitos estão apresentados nas figuras I, II, III e IV abaixo.

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Aos alunos do grupo B, coube analisar os desenhos produzidos pelo grupo A e formular
hipóteses. Dentre elas, a única correta é que as figuras I, II, III e IV podem representar,
respectivamente, linhas de campo
a) eletrostático, eletrostático, magnético e magnético.
b) magnético, magnético, eletrostático e eletrostático.
c) eletrostático, magnético, eletrostático e magnético.
d) magnético, eletrostático, eletrostático e magnético.
e) eletrostático, magnético, magnético e magnético.
Comentários:
Figura I: As linhas paralelas podem representar as linhas de um campo eletrostático, como as
produzidas por uma placa plana eletrizada positivamente, em função das linhas saindo da região
central.
Figura II: As linhas podem representar o campo eletrostático produzido por duas partículas
eletrizadas positivamente, em função das linhas que saem das regiões de maior concentração de
linhas.
Figura III: As linhas podem representar as linhas do campo magnético produzidas por uma
espira percorrida por uma corrente elétrica.
Figura IV: A figura pode representar as linhas do campo magnético produzidas por um fio
percorrido por uma corrente elétrica, em formato de circunferência e com o fio no centro.
Gabarito: “a”.

7.2 - JÁ CAIU NOS PRINCIPAIS VESTIBULARES

1. (2020/UFPR)
Grandezas físicas são caracterizadas pelos seus valores numéricos e respectivas unidades. Há
vários sistemas de unidades, sendo que o principal, em uso na maioria dos países, é o Sistema
Internacional de Unidades – SI. Esse sistema é composto por sete unidades básicas (ou

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fundamentais) e por unidades derivadas, formadas por combinações daquelas. A respeito do


assunto, considere as seguintes afirmativas:
1. No SI, a unidade associada com a grandeza capacitância é farad.
2. No SI, a unidade associada com a grandeza energia é erg.
3. No SI, a unidade associada com a grandeza campo magnético é tesla.
4. No SI, a unidade associada com a grandeza pressão é pascal.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Comentários
As grandezas derivadas de nomenclatura especial mais usadas do Sistema Internacional são:

Nome escolhido para Expressão em termos


Grandeza derivada Símbolo
a Unidade derivada de outras unidades

frequência 𝐻𝑧 hertz s-1

força 𝑁 newton m kg s-2

pressão, tensão 𝑃𝑎 pascal N/m2 = m-1 kg s-2

energia, trabalho, quantidade de


𝐽 joule N m = m2 kg s-2
calor

potência, fluxo de energia 𝑊 watt J/s = m2 kg s-3

carga elétrica, quantidade de


𝐶 coulomb sA
eletricidade

diferença de potencial elétrico 𝑉 volt W/A = m2 kg s-3 A-1

resistência elétrica 𝛺 ohm V/A = m2 kg s-3 A-2

indução magnética 𝑇 tesla Wb/m2 = kg s-2 A-1

Notamos que a única afirmativa incorreta é a segunda, visto que a grandeza associada à
energia é o Joule [J].
Gabarito: “c”.

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2. (2019/UNESP)
A configuração do campo magnético terrestre causa um efeito chamado inclinação magnética.
Devido a esse fato, a agulha magnética de uma bússola próxima à superfície terrestre, se
estiver livre, não se mantém na horizontal, mas geralmente inclinada em relação à horizontal
(ângulo 𝛼, na figura 2). A inclinação magnética é mais acentuada em regiões de maiores
latitudes. Assim, no equador terrestre a inclinação magnética fica em torno de 0°, nos polos
magnéticos é de 90°, em São Paulo é de cerca de 20°, com o polo norte da bússola apontado
para cima, e em Londres é de cerca de 70°, com o polo norte da bússola apontado para baixo.

Esse efeito deve-se ao fato de a agulha magnética da bússola alinhar-se sempre na direção
(A) perpendicular às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo sul geográfico da Terra.
(B) tangente à Linha do Equador e ao fato de o eixo de rotação da Terra coincidir com o eixo
magnético que atravessa a Terra.
(C) tangente às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo norte geográfico da Terra.
(D) tangente às linhas de indução do campo magnético da Terra e ao fato de o polo norte
magnético terrestre estar próximo ao polo sul geográfico da Terra.
(E) paralela ao eixo magnético terrestre e ao fato de o polo sul magnético terrestre estar
próximo ao polo norte geográfico da Terra.
Comentários
As linhas de indução são em cada ponto tangentes ao vetor indução magnética. Por isso,
dizemos que as linhas de indução partem do polo norte magnético e chegam ao polo sul magnético.
A questão trabalhou este conceito de alinhamento da agulha magnética da bussola com as
linhas de indução do campo magnético terrestre. Além disso, devemos lembrar que o polo norte
magnético está próximo ao polo sul geográfico da Terra, como afirma a alternativa “d”.
Gabarito: “d”

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3. (2017/UNESP)
Um motor elétrico é construído com uma espira retangular feita com um fio de cobre
esmaltado semirraspado em uma extremidade e totalmente raspado na outra, apoiada em dois
mancais soldados aos polos A e B de uma pilha. Presa a essa espira, uma hélice leve pode girar
livremente no sentido horário ou anti-horário. Um ímã é fixo à pilha com um de seus polos
magnéticos (X) voltado para cima, criando o campo magnético responsável pela força
magnética que atua sobre a espira, conforme ilustrado na figura.

Se A for um polo ____________, B um polo ____________ e X um polo ____________, dado


um impulso inicial na espira, ela mantém-se girando no sentido ____________.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) negativo – positivo – sul – horário
(B) negativo – positivo – norte – anti-horário
(C) positivo – negativo – sul – anti-horário
(D) positivo – negativo – norte – horário
(E) negativo – positivo – norte – horário
Comentários:
Devemos testar o caso do polo A ser negativo e positivo para ver qual das alternativas se
adequa à situação. Assumindo que o polo A da pilha seja negativo, temos que o polo B será positivo.
Dessa forma, a corrente terá sentido indo de B para A.
Nessa hipótese, temos as alternativas “a”, “b” e “e” para analisar. Se X for o polo sul do ímã,
então o vetor indução será vertical e para baixo.
Para determinar a direção da força magnética sobre a espira, que é um condutor com
corrente, devemos aplicar a regra da mão esquerda espalmada (RME). Os quatro dedos (exceto o

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polegar) determinam a direção da corrente. A indução magnética deve perfurar a palma da mão e
o polegar, formando 90° com os outros dedos, determina a direção da força magnética

Para esse caso, a força magnética será sentida para a esquerda no ramo de cima e para a
direita no ramo de baixo, causando na espira a ação de duas forças que a faz girar no sentido anti-
horário. Isso nos permite concluir que a alternativa “a” é incorreta, ao passo que a alternativa “e”,
que muda somente os polos do ímã é a correta.
No caso em que o polo A da pilha é negativo e o polo B será positivo a corrente terá sentido
indo de B para A. Se X for o polo norte do ímã, então o vetor indução será vertical e para cima. A
força magnética será sentida para a direita no ramo de cima e para a esquerda no ramo de baixo,
causando na espira a ação de duas forças que a faz girar no sentido horário.
Gabarito: “e”.

4. (2017/EEAR)
Um projétil de dimensões desprezíveis carregado com uma carga elétrica negativa atinge com
velocidade inicial 𝑣0 o orifício de uma câmara que possui em seu interior um campo magnético
uniforme paralelo à sua trajetória, como mostra a figura abaixo. Qual orifício melhor
representa a possibilidade de escape do projétil?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4
Comentários:
Quando o campo magnético está paralelo à velocidade não há força magnética agindo em
carga puntiforme.
Gabarito: “a”.

5. (2017/AFA)
Dois longos fios paralelos estão dispostos a uma distância l um do outro e transportam
correntes elétricas de mesma intensidade i em sentidos opostos, como ilustra a figura abaixo.

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Nessa figura o ponto P é equidistante dos fios. Assim, o gráfico que melhor representa a
intensidade do campo magnético resultante B, no ponto P, em função da abscissa x, é

Comentários:
Seja d a distância entre a parte do fio que toca o plano xy e P, tal que:

2
𝑙2 2
𝑑 = 𝑥 +
4
µ. 𝑖
𝐵 =
2𝜋𝑑
𝜇. 𝑖. 𝑙. 2 𝜇. 𝑖. 𝑙. 𝜇. 𝑖. 𝑙
|𝐵𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒| = 2 ∗ |𝐵| ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = = =
2𝜋𝑑. 2𝑑 2𝜋𝑑 2 𝑙2
2𝜋 (𝑥 2 + )
4
Assim, analisando os extremos: x => 0 temos que f(x) é máximo e quando x => ± infinito temos
que f(x) tende a zero. Apenas o gráfico a) corresponde;
Gabarito: ‘’a”.

6. (2017/EAM)
Um ímã encontra-se, inicialmente, a uma certa distância de uma esfera de ferro que está em
repouso sobre uma mesa, cujo atrito pode ser desprezado.

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Assinale a opção que apresenta de forma correta o comportamento da esfera quando da


aproximação do ímã.
a) A esfera se moverá para a direita quando o polo Norte for aproximado.
b) A esfera se moverá para a direita quando o polo Sul for aproximado.
c) A esfera se moverá para a esquerda qualquer que seja o polo aproximado.
d) A esfera permanecerá em repouso quando o polo Sul for aproximado.
e) A esfera permanecerá em repouso quando o polo Norte for aproximado.
Comentários:
Perceba que a esfera é metálica, então ocorrerá aproximação da esfera metálica em direção
ao ímã, ou seja, para a esquerda, não importando qual polo que estiver se aproximando.
Gabarito: “c”.

7. (2016/EAM)
As bússolas, instrumentos de orientação cuja invenção é atribuída à China do século I a.C., são
utilizadas até hoje em diversas situações. Sobre as bússolas, é correto afirmar que
(A) apontam sempre na direção exata do polo norte geográfico da Terra.
(B) se alinham seguindo as linhas de indução do campo magnético da Terra.
(C) por serem imantadas, não podem sofrer influência de correntes elétricas.
(D) mesmo próximas de um ímã, continuam apontando para o polo norte geográfico da Terra.
(E) permitem uma navegação segura, pois indicam exatamente a direção que se quer seguir.
Comentários:
As bússolas possuem imãs que se alinham seguindo as linhas de indução do campo magnético
da Terra.
Gabarito: “b”.
8. (2015/EAM)
O magnetismo terrestre sempre foi um mistério para muitos estudiosos. As bússolas são
constituídas por uma agulha magnética que pode girar livremente em torno de um eixo
vertical, permitindo aos navegadores orientarem suas embarcações de acordo com
coordenadas geográficas definidas a partir dos pontos cardeais. Sobre o magnetismo terrestre
e o funcionamento das bússolas, assinale a opção correta.

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a) Nas regiões próximas à linha do equador, o magnetismo terrestre é nulo.


b) Nas regiões polares, o magnetismo terrestre é nulo.
c) Os polos magnéticos da Terra coincidem com seus polos geográficos.
d) A agulha magnética de uma bússola pode ser orientada em qualquer direção, de acordo
com a rota de navegação a ser seguida.
e) A agulha magnética de uma bússola orienta-se de acordo com o campo magnético da Terra,
alinhando-se com esse campo e apontando para o polo sul magnético do planeta.
Comentários:
Sobre o campo magnético terrestre é possível afirmar que o norte magnético é mais próximo
do sul geográfico e o sul magnético é mais próximo do norte geográfico. Contudo, os polos
magnéticos não coincidem com os polos geográficos mais próximos. Assim como o campo terrestre
não possui um local, sobre o planeta, no qual ele é nulo.
Somado a isso, temos que a bússola irá se orientar pelo campo magnético terrestre e, por
isso, ele não irá ser orientado em qualquer direção, mas, sim, para o sul magnético do planeta.
Sendo assim, a alternativa correta é a letra E.
Gabarito: “e”.

9. (2018/COLÉGIO NAVAL)
Sobre eletricidade e magnetismo analise as afirmativas abaixo e assinale a opção que
apresenta o conceito INCORRETO.
a) Partículas ou corpos com cargas elétricas de sinais iguais se repelem e com sinais opostos se
atraem.
b) Um corpo é dito neutro quando possui igual quantidade de prótons e elétrons.
c) Um corpo é dito eletrizado positivamente quando inicialmente neutro, por algum processo
de eletrização recebe prótons de outro corpo.
d) Em um sistema eletricamente isolado, dois corpos inicialmente neutros e de materiais
diferentes, quando atritados entre si adquirem cargas elétricas de mesmo módulo e sinais
opostos.
e) A Terra pode ser considerada como se fosse um grande imã, em que o polo magnético norte
se encontra próximo ao polo geográfico sul e o polo magnético sul próximo ao polo geográfico
norte.
Comentários:
Todos os itens estão corretos exceto a opção (C). Esta opção diz que um corpo é dito
positivamente eletrizado quando, depois de neutro recebe prótons por algum processo de
eletrização, quando na verdade deveria estar dizendo que ele perde elétrons por algum processo de
eletrização, que é o correto, pois quem se move é o elétron.
Gabarito: “c”.

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10. (2019/COLÉGIO NAVAL)


Em 1820, o físico dinamarquês Oersted montou um experimento que consistia em um circuito
elétrico simples constituído por uma bateria, fios de cobre e uma chave que permitia a ele abrir
ou fechar o circuito. Tendo colocado próximo a um trecho retilíneo do circuito algumas
bússolas, notou que, ao fechar o circuito, as bússolas ali colocadas sofreram uma deflexão, o
que permitiu a ele concluir que:
a) ao quebrar um ímã em pedacinhos, cada pedacinho será um novo ímã com polos norte e sul
magnéticos.
b) o elétron apresenta carga elétrica negativa e o próton positiva.
c) a Terra apresenta polos magnéticos norte e sul.
d) corrente elétrica gera campo magnético.
e) corrente elétrica gera campo elétrico.
Comentários:
Para que se obtenha uma deflexão na bússola, o campo magnético sentido por ela deve sofrer
algum tipo de variação. Com isso, quando o circuito é fechado, ou seja, quando há corrente
circulando, o campo elétrico que age na bússola sofre uma mudança. Portanto é possível concluir
que a corrente elétrica gera campo magnético.
Gabarito: “d”.

11. (2011/ITA)
Uma corrente 𝐼𝐸 percorre uma espira circular de raio 𝑅
enquanto uma corrente 𝐼𝐹 percorre um fio muito longo, que
tangencia a espira, estando ambos no mesmo plano, como
mostra a figura. Determine a razão entre as correntes 𝐼𝐸 /𝐼𝐹
para que uma carga 𝑄 com velocidade 𝑣 paralela ao fio no
momento que passa pelo centro 𝑃 da espira não sofra
aceleração nesse instante.
Comentários:
Aplicando a RMD, vemos que o campo gerado por 𝐼𝐹 no centro da espira está saindo do plano
e o gerado por 𝐼𝐸 está entrando no plano da página.
Para que a carga 𝑄 não sofra variação de sua velocidade no ponto 𝑃, a aceleração neste ponto
deve ser nula. Isto quer dizer que o campo magnético no ponto 𝑃 deve ser nulo. Portanto:
𝐵𝐹 = 𝐵𝐸
𝜇 ⋅ 𝐼𝐹 𝜇 ⋅ 𝐼𝐸 𝐼𝐸 1
= ⇒ =
2𝜋 ⋅ 𝑅 2 ⋅ 𝑅 𝐼𝐹 𝜋
𝑰𝑬 𝟏
Gabarito: = .
𝑰𝑭 𝝅

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12. (2012/ITA)
Assinale em qual das situações descritas nas opções abaixo as linhas de campo magnético
formam circunferência no espaço.
a) Na região externa de um toroide.
b) Na região interna de um solenoide.
c) Próximo a um ímã com formato esférico.
d) Ao redor de um fio retilíneo percorrido por corrente elétrica.
e) Na região interna de uma espira circular percorrida por corrente elétrica.
Comentários:
Dentro das opções, a única situação em que as linhas de campo magnético formam
circunferências no espaço é quando um fio retilíneo é percorrido por corrente elétrica.
Gabarito: “d”.

13. (2013/ITA)
Uma espira circular de raio 𝑅 é percorrida por uma corrente elétrica 𝑖 criando um campo
magnético. Em seguida, no mesmo plano da espira, mas em lados opostos, a uma distância 2𝑅
do seu centro colocam-se dois fios condutores retilíneos, muito longos e paralelos entre si,
percorridos por correntes 𝑖1 e 𝑖2 não nulas, de sentidos opostos, como indicado na figura. O
valor de 𝑖 e o seu sentido para que o módulo do campo de indução resultante no centro da
espira não se altere são respectivamente.
a) 𝑖 = (1/2𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.
b) 𝑖 = (1/2𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e anti-horário.
c) 𝑖 = (1/4𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.
d) 𝑖 = (1/4𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e anti-horário.
e) 𝑖 = (1/𝜋)(𝑖1 + 𝑖2 ) e horário.
Comentários:
Aplicando a regra da mão direita envolvente, vemos que o campo gerado pela espira circular
(𝐵) está saindo do plano da folha de prova. O campo gerado por 𝑖1 (𝐵1 ) está entrando no plano da
folha e o campo gerado por 𝑖2 (𝐵2 ) está entrando no plano da folha de prova também. Para que não
se altere o módulo de 𝐵, devemos ter que:
𝐵1 + 𝐵2 − 𝐵 =
⏟ 𝐵

𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑚 𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑜𝑠

𝜇 ⋅ 𝑖1 𝜇 ⋅ 𝑖2 𝜇⋅𝑖 𝜇⋅𝑖
+ − =
2𝜋 ⋅ 2𝑅 2𝜋 ⋅ 2𝑅 2𝑅 2𝑅
𝑖1 + 𝑖2 𝑖1 + 𝑖2
2𝑖 = ⇒ 𝑖=
2𝜋 4𝜋

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E a corrente deve ter sentido anti-horário, já que os campos pelos fios estão entrando no
plano da folha.
Gabarito: “d”.

14. (2014/ITA)
As figuras mostram três espiras circulares concêntricas e coplanares percorridas por correntes
de mesma intensidade 𝐼 em diferentes sentidos. Assinale a alternativa que ordena
corretamente as magnitudes dos respectivos campos magnéticos nos centros 𝐵1 , 𝐵2 , 𝐵3 e 𝐵4 .

a) 𝐵2 > 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵1 b) 𝐵1 > 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵2


c) 𝐵2 > 𝐵3 > 𝐵4 > 𝐵1 d) 𝐵3 > 𝐵2 > 𝐵4 > 𝐵1
e) 𝐵4 > 𝐵3 > 𝐵2 > 𝐵1
Comentários:
Vimos que neste caso, a intensidade do vetor indução magnética no centro de uma espira
com corrente constante é expresso por:
𝜇⋅𝐼
𝐵=
2⋅𝑅
Em que 𝑅 é o raio da espira. O sentido do vetor é dado pela RMD. Como 𝐵 é inversamente
proporcional ao raio, então fazendo a superposição dos vetores para cada uma das situações, temos
que:
𝐵2 > 𝐵3 > 𝐵4 > 𝐵1
Gabarito: “c”.

15. (2016/ITA)
Um líquido condutor (metal fundido) flui no interior de duas chapas metálicas paralelas, Inter
distantes de 2,0 cm, formando um capacitor plano, forme a figura. Toda essa região interna
está submetida a um campo homogêneo de indução magnética de 0,01 T, paralelo aos planos
das chapas, atuando perpendicularmente à direção da velocidade do escoamento. Assinale a
opção com o módulo dessa velocidade quando a diferença de potencial medida entre as placas
for de 0,40 𝑚𝑉.

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a) 2 cm/s b) 3 cm/s
c) 1 m/s d) 2 m/s
e) 5 m/s
Comentários:
Dado que o líquido é condutor, eleve possuir cargas livres. De acordo com o enunciado,
considerando as cargas livres escoando como positivas, a força magnética na carga no interior do
campo deve ter sentido para cima, dado pela regra da mão esquerda espalmada. Portanto, para
haver equilíbrio, a força elétrica deverá estar em sentido oposto à magnética. Por isso, podemos
associar um campo elétrico de cima para baixo no interior das placas. Na situação de equilíbrio,
temos:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝑒𝑙
𝑞⋅𝑣⋅𝐵 =𝑞⋅𝐸
Em que o módulo do campo elétrico é dado por:
𝑈 =𝐸⋅𝑑
Portanto:
𝑈 4 ⋅ 10−4
𝑣= = ⇒ 𝑣 = 2 𝑚/𝑠
𝐵 ⋅ 𝑑 10−2 ⋅ 2 ⋅ 10−2
Gabarito: “d”.

16. (2017/ITA)
Uma carga 𝑞 de massa 𝑚 é solta do repouso num campo gravitacional 𝑔 onde também atua
um campo de indução magnética uniforme de intensidade 𝐵 na horizontal. Assinale a opção
que fornece a altura percorrida pela massa desde o repouso até o ponto mais baixo de sua
trajetória, onde ela fica sujeita a uma aceleração igual e oposta à que tinha no início.
a) 𝑔(𝑚/𝑞𝐵)² b) 𝑔(𝑞𝐵/𝑚)² c) 2𝑔(𝑚/𝑞𝐵)²
d) 2𝑔(𝑞𝐵/𝑚)² e) 𝑔(𝑚/𝑞𝐵)²
Comentários:
No ponto mais baixo da trajetória, temos que:
𝐹𝑚𝑎𝑔 − 𝑃 = 𝑚 ⋅ 𝑎
2𝑚 ⋅ 𝑔
𝑞⋅𝑣⋅𝐵−𝑚⋅𝑔 =𝑚⋅𝑔 ⇒𝑣 =
𝑞⋅𝐵
Pela conservação da energia mecânica, temos:
𝑚 ⋅ 𝑣2 𝑚 2
𝑚⋅𝑔⋅ℎ = ⇒ ℎ = 2𝑔 ( )
2 𝑞⋅𝐵
Gabarito: “c”.

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17. (2018/ITA)
Uma massa 𝑚 de carga 𝑞 gira em órbita circular de raio 𝑅 e período 𝑇 no plano equatorial de
um ímã. Nesse plano, a uma distância 𝑟 do ímã, a intensidade do campo magnético é 𝐵(𝑟) =
𝜇/𝑟 3 , em que 𝜇 é uma constante. Se fosse de 4𝑅 o raio dessa órbita, o período seria de:
a) 𝑇/2 b) 2𝑇 c) 8𝑇 d) 32𝑇 e) 64𝑇
Comentários:
⃗ . Nesse caso, a força magnética é a resultante
No plano equatorial, temos que 𝑣 ⊥ 𝐵
centrípeta. Portanto:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑅𝐶𝑝
𝑚𝑣 2 𝜇 𝑚 2𝜋 2𝜋 ⋅ 𝑚 3
𝑞⋅𝑣⋅𝐵 = ⇒𝑞⋅ 3= ⋅ ⋅𝑅 ⇒𝑇 = ⋅𝑅
𝑅 𝑅 𝑅 𝑇 𝜇⋅𝑞
Portanto:
2𝜋 ⋅ 𝑚 2𝜋 ⋅ 𝑚 3
𝑇′ = ⋅ (4𝑅)3 = 64 ⋅ 𝑅 = 64𝑇
𝜇⋅𝑞 𝜇⋅𝑞
Gabarito: “e”.

18. (2019/ITA)
Seja uma partícula de massa 𝑚 e carga positiva 𝑞, imersa em um campo magnético uniforme
⃗ , com velocidade inicial 𝑣 no instante de tempo 𝑡 = 0. Sabe-se que 𝜃 é o ângulo entre 𝑣 e 𝐵
𝐵 ⃗,
cujos respectivos módulos são 𝑣 e 𝐵. Pode-se afirmar que a distância mínima percorrida pela
partícula até que sua velocidade readquira a mesma direção e sentido iniciais é dada por:
𝑚𝑣 𝑚𝑣 𝑚𝑣
a) 𝜋 cos 𝜃 b) 2𝜋 cos 𝜃 c) 𝜋 sen 𝜃
𝑞𝐵 𝑞𝐵 𝑞𝐵
𝑚𝑣 𝑚𝑣
d) 𝜋 e) 2𝜋
𝑞𝐵 𝑞𝐵

Comentários:
Ao entrar na região do campo magnético, o módulo da velocidade não se altera, apenas a
direção. Para que ela tenha a mesma velocidade em direção e em sentido, o tempo gasto pela
partícula deve ser múltiplo do período. Logo:
𝑑 =𝑣∙𝑇
𝑚⋅𝑣
𝑑 = 2𝜋
𝑞⋅𝐵
Gabarito: “e”.

19. (2009/ITA)
A figura representa o campo magnético de dois fios paralelos que conduzem correntes
elétricas. A respeito da força magnética resultante no fio da esquerda, podemos afirmar que
ela

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a) atua para a direita e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
b) atua para a direita e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
c) atua para a esquerda e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
d) atua para a esquerda e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
e) atua para a esquerda e tem magnitude menor que a da força no fio da direita.
Comentários:
De acordo com a figura em questão, na região entre os fios podemos notar uma intensificação
das linhas de força, ou seja, os campos devem estar no mesmo sentido. Para isso, as correntes nos
fios devem ter sentidos opostos. Lembrando que o sentido do campo é dado pela regra da mão
direita envolvente.
Como as correntes nos fios têm sentidos opostos, a força entre eles é repulsiva e os módulos
das forças que agem nos dois fios são iguais (Lembre-se elas não formam um par ação/reação).
Portanto, a força que age no fio da esquerda é para a esquerda.
Gabarito: “d”.

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8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”

Parabéns por mais uma aula concluída. Ela significa menos um degrau até a sua aprovação.
É importante frisar que um dos principais diferencias do Estratégia é o famoso fórum de dúvidas. O
fórum é um ambiente no qual, prevalecendo o respeito, ocorre a troca de informações e o
esclarecimento das dúvidas dos alunos.
Para acessar o fórum de dúvidas faça login na área do aluno, no site do Estratégia
Vestibulares. Pelo link https://www.estrategiavestibulares.com.br/ e busque pela opção “Fórum de
Dúvidas”.

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica volume 5. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.
[2] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física volume 3. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.
[3] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física volume 3. 9ª ed. Moderna. 490p.
[4] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física volume 3. 10ª ed. LTC. 365p.

10 - VERSÃO DE AULA

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Aula 17 – Magnetismo I 74
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