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CURRID
O Atlas Bíblico PATMOS oferece aos estudantes da Bíblia uma ampla compilação
de recursos bastante precisos e esteticamente atraentes apresentando informações
geográficas e históricas de uma forma amigável, que não sobrecarrega o leitor com
detalhes técnicos desnecessários.
O Atlas Bíblico PATMOS usa mapas, descrições narrativas, fotografias, índices
abrangentes e recriações em 3D de objetos e locais bíblicos para ajudar o leitor a Recursos Históricos, Geográficos
entender melhor o mundo da Bíblia e o significado das Escrituras. e Arqueológicos do Mundo Bíblico
Oramos para que este recurso ajude os leitores a ampliar sua compreensão do mundo
bíblico e, assim, ajudá-los a crescer em seu conhecimento da Palavra de Deus.
1ª Edição
CPAD
Rio de Janeiro
2023
A Marvin R. Wilson, excepcional professor, que me ini-
ciou no caminho dos estudos do Oriente Próximo
— John
PREFÁCIO 13
5-7. A Batalha no Monte Gilboa 124 11-1. O Princípio da Revolta dos Macabeus 197
5-8. A Luta de Davi pelo Poder 126 11-2. Israel sob os Primeiros Macabeus 199
5-9. Davi Captura a Fortaleza de Sião 126 11-3. Israel sob os Últimos Macabeus 200
5-10. Davi Derrota os Filisteus 128 11-4. Localizações Fundamentais da Era dos Macabeus 201
5-11. Davi Derrota os Amonitas e os Sírios 128 11-5. Jerusalém no Período dos Macabeus 202
5-12. Davi e Absalão 129 12-1. A Ascensão do Império Romano 207
5-13. O Censo de Davi 130 12-2. O Reino de Herodes, o Grande 210
5-14. Distritos Administrativos de Salomão 132 12-3. A Palestina sob Controle Romano 223
5-15. Jerusalém, nos Tempos de Salomão 133 12-4. O Nascimento de Jesus e a Fuga para o Egito 224
5-16. As Empreitadas Internacionais de Salomão 137 12-5. O Ministério de Jesus na Galileia 226
6-1. Os Inimigos de Salomão 141 12-6. O Ministério de Jesus além de Israel 228
6-2. O Reino É Dividido 142 12-7. As Viagens de Jesus pela Samaria 232
6-3. Elias e Eliseu 144 12-8. A Última Viagem de Jesus a Jerusalém 232
6-4. As Guerras de Acabe contra a Síria 145 12-9. Jerusalém nos Tempos de Jesus 233
6-5. Moabe se Revolta 145 12-10. A Última Ceia 233
6-6. Moabe Expande suas Fronteiras 146 12-11. A Prisão, o Julgamento e a Crucificação de Jesus 233
6-7. Jeú Realiza o Juízo 146 12-12. Aparições de Jesus depois da sua Ressurreição 236
6-8. A Síria Captura Gileade 147 12-13. As Nações no Pentecostes 238
6-9. Ressurgência durante o Período de Uzias e Jeroboão II 148 12-14. O Ministério de Filipe, o Evangelista 238
6-10. Zerá Ataca Judá 150 12-15. O Início do Ministério de Pedro 238
6-11. Guerra entre Israel e Judá 151 12-16. A Conversão de Paulo e suas Primeiras Viagens 239
6-12. A Aliança Moabita Ataca Judá 151 12-17. O Reino de Herodes Agripa I 240
6-13. Edom e Libna se Revoltam 152 12-18. A Primeira Viagem Missionária de Paulo 241
6-14. Uzias Fortifica Jerusalém 153 12-19. A Segunda Viagem Missionária de Paulo 242
6-15. Profetas de Israel e Judá 155 12-20. A Terceira Viagem Missionária de Paulo 247
7-1. A Ascensão do Império Assírio 157 12-21. A Prisão de Paulo 249
7-2. A Síria e Israel Atacam Judá 158 12-22. O Reino de Herodes Agripa II 249
7-3. A Assíria Toma o Norte de Israel 158 12-23. A Viagem de Paulo a Roma 249
7-4. A Queda da Samaria e a Deportação dos Israelitas 158 12-24. A Primeira Revolta dos Judeus 252
7-5. Judá depois da Queda de Israel 159 12-25. A Revolta de Barcoquebas 256
7-6. Ezequias Fortifica Jerusalém 159 12-26. Jerusalém após os Tempos de Adriano 257
7-7. A Assíria Ataca Judá 160 12-27. O Império Romano e a Disseminação do Cristia-
8-1. O Declínio do Império Assírio 170 nismo 258
8-2. As Reformas de Josias e sua Batalha contra Neco 170
8-3. Nabucodonosor Ataca Judá 172
8-4. O Exílio na Babilônia 172 MAPAS 3D
8-5. A Queda de Jerusalém 172 2-A. Vista das Cidades da Planície, desde Hebrom 72
8-6. Israel e Judá, depois do Exílio à Babilônia 174 3-A. O Monte Sinai 89
8-7. Gedalias É Assassinado 175 4-A. Vista de Canaã, a partir do Monte Nebo 100
8-8. Jeremias Profetiza contra o Egito 175 4-B. Siquém, Monte Gerizim e Monte Ebal 103
8-9. A Visão de Ezequiel das Novas Fronteiras de Israel 175 4-C. O Monte Tabor e o Vale de Jezreel 112
9-1. O Império Persa 180 5-A. As Encostas do Monte Gilboa 125
9-2. A Judeia sob o Governo Persa 180 6-A. Os Montes de Edom 152
9-3. Jerusalém, nos Tempos de Zorobabel 181 8-A. A Passagem de Megido e sua Posição Estratégica 171
9-4. Jerusalém nos Tempos de Neemias 184 10-A. A Batalha de Isso 188
10-1. Os Impérios de Alexandre e seus Sucessores 189 11-A. Passagem de Bete-Horom e Colinas de Gofna 198
10-2. Os Impérios dos Ptolomeus e dos Selêucidas (Início) 189 12-A. O Mar da Galileia 229
10-3. A Primeira Campanha Egípcia de Antíoco III 192 12-B. Cesareia de Filipe e o Monte Hermom 229
10-4. A Segunda Campanha Egípcia de Antíoco III 193 12-C. Portas da Cilícia 242
10-5. Campanha Egípcia de Antíoco IV 194 12-D. Área de Éfeso 250
10-6. Os Impérios dos Ptolomeus e dos Selêucidas (Final) 195 12-E. Cidades do Vale do Lico 250
PREFÁCIO
COMO QUALQUER ESTUDANTE DAS ES- várias regiões bíblicas, como, por exemplo, Egito,
CRITURAS APRENDE RAPIDAMENTE, a Mesopotâmia, Anatólia, Grécia e Itália.
Bíblia não foi escrita em um vazio. Os seus livros O Atlas Bíblico Patmos também é enri-
foram posicionados em localizações geográficas quecido pelos recentes avanços dos sistemas de
específicas no Oriente Próximo durante perío- imagens de satélites, além de informações geo-
dos específicos da história, e esses fatores afetam gráficas. As imagens em terra foram geradas a
grandemente a maneira como cada livro deve ser partir dos dados originalmente fornecidos pela
entendido e interpretado. Ao mesmo tempo, os NASA e pelo U.S. Geological Survey (para mais
autores das Escrituras frequentemente assumiram informações, veja a página dos direitos autorais).
que a sua audiência já compreendia o contexto no Além disso, a localização precisa da maioria dos
qual as suas mensagens estavam sendo expressas locais antigos foi confirmada mediante identifi-
(uma vez que aquele também era o contexto dessa cação das suas ruínas ou das cidades modernas
audiência), de modo que não julgaram necessário correspondentes através de imagens de satélites
descrever esses detalhes de forma completa nos em alta resolução.
seus livros. Esses extensos recursos jamais poderiam ter
Hoje, é claro, vivemos em um contexto bem sido utilizados sem o auxílio de um grande núme-
diferente daquele em que viveu a audiência origi- ro de pessoas e organizações, às quais somos gra-
nal das Escrituras, tanto geográfica quanto histori- tos. Queremos reconhecer a contribuição de Lane
camente. Não podemos confiar somente em nossa Dennis, Al Fisher e Justin Taylor, na Crossway.
experiência, nem mesmo somente em um cuida- Sem o seu suporte e direção, esse projeto jamais te-
doso estudo das Escrituras para suprirmos todos ria sido concretizado. A habilidade de Josh Dennis,
esses detalhes. Antes, é necessário contarmos com da Crossway, no trabalho de desenho de mapas foi
outros recursos que descrevam com precisão o con- de valor inestimável, assim como o trabalho edi-
texto Bíblico e que sejam capazes de ajudar a recriar torial de Bill Deckard. Barry Beitzel serviu como
esse contexto em nossas mentes. O Atlas Bíblico o consultor geográfico para a maioria dos mapas
Patmos foi criado justamente com esse propósito. históricos, e a sua riqueza de conhecimentos nessa
O Atlas Bíblico Patmos oferece aos estudantes área foi um auxílio extremamente grande. Também
da Bíblia uma ampla coleção de recursos altamente estamos gratos pelos recursos fotográficos forne-
precisos e esteticamente atraentes que apresentam cidos por Todd Bolen, Michael Luddeni, Barry
informações geográficas e históricas de uma ma- Beitzel e pelo British Museum. As ilustrações e as
neira fácil de usar e que não sobrecarregará o leitor reconstruções em 3D da Maltings Partnership e de
com detalhes técnicos em locais desnecessários. O Leen Ritmeyer têm grande valor. Todd Bolen tam-
Atlas Bíblico Patmos utiliza mapas, descrições nar- bém forneceu, graciosamente, o mapa escaneado
rativas, fotografias, índices abrangentes e recriações da Ordinance Survey, de Jerusalém, preparado por
em 3D de objetos bíblicos e locais com a finalida- Charles Wilson (1865), utilizado na seção regional
de de ajudar o leitor a alcançar um entendimento do Atlas.
mais claro do mundo bíblico e do significado das Nossa oração é que esse recurso ajude os lei-
Escrituras. Esses recursos básicos mais adiante são tores a expandir o entendimento que possuem do
complementados, na Parte 3, através de uma co- mundo bíblico e, desse modo, ajude-os a crescer no
leção singular de mapas altamente detalhados, de entendimento da Palavra de Deus.
AT L A S B Í B L I C O PAT M O S
SUMÁRIO
PARTE 1:
INTRODUÇÃO
E PANOR AMA
GER AL DO
MUNDO BÍBLICO
“[...] Ponde-vos nos caminhos, e vede,
e perguntai pelas veredas antigas,
qual é o bom caminho, e andai por ele;
e achareis descanso para a vossa alma [...].”
Jeremias 6.16
Rio Hális
Hattusa ARARATE Ma r
Troia Gordion C ásp io
Kanesh Tushpa
GRÉCIA Sardes ANATÓLIA
Melidu
Atenas Éfeso
Rio Tigre
Mileto
Tarso Carquemis Nínive MÉDI A
Alepo ASSÍRIA
Assur Ecbatana
R i o Euf r
Cnossos Hamate a
CRETA C HIPRE SÍRIA
te
s
EL ÃO
Mar Medite rrâneo Tiro Damasco Babilônia Susa
BAB I LÔ NI A
ISRAE L
Legenda de elevação Jerusalém
DESERTO
(metros) (pés)
DA ARÁBIA
3000+ 8450+ EGITO
2500 7050 Mênfis
Duma G ol fo
2000 5600 Pérsico
1500 4220
Rio N
terra crítica nas narrativas do Antigo Testamento. e, particularmente, o sistema de estradas que a cor-
José foi vendido e aprisionado no Egito, mas, de- tava. Durante toda a história, isso continuou a ser
pois, subiu ao poder. Os egípcios escravizaram os verdadeiro. Quando Napoleão tentou anexar o
hebreus por mais de 400 anos, até que eles foram Oriente Médio ao seu império em 1799, foi detido
milagrosamente libertados pela mão de Deus. O fa- no porto palestino de Acco (Acre). O fracasso dos
raó Sisaque tornou-se um espinho no lado dos rei- exércitos alemães em capturar o Oriente Médio
nos divididos, pouco depois da morte de Salomão durante a Primeira Guerra Mundial foi devido, em
(1 Rs 14.25). parte, à rota de T. E. Lawrence para os exércitos do
A maior parte do contato entre essas duas im- eixo, na topografia palestina.
portantes regiões, fosse guerra ou comércio, ocor-
reu na terra da Palestina. A chave para o poder no REGIÕES GEOGRÁFICAS NATURAIS
Antigo Oriente Próximo era controlar a Palestina DA PALESTINA
0-2. O Rio Nilo. Heródoto, o
Antes de examinarmos as regiões da
historiador grego, chamava o Palestina, devemos considerar a densidade
Egito de “joia do Nilo”. da terra. A terra da Palestina tem, aproxima-
damente, a dimensão do estado de Vermont,
nos Estados Unidos. No entanto, nessa área
comparativamente pequena, ocorre uma
coletânea impressionante de diferentes ca-
racterísticas físicas: a Palestina é uma terra
de contrastes em geografia, topografia,
clima e vegetação. Por exemplo, enquanto o
Mar Morto está aproximadamente a 1.300
INTRODUÇÃO E PANORAMA GERAL DO MUNDO BÍBLICO 19
1000 2820
500 1410
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-500 -1410 Aco
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DA ARÁBIA
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DE ZIM 0 10 20 30 40 mi
Petra
0 20 40 60 km
20 AT L A S B Í B L I C O PAT M O S
pés (400 m) abaixo do nível do mar, a cidade de Haifa, no norte da cidade de Tel Aviv/Jaffa, junto
Jerusalém está aproximadamente a 2.400 pés (730 ao rio Jarcom, ao sul. As suas características são de-
m) acima do nível do mar, embora esteja apenas a terminadas por três cordilheiras de arenito, chama-
14 milhas (23 km) do Mar Morto. Vamos examinar das Montes Kurka Ridges, que correm do sul para
as regiões geográficas da terra, do ocidente para o o norte. A área tem muitos rios pequenos, que tor-
oriente (veja o mapa 0-2, pág. 19). nam pantanosa grande parte da terra. A região não
tem portos naturais de água profunda. Assim, no
A Costa Mediterrânea período romano, Herodes, o Grande, construiu um
O litoral da Palestina contém poucas baías natu- porto artificial junto à planície de Sarom; ele deu-
rais. Os israelitas e outros habitantes da terra, na -lhe o nome de Cesareia, em honra ao seu patrono,
sua maioria, ignoravam a navegação; não eram co- César Augusto (veja foto 0-3). Assim, o Império
nhecidos pelas suas explorações marítimas. Os fe- Romano abriu o Mediterrâneo para o comércio
nícios, cuja terra ficava na costa norte da Palestina, pela navegação, e Cesareia tornou-se a principal
tornaram-se famosos pela sua navegação. Eles fun- porta para o Ocidente a partir da Palestina.
daram muitas colônias por todo o Mediterrâneo, A segunda área costeira é a Filístia, que se es-
incluindo Cartago, na costa do norte da África. tende desde Tel Aviv/Jaffa, no norte, até o ribeiro
O rei Salomão estabeleceu algum comércio pelo de Besor, ao sul de Gaza. Essa área é constituída
mar, mas foi a partir de Elate, nas costas do Mar principalmente de pastagens sem florestas. Essa foi
Vermelho, e não do Mar Mediterrâneo (1 Rs 9.26). a área de assentamento dos antigos filisteus, área
Josafá, rei de Judá, tentou montar uma frota em que incluiu a sua pentápolis (cinco principais cida-
Eziom-Geber para estabelecer o comércio com des), que eram Asdode, Asquelom, Ecrom, Gate
Társis, mas “os navios se quebraram e não puderam e Gaza.
ir a Társis” (2 Cr 20.37). A terceira e última região é a das terras cos-
A costa mediterrânea da Palestina pode ser teiras do Sinai. Essa é uma área semiárida com
dividida em três áreas. A primeira é a planície muitas dunas arenosas e pouca chuva. Durante
de Sarom, que se estende desde a atual cidade de toda a história, a sua população foi escassa. A sua
A Sefelá
Por 12 milhas [19 km] da costa mediterrâ-
nea, seguindo em direção ao oriente, está a
Shephelah, uma área de transição entre as
planícies junto à costa e os montes da região mon- dos filisteus, em um desses vales, o Vale de Elá (1
tanhosa central. Trata-se de uma região de montes Sm 17.1,2, ARA).
em que aparecem inúmeros e amplos vales, que pe-
netram a partir das planícies ocidentais (veja foto A Região Montanhosa Central
0-4). Na antiguidade, os largos vales tendiam a ser Para o leste da Shephelah, estão as terras montanhosas
áreas de trânsito e conflito entre os povos da região centrais (veja foto 0-5). Essa região montanhosa corre
montanhosa e os das planícies costeiras. Por exem- de norte a sul por aproximadamente 90 milhas (145
plo, parte da batalha entre os exércitos de Josué e km): ela começa na extremidade sul do vale de Jezreel,
os cinco reis dos amorreus ocorreu na Shephelah; perto do monte Gilboa, e continuapara o sul, em dire-
foi ali que o Sol parou no vale de Aijalom para que ção a Samaria e os montes de Gerizim e Ebal; dali, a re-
os exércitos israelitas pudessem ter tempo de der- gião prossegue para a Judeia, para a cidade de Hebrom.
rotar o inimigo ( Js 10.12). Sansão atingiu mil fi- Essas áreas montanhosas surgem rapidamente quando
listeus “com uma queixada de jumento” ( Jz 15.16) se viaja da área junto ao mar Mediterrâneo; desde o
num desses vales. Davi derrotou Golias, o gigante nível do mar, junto ao Mediterrâneo, até a cidade de
0-5. A Região Montanhosa da Palestina, que foi a principal área do assentamento israelita depois da conquista sob Josué.
22 AT L A S B Í B L I C O PAT M O S
Jerusalém, a terra eleva-se 2.400 pés (730 m) em meras norte do mar Morto, para o sul. O Vale do Jordão
35 milhas (56 km). pode ser dividido em quatro partes:
As regiões montanhosas centrais tiveram um 1. O Alto Jordão. O cume do monte Hermom
papel importante na história bíblica. Depois que está a 9.200 pés (3 km) acima do nível do mar.
Abraão entrou na terra de Canaã, fez a primeira pa- Normalmente, a neve cobre o topo desse monte.
rada em Siquém, nas montanhas do norte (Gn 12.6). Essa neve derretida, juntamente com as nascentes
Abraão e o seu sobrinho Ló estavam acampados en- de água fresca no pé do monte Hermom, alimen-
tre as cidades de Betel e Ai, na região montanhosa, tam a água do vale do Penhasco e formam os afluen-
quando decidiram separar-se e dividir a terra (13.3). tes do alto Rio Jordão. Esse rio corre para o sul até
Depois que se separaram, Abraão foi para a área de desaguar no mar da Galileia, perto da cidade de
Hebrom, nos montes do sul (v. 18). Abraão levou o Betsaida, a cidade do Novo Testamento.
seu filho Isaque para ser sacrificado no monte Moriá, O monte Hermom era considerado como o
que é identificado com Jerusalém, na região monta- ponto setentrional da Terra Prometida em diver-
nhosa central (Gn 22.2; cf. 2 Cr 3.1). Davi captu- sos textos bíblicos(veja Js 12.1). Essa região,no
rou a cidade de Jerusalém, comprou a eira de Ornã, entanto, era uma zona de fronteira nos tempos do
o jebuseu (1 Cr 21.18-27), e planejou a edificação do Antigo Testamento e tinha apenas duas cidades
Templo de Deus nesse lugar. Jerusalém tornou-se a importantes: Dã e Hazor. Hazor foi destruída na
capital do reino unido e do Reino do Sul, de Judá, campanha de Josué ao norte ( Js11.10,11). Salomão
depois da divisão. Jesus, o Filho de Deus, nasceu nos fez de Hazor uma das suas principais cidades de te-
montes do sul da Judeia. E, embora passasse grande souros (1 Rs 9.15). Jeroboão erigiu um dos seus be-
parte da sua vida na Galileia, Ele voltou aos mon- zerros de ouro na cidade de Dã (1 Rs 12.28-30).
tes próximos a Jerusalém para conduzir a sua obra As duas cidades receberam importantes escavações
e o seu ministério a um clímax. A sua crucificação, arqueológicas. No período do Novo Testamento,
morte e ressurreição ocorreram em Jerusalém. Ali, Pedro fez a sua famosa confissão de fé em Cesareia
Ele apareceu a muitos dos seus discípulos. E, do de Filipe, que está próxima a Dã (Mt 16.13-20).
cume do monte das Oliveiras, Ele ascendeu, em gló- 2. O Mar da Galileia. O mar da Galileia é,
ria, para assentar-se à direita do Pai. na realidade, um lago, com 13 milhas (20 km) de
Samaria, a capital do Reino do Norte de Israel, extensão e 8 milhas (13 km) de largura. A sua su-
estava situada nos montes de Samaria. Onri fun- perfície está a 680 pés (207 m) abaixo do nível do
dou a cidade na metade do século IX a.C., e o seu mar e, em certo ponto, atinge uma profundidade
filho Acabe tornou-a infame quando se casou com de 145 pés (45 m). No Antigo Testamento, era
Jezabel, a princesa de Tiro que adorava Baal (1 Rs chamado de mar de Quinerete e somente aparece
16.29-34). A Fenícia teve grande influência sobre em descrições de fronteiras (por exemplo, Js 12.3;
a cultura material do Reino do Norte, e o comér- 13.27). O mar da Galileia não tem um papel im-
cio entre as duas áreas era vigoroso. A sua influên- portante em nenhuma das narrativas do Antigo
cia religiosa pagã sobre Israel também foi enorme, Testamento. No período do Novo Testamento, o
e isso despertou a ira do profeta Elias (1 Rs 17,18). lago foi um cenário importante para o ministério
De acordo com os livros de 1 e 2 Reis, nem um rei de Jesus na Galileia. O ensinamento de Jesus, a sua
bom jamais reinou em Samaria. A cidade foi des- pregação e o seu ministério de cura concentraram-
truída pelo exército assírio em 722 a.C. -se principalmente nas costas norte e oeste do mar
e nas cidades de Betsaida (Mc 6.45), Corazim (Lc
O Vale do Penhasco 10.13), Cafarnaum (Mt 4.13) e Magdala (também
A leste das montanhas, está um precipício que chamada Magadã; 15.39). Vários dos discípulos de
conduz ao Vale do Penhasco, uma grande falha que Jesus eram pescadores dessas vilas ( Jo 1.44). Foi no
corre de norte a sul, desde a Ásia Menor, passando mar da Galileia que Jesus andou sobre as águas (Mc
pela África. Parte dessa grande falha da terra é o 6.45-52), e Ele aplacou uma tempestade quando
Vale do Jordão, que desce do monte Hermom, ao cruzava o lago em um barco (Mc 4.35-41).
INTRODUÇÃO E PANORAMA GERAL DO MUNDO BÍBLICO 23
3. O Baixo Jordão. O rio Jordão origina-se na Prometida cruzando o rio quando Deus milagro-
extremidade sul do mar da Galileia e flui para o sul samente o dividiu da mesma maneira como divi-
em direção ao mar Morto, uma distância de apro- dira o mar Vermelho ( Js 3.14-17). Posteriormente,
ximadamente 65 milhas (105 km). Nessa distância, o profeta Elias dividiu o rio e andou por ele e, de-
o rio desce cerca de 600 pés (185 m) em altitude. pois disso, foi levado ao céu em um redemoinho (2
Essa queda é, provavelmente, a razão para o nome Rs 2.6-14). Naamã, o comandante do exército sírio,
do rio: em hebraico, o nome “Jordão” quer dizer foi curado no rio Jordão (2 Rs 5.13,14). Nos tempos
“descendente”. Quando o rio chega ao seu fim, no do Novo Testamento, Jesus foi batizado por João
mar Morto, a sua descida é mais abrupta, cerca de Batista no rio Jordão (Mc 1.4-11), e ali João Batista 0-7. O Mar Morto, assim
chamado porque o seu elevado
40 pés por milha (12 m a cada 1,5 km), de modo profetizou que o tempo do Messias era chegado ( Jo conteúdo de sal torna-o inabitável
que a água entra no mar Morto. A superfície do mar 1.24-28). para qualquer vida marinha.
Morto está a 1.300 pés (400 m) abaixo do nível do
mar. O rio Jordão não é uma linha reta, desce o mar
da Galileia até o mar Morto; na verdade, ele per-
corre um curso tortuoso (veja foto 0-6) e não é am-
plo nem profundo. Embora as dimensões variem
de um ponto a outro,o rio tem uma média de cem
pés (30 m) de largura e sete a oito pés (aprox. 2 m)
de profundidade.
O Baixo Rio Jordão era a fronteira orien-
talda Terra Prometida nos tempos do Antigo
Testamento. Os israelitas entraram na Terra
0-6. O Vale do Rio Jordão. Ele faz parte do Vale do Penhasco, mais amplo, que se estende desde o Mar da Galileia, no norte, para a África, no sul.
24 AT L A S B Í B L I C O PAT M O S
2. Gileade. Gileade está localizada a leste do Moabe, convocou Balaão, o profeta, para que pro-
rio Jordão entre o rio Jarmuque, no norte, e o rio ferisse uma maldição contra os israelitas no seu
Jaboque, no sul. Na antiguidade, a região era co- acampamento (Nm 22-24). Os hebreus caíram nos
nhecida pela sua produção agrícola e, especifica- costumes idólatras dos moabitas antes da sua en-
mente, as suas especiarias e os seus remédios (Gn trada na Terra Prometida (Nm 25.1-9). Durante o
37.25; Jr 46.11). A sua reputação gerou a expressão período dos Juízes, Noemi e a sua família consegui-
“Porventura, não há unguento em Gileade?” ( Jr ram sobreviver em Moabe, quando a terra de Israel
8.22). A meia tribo de Manassés assentou-se ali, sofria fome (Rt 1). No século IX a.C, Mesa, rei de
bem como em Basã. Ali tiveram lugar vários even- Moabe, enviou tributo de cem mil cordeiros e cem
tos bíblicos, particularmente durante o período da mil carneiros a Acabe, o rei de Israel. No entanto,
monarquia unida. Em 1 Samuel 11, Saul resgatou depois da morte de Acabe, Mesa rebelou-se contra
a cidade de Jabes-Gileade dos amonitas invasores. Israel (2 Rs 3.4,5). Esse incidente também foi regis-
Posteriormente, os homens de Jabes-Gileade resga- trado pelos moabitas na Pedra Moabita.
taram os corpos de Saul e Jônatas de trás dos mu- 5. Edom. A área principal do assentamento
ros de Bete-Seã e sepultaram-nos na sua cidade (1 edomita estava ao sul do ribeiro de Zerede em
Sm 31.11-13). Por fim, Davi recuperou os corpos de um desfiladeiro elevado e estreito com 75 milhas
Jabes-Gileade e mandou que fossem sepultados na (120 km) de extensão e poucas milhas de largura.
terra de Benjamim (2 Sm 21.12-14). No lado oriental do desfiladeiro, está o deserto,
3. Amom. A terra dos amonitas está localizada e, no lado ocidental, está Arabá, a região escar-
ao sul do rio Jaboque no lado oriental do rio Jordão. pada e extremamente árida ao sul do mar Morto.
É difícil definir osseus limites exatos, porque o terri- Os edomitas eram principalmente seminôma-
tório ou se expandia ou se contraía continuamente, des e desenvolveram uma vasta rede de comér-
dependendo do poder militar dos amonitas. A ca- cio pelo deserto. Quando Israel tentou cruzar o
pital de Amom era Rabá (atualmente Amã, na território de Edom, os edomitas recusaram-se a
Jordânia), situada junto à nascente que alimentava conceder-lhes passagem (Nm 20.14-21). Os edo-
o rio Jaboque. A área da cidade era facilmente defen- mitas também ajudaram os babilônios quando
dida graças aos seus profundos vales e ao acesso fácil estes destruíram Jerusalém em 586 a.C.; eles
a fontes de água. Os amonitas opuseram-se à pene- capturaram judeus fugitivos e entregaram-nos
tração de Israel na Transjordânia durante o êxodo, aos babilônios. Obadias profetizou que os edo-
mas os israelitas conquistaram a terra entre os rios mitas seriam recompensados pelos maus tratos
Jaboque e Arnom, que pertencia a Seom (Nm 21.21- aos israelitas, e, depois de cem anos da profecia,
30). A parte setentrional da terra, entre os dois rios, Edom estava em ruínas.
foi povoada pela tribo de Gade, e a parte meridio- Consideremos agora as várias regiões da terra
nal, pela tribo de Rúben. Houve muito conflito en- da Palestina, do norte para o sul.
tre Israel e Amom depois da conquista e do assen-
tamento (veja, por exemplo, Jz 11; 1 Sm 11; 2 Sm Galileia
10.1-5). A Galileia consiste de vales e cordilheiras que se al-
4. Moabe. O coração do território de Moabe ternam, indo de leste a oeste. Ela pode ser dividida
estava ao sul do rio Arnom. Esse território recebe em duas regiões:
pouca chuva, e, na antiguidade, a sua economia ba- 1. Alta Galileia ou Galileia do Norte. Essa
sicamente se resumia ao pastoreio. Na sua viagem área tem um terreno acidentado e montanhoso,
à Terra Prometida, Israel passou por Moabe e não com os cumes atingindo 4.000 pés (1,2 km) ou
enfrentou nenhuma oposição militar dos moabitas; até mais. A Alta Galileia foi, nos tempos antigos,
parece que os moabitas estavam militarmente fra- uma zona de fronteira, que acomodava uma escassa
cos na ocasião, e qualquer terra que tivessem pos- população. A região foiconquistada por Josué du-
suído ao norte do Arnom havia sido capturada por rante a campanha do norte ( Js 11.6-15). Ela foi po-
Seom (Nm 21.26). No entanto, Balaque, o rei de voada pelas tribos de Dã e Naftali. Poucas cidades
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de importância estavam localizadas ali na antigui- da Judeia, na região montanhosa central. Os mon-
dade, com a exceção de Dã e Hazor. tes servem como barreira para a chuva, continuando
2. Baixa Galileia ou Galileia do Sul. O terreno rumo ao leste, e, assim, há uma drástica diminui-
dessa região é menos imponente que o da Alta Galileia; ção nas chuvas nas encostas orientais dos montes da
aqui, os montes alcançavam apenas 2.000 pés (0,6 Judeia. Além disso, a cobertura do terreno das encos-
km). Diversos vales correm de leste a oeste pela área tas orientais é de pedra calcária senoniana, que não
(veja foto 0-8) permitindo o trânsito e o transporte retém a umidade. Essa área é um deserto de colinas
fáceis. A Galileia do Sul contém a maior área de vales estéreis (veja foto 0-10). Toda a água disponível nesse
férteis de toda a Palestina, incluindo o exuberante Vale deserto vem de wadis, leitos de riachos sazonais que
de Jezreel. Depois da captura inicial dessa área pelos trazem a água da chuva do inverno para a região (veja
exércitos israelitas durante a conquista, ela veio a gerar foto 0-9). Particularmente digno de nota é o Wadi
grande disputa e conflitos entre Israel e os cananeus. Qelt, que corre paralelamente à antiga estrada de
Esse conflito é celebrado no Cântico de Débora (Jz Jerusalém a Jericó. Ainda hoje, nômades do deserto
5.1-31). Uma miríade de eventos bíblicos ocorreu chamados beduínos viajam pelo deserto da Judeia em
nessa área durante o período do Novo Testamento: busca de alimento e água para os seus rebanhos.
o anúncio que o anjo fez a Maria a respeito do nasci- Dois eventos importantes no início da vida de
mento de Jesus em “uma cidade da Galileia, chamada Jesus estavam associados ao deserto da Judeia. O pri-
Nazaré” (Lc 1.26), e Jesus pregou pela primeira vez na meiro evento foi o seu batismo. A Palavra de Deus
sinagoga dessa cidade (Lc 4.15-21). O primeiro mila- veio a João Batista “no deserto”, e ele “percorreu toda
gre registrado de Jesus ocorreu em um casamento em a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de
Caná “da Galileia” (Jo 2.1-11). Ele ressuscitou o filho arrependimento, para o perdão dos pecados” (Lc
de uma viúva em Naim (Lc 7.11-17). 3.2,3). Jesus veio a João Batista no deserto e ali foi
batizado como uma forma de identificar-se com o
O Deserto da Judeia seu povo na sua necessidade de purificaçãodo pe-
Os ventos do inverno trazem a chuva do mar cado. Imediatamente depois do seu batismo, Jesus foi
Mediterrâneo às encostas ocidentais dos montes conduzido pelo Espírito Santo “ao deserto” para ser