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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DISCIPLINA: BOTÂNICA ECONOMICA
DOCENTE: MARIA LENISE SILVA GUEDES
DICENTE: SUZANA CASAES DE JESUS TEODORO

Euterpe oleracea
Mart.

Salvador/bahia
2023
CLASSIFICAÇÃO:

Reino: Plantae
Filo/Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Gênero: Euterpe
Espécie: Euterpe oleracea Mart.

Imagem 1: Euterpe oleracea Mart. Imagem 2: Euterpe oleracea Mart.

Fonte: Embrapa Fonte: Embrapa

ORIGEM:

O açaizeiro ou palmeira-açaí (Euterpe oleracea) é uma planta nativa da região


amazônica, que abrange, além do Brasil, a Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas e
Peru.

Imagem 3: bioma Amazônia

Fonte: www.bbc.com

Mesmo sendo um fruto característico da Região Norte do Brasil, o açaí se populari-


zou nacionalmente e é utilizado de diversas formas na culinária brasileira, já que possui
muitas qualidades nutricionais e sensoriais.
HISTÓRIA:
Imagem 5: açaí
Imagem 4: Iaçã Uma lenda Tupi para a origem do
açaí conta que uma tribo sofria de fome
e, para evitar que surgissem novas
bocas para alimentar, o cacique
ordenou que todo recém-nascido fosse
morto. Quando a filha do líder, Iaçã,
teve seu bebê sacrificado, chorou por
dias e pediu a Tupã por outra forma de
salvar o povo. Uma noite, ela escutou
o pranto de um bebê e viu sua filha sob
uma palmeira. Fonte: nexojornal
Fonte: nexojornal.

Quando foi abraçá-la, a criança desapareceu de seus braços e Iaçã chorou até a
morte. No dia seguinte, a tribo encontrou seu corpo agarrado ao caule da planta, que
agora tinha frutos escuros e pequenos como os olhos da mulher, e que serviria para
alimentar o povo, não precisando matar mais crianças.

CARACTERISTICAS:

O açaí é uma palmeira originária da Amazônia, pode atingir 25 metros de altura. Faz
parte da família das palmeiras, junto com palmito-juçara, pupunha, coqueiro e buriti, que
produz um fruto bacáceo de cor roxa, muito utilizado na confecção de alimentos e
bebidas. A palmeira do açaí é por vezes confundida, no estado do Pará, com a palmeira
juçara, embora juçara seja outro tipo de palmeira, que dá palmito de excelente
qualidade.
Cada estipe é fino e elegante, atingindo cerca de 14 cm de diâmetro, com córtex de
cor acinzentada e palmito alongado e comestível, recoberto pelas bainhas foliares, de
cor verde azulada. Do topo do palmito surgem as folhas, pinadas, glabras e pendentes,
com aproximadamente um metro de comprimento. As plantas jovens apresentam folhas
bífidas e a medida que crescem vão sendo substituídas por folhas pinadas adultas.

Imagem 6: inflorescência do Euterpe oleracea Mart.

fonte: flickr.com
A inflorescência é ereta a pendente, em panícula, com numerosas e diminutas flores
amarronzadas. Os açaizeiros são plantas altamente dependentes da polinização dos
insetos e a floresta proporciona uma diversidade incrível desses visitantes.

FRUTOS E POLPA:

Imagem 7: fruto do Euterpe oleracea Mart. Imagem 8: fruto do Euterpe oleracea Mart.

Fonte: nossacasa.net fonte:researchgate.net

O fruto do açaizeiro é uma drupa globosa ou levemente depressa, com diâmetro


variando entre 1 cm e 2 cm e peso médio de 1,5 g. Quando maduro, pode apresentar
coloração violácea ou verde, dependendo do tipo. O mesocarpo pouco polposo
apresenta cerca de 1 mm de espessura, envolvendo um endocarpo volumoso e duro
que acompanha, aproximadamente, a forma do fruto e contém, em seu interior, uma
semente com embrião diminuto e endosperma abundante e ruminado. No entanto,
podem ser encontrados frutos com mais de um embrião.
A parte comestível do fruto é constituída pelo epicarpo e mesocarpo, representando
em média, 26,54% do seu peso. Mas há variações acentuadas, principalmente, em
virtude do genótipo. A maior parte do fruto é representada pelo caroço ou endocarpo, o
qual contém, em seu interior, uma semente com eixo embrionário diminuto e tecido de
reserva rico em lipídios. Os frutos que se seguem são drupas globosas, de casca e
polpa roxa escura a preta quando maduros, polpa suculenta, e semente única e dura.
Estes frutos podem ser consumidos in natura, embora seja muito mais frequente sua
utilização na forma de polpa congelada, na criação de nutritivas e saborosas
preparações, que vão de sucos, sorbets, mingaus com farinha ou tapioca, molhos,
vinhos, geleias etc.

GERMINAÇÃO:

O processo germinativo é relativamente rápido, porém desuniforme, iniciando-se a


emergência das plântulas 22 dias após a semeadura e finalizando-se aos 48 dias,
quando as sementes são semeadas logo após a remoção da polpa. No
acompanhamento germinativo de sementes recém-colhidas de 25 progênies de
açaizeiro desejáveis para a produção de frutos, foi constatada a variação de 17 a 28
dias para o início da germinação e de 33 a 60 dias para o término, com a porcentagem
de germinação variando de 79% a 97,3%. A redução do grau de umidade, mesmo para
níveis ainda altos, implica em comprometimento na porcentagem e no retardamento da
germinação (Figura 1). Quando o grau de umidade é reduzido para valor em torno de
14,0%, as sementes perdem complemente a capacidade de germinação.
CURIOSIDADE 1:

Imagem 9: Visita de abelha na inflorescência do Euterpe oleracea Mart.

A produção de frutos das palmeiras


de açaí dispersas na floresta são, em
média, 25% superior daquelas que
estão plantadas em monocultivo, a
razão disto é que os açaizeiros são
plantas altamente dependentes da
polinização dos insetos e a floresta
proporciona uma diversidade incrível
desses visitantes.

Fonte: Embrapa

• Nos cultivos isolados, a presença das abelhas nativas, um dos polinizadores


consagrados, é menor, elas preferem ambientes com maior variedade de floração
para garantir a diversidade de recursos ao longo do ano, e isso é mais uma evidência
dos serviços ecossistêmicos proporcionados pela biodiversidade.
• Estes resultados foram encontrados pelos pesquisadores da EMBRAPA Amazônia
Oriental, Universidade Federal do Pará entre outras instituições.
• Abelhas, moscas, besouros e vespas estão entre os principais grupos de visitantes
das flores de açaí.
• Porém, considerando a frequência dos visitantes das flores da palmeira do açaí,
sobressaiu-se a diferença da presença das abelhas nativas nas áreas de manejo
intensivo e extensivo.
• As abelhas são polinizadoras natas haja vista a forte dependência pelos recursos
das flores: pólen e néctar.
• O produtor, querendo tornar a área mais produtiva, elimina espécies arbóreas
achando que tendo mais açaízeiros terá mais produção, no entanto, nas áreas de
açaizais nativos com manejo de alto impacto, onde restou apenas as palmeiras de
açaí, a quantidade e diversidade de polinizadores é menor. Em razão disto, a
produção de frutos também diminui, pois a polinização das flores do açaí é altamente
dependente do serviço prestado pelos insetos.

CURIOSIDADE 2 – SOLUÇÃO POLÊMICA:


Imagem 10: juçara, açaí e híbrido
A palmeira do açaí é muito confundida, no estado
do Pará, com a palmeira juçara, que é conhecida por
ter um palmito de excelente qualidade. Nativa da
Mata Atlântica, a palmeira juçara originalmente não
tem contato com a palmeira açaí, da Amazônia, po-
rém foram realizadas experiências de hibridização
no início na década de 1980 com o intuito de juntar
as características de um bom palmito da juçara com
vários troncos como o açaí, não sendo necessário
matar a planta para extrair o palmito. ......................
. Fonte: oimparcial.com
.
As palmeiras das duas espécies foram plantadas lado a lado. Uma criação de abe-
lhas foi usada para a polinização. Após anos de espera, a flor do açaí recebeu o pólen
da juçara. O resultado foi uma palmeira híbrida, em tese, sem sementes. O híbrido tem
um palmito semelhante ao da juçara, mas nasce em vários troncos, como o açaí. A
extração do palmito pode ser feita sem matar a árvore. A ideia era que o híbrido diminu-
ísse o corte ilegal de juçara, substituindo seu palmito no mercado. Mas, para muitos
cientistas, ele poderá invadir o espaço da planta nativa no ecossistema.

Imagem 11: Palmito da juçara e palmito do hibrido

Fonte: oimparcial.com

PRAGAS

Dentre os fatores que comprometem a produção racional do açaizeiro, pode ser


destacada a ocorrência de insetos. Com a expansão de cultivos comerciais na Região
Norte do Brasil, os problemas causados por esses organismos têm surgido com maior
evidência e aumentado a preocupação quanto aos prejuízos que vêm causando ao
açaizeiro. Diversos insetos são capazes de atacar o açaizeiro, desde a fase de
sementeira até o plantio adulto. As pragas que atacam o açaizeiro ainda são pouco
conhecidas, fato que dá importância às informações sobre o assunto. Principais pragas:

a) Cerataphis lataniae Boisudval, 1867 (Heteroptera: Aphididae). Conhecida como


o pulgão-preto-do-coqueiro, ataca mais intensamente o açaizeiro no viveiro e
durante os 3 primeiros anos de vida no campo.
• Descrição: Esse pulgão tem o formato circular, mede cerca de 2 mm de diâmetro,
tem a coloração quase preta e locomoção lenta, podendo ser de forma alada ou
sem asas. Excreta uma substância adocicada que atrai vespas, moscas e,
principalmente, formigas, que impedem a presença de inimigos naturais dessa
praga. Ataca, preferencialmente, a flecha da palmeira e a inserção das folhas
jovens ao estipe.
• Ocorrência: No Brasil, ocorre nos Estados do Amazonas, Bahia, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e São Paulo.
• Sintomas: Esse inseto provoca o atraso no desenvolvimento das mudas do
açaizeiro, tornando-as raquíticas e com as folhas amareladas, por causa da
seiva que tanto as ninfas como os adultos sugam para se alimentarem.
• Controle: No viveiro, o controle é feito separando as mudas atacadas das sadias
e os insetos retirados manualmente com auxílio de um pano umedecido em
água. As mudas atacadas são mantidas isoladas fora do viveiro e observadas,
por cerca de 10 dias, até que haja a certeza de que a praga foi eliminada, quando
então poderão retornar ao viveiro. Ainda não existe um método de controle dessa
praga no campo, por isso, deve haver o cuidado de não levar mudas atacadas
para o plantio definitivo.

b) Alleurodicus cocois (Curtis, 1846) (Heteroptera: Alyrodiae). Conhecida por


mosca branca causa maior dano ao açaizeiro no viveiro, mas pode atacar essa
palmácea nos primeiros anos de vida no campo.
• Descrição: O adulto se assemelha a uma pequena mosca, tem a cor branca,
mede cerca de 2mm de comprimento por 4mm de envergadura, possui 4 asas
membranosas e cobertas por uma secreção pulverulenta. As ninfas medem
cerca de 1mm de comprimento, têm coloração amarelada, rodeada de
serosidade branca e vivem na face inferior da folha, onde excretam uma
substância adocicada, proporcionando o aparecimento de formigas e do fungo
fumagina. As ninfas e os adultos formam colônias e, na maioria das vezes,
ocupam toda a área dos folíolos.
• Ocorrência: A mosca branca ataca um grande número de fruteiras e diversas
palmeiras. É encontra de Norte ao Sul do Brasil .
• Sintomas: Por se alimentar da seiva, torna a planta amarelada, debilitada e
depois clorótica, atrasando o desenvolvimento e a produção, podendo causar a
morte do açaizeiro no caso de ataque severo. Esse inseto favorece o
aparecimento do fungo fumagina, que provoca a diminuição na fotossíntese da
planta.
• Controle: Tanto no viveiro como no campo, as medidas de controle são as
mesmas propostas para C. lataniae.

c) Rhynchophorus palmarum Linnaeus, 1746 (Coleóptera: Curculionidae).


Conhecida por broca-do-olho-do-coqueiro, bicudo e broca-do-coqueiro (Fig. 24),
ataca o açaizeiro, no campo, a partir dos 3 anos de idade, quando as plantas estão
com o estipe suficientemente desenvolvido. Além do açaizeiro, essa praga ataca
outras palmeiras, principalmente o coqueiro e o dendezeiro.
• Descrição: Essa praga possui hábito diurno e, pelo seu tamanho, é facilmente
vista voando dentro de plantações atacadas. A larva, completamente
desenvolvida, mede 75 mm de comprimento por 25 mm de largura, possui corpo
recurvado de coloração branco-cremosa. A pupa tem a coloração amarelada,
onde é possível observar todos os membros do besouro adulto. O adulto recém
emergido, depois de algumas horas, começa a voar à procura de fêmea para
acasalar e uma palmeira para se alimentar. O adulto vive de 45 a 60 dias e as
fêmeas põem, em média, 250 ovos durante o seu ciclo de vida. Na fase adulta é
um besouro de cor preto-aveludada, medindo, em média, 5cm de comprimento,
sendo possível observar machos e fêmeas em constantes acasalamentos, tanto
no campo como sob condições de laboratório
• Ocorrência: O gênero Rhynchophorus é encontrado disperso por todo o Brasil.
• Sintomas: O açaizeiro atacado apresenta porte reduzido, folhas mais curtas e
amareladas, com o pecíolo bronzeado, redução do número de folhas, redução
ou ausência de cachos, inflorescências abortadas e estipe com furos
enegrecidos junto à região da coroa. Quando o açaizeiro está muito atacado, as
folhas mais jovens são mais curtas e não se abrem completamente, tomando o
formato de uma vassoura. Essa praga além de fazer enormes galerias no estipe
e na região da coroa foliar, bloqueando a passagem dos nutrientes, provocando
o enfraquecimento ou até a morte da planta, propicia a entrada de
microrganismos como fungos, bactérias e vírus, ou insetos secundários capazes
de provocar novos danos. Além disso, é o vetor do nematóide causador, nas
palmáceas, da doença conhecida por “anel-vermelho”.
• Controle: As plantas decadentes ou mortas, que são focos e servem de criadouro
para a broca-do-coqueiro, quando eliminadas concorrem para a redução da
ocorrência dessa praga. Também devem ser evitados ferimentos mecânicos
acentuados durante a colheita dos cachos, para que os adultos não sejam
atraídos pela seiva exudada. Os estipes eliminados são cortados em pedaços e
queimados fora da plantação.

DOENÇAS:

Alguns microrganismos (especialmente, fungos e bactérias) podem ocasionar


problemas ao açaizeiro, principalmente, em mudas ambientais. Fungos, como é o caso
da antracnose (Colletotrichum gloeosporoides ), do carvão ( Curvularia sp ) e da
helmintosporiose ( Drechslera sp ), têm sido registrados em viveiros de produção de
mudas. O primeiro é o mais frequente, causando perdas de até 70% de mudas. A
ocorrência de doenças está muito relacionada com a condição de manejo,
especialmente em plantas mal nutridas, em locais com excesso de água nas mudas ou
em viveiro com encharcamento e mudas muito adensadas.
Para o controle da antracnose, as mudas e plantas jovens devem ser mantidas com
a adubação em dia e bem espaçadas, para permitir uma boa ventilação, especialmente
no viveiro, afastadas uma das outras em pelo menos 10 cm. Caso esse procedimento
não resolva, fazer pulverizações com os seguintes fungicidas: ziram ou captam ou
thiram a 0,2% do produto comercial, em intervalos quinzenais. No entanto, tais produtos
ainda não foram registrados no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para uso
no açaizeiro. Fungicidas à base de cobre não devem ser recomendados, pois podem
causar fitotoxidez. Nas demais, recomenda-se um bom manejo: mudas adubadas, bem
arejadas, evitando excesso de umidade.
Alguns distúrbios, provavelmente de origem fisiológica, têm sido constatados em
açaizeiros, como a rachadura do estipe e dificuldade na abertura da inflorescência, com
aspecto pendente, no início do ciclo produtivo. A rachadura caracteriza-se por uma ou
mais fendas longitudinais que surgem nos estipes de comprimento em torno de 0,70 m,
as quais se prolongam com o passar do tempo. Essas rachaduras servem de entrada
para fungos saprofíticos, que ocasionam o apodrecimento e o tombamento do estipe.
No caso do ramo florífero, tanto espatas recém-lançadas como próximas da abertura
podem apresentar um aspecto de enfraquecimento no pedúnculo e no ráquis da
inflorescência, ficando pendente. Em ambos os casos, o ramo florífero fica
comprometido e a frutificação não ocorre. Deve-se então, eliminar os ramos floríferos
que apresentarem esses sintomas e fazer uma boa irrigação e adubação.
Sintomas frequentes, de encurtamento e enrugamento de folhas e folíolos, observa-
dos em plantas jovens e adultas não estão associados às doenças e sim relacionados
com deficiência nutricional, principalmente de boro, e devem ser corrigidos com a apli-
cação de adubo (bórax) na dosagem recomendada no rótulo do produto.

ESTATÍSTICA DE PRODUÇÃO:

Fonte: nexojornal

O estado do Pará produz cerca de 820 mil toneladas de açaí ao ano, corresponde a
85% da produção nacional, tornando-se o maior produtor do país.

Fonte: nexojornal
A maior parte do fruto permanece no estado: 60% é consumido na região, 30% é
transportado para outros estados brasileiros e, 10% exportado rumo ao exterior.

EXPORTAÇÃO:

Com o reconhecimento do açaí como um fruto com elevado poder energético e


vitamínico os mercados nacional e internacional despertaram seu interesse pela fruta,
promovendo assim um aumento da demanda, que segundo o plano estratégico Pará
2030 a exportação tem tido um crescimento médio de 13% ao ano[28]. Tendo em vista
a defasagem natural da oferta uma consequência clara desse aumento do consumo do
açaí é sua elevação de preço.

Porém quantificar o comércio exterior do açaí paraense é uma tarefa difícil pelo fato
de que os registros das exportações são feitos junto com outras frutas e sucos de frutas.
Ao se comparar os dados do total exportado de polpa de açaí da SEDAP e CONAB do
ano de 2016 com os dados do MDIC de 2017 referente ao total de frutas e sucos de
frutas exportadas pelo estado, chegasse à média de que a polpa do açaí corresponde
a 87% da quantidade exportada.

No ano de 2005 as exportações tiveram por destino apenas seis países sendo os
principais importadores os Estados Unidos e Japão. Já em 2016, tivemos um aumento
da exportação para um total de 33 países. Entretanto o volume exportado ainda é
pequeno correspondendo a apenas a 10% da produção estadual, segundo a CONAB
2013, sendo 30% enviados para outros estados brasileiros e 60% consumidos dentro
do próprio Pará.

No mercado a polpa da fruta é o líder de exportação sendo responsável por 97%, porém
outro produto que vem ganhando destaque é o mix, uma mistura de açaí com banana e
guaraná, que em 2014 representava 0,2% e passou a 3% do volume
comercializado.[carece de fontes] Diante desse cenário podemos perceber que o açaí
é um produto regional amazônico com demanda crescente nacionalmente e no exterior,
sendo prospectada uma produção de até 1,5 milhões de toneladas para 2030 pelo plano
estratégico do estado.

SETOR DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS

• Açaí pasteurizado, Barra de Cereal, Batida, Chiclete, Chocolate, Creme, Energético,


Picolé, Pó, Polpa, Sorvete, Suco, Tequila, Vinho, Vodca, Sucos, Geleias, Bombons,
Pudins, Doces, Cremes, Tortas, etc.
Fonte: bibliotecas.sebrae

SETOR DE COSMÉTICO

• Shampoo, Condicionador, Hidratante para cabelos, hidratante para pele, Esfoliante,


Sabonete, Esmalte, Óleo para cabelo, Batom, Hidratante para lábios.

Fonte: bibliotecas.sebrae

SETOR DE FÁRMACO

• Vitaminas e suplementos. Além do uso da fruta o no processo de verticalização da


produção temos também o potencial gerado pelos subprodutos do açaí que tem
como base os caroços que são descartados na obtenção da polpa do açaí.
Esse descarte do caroço corresponde em média a 83% do volume da fruta que pode
ser empregado para a criação de combustível de biomassa verde, que tem diversas
formas de utilização, tais como geração de energia elétrica, mecânica e gás
combustível; sendo um substituto do carvão. Outra finalidade para esse resíduo é a
potencial como adubo feito a partir do processo de compostagem da matéria orgânica
assim como a produção de fitoterápicos e ração animal.
Fonte: bibliotecas.sebrae

ÓLEO DE AÇAÍ

O óleo de açaí tem uma coloração verde-escura, de odor pouco agradável logo após
sua extração e possui um sabor que lembra o da bacaba.
Quando o óleo passa pelo processo de refinação, torna-se de sabor e odor agradá-
veis como os de bacaba e patauá.
O óleo do açaí é bastante usado tanto para fins culinários quanto para o uso
cosmético. Enquanto condimento alimentício é bastante usado para temperar saladas.
Seu uso cosmético é empregado para a produção de shampoos e cremes capilares,
além de sabonetes e cremes hidratantes para o corpo. Possui alta concentração de
antioxidante, 33 vezes mais do que a uva; rico em ácidos graxos essenciais.

Composição dos ácidos graxos do óleo de açaí

Fonte: akasadoacai

IMPACTOS AMBIENTAIS

Pesquisas tem indicado redução de espécies de árvores típicas de várzea em áreas


onde ocorrem monoculturas do açaí, como o jatobá, a sumaúma e o cedro, em razão
da derrubada das espécies para o seu cultivo. Alguns dos impactos provocados pela
redução da biodiversidade são o aumento da acidez do solo e problemas na polinização
de espécies (incluindo o açaí) pela redução de colmeias.
A produção de açaí gerava impactos negativos no meio ambiente de forma indireta
e direta. Na cidade de Belém do Pará, o processo de bater o acai para extração do suco
(máquina despolpadeira) resulta em uma quantidade de resíduos que eram, na sua
maioria, jogadas ao ar livre em vias e logradouros públicos irregularmente por
carroceiros. Segundo estimativa da "Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de
Belém e Região Metropolitana", em 2019 a cidade Belém e seus distritos, a atividade
dos batedores de açaí gerava em média 350 toneladas de caroços diariamente, sendo
que na época de safra do fruto, de agosto a dezembro, este volume aumenta
consideravelmente. Que geravam diversos problemas para a população local, desde
problemas de saúde resultado do ressecamento e poeira liberados por eles até
acidentes vista que os caroços podem atrapalhar a mobilidade da população resultando
em quedas.
REFERÊNCIAS:

• Açaí (Euterpe oleracea). Disponível em:


<https://brasilecola.uol.com.br/saude/acai-1.htm>. Acesso em: 27 jun.
2023.

• Açaí ou Juçara: descubra as diferenças. Disponível em:


<https://oimparcial.com.br/noticias/2017/10/acai-ou-jucara-descubra-as-
diferencas/>.

• Açaí: origem, benefícios e como consumir. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/acai.htm>.

• ADMIN. Açaizeiro | Agroecologia e Bem Viver. Disponível em: <http://nos-


sacasa.net/nossosriachos/agroecologia/acaizeiro/>.

• CASTRO, P. D. DE. Produção de açaí é 25% maior em floresta - BPBES.


Disponível em: <https://www.bpbes.net.br/producao-de-acai-e-25-maior-
em-floresta/>. Acesso em: 27 jun. 2023.

• DOS, C. espécie de planta. Disponível em: <https://pt.wikipe-


dia.org/wiki/A%C3%A7a%C3%AD#cite_note-23>. Acesso em: 27 jun. 2023.

• Estimativas de produtividade - Portal Embrapa. Disponível em:


<https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/culti-
vos/acai/producao/estimativas-de-produtividade>.

• HEMERLY, G. Nexo Jornal. Disponível em:


<https://www.nexojornal.com.br/grafico/2023/03/27/Qual-a-origem-do-
a%C3%A7a%C3%AD.-E-onde-o-fruto-%C3%A9-produzido>.

• https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRO-
NUS/bds/bds.nsf/9f56e28eb2f2bb90496a1a44becc47ad/$File/5829.pdf

• https://www.researchgate.net/figure/Figura-314-Anatomia-do-fruto-do-
acaizeiro_fig3_337708902
• JÚLIO. Flor de açaí. Disponível em:
<https://www.flickr.com/photos/jrecchia/4239148604>. Acesso em: 27
jun. 2023.

• LAMEIRA, O. et al. Sistemas de Produção 4. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/125409/1/SISTE
MA-PROD-4-ONLINE-.pdf>.

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