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Curso de Direito

Estágio Curricular Obrigatório


Eixo III – Práticas Processuais

DIREITO CIVIL

Peça Prático-Profissional

Enunciado

Em 25 de fevereiro de 2019, Mariana Pereira, enfermeira do PSF de Aracaju / SE, cidade na


qual reside desde o ano de 2018, firmou com empresa RR financeira, na referida cidade, um
contrato de financiamento de veículo por meio do qual ela se comprometia a pagar 25
parcelas de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) em troca de um financiamento para
aquisição de um veículo de passeio. A enfermeira, tão logo recebeu o empréstimo, cumpriu
rigorosamente a sua obrigação mensal de pagar as parcelas na data estipulada para cada
vencimento.

Ocorre que, em 30 de março de 2020, depois de pagar 12 (doze) parcelas de seu empréstimo,
a enfermeira, por pertencer ao grupo de risco para a COVID 19, foi afastada do trabalho, sem
remuneração, já que prestava serviço para uma cooperativa de profissionais de saúde que
atuava em parceria com o município de Aracaju, e por decisão unânime da mesa diretora da
instituição, todos os profissionais do “grupo de risco” deveriam ser afastado até que houvesse
uma situação de segurança para o retorno dos funcionários, o que impossibilitou Mariana de
continuar pagando as prestações do referido empréstimo.

Em 5 de maio de 2020, após sucessivas notificações de atraso, que gerou o consequente


vencimento antecipado da dívida, a empresa RR Financeira ajuizou, perante a 5ª Vara Cível da
comarca de Aracaju, uma execução contra Mariana, no valor de R$ 150.000,00 (cento e
cinquenta mil reais), valor este que era composto pelo vencimento antecipado da dívida e das
multas pelo inadimplemento das obrigações. Além disso, a exequente indicava a penhora dos
móveis do apartamento em que Mariana reside, na capital sergipana, mesmo que não
houvesse, entre estes móveis, obras de arte, adornos suntuosos, bens de elevado valor ou que
ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida, e que
correspondem aos únicos bens que a devedora possui, uma vez que o automóvel adquirido
com o financiamento objeto da execução, possui um valor de mercado menor que o valor
total da dívida.
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Eixo III – Práticas Processuais

Em 15 de maio de 2020, sexta-feira, foi exarada uma decisão judicial que determinou a citação
de Mariana e uma posterior análise do pedido de penhora. No dia 20 de maio de 2020, quarta-
feira, a enfermeira recebeu a visita de um oficial de justiça com um mandado de citação, o
que lhe provocou revolta e desespero ao perceber que o valor da execução era maior que o
dobro do valor total do contrato por ela assinado, e que a exequente nem sequer estava
descontando o valor das 12 (doze) parcelas pagas até o momento do inadimplemento. O
referido mandado de citação, devidamente cumprido, foi juntado aos autos no dia 22 de maio
de 2021, sexta-feira.

Desesperada, Mariana procura o seu escritório de advocacia para defendê-la, informando que
sua dívida é de apenas R$ 30.000,00 (trinta mil reais), já inclusos os encargos contratuais e
multas por inadimplemento, conforme tabela anexa ao próprio contrato por ela assinado.

Na qualidade de advogado(a) de Mariana, elabore a peça processual cabível para impedir que
sua cliente seja obrigada a pagar um valor exorbitante ao contratado. Na ocasião, você deve
indicar o meio jurídico capaz de impedir a penhora dos seus móveis, indicando os
fundamentos jurídicos e legais cabíveis. A peça deverá ser protocolada no último dia do prazo.
Considere, para a contagem do prazo, que não houve qualquer interrupção dos prazos
processuais em decorrência da pandemia de COVID-19 e que Mariana te procurou no mesmo
dia em que o mando foi juntado aos autos.

Obs.: a peça deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para
dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não será avaliada.

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