Integral Mirella Luz

Página 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RORAIMA

2ª Vara Cível
Processo 0813681-89.2022.8.23.0010
Comarca: BOA VISTA
Data de 04/05/2022 Situação: Público
Classe 7 - Procedimento Ordinário
Assunto Principal: 10671 - Obrigação de Fazer / Não Fazer
Data Distribuição: 04/05/2022 Tipo Distribuição: Distribuição Automática
Parte(s) do
Tipo: Promovente
Nome: Mirella Luz Araújo
Data de 29/03/1989 RG: Não cadastrado CPF/CNPJ: 700.824.422-31
Filiação: /
Advogado(s) da Parte
936NRR KATIA DOS SANTOS LIMA
Tipo: Promovido
Nome: ITAU UNIBANCO S.A
Data de Não cadastrada RG: Não cadastrado CPF/CNPJ: 60.701.190/1157-77
Advogado(s) da Parte
392ARN JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR
25/10/22 18:29
PROJUDI - Processo: 0813681-89.2022.8.23.0010 - Ref. mov. 1.0 Página 2
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL.
Data: 04/05/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL
Por: KATIA DOS SANTOS LIMA
Relação de arquivos da movimentação:

- Comprovante Residência
- Documentos pessoais
- Provisionamento 28.04 para saque em 0305.pdf
- Lancamentos Conta Corrente Mirella.pdf
- Petição Inicial
- Procuração
- Print Conta Cancelada Dilogos com gerente de relacionamento banco.pdf
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Comprovante Residência. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Documentos pessoais. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Provisionamento 28.04 para saque em 0305.pdf. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Lancamentos Conta Corrente Mirella.pdf. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE BOA VISTA - RORAIMA
MIRELLA LUZ ARAUJO, brasileira, solteira, empresária, portadora da Cédula de

Identidade RG nº 4178920 SSP/RR, inscrita no CPF sob o nº 700.824.422-31, residente e
domiciliada na Rua Adalberto Bezerra de Menezes, 566. Bairro Caçari, Boa Vista – Roraima.
CEP: 69.307-605 Telefone: (92) 99277 8833, e-mail mirella111213@gmail.com, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de ITAU UNIBANCO S.A, pessoa jurídica de Direito privado, CNPJ

Nº 60.701.190/1157-77, com endereço na Avenida Ville Roy, 851, bairro São Francisco,
Boa Vista-Roraima. CEP: 69.303-445, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos:
I – DOS FATOS
A requerente é cliente do réu há quase 01 (uma) década, titular da conta corrente e
poupança nº 54928-9, agência: 1352, conta essa que utiliza para movimentações
financeiras, inclusive transações relacionadas à sua atividade empresarial/profissional.
No dia 26 de abril de 2022, a parte autora realizou compras em um shopping da cidade
e precisou efetuar pagamento. Ao tentar acessar o aplicativo do Requerido, foi surpreendida
com a impossibilidade de acesso e surgimento em tela da seguinte informação “Esta conta
está encerrada. Em caso de dúvidas procure uma agência.”, tudo conforme print
anexo. A requerente ficou impedida de realizar pagamento dos produtos que pretendia
adquirir e, inclusive, para sair do centro comercial, precisou recorrer a terceiro conhecido
para que pudesse pagar o estacionamento, vez que ficou sem acesso a qualquer valor
constante de sua conta corrente junto ao réu.
A autora sustenta que imediatamente fez contato com sua gerente de relacionamento
e compareceu presencialmente à agência, quando foi informada que realmente sua conta
havia sido encerrada, vez que a instituição não mais tinha interesse em manter relação
comercial com a Requerente. Destaque-se que a Demandante não foi informada
PREVIAMENTE que sua conta seria encerrada, mas foi surpreendida com o
encerramento ao tentar acessar o aplicativo para efetuar transação financeira, e
teve confirmado o encerramento quando buscou a instituição para explicar o que
havia efetivamente ocorrido.
A demandante aduz que questionou sobre o levantamento dos valores constantes de
sua conta então encerrada e obteve a garantia da bancária no sentido de que seria
disponibilizado cheque administrativo para fins de saque dos referidos valores. Após 3 (três)
horas de espera pelo cheque, vez que a parte autora tinha urgência na solução do fato, foi
solicitado pela atendente da instituição financeira que a Requerente retornasse no dia
seguinte quando foi novamente surpreendida com a informação de que precisaria aguardar
o prazo de cinco dias para a emissão do cheque administrativo, e que em três de maio de
2022 tal instrumento estaria disponível e então os valores poderiam ser levantados.
Ocorre que mais uma vez a autora teve sua expectativa frustrada. É que apesar de no
ter tido a garantia do bancário que receberia cheque administrativo em 03/05/2022,
conforme solicitação de provisionamento formalizada em 28 de abril de 2022 (doc anexo),
novamente a autora foi informada que nada havia sido resolvido, que o cheque
administrativo não seria disponibilizado e que, para levantamento dos valores em conta,
seria necessário solicitar o provisionamento do valor para saque. Pressionada e aflita com
a situação, a autora procedeu da forma orientada, mesmo já percebendo enorme prejuízo
acumulado durante os dias de retenção dos valores. Não bastasse o dissabor de continuar
sem acesso ao dinheiro que lhe pertence, o banco informou que não mais seria
disponibilizado cheque administrativo, mas o valor em espécie deve ser sacado em
06/05/2022.
Afirma a Requerente que tentativas de solução mais célere também ocorreram por
meio do aplicativo de WHATSAPP, em conversas (anexo) com sua gerente de
relacionamento Tatiana, mas nenhuma promessa foi cumprida. Ao contrário, após
questionamento feitos, a autora afirma que logo foi bloqueada no aplicativo.
Defende a autora que sua aflição aumentou ainda mais: não se trata de valor
simbólico. A demandante exerce atividade empresarial e, mesmo sendo conta de pessoa
física, utiliza tais valores em transações de cunho profissional. A parte autora possui em
conta corrente junto ao réu o valor correspondente a R$ 4.322.046,03 (quatro milhões
trezentos e vinte e dois mil quarenta e seis reais e três centavos) – Extrato anexo. Defende
a Requerente que assustou de modo considerável a cientificação de que deve levantar os
valores em espécie. Ou seja, a instituição financeira resta por expô-la a risco, vez que
transitar com montante elevado significa estar vulnerável a roubo/assalto, de modo que o
réu a coloca e plena insegurança a partir da condição imposta.
Por todo o exposto, há semanas com seu dinheiro, lícito e declarado, retido sem
qualquer razão, diante de todo desrespeito, descaso, abalos morais, devido à falha na
prestação do serviço, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional do Estado,
para que o Réu seja compelido, em caráter de urgência, a disponibilizar cheque
administrativo ou outro meio que não a obrigue o levantamento em espécie, considerando
os riscos, bem como ser ressarcida de forma pecuniária pelos danos morais sofridos.
Eis os fatos em apertada síntese.
3- DO DIREITO
A começar pela Resolução 2747 do Banco Central, seu artigo 12 permite que os bancos
façam rescisão unilateral de contratos de conta, porém, tal rescisão deve ser feita com
prévio aviso, prazo para que o correntista tome providências necessárias/devidas.
Vejamos:
Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante

acerca das condições exigidas para a rescisão do contrato de conta
de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes, devendo
ser incluídas na ficha proposta as seguintes disposições mínimas:
(NR)
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir
o contrato; (NR)
II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do
contrato; (NR)
III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em
poder do correntista, ou de apresentação de declaração, por esse
último, de que as inutilizou; (NR)
IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista,
para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição
financeira ou decorrentes de disposições legais; (NR)
V - expedição de aviso da instituição financeira ao
correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com a
data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.
(NR). Grifo nosso
Pois bem, o banco réu tem a faculdade de realizar a rescisão contratual de forma
unilateral preenchendo os requisitos acima elencados, mas não tem autorização legal para,
de forma alguma, se apropriar do dinheiro da autora.
4- A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Considerando que se trata de uma relação de consumo, o presente caso está

amparado pela Legislação Consumerista n º 8.078/90, vez que fornecedor e consumidor
integram a relação jurídica, especialmente no que tange à matéria probatória.
A mencionada legislação, faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da
prova em favor do consumidor, segundo estabelece ao artigo 6º, VIII do Código de Defesa
do Consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com
a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência
grifou-se
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem esforço, ter o legislador
conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de, presentes o requisito
da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente, poder
inverter o ônus da prova.
Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a hipossuficiência da parte
autora para a confirmação da inversão do ônus da prova no presente caso, dá-se como
certo seu deferimento.
5 – DO DANO MORAL
A moral diz-se de bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida
proteção, inclusive, constando do artigo 5º, inciso V da Carta Constituição Federal de 1988
Artigo 5º, inciso V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem.
Da leitura do artigo supracitado resta claro que incidente objeto desta demanda gerou
um dano à esfera moral da Requerente devido à falha na prestação do serviço do Requerido,
bem como pelo indiscutível descumprimento do que a legislação determina. Vejamos o que
estabelecem os artigos. 186 e 927 do Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: Haverá a obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem. Grifo nosso
Ora, o requerido violou os direitos do requerente, quando causou transtornos à vida,

sem lhe dar qualquer tipo de prévio aviso, atingindo a saúde financeira da autora, que não
deu causa a isso. Repita-se, a Demandante não foi informada PREVIAMENTE que
sua conta seria encerrada, mas foi surpreendida com o encerramento ao tentar
acessar o aplicativo para efetuar transação financeira, e teve confirmado o
encerramento quando buscou a instituição para explicar o que havia efetivamente
ocorrido. Quando foi surpreendida do encerramento da conta, a requerente tentava efetuar
um pagamento em centro comercial, ficou impedida de realizar pagamento dos produtos
que pretendia adquirir e, inclusive, para sair do referido centro, precisou recorrer a terceiro
conhecido a fim de que pudesse pagar o estacionamento, vez que ficou sem acesso a
qualquer valor constante de sua conta corrente junto ao réu.
A autora, Excelência, há semanas vem tendo suas expectativas frustradas, ouvindo
promessas do réu no sentido de liberar o levantamento de seus valores retidos, o que vem
sendo descumprido de forma reiterada, além de amargar prejuízos, vez que exerce
atividade empresarial e está impedida de acessar seu dinheiro para honrar seus
compromissos.
Por fim, o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 6º também protege a

integridade moral dos consumidores: Artigo 6º – São direitos básicos do consumidor: (…) VI - a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos; grifo nosso.
No que tange ao dano moral, o eminente Desembargador Celso Pimentel, do TJSP, ao
se reportar, reiteradamente na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
A propósito, dano moral, exatamente porque moral, não se

demonstra nem se comprova. Afere-se segundo o senso comum
do homem médio. Resulta por si mesmo da ação ou omissão
culposa, in re ipsa, porque se traduz em dor física ou psicológica,
em constrangimento, em sentimento de reprovação, em lesão e
em ofensa ao conceito social, à honra, à dignidade.
O dano moral, cuja responsabilidade é do banco réu, deve ser indenizado de acordo
com o que estabelece a Constituição Federal:
Art. 5, inc. X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra

e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo
dano material, moral decorrente de sua violação. Grifou-se
Nesse sentido nos ensina o Mestre SÍLVIO DE SALVO VENOSA em sua obra sobre
responsabilidade civil:
Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade

do fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente
indenizados. No nosso sistema foi adotada a responsabilidade
objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a
indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no
campo da indenização aos consumidores não existe limitação
tarifada. (Sílvio Salvo Venosa, Direito Civil. Responsabilidade Civil,
São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 206).
É de se ressaltar a angústia e a situação de estresse prolongado a que a parte autora

vem sendo submetida, com a espera infindável e retenção infundada de valores que conta
para honrar seus compromissos.
No caso específico, os julgados nos mostram o dever das instituições financeiras na

reparação do dano:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. ENCERRAMENTO DA CONTA SEM PRÉVIO AVISO AO
AUTOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. MULTA
DIÁRIA. VALOR CORRETAMENTE FIXADO. IMPOSIÇÃO DE
LIMITE. PERTINÊNCIA. DANOS MORAIS EXISTENTES. (TJPR-
2ª Turma Recursal - 0004638-
12.2017.8.16.0050 - Bandeirantes - Rel.: Thiago Bertuol de
Oliveira - J. 22.11.2019) Grifou-se
Danos morais. Bloqueio de cartão de crédito e encerramento

de conta corrente. Prévio aviso. Ausência. Responsabilidade
objetiva. Valor DA indenização. O bloqueio de cartão de crédito
e encerramento de conta corrente sem o aviso prévio, em
razão de serviços não solicitados, ocasiona abalo moral ao
consumidor, e o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados. O fornecedor só se isenta de
responsabilidade, quando provar a culpa exclusiva do consumidor
ou de terceiro. Cumpre ao apelante fazer prova da existência de
fato impeditivo, extintivo e modificativo do direito do apelado, em
consonância com o que dispõe o art. 333, II, do CPC, na medida
em que se constata relação de consumo. Tribunal de Justiça de
Rondônia TJ-RO - Apelação: APL 1014075-60.2008.822.0001 RO
1014075-60.2008.822.0001. grifo nosso
Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos

morais julgada parcialmente procedente. Encerramento de conta
corrente de forma unilateral. Possibilidade desde que atendidos os
requisitos de prévia comunicação ao correntista. (...) Ausência,
contudo, de comprovação de notificação prévia do
correntista, conforme prevê o art. 12 da Resolução BACEN
2.0225/93. Dano moral configurado, já que se trata de
correntista há mais de dez anos e foi surpreendido com o
encerramento da conta sem prévio aviso. Presunção de
dano. Valor da condenação arbitrado de acordo com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, não comportando
majoração. Sentença mantida por seus próprios e jurídicos
fundamentos. Recurso não provido. Tribunal de Justiça de São
Paulo TJ-SP - Recurso Inominado Cível: RI 1015979-
44.2021.8.26.0003 SP 1015979-44.2021.8.26.0003. Grifo nosso
Frise-se que a atitude ilícita do requerido resta indiscutível, vez que apesar das
tentativas administrativas que a autora fez junto ao réu, em momento algum houve a
tentativa de resolver de forma efetiva a situação, mas jamais ultrapassou da esfera da
promessa, mantendo retido valor que ultrapassa quatro milhões de reais, com indubitável
prejuízo para a Requerente, que tem o dinheiro como fruto de seu trabalho e precisa
cumprir com seus compromissos.
Resta, então o dano moral configurado. Ora, a autora tem sido submetida a reiteradas
situações de constrangimentos e de desrespeito em ter sua conta bancária que utiliza para
movimentações financeiras encerrada sem motivo aparente e aviso prévio, sem ter dado
causa para tanto, e no fim, depois de ter tentado resolver de diversas maneiras, não logrou
êxito. Ou seja, resta sem sombra de dúvidas, abalo à ordem psíquica e moral da
promovente.
Sendo assim, demonstrados o dano e a culpa do réu, evidente se mostra o nexo causal,
tendo clara conduta ilícita do réu, constrangimentos e vexações causados à autora, sendo
evidente o liame lógico entre um e outro.
O pleito autoral tem fundamento constitucional, no tocante à indenização pelos danos

morais decorrentes da falha na prestação do serviço do réu, em cancelar a conta bancária
sem motivo aparente ou prévio aviso, bem como reter valores que constavam da conta e
que pertencem à Requerente.
A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento

por uma satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente punitivo no tocante ao
causador do dano que, se obrigado a indenizar os danos causados, certamente entenderá
que ainda se faz valer as normas editadas e vigentes em nosso ordenamento jurídico.
Por todas as razões aduzidas, requer a Autora uma indenização no valor equivalente
a R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para que lhe sejam reparados os danos
morais.
6 – DA TUTELA DE URGÊNCIA
O Novo Código de Processo Civil dispõe em seu artigo 300 que a tutela de urgência
será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
O primeiro requisito resta preenchido. A Autora teve, sem motivo aparente nem prévio
aviso, sua conta cancelada e o valor correspondente a R$ 4.322.046,03 (quatro milhões
trezentos e vinte e dois mil quarenta e seis reais e três centavos) retido há mais de duas
semanas, apesar de inúmeras tentativas de levantamento e cientificação do réu de que
precisa urgente dos valores para fins de honrar seus compromissos profissionais, afigurando
apropriação indevida do seu dinheiro pelo banco.
Por sua vez, o perigo do dano está de plano evidenciado, pois a Autora depende do
dinheiro que está retido na conta para se alimentar, pagar suas contas, para suas
necessidades mensais e demais compromissos profissionais, vez que exerce atividade
empresarial. Caso isso não ocorra, a autora terá que pagar juros de suas contas, restando
indiscutível ampliação dos prejuízos que já vem amargando.
Desta feita, requer-se a concessão da tutela de urgência, no sentido de determinar

que o banco réu libere o dinheiro que existe em conta, por meio de cheque administrativo
ou outro meio que não a disponibilização do valor em espécie, pois restaria por expor a
Autora a risco, dada a situação de insegurança que a população vivencia dia após dia.
7 – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1- O deferimento da tutela de urgência, no sentido de determinar que o banco réu

libere o dinheiro que existe em conta, por meio de cheque administrativo ou outro meio
que não a disponibilização do valor em espécie, pois restaria por expor a Autora a risco,
dada a situação de insegurança que a população vivencia dia após dia, sob pena de multa
diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em favor da autora;
2- A citação do requerido, na pessoa de seus representantes legais, para, querendo,

oferecer Contestação no prazo legal;
4- Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII, do CDC que constitui direito
básico do consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;
5- Seja julgada totalmente procedente a presente ação para condenar o réu ao

pagamento de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) a título de indenização por
danos morais;
O protesto para comprovar o alegado por todas as provas admitidas em Direito.
Atribui-se à presente causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Nesses termos, pede deferimento.
Boa Vista - RR, 04 de maio de 2022
Antônio Pinheiro da Silva Filho

OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Procuração. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
04/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Print Conta Cancelada Dilogos com gerente de relacionamento banco.pdf. Assinado por: KATIA DOS SANTO
04/05/2022: DISTRIBUÍDO POR SORTEIO.
Data: 04/05/2022
Movimentação: DISTRIBUÍDO POR SORTEIO
Complemento: 2ª Vara Cível
Por: SISTEMA CNJ
04/05/2022: REMETIDOS OS AUTOS PARA DISTRIBUIDOR.
Data: 04/05/2022
Movimentação: REMETIDOS OS AUTOS PARA DISTRIBUIDOR
Complemento: Registro de Distribuição
Por: SISTEMA CNJ
04/05/2022: RECEBIDOS OS AUTOS.
Data: 04/05/2022
Movimentação: RECEBIDOS OS AUTOS
Por: SISTEMA CNJ
04/05/2022: CONCLUSOS PARA DECISÃO - DECISÃO INICIAL.
Data: 04/05/2022
Movimentação: CONCLUSOS PARA DECISÃO - DECISÃO INICIAL
Por: SISTEMA CNJ
06/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE.
Data: 06/05/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE

- E-mail Réu
- Petição Inicial
06/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: E-mail Réu. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
06/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Petição Inicial. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA

Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos em epígrafe, vem,

respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar ADITAMENTO À INICIAL, e
manifestar nos seguintes termos:
1- Requerer, a condenação do Réu ao pagamento de honorários
advocatícios sucumbenciais em favor dos patronos da Requerente;
2- Conforme já consta da inicial, o Requerido havia garantido à autora

que não mais seria possível a disponibilização do cheque administrativo, mas o valor em
espécie deveria ser sacado em 06/05/2022.
Pois bem, a parte autora compareceu à agência do Réu a fim de ter acesso aos
seus valores vez que, de acordo com o aduzido, tem necessidade urgente para honrar seus
compromissos. Porém, para sua surpresa e mais preocupação, o Requerido mais uma vez
descumpriu o que fora dito. Dessa vez também não disponibilizou qualquer valor, mas
solicitou por e-mail (anexo), que a Demandante procedesse à carta de próprio punho para
solicitação de uma TED de valor expressivo:
Bom dia, Mirela.

Solicitamos carta de próprio punho para efetuar uma
TED de valor expressivo, para outra instituição de
mesma titularidade (...) Grifou-se
Pelo que se depreende do exposto, outra vez a autora se vê diante de um

imbróglio e continua amargando prejuízos sem poder fazer uso de valores que lhe
06/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Petição Inicial. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
pertencem em razão do Réu não apresentar solução em definitivo e todas as vezes proceder
de forma diversa.
Desse modo, reitera-se a necessidade de deferimento da Tutela de Urgência, nos
termos constantes da inicial;
Reitera-se todos os termos da Petição Inicial e Requer o Julgamento Totalmente
Procedente da Ação.
Boa Vista - RR, 06 de maio de 2022.

OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
Data: 09/05/2022

- Petição
09/05/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Petição. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA

Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010

respeitosamente, perante Vossa Excelência, manifestar nos seguintes termos:
Após nova frustração e solicitação por e-mail que a Requerente procedesse à
carta de próprio punho para solicitação de uma TED de valor expressivo para outra
instituição de mesma titularidade, o Requerido procedeu à transferência do montante que
havia na conta encerrada.
Desse modo, tem-se configurada a perda de objeto da liminar, e requer seja dado
prosseguimento à ação em relação aos demais termos da Petição Inicial e Requer o
Julgamento Totalmente Procedente da Demanda.
Boa Vista - RR, 09 de maio de 2022.

OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
26/05/2022: PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE.
Data: 26/05/2022
Movimentação: PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE
Por: ANGELO AUGUSTO GRAÇA MENDES

- Despacho
26/05/2022: PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE. Arq: Despacho. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES

COMARCA DE BOA VISTA
2ª VARA CÍVEL - PROJUDI
Centro Cívico - Fórum Adv. Sobral Pinto, 666 - 2º andar - Centro - Boa Vista/RR - CEP: 69.301-380 - Fone: (95) 3198-4755 -
E-mail: 2civelresidual@tjrr.jus.br
Proc. n.° 0813681-89.2022.8.23.0010
DESPACHO
Promova a parte autora o recolhimento das respectivas custas processuais iniciais, no prazo de 15
dias, sob pena de cancelamento da distribuição (art. 290, CPC).
Boa Vista, quarta-feira, 25 de maio de 2022.
Angelo Augusto Graça Mendes
Juiz de Direito
(assinado digitalmente - sistema CNJ - PROJUDI)

30/05/2022: EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO.
Data: 30/05/2022
Movimentação: EXPEDIÇÃO DE INTIMAÇÃO
Complemento: Para advogados/curador/defensor de Mirella Luz Araújo com prazo de 15 dias
úteis - Referente ao evento (seq. 8) PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE
(26/05/2022)
Por: JUCINELMA SIMOES CARVALHO
03/06/2022: LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA.
Data: 03/06/2022
Movimentação: LEITURA DE INTIMAÇÃO REALIZADA
Complemento: (Pelo advogado/curador/defensor de Mirella Luz Araújo) em 03/06/2022 com prazo
de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 8) PROFERIDO DESPACHO DE MERO
EXPEDIENTE (26/05/2022) e ao evento de expedição seq. 9.
03/06/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO.
Data: 03/06/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento PROFERIDO DESPACHO DE
MERO EXPEDIENTE (26/05/2022)

- Pedido de juntada
- Manifestação recolhimento de Custas
03/06/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO. Arq: Pedido de juntada. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
03/06/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO. Arq: Manifestação recolhimento de Custas. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE BOA VISTA- RORAIMA.
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
MIRELLA LUZ ARAÚJO, já qualificada nos autos do processo em epígrafe vem, à

presença de Vossa Excelência requerer a juntada do comprovante (anexo) de
recolhimento das custas da processuais.
Boa Vista-RR, 03 de junho de 2022.
KÁTIA DOS SANTOS LIMA

OAB/RR 936
07/06/2022: CONCLUSOS PARA DECISÃO - LIMINAR.
Data: 07/06/2022
Movimentação: CONCLUSOS PARA DECISÃO - LIMINAR
Complemento: Responsável: ANGELO AUGUSTO GRAÇA MENDES
23/06/2022: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR.
Data: 23/06/2022
Movimentação: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR

- Decisão
23/06/2022: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES

SEGUNDA VARA CÍVEL - PROJUDI
Proc. n.° 0813681-89.2022.8.23.0010
DECISÃO
Trata-se de pedido de tutela provisória de urgência formulado no bojo da ação de obrigação de

fazer c/c indenizatória proposta por Mirella Luz Araújo contra Itaú Unibanco S/A.
Alega a autora que possuía conta no banco réu, e que tomou conhecimento que esta foi encerrada
quando tentou realizar um pagamento por meio do aplicativo da instituição financeira.
Afirma que compareceu na agência, oportunidade em que foi confirmado o encerramento da conta,
e que poderia retirar os valores que possuía no banco réu, por meio de cheque administrativo após cinco dias.
Assevera que, passado esse prazo, foi informada que os valores seriam liberados mediante saque
em espécie.
Acrescenta que possui pendente de retirada no banco réu o valor de R$ 4.322.046,03, e por ser um
montante expressivo, seria inviável proceder ao saque em espécie.
Assim, requer a concessão de medida liminar para que seja determinada a liberação do valor, por
meio de cheque administrativo ou outra forma que não seja a retirada em espécie.
A inicial veio acompanhada de documentos (EPs 1.1/1.4 e 1.6/1.7).
É o breve relatório. Decido.
Como cediço, a concessão de tutela cautelar de caráter antecedente exige a indicação da lide e seu
fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar, devendo ainda estar presente fundado perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 305, caput, CPC).
Veja-se que os requisitos da norma supracitada são cumulativos e a análise se dá em juízo de

cognição sumária.
Com efeito, os documentos juntados aos autos devem ser de tal ordem que sejam capazes de
permitir a configuração de um elevado grau de probabilidade de acolhimento da pretensão posta em juízo.
Na presente hipótese, tenho que a medida deve ser concedida. Vejamos.
A parte autora demonstrou, nos documentos acostado aos autos, a comprovação do encerramento
da conta, sem aviso prévio, e o valor que possui pendente de liberação no banco réu.
Sobre este ponto, a Resolução nº 2.025/1993 com as alterações pela Resolução nº 2.747/2000 do
Banco Central do Brasil prevê, em seu art. 12, inciso II, que a instituição financeira deve conceder prazo ao
23/06/2022: CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES
correntista para adoção de providências.
Desta forma, entendo como configurada a probabilidade do direito.
Com relação ao segundo requisito previsto no caput do art. 300 do CPC (perigo de dano),
verifica-se que também está caracterizado, porquanto a parte autora possui um valor significativo a ser recebido, e
que depende desse montante para honrar com os compromissos profissionais e demais despesas pessoais.
Deste modo, temerário sujeitar a parte autora a receber em espécie expressiva quantia em dinheiro,
principalmente pela tecnologia bancária existente atualmente, além de tal fato poder causar insegurança ao
patrimônio da autora, na medida em que terá que transportar mais de 4 mil cédulas de R$ 100,00 (cem reais).
Não se demonstra razoável, enquanto se processa a atividade instrutória, que seja a parte autora
obrigada a sofrer, durante este período, prejuízo patrimonial, posto que, ao final, se vitoriosa, terá suportado ônus
desnecessário.
Destarte, diante das provas acostadas, como anteriormente afirmado, não há como deixar de
antecipar os efeitos da tutela pretendida.
Sendo assim, diante do aspecto fático e dos fundamentos jurídicos apresentados, defiro o pedido
de tutela provisória de urgência, na forma do art. 300 do Código de Processo Civil, para determinar que o banco
réu deposite em conta judicial, no prazo de 48h, o valor existente na conta-corrente da autora, conforme
informado na inicial.
Tendo em vista a hipossuficiência da parte autora, determino a inversão do ônus da prova, nos
termos do art. 6.º, VIII, do CDC, posto tratar-se de relação de consumo.
Por conseguinte, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, designo audiência de
conciliação para o dia 4de agosto de 2022, às 9h.
Cite-se, eletronicamente ou por via postal, a parte ré com as advertências dos arts. 335, I, II e III;
336, 337, 342 a 346, todos do CPC, advertindo-se que deverá estar acompanhada por advogado particular.
Intime-se eletronicamente a parte autora.
Advirtam-se às partes que a ausência injustificada à audiência designada, considerar-se-á ato

atentatório à dignidade da justiça, sancionada com multa de até 2% (dois por cento) da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa, que será revertida em favor do Estado, nos termos do § 8.º do art. 334 do
supracitado Diploma Legal.
Boa Vista, segunda-feira, 20 de junho de 2022.
Juiz de Direito

24/06/2022: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO DESIGNADA.
Data: 24/06/2022
Movimentação: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO DESIGNADA
Complemento: (Agendada para: 04 de agosto de 2022 às 09:00, em 2ª Vara Cível)
Data: 24/06/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 13) CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR (23/06/2022)
24/06/2022: EXPEDIÇÃO DE LINK DE AUDIÊNCIA.
Data: 24/06/2022
Movimentação: EXPEDIÇÃO DE LINK DE AUDIÊNCIA
Complemento: Referente ao evento (seq. 13) CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR(23/06/2022
18:09:41). Identificador do Cumprimento: 0002
Por: ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA

- Link de audiência
24/06/2022: EXPEDIÇÃO DE LINK DE AUDIÊNCIA. Arq: Link de audiência. Assinado por: ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA
Processo: 0813681-89.2022.8.23.0010
CERTIDÃO
Certifico a audiência será realizada, preferencialmente, por videoconferência, devendo as

partes, advogados, testemunhas e demais interessados acessar a sala virtual (horário local) pelo link:
https://g.tjrr.jus.br/09dk.
Na impossibilidade de participar do ato virtualmente, os interessados deverão comparecer,

presencialmente, na sala de audiências da Segunda Vara Cível.
Boa Vista-RR, 24/6/2022.
ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA

Técnico(a) Judiciário(a)
Por ordem do(a) MM. Juiz(a) de Direito da 2ª Vara Cível
(Assinado Digitalmente - Sistema CNJ - PROJUDI)
24/06/2022: EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO.
Data: 24/06/2022
Movimentação: EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO
Complemento: Referente ao evento (seq. 13) CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR(23/06/2022
18:09:41). Identificador do Cumprimento: 0001

- Ato Ordinatório
24/06/2022: EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO. Arq: Ato Ordinatório. Assinado por: ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
ATO ORDINATÓRIO
(Portaria 01/15 - 2ª Vara Cível )
Neste ato, expeço intimação eletrônica à parte autora para que efetue o depósito das custas e despesas
decorrentes dos atos dos Oficiais de Justiça, nos termos do Provimento CGJ/TJRR nº 01, de 28.01.2022,
publicado no DJe nº 7081, de 31.01.2022, Anexo 2 - Tabela C - p. 39/40.
Boa Vista-RR, 24/6/2022.
ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA

OBS1: Conta para depósito identificado das custas de diligência:

Banco do Brasil S/A - 001
Agência - 0250-X.
Conta Corrente - 87.053-6.
Titular: Associação do Oficiais de Justiça do TJRR - CNPJ: 05.063.784/0001-10
OBS2: Quaisquer dúvidas referentes às custas de diligência deverão ser dirimidas junto à tesouraria da referida Associação, através do
telefone (95) 99971-1835 - Argemiro Ferreira.
OBS3: A guia para pagamento referente às custas de impressão de documentos poderá ser emitida no site
http://www.tjrr.jus.br/guia-arrecadacao/pages/publico/nova-guia-judicial no campo específico.
TABELA COM VALORES PUBLICADOS NO ANEXO 2 - TABELA C
TABELA C
ATOS DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA
ZONAS: URBANA RURAL
I) Citação ou intimaçao, positiva ou negativa:
a) Por pessoa R$ 64,06 R$ 128,13
II) Diligências de verificação: R$ 64,06 R$ 128,13
a) Por diligência excedente em endereço diferente, a mais R$ 19,22 R$ 25,62
III) Penhora, sequestro e arresto, inclusive o registro R$ 128,13 R$ 192,19
IV) Notificação ou verificação R$ 64,06 R$ 128,13
V) Remoção e despejo R$ 128,13 R$ 192,19
VI) Reintegração, Busca e apreensão, imissão ou manutenção de posse R$ 256,24 R$ 320,31
VII) Arrolamento de bens R$ 128,13 R$ 192,19
VIII) Outras diligências não especificadas R$ 64,06 R$ 128,13
Avaliação - 5 % ad valorem (LIMITE MÁXIMO) R$ 4.484,38
Praça ou leilão - 5 % ad valorem SEM LIMITE

24/06/2022: EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO. Arq: Ato Ordinatório. Assinado por: ROSELY FIGUEIREDO DA SILVA
Nota:
1) Compreende-se por zona rural, toda a extensão territorial fora dos limites do perímetro urbano da sede da comarca, ainda que, na área urbana dos municípios sob sua
jurisdição;
2) Aplica-se a presente tabela de despesas:
I - Todos as despesas decorrentes dos atos dos oficiais de justiça, que deverão ser adiantadas previamente em cartório, ressalvadas aquelas provenientes de leilões ou
praças, as quais deverão ser pagas imediatamente após lavrado o auto de arrematação;
II - Não será aceito, nas ações com mais de (01) um requerido, o pagamento de somente (01) uma diligência, sob qualquer pretexto, ainda que residentes em mesmo
local.
3) As praças e leilões obedecerão aos seguintes critérios:
I – No ato do pregão, deverá o oficial de justiça cientificar as partes do percentual estabelecido na tabela de despesas;
II – As despesas referentes ao item I deverão ser pagas em cartório no ato da lavratura do auto de arrematação, adjudicação ou remissão;
III – Em caso de praça ou leilão negativos, será devida a importância de R$ 25,62 (vinte e cinco reais e sessenta e dois centavos), a serem pagos pelo requerente, no
ato da lavratura do Auto Negativo de Praça ou Leilão.
4) As despesas mencionadas na presente tabela não serão devidas em dobro, quando a diligência requerer a presença de mais de (01) um oficial de justiça;
5) A presente tabela será aplicada na Justiça de 1ª instância da Capital e Interior do Estado;
6) A Fazenda Pública Federal, Estadual e Municipal não estão isentas do pagamento de despesas decorrentes de atos dos oficiais de justiça;
7) Nos feitos criminais de Ação Penal privada, somente o Ministério Público será isento do pagamento das despesas apresentadas na presente tabela, sendo que as
partes deverão antecipar, em cartório, o pagamento de atos praticados pelos oficiais de justiça, salvo os beneficiários da Justiça Gratuita;
8) Nos feitos em que for declarada “Justiça Gratuita”, bem como, os de iniciativa da assistência judiciária gratuita, caberá à Fazenda Pública a antecipação de despesa;
9) Os atos não alcançados por esta tabela serão cobrados conforme os feitos cautelares.
Data: 24/06/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 17) EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO (24/06/2022)
Data: 05/07/2022
de 5 dias úteis *Referente ao evento (seq. 13) CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR (23/06/2022) e
ao evento de expedição seq. 15.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 05/07/2022
de 5 dias úteis *Referente ao evento (seq. 17) EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO
(24/06/2022) e ao evento de expedição seq. 18.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 11/07/2022
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento CONCEDIDA A MEDIDA
LIMINAR (23/06/2022)

- Petição
11/07/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO. Arq: Petição. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA

DE BOA VISTA - RORAIMA
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, manifestar nos seguintes termos:
Conforme consta do EP 7, a Requerente informou ao juízo que o Requerido procedeu à transferência do

montante que havia na conta encerrada, tendo configurada a perda de objeto da liminar, e
requereu o prosseguimento da ação em relação aos demais termos da Petição Inicial e Requerendo o
Julgamento Totalmente Procedente da Demanda.
Nesses termos, pede deferimento. Boa Vista - RR, 11 de julho de 2022.
Kátia Lima
OAB/RR 936
12/07/2022: DECORRIDO PRAZO DE MIRELLA LUZ ARAÚJO.
Data: 12/07/2022
Movimentação: DECORRIDO PRAZO DE MIRELLA LUZ ARAÚJO
Complemento: (P/ advgs. de Mirella Luz Araújo *Referente ao evento (seq. 17) EXPEDIÇÃO DE
ATO ORDINATÓRIO (24/06/2022) e ao evento de expedição seq. 18.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 12/07/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 17) EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO (24/06/2022)
Data: 12/07/2022
de 5 dias úteis *Referente ao evento (seq. 17) EXPEDIÇÃO DE ATO ORDINATÓRIO
Data: 12/07/2022
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento EXPEDIÇÃO DE ATO
ORDINATÓRIO (24/06/2022)

- Pedido de juntada
- Pedido de juntada
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA

CÍVEL DA COMARCA DE BOA VISTA - RORAIMA
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010

respeitosamente, perante Vossa Excelência, manifestar e requerer o seguinte:
- Ciência da designação de Audiência de Conciliação para 04 de agosto de 2022;
- Requer a juntada do Comprovante de Pagamento das Custas para fins de

diligência do Oficial de Justiça.
Boa Vista - RR, 12 de julho de 2022.
Kátia Lima
OAB/RR 936
12/07/2022: EXPEDIÇÃO DE MANDADO.
Data: 12/07/2022
Movimentação: EXPEDIÇÃO DE MANDADO
Complemento: Referente ao evento (seq. 25) JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE
INTIMAÇÃO(12/07/2022 14:39:20). Natureza: Citação e Intimação para Audiência. Parte: ITAU
UNIBANCO S.A. Identificador do Cumprimento: 0003
Por: Zaidinei Dantas do Nascimento da Cruz

- Citação
12/07/2022: EXPEDIÇÃO DE MANDADO. Arq: Citação. Assinado por: ZAIDINEI DANTAS DO NASCIMENTO DA CRUZ

MANDADO DE CITAÇÃO COM AUDIÊNCIA

Verba Indenizatória
Processo: 0813681-89.2022.8.23.0010
Classe Processual: Procedimento Ordinário
Assunto Principal: Obrigação de Fazer / Não Fazer
Valor da Causa: : R$150.000,00
Autor(s):Mirella Luz Araújo

Adalberto Bezerra de Menezes, 566 - Caçari - BOA VISTA/RR - CEP: 69.307-605
Réu(s):ITAU UNIBANCO S.A

Avenida Ville Roy, 851 - São Francisco - BOA VISTA/RR - CEP: 69.303-445
PESSOA A SER CITADA E INTIMADA:
Réu(s):ITAUUNIBANCO S.A
Avenida Ville Roy, 851 - São Francisco - BOA VISTA/RR - CEP: 69.303-445
O MM. Juiz de Direito, Dr. ANGELO AUGUSTO GRAÇA MENDES, Titular da 2ª Vara Cível, manda ao(a) Oficial(a) de Justiça
competente que, em cumprimento a este, CITE a parte acima indicada acerca do inteiro teor da petição inicial e do ônus de
participar da AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA a ser realizada pela 2ª Vara Cível de Boa
Vista/RR, no sistema “Scriba” do Tribunal de Justiça de Roraima. Não sendo possível a participação por videoconferência, a
parte deverá comparecer PRESENCIALMENTE, na sala de audiências da 2ª Vara Cível, no 2º piso do Fórum Cível Advogado
Sobral Pinto, situado na Pça. do Centro Cívico, 666, Centro, Boa Vista/RR .
Data e horário:04 de agosto de 2022 às 09:00 horas (HORÁRIO DE BOA VISTA)

Acesso à sala virtual pelo link: https://g.tjrr.jus.br/09dk
A parte ré deverá constituir advogado/defensor público. Poderá, ainda, constituir representante, por meio de procuração
específica, com poderes para negociar e transigir. Fica advertida que a não participação injustificada do autor ou do réu à
audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por
cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. O réu poderá
oferecer contestação, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição (arts. 334 e 335 do
CPC/2015). Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor. O Senhor Oficial de Justiça poderá certificar eventual proposta de autocomposição apresentada pela
parte por ocasião da realização do ato, nos termos do art.154, VI, do CPC. Deverá ainda, diligenciar na forma do art. 212,
parágrafo 2º do CPC (nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, caso necessário). Anexos: decisão
judicial e petição inicial. Obs: As orientações para acesso à sala de audiência virtual estão no verso deste mandado ou
pelo telefone (95) 98400-7519.
Boa Vista/RR, 12/7/2022.
Zaidinei Dantas do Nascimento da Cruz

____
12/07/2022: EXPEDIÇÃO DE MANDADO. Arq: Citação. Assinado por: ZAIDINEI DANTAS DO NASCIMENTO DA CRUZ
13/07/2022: REGISTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE MANDADO.
Data: 13/07/2022
Movimentação: REGISTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE MANDADO
Complemento: Distribuição realizada referente ao Mandado expedido (seq. 26) em 12/07/2022
15:44:39. Tipo: Distribuição Inicial Automática. Oficial de Justiça Designado: Martha Alves dos
Santos. Parte: ITAU UNIBANCO S.A
Por: ALZANETE RIBEIRO PAZ
17/07/2022: RETORNO DE MANDADO.
Data: 17/07/2022
Movimentação: RETORNO DE MANDADO
Complemento: Referente ao evento (seq. 26) EXPEDIÇÃO DE MANDADO (12/07/2022
15:44:39). Parte: ITAU UNIBANCO S.A
Por: Martha Alves dos Santos

- Certidão de Oficial de Justiça
- Certidão de Oficial de Justiça
17/07/2022: RETORNO DE MANDADO. Arq: Certidão de Oficial de Justiça. Assinado por: MARTHA ALVES DOS SANTOS

CENTRAL DE MANDADOS CÍVEL DE BOA VISTA - PROJUDI
Rua Araújo Filho, 710 - Centro - BOA VISTA/RR - CEP: 69.301-380 - E-mail: ceman@tjrr.jus.br
Processo: 0813681-89.2022.8.23.0010
CERTIDÃO
Certifico e Dou fé, que diligenciei ao endereço indicado, Citei ITAU UNIBANCO S.A, o qual, após a
leitura do mandado, exarou ciente e recebeu a contrafé.
Boa Vista, 15/7/2022.
Martha Alves dos Santos

Oficial de Justiça
(Assinado digitalmente - Projudi)
17/07/2022: RETORNO DE MANDADO. Arq: Certidão de Oficial de Justiça. Assinado por: MARTHA ALVES DOS SANTOS
18/07/2022: LEITURA DE MANDADO REALIZADA.
Data: 18/07/2022
Movimentação: LEITURA DE MANDADO REALIZADA
Complemento: MANDADO lido em 15/07/2022 - Referente ao evento de expedição (seq. 26)
EXPEDIÇÃO DE MANDADO (12/07/2022 15:44:39). Parte: ITAU UNIBANCO S.A
Data: 29/07/2022
Por: CINTIA SCHULZE

- Pedido de juntada
- Pedido de juntada
- Pedido de juntada
29/07/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Pedido de juntada. Assinado por: CINTIA SCHULZE
PROJUDI - Processo: 0813681-89.2022.8.23.0010
0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
22.3 - Assinado digitalmente por Cintia Schulze Página 70
30/06/2021: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO
29/07/2022: PROCURAÇÃO. Arq: DA Pedido
PARTE.de Arq:
juntada
Pedido de juntada. Assinado por: CINTIA SCHULZE
Validação deste em https://projudi.tjrr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ5SQ F4TVB 7BWMS BNXPY

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006
0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 30.3
PARTE.de Arq:
juntada
Validação deste em https://projudi.tjrr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJY4Y PK236 L3PV4 X8R33

Data: 01/08/2022
Por: JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR

- Petição
- TELAS DE CUMPRIMENTO
01/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Petição. Assinado por: JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR:24709751315
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CIVEL DA COMARCA
DE BOA VISTA - ESTADO DE RORAIMA.
PARTE AUTORA: MIRELLA LUZ ARAÚJO

PROCESSO N.º 0813681-89.2022.8.23.0010
ITAU UNIBANCO S.A. já devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe que
lhe move MIRELLA LUZ ARAÚJO vem, com o devido respeito e acatamento, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio dos seus advogados, em decisão de Ev.13, esclarecer e requerer o que
segue:
Na presente decisão, foi deferido o pedido de tutela, determinando que o banco deposite
em conta judicial o valor existente na conta corrente da parte autora. Contudo, Vossa Excelência,
resta esclarecer que a parte autora realizou o levantamento do valor R$ 4.322.046,03; conforme tela
abaixo:
Nestes termos,
Pede e Espera Deferimento.
Natal/RN, 01 de agosto de 2022.
José Almir da R. Mendes Júnior

OAB/RN nº. 392-A
documento.png (imagem PNG, 1708 × 482 pixels) - Redimensionada (84%) https://ww39.itau.com.br/pjuridico/Modulos/Documentos/Download.ashx?id=2207191019659395
1 de 1 01/08/2022 09:36
Data: 01/08/2022
Complemento: Para advogados/curador/defensor de Mirella Luz Araújo com prazo de 15 dias úteis - Referente ao evento (seq. 31) JUNTADA
DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE (01/08/2022)
Data: 03/08/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO

- Contestação
- op cumprida
03/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO. Arq: Contestação. Assinado por: JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR:24709751315
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CIVEL DA
COMARCA DE BOA VISTA - ESTADO DE RORAIMA.
PARTE AUTORA: MIRELLA LUZ ARAÚJO

PROCESSO N.º 0813681-89.2022.8.23.0010
ITAU UNIBANCO S.A, pessoa jurídica de Direito privado, CNPJ Nº 60.701.190/1157-77, com endereço
na Avenida Ville Roy, 851, bairro São Francisco, Boa Vista-Roraima. CEP: 69.303-445, por seus
advogados que esta subscrevem (doc. atos constitutivos e procuração), vem, respeitosamente à
presença de V. Exa., apresentar CONTESTAÇÃO nos autos do processo em epígrafe, pelos motivos
de fato e de direito a seguir expostos:
RESUMO DA DEFESA
- O Banco pode encerrar a conta-corrente unilateralmente de acordo com legislação vigente.
- Da desnecessidade de comunicação sobre o encerramento da conta corrente – Resolução 4753 do
Banco Central.
- Da regularidade do encerramento da conta corrente.
- Não houve inscrição da parte autora nos cadastros restritivos de crédito.
FATOS
A parte autora alega ter sofrido prejuízo em decorrência do encerramento de sua contra corrente sem
prévio aviso.
Contudo, razão não lhe assiste porque o Réu possui a faculdade de encerrar a conta corrente
unilateralmente, observadas as regras contratuais firmadas entre as partes, conforme restará
demonstrado adiante.
REGULARIDADE DO ENCERRAMENTO DA CONTA
A proposta de abertura de conta corrente faculta às partes o encerramento do contrato a qualquer

tempo, mediante expressa comunicação.
Em observância ao princípio da autonomia da vontade, previsto no artigo 421 do Código Civil, não há
lei que obrigue o Réu a celebrar e manter contrato de qualquer natureza. Inclusive existem normas
regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional, por intermédio do Banco Central do Brasil,
autorizando o cancelamento da conta corrente mediante comunicação prévia ao correntista, sendo
essa obrigatoriedade é apenas nos casos em que houver irregularidade, legislação ou normativo
vigente obrigando tal comunicação (Resolução CMN nº 4753, artigo 5, I e V).
Nesse sentido e em complementando a questão, entende o Superior Tribunal de Justiça

inaplicável a regra prevista art. 39, IX do CDC:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E CONSUMIDOR. CONTRATO BANCÁRIO.

CONTA-CORRENTE E SERVIÇOS RELACIONADOS. RESCISÃO PELA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENCERRAMENTO DE CONTA-CORRENTE APÓS
NOTIFICAÇÃO PRÉVIA (RESOLUÇÃO BACEN 2.025/93, ART. 12). CARÁTER
ABUSIVO. NÃO CARACTERIZAÇÃO (CC/2002, ART. 473). INEXISTÊNCIA DE
OBRIGAÇÃO DE CONTRATAR. NÃO INCIDÊNCIA DO ART. 39, IX, DO CDC.

RECURSO PROVIDO.
1. Em regra, nos contratos bancários, envolvendo relações dinâmicas e duráveis,
de execução continuada, intuito personae - como nos casos de conta-corrente
bancária e de cheque especial -, que exigem da instituição financeira frequentes
pesquisa cadastral e análise de riscos, entre outras peculiaridades, não há como
se impor, como aos demais fornecedores de produtos e serviços de pronto
pagamento pelo consumidor, a obrigação de contratar prevista no inciso IX
do art. 39 do CDC.
2. Conforme a Resolução BACEN/CMN nº 2.025/1993, com a redação dada pela
Resolução BACEN/CMN nº 2.747/2000, podem as partes contratantes rescindir
unilateralmente os contratos de conta-corrente e de outros serviços bancários
(CC/2002, art. 473).
3. Recurso especial provido. (grifo nosso) STJ, REsp 1.538.831 –DF, 4ª Turma,
Min. Rel. Raul Araújo, DJe 17/08/15.
Na esteira do entendimento acima, não é aplicável aos serviços bancários a disposição do art. 39, IX,
do CDC, posto que não pode ser aplicada às obrigações de trato sucessivo, inclusive, por prazo
indeterminado, a obrigação de contratar com aquele que se dispõe a pagar, à vista, o preço anunciado.
Isso porque a atividade bancária envolve essencialmente risco, exigindo das instituições financeiras
diversas medidas de segurança e utilização de política no sentido de conhecer o cliente bancário a fim
de manter a segurança do sistema e administrar os riscos inerentes à atividade, permitindo ao banco
eleger o segmento mercadológico de atuação.
Nesse passo, é fundamental a análise periódica das informações cadastrais dos clientes e das linhas
crédito.
DA DESNECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO SOBRE O ENCERRAMENTO DA CONTA CORRENTE

– RESOLUÇÃO N. 4753 DO BANCO CENTRAL
A Resolução n. 4753 de 26 de setembro de 2019, em seu artigo 5º, expedida pelo Banco Central do
Brasil, que revogou os termos da Resolução 2025, simplificou o processo de abertura e encerramento
da Conta Corrente, na medida em que estabeleceu que a obrigatoriedade da comunicação se
restringisse apenas aos casos em que houvesse motivos ligados a irregularidades no uso da conta
consideradas de natureza grave ou ainda se houvesse expressa obrigação estipulada em legislação
ou normativo específico.
Assim sendo, a instituição bancária ré não possui o dever de emitir qualquer comunicação a parte
autora, por não haver determinação legal que a obrigue ou ainda irregularidade grave que motive ou
justifique a necessidade de uma comunicação expressa.
Nessa toada, vejamos o que estabelece os artigos 5º da Resolução 4753:
Art. 5º Para o encerramento de conta devem ser adotadas, no mínimo, as seguintes providências:
I - comunicação entre as partes da intenção de rescindir o contrato, informando os motivos da rescisão,
caso se refiram à hipótese prevista no art. 6º ou a outra prevista na legislação ou na regulamentação
vigente;
II - indicação pelo cliente da destinação do eventual saldo credor na conta, que deve abranger a
transferência dos recursos para conta diversa na própria ou em outra instituição ou a colocação dos
recursos a sua disposição para posterior retirada em espécie;
III - devolução pelo cliente das folhas de cheque não utilizadas ou a realização do seu cancelamento
pela instituição;
IV - prestação de informações pela instituição ao titular da conta sobre: a) o prazo para adoção das
providências relativas à rescisão do contrato, limitado a trinta dias corridos, contado do cumprimento
da exigência de trata o inciso I;
b) os procedimentos para pagamento de compromissos assumidos com a instituição ou decorrentes

de disposições legais; e
c) os produtos e serviços eventualmente contratados pelo titular na instituição que permanecem ativos
ou que se encerram juntamente com a conta de depósitos;
e V - comunicação ao titular sobre a data de encerramento da conta ou sobre os motivos que
impossibilitam o encerramento, após o decurso do prazo de que trata a alínea "a" do inciso IV.
Art. 6º As instituições devem encerrar conta de depósitos em relação a qual verifiquem irregularidades
nas informações prestadas, consideradas de natureza grave.
Diante do acima exposto, pode -se concluir que a instituição bancária ré não cometeu nenhuma
irregularidade nem tão pouco infringiu qualquer normativo legal, já que não estava obrigada a fazer
qualquer comunicação expressa ao autor sobre o encerramento da conta.
AUSÊNCIA DE DANO MORAL
Improcede o pedido de dano moral já que não houve ato ilícito, e sim exercício regular de direito
(art.188, I, CC).
O Réu não apontou o nome da parte autora no cadastro de inadimplentes. O fato permaneceu restrito
ao conhecimento das partes, tanto que não há prova de abalo à reputação da parte autora.
O suposto dano não se afigura in re ipsa, cabendo à parte autora provar ofensa grave e lesiva ao seu
moral. Eventual dissabor ou sensibilidade exacerbada experimentados não autorizam a indenização
que pressupõe a existência e demonstração do dano efetivo (arts. 927, CC e 373, I, CPC).
Impugnação ao quantum indenizatório pretendido
Subsidiariamente, impugna-se o valor pleiteado e pede-se razoabilidade na valoração para evitar

enriquecimento ilícito, conforme orientação do STJ.
NÃO CABIMENTO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC) é admitida somente quando presentes os seus
pressupostos. Não se vislumbra verossimilhança nas alegações da parte autora; ao contrário, restou
comprovada a contratação regularmente realizada pela parte autora.
REQUERIMENTOS
Pelo exposto, requer a improcedência dos pedidos com a condenação da parte autora ao pagamento
da sucumbência.
Protesta o Réu por todas as provas em direito admitidas, em especial documental.
Por fim, requer que todas as intimações e/ou notificações sejam feitas exclusivamente em nome do
advogado JOSÉ ALMIR DA R. MENDES JUNIOR, OAB/RN - 392-A, na Av. Nilo Peçanha, 265,
Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59012-300, sob pena de nulidade dos atos processuais.
Natal/RN, 19 de julho de 2022

_____________________________
José Almir da R. Mendes Júnior,
OAB/RN - 392-A
Rol dos documentos:

Op cumprida.
03/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO. Arq: op cumprida. Assinado por: JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR:24709751315
03/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO. Arq: op cumprida. Assinado por: JOSE ALMIR DA ROCHA MENDES JUNIOR:24709751315
Op pendente
Data: 03/08/2022
Por: CINTIA SCHULZE

- Pedido de juntada
- Pedido de juntada
- Pedido de juntada
03/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DA PARTE. Arq: Pedido de juntada. Assinado por: CINTIA SCHULZE
0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.2
PARTE.de Arq:
juntada

0809513-78.2021.8.23.0010 - Ref. mov. 34.3
PARTE.de Arq:
juntada
Validação deste em https://projudi.tjrr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJY4Y PK236 L3PV4 X8R33

Data: 03/08/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 33) JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO (03/08/2022)
04/08/2022: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO REALIZADA.
Data: 04/08/2022
Movimentação: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO REALIZADA
Complemento: Prazo para contestação e/ou impugnação Participante(s)
Por: Iasmin Pereira Formoso

- Termo de Audiência
04/08/2022: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO REALIZADA. Arq: Termo de Audiência. Assinado por: IASMIN PEREIRA FORMOSO

Centro Cívico - Fórum Adv. Sobral Pinto, 666 - 2º andar - Centro - Boa Vista/RR - CEP: 69.301-380 - Fone:
(95) 3198-4755 - E-mail: 2civelresidual@tjrr.jus.br
Processo n.º: 0813681-89.2022.8.23.0010 - Ação de obrigação de fazer

Parte autora: MIRELLA LUZ ARAÚJO
Advogado(a): Katia dos Santos Lima (OAB 936N– RR)
Parte ré: ITAU UNIBANCO S.A
Advogado(a): Cintia Schulze (OAB 960- RR)
Andreza Olivio Silva (OAB 1545 - RR)
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Aos quatro (4) dias do mês de agosto (8) do ano de dois mil e vinte e dois (2022), às
9h na sala de audiências da 2ª vara cível, sob a presidência desta conciliadora, oficial de gabinete
Iasmin Pereira Formoso, matrícula nº 3012270, mediante instrução do MM Juiz de Direito Angelo
Augusto Graça Mendes, deu-se a abertura da audiência de conciliação, via videoconferência,
designada nos presentes autos.
Aberta a sala virtual de audiências, atesta-se a:
Presença da advogada da parte ré e preposta

Sra. Ellen Joyce Monnteiro da Costa, CPF
767.448.922-15.
Ausência da parte autora e sua advogada.
Abertos os trabalhos, não houve composição entre as partes sobre o objeto de lide.
Consignou-se os seguintes requerimentos das partes:
1. O advogado da parte ré requereu prazo de 5 (cinco) dias para juntada de
instrumento procuratório e pugnou pela extinção do feito.
DELIBERAÇÃO: Por ordem do MM Juiz de Direito, haja vista a impossibilidade de

acordo entre as partes, inicia-se para a parte autora o prazo de 15 (quinze) dias úteis para
apresentar réplica à contestação.
04/08/2022: AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO REALIZADA. Arq: Termo de Audiência. Assinado por: IASMIN PEREIRA FORMOSO

Centro Cívico - Fórum Adv. Sobral Pinto, 666 - 2º andar - Centro - Boa Vista/RR - CEP: 69.301-380 - Fone:
(95) 3198-4755 - E-mail: 2civelresidual@tjrr.jus.br
Do que, para constar, lavro o presente termo, que segue assinado eletronicamente,
conforme Provimento da CGJ nº 06 de 19 de julho de 2019, publicado no DJE nº 6487 de 22 de julho
de 2019.
Data: 04/08/2022
Complemento: (Para advogados/curador/defensor de Mirella Luz Araújo) em 04/08/2022 com
prazo de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 36) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
REALIZADA (04/08/2022). Obs: Intimação realizada em audiência/cartório.
Por: Iasmin Pereira Formoso
Data: 12/08/2022
de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 31) JUNTADA DE PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO
DA PARTE (01/08/2022) e ao evento de expedição seq. 32.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 15/08/2022
de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 33) JUNTADA DE PETIÇÃO DE CONTESTAÇÃO
Por: SISTEMA CNJ
25/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO.
Data: 25/08/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
REALIZADA (04/08/2022)

- RÉPLICA
25/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO. Arq: RÉPLICA. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA

Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
Requerente: Mirella Luz Araújo
Requerido: ITAU UNIBANCO S.A
MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos da ação em epígrafe vem, respeitosamente à
honrosa presença de Vossa Excelência, por meio de sua advogada regulamente constituída, apreentar
RÉPLICA à contestação do ITAU UNIBANCO S.A disposta nos feitos da ação supramencionada, com
base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I – I – RELATO DA SITUAÇÃO FÁTICA
A requerente era cliente do réu havia quase 01 (uma) década, titular da conta corrente e poupança nº
54928-9, agência1352, conta essa que utilizava para movimentações financeiras, inclusive transações
relacionadas à sua atividade empresarial/profissional.
No dia 26 de abril de 2022, a parte autora realizou compras em um shopping da cidade e precisou efetuar
pagamento. Ao tentar acessar o aplicativo do Requerido, foi surpreendida com a impossibilidade de
acesso e surgimento em tela da seguinte informação “Esta conta está encerrada. Em caso de dúvidas
procure uma agência.”,
A autora fez contato com a gerente de sua conta e compareceu presencialmente à agência, quando foi
informada que realmente sua conta havia sido encerrada, vez que a instituição não mais tinha interesse em
manter relação comercial com a Requerente. Destaque-se que a Demandante NÃO foi informada
PREVIAMENTE que sua conta seria encerrada, mas foi surpreendida com o encerramento ao
tentar acessar o aplicativo para efetuar transação financeira, e teve confirmado o encerramento
quando buscou a instituição para explicar o que havia efetivamente ocorrido.
A demandante questionou sobre o levantamento dos valores constantes de sua conta então encerrada e
obteve a garantia da bancária no sentido de que seria disponibilizado cheque administrativo para fins de
saque dos referidos valores. Após 3 (três) dias de espera pelo cheque, vez que a parte autora tinha
urgência na solução do fato, foi solicitado pela atendente da instituição financeira que a Requerente
retornasse no dia seguinte quando foi novamente surpreendida com a informação de que precisaria
aguardar o prazo de cinco dias para a emissão do cheque administrativo, e que em três de maio de 2022,
tal instrumento estaria disponível e então os valores poderiam ser levantados.
Ocorre que mais uma vez a autora teve sua expectativa frustrada. É que apesar de no dia 27 de abril ter
tido a garantia do bancário que receberia cheque administrativo em 03/05/2022, novamente a autora foi
informada que nada havia sido resolvido, que o cheque administrativo não seria disponibilizado e que,
para levantamento dos valores em conta, seria necessário solicitar o provisionamento do valor para saque.
Pressionada e aflita com a situação, a autora procedeu da forma orientada, mesmo já percebendo enorme
prejuízo acumulado durante os dias de retenção dos valores. Não bastasse o dissabor de continuar sem
acesso ao dinheiro que lhe pertence, o banco informou que não mais seria disponibilizado cheque
administrativo, mas o valor em espécie deve ser sacado em 06/05/2022.
Afirma a Requerente que tentativas de solução mais célere também ocorreram por meio do aplicativo de
WHATSAPP, em conversas com sua gerente de relacionamento Tatiana, mas nenhuma promessa foi
cumprida. Ao contrário, após questionamento feitos, a autora afirma que logo foi bloqueada no aplicativo.
Defende a autora que sua aflição aumentou ainda mais: não se trata de valor simbólico. A demandante
exerce atividade empresarial e, mesmo sendo conta de pessoa física, utiliza tais valores em transações de
cunho profissional. A parte autora possui em conta corrente junto ao réu o valor correspondente a R$
4.322.046,03 (quatro milhões trezentos e vinte e dois mil quarenta e seis reais e três centavos). Defende a
Requerente que assustou de modo considerável a cientificação de que deve levantar os valores em
espécie. Ou seja, a instituição financeira restou por expô-la a risco, vez que transitar com montante
elevado significa estar vulnerável a roubo/assalto, de modo que o réu a coloca e plena insegurança a partir
da condição imposta.
Após nova frustração e solicitação por e-mail que a Requerente procedesse à carta de próprio punho para
solicitação de uma TED de valor expressivo para outra instituição de mesma titularidade, o Requerido
procedeu à transferência do montante que havia na conta encerrada para outra conta de Requerente em
instituição diversa.
Houve pedido de Tutela de Urgência deferido pelo M.M Magistrado, EP 13.
3- DO DIREITO
Antes de mais nada, o Autor reitera todos os termos da Petição Inicial por se tratar da realidade do caso
objeto da presente Réplica.
Sim, Excelência, conforme já consta da inicial, a Resolução 2747 do Banco Central, em seu artigo 12,
permite que os bancos façam rescisão unilateral de contratos de conta, porém, tal rescisão deve ser feita
com prévio aviso, prazo para que o correntista tome providências necessárias/devidas. Vejamos:
Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições
exigidas para a rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por iniciativa de
qualquer das partes, devendo ser incluídas na ficha proposta as seguintes disposições
mínimas: (NR)
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato; (NR)
II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato; (NR)
III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em poder do
correntista, ou de apresentação de declaração, por esse último, de que as inutilizou;
(NR)
IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de
compromissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições
legais; (NR)
V -expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a
utilização de meio eletrônico, com a data do efetivo encerramento da conta de
depósitos à vista. (NR). Grifo nosso
Pois bem, o banco réu tem a faculdade de realizar a rescisão contratual de forma unilateral preenchendo
os requisitos acima elencados, cientificando o cliente de forma prévia, o que não aconteceu coma parte
autora, que apenas após várias tentativas e desgaste, além de prejuízo a considerar o valor que constava
retido em sua conta encerrada sem qualquer prévio aviso. Portanto, sem autorização legal para se
apropriar do dinheiro da autora, que foi o que ocorreu durante semanas, e, por si só, resta claro o ilícito
civil.
Por conseguinte, ao se tratar de danos morais, reitera, também, os termos da inicial, segundo a qual a
moral diz-se de bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive,
constando do artigo 5º, inciso V da Carta Constituição Federal de 1988 Artigo 5º, inciso V - é assegurado o
direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
Da leitura do artigo supracitado resta claro que incidente objeto desta demanda gerou um dano à esfera
moral da Requerente devido à falha na prestação do serviço do Requerido, bem como pelo indiscutível
descumprimento do que a legislação determina. Vejamos o que estabelecem os artigos. 186 e 927 do
Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: Haverá a obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
Ora, a requerida violou os direitos do requerente, quando causou transtornos a vida, sem lhe dar qualquer
tipo de prévio aviso atingindo a saúde financeira da autora, que não deu causa a isso. Repita-se, a
Demandante não foi informada PREVIAMENTE que sua conta seria encerrada, mas foi
surpreendida com o encerramento ao tentar acessar o aplicativo para efetuar transação financeira,
e teve confirmado o encerramento quando buscou a instituição para explicar o que havia
efetivamente ocorrido. Quando foi surpreendida do encerramento da conta, a requerente tentava efetuar
um pagamento em centro comercial, ficou impedida de realizar pagamento dos produtos que pretendia
adquirir e, inclusive, para sair do referido centro, precisou recorrer a terceiro conhecido para que pudesse
pagar o estacionamento, vez que ficou sem acesso a qualquer valor constante de sua conta corrente junto
ao réu.
A autora, Excelência, ficou semanas tendo suas expectativas frustradas, ouvindo promessas do réu no
sentido de liberar o levantamento de seus valores retidos, o que vem foi descumprido de forma reiterada,
além de ter amargado prejuízos, vez que exerce atividade empresarial e ficou impedida de acessar seu
dinheiro para honrar seus compromissos.
Por fim, o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 6º também protege a integridade moral dos
consumidores: Artigo 6º – São direitos básicos do consumidor: (…) VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; grifo nosso.
No que tange ao dano moral, o eminente Desembargador Celso Pimentel, do TJSP, ao se reportar,
reiteradamente na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
A propósito, dano moral, exatamente porque moral, não se demonstra nem se

comprova. Afere-se segundo o senso comum do homem médio. Resulta por si
mesmo da ação ou omissão culposa, in re ipsa, porque se traduz em dor física ou
psicológica, em constrangimento, em sentimento de reprovação, em lesão e em
ofensa ao conceito social, à honra, à dignidade.
O dano moral, cuja responsabilidade é do banco réu, deve ser indenizado de acordo com o que estabelece
a Constituição Federal:
Art. 5, inc. X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material, moral decorrente de
sua violação. Grifou-se
Nesse sentido nos ensina o Mestre SÍLVIO DE SALVO VENOSA em sua obra sobre responsabilidade
civil:
Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade do fornecedor de

produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi
adotada a responsabilidade objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites
para a indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no campo da
indenização aos consumidores não existe limitação tarifada. (Sílvio Salvo Venosa,
Direito Civil. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 206).
É de se ressaltar a angústia e a situação de estresse prolongado a que a parte autora foi submetida, com a
espera infindável e retenção infundada que valores que contava para honrar seus compromissos.
No caso específico, os julgados nos mostram o dever das instituições financeiras na reparação do dano:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO

DE TUTELA ANTECIPADA, C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ENCERRAMENTO DA CONTA SEM PRÉVIO AVISO AO AUTOR. FALHA
NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. MULTA DIÁRIA. VALOR
CORRETAMENTE FIXADO. IMPOSIÇÃO DE LIMITE. PERTINÊNCIA.
DANOS MORAIS EXISTENTES . (TJPR- 2ª Turma Recursal -
0004638-12.2017.8.16.0050 - Bandeirantes - Rel.: Thiago Bertuol de Oliveira - J.
22.11.2019) Grifou-se
Danos morais.Bloqueio de cartão de crédito e encerramento de conta corrente.

Prévio aviso. Ausência. Responsabilidade objetiva. Valor DA indenização. O
bloqueio de cartão de crédito e encerramento de conta corrente sem o aviso
prévio, em razão de serviços não solicitados, ocasiona abalo moral ao
consumidor, e o fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados. O fornecedor só se isenta
de responsabilidade, quando provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Cumpre ao apelante fazer prova da existência de fato impeditivo, extintivo e
modificativo do direito do apelado, em consonância com o que dispõe o art. 333, II,
do CPC, na medida em que se constata relação de consumo. Tribunal de Justiça de
1014075-60.2008.822.0001. grifo nosso
Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais julgada
parcialmente procedente. Encerramento de conta corrente de forma unilateral.
Possibilidade desde que atendidos os requisitos de prévia comunicação ao
correntista. (...) Ausência, contudo, de comprovação de notificação prévia do
correntista, conforme prevê o art. 12 da Resolução BACEN 2.0225/93. Dano
moral configurado, já que se trata de correntista há mais de dez anos e foi
surpreendido com o encerramento da conta sem prévio aviso. Presunção de
dano. Valor da condenação arbitrado de acordo com os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, não comportando majoração. Sentença mantida por seus próprios
e jurídicos fundamentos. Recurso não provido. Tribunal de Justiça de São Paulo
TJ-SP - Recurso Inominado Cível: RI 1015979-44.2021.8.26.0003 SP
1015979-44.2021.8.26.0003. Grifo nosso
Resta, então o dano moral configurado. Ora, a autora foi submetida a reiteradas situações de
constrangimentos e de desrespeito em ter sua conta bancária que utilizava para movimentações
financeiras encerrada sem motivo aparente e aviso prévio, sem ter dado causa para tanto, e no fim, depois
de tentado resolver de diversas maneiras, logrou êxito tardiamente. Ou seja, resta sem sombra de dúvidas,
abalo à ordem psíquica e moral da promovente.
Sendo assim, demonstrados o dano e a culpa do réu, evidente se mostra o nexo causal, tendo clara conduta
ilícita do réu, constrangimentos e vexações causados à autora, sendo evidente o liame lógico entre um e
outro.
O pleito autoral tem fundamento constitucional, no tocante à indenização pelos danos morais decorrentes
da falha na prestação do serviço do réu, em cancelar a conta bancária sem motivo aparente ou prévio
aviso, bem como reter valores que constavam da conta e que pertencem à Requerente.
A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento por uma satisfação,
além do aspecto retributivo e verdadeiramente punitivo no tocante ao causador do dano que, se obrigado a
indenizar os danos causados, certamente entenderá que ainda se faz valer as normas editadas e vigentes
em nosso ordenamento jurídico.
Por todas as razões aduzidas, requer a Autora uma indenização no valor equivalente a R$30.000,00 (trinta
mil reais) para que lhe sejam reparados os danos morais.
7 – DOS PEDIDOS
1- E assim procedendo REQUER que os pedidos estampados na inicial sejam plenamente atendidos,
sendo julgados improcedentes os requerimentos trazidos na contestação, com a condenação da requerida
ao pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) a título de indenização por danos morais;
Boa Vista - RR, 25 de agosto de 2022.
Antônio Pinheiro da Silva

OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
25/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO.
Data: 25/08/2022
Movimentação: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento JUNTADA DE PETIÇÃO DE
CONTESTAÇÃO (03/08/2022)

- RÉPLICA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL

DA COMARCA DE BOA VISTA - RORAIMA
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos da ação em epígrafe vem,

respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, por meio de sua
advogada regulamente constituída, apreentar RÉPLICA à contestação do ITAU
UNIBANCO S.A disposta nos feitos da ação supramencionada, com base nos fatos e
fundamentos a seguir aduzidos:
I – I – RELATO DA SITUAÇÃO FÁTICA
A requerente era cliente do réu havia quase 01 (uma) década, titular da conta
corrente e poupança nº 54928-9, agência1352, conta essa que utilizava para
movimentações financeiras, inclusive transações relacionadas à sua atividade
empresarial/profissional.
No dia 26 de abril de 2022, a parte autora realizou compras em um shopping da

cidade e precisou efetuar pagamento. Ao tentar acessar o aplicativo do Requerido,
foi surpreendida com a impossibilidade de acesso e surgimento em tela da seguinte
informação “Esta conta está encerrada. Em caso de dúvidas procure uma
agência.”,
A autora fez contato com a gerente de sua conta e compareceu presencialmente à

agência, quando foi informada que realmente sua conta havia sido encerrada, vez
que a instituição não mais tinha interesse em manter relação comercial com a
Requerente. Destaque-se que a Demandante NÃO foi informada
encerramento ao tentar acessar o aplicativo para efetuar transação

financeira, e teve confirmado o encerramento quando buscou a instituição
para explicar o que havia efetivamente ocorrido.
A demandante questionou sobre o levantamento dos valores constantes de sua

conta então encerrada e obteve a garantia da bancária no sentido de que seria
disponibilizado cheque administrativo para fins de saque dos referidos valores. Após
3 (três) dias de espera pelo cheque, vez que a parte autora tinha urgência na
solução do fato, foi solicitado pela atendente da instituição financeira que a
Requerente retornasse no dia seguinte quando foi novamente surpreendida com a
informação de que precisaria aguardar o prazo de cinco dias para a emissão do
cheque administrativo, e que em três de maio de 2022, tal instrumento estaria
disponível e então os valores poderiam ser levantados.
Ocorre que mais uma vez a autora teve sua expectativa frustrada. É que apesar de
no dia 27 de abril ter tido a garantia do bancário que receberia cheque
administrativo em 03/05/2022, novamente a autora foi informada que nada havia
sido resolvido, que o cheque administrativo não seria disponibilizado e que, para
levantamento dos valores em conta, seria necessário solicitar o provisionamento do
valor para saque. Pressionada e aflita com a situação, a autora procedeu da forma
orientada, mesmo já percebendo enorme prejuízo acumulado durante os dias de
retenção dos valores. Não bastasse o dissabor de continuar sem acesso ao dinheiro
que lhe pertence, o banco informou que não mais seria disponibilizado cheque
administrativo, mas o valor em espécie deve ser sacado em 06/05/2022.
Afirma a Requerente que tentativas de solução mais célere também ocorreram por
meio do aplicativo de WHATSAPP, em conversas com sua gerente de
relacionamento Tatiana, mas nenhuma promessa foi cumprida. Ao contrário, após
questionamento feitos, a autora afirma que logo foi bloqueada no aplicativo.
Defende a autora que sua aflição aumentou ainda mais: não se trata de valor
simbólico. A demandante exerce atividade empresarial e, mesmo sendo conta de
pessoa física, utiliza tais valores em transações de cunho profissional. A parte
autora possui em conta corrente junto ao réu o valor correspondente a R$
4.322.046,03 (quatro milhões trezentos e vinte e dois mil quarenta e seis reais e
três centavos). Defende a Requerente que assustou de modo considerável a
cientificação de que deve levantar os valores em espécie. Ou seja, a instituição
financeira restou por expô-la a risco, vez que transitar com montante elevado
significa estar vulnerável a roubo/assalto, de modo que o réu a coloca e plena
insegurança a partir da condição imposta.
Após nova frustração e solicitação por e-mail que a Requerente procedesse à carta
de próprio punho para solicitação de uma TED de valor expressivo para outra
instituição de mesma titularidade, o Requerido procedeu à transferência do
montante que havia na conta encerrada para outra conta de Requerente em
instituição diversa.
Houve pedido de Tutela de Urgência deferido pelo M.M Magistrado, EP 13.
3- DO DIREITO
Antes de mais nada, o Autor reitera todos os termos da Petição Inicial por se tratar
da realidade do caso objeto da presente Réplica.
Sim, Excelência, conforme já consta da inicial, a Resolução 2747 do Banco Central,

em seu artigo 12, permite que os bancos façam rescisão unilateral de contratos de
conta, porém, tal rescisão deve ser feita com prévio aviso, prazo para que o
correntista tome providências necessárias/devidas. Vejamos:
Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante
acerca das condições exigidas para a rescisão do contrato de conta
de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes, devendo
ser incluídas na ficha proposta as seguintes disposições mínimas:
(NR)
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir
o contrato; (NR)
II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do
contrato; (NR)
III - devolução, à instituição financeira, das folhas de cheque em
poder do correntista, ou de apresentação de declaração, por esse
último, de que as inutilizou; (NR)
IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista,
para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição
financeira ou decorrentes de disposições legais; (NR)
V -expedição de aviso da instituição financeira ao
correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com a
data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista.
(NR). Grifo nosso
Pois bem, o banco réu tem a faculdade de realizar a rescisão contratual de forma
unilateral preenchendo os requisitos acima elencados, cientificando o cliente de
forma prévia, o que não aconteceu coma parte autora, que apenas após várias
tentativas e desgaste, além de prejuízo a considerar o valor que constava retido em
sua conta encerrada sem qualquer prévio aviso. Portanto, sem autorização legal
para se apropriar do dinheiro da autora, que foi o que ocorreu durante semanas, e,
por si só, resta claro o ilícito civil.
Por conseguinte, ao se tratar de danos morais, reitera, também, os termos da

inicial, segundo a qual a moral diz-se de bem jurídico, recebendo dos mais diversos
diplomas legais a devida proteção, inclusive, constando do artigo 5º, inciso V da
Carta Constituição Federal de 1988 Artigo 5º, inciso V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
Da leitura do artigo supracitado resta claro que incidente objeto desta demanda
gerou um dano à esfera moral da Requerente devido à falha na prestação do
serviço do Requerido, bem como pelo indiscutível descumprimento do que a
legislação determina. Vejamos o que estabelecem os artigos. 186 e 927 do Código
Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: Haverá a obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
Ora, a requerida violou os direitos do requerente, quando causou transtornos a

vida, sem lhe dar qualquer tipo de prévio aviso atingindo a saúde financeira da
autora, que não deu causa a isso. Repita-se, a Demandante não foi informada
encerramento ao tentar acessar o aplicativo para efetuar transação
financeira, e teve confirmado o encerramento quando buscou a instituição
para explicar o que havia efetivamente ocorrido. Quando foi surpreendida do
encerramento da conta, a requerente tentava efetuar um pagamento em centro
comercial, ficou impedida de realizar pagamento dos produtos que pretendia
adquirir e, inclusive, para sair do referido centro, precisou recorrer a terceiro

conhecido para que pudesse pagar o estacionamento, vez que ficou sem acesso a
qualquer valor constante de sua conta corrente junto ao réu.
A autora, Excelência, ficou semanas tendo suas expectativas frustradas, ouvindo

promessas do réu no sentido de liberar o levantamento de seus valores retidos, o
que vem foi descumprido de forma reiterada, além de ter amargado prejuízos, vez
que exerce atividade empresarial e ficou impedida de acessar seu dinheiro para
honrar seus compromissos.
Por fim, o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 6º também protege a

integridade moral dos consumidores: Artigo 6º – São direitos básicos do consumidor: (…) VI
- a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos; grifo nosso.
No que tange ao dano moral, o eminente Desembargador Celso Pimentel, do TJSP,

ao se reportar, reiteradamente na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
A propósito, dano moral, exatamente porque moral, não se

demonstra nem se comprova. Afere-se segundo o senso comum do
homem médio. Resulta por si mesmo da ação ou omissão culposa,
in re ipsa, porque se traduz em dor física ou psicológica, em
constrangimento, em sentimento de reprovação, em lesão e em
ofensa ao conceito social, à honra, à dignidade.
O dano moral, cuja responsabilidade é do banco réu, deve ser indenizado de acordo
com o que estabelece a Constituição Federal:
Art. 5, inc. X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra

e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo
dano material, moral decorrente de sua violação. Grifou-se
Nesse sentido nos ensina o Mestre SÍLVIO DE SALVO VENOSA em sua obra sobre
responsabilidade civil:
Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade

do fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente
indenizados. No nosso sistema foi adotada a responsabilidade
objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a
indenização. Ao contrário do que ocorre em outros setores, no
campo da indenização aos consumidores não existe limitação
tarifada. (Sílvio Salvo Venosa, Direito Civil. Responsabilidade Civil,
São Paulo, Ed. Atlas, 2004, p. 206).
É de se ressaltar a angústia e a situação de estresse prolongado a que a parte

autora foi submetida, com a espera infindável e retenção infundada que valores que
contava para honrar seus compromissos.
No caso específico, os julgados nos mostram o dever das instituições financeiras na

reparação do dano:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM

PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. ENCERRAMENTO DA CONTA SEM PRÉVIO AVISO AO
AUTOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. MULTA DIÁRIA.
VALOR CORRETAMENTE FIXADO. IMPOSIÇÃO DE LIMITE.
PERTINÊNCIA. DANOS MORAIS EXISTENTES. (TJPR- 2ª Turma
Recursal - 0004638-12.2017.8.16.0050 - Bandeirantes - Rel.:
Thiago Bertuol de Oliveira - J. 22.11.2019) Grifou-se
Danos morais.Bloqueio de cartão de crédito e encerramento de

conta corrente. Prévio aviso. Ausência. Responsabilidade
objetiva. Valor DA indenização. O bloqueio de cartão de crédito
e encerramento de conta corrente sem o aviso prévio, em
razão de serviços não solicitados, ocasiona abalo moral ao
consumidor, e o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados . O fornecedor só se isenta de
responsabilidade, quando provar a culpa exclusiva do consumidor
ou de terceiro. Cumpre ao apelante fazer prova da existência de
fato impeditivo, extintivo e modificativo do direito do apelado, em
consonância com o que dispõe o art. 333, II, do CPC, na medida
em que se constata relação de consumo. Tribunal de Justiça de
1014075-60.2008.822.0001. grifo nosso
Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos

morais julgada parcialmente procedente. Encerramento de conta
corrente de forma unilateral. Possibilidade desde que atendidos os
requisitos de prévia comunicação ao correntista. (...) Ausência,
contudo, de comprovação de notificação prévia do
correntista, conforme prevê o art. 12 da Resolução BACEN
2.0225/93. Dano moral configurado, já que se trata de
correntista há mais de dez anos e foi surpreendido com o
encerramento da conta sem prévio aviso. Presunção de
dano. Valor da condenação arbitrado de acordo com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, não comportando majoração.
Sentença mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos.
Recurso não provido. Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP -
Recurso Inominado Cível: RI 1015979-44.2021.8.26.0003 SP
1015979-44.2021.8.26.0003. Grifo nosso
Resta, então o dano moral configurado. Ora, a autora foi submetida a reiteradas
situações de constrangimentos e de desrespeito em ter sua conta bancária que
utilizava para movimentações financeiras encerrada sem motivo aparente e aviso
prévio, sem ter dado causa para tanto, e no fim, depois de tentado resolver de
diversas maneiras, logrou êxito tardiamente. Ou seja, resta sem sombra de
dúvidas, abalo à ordem psíquica e moral da promovente.
Sendo assim, demonstrados o dano e a culpa do réu, evidente se mostra o nexo

causal, tendo clara conduta ilícita do réu, constrangimentos e vexações causados à
autora, sendo evidente o liame lógico entre um e outro.
O pleito autoral tem fundamento constitucional, no tocante à indenização pelos

danos morais decorrentes da falha na prestação do serviço do réu, em cancelar a
conta bancária sem motivo aparente ou prévio aviso, bem como reter valores que
constavam da conta e que pertencem à Requerente.
A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o

sofrimento por uma satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente
punitivo no tocante ao causador do dano que, se obrigado a indenizar os danos
causados, certamente entenderá que ainda se faz valer as normas editadas e
vigentes em nosso ordenamento jurídico.
Por todas as razões aduzidas, requer a Autora uma indenização no valor

equivalente a R$30.000,00 (trinta mil reais) para que lhe sejam reparados os danos
morais.
7 – DOS PEDIDOS
1- E assim procedendo REQUER que os pedidos estampados na inicial sejam

plenamente atendidos, sendo julgados improcedentes os requerimentos trazidos na
contestação, com a condenação da requerida ao pagamento de R$ 30.000,00 (trinta
mil reais) a título de indenização por danos morais;


OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
Data: 25/08/2022
Complemento: Cumprimento de intimação - Referente ao evento JUNTADA DE PETIÇÃO DE
MANIFESTAÇÃO DA PARTE (01/08/2022)

- Petição
25/08/2022: JUNTADA DE PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE INTIMAÇÃO. Arq: Petição. Assinado por: KATIA DOS SANTOS LIMA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL

DA COMARCA DE BOA VISTA - RORAIMA
Processo nº 0813681-89.2022.8.23.0010
MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos da ação em epígrafe vem,

respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, por meio de sua
advogada regulamente constituída, manifestar o seguinte:
Conforme consta do EP 7, a parte autora informou nos autos que o Requerido

procedeu à transferência do montante que havia na conta encerrada, tendo restado
configurada a perda de objeto da liminar, bem como requereu prosseguimento da
ação em relação aos demais termos da Petição Inicial e Julgamento Totalmente
Procedente da Demanda

OAB/AP nº 4313
Kátia Lima
OAB/RR nº 936
26/08/2022: CONCLUSOS PARA DECISÃO - DECISÃO SANEADORA.
Data: 26/08/2022
Movimentação: CONCLUSOS PARA DECISÃO - DECISÃO SANEADORA
28/09/2022: CONCEDIDO O PEDIDO .
Data: 28/09/2022
Movimentação: CONCEDIDO O PEDIDO

- Decisão
28/09/2022: CONCEDIDO O PEDIDO . Arq: Decisão. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES

SEGUNDA VARA CÍVEL
Proc. n.° 0813681-89.2022.8.23.0010
DECISÃO
Trata-se de ação de fazer proposta por Mirella Luz Araújo contra Itaú Unibanco S/A.
Medida liminar concedida (EP 13).
Citado (EP 28), o banco réu apresentou contestação no EP 33.
Audiência de conciliação restou infrutífera (EP 36)
Réplica no EP 40.
É o relato do essencial.
Não foi suscitada nenhuma das preliminares elencadas no art. 337 do Código de Processo Civil.
Em sequência, observa-se que, na presente demanda, não se vislumbra a ocorrência de

irregularidades ou vícios sanáveis (art. 352, CPC), nem se reconhece as hipóteses dos incisos II e III do art. 487 do
Código de Processo Civil, aptas à extinção ou ao julgamento antecipado do processo (art. 354 a 356, CPC).
Não há questões processuais pendentes de apreciação. (art. 357, I, CPC).
Pelos documentos carreados aos autos, tenho que não há necessidade de produção de provas,
porquanto se trata de matéria eminentemente de direito.
Assim, anuncioque os pedidos serão julgados antecipadamente, nos termos do inciso I do art.
355 do Código de Processo Civil.
Intimem-se as partes.
28/09/2022: CONCEDIDO O PEDIDO . Arq: Decisão. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES
Preclusa esta decisão, façam-se os autos conclusos para sentença.
Boa Vista, terça-feira,27de setembro de 2022.
Juiz de Direito

Data: 28/09/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 44) CONCEDIDO O PEDIDO (28/09/2022)
Data: 28/09/2022
Complemento: Para advogados/curador/defensor de ITAU UNIBANCO S.A com prazo de 5 dias
úteis - Referente ao evento (seq. 44) CONCEDIDO O PEDIDO (28/09/2022)
28/09/2022: CONCLUSOS PARA SENTENÇA.
Data: 28/09/2022
Movimentação: CONCLUSOS PARA SENTENÇA
Data: 29/09/2022
Complemento: (Pelo advogado/curador/defensor de ITAU UNIBANCO S.A) em 29/09/2022 com
prazo de 5 dias úteis *Referente ao evento (seq. 44) CONCEDIDO O PEDIDO (28/09/2022) e
ao evento de expedição seq. 46.
07/10/2022: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO.
Data: 07/10/2022
Movimentação: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO

- Sentença
07/10/2022: JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO. Arq: Sentença. Assinado por: ANGELO AUGUSTO GRACA MENDES

SEGUNDA VARA CÍVEL
Proc. n.° 0813681-89.2022.8.23.0010
SENTENÇA
Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c indenizatória proposta por Mirella Luz Araújo contra Itaú
Unibanco S/A.
Alegou a autora que possuía conta no banco réu, e que tomou conhecimento que esta foi encerrada
quando tentou realizar um pagamento por meio do aplicativo da instituição financeira.
Afirmou que compareceu na agência, oportunidade em que foi confirmado o encerramento da conta, e
que poderia retirar os valores que possuía no banco réu, por meio de cheque administrativo após cinco dias.
Asseverou que, passado esse prazo, foi informada que os valores seriam liberados mediante saque em
espécie.
Acrescentou que possui pendente de retirada no banco réu o valor de R$ 4.322.046,03, e por ser um
montante expressivo, seria inviável proceder ao saque em espécie.
Assim, requereu a concessão de medida liminar para que fosse determinada a liberação do valor, por
meio de cheque administrativo ou outra forma que não seja a retirada em espécie. No mérito, a condenação o banco réu
ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
A inicial veio acompanhada de documentos (EPs 1.1/1.4 e 1.6/1.7).
Concedida a medida liminar requerida (EP 13).
Citado (EP 28), o banco réu apresentou contestação no EP 33, aduzindo, em síntese, que praticou ato em
exercício regular de direito, uma vez que é permitido o encerramento unilateral de conta e que não há necessidade de
comunicação prévia ao correntista.
A audiência de conciliação não foi frutífera, porquanto o réu não compareceu.
Réplica no EP 41.
Decisão saneadora no EP 44, anunciando-se o julgamento antecipado do mérito.
É o relatório. Decido.
Como visto, trata-se de ação indenizatória ajuizada em virtude de suposta falha na prestação de serviço
bancário.
Pretende a parte autora que o banco réu seja condenado ao pagamento de indenização por danos morais,
tendo em vista que suportou transtornos em razão do encerramento de sua conta corrente, sem que houver informação
anterior da instituição ré.
Por sua vez, o réu alegou que agiu com regularidade, pois não está obrigado a fazer qualquer
comunicação expressa ao cliente sobre o encerramento da conta.
Cinge-se, pois, a demanda em apurar acerca da legitimidade da conduta do banco réu, que encerrou
unilateralmente a conta corrente da qual a autora era titular, sem comunicar esta previamente sobre o evento.
Pois bem. Tenho que a pretensão autoral merece prosperar. Vejamos.
Certo é que o encerramento da conta corrente constitui direito da instituição financeira, já que o contrato
não é eterno e o desfazimento do vínculo pode ocorrer por iniciativa de qualquer das partes.
Ocorre que a possibilidade de encerramento unilateral de conta corrente pela instituição financeira está
condicionada ao aviso prévio ao cliente por escrito, conforme disposto no art. 12, I e II da Resolução nº 2.747/2000 do
Banco Central, verbis:
“Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas para a
rescisão do contrato de conta de depósitos à vista por iniciativa de qualquer das partes,
devendo ser incluídas na ficha proposta as seguintes disposições mínimas:
I - comunicação prévia, por escrito, da intenção de rescindir o contrato;
II - prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão do contrato;”
Desse modo, apesar de válido, o encerramento da conta exige prévio aviso, a fim de que o correntista
possa providenciar a abertura em outra instituição financeira.
No caso dos autos, não há prova do aviso prévio, já que o próprio banco réu sustentou pela sua
desnecessidade.
Nesse caso, cabia à instituição financeira, ora ré, diligenciar no sentido de comunicar a correntista, ora
autora, de forma eficaz, em vez de encerrar a conta de forma unilateral.
Assim, conclui-se que houve encerramento abrupto e sem prévia comunicação ao correntista, com
retenção de ativo em valor expressivo.
Restou configurada, portanto, a falha na prestação do serviço do réu, nos termos do art. 14 Código de
Defesa do Consumidor, esta que teria sido evitada tão somente com o aviso prévio regular do encerramento da conta
corrente da autora, o que teria dado tempo hábil de sacar os valores disponíveis na conta, sem maiores transtornos.
Destarte, como houve bloqueio indevido de verba alimentar, configurado está o dano moral in re ipsa.
Neste sentido:
“OBRIGAÇÃO DE FAZER cumulada com pedido de indenização por danos morais

Encerramento unilateral de conta corrente sem prévio aviso ao correntista – Sentença de
procedência para condenar o requerido ao pagamento, a título de danos morais, de R$
3.000,00 - Violação ao artigo 12 da Resolução nº 2.025/1993 do BACEN. Afronta ao artigo 39,
inciso IX do Código de Defesa do Consumidor - Ocorrência Constitui abuso de direito pela
instituição financeira, o encerramento unilateral da conta corrente, sem a comunicação hábil
ao correntista, privando-lhe de qualquer acesso às movimentações bancárias, ultrapassando o
mero dissabor - Dano moral configurado - Sentença mantida. RECURSO IMPROVIDO”.
(TJSP Apelação 0008001-32.2018.8.26.0005, j. em 03/12/2018).

O valor fixado a título de danos morais deve levar em consideração a repercussão da ofensa, o grau de
culpa e a situação econômica do ofensor, bem como as circunstâncias que envolveram os fatos.
Nesse prisma, afigura-se adequada a fixação da verba compensatória em R$ 5.000,00, em concordância

com precedentes jurisprudenciais adiante transcritos:
0008825-19.2019.8.19.0209 – APELAÇÃO - Des (a). DENISE NICOLL SIMÕES - Julgamento:

26/05/2020 -QUINTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO.
ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA BANCÁRIA. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
PRÉVIA. DEVER DE INFORMAÇÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS NO
VALOR DE R$ 5.000,00. RECURSO DE AMBAS AS PARTES. O Réu busca a reforma da
sentença com a improcedência dos pedidos e o Autor, a majoração da verba indenizatória. No
caso, restou incontroverso o encerramento da conta bancária. Sustenta o Réu ter notificado
previamente o Autor da sua pretensão de rescindir a relação contratual. Contudo, não acostou
aos autos qualquer documento que demonstre a veracidade de suas alegações. Ônus que lhe
cabia na forma do art. 373, inciso II do CPC. Encerramento indevido da conta. Falha na
prestação do serviço. Dano moral configurado. Valor que se mostra razoável e proporcional
ao caso em análise, não merecendo qualquer modificação. Sentença que deve ser mantida.
RECURSOS DESPROVIDOS.
0006088-37.2019.8.19.0211 – APELAÇÃO - Des (a). JOSÉ ACIR LESSA GIORDANI -

Julgamento: 23/02/2021 -DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO
DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E
MORAL, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. PEDIDO DE ENCERRAMENTO DE CONTA
CORRENTE. NEGATIVA DO BANCO RÉU. COBRANÇA DE TARIFAS E SEGUROS EM
CONTA SEM QUALQUER MOVIMENTAÇÃO. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE
OS PEDIDOS, PARA DECLARAR A INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS; DETERMINAR QUE O
RÉU PROCEDA AO ENCERRAMENTO DA CONTA CORRENTE DE TITULARIDADE DA
AUTORA E CANCELAR A INCIDÊNCIA DE TARIFAS DE SERVIÇOS E CONTRATOS DE
SEGURO, RESTITUINDO À DEMANDANTE OS VALORES COMPROVADAMENTE
DEBITADOS, NA FORMA SIMPLES; E CONDENAR O DEMANDADO AO PAGAMENTO
DE R$ 5.000,00 A TÍTULO DE COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL. IRRESIGNAÇÃO
DO BANCO RÉU. Recorrente que não comprova a existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito da autora, limitando-se a sustentar a impossibilidade de encerramento
da conta corrente em razão da existência de débitos pendentes, porém, não traz aos autos
qualquer documento apto a comprovar suas alegações. Parte autora que comprova o direito
alegado, juntando aos autos notificação extrajudicial comunicando o desejo de encerrar a
conta corrente, bem como o desconto de tarifas de serviços e contratos de seguro, assim como
a ausência de movimentação bancária desde fevereiro de 2019. Ante a inversão do ônus
probatório, caberia à instituição financeira ré comprovar a existência da dívida imputada à
autora, a contratação do seguro e a legalidade das tarifas, ônus do qual não se desincumbiu.
Falha na prestação do serviço. Dano moral configurado. Verba compensatória - R$ 5.000,00
- que não merece reparo, apesar de aquém dos valores arbitrados por este Tribunal em casos
semelhantes, visto que não foi objeto de recurso por parte da autora. Incidência de tarifas em
conta corrente sem movimentação que representa vantagem excessiva para a instituição
financeira ré em detrimento do cliente. Declarada a inexistência do débito, impõe-se a
devolução dos valores indevidamente pagos pela demandante. Sentença que não merece
reparo. Majoração dos honorários de sucumbência para 12% do valor da condenação.
RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Sendo assim, pelo aspecto fático e fundamentos jurídicos expostos anteriormente, acolho o pedido
formulado na inicial, julgando procedente a pretensão autoral e extinguindo, por consequência, o processo, com
resolução do mérito, na forma do inciso I do art. 487 do Código de Processo Civil, para reconhecer a exigibilidade da
parte ré à obrigação de pagar quantia certa em favor da parte autora, condenando-a ao pagamento de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), a cada autor, a título de indenização por danos morais, acrescidos de correção monetária pelo índice
oficial deste Tribunal, a contar da publicação desta sentença, com juros legais de mora (1% a.m.), desde a data da citação
válida nos autos (EP 28).
Condeno a parte ré ao pagamento de honorários de sucumbência fixados em quantia equivalente a 12%

sobre o valor da condenação, nos termos do § 2.º do art. 85 do CPC.
Condeno, por fim, a parte ré ao pagamento da sanção processual na ordem de 2% sobre o valor da
condenação aqui imposta, com fulcro no § 8.º do art. 334 do CPC, em razão de seu não comparecimento à audiência de
conciliação realizada no EP 36, embora regularmente intimada, porquanto tal ato (ausência injustificada) é considerado
atentatório à dignidade da Justiça.
Intimem-se eletronicamente as partes.
Transitada esta decisão em julgado, certifique-se.
Após, efetue-se o cálculo da sanção processual acima e intime-se a parte ré para pagamento.
Paga a sanção, com as baixas devidas, arquive-se, sem prejuízo de ulterior reabertura do trâmite, para
fins de cumprimento de sentença, o qual ocorrerá em uma das varas de execução cível desta comarca.
Caso o pagamento não ocorra, extraia-se Certidão da Dívida Ativa e proceda-se aos expedientes de
praxe.
Boa Vista, quinta-feira, 6 de outubro de 2022.
Juiz de Direito

08/10/2022: DECORRIDO PRAZO DE ITAU UNIBANCO S.A.
Data: 08/10/2022
Movimentação: DECORRIDO PRAZO DE ITAU UNIBANCO S.A
Complemento: (P/ advgs. de ITAU UNIBANCO S.A *Referente ao evento (seq. 44) CONCEDIDO
O PEDIDO (28/09/2022) e ao evento de expedição seq. 46.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 10/10/2022
de 5 dias úteis *Referente ao evento (seq. 44) CONCEDIDO O PEDIDO (28/09/2022) e ao
evento de expedição seq. 45.
Por: SISTEMA CNJ
Data: 10/10/2022
úteis - Referente ao evento (seq. 49) JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO (07/10/2022)
Data: 10/10/2022
Complemento: Para advogados/curador/defensor de ITAU UNIBANCO S.A com prazo de 15
dias úteis - Referente ao evento (seq. 49) JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO (07/10/2022)
Data: 10/10/2022
Complemento: (Pelo advogado/curador/defensor de ITAU UNIBANCO S.A) em 10/10/2022 com
prazo de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 49) JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO
18/10/2022: RENÚNCIA DE PRAZO DE MIRELLA LUZ ARAÚJO .
Data: 18/10/2022
Movimentação: RENÚNCIA DE PRAZO DE MIRELLA LUZ ARAÚJO
Complemento: Referente ao evento CONCEDIDO O PEDIDO (28/09/2022)
Data: 21/10/2022
de 15 dias úteis *Referente ao evento (seq. 49) JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO (07/10/2022)
e ao evento de expedição seq. 52.
Por: SISTEMA CNJ

Integral Mirella Luz

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Integral Mirella Luz

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Página 1

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RORAIMA

Comarca: BOA VISTA

Data de 04/05/2022 Situação: Público

Classe 7 - Procedimento Ordinário

Assunto Principal: 10671 - Obrigação de Fazer / Não Fazer

Data Distribuição: 04/05/2022 Tipo Distribuição: Distribuição Automática

Relação de arquivos da movimentação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA

MIRELLA LUZ ARAUJO, brasileira, solteira, empresária, portadora da Cédula de

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E

em face de ITAU UNIBANCO S.A, pessoa jurídica de Direito privado, CNPJ

Art. 12. Cabe à instituição financeira esclarecer ao depositante

4- A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Considerando que se trata de uma relação de consumo, o presente caso está

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

Parágrafo único: Haverá a obrigação de reparar o dano,

Ora, o requerido violou os direitos do requerente, quando causou transtornos à vida,

Por fim, o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 6º também protege a

A propósito, dano moral, exatamente porque moral, não se

Art. 5, inc. X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra

Os danos projetados nos consumidores, decorrentes da atividade

É de se ressaltar a angústia e a situação de estresse prolongado a que a parte autora

No caso específico, os julgados nos mostram o dever das instituições financeiras na

Danos morais. Bloqueio de cartão de crédito e encerramento

Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos

O pleito autoral tem fundamento constitucional, no tocante à indenização pelos danos

A indenização consiste numa compensação, numa tentativa de substituir o sofrimento

Desta feita, requer-se a concessão da tutela de urgência, no sentido de determinar

Diante do exposto, requer:

1- O deferimento da tutela de urgência, no sentido de determinar que o banco réu

2- A citação do requerido, na pessoa de seus representantes legais, para, querendo,

5- Seja julgada totalmente procedente a presente ação para condenar o réu ao

O protesto para comprovar o alegado por todas as provas admitidas em Direito.

Atribui-se à presente causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

Nesses termos, pede deferimento.

Boa Vista - RR, 04 de maio de 2022

Antônio Pinheiro da Silva Filho

Relação de arquivos da movimentação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA

MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos em epígrafe, vem,

2- Conforme já consta da inicial, o Requerido havia garantido à autora

Bom dia, Mirela.

Pelo que se depreende do exposto, outra vez a autora se vê diante de um

Nesses termos, pede deferimento.

Boa Vista - RR, 06 de maio de 2022.

Antônio Pinheiro da Silva Filho

Relação de arquivos da movimentação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA

MIRELLA LUZ ARAUJO, já qualificada nos autos em epígrafe, vem,

Nesses termos, pede deferimento.

Boa Vista - RR, 09 de maio de 2022.

Antônio Pinheiro da Silva Filho

Relação de arquivos da movimentação:

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RORAIMA

Proc. n.° 0813681-89.2022.8.23.0010

Boa Vista, quarta-feira, 25 de maio de 2022.

Angelo Augusto Graça Mendes

(assinado digitalmente - sistema CNJ - PROJUDI)

Relação de arquivos da movimentação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 ª VARA CÍVEL DA

MIRELLA LUZ ARAÚJO, já qualificada nos autos do processo em epígrafe vem, à