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25 - Pedido de busca e penhora de recebíveis que o executado tenha junto a

intermediadores de pagamento através de Registradores


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA
__________________.

Processo n. º ___________________________

NOME DO EXEQUENTE, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de V.


Exª., por intermédio do seu advogado ao final subscrito, requerer que seja efetuada a
penhora do crédito a que tem direito o(a) executado junto a empresas intermediadoras de
pagamento que serão ao final relacionadas, no valor atualizado da dívida de R$ XX,XX (valor
por extenso), conforme cálculo em anexo.

A NECESSIDADE DO SIGILO DA PRESENTE PEÇA

Conforme será visto adiante, o exequente busca penhorar um crédito que o executado
possa possuir junto a terceiros, em especial junto a empresas intermediadoras de
pagamentos.

Porém, se o presente pedido vier a ser do conhecimento do executado antes da apreciação


por Vossa Excelência, poderá aquele vir a frustrar a penhora pretendida, visto que poderá
contatar as empresas intermediadoras ou até mesmo comprometer o crédito ora
perseguido em um empréstimo ou em cessão para outra empresa.

Desta forma, justifica-se a necessidade de o presente pleito ser mantido sob sigilo do
executado, ao menos até que seja apreciado e deferido por Vossa Excelência.
O QUE SE PRETENDE BUSCAR E PENHORAR

Conforme estabelece o art. 835, X, do CPC, é plenamente possível penhorar percentual do


faturamento da empresa devedora. O art. 866 e seguintes do Diploma Processual Civil
disciplina como deve se dar essa penhora sobre parte do faturamento.

No caso dos autos, a empresa devedora atua no ramo (inserir o ramo de atuação) da
comercialização de peças de vestuário e, à toda evidência, realiza vendas a crédito. Para
tanto, vale-se do serviço prestado por empresas que são denominadas pelo Banco Central
como instituições de pagamentos ou intermediadoras de pagamento.

Referidas intermediadoras são responsáveis por controlar e receber valores de vendas a


crédito feitas pelas empresas que utilizam o seu serviço.

Para que Vossa Excelência possa saber exatamente como funciona a relação entre a
empresa devedora, o consumidor de seus produtos e os créditos que aquela têm a receber,
colaciona-se site do Banco Central que esclarece em detalhes a referida relação:
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjospagamento

No caso, como a empresa executada vale-se dos serviços de intermediadores de


pagamento, pelas vendas que faz através de cartão de crédito, é plenamente possível que a
requerida tenha créditos futuros a receber, créditos estes que fazem parte do seu
faturamento e que podem ser penhorados.

Por exemplo: imaginemos que a empresa executada vendeu um sapato a um consumidor,


que optou por pagar a compra através de um cartão de crédito em 12 vezes. Imaginemos
que até o momento apenas 2 prestações foram pagas e repassadas à empresa requerida
pela intermediadora de pagamento. Restam, ainda, outras 10 prestações futuras a receber.
E são essas prestações futuras que o requerente pretende ver penhoradas através do
presente pleito.

Frisa-se que quem controla esses recebíveis futuros e os passa à empresa requerida são
justamente as instituições de pagamento ou intermediadoras de pagamento.

No caso em apreço, o exequente descobriu que a requerida vale-se da empresa XXXX como
intermediadora de pagamentos. Tal é o que se vê do comprovante de venda a crédito em
anexo, relativo a uma nova compra feita perante ela, pelo exequente, justamente para
descobrir qual é o intermediador utilizado (para indicar ao juiz qual é o intermediador de
pagamento utilizado pela executada, você deve se valer da Técnica do Dinheiro de Risco).

Por isso que o presente pleito tem o objetivo de, primeiro, descobrir se a requerida possui
créditos futuros a receber da aludida intermediadora e, em segundo lugar, bloquear parte
desses créditos, acaso sejam existentes.

TENTATIVAS FRUSTRADAS DE PENHORA


No caso em apreço, vale ressaltar que o exequente já tentou diversas formas de penhora
dos bens da requerida, mas não teve sucesso (RELACIONAR ABAIXO TUDO O QUE JÁ FOI
TENTADO):

a. buscou-se penhorar dinheiro pelo SISBAJUD, sem sucesso;

b. buscou-se penhorar automóvel pelo RENAJUD, sem sucesso;

c. buscou-se penhorar bens imóveis, sem sucesso;

d. buscou-se penhorar outros bens, pelo INFOJUD, sem sucesso;

Veja-se, pois, que não existem outros bens a serem penhorados. Por isso o requerente
pugna, agora, pela penhora de parte do faturamento da empresa requerida, como uma de
suas derradeiras opções.

RAZÕES QUE DEVEM LEVAR AO DEFERIMENTO DO PRESENTE PLEITO

Excelência, o objetivo da execução é a satisfação do credor.

Não existe nada mais injusto do que alguém buscar a Justiça, ter reconhecido o seu direito
a um crédito, mas ao final sair da execução sem conseguir receber o que lhe é de direito.

A Instituição da Justiça só tem sentido quando se consegue, efetivamente, dar a cada um o


que é seu. É exatamente isso o que pretende o exequente: buscar receber o seu crédito. Por
isso a presente tentativa de localizar direitos do devedor.

Por outro lado, não faz sentido algum o devedor, ora executado, ficar desfrutando de um
direito de crédito junto a terceiros, recebendo valores de compras realizadas para
pagamento futuro, enquanto o exequente se vê privado de receber aquilo que a própria
Justiça já reconheceu como devido.

O que se busca, aqui, é reparar uma situação de franca injustiça. Se o devedor tem crédito a
receber, ao menos parte desse crédito deve ser reservado para pagamento de seus
credores, no caso, o exequente.

Não obstante, vale ressaltar que o pedido ora apresentado é totalmente útil e de fácil
materialização. Os créditos futuros do devedor, ao invés de serem pagos a ele, pelas
instituições intermediadoras de pagamento, serão depositados por estas diretamente
nestes autos, até se atingir o valor cobrado nesta execução.

Realizados os depósitos, os mesmos serão convertidos em penhora e, ao final, transferidos


ao exequente, colocando-se fim na execução.

O procedimento é simples e efetivo. Não há qualquer complexidade impeditiva.

Excelência, cumpre esclarecer que as relações sociais têm se tornado cada vez mais
digitais e tecnológicas. Por isso a necessidade de o Poder Judiciário alcançar, por meio da
penhora, as relações e os arranjos comerciais da era moderna.
Se o requerido se vale de um terceiro para receber seus créditos, é através da cooperação
desse terceiro que a Justiça vai se valer para dar azo à sua função. Esperar que o devedor
irá receber seus créditos futuros em sua conta bancária e aguardar a penhora via SISBAJUD
é utopia e falta de razoabilidade. Por isso a necessidade de se tomar a medida de busca e
penhora agora pugnada.

Ainda vale ser ressaltado que a medida ora pleiteada não apresenta ofensa alguma aos
direitos do executado. Primeiro porque não se está pugnando a penhora da totalidade de
seu faturamento e, segundo, porque o executado poderá exercer plenamente o seu direito
de defesa, no momento e na forma adequados, podendo Vossa Excelência, se for o caso,
liberar em favor dele, posteriormente, eventuais créditos bloqueados.

O que não se pode é permitir que o requerido continue se furtando da Justiça, ocultando
patrimônio (créditos) que tem a receber, fazendo com que esta Vara fique assoberbada de
processos e que Vossa Excelência e os demais operadores do direito fiquem trabalhando
em vão, para ao final arquivar o processo sem que haja sucesso na efetivação do direito
buscado pelo autor.

Chegou a hora de se dar fim ao calote.

Ante o exposto, a parte autora requer que:

a. se proceda a intimação da empresa intermediadora de pagamento XXXXXXX


(inserir o nome e qualificação da intermediadora), para que informem a este juízo, no prazo
de 10 dias, se o executado possui créditos futuros a receber junto a ela e, em caso positivo,
que bloqueie, de imediato, qualquer repasse de valores ao réu, até ulterior manifestação
deste juízo;

b. que, após a resposta da empresa intermediadora, se proceda a penhora de até


30% dos valores indicados por ela e que o executado tenha a receber mensalmente, como
penhora de parte do seu faturamento, até se atingir o valor cobrado na presente execução.

As empresas para as quais deverá ser remetido ofício são as seguintes:

a. (relacionar as principais instituições de pagamento. A lista atualizada você


encontra no seguinte endereço:
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/encontreinstituicao)

Termos em que pede e se aguarda o deferimento.

Cidade/UF, data por extenso.

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